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Capítulo 06b

Hidrologia

Regularização de vazões

Regularização
A variabilidade temporal da precipitação e, conseqüentemente, da
vazão dos rios freqüentemente origina situações de déficit hídrico, quando
a vazão dos rios é inferior à necessária para atender determinado uso. Em
outras situações ocorre o contrário, ou seja, há excesso de vazão.
A solução encontrada para
reduzir a variabilidade temporal
da vazão é a regularização
através da utilização de um ou
mais reservatórios. Os
reservatórios têm por objetivo
acumular parte das águas
disponíveis nos períodos
chuvosos para compensar as
deficiências nos períodos de
estiagem, exercendo um efeito
regularizador das vazões
naturais.

1
Capítulo 06b

Norris - Tenessee

Itaipu

2
Capítulo 06b

Usina de Xingó

3
Capítulo 06b

casa de força
vertedor

4
Capítulo 06b

Um reservatório pode ser descrito por


seus níveis e volumes característicos:
• Nível mínimo operacional
• Nível máximo operacional
• Volume máximo
• Volume morto
• Volume útil

Volume morto
nível mínimo
operacional

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Capítulo 06b

Volume morto
O Volume Morto é a parcela de volume do
reservatório que não está disponível para uso.
Corresponde ao volume de água no reservatório
quando o nível é igual ao mínimo operacional. Abaixo
deste nível as tomadas de água para as turbinas de
uma usina hidrelétrica não funcionam, seja porque
começam a engolir ar além de água, o que provoca
cavitação nas turbinas (diminuindo sua vida útil), ou
porque o controle de vazão e pressão sobre a turbina
começa a ficar muito instável.

nível máximo Volume útil


operacional

Volume morto
nível mínimo
operacional

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Capítulo 06b

Nível máximo operacional

O nível máximo operacional corresponde à cota


máxima permitida para operações normais no
reservatório. Níveis superiores ao nível máximo
operacional podem ocorrer em situações
extraordinárias, mas comprometem a segurança da
barragem.
O nível máximo operacional define o volume
máximo do reservatório.

nível máximo
maximorum

nível máximo Volume útil


operacional

Volume morto
nível mínimo
operacional

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Capítulo 06b

Volume útil

A diferença entre o volume máximo de um


reservatório e o volume morto é o volume útil,
ou seja, a parcela do volume que pode ser
efetivamente utilizada para regularização de
vazão.

Reservatório
Os reservatórios tem por objetivo acumular parte das
águas disponíveis nos períodos chuvosos para compensar as
deficiências nos períodos de estiagem, exercendo um efeito
regularizador das vazões naturais.
Em geral os reservatórios são formados por meio de
barragens implantadas nos cursos d‘água. Suas
características físicas, especialmente a capacidade de
armazenamento, dependem das características topográficas
do vale em que estão inseridos.

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Capítulo 06b

Altimetria da área de um possível


reservatório de um Rio

Sistema WGS 84
Diferença +/- 5 m

Cota: 6,5 m
Área inundada: 32 ha
Volume: 0,1 Hm3
Vazão regularizada: ?

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Capítulo 06b

Cota: 7 m
Área inundada: 200 ha
Volume: 0,7 Hm3
Vazão regularizada: ?

Cota: 8 m
Área inundada: 815 ha
Volume: 5,7 Hm3
Vazão regularizada: 1,0 m3/s

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Capítulo 06b

Cota: 9 m
Área inundada: 1.569 ha
Volume: 17,6 Hm3
Vazão regularizada: 1,5 m3/s

Cota: 10 m
Área inundada: 3.614 ha
Volume: 43,6 Hm3
Vazão regularizada: 3,5 m3/s

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Capítulo 06b

Cota: 11 m
Área inundada: 7.841
Volume: 101 Hm3
Vazão regularizada: 5,0 m3/s

Cota: 12 m
Área inundada: 10.198 ha
Volume: 191 Hm3
Vazão regularizada: 7,0 m3/s

12
Capítulo 06b

Cota: 13 m
Área inundada: 12.569 ha
Volume: 305 Hm3
Vazão regularizada: 8,0 m3/s

Cota: 14 m
Área inundada: 14.434 ha
Volume: 440 Hm3
Vazão regularizada: 8,0 m3/s

13
Capítulo 06b

Cota: 15 m
Área inundada: 16.353 ha
Volume: 594 Hm3
Vazão regularizada: 8,5 m3/s

Relação Cota - Área - Volume

700

600
Volume (Hm3) ou Área (km2)

Volume Hm3
500 Área (km2)

400

300

200

100

0
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Cota (m WGS84)

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Capítulo 06b

Curva Cota - Área - Volume


Cota (m) Área (km2) Volume (hm³)
772,00 0,00 0,00
775,00 0,94 0,94
780,00 2,39 8,97
785,00 4,71 26,40
790,00 8,15 58,16
795,00 12,84 110,19
800,00 19,88 191,30
805,00 29,70 314,39
810,00 43,58 496,50
815,00 58,01 749,62
820,00 74,23 1.079,39
825,00 92,29 1.494,88
830,00 113,89 2.009,38
835,00 139,59 2.642,00
840,00 164,59 3.401,09
845,00 191,44 4.289,81

Outras Características

Outras características importantes são as


estruturas de saída de água, eclusas para
navegação, escadas de peixes, tomadas de
água para irrigação ou para abastecimento, e
eventuais estruturas de aproveitamento para
lazer e recreação.

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Capítulo 06b

Vertedores

Os vertedores são o principal


tipo de estrutura de saída de
água. Destinam-se a liberar o
excesso de água que não pode ser
aproveitado para geração de
energia elétrica, abastecimento
ou irrigação. Os vertedores são
dimensionados para permitir a
passagem de uma cheia rara (alto
tempo de retorno) com
segurança.

Vertedores

Um vertedor pode ser livre


ou controlado por comportas.
O tipo mais comum de vertedor
apresenta um perfil de rampa,
para que a água escoe em alta
velocidade, e a jusante do
vertedor é construída uma
estrutura de dissipação de
energia, para evitar a erosão
excessiva.

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Capítulo 06b

Vazão de Vertedor
A vazão de um vertedor livre
(não controlado por comportas) é
dependente da altura da água
sobre a soleira, conforme a figura e
a equação ao lado.
Q é a vazão do vertedor; L é o
comprimento da soleira; h é a
altura da lâmina de água sobre a
soleira e C é um coeficiente com
valores entre 1,4 e 1,8. É
importante destacar que a vazão
Q  C L  h
3
tem uma relação não linear com o 2
nível da água

Descarregadores de Fundo
Descarregadores de fundo podem ser utilizados como estruturas de
saída de água de reservatórios, especialmente para atender usos da água
existentes a jusante. A equação de vazão de um descarregador de fundo
é semelhante à equação de vazão de um orifício, apresentada abaixo:

Q  C A  2 g  h
Onde A é a área da seção transversal do orifício; g é a aceleração da
gravidade; h é a altura da água desde a superfície até o centro do orifício
e C é um coeficiente empírico com valor próximo a 0,6.
Semelhante à equação do vertedor, destaca-se que a vazão de um
orifício tem uma relação não linear com o nível da água.

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Capítulo 06b

Vazão Curso d’água

Vazão Curso d’água

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Capítulo 06b

Geração de Energia

P   Q He
P = Potência (W)
 = peso específico da água (N/m3)
Q = vazão (m3/s)
H = queda líquida (m)
e = eficiência da conversão de energia hidráulica em
elétrica

e depende da turbina; do gerador e do sistema de adução


0,76 < e < 0,87

Energia Assegurada

Energia Assegurada é a energia que pode ser


suprida por uma usina com um risco de 5% de não ser
atendida, isto é, com uma garantia de 95% de
atendimento.
Numa usina com reservatório pequeno, a energia
assegurada é definida pela Q95
A empresa de energia será remunerada pela
Energia Assegurada

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Capítulo 06b

Curva de permanência
de vazões

40 m3/s

Exemplo
Uma usina hidrelétrica será construída em um rio
com a curva de permanência apresentada abaixo. O
projeto da barragem prevê uma queda líquida de 27
metros. A eficiência da conversão de energia será de
83%. Qual é a energia assegurada desta usina?

20
Capítulo 06b

Q95 = 50 m3/s
H = 27 m
e = 0,83 P   Q He
 = 1000 kg/m3 . 9,81 N/kg

P = 9,81.50.27.0,83.1000

P = 11 MW

Importância para
geração de energia

P   Q He

excesso

déficit

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Capítulo 06b

Importância para
geração de energia
P   Q He

Vazão Q95 – energia assegurada

Volume útil x
Vazão média afluente

O volume útil está diretamente


relacionado à capacidade de regularizar a
vazão.
Se o volume útil é pequeno, o reservatório
não consegue regularizar a vazão e a usina é
chamada “a fio d’água”

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Capítulo 06b

Dimensionamento do reservatório

• Métodos gráficos (antigos)

• Simulação

Método de Rippl

• Método gráfico

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Capítulo 06b

Simulação

• Equação de Balanço Hídrico

S
 IQ
t

Discretizada

St  t  St _ _
 IQ
t
_ _
onde I e Q representam valores médios
da vazão afluente e defluente de reservatório
ao longo do intervalo de tempo ∆t.

St  t  St  entradas  saídas

24
Capítulo 06b

sujeita às restrições 0 < St+∆t < Vmáx;


onde Vmáx é o volume útil do reservatório.

Simulação em planilha

• Balanço Hídrico num reservatório

V  I  t  Q  t
Vi 1  Vi  I  t  Q  t
V = volume (m3)
I = vazão afluente ao reservatório (m3/s)
Q = vazão defluente do reservatório (m3/s)

Q inclui vazão que atende a demanda e vazão vertida

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Capítulo 06b

Simulação em planilha

• Equação de Balanço Hídrico do reservatório pode


ser aplicada recursivamente

Vi 1  Vi  tI  Q

conhecidos

Q é considerado igual à demanda

• Com a equação recursiva de balanço podem ocorrer


duas situações extremas:

Vi 1  Vmax É necessário verter água

Vi 1  Vmin A demanda é excessiva


ou o volume é insuficiente

26
Capítulo 06b

Dimensionamento de reservatório
1. Estime um valor de Vmax
2. Aplique a equação abaixo para cada mês do
período de dados de vazão disponível (é desejável que
a série tenha várias décadas). As perdas por
evaporação (E) variam com o mês e podem ser
estimadas por dados de tanque classe A. A demanda D
pode variar com a época do ano. A vazão vertida Qt é
diferente de zero apenas quando a equação indica que
o volume máximo será superado.

St  t  St  I t  Dt  Et  Qt

Dimensionamento de reservatório

3. Em um mês qualquer, se St+t for menor que zero,


a demanda Dt deve ser reduzida até que St+t seja igual
a zero, e é computada uma falha de entendimento.
4. Calcule a probabilidade de falha dividindo o
número de meses com falha pelo número total de
meses. Se esta probabilidade for considerada
inaceitável, aumente o valor do volume máximo Vmax
e reinicie o processo.

27
Capítulo 06b

Exemplo
mês Vazão (m 3/s)
Um reservatório com volume
Jan 60
útil de 500 hectômetros cúbicos Fev 20
(milhões de m3) pode garantir Mar 10
uma vazão regularizada de 55 Abr 5
m3.s-1, considerando a seqüência Mai 12
de vazões de entrada da tabela Jun 13
Jul 24
abaixo? Considere o reservatório
Ago 58
inicialmente cheio, a evaporação Set 90
nula e que cada mês tem 2,592 Out 102
milhões de segundos. Nov 120
Dez 78

mês Vazão (m3/s) Volume I (hm3) D (hm3) Volume Q (hm3)


jan 60 500 156 143
fev 20
mar 10
abr 5
mai 12
jun 13
jul 24
ago 58
set 90
out 102
nov 120
dez 78
Supondo que não será necessário verter
St+dt=St+It-Dt = 500 + 156 – 143 = 513

28
Capítulo 06b

mês Vazão (m3/s) Volume I (hm3) D (hm3) Volume Q (hm3)


jan 60 500 156 143 513 13
fev 20 500
mar 10
abr 5
mai 12
jun 13
jul 24
ago 58
set 90
out 102
nov 120
dez 78
Supondo que não será necessário verter
Volume máximo excedido!
St+dt=St+It-Dt = 500 + 156 – 143 = 513
É necessário verter 13 hm3

mês Vazão (m3/s) Volume I (hm3) D (hm3) Volume Q (hm3)


jan 60 500 156 143 513 13
fev 20 500 52 143 409 0
mar 10 409
abr 5
mai 12
jun 13
jul 24
ago 58
set 90
out 102
nov 120
dez 78
Supondo que não será necessário verter
St+dt=St+It-Dt = 500 + 52 – 143 = 409

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Capítulo 06b

No início do mês de agosto o volume calculado é


negativo, o que rompe a restrição, portanto o
reservatório não é capaz de regularizar a vazão de 55
m3.s-1
Mês S (hm3) I (hm3) D (hm3) Q (hm3)
Jan 500 156 143 13
Fev 500 52 143 0
Mar 409 26 143 0
Abr 293 13 143 0

Mai 163 31 143 0


Jul 52 34 143 0
Ago -57 62 143 0

Exemplo: dimensionamento de
reservatório com simulação em planilha

Vazões do rio Tainhas de 1970 a 1980

30
Capítulo 06b

Curvas de Permanência
regularizado

natural
Q95 passa de ~3 para 15 m3/s

31
Capítulo 06b

• Limite teórico:
Q regularizada = I média

Tipos de regularização

• Regularização intersazonal
• Regularização interanual

32
Capítulo 06b

Regularização Interanual

Regularização Interanual

33
Capítulo 06b

34
Capítulo 06b

35
Capítulo 06b

Complicações

• Perdas por evaporação


• Demandas variáveis no tempo
• Reservatórios de uso múltiplo
• Impactos ambientais

Vi 1  Vi  tI  Q

36
Capítulo 06b

Otimização de operações
• Usinas hidrelétricas e térmicas

• Custo energia hidrelétrica 30 US$ por MW.hora

• Custo energia térmica > 45 US$ por MW.hora

• Custo de não abastecimento !!!!!!!

Defina a melhor operação para um sistema que conta com uma


usina hidrelétrica (máximo de 100 MW) e uma usina térmica (40
MW) para atender uma demanda de 100 MW, sujeito à
variabilidade das vazões.

Sobradinho
O reservatório de Sobradinho tem cerca de 320 km
de extensão, com uma superfície de espelho d’água de
4.214 km2 e uma capacidade de armazenamento de
34,1 bilhões de metros cúbicos em sua cota nominal
de 392,50 m, constituindo-se no maior lago artificial
do mundo.
Ele garante, através de uma depleção de até 12
m, juntamente com o reservatório de Três
Marias/CEMIG, uma vazão regularizada de 2.060 m3/s
nos períodos de estiagem, permitindo a operação de
todas as usinas da CHESF situadas ao longo do Rio São
Francisco.

37
Capítulo 06b

Sobradinho
• Área de reservatório na cota 392,50 m
- 4.214 km2
• Volume total do reservatório 34.116 Hm 3

• Volume útil do reservatório 28.669 Hm 3

• Vazão regularizada 2.060 m3/s


• Nível máximo maximorum 393,50 m
• Nível máximo operativo normal 392,50 m
• Nível mínimo operativo normal 380,50 m

Turbinas Sobradinho

• Tipo Kaplan
• Quantidade6
• Fabricante Leningradsky Metallichesky Zavod (LMZ)
• Velocidade nominal 75 rpm
• Velocidade de disparo 180 rpm
• Engolimento 710 m3/s
• Potência nominal 178.000 kW
• Altura de queda nominal 27,2 m
• Diâmetro do rotor 9,5 m

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Capítulo 06b

Propagação de cheias
em reservatórios

Considerando um reservatório com vertedor livre,


em que a vazão de saída é uma função do nível da
água no reservatório, a equação abaixo pode ser
aplicada recursivamente.

S t  t  S t I t  I t  t Qt  Qt  t
 
t 2 2

Propagação de cheias
em reservatórios
Nesta equação, em cada intervalo de tempo é
conhecida são conhecidas a vazão de entrada no
tempo t e em t+t; a vazão de saída no intervalo de
tempo t; e o volume armazenado no intervalo t. Não
são conhecidos os termos St+t e Qt+t , e ambos
dependem do nível da água.
Como tanto St+t e Qt+t são funções não lineares
de ht +t , a equação de balanço pode ser resolvida
utilizando a técnica iterativa de Newton, ou ‘outro
método numérico.
S t  t  S t I t  I t  t Qt  Qt  t
 
t 2 2

39
Capítulo 06b

Método de Puls

Uma forma mais simples de calcular a propagação


de vazão num reservatório é o método conhecido
como Puls modificado. Neste método a equação
acima é reescrita como:

2  S t  t 2  St
 Qt  t  I t  I t  t   Qt
t t

Método de Puls

Uma tabela da relação entre Qt+t e 2.(St+t )/t


pode ser gerada a partir da relação cota – área –
volume do reservatório e através da relação entre a
cota e a vazão, por exemplo para uma equação de
vertedor.

2  S t  t 2  St
 Qt  t  I t  I t  t   Qt
t t

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