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A OCUPAÇÃO JAPONESA NA COREIA

A Ocupação Japonesa na Coreia foi responsável por uma série


de mudanças no território coreano, que vão desde infraestrutura a
alterações sociais e culturais.

Em termos de infraestrutura, a colonização japonesa


proporcionou decerto melhorias para a Coreia. No entanto, a maior
parte da estrutura que fora proporcionada pelos japoneses era para o
desfrute dos mesmos. Os coreanos passaram a ser considerados
cidadãos de segunda classe e a ter uma participação figurativa em
seu próprio território, sendo base de um sistema escravista e tendo
sua força de trabalho explorada pelas empresas japonesas, que se
instalavam na Coreia. Houve forte supressão do povo coreano, até
mesmo em termos culturais, sendo eles submetidos a um processo de
deculturação. Nomes foram trocados, a língua coreana foi proibida,
bem como os seus costumes, em uma tentativa de apagamento da
cultura coreana. O imperialismo japonês na Coreia, porém, pode ser
considerado um desencadeador de um sentimento nacionalista
coreano.

Com a derrota dos japoneses na 2ª Guerra Mundial (1939-


1945), o território japonês foi ocupado militarmente pelos EUA. Trinta
e cinco anos após o início da Ocupação Japonesa na Coreia, a
ocupação japonesa tinha o seu declínio e fim anunciados.

O declínio japonês, apesar de sugerir uma possível


independência da península coreana, em sua prática, não tomou o
rumo esperado. As principais potências mundiais (EUA, URSS e Grã-
Bretanha) decidiram interferir no país através da Conferência de
Yalta1, e o país, até então unificado, foi dividido, em comum acordo,
pelas tropas soviéticas e norte-americanas. A divisão foi feita com
base no que ficou conhecido como o paralelo 38°2 e cada país passou

1Também conhecida como Conferência de Crimeia.


2A linha imaginária estabelecida a 38 graus da linha do Equador, a qual divide
os territórios coreanos norte e sul.
a ‘tutelar’ uma metade da Coreia – soviéticos no norte e americanos
no sul – e responsável por eliminar as tropas japonesas
remanescentes da península coreana.

Durante o processo de desocupação japonesa, URSS e EUA


auxiliaram o estabelecimento novos governos aos países que ali se
estruturavam. No norte, liderado pelo Partido Comunista e Kim Il-
Sung, surgia a República Democrática Popular da Coréia (atual
Coreia do Norte). E no sul, a República da Coreia (atual Coreia do
Sul), tendo como líder Syghman Rhee. Entre 1948 e 1949, após as
potências encaminharem os governos em suas respectivas áreas, as
tropas soviéticas e norte-americanas retiraram-se da Coreia3.
Apesar de dividida, o desejo de reunificação da Coreia era
mútuo, os discursos radicais e ameaças eram crescentes e o risco de
uma guerra civil era real. É nesse momento que as sementes da
futura Guerra da Coreia começam a germinar. Nesse contexto, é
importante que tenhamos em mente que a divisão territorial realizada
pelos EUA e URSS e o conflito protagonizado por esses países – a
Guerra Fria (1947 - 1991), bem como a Revolução Chinesa (1949 -
1976) colaboraram fortemente para a deflagração do conflito.
Em meio às correntes ameaças trocadas entre Sul e Norte, Kim
Il-Sung tenta convencer Josef Stalin, líder da URSS, a apoiar seu
plano de reunificação da Coreia através da força das armas.
Inicialmente, Il-sung não obteve apoio soviético, isso porque, para
Stalin, apoiar uma ofensiva contra os EUA poderia atingir grandes
proporções. Com a ascensão e vitória do PCC4 de Mao Zedong5 na
guerra civil chinesa contra os nacionalistas, URSS e a China se
aproximam bastante. Sob o panorama de transformações geopolíticas
no leste asiático, Kim Il-sung tenta angariar novamente o apoio de
Stalin em sua tentativa de reunificação das Coreias. Sob o argumento
de uma ofensiva rápida o que impediria uma reação norte-americana

3 Indícios recentes mostram que mesmo após a retirada das tropas da URSS, os
contatos e intercâmbios militares, tecnológicos e econômicos entre este país e a Coreia
do Norte continuaram muito intensos (Mannarino, 2014)
4
Partido Comunista Chinês.
5
O nome pode ser transcrito como Mao Zedong e como Mao Tsé-Tung.
e apoiado pelos chineses, Stalin decide apoiar o plano de invasão
norte-coreano.
Decerto, o novo peso político da RPC6 teve um forte poder de
influência na decisão de Stalin em apoiar o plano norte-coreano. Isso
pois, a China de Mao Zedong, nutrida por ideais internacionalistas de
revolução, possivelmente apoiaria o plano norte-coreano e, apesar de
ser uma aliada, o crescimento da China, sugeria uma ameaça a
liderança soviética, especialmente no leste asiático.

6
República Popular da China.

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