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Mário Quintana
1. Introdução
De outro passo, na Idade Moderna não houve nenhuma mutação no que diz
respeito aos parâmetros consagrados pela Idade Média, com exceção do
despotismo dos senhores feudais, que foi substituído pelo dos monarcas, que
haveriam de dar prosseguimento à disposição compulsória dos bens particulares,
quando entendessem ser passíveis de interesse público.
Essas leis vigoraram até 1993, ano em que o Decreto nº. 1.021, de 26 de
agosto, mandou aplicar a todas as obras da União e do Distrito Federal, o Decreto
nº. 816 e autorizou o Poder Executivo a promover a consolidação da legislação
expropriatória. O Decreto nº. 1.021 criou a figura da imissão de posse liminar, o
direito de retrocessão (in casu de não ter sido feita a obra), entre outras inovações
jurídicas, porém, só tinha vigência para as obras da União e do Distrito Federal,
logo, não era aplicável a Estados e a Municípios.
Esta preocupação exaltada por Bielsa, não havia no Estado do século XIX.
Naquela época, prevalecia o liberalismo, no qual o Estado se fazia representar por
meio da invisible hand. Além disso, o Governo não se intrometia em questões
atreladas à produção e ao comércio. O vocábulo "imposto" causava extrema
repugnância aos conservadores adeptos do livre comércio. Os filósofos
acreditavam que a natureza é o melhor guia do homem e que Deus dispôs as coisas
de tal forma que, se os homens e as mulheres forem deixados livres para buscar
seus próprios e legítimos interesses, eles vão naturalmente agir favorecendo o
melhor para a sociedade. Segundo o economista escocês Adam Smith, um dos
ícones do Liberalismo:
2.2 - Propriedade
De outra banda, o art. 182, § 2º, da Lei Fundamental, aduz que sempre
quando atender às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no
plano diretor, a propriedade urbana estará a cumprir sua função social. No que diz
respeito a esta política urbanística adotada, quem diz o Direito é o plano diretor
municipal que, ipso facto, haverá de defrontar-se com os interesses relativos aos
particulares detentores das propriedades, em possíveis discussões judiciais. Esse
confronto é notório, eis que de um lado se tem o interesse privado, representado na
pessoa do proprietário, e de outro lado o interesse público, representado na pessoa
do Estado, ambos querendo fazer o seu direito prevalecer sobre o direito do outro.
Evidentemente, o Estado leva uma larga vantagem nessa disputa, tanto que a
Constituição concede ao Município os poderes devidos para realizar a intervenção
na propriedade privada, impondo ao dono da propriedade a coação de diligenciar o
aproveitamento do solo urbano não utilizado, subutilizado ou não edificado,
sempre que infringir os regramentos implícitos no plano diretor. O parcelamento
ou a edificação compulsória do solo e, em caso de última instância, a promoção da
própria desapropriação, são as medidas administrativas a serem tomadas pelo
Município, quando da recalcitrância do particular em não atender o que lhe foi
exigido.
Embora não esteja implícito na Lei Fundamental do Brasil, não há como
excluir desta discussão, dada a sua extrema relevância, a Lei nº. 10.257, de 10 de
julho de 2001, mais conhecida no âmbito doutrinário como Estatuto da
Cidade. Este estatuto vislumbra a consolidação do Plano Diretor dos Municípios,
para cidades com população acima vinte mil pessoas, ao passo que autoriza o
Município a estabelecer uma Política de Desenvolvimento Urbanístico mais eficaz
e dinâmica e dá origem a institutos jurídicos novos. Para o ínclito professor José
Maria Pinheiro Madeira, "um dos aspectos mais consideráveis da nova lei é que
com ela se institui de forma mais incisiva a gestão participativa da cidade na
administração democrática e justa [12]". O Estatuto da Cidade regra a propriedade
urbana objetivando o bem da coletividade, o bem-estar do Município, a segurança
e o equilíbrio ambiental. Trata-se de um procedimento legal que pode trazer
benefícios consideráveis ao Estado e ao povo, sempre na tentativa de fazer as
cidades do Brasil evoluir, dependendo apenas da boa vontade da sociedade e da
higidez dos atos provindos de seus governantes.
2.4 - Competência
2.5 - Fundamentação
Expressão que denomina o princípio pelo qual o interesse público deve ter
preferência sobre a propriedade privada, embora sem eliminá-la. O princípio da
função social da propriedade é conseqüência do intervencionismo do Estado na
esfera individual, a fim de concretizar uma visão social de bem comum [16].
Para que a propriedade atenda sua função social deve o Estado regulá-la
de maneira que produza melhores benefícios para todos e não apenas para seu
proprietário [18]. O que se quer alcançar com essa medida é o bem-estar coletivo, e
não apenas o individual de quem tem a propriedade do bem. Exige-se que a
fruição da propriedade seja condicionada nesse sentido, com o objetivo de evitar o
uso indevido do bem, seja por meio de negligência, fraude, ou qualquer ato
imbuído de má-fé. O progresso da sociedade depende, inevitavelmente, da
evolução do instituto da propriedade. Mesmo que a res não pertença a todos, ela
deve gerar o bem do povo em geral. A Magna Carta Brasileira não nega o direito
exclusivo do dono sobre sua propriedade, apenas regra sua atuação para que aja
em prol do bem comum.
Embora a função social da propriedade ainda venha sendo negada por uma
parte quase insignificante da doutrina, além de alguns determinados sistemas
legislativos, atualmente ela não é mais uma ficção, mas sim uma realidade
concreta, um principio tutelado e ad-rogado por doutrinadores de grande expressão
no cenário jurídico mundial, que não cansam de exaltar a relevância deste instituto
para os proveitos da sociedade.
3. Intervenção Supressiva
3.1 Conceituação
À luz da análise das conceituações retro, salta aos olhos três pontos de
convergência entre todas: a perda da propriedade de modo compulsório, a
qualidade de direito público (eis que o princípio da supremacia do interesse
público fundamenta a desapropriação) e o ressarcimento pecuniário de direito. A
supressão do bem imóvel distingue a desapropriação das outras formas de
intervenção estatal na propriedade privada (que tem como meta apenas restringir o
uso daquela res, e não apossar-se dela). Quanto ao aspecto da qualidade de direito
público, é mister frisar que diz respeito à superioridade do interesse público sobre
o particular, já repisado em pontos anteriores. Sequencialmente, a questão acerca
da indenização justa, como este modo interventivo subtrai do patrimônio do
cidadão o seu bem, este é cambiado por um valor em dinheiro condizente, com
exceção da desapropriação de gleba nociva, na qual se mostra incabível qualquer
tipo de ressarcimento.
Assim, quer por ofensa ao due proccess of law, quer pela afronta à exigência de
prévia indenização, e, principalmente, por afronta aos princípios da separação dos
[27]
Poderes, são inconstitucionais os §§ 4º e 5º do art. 1.228 do Código Civil .
[grifo nosso]
3.4 Requisitos
3.5 Espécies
Num plano universal, ter idoneidade para exercer o papel de sujeito ativo
sugere três estirpes de competência, a saber: competência para legislar sobre a
matéria, para promover a desapropriação e para desapropriar. A única pessoa que
detém legitimidade para figurar no pólo ativo da lide, no que se refere à
competência para legislar sobre a desapropriação, é a União Federal. Esta
colocação é respaldada pelo disposto no art. 22, II, da Magna Carta, ao regrar que
"compete privativamente à União legislar sobre desapropriação".
3.7 Objeto
3.7.2 Peculiaridades
3.8 Procedimento
A legislação dá margem a uma série de atos que precisam ser tomados pela
figura do expropriante para que a expropriação não tenha a sua legitimidade
prejudicada, ou venha a ser declarada nula. Nos termos da lei, para a propriedade
ter condições de integrar o patrimônio público através da desapropriação, é preciso
que o Estado aja em conformidade com o procedimento expropriatório previsto,
enfrentando, inevitavelmente, as duas fases deste, quais sejam: a fase declaratória
e a fase executória. Assevera-se que são duas fases consecutivas (primeiro se
passa por uma para depois adentrar na outra) e que não se confundem devido as
suas diferenças.
O ato de declaração, para ser considerado hígido, deverá ter descrito no seu
âmago os elementos que se seguem: o sujeito passivo da ação expropriatória (o
expropriando), a análise do bem a ser expropriado (identificação, medidas,
caracteres relevantes, etc.), o rumo que será dado ao bem, (o que será feito com
ele, de que forma será utilizado em prol da coletividade), o embasamento legal, os
recursos do orçamento que serão direcionados à quitação da despesa e a
declaração de necessidade pública, utilidade pública ou interesse social.
C)fixação do estado físico da coisa, sobre o qual será calculado o seu valor
e arbitrada a indenização;
Não se quer, com isso, causar prejuízo às partes interessadas, mas sim,
garantir a celeridade do processo de desapropriação do bem. Se em meio ao
processo fossem aceitos pedidos de magnitude diversa da exposta no art. 20, da
Lei das Desapropriações, haveria lentidão processual, uma demora demasiada para
a resolução da lide formada. Assim, sem desrespeitar os Princípios da Celeridade
Processual e do Devido Processo Legal (Due Proccess of Law) [65], a lei mantém a
sua imparcialidade ao permitir que o interessado busque, através de outras vias
abertas de justiça, os direitos que entende terem sido suprimidos.
Ora, o direito de extensão nada mais é que o pedido de que seja estendida a
expropriação à totalidade do bem imóvel, requerendo seja alguma parte da
propriedade, que não foi aproveitada em separado, incluída. É um meio de
proteger o indivíduo expropriado, até porque, a meta da desapropriação não é
prejudicá-lo, embora se trate de uma forma compulsória de se tomar um bem. O
fato é que o particular tem garantido o direito de receber uma justa indenização
pela sua propriedade, que haverá de ser inteiramente vendida, sem perdas para
nenhuma das partes, nos moldes propostos pela legislação.
3.9 Indenização
Quanto aos juros, Carvalho Baptista aduz que consistem num mecanismo
jurídico que dá permissão aos credores de obter a adequada restituição dos
créditos, assim, os juros têm servido como uma espécie de "recompensa" para o
atraso no adimplemento de obrigações como ganho efetivo pelo emprego do
capital correspondente ao crédito [70]. Os juros compensatórios são aqueles que o
devedor deve pagar como meio de recompensa pelo uso do capital do credor,
enquanto os juros moratórios são devidos em razão da mora, pela falta de
pontualidade na devolução do dinheiro.
Por outro lado, o cálculo dos juros moratórios deve obedecer ao art. 15-B,
do Dec-lei 3.365/41, do qual se depreende que a base desse cômputo é a mesma
atribuída aos juros compensatórios (até 6% ao ano), a contar do dia 1º de janeiro
do exercício seguinte aquele em que o pagamento deveria ser feito, consoante o
determinado pela Lei Fundamental em seu art. 100. Com o advento da Medida
Provisória 2.183/2001, houve o acréscimo do art. 15-B à Lei das Desapropriações,
ipso facto, restou cancelada a Súmula 70, do Superior Tribunal de Justiça [74], que
antes fornecia o embasamento legal de como se calcular o valor a ser cobrado do
expropriante, em razão da demora no pagamento do preço fixado em sentença pelo
bem expropriado.
Urge aclarar que na expropriação para fins de reforma agrária a indenização será
fixada consoante a Lei Complementar nº. 76/93 (com mudanças feitas pela Lei
Complementar nº. 88/96 e pela Medida Provisória nº. 2.183/2001) c/c as Leis nº.
8.629/93, fundamentalmente no que se refere ao art. 12 em seu inteiro teor, e nº.
8.177, em seu art. 18, §§3º, 4º e 6º.
Prédios residenciais urbanos que sejam habitados pelo próprio dono ou por
terceiro, que seja firmatário de promessa de compra e venda devidamente inscrita
no Registro de Imóveis, têm o seu tratamento delimitado pelo Dec-lei 1.075/70.
Segundo o dispositivo retro, caso o proprietário do bem não concorde com o valor
oferecido, terá o direito de impugnar o preço, dentro do prazo de cinco dias,
contados a partir da intimação deste. Vale lembrar, que o valor atribuído à res é
aquele que, no entender do Poder Público, figura como o mais coerente. No caso
de haver a impugnação, o Magistrado indicará um perito (se for preciso) para que
seja elaborado um laudo sobre o bem objeto da expropriação, que deverá ser
entregue em até cinco dias. Desta sorte, o juiz, em 48h, determinará o preço
provisório do bem.
Não se pode perder de vista que nem todo plano de urbanização implica
necessariamente desapropriação. Seria, sem dúvida, bem melhor atingir o
resultado final almejado pelo Poder Público sem ter que desapropriar e graças a
um comportamento conveniente voluntário dos particulares, simplesmente
estimulados ou induzidos pela Administração [95] [não sublinhado no original].
Outro caso que merece menção é o disposto no art. 182, § 4º, da Lei
[97]
Fundamental . O propósito deste meio de expropriação é garantir o correto
aproveitamento do solo urbano por seu parcelamento e edificação. O substrato
constitucional é que dá ensejo à possibilidade de transmissão, como no caso
expropriatório anterior, estando esta definida no art. 8º, §5º, da Lei 10.257/01 [98].
Os deveres e obrigações provenientes de parcelamento, edificação ou utilização,
os quais a pessoa do desapropriado era sujeito, caberão aquele que assumir o
dominium do bem imóvel, seja via concessão de uso ou por alienação. Em não
havendo o cumprimento das medidas exigidas para o exercício da posse desta
propriedade, ficará o "novo dono" sujeito às punições impostas no art. 182, §4º, da
Magna Carta, podendo até perder a res por intermédio da expropriação.
3.13 Retrocessão
É imperioso explanar que, para ter direito à ação de retrocessão, não basta
o bem expropriado não ter a destinação projetada na ação expropriatória, eis que,
além disso, não pode ser utilizada para serviços ou obras públicas. O que
configura este instituto, além da hipótese recém mencionada, é o desvio de
finalidade (também conhecido como tredestinação) ou, ainda, a transferência a
terceiros, nos casos em que não há essa possibilidade. A doutrina dá o nome de
"tredestinação lícita" quando da mudança legal do fim da desapropriação (de uma
finalidade inicial pública para uma finalidade consumativa também pública). Pode,
v.g., a Prefeitura do município de Porto Alegre desapropriar um determinado
terreno pertencente a Fulano de Tal, inicialmente, com intuito de construir um
posto de saúde, e depois modificar para a construção de uma delegacia de polícia,
que não estará dando ensejo a uma futura ação de retrocessão. Diz o jurista
argentino Roberto Dromi que "tal acción opera como un derecho patrimonial
transmisible, que puede ser ejercido tanto por su titular (el expropiado) como por
sus sucesores a titulo univeral o singular [110]".
3.13.2 Tredestinação
3.13.3 Prescrição
3.14 Desistência
4. Conclusões
5. Referências Bibliográficas
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. 2. ed. São Paulo: Global, 1985.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil: Direitos Reais. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2005. Vol. 5.
Notas
01
BIELSA, Rafael. Derecho administrativo. 6.ed.Buenos Aires: La Ley,
1964. Tomo I. p. 146.
02
SMITH, Adam. A riqueza das nações. 2. ed. São Paulo: Global, 1985.
Livro IV. Capítulo 2.
03
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de direito administrativo.
11. ed. rev. atual. Rio de Janeiro: Forense, 1997. p. 275.
04
RIZZARDO, Arnaldo. Direito das coisas: lei n° 10.406, de 10.01.2002.
Rio de Janeiro: Forense, 2004. p. 191.
05
O art. 527 do Código Civil Brasileiro fornece supedâneo jurídico a esse
cunho exclusivo ao prever que "o domínio presume-se exclusivo e ilimitado até
prova em contrário".
06
HARADA, Kiyoshi. Desapropriação: doutrina e prática. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2002. p. 21-2.
07
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo.
12. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005. p. 689.
08
BASAVILBASO, Benjamin Villegas. Derecho administrativo, 1956; apud
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 30 ed. atual. São
Paulo: Malheiros, 2005. p. 573.
09
MEIRELLES, Hely Lopes. op. cit., p. 575.
10
GASPARINI, Diógenes. 10. ed. rev. atual. São Paulo: Saraiva, 2005. p.
670.
11
CARVALHO FILHO, José dos Santos. op. cit., p. 689.
12
MADEIRA, José Maria Pinheiro. Estatuto da Cidade. Considerações
introdutórias. Jus Navigandi, Teresina, a. 7, n. 60, nov. 2002. Disponível em:
13
MEIRELLES, Hely Lopes. op. cit., p. 575.
14
CARVALHO FILHO, José dos Santos. op. cit., p.691.
15
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 18.
ed. rev. atual. São Paulo: Malheiros, 2005. p. 21.
16
ACQUAVIVA, Marcus Cláudio. Dicionário acadêmico de direito. 2. ed.
rev. atual. São Paulo: Editora Jurídica Brasileira. p. 369.
17
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito administrativo. São Paulo:
Celso Bastos, 2002. p.316.
18
BUZAID, Alfredo. Ação renovatória. 1958; apud ARAÚJO, Edmir Netto
de. Curso de direito administrativo. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 993.
19
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 18. ed. São
Paulo: Atlas, 2005. p. 94.
20
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Curso de direito administrativo.
11. ed. rev. atual. Rio de Janeiro: Forense, 1997. p. 283.
21
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 9. ed. rev. atual. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. p. 408.
22
DROMI, Roberto. Derecho administrativo. 10. ed. Buenos Aires - Madrid:
Ciudad Argentina, 2004. p. 951.
23
ARAÚJO, Edmir Netto de. op. cit., p. 1007-8.
24
HARADA, Kyioshi. Desapropriação: doutrina e prática. 4. ed. São Paulo:
Atlas, 2002. p. 35.
25
SALLES, José Carlos de Moraes. A desapropriação à luz da doutrina e da
jurisprudência. 4. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2000. p. 60.
26
FIGUEIREDO, Pedro Henrique Poli de. Da Inconstitucionalidade dos §§
4º e 5º do art. 1.228 do Novo Código Civil. In: GERMANO, Luiz Paulo
Rozek(Org.); GIORGIS, José Carlos Teixeira(Org.). et tal. Lições de Direito
Administrativo: Estudos em Homenagem a Octavio Germano. Porto Alegre:
Livraria do Advogado Ed., 2005. p. 93.
27
Idem, ibidem.
28
RIZZARDO, Arnaldo. Direito das coisas: lei n° 10.406, de 10.01.2002.
Rio de Janeiro: Forense, 2004. p. 398.
29
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. op. cit., p.283.
30
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil: direitos reais. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2005. Vol. 5. p. 278.
31
"Art.35. Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública,
não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do
processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á
em perdas e danos".
32
"Art.5º. A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por
necessidade ou utilidade, ou por interesse social. Mediante justa e prévia
indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição."
33
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito administrativo. São Paulo:
Celso Bastos, 2002. p. 319.
34
A lei 4.132/62 justifica essa desapropriação via interesse social, além de
outras previsões legais esparsas.
35
Questão preconizada no art. 182, § 4º, III, da CF, acerca da desapropriação
com vistas ao Plano Diretor do Município.
36
Caso com fulcro no art. 184, da CF, com relação à expropriação para fins
de Reforma Agrária.
37
Exemplificando, Maria Sylvia Zanella Di Pietro (Direito administrativo.
18. ed. São Paulo: Atlas, 2005. p. 152-7) fala em hipóteses de desapropriação e
modalidades de desapropriação sancionatória; em contrapartida, Celso Ribeiro
Bastos (op. cit., p.320) divide em desapropriação clássica e especial; mas José
Cretella Júnior (Tratado de direito administrativo.1.ed.Rio de Janeiro: Forense,
1994. p. 132-5. Vol. 9.) classifica em desapropriação direta, indireta e condicional.
38
GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 10 ed. rev. atual. São
Paulo: Saraiva, 2005. p. 625.
39
Subdivisão esta sugerida por José dos Santos Carvalho Filho (Manual de
Direito Administrativo. 12. ed. ver. ampl.atual. Rio de Janeiro : Lumen Juris,
2005. p. 735-6).
40
Legisla sobre diversos sentidos da desapropriação rural, tais como a
diferenciação entre benfeitorias com propósito de indenizar e o solo, e a
distribuição dos bens imóveis localizados na zona rural (a MP nº. 2.183-56, de
24/08/2001 e a Lei nº. 10.279, de 12/09/2001 modificaram este diploma legal em
alguns pontos).
41
Dispositivo que estabelece as diretrizes do procedimento contraditório
especial, do rito sumário, no caso desta espécie expropriatória (a LC nº. 88, de
21/12/1996 mudou alguns parâmetros desta lei).
42
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. op. cit., p. 156.
43
DROMI, Roberto. Derecho administrativo. 10. ed. Buenos Aires - Madrid:
Ciudad Argentina, 2004. p. 956.
44
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 18.
ed. rev. atual. São Paulo: Malheiros, 2005. p. 802.
45
O asseverado no art. 2º, § 2º, do Dl nº. 3.365/41, deve ser respeitado caso o
sujeito passivo da relação jurídica expropriatória seja pessoa jurídica de direito
público.
46
BIELSA, Rafael. Derecho administrativo. 6.ed. Buenos Aires: La Ley,
1964. Tomo IV. p. 472.
47
"Art. 2º. Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão
ser desapropriados, pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e
Territórios".
48
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito administrativo. São Paulo :
Celso Bastos, 2002. p. 339.
49
MEDAUAR, Odete Medauar. Direito administrativo moderno. 9. ed. rev.
atual. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. p. 415.
50
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. op. cit., p. 165.
51
"Súm.146. Desapropriadas as ações de uma sociedade, o poder
desapropriante, imitido na posse, pode exercer, desde logo, todos os direitos
inerentes aos respectivos títulos".
52
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo.
12. ed. rev. ampl. atual. Rio de Janeiro : Lumen Juris, 2005. p. 737.
53
Idem, p. 739; MELLO, Celso Antônio Bandeira. op. cit., p. 377;
MEDAUAR, Odete Medauar. op. cit., p.165 (apenas para ilustrar alguns
exemplos).
54
Celso Antônio Bandeira de Mello (op. cit., p. 803) esclarece que não há
possibilidade da moeda corrente do País ser expropriável por se tratar do próprio
meio de pagamento do bem expropriado, mas que, todavia, dinheiro estrangeiro ou
moedas raras podem ser desapropriados.
55
Segundo o art. 26, § 1º, do Dl 3.365/41.
56
FAGUNDES, M. Seabra. Da desapropriação no direito brasileiro. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1949. p. 67.
57
MACHADO, Guilherme Pinho. Responsabilidade civil do estado e
intervenção no direito de propriedade. Porto Alegre: Ed. Nova Prova, 2004. p. 90.
58
A Administração Pública não se encontra na obrigatoriedade de arcar com
despesas futuras que o dominus venha a contrair com a construção feita após a
declaração de expropriação ou com qualquer tipo de ressarcimento pecuniário
referente. Nesta mesma senda, a Súmula 23, do STF impõe que: "Verificados os
pressupostos legais para o licenciamento da obra, não o impede a declaração de
utilidade pública para desapropriação do imóvel, mas o valor da obra não se
incluirá na indenização, quando a desapropriação for efetivada".
59
ACQUAVIVA, Marcus Cláudio. Dicionário acadêmico de direito.
2.ed.rev.ampl. e atual. São Paulo: Editora Jurídica Brasileira, 2001. p. 146.
60
CRETELLA JÚNIOR, José. Tratado de direito administrativo. 1.ed.Rio de
Janeiro: Forense, 1994. Vol.9. p. 237.
61
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 18.
ed. rev. atual. São Paulo: Malheiros, 2005. p. 804-5.
62
FREITAS, Juarez Freitas. Estudos de direito administrativo. 2.ed. São
Paulo: Malheiros Editores,1997. p. 96.
63
"Art. 9º. Ao Poder Judiciário é vedado, no processo de desapropriação,
decidir se se verificam ou não os casos de utilidade pública".
64
"Art. 20. A contestação só poderá versar sobre vício do processo judicial
ou impugnação do preço; qualquer outra questão deverá ser decidida por ação
direta".
65
A doutrina entende que este princípio seria infringido se a legislação não
desse a chance da parte legítima suscitar dúvidas quanto a outras questões (tais
como o desvio de finalidade por parte do Estado, ou até mesmo a não incidência
de interesse social, necessidade pública ou interesse público). Seria o mesmo que
negar o direito à ampla defesa e ao contraditório, eis que o particular teria a
obrigação de aceitar a ação nos moldes em que foi proposta pela Administração
Pública, sem ter a faculdade de dizer o contrário ou defender-se.
67
BAPTISTA, Débora de Carvalho; PELEGRINI, Márcia. Precatórios
Judiciais Decorrentes de Expropriação - Conteúdo e Extensão do Princípio da
Justa Indenização. Revista Interesse Público, São Paulo, vol. 5, n. 17, p. 80,
jan/fev 2003.
68
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil: direitos reais. 5.ed. São Paulo:
Atlas, 2005. Vol. 5. p. 287.
69
ARAÚJO, Edmir Netto de. Curso de direito administrativo. São Paulo:
Saraiva, 2005. p. 1026-9;
70
BAPTISTA, Débora de Carvalho; PELEGRINI, Márcia. op. cit., p. 85.
71
"Súm. 164. No processo de desapropriação, são devidos juros
compensatórios desde a antecipada imissão na posse, ordenada pelo juiz, por
motivo de urgência".
72
"Súm. 618. Na desapropriação, direta ou indireta, a taxa dos juros
compensatórios é de 12% ao ano".
73
"Súm. 69. Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos
desde a antecipada imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da
efetiva ocupação do imóvel".
74
"Súm. 70. Os juros moratórios, na desapropriação direta ou indireta,
contam-se desde o trânsito em julgado da sentença".
75
Todas as dúvidas pendentes quanto ao pagamento de honorários de
advogado e seus cálculos para tanto, foram sanadas quando da publicação da Lei
2.786, de 21 de maio de 1956, que inseriu um §1º ao art. 27, da Lei das
Desapropriações.
76
"Súm.131. Nas ações de desapropriação, incluem-se no cálculo da verba
advocatícia as parcelas relativas aos juros compensatórios e moratórios,
devidamente corrigidas".
77
"Súm.141. Os honorários de advogado em desapropriação direta são
calculados sobre a diferença entre a indenização e a oferta, corrigidas
monetariamente".
78
FERRAZ, Sérgio. A justa indenização na desapropriação. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 1978. p. 66-7.
79
Quase sempre quem paga essa quantia é o expropriante, eis que
dificilmente a condenação será igual ao valor oferecido pelo bem. Como bem
alerta José dos Santos Carvalho Filho (Manual de direito administrativo, 12.
ed.rev.ampl.atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005. p. 778), com a mudança
notoriamente desajustada relativa à porcentagem dos honorários de advogado (o
CPC fixa os limites de 10% a 20%, enquanto o Dl 3.365/41 limita de 0,5% a 5%)
e a instantânea desvalorização do trabalho profissional da classe, evidencia-se o
estímulo à Administração Pública em ofertar valores bem abaixo da expectativa,
tendo em vista, entre outros fatores, o percentual irrisório condizente aos valores a
serem recebidos pelo procurador do réu.
80
BAPTISTA, Débora de Carvalho; PELEGRINI, Márcia. op. cit., p.88.
81
"Súm. 561. Em desapropriação é devida a correção monetária até a data
do efetivo pagamento da indenização, devendo proceder-se à atualização do
cálculo, ainda que por mais de uma vez".
82
ARAÚJO, Edmir Netto de. op. Cit., p. 1028.
83
"Art. 26. No valor da indenização, que será contemporâneo da avaliação,
não se incluirão os direitos de terceiros contra o expropriado".
84
Ela é prévia porque não é definitiva, embora possa vir a ser definitiva no
futuro, ensina José Carlos de Moraes Salles (op. cit., p. 342). Apenas para constar,
a imissão de posse permanente é tratada no art. 29, da Lei das Desapropriações.
85
De acordo com o art. 15, §§ 2º e 3º, da Lei das desapropriações, essa
urgência não pode ser alegada novamente após o término do prazo de 120 dias, eis
que o direito não terá mais como ser exercido, em face da caducidade provocada.
86
FREITAS, Juarez Freitas. Estudos de direito administrativo. 2.ed. São
Paulo: Malheiros Editores,1997. p. 97.
87
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo.
12. ed. rev. ampl. atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005. p. 745.
88
Foi adotada a classificação elaborada por Maria Sylvia Zanella Di Pietro
(Direito administrativo. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2005. p. 174-7), também
utilizada por José dos Santos Carvalho Filho (op. cit., p. 746-8), por questões de
didática.
89
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 18.
ed. rev. atual. São Paulo : Malheiros, 2005. p. 815.
90
FAGUNDES, M. Seabra. A desapropriação no direito brasileiro. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1949. p.100.
91
Os doutrinadores Guilherme Pinho Machado (Responsabilidade civil do
estado e intervenção no direito de propriedade. Porto Alegre: Ed. Nova Prova,
2004. p. 104-5), Celso Antônio Bandeira de Mello (op. cit., p. 816) e Kiyoshi
Harada (Desapropriação: doutrina e prática. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002. p.89-
91) são alguns exemplos que justificam esta teoria.
92
"Art. 5º. Consideram-se casos de utilidade pública:
(...)
93
RIZZARDO, Arnaldo. Direito das coisas: lei n° 10.406, de 10.01.2002.
Rio de Janeiro: Forense, 2004. p. 417.
94
O art. 44, da Lei 6.766, de 19 de dezembro de 1979, que trata do
parcelamento do solo urbano, prega que: "O Município, o Distrito Federal e o
Estado poderão expropriar áreas urbanas ou de expansão urbana para
reloteamento, demolição, reconstrução e incorporação, ressalvada a preferência
dos expropriados para a aquisição de novas unidades".
95
DALLARI, Adilson Abreu. Desapropriações para fins urbanísticos. Rio
de Janeiro: Forense, 1981, p. 60-1.
96
A meta da desapropriação com fins de reforma agrária é realizar a
distribuição dos bens imóveis para que sejam cumpridas as suas respectivas
funções sociais, de acordo com o art. 186, da CF.
97
"Art. 182, § 4º. É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei
específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal,
do proprietário do solo urbano não edificado ou não utilizado, que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
98
"Art. 8º. Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que
o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou
utilização, o Município poderá proceder à desapropriação do imóvel, com
pagamento em títulos da dívida pública.
100
HARADA, Kiyoshi (Desapropriação: doutrina e prática. p. 171), por
exemplo, diz que "não chega a ser um instituto de direito por se tratar de um mero
instrumento processual para forçar o Poder Público a indenizar o ato ilícito,
representado pelo desapossamento da propriedade particular, sem o devido
processo legal, que é a desapropriação".
101
BESSONE, Darcy. Direitos reais. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1996. p. 227.
102
"Art. 159. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou
imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar
o dano".
103
MALUF, Carlos Alberto Dabus. Teoria e prática da desapropriação. 2.
ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1999. p. 269.
104
A prescrição era regida não pelo Dl nº. 20.910, de 6 de janeiro de 1932, no
qual vigia o prazo de 5 anos para as ações contra a Fazenda Pública, mas o
disposto no Código Civil de 1916 que previa para o usucapião extraordinário o
prazo de 20 anos. Todavia, a MP nº. 2.183/01 mudou a redação do art. 10, do Dl
nº. 3.365/41, propondo o prazo de 5 anos para as ações de desapossamento.
Acontece que a ADIn nº. 2.260/DF foi acolhida, e como ela objetava sobre a MP
nº. 2.183/01, esta foi derrogada. Fato é que o Código Civil Brasileiro de 2002
trocou o prazo para as ações de usucapião extraordinário de 20 para 15 anos.
105
"Art. 1238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição,
possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de
título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual
servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis".
106
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, MiniAurélio: o dicionário da
língua portuguesa. 6. ed. Curitiba: Positivo, 2004. p. 629.
107
"Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou
não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de
preferência, pelo preço atual da coisa".
108
BIELSA, Rafael. Derecho administrativo. 6.ed. Buenos Aires: La Ley,
1964. Tomo IV. p. 483.
109
CRETELLA JÚNIOR, José. Tratado de direito administrativo. 1.ed. Rio
de Janeiro: Forense, 1994, p. 153.
110
DROMI, Roberto. Derecho administrativo, 10. ed. Buenos Aires-Madrid:
Ciudad Argentina, 2004. p. 970.
111
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo,
12. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005. p. 799.
112
"Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se
extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206".
113
MACHADO, Guilherme Pinho. Responsabilidade civil do estado e
intervenção no direito de propriedade. Porto Alegre: Ed. Nova Prova, 2004. p.
107.