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DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL E
GEOGRAFIA (*)
( Coment á rio sobre uma abordagem geogr áfica )

ARMANDO CORR Ê A DA SILVA


A Geografia Econ ómica no Brasil desenvolveu-se segundo qua-
tro temas que foram sucessivamente se impondo em vista das trans
formações ocorridas nos ú ltimos 30 anos .
-
O primeiro deles refere-se aos recursos naturais e, posteriormente,
.
aos recursos humanos Começou a ser desenvolvido na década de 40,
quando, com o in ício da implantação da ind ú stria de base no Brasil,
os problemas da agricultura e pecu á ria começaram a ganhar dimensões
diferentes na perspectiva da industrialização ( 1 ) .
O segundo deles refere-se à produ ção e circula ção e foi introdu-
.
zido na década de 50 Pela primeira vez foram abordados de maneira
sistem á tica os assuntos que, de certa forma , estavam relacionados ao
desenvolvimento do mercado interno . Levantava-se aí a quest ão da
localização de atividades, relacionada ao sistema econ ómico, tendo em
.
vista as vari á veis geogr á ficas ( 2 )
O terceiro deles é recente e refere-se ao desenvolvimento e sub-
desenvolvimento, tendo surgido na d écada de 60 e início da de 70 .
Os problemas anteriores de recursos e de produ çã o e circula ção são
desenvolvidos especificamente tendo em vista essa problem á tica ( 3 ) .
O último deles foi introduzido nesta década de 70 e diz respeito
aos problemas referentes à organiza ção do espa ço, constituindo mes-
mo para alguns em uma nova orientaçã o para a Geografia . Ele englo
(*) Recebido para publicação em dezembro de 1973 .
(1 ) O trabalho mais elaborado a este respeito é o de DIRCEU L Í NO
.
DE MATTOS, As Bases Geográ ficas cia Vida Económica , in édito Aborda siste -
maticamente as variá veis geográ ficas e sua relaçã o com o homem .
.
( 2 ) É o trabalho de PIERRE GEORGE, Geografia Económica , 6 ? ed ,
Fundo de Cultura , Rio de Janeiro, 1973 .
( 3 ) Sã o os trabalhos de R . HADDOCK LOBO, Geografia Econ ómica,
.
8$ ed ., Ed . Atlas S A ., São Paulo, 1973 e ELIAN ALABI LUCCI, Geografia
.
Económica , Ed . Saraiva, São Paulo, 1973
1
f

32 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA ?

ba os anteriores, principalmente a teoria da localização, que passa a


1
í
ser vista como parte da problem á tica regional ( 4 ) . 1
Esta palestra inscreve-se no terceiro tema, o do desenvolvimento
e subdesenvolvimento .
:
A ind ú stria

A civiliza ção industrial representa o predomínio de um estilo de


vida urbano-industrial sobre as civiliza ções baseadas na agropecu á ria ,
coleta e extrativismo . Nesse sentido, ela significa um modo peculiar i
de agir, sentir e pensar a realidade, numa nova configuração espacial .
Há menos de 500 anos atr ás os agrupamentos humanos mais im-
portantes ainda estavam organizados sob a forma de civiliza ções agro -
-pastoris . As pessoas dependiam muito das condi ções do meio natu -
ral em virtude de sua tecnologia rudimentar e de há bitos e tradições
seculares . Essa situa çã o expressava-se atrav és da habitaçã o, do vestu á -
rio, da alimenta çã o, dos meios de transporte e dos sistemas de comu-
nicação Predominavam a agricultura, o pastoreio e o artesanato .
.
De 1400 a 1900 ocorreram grandes modificações que deram ori-
gem à civiliza ção industrial de nossos dias . Algumas dessas modifica-
ções foram : a centraliza çã o polí tica dos territó rios europeus, oriundos
do sistema feudal, com a formação dos Estados Modernos; o mercan-
tilismo e a forma ção do primeiro sistema colonial , com a acumula çã o
de capitais financeiros e comerciais; as descobertas t écnicas , que foram
uma das bases da primeira Revolução Industrial ; a formaçã o de m ão-
-de-obra , a partir das atividades econó micas tradicionais ou da con-
centra ção de artesã os e camponeses nas primeiras manufaturas ; a con-
centração das populaçõ es nas grandes cidades; as descobertas científi-
cas e o desenvolvimento do racionalismo europeu .
No século XX a civilização industrial indica o rumo do desenvol-
vimento aos grupos humanos, mesmo quando estes se acham antago-
i

nizados por diferentes sistemas de vida . Os países industrializados,


como os Estados Unidos, a Uni ão Soviética, a República Federal
Alem ã, a França , a Inglaterra , a It á lia , a Suécia , a Rep ú blica Democrá-
tica Alem ã , o Japã o procuram novos objetivos no desenvolvimento in-
!

( 4 ) É o trabalho de MANUEL CORREIA DE ANDRADE, Geografia


Económica, Ed . Atlas S. A ., São Paulo, 1973 .
Obs .
— Existem ainda os trabalhos de MANUEL CORRETA DE AN
DRADE, Geografia Económica do Nordeste, Ed . Atlas, S ã o Paulo, 1970 e o
- i

de LAMART1NE CARDOSO, Geografia Económica do Brasil , Ed . Fortaleza ,


.
São Paulo, 1972 . Sã o estudos regionais
i

)
JUNHO DE 1974
— N? 49 33

dustrial e na busca de novos e diferentes mercados, com os problemas


-
da í decorrentes . Fala se inclusive na sociedade pós industrial . No -
extremo oposto, os pa íses subdesenvolvidos e atrasados procuram en -
contrar seus caminhos de desenvolvimento recusando uma divis ão in -
ternacional do trabalho que os tem reduzido a meros fornecedores de
maté rias-primas e produtos primá rios em geral desenvolvimento
esse cuja diretriz principal significa a possibilidade de industrializa
— -
rem-se e superar o atraso em que se encontram em rela ção aos pri -
meiros . Isto implica na realização de modificações internas e em mu -
danças na estrutura do mercado internacional . Os grandes aconteci -
mentos do presente : “ guerra fria ” , lutas de independ ê ncia nacional ,
desmoronamento do colonialismo, crise do dólar etc .
f ícil processo dessas transforma ções .
revelam o di — -
A ind ústria apresenta-se, assim, como o elemento celular da civi -
lização contemporâ nea , apesar dos problemas que tem que enfrentar,
dos quais um dos mais recentes e agudos é o da poluição .
Fig . 1
Í NDICE OC
600 PF10DCÇÁ0

575 CRESCIMENTO DA AGRICULTURA E INDÚ STRIA


550
( 1958 )
525
500
475
450
425
400 IMffl INDUSTRIA ( 1938 * 100 >
l
375 tfr
350 AGRICULTURA ( 1934 /38 * 100 )

325 fONtt ; CUGUELMO . 1 9Í 6


300
275
250 éi -
225 ?
200
175
1 1

150 TF?- i
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125 *
100
75
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34 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA

Crescimento comparado da Agricultura e Ind ústria ( 1958 )


Índice de Produção
Agricultura Ind ústria
=
( 1934 / 38 100 ) =
( 1938 100 )
URSS 154 573
Canad á 148 310
EUA 148 291
Itália 130,5 233
Jap ã o 124 213
França 123 208
.
R . F Alem ã 120 196
Reino Unido 142 151
Fonte: R , GUGLIELMO, 1966 ( série espacial ) .

Menos dependente das condições naturais que a agricultura a in-


d ústria tem apresentado índices de crescimento superiores ao daquela ,
como o demonstra o quadro acima , onde se faz uma comparaçã o ( 5 ) .

Nos países subdesenvolvidos o crescimento industrial tem sido re-


lativamente lento, embora também superior ao da agricultura, princi
palmente em virtude da referida divisão internacional do trabalho .
-
Embora produtores e exportadores de mat é rias-primas e produtos pri
m á rios o setor agrícola é pouco desenvolvido tecnologicamente com
-
.
uma alta porcentagem de terras n ão utilizadas Estima-se que no caso
da Amé rica Latina essa porcentagem atinja perto de 90 % de solos
n ão efetivamente explorados com métodos modernos ( 6 ) .
;
O problema é diferente nos dois casos : os pa íses desenvolvidos
vêem-se às voltas com problemas de preços e excedentes ; os subdesen- t

volvidos enfrentam problemas de monopólio da terra , latif ú ndios e mi-


nif ú ndios, baixos rendimentos por hectare, necessidade de reconstitui-
ção da fertilidade natural dos solos esgotados por prá ticas agrícolas
inadequadas, e de conquista de novos espa ços económicos com o uso
de fertilizantes qu ímicos e agricultura mecanizada .
Enquanto no primeiro caso a existência de excedentes e de um
alto rendimento por hectare n ão estimulam a amplia ção das á reas cul-
tivadas, no segundo, o problema é principalmente o da modificação da
estrutura agr á ria e de ampliação das á reas utilizá veis .
i
(5 ) GUGLIELMO, R ., “ Geografia Ativa da Industria ” in A Geografia
Ativa , Dif . Europeia do Livro, Sã o Paulo, 1966, p á g . 181 .
( 6 ) LACOSTE, Y ., “ Problemas e Caracter ísticas Gerais do Terceiro
Mundo ” idempág . 60 .
1F^

JUNHO DE 1974
— N? 49 35
Nos países desenvolvidos o crescimento médio anual da produção in-
dustrial é bastante alto , como se pode verificar pelo quadro abaixo ( 7 ) :
Fig . 2

CRESCIMENTO MÉ DIO ANUAL DA


40 ÍNDICE DE
CRESCIMENTO PRODUÇÃ O INDUSTRIAL EM % '
38 MEOIO
%
36 FONTE; GUGttELUO 1S 6 S

34
32
30
28
26
24
JAPÃ O
22
20
18
16 URSS.
14
12 .
R D. ALEM Ã
R.F . ALEM Ã
10 ITÃ LIA
FRAN Ç A
8
6
4 CANADÃ
REINO UNIDO
2 X E.U.A.
0

« 4
“ 6
»
8
- 10 I ANOS

1929 /39 1938 /48 1953/ 60


Crescimento médio anual da Produção Industrial em %
1929/39 1938 / 48 1953 / 60
Japã o
URSS
4
+ 38,2
8,2 - 4,5
-|- 5,0

+ 23
+ 16
R . D . Alemã
.
R . F Alem ã + 3
— 4 ,5
— ——
+ 12
+ 1 1 ,4
— —— + 1 1 ,4
It ália
França 2 + 0,5 + 10,5
Canad á + 9 ,7 + 4 ,3
Reino Unido + 1 , 5 + 1 + 4
Estados Unidos —
+ 1 1 ,4
Fonte: R , GUGLIELMO, 1966 ( série espacial e temporal ) .
+ 2,7

(7 ) GUGLIELMO, R . , op cit . . , pág . 182 .


1

36 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA

O quadro apresenta o processo de industrializa ção nos países de -


senvolvidos . Após a primeira guerra mundial a produ ção só apresenta
índice alto na Uni ão Soviética . Durante a segunda guerra mundial a
produ ção cai . No após-guerra ela eleva se de modo geral, caracteri
- »

zando a atual fase de prosperidade.


Esse crescimento é, contudo, muito desigual segundo os setores:
a ) minas de carv ão, ind ústrias têxteis e de couro, por exemplo, avan
çam menos rapidamente que b ) automóveis, construções elé tricas, ma-
-
terial plástico, construção naval e fibras sintéticas .
No Brasil o crescimento da ind ú stria tem sido também superior
ao da agricultura, como se pode ver abaixo ( 8 ) :
Fig . 3

CRESCIMENTO DA AGRICULTURA
320 fxoicc 00
INOUSTRIA
310 ftEAL E DA INDUSTRIA NO BRASIL
300 :

290 (1949 * 100 ) l!

280
:1
270
260
250
240 1l
230
220
210 r
200 ]
190
180 „AGRICULTURA
170 /
160 /
/
/
150 /

140
130
120 •
/

110
100 FONTE ; IAM Hl , 19 Ô B

90
80
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( 8 ) IANNI, O . , Colapso do Populismo, Ed . Civilização Brasileira , Rio


de Janeiro, 1968 .

i
JUNHO DE 1974
— N <? 49 37
Crescimento comparado da agricultura e indústria no Brasil

Setor
índices do Produto Real — 1949
= 100
1947 1949 1951 1953 1955 1957 1959 1961 1962
Agricultura 89,5 100,0 102,2 111 ,7 129 , 8 138,5 148,8 167,9 177,1
Ind ústria 81,4 100,0 118,5 135,2 162,3 183,2 240,7 293,4 316,0
Fonte: OCTÁVIO IANNI, 1968 (série temporal ) .

As revoluções industriais

Para cada período de desenvolvimento industrial pode-se falar


de uma geografia que lhe é própria .
Historicamente, o caso inglês foi bem ilustrativo do que aconteceu
depois em outros pa íses e regiões .
Na Inglaterra, no período da primeira revolução industrial ( 1760 -
-1830 ) , a localização e concentração das ind ústrias teve caraclerísti-
cas especiais , que só o desenvolvimento das comunicações e de certas
descobertas técnicas iria modificar . Entre estas estão, em 1735, a da
fundição do coque e, em 1764, a utilização raais ampla da má quina a
vapor (9 ) .
Refere PIERRE GEORGE que, inicialmente, em virtude da lo -
caliza ção das quedas d’ água a ind ústria, até ent ã o dispersa , concentra
-se nas regiões acidentadas e úmidas, no século XVIII . Com a difu -
são da m á quina a vapor a concentração modifica-se: o Norte continua
-
regi ão industrial, mas as vias navegáveis tornam possível a instalação
de f ábricas ao Sul , perto dos mercados e dos centros populacionais .
Surgiu assim, pela primeira vez, a especializa ção de regiões industriais
( 10 ) .
A segunda revolu ção industrial ( 11 ) , que trouxe consigo a turbi
na a vapor, o motor a gasolina, o motor a combustão interna, mas,
-
principalmente, a utilização industrial da eletricidade, iniciou-se por
volta de 1870 . Ela trouxe consigo, sobre os efeitos da anterior, uma
nova configuraçã o espacial .

( 9 ) ASHTON, T . S ., La Revolución Industrial , Fondo de Cultura , M é


xico, 1959 .
-
.
( 10) GEORGE, P » Geografia Industrial do Mundo, Dif . Eur . do Livro,
S . Paulo, 1963 .
(11 ) PASDERMADJIAN, H . , La Segunda Revolución Industrial, Ed .
Tecnos, Madrid, 1960 .

A' .£;

38 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA

A ind ústria no Brasil


No Brasil a industrializa ção começou a ocorrer no in ício do século
passado quando, com a vinda da família Real , foi revogada a proibição
ao desenvolvimento das manufaturas que estivera em vigor ( 12 ) .
At é quase fins do século, contudo, ela é restrita , com predomí nio
.
da influência inglesa Em 1852, as 64 f á bricas existentes , produziam
chapéus, rapé, sabão, cerveja , couros envernizados, óleos vegetais, ta-
petes e oleados, seda , vidros e produtos químicos, para um reduzido
mercado consumidor, estando localizadas em S ão Paulo e Rio de Ja-
neiro principalmente .
A m áquina .
á vapor seria introduzida em 1860 Em 1867 seria
utilizada na antiga São Paulo Railway, visando à exportação de caf é .
No in ício do século XX havia uma concentração na produção de
bens de consumo, principalmente têxteis e alimenta ção .
Com a 1 guerra mundial as dificuldades de importar inaugura-
^
ram o que viria chamar-se depois de modelo de substituição de impor-
ta ções .
Nas décadas de 30 e 40 desenvolve-se a ind ú stria de bens de con-
sumo com maior importâ ncia em São Paulo e inicia-se o desenvolvi-
mento da ind ú stria de bens de produção com a inauguração de Volta
Redonda em 1946, no vale do Para íba fluminense . =

A segunda guerra mundial modifica a natureza das relações inter-


nacionais, passando os Estados Unidos a ter influê ncia dominante na
economia brasileira . É, contudo, na década de 50 que se inicia um
maior afluxo de capitais estrangeiros ao pa ís, sem que desapareça a
.
hegemonia norte-americana Nessa década h á um grande incremento
na produ çã o de bens de consumo e de produção , com o desenvolvi-
mento das indústrias automobilística, mecâ nica, química , alimentícia ,
extrativa mineral, de eletrodomésticos e outras
crescimento da oferta de petróleo e derivados e de

sustentadas pelo
eletricidade . Na
década de 60 aumenta o processo de concentra çã o de empresas para-
lelamente à interven ção estatal . Aumenta a capacidade de exporta -
ção e inaugura-se unia política de incentivos fiscais .
A distribuiçã o de participação entre Estado e capital nacional e
estrangeiro privado na economia passa a ser a seguinte ( 13 ) :

( 12 ) LUZ, N . V . , A Luta pela Industrialização do Brasil , Difusã o Euro-


peia do Livro, Sã o Paulo, 1961 .
(13 ) Associaçã o das Empresas de Crédito, Investimento e Financiamen-
to, Rio de Janeiro, 1970 .

]
JUNHO DE 1974 — W 49 39
Fig . 4

ESTADO E EMPRESAS NA ECONOMIA BRASILEIRA - 1970


fOHTt : A D ( C I f . 1370
TOTAL

I J ESTADO
feifcàLaU ESTRANGEIRAS

-
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-
Jnjra Estrutura Bens de Consumo não Duráveis
Estado 73 ,07 % Estado 6,37 %
Estrangeiras 17,25% Estrangeiras 53 , 38 %
Nacionais 9,68% Nacionais 40,25%
Bens Intermediários Comércio
Estado 52,05% Estado
Estrangeiras 34 ,60% Estrangeiras 7,02%
Nacionais 13,35 % Nacionais 92,98 %
Bens de Capital Serviços
Estado 0,00% Estado 0,00%
Estrangeiras 72,61 % Estrangeiras 8, 20 %
Nacionais 27,39 % Nacionais
!

40 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA

Bens de Consumo Duráveis Bancos

F.stfirlft 0,00% Estado 61,70%


Estrangeiras 78, 32% Estrangeiras e
Nacionais . 38,30%
Nacionais

De modo resumido a situaçã o é a seguinte: ( totais)


..
46 %
Estado ,

Estrangeiras 35 %
. 19%
Nacionais
-
Fonte: ADECIF, 1970 ( sé rie a-espacial e a temporal ) .
O Estado predomina em Infra-Estrutura e Bens Intermediá rios
.
As companhias estrangeiras predominam em Bens de Capital , Bens de
Consumo Dur á veis e Bens de Consumo n ão Durá veis . As companhias
nacionais predominam no Comércio e Serviços . O Estado controla o
sistema bancário .
No total o Estado controla cerca de 50 % do total da economia,
tendê ncia que se tem acentuado .
A situação geográ fica atual apresenta uma especialização de re-
giões na localização das empresas . O domínio é no entanto restrito
:
o Sudeste , com tend ê ncias recentes de desenvo lvimento das regi õ es
Nordeste e Sul .
Embora a exportação de produtos manufaturados venha crescen -
do, 40 % das industrias têm sua fonte de matéria prima na agro- -
no
-
setor exportad
pe
or .
cuá ria e o caf é participa com mais de 30 %
Cerca de 70 % dos bens industria lizados produzid os sao de consum o ,
com apenas 3 % de bens de produção ( 14 . )
No Sudeste já se identificam centros, regiões e complexos indus -
triais .
A localização dos estabelecimentos em 1907, nos inícios do pro -
cesso de industrialização, era a seguinte (15 ) :
Rio de Janeiro 33 %
São Paulo 16 %
Rio Grande do Sul 15 %
Outros 36 % ( série espacial )
Em 1965 a situação passou a ser a seguinte ( 16 ) :
São Paulo 52 %

(14 ) .
AZEVEDO, A . , Geografia do Brasil, C . Ed . Nacional , S Paulo,
1969 .
( 15, 16, 17 ) IBGE .
JUNHO DE 1974 — N <? 49 41
Guanabara 10 %
Rio Grande do Sul 10 %
Minas Gerais 8%
Outros 20 % ( sé rie espacial )

Quanto à evolu ção da ind ústria por ano, estabelecimentos e pes


soai ocupado, ocorreu o seguinte ( 17 ) : I

Fig .5
iao
7 EVOLUÇÀ O DA IND ÚSTRIA POR ANO , ESTABELECIMENTOS
170
160 E PESSOAL OCUPADO , EM % r
150 ( 1950 100 ) f
* *
140
f
130 f

120 f

110
100
90
80 EST À BClECHAEHroS A

PESSOAL OCUPAOO
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Cf)
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ff)
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0)

Evolução da Indústria por ano, Estabelecimentos


e Pessoal Ocupado ( 1950 ~ 100 ) •
Ano Estabelecimentos Pessoal ocupado
1907 3 258 150 841
1920 13 336 275 512
1940 49 418 781 185
1950 89 086 1 256 807
1958 123 569 1 423 548
1965 156 296 1 973 271
Fonte: IBGE . ( s érie temporal ) .
Mais expressivo que o n ú mero de estabelecimentos e o pessoa!
ocupado é, contudo, o valor da produção industrial ( 18 ) :
(18) IANNI, O . , op. cit . t pá g . 34 .
1

42 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA


'

Fig . 6

VALOR DA PRODU ÇÃ O INDUSTRIAL


50 VAIOB IM
% S Ã O PAULO
54 NOS ESTADOS
52
50
48
46
44
42
40
38
36
34
32
30
28
26
24
22
20
18 FCHTC : IANWI , 1SSI

16
14
12 SUANABARA
10
8 ..
R Q coSUL
6 RPCJANEIRO
OUTROS
4 MINAS GERAIS

2
0
_ PARANÁ
PERNAMBUCO
BAHIA


ANOS
IO o io o to o io o irj o tn o
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O) Y
— f” y» T” t y
- T"
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lO
O)
O
(
o

Valor Porcentual da Produção Industrial nos Estados


Estados /Anos 1907 1920 1938 1958
Guanabara 33 ,1 20,8 14,2 11,4
São Paulo 16,5 31,5 43,2 55,0
Rio Grande do Sul 14,9 11,0 10,7 7,7
Rio de Janeiro 6,7 7,4 5,0 6,6
Paran á 4 ,9 3,2 1 ,8 3,1
Minas Gerais 4,8 5,5 11,3 5,6
Pernambuco 4,0 6,8 4,2 2 ,8
Bahia 3,2 2,8 1,7 1,5
Outros 11,9 11,0 7,9 6,3
Total 100,0 100,0 100,0 100,0
Fonte: OCTÁVIO IANNI, 1968 (sé rie espacial e temporal ) .
!:
JUNHO DE 1974
— N <? 49 43

Caracterização do processo

A industrialização brasileira tem se realizado por etapas das quais


a mais importante foi a da substituiçã o de importa ções, tendo as duas
guerras mundiais desempenhado um papel importante . A população
ativa industrial ainda é relativamente pequena e, se for mantida a
atual tendência de investir mais em tecnologia e capital do que em
força-de-trabalho, dever á ter um ritmo de crescimento relativamente
menor nas décadas de 70 e 80 . O n ú mero de estabelecimentos dever á
continuar a crescer apesar das fusões de empresas .

Caracterização da estrutura

A industrialização concentra-se no Sudeste com São Paulo apre-


sentando o maior n ú mero de empresas , pessoal ocupado e o maior
valor da produção . Tal tend ência dificilmente poderá alterar-se a cur-
to ou médio prazo, apesar das tentativas de descentralização . Em
fun ção da composição da produção industrial e da natureza do balan-
ço de pagamentos o país ainda caracteriza-se como produtor e exporta-
dor de produtos prim á rios, apesar do crescimento das manufaturas
na pauta de exportação .

Comentário à abordagem utilizada

-
O tema desenvolvimento subdesenvolvimento em Geografia Eco-
nómica leva em consideração os problemas referentes a processo e
,

estrutura .

Duas orientações são possíveis:


A primeira , que foi a utilizada aqui, considera a estrutura como
resultado do processo . Implica no estudo do presente enquanto deter-
minado pelo passado . Ê um procedimento que se aproxima do adota
do pelo historiador cujo enfoque apreende processo e estrutura . Ê
-
diferente, contudo, do estudo do histori ógrafo, no sentido restrito, que
se interessa pelo desenrolar do processo, enquanto ao geógrafo impor-
.
ta mais a estrutura resultante ( 19 )
A outra orientação possível é percorrer o caminho inverso do que
foi percorrido aqui, fugindo a uma an á lise de causalidade determin ís-
tica . Trata-se de conhecer a estrutura do processo . Para tal é preciso

( 19 ) GEORGE, P . , “ Problemas, Doutrina e Método” , em A Geografia


Ativa, Difusão Europeia do Livro, São Paulo, 1966, págs . 17 -30 .
44 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA

descobrir, na configura ção espacial , a hierarquia dos fenômenos da


situa ção e a função que desempenham . A historicidade, contudo, pode
ser mantida porque a hierarquia pode ser suposta como definida pela
.
importâ ncia histó rica do elemento da situa ção Inclusive, essa hierar-
quia permite ser definida em função da conjugação das variá veis tem-
.
po e espaço Uma variante radical desta tend ê ncia é a consideração
apenas da vari ável espaço, sendo a hierarquia dos elementos da situa -
ção definida apenas por sua posição na estrutura ( 20 ) .

( 20 ) PHLIPPONNEAU, M . , G éographie et Action, Armand Colin , Pa -


ris, 1960 .

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