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30/07/2015 Fonte de Alimentação AC/DC ­ FEIRA DE CIÊNCIAS ... O Imperdível !

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Fonte de Alimentação AC/DC
(Postada em 1999; atualizada em 10/01/2010)
Prof. Luiz Ferraz Netto
leobarretos@uol.com.br
Direitos Reservados
Rua Argentina, 2357 ­ América
Barretos ­ 14783­192 ­ SP

Resumo teórico
Como  o  sabemos,  as  fontes  de  alimentação  constituem  uma  das  etapas  básicas  dos  equipamentos
elétricos e/ou eletrônicos.
A  função  dessa  etapa  inicial  é  'casar'  a  tensão  elétrica  fornecida  pela  rede  domiciliar/industrial  com  as
tensões  adequadas  às  demais  etapas  do  equipamento.  É  o  caso,  por  exemplo,  de  dispormos  de  uma
tensão de 117 VAC ou 220 VAC e necessitarmos de tensões de 6 VCC ou 12 VCC.
Uma  fonte  básica  simples  (ou  linear,  como  dizem  os  mais  teóricos)  é,  via  de  regra,  constituída  por  4
blocos, cada um com sua finalidade específica. Eis o diagrama de blocos:

Bloco 1­ Transformador ­ Altera os parâmetros 'tensão e corrente' de entrada AC para outro(s) valor(es)
de  'tensão  e  corrente'  de  saída  AC.  Um  dado  valor  de  tensão  de  saída  AC  podem  ser  maior,  igual  ou
menor que a tensão de entrada AC.
Bloco  2­  Retificação  ­  Retifica  os  pulsos  de  saída  do  transformador,  produzindo  uma  nova  saída
polarizada, pulsante, CC.
Bloco 3­ Filtragem ­ Filtra  a  tensão  pulsante  de  saída  do  bloco  retificador  eliminando  boa  parte  de  sua
pulsação.
Bloco  4­  Regulagem  ­  Regula  eletronicamente  a  saída  do  bloco  de  filtragem  de  modo  a  se  obter  uma
tensão  contínua  e  constante.  Esse  bloco  pode  incluir  uma  proteção  contra  diversos  'aborrecimentos',
como veremos ao final.

Transformador abaixador de tensão
Abaixo  mostramos  a  simbologia,  a  curva  característica  e  os  parâmetros  envolvidos  num  transformador
abaixador de tensão:

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Parâmetros notáveis do transformador:
      Up= tensão no primário (entrada) ; Ip= corrente no primário (entrada) ; Np= número de espiras no primário
      Us= tensão no secundário (saída) ; Is= corrente no secundário (saída) ; Ns= número de espiras no secundário
      Pp= potência absorvida no primário (entrada) ; Ps= potência entregue pelo secundário (saída)

Relações:
Up/Us= Np/Ns ; Pp = Ps (caso ideal) ; Up.Ip= Us.Is

Efeito da retificação
Há  vários  modos  de  ligarmos  diodos  retificadores  de  modo  a  converter  AC  para  CC.  Diferenciamos
retificador  de  meia­onda  e  retificador  de  onda­completa.  É  bem  mais  vantajosa  a  retificação  de  onda­
completa,  a  qual  aproveita  os  dois  semiciclos  da  tensão  alternada  disponível.  Para  tal  retificação  temos
duas  possibilidades,  a  saber:  usar  de  apenas  2  diodos  retificadores,  caso  em  que  o  secundário  do
transformador deverá apresentar uma derivação central ('center tap' ­ CT) ou usar uma ponte retificadora
com 4 diodos, caso o secundário não apresente derivação central. Esquematizemos isso:

Uma  ponte  retificadora  consta  de  4  diodos  retificadores  reunidos  num  só  invólucro,  com  2  terminais
marcados  "~"  para  a  entrada  AC  e  2  terminais  marcados  com  "+"  e  "­"  para  a  saída  polarizada  CC.  A
ponte  retifica  os  dois  semiciclos  da  tensão  alternada  (daí  o  nome  'retificação  em  onda­completa'.  Da
tensão de entrada na ponte, perde­se 1,4 V, porque cada diodo determina uma queda de potencial elétrico
de  0,7  V  (típica  da  junção  PN  de  silício);  e  há  sempre  2  diodos  em  condução  em  cada  semiciclo.  Tais
pontes, facilmente obtidas no comércio eletrônico, são classificadas pela intensidade máxima de corrente
e pela máxima tensão inversa que podem suportar. Como os diodos devem suportar os picos de tensão, a
ponte deve suportar, pelo menos, três vezes a tensão rms da saída do transformador.

Efeito da filtragem
'Filtragem'  é  ação  de  filtrar,  retirar  impurezas  ou  separar  partes  distintas  ...  que  não  é  o  caso,  em  se
tratando de corrente elétrica. Filtragem, aqui, é um jargão eletrônico para a ação de um componente cuja
finalidade  é  'acumular  cargas  elétricas',  fornecendo­as  quando  necessário.  Quem  age  aqui  como
reservatório de cargas é um capacitor de grande capacitância, notadamente o capacitor eletrolítico. Eis a
sua colocação no circuito da fonte:

A  ação  do  capacitor  de  filtragem  é  suavizar  os  'solavancos'  dos  semiciclos  provenientes  da  retificação,
convertendo­os em um fornecimento 'mais contínuo' de cargas elétricas. O diagrama a seguir destaca a
tensão 'não filtrada' (em linha pontilhada) e a CC suavizada (em linha sólida).

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Notemos aqui, que a filtragem aumenta significativamente a tensão média CC, para o valor de pico (1,4 ×
valor  RMS).  Exemplifiquemos  isso:  suponhamos  que  uma  saída  de  6  VACrms  no  secundário  do
transformador,  tenha  sido  retificada  por  uma  ponte,  da  qual  obtivemos  4,6  VCCrms  (1,4  volts  foram
perdidos na retificação). A ação da filtragem eleva essa tensão para seu valor de pico, ou seja, 1,4 x 4,6
VCCrms= 6,4 VCCpico.
Como  a  tensão  elétrica  nos  terminais  do  capacitor  cai  um  pouco  por  ocasião  das  descargas  (linha  azul
cheia,  na  ilustração  acima),  a  'filtragem'  não  é  perfeita,  resultando  assim  numa  residual  ondulação  de
tensão  (tensão  de  'ripple').  Para  muitos  circuitos  a  ondulação  (ripple)  de  10%  do  valor  da  tensão  total  é
satisfatória,  e  isso  se  obtém  com  determinado  valor  (C)  da  capacitância  do  capacitor  eletrolítico.  Eis  a
expressão para esse cálculo:

Capacitância para 10% de ripple = C = 5.Is/Us.f

onde: C é a capacitância do capacitor de filtragem, em farads (F); Is é a intensidade de corrente de saída,
em ampères (A); Us é a tensão de entrada, em volts (V) [este é o valor de pico da tensão não filtrada]; f é
a freqüência da tensão AC, em hertz (HZ) [no Brasil, 60 Hz].

Sem dúvida, quanto maior a capacitância do capacitor de filtragem, menor a ondulação da saída CC!

Efeito da regulagem
Circuitos  integrados  reguladores  são  encontrados  no  comércio  eletrônicos  quer  com  valores  fixos  de
tensões de saída (5, 6, 9, 12, 15VCC, etc.), quer com saída variável. São classificados, além disso, pela
intensidade máxima de corrente que podem controlar.

Há uma quantidade substancial de reguladores de tensão no mercado. A maioria deles incluem proteção
automática de excesso de consumo (proteção de sobrecarga) e térmica (proteção de sobre­aquecimento).

Parte experimental ­­­ descrição
Essa é uma fonte de alimentação bastante especial, própria para: laboratórios científicos (física, química,
biologia etc.), experimentações em salas de aula e para exposições em Feiras de Ciências.

Ela fornece tensões alternadas fixas (6VAC e 12 VAC) e contínuas, na faixa de 0 a 12VCC, sob corrente
de intensidade até 2A. Além disso, apresenta proteção contra eventuais e breves curtos­circuitos quando
manuseada por pessoas inexperientes (ou curiosas).

Circuito
Conforme pode­se observar no diagrama de blocos da ilustração a seguir, essa fonte apresenta:

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a) Bloco  ou  etapa  do  transformador,  que  reduz  a  tensão  da  rede  (110/220VAC)  para  (6  +  6)  VAC,  com
secundários  para  2A.  O  transformador  apresenta  "center­tap"  (derivação  central)  no  secundário;  desses
três terminais recolhemos diretamente as tensões alternadas de 6 e 12 volts.

Usaremos  dessas  tensões  para  a  alimentação  de  lâmpadas  de  colimadores  da  óptica,  amperímetros
térmicos,  pequemos  motores  de  indução,  experiências  com  correntes  induzidas  e  muitos  outros
experimentos onde estes valores de tensão alternada, de freqüência 60Hz, for necessária.

b) O segundo bloco efetua a retificação da corrente. Usamos, para tal finalidade, uma ponte retificadora
com 4 diodos de silício, tais corno 1N4004, 1N4007, BY127 etc. Essas pontes podem ser adquiridas nas
casas do ramo, como um componente único, dotado de 4 terminais.

c) O bloco da filtragem, incumbe­se de minimizar as flutuações na tensão contínua obtida, constando de
um capacitor eletrolítico de grande capacitância (adotamos um de 2000 mF x 25 V).

d) O bloco seguinte ocupa­se da regulagem eletrônica da tensão de saída, mantendo­a no nível desejado.
Constitui­se de um transistor de potência (2N3055), um diodo zener para referência de tensão (12 V x 400
mW)  e  um  potenciômetro  de  carvão  (1k  ou  2k2),  no  qual  se  efetua  o  ajuste  da  tensão  de  saída.  Um
voltímetro de ferro móvel (mais barato) ou um de bobina móvel é ligado aos terminais de saída da fonte,
para a leitura do valor atual da tensão.

e)  O  bloco  de  proteção  contra  curtos­circuitos  momentâneos  emprega  um  transistor  PNP  de  uso  geral
(BC558) e dois diodos (BAX17 ou BAX18). Quando a ddp na saída cai a zero (devido a um indesejável
curto­circuito), essa etapa é acionada  limitando  a  corrente  ao  máximo  da  fonte,  evitando  assim  danos  à
ponte retificadora, no transformador e demais componentes sujeitos a sobrecargas. Todavia, o transistor
de  potência  irá  esquentar  bastante  se  o  curto  não  for  retirado.  É  uma  proteção  simples  para  curtos
circuitos, porém para breves intervalos de tempo.
Ao final, como complementação, apresento uma proteção total contra curtos circuitos; 'triscou' o curto ... a
alimentação desliga!

Esquema geral
Na ilustração a seguir temos o circuito esquemático da fonte em questão.

Na Sala de Eletrônica de nossa Feira de Ciências teremos oportunidade de comentar sobre os diagramas
de blocos, símbolos de componentes e circuitos em geral.

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Lista de componentes
CH ­ Chave interruptora acoplada ao potenciômetro;
F ­ porta­fusível e fusível para 1A;
T ­ transformador com primário para 110V e 220V; secundário para (6 + 6)V, 2A;
D1, D2, D3, D4 ­ diodos de silício, 1N4007 ou equivalentes;
LED ­ LED vermelho;
R1 ­ resistor; 470 W x 1/8 W;
R2 ­ resistor; 1200 W x 1/8 W;
R3 ­ resistor; 1500 W x 1/8 W;
R4, R5 ­ resistores; 100 W x 1/8 W;
C1 ­ capacitor eletrolítico; 2000 m F x 25 V;
C2 ­ capacitor eletrolítico; 4,7 m F x 16 V;
Z ­ zener para 12 V x 400 mW;
P ­ potenciômetro com chave; 1k ou 2k2;
TR1 ­ transistor de potência; 2N3055, com dissipador;
TR2 ­ transistor PNP; BC558 ou equivalente;
D5, D6 ­ diodos; BAX17 ou BAX18;
V ­ voltímetro para 12 ou 15 VCC;
A ­ amperímetro para 2A;
B1, B2 ­ bornes; vermelho (+) e preto (­);

Diversos  ­  cabo  de  alimentação,  placa  de  alumínio  para  dissipador,  conectores  "Sindall",  ponte  de
terminais, caixa para alojar a fonte, parafusos, solda etc.

Montagem

Na  parte  frontal  da  caixa  utilizada  para


alojar  a  fonte  (ilustração  ao  lado)
instalam­se  :  o  voltímetro,  o
amperímetro,  os  bornes  de  saída
(AC/DC),  o  potenciômetro  (que
incorpora  a  chave  interruptora  CH)  e  o
LED indicador de "em funcionamento".

A etapa reguladora contém o transistor de potência 2N3055 montado e aparafusado sobre uma placa dê
alumínio (ilustração a seguir) de (10 x 5) cm e espessura 1,5 ou 2mm. Cantoneiras de alumínio permitem
fixar  essa  placa  (que  age  como  dissipador  de  calor)  na  caixa.  Uma  estratégica  ponte  de  terminais  com
dois pontos isolados e um terra, fixada no mesmo parafuso que fixa o transistor na placa, permite colocar
o  transistor  e  os  dois  diodos  da  etapa  de  proteção  a  curtos.  Na  figura  abaixo,  o  terminal  central  dessa
ponte de terminais foi 'esticado' por questões de clareza das ligações.

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Transformador,  diodos  retificadores,  capacitor  eletrolítico  etc.,  podem  ser  montados  utilizando­se  de
conectores 'Sindall' ou ponte de terminais.

Cuidados
1)  Observe  bem  a  polaridade  dos  diodos  de  retificação,  dos  diodos  de  proteção,  do  diodo  zener  e  dos
capacitores eletrolíticos.

2) Tome cuidado na ligação do potenciômetro; se houver inversão, a fonte fornecerá tensão total logo que
é ligada, o que não é correto. Inverta os fios dos extremos.

3)  Use  bornes  de  cores  diferentes  para  a  saída  retificada  e  controlada;  vermelho  (+)  e  preto  (­)  são  as
cores tradicionais.

Nota final
Se  você  dispõe  de  amperímetro  de  fundo  de  escala  2A,  instale­o  também  na  parte  frontal  da  caixa
(painel). Com isso terá total controla para ajustar tensões e correntes. Sua instalação elétrica é fácil, basta
intercala­lo entre o coletor do 2N3055 e o borne negativo de saída.

Uma  fonte  de  alimentação  encontra  uso  em  uma  enormidade  de  situações.  Em  nossas  sugestões,  nos
vários artigos neste site, nos referiremos a ela como fonte de tensão ajustável.

Complementação
1­ Proteção total para curtos­circuitos
Nessa complementação, o Vcc e o Terra devem ser ligados direto aos diodos da fonte, antes do circuito
de regulagem. O resistor R1 é quem determina a corrente de proteção, devendo ser  calculado via  lei de
Ohm. O transistor BC337 (ou equivalente NPN) irá conduzir quando a d.d.p. entre a base e o emissor for
maior que ~0,7 Vcc; então: R1 = U/i = 0,7/i . Para i = 1 A, por exemplo, o valor de R1 será de 0,7 ohm
(valor adotado na ilustração abaixo).
Quando  este  transistor  conduzir,  o  relé  (de  12  Vcc)  será  acionado  e  se  manterá  'travado'  até  que  se
desligue e ligue a fonte novamente. Assim, qualquer fechamento de curto nos terminais da fonte resultará
no desligamento da alimentação.
Uma  boa  opção  é  colocar  um  LED  (com  resistor  série  de  1  k)  em  paralelo  com  a  bobina  do  relé;  seu
acendimento acusará que a proteção está acionada.

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2­ Proteção com SCR e relé
Há várias outras técnicas que também podem ser utilizadas em circuitos de proteção, como é o caso da
associação SCR/relé, conforme ilustramos no circuito abaixo:

  Neste  circuito,  instalado  antes  da  regulagem  (como  no  caso  da  proteção  anterior),  quando  a  corrente
circulante  pelo  resistor­sensor  (que  é  a  corrente  de  carga  total  monitorada)  alcançar  um  valor  que  faça
aparecer entre seus terminais uma tensão da ordem de 1 V, o SCR irá disparar. Com isso, o relé fecha os
seus contatos, desligando imediatamente a fonte e acionando um dispositivo de aviso, que pode ser um
LED ou um oscilador. Para rearmar a fonte, basta remover a causa da sobre­corrente (em geral um curto­
circuito) e desligar a fonte por um instante. 
Exemplo: se a tensão de entrada for de 12 VCC e a intensidade máxima de corrente for estabelecida em
5A, o resistor de carga do LED (R) terá valor de 1 k e o resistor­sensor (Rs) terá valor de 0,2 ohms (lei de
Ohm ==> 1 V = Rs.5 A ==> Rs = 1V/5A = 0,2 W). Obviamente o relé deverá ter bobina para 12 V.

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