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O significado bíblico-teológico do coração nas

Escrituras
Ouço com frequência, de várias pessoas, que Deus só quer o coração do ser
humano. Há os que acreditam e declaram que basta ter fé em Deus e Jesus no
coração, e pronto, não precisam de mais nada, estão agradando a Deus e serão
salvas. Há um pouco de verdade nisso, no entanto, o discurso não para por ai,
tais pessoas também acreditam que não precisam observar nenhum código
moral, não precisam viver uma vida de santidade e renúncia, enfim, creem
que podem viver de qualquer maneira.

Por outro lado, existem aquelas pessoas que acreditam de uma forma diferente e declaram que só a fé
em Deus e Jesus no coração não é suficiente para sermos salvos. Aí apresentam uma extensa lista de
outras coisas que julgam necessárias observarmos para sermos salvos.

Aqueles que levantam a bandeira de que “Deus só quer o coração”, podem construir suas
fundamentações a partir de passagens como João 3.18a, onde está escrito: “Quem crê nele [Jesus] não é
condenado”. Ou ainda Mateus 10.32; Romanos 10.9-11; Efésios 2.8, 9; dentre outras.

Já os que se opõem a essa máxima de que “Deus só quer o coração” podem construir suas argumentações
à luz de passagens como Efésios 2.10: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas
obras, as quais Deus preparou para que andássemos  nelas”. Ou ainda Hebreus 12.14; Tiago 2.10, 18, 19.

Como vimos de ambos os lados há argumentos, todavia, quando os opostos se encontram, os que se
opõem ao lema “Deus só quer o coração”, vão logo ao extremo e afirmam que Deus não é açougueiro
para querer só o coração. Ele quer o corpo todo e não apenas o coração, pois na Bíblia está escrito que o
nosso corpo é templo e morada do Espírito Santo (1 Coríntios 6.19).

O coração na Bíblia
Antes de concordar ou discordar da frase “Deus só que o coração”, precisamos entender o que o coração
significa no discurso bíblico. Segundo Timothy Munyon (2008, p. 245): “Em hebraico, a palavra ‘coração’
(lev. levav) era usada no tocante ao órgão físico, porém frequentemente (sic) no sentido abstrato, para
descrever a natureza interior, a mente ou pensamentos íntimos, os sentimentos ou emoções, os impulsos
profundos e até mesmo a vontade. No Novo Testamento, ‘coração’ (kardia) também significa o órgão
físico, mas primariamente a vida interior com suas emoções, pensamentos e vontade, bem como a
habitação do Senhor e do Espírito Santo”.

Nesse sentido, Donald C. Stamps (1995, p. 933), pontua que “o povo da atualidade geralmente considera
que o cérebro é o centro diretor da atividade humana. A bíblia no entanto, refere-se ao coração como
esse centro; ‘dele procedem as saídas da vida’ (4.23; cf. Lucas 6.45)”. E conclui afirmando que
“biblicamente, o coração pode ser considerado como algo que abarca a totalidade do nosso intelecto,
emoção e volição (ver Marcos 7.20-23 nota)”.
Portanto, dentro do discurso bíblico, o coração não significa apenas o órgão cardíaco do corpo humano,
mas, principalmente o ser interior do homem e nesse sentido representa a fonte das emoções, razão e
vontade. É claro que esta é uma linguagem figurada e não literal, e a Bíblia usa essa linguagem
metafórica não porque os escritores bíblicos desconheciam a anatomia humana ou porque a medicina e
a ciência eram rudimentares, pois, o Deus que inspirou os escritores bíblicos é onisciente e conhece
plenamente todas estas questões que naquela época eram desconhecidas da humanidade, mas, que hoje
são plenamente conhecidas através da ciência.

Deus se comunica com o homem, usando a linguagem do próprio homem para que possa ser
compreendido. Além do mais, a Bíblia é um livro atemporal, feito para ser entendida tanto pelas
gerações do passado quanto pela geração do presente.

Prova disto, é que em todas as culturas, inclusive na nossa, esta linguagem metafórica do coração como
centro das emoções ainda prevalece e é utilizada por poetas, escritores, compositores e pelas pessoas em
geral.

Sendo assim, se coração se referir ao órgão cardíaco, então a expressão “Deus só quer o coração” é
inverdade e uma completa falta de ótica bíblica (conf. Romanos 12.1; 1 Tessalonicenses 5.23).

Por outro lado, se coração se referir ao interior do ser humano como o centro da emoção, razão e
vontade humanas, então a expressão “Deus só quer o coração” está aparentemente correta, pois é
basicamente isso que Deus nos pede: “Dá-me, filho meu, o teu coração” (Provérbios 23.6a).

O coração diante de Deus


Mas, por que temos que entregar o coração a Deus? Ora, o pecado original, isto é, a natureza pecaminosa
que o homem herdou de Adão e Eva, afetou gravemente o coração humano deixando-o repleto de
maldade, em Gênesis 8.21 lemos que: “[… a imaginação do coração do homem é má desde a sua
meninice”. Em Jeremias 17.9 está escrito que: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e
perverso; quem o conhecerá?” O próprio Senhor Jesus Cristo afirmou que: “[…] do coração procedem os
maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias […] essas
coisas […] contaminam o homem” (Mateus 15.10, 20). Portanto, a depravação humana está no coração e à
medida que o homem prossegue em seu próprio caminho, seu coração fica cada vez mais duro e
insensível à voz de Deus.

Em vista disso, uma vez que, todos os pensamentos, desejos, palavras e ações do homem fluem do fundo
do seu ser, conclui-se então que, a partir do momento em que Deus assume o controle do seu coração,
que é a fonte de tudo o que ele faz, todo o circuito de sua ação passa a estar sob a influência divina.

Diante disso, convém perguntar: Como está o nosso coração?

A rica igreja de Laodicéia (Apocalipse 3.14-22) acreditava fielmente que entre ela e o Senhor estava tudo
bem. Mas, infelizmente estava errada, Cristo havia sido deixado do lado de fora e ela nem ao menos se
deu conta disto. Pois como testemunhou Jeremias: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e
perverso; que o conhecerá?” (Jeremias 7.9). E logo em seguida, no verso 10, está escrito: “Eu, o SENHOR,
esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos; e isso para dar a cada um segundo os seus caminhos e
segundo o fruto das suas ações”.

A igreja de Laodicéia tinha uma boa aparência, por fora era rica e não tinha falta de nada, mas por
dentro era desgraçada, e miserável, e pobre, e cega, e nua (Cf. Apocalipse 3.17). E Deus não vê como vê o
homem: “[…] Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração” (1
Samuel 16.7).

Por isso o escritor aos Hebreus é incisivo ao alertar: “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós
um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo” (Hebreus 3.12). E o apóstolo Paulo nos exorta em
2 Coríntios 13.5 dizendo: “Examinai-vos a vós mesmo se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou
não sabeis, quanto avós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados”. Por
essa razão é que o salmista Davi orava ao Senhor pedindo: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e
renova em mim um espírito reto” (Salmo 51.10).

Como está seu coração? Está perfeito e puro diante de Deus? Sim ou não? Já vimos que é do coração
impuro que vêm as coisas que contaminam o homem. Concluímos então, que a impureza exterior é uma
consequência da impureza interior e que, portanto, é impossível ter um coração puro e ser impuro
exteriormente. Dessa maneira é incoerente alguém dizer que têm Deus no coração e viver na prática do
pecado.

Por outro lado, também é incoerente alguém dizer que têm Deus no coração só porque vive uma vida
aparentemente correta, pois a pureza interior não é uma consequência da pureza exterior. É possível
alguém exteriormente ter uma aparência de pureza e, entretanto, ter um coração impuro. A Bíblia
chama isso de hipocrisia e Cristo repreendeu severamente os escribas e fariseus por causa disso (Mateus
23.25-28).

Quem está no controle do teu coração; Deus ou o pecado? Ou será que o teu coração está dividido? No
Salmo 86 e verso 11 quando Davi diz para Deus: “[…] une  o meu coração ao temor do teu nome”, em
outras palavras ele está dizendo “dê-me um coração não dividido”. Pois é possível alguém ter um
coração dividido, mas é claro que Deus não se agrada de um coração dividido. No livro do profeta
Jeremias o SENHOR diz: “[…] buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso
coração” (Jeremias 29.13). O apóstolo Tiago no capítulo 4 e verso 8 de sua epístola diz: “Chegai-vos a Deus
e Ele se chegará a vós. Limpai as mãos pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração”. E no
capítulo 1 e verso 8 ele explica o porquê: “O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus
caminhos”.

Bibliografia
MUNYON, Timothy. A Criação do Universo e da Humanidade. In HORTHON, Stanley M. et al. Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 11. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
STAMPS, Donald C (Ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD.
1995.

Por, Humberth Soares da Silva

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