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Nossa relação coma personagem de Literatura

Nossa relação das nossas percepções dos outros como personagens


(sob nosso ângulo).

Nossa relação com nós mesmos é mediada pela forma como concebemos
o nosso próprio personagem.

A personagem é como o flash de uma pessoa, é como a face o perfil que


vemos em nossas memórias, de pessoas reais. As pessoas reais aparecem
para nós em pequenas atitudes, as quais vemos executá-las, elas são muito
mais do que aquilo, porém configuramo-as de maneira inteligível a partir da
forma como elas se comportam diante de nós (como elas se performam para
nós) e dos outros. Ou seja, a forma como concebemos as pessoas, não deixa
de ser uma personagem daquilo que elas são, ou seja, elas “são”, apenas
segundo o ângulo com que podemos olhar.

Dessa forma, ao caracterizarmos para a obra de ficção uma personagem, não


estamos fazendo nada diferente do que fazemos para criar imagens mentais
das pessoas e para entende-las, a diferença é que, na ficção, fazemos isso
com a orientação de uma força maior: a trama, o enredo, onde a depender da
intencionalidade faremos com que elas se comportem de diferentes formas no
desenrolar da narrativa.

Sendo dessa forma, constatar, que é importante para qualquer tipo de leitura
analítica que queira visibilizar personagens, como essas personagens iram
aparecer para nós, se apenas narradas do nosso ponto de vista, ou se podem
exceder o “horizonte de expectativas”, se por exemplo, ela aparece de forma
complexa, vivenciando diferentes situações e aprendendo e refletindo com as
suas atitudes e as atitudes de outras personagens, isso irá medir, a maior ou
menor proximidade com a vida, criando maior ou menor efeito realidade.

É uma personagem que começa com um caráter X e durante todo o desenrolar


narrativo irá se comportar daquela maneira? Ela fará reflexões durantes a
narrativa? Ela será a mesma desde o começo ou será tocada pelas nuances do
texto ficcional?

Voltando para a comparação da personagem ficcional com as pessoas da


nossa vida, reflito, por acaso não criamos as próprias personagens em nossas
vidas, quando colocamos elas numa rede de previsibilidade e de controle, na
qual imaginaremos suas histórias, e preveremos suas atitudes a depender da
forma como estamos acostumados a observar como elas se comportam?

Por acaso não nos vemos como personagens, quando não reparamos na
contingência e nas descontinuidades de nossos atos? Quando damos a eles
linearidade, por julgarmos que agimos e continuaremos a agir de forma “x”?
Uma boa obra é como uma boa vida, bem como uma boa personagem, ela
será esférica, irá apresentando diferentes ângulos à medida que “rola” pela
trama, enredo, narrativa.

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