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Técnico em Mecânica - 2014

Tecnologia
Mecânica
Tecnologia
Mecânica
Técnico em Mecânica – PRONATEC

Sesi Senai SAMA

Josué Teixeira de Moura

Cícera Ribeiro Barros Diretor unidade SESI SENAI SAMA

Coordenadora pedagógica

Luciano Jorge Menezes

Coordenador técnico
Sumário
Introdução .................................................................................................................................... 2
História da mecânica ................................................................................................................... 3
Os filósofos e as máquinas .......................................................................................................... 5
Noções gerais dos materiais ........................................................................................................ 8
Propriedades físicas e químicas ................................................................................................ 10
Propriedades mecânicas............................................................................................................ 13
Propriedades dos metais ........................................................................................................... 15
Propriedades dos materiais cerâmicos ...................................................................................... 15
Propriedades dos materiais Polímeros ...................................................................................... 16
Materiais avançados .................................................................................................................. 16
Necessidade de materiais avançados ....................................................................................... 16
Biomateriais ............................................................................................................................... 17
Propriedades mecânicas............................................................................................................ 18
Ensaios ...................................................................................................................................... 19
Traçagem ................................................................................................................................... 27
Lubrificação industrial ................................................................................................................ 36
Elementos de Máquinas............................................................................................................. 50
Segurança.................................................................................................................................. 96
Introdução

Diariamente, docentes e alunos se utilizam das informações contidas nos


materiais didáticos para transformá-los em conhecimentos, ampliar suas experiências,
embasar e enriquecer sua vida profissional. O material didático torna-se, então,
importante elemento no processo ensino-aprendizagem.

Compreende-se que quando o professor se apropria, desenvolve e adapta o


material didático e o utiliza adaptando ao contexto dos alunos a aula resulta mais
produtiva para o professor e para o aluno. Por isso, ao planejar, o docente observa
possibilidades de uso destes, quer seja um filme, uma maquete, um jogo, ou mesmo um
livro e, vai combinando estes em ação educativa visando o desenvolvimento de seus
alunos e de seu próprio estilo de pedagogia.

No contexto educativo é fundamental estabelecer a estreita correlação entre os


materiais didáticos, a criatividade e os objetivos educacionais. Nesta direção percebe-se
que há muito ainda o que se fazer no que se refere a constituição de maior correlação
entre o sistema de ensino, dimensão macro, possibilita e adota materiais didáticos
padronizados e o contexto da sala de aula, sua dimensão micro.

Gleito Kunde

Instrutor de educação profissional


História da mecânica

As primeiras questões sobre fenômenos mecânicos surgiram nas civilizações antigas,


em virtude da necessidade que esses povos tinham de máquinas que os liberassem de certos
esforços e que aumentassem a potência dos recursos de que dispunham.

Na cultura grega, Heráclito e Aristóteles tentaram sem sucesso encontrar explicações


filosóficas para os fenômenos do movimento. Foi Arquimedes quem enunciou os primeiros
princípios realmente científicos dessa disciplina. O principal continuador da doutrina de
Arquimedes foi o físico grego Heron de Alexandria, da florescente escola alexandrina dos
primeiros séculos da era cristã.

Embora seu livro Mecânico contivesse algumas afirmações errôneas (em conseqüência,
principalmente, da fragilidade de suas formulações matemáticas), ele ali transmitia um
profundo conhecimento dos sistemas de roldanas e demais máquinas simples.

Após a queda do Império Romano, só no Renascimento os cientistas voltaram a interessar-se


pela mecânica. No final do século XVI, o matemático e inventor holandês Simon Stevin ampliou
os trabalhos de Arquimedes e solucionou o problema dos planos inclinados.

Poucos anos depois surgiu o primeiro grande nome da mecânica, Galileu Galilei, que descobriu
as leis do pêndulo e da queda livre e esboçou o princípio da inércia, um dos três pilares
fundamentais da mecânica. Galileu solucionou também problemas de estatística, a partir de
trabalhos de Stevin, e de descrição da trajetória de projéteis.

No século XVII, uma revolução científica iniciada por Nicolau Copérnico e continuada por
Galileu questionou o geocentrismo e afirmou o Sol como o centro do universo.

No mesmo período, o holandês Christian Huyghens deu importante contribuição à dinâmica,


com estudos sobre o movimento oscilatório dos pêndulos.

Em 1642, ano da morte de Galileu, nasceu, na Inglaterra, Isaac Newton, que viria a estabelecer
os princípios da mecânica clássica. Integrado a uma sociedade científica avançada, na qual
sobressaíram personalidades como Edmond Halley e Robert Hooke, Newton escreveu uma
obra capital para a evolução da física: Philosophiae naturalis principia mathematica (1687;
Princípios matemáticos da filosofia natural), na qual enunciou os três axiomas básicos da
mecânica e resolveu o problema do equilíbrio dinâmico do universo por meio da teoria da
gravitação universal.

O prestígio conquistado por Newton, alicerçado no êxito teórico e experimental de seus


trabalhos, estendeu-se aos séculos seguintes.
A partir de seus postulados e do método sistemático por ele elaborado, os irmãos Johann e
Jakob Bernoulli solucionaram uma série de questões físicas, Leonard Euler aperfeiçoou a
aplicação do cálculo infinitesimal às teorias mecânicas e d'Alembert reduziu as questões
dinâmicas a problemas de equilíbrio.

Apoiado nas idéias de Newton e d'Alembert, o matemático francês Joseph-Louis Lagrange, em


Mécanique analytique (1788; Mecânica analítica), lançou as bases de uma concepção
matemática e abstrata da mecânica clássica que, num estágio mais avançado, viria a ser
utilizada pela física quântica, um século e meio depois.

As contribuições do século XIX à mecânica não conduziram a alterações substanciais na


teoria, mas permitiram obter importantes inovações tecnológicas com base em estudos
anteriores.

A aplicação do eletromagnetismo à mecânica deu origem às inovadoras hipóteses atômico-


quânticas.

A concepção relativista enunciada por Albert Einstein no início do século XX representou um


duro golpe para a mecânica newtoniana, que ficou reduzida à particularização de um mundo
físico muito mais complexo.

Para a solução de problemas mecânicos simples, que não envolvam grandes velocidades nem
altas temperaturas, no entanto, as doutrinas de Newton mantiveram vigência e aplicabilidade.
Os filósofos e as máquinas

A desconfiança da presença das máquinas e suas funções não partiu, como muitos pensam,
de trabalhadores ignorantes ou de gente do campo.A fobia à maquina e ao que ela representa,
como a racionalização da produção e demais implicações, foi também muito comum entre
pensadores e outros consagrados homens de letras. - Platão contra a Calculadora.

"Não sentir entusiasmo pela ciência e pela tecnologia não é apenas tolice - é suicídio." - Carl
sagan, 1996.

Consta que Platão, certa vez, advertiu seriamente dois dos seus discípulos por terem se
socorrido de um aparelho que lhes permitira realizar, em pouco tempo, um cálculo geométrico.

Advertiu-os de que recorrendo a um artificio técnico - a utilização de algo mecânico - "rompiam


e deterioravam a dignidade de tudo o que existia de excelente na geometria", rebaixando-a do
sublime abstrato às coisas sensíveis e materiais. Recorrer à técnica era associar-se ao vulgar,
ao comezinho e ao banal.

Esse é um clássico exemplo do misoneísmo, do enorme preconceito que os homens sábios de


então moviam contra as coisas novas e práticas, contra o que poderia se identificar com o
trabalho manual e aplicação tecnológica.

Segundo Pierre-Maxime Schul, que historiou a relação dos filósofos com as máquinas, esse
bloqueio contra a tecnologia foi um poderoso inibidor psicológico, além, naturalmente, da
difusão da escravidão, que fez com que a economia daqueles tempos pouco conseguisse ir
mais além da estagnação permanente.

Mas as possibilidades da máquina, ou de um engenho tecnológico qualquer, vir a mudar o


mundo já estava subentendido no dito de Arquimedes "dai-me uma alavanca que eu erguerei o
mundo".

Preconceito contra o Trabalho

A existência da escravidão, praticada em todo o mundo antigo e depois estendida às Américas,


tornava o trabalho indigno aos olhos dos homens livres, daí todas as tarefas a ela associadas
parecerem-lhes degradantes.

Mentalidade essa que, na cultura ocidental, só começou a se desfazer nos princípios do


Renascimento, quando a vida ativa - apreciada pelos mercadores, descobridores e
aventureiros - começou a ofuscar a vida contemplativa, tão a gosto de Aristóteles como dos
monges cristãos.
O homem verdadeiramente livre vivia para o ócio, enquanto o negócio era entregue à gente
inferior, aos comerciantes ou aos escravos. Logo nenhum homem livre poderia atentar
seriamente em dedicar-se às maquinas ou as melhorias produtivas em geral.

Arquimedes, morto em 212 a.C., foi uma honrosa exceção em todo o mundo antigo.

Mesmo os desenhos dos aparelhos de Leonardo da Vinci foram vistos por muitos como
projetos de um visionário, sem nenhuma aplicação ao mundo prático, nada mais do que
"sonhos tecnológicos".

A aceitação delas, das máquinas, iniciou-se a partir do século XVII, quando sir Francis Bacon,
o homem que disse ter tornado todo o conhecimento uma província sua, vislumbrou-lhe as
desmedidas potencialidades para obter a soberania humana sobre a natureza em geral.
Ambição resultante da dilatação dos horizontes do homem europeu, provocado pelos
descobrimentos e pelo intenso contato com outras culturas espalhadas pelos mundo.

O que o levou a concluir que "saber é poder", porque eram as máquinas, especialmente as
militares, que permitiam aos escassos homens brancos que navegavam pelos oceanos
naqueles tempos dominar rapidamente continentes inteiros.

Logo, seguiu-o Descartes. Impressionado pela multiplicação dos aparelhos, das fontes e grotas
artificiais, relógios, e artefatos mecânicos, deduziu que, em breve, utilizando-se deles em larga
escala, o Homem tornar-se-ia "senhor e possuidor da Natureza".

Mas tal entusiasmo arrefeceu, pelo menos entre os pensadores do século XIX.

Com a proliferação do sistema fabril que tornou o mundo urbano mais feio, com sua estética
cinzenta, da fumaça e da chaminé, juntou-se no mesmo espaço citadino uma enorme
capacidade produtiva e uma miséria assombrosa, ativando um intensa luta de classes e uma
continua tensão social daí decorrente.

Como reação a isso, geraram-se os primeiros projetos socio-utópicos de Saint-Simon, de


Charles Fourier e de Robert Owen, extremamente críticos à extensão das máquinas a todos os
ramos da produção. Eles viram na máquina um inimigo capaz de extrair o sangue dos
operários industriais, ao mesmo tempo em que os atava a um sistema produtivo que não
distanciava-se muito das condições sociais existentes na escravidão.

Posição que foi largamente assumida por Karl Marx e Frederico Engels, os pais fundadores do
socialismo moderno.

A derradeira oposição furiosa, já no nosso século, contra a máquina e sua aplicação maciça, foi
desencadeada pelos pensadores alemães, especialmente Oswald Spengler e Martin
Heidegger. Legítimos sobreviventes do romantismo alemão encararam-na como um demônio
moderno corroendo as entranhas da Gemeinschaft, a sociedade comunitária, aviltando-nos
com sua materialidade, sua racionalidade e regulamentação produtiva, tornando o Homem "de
seu criador em seu escravo".
A máquina era o grilhão do escravo moderno e o trabalho fabril sua condenação às galés.
Imaginaram-no, o mundo da técnica, convertido num novo Leviatã, impondo ao Homem a dura
tarefa de transformar-se ou morrer. Heidegger viu em Hitler, em certo momento, como o único
capaz de fazer a Alemanha reverter ao mundo idílico da sociedade pastoril, ao bucolismo da
vida rural, ao sangue e ao solo.

Kafka, por sua vez, outro assombrado por ela, descreveu-a como um instrumento de tortura,
apresentando-a, no conto A Colônia Penal, como uma espécie de robô-canibal.

Somente após a II Guerra Mundial que esses acessos fóbicos contra a tecnologia e a máquina
começaram enfim a ceder.

As maravilhas que foram propiciadas pelas técnicas, em quase todos os campos, foram
calando as temerosas e agourentas vozes de protesto.

É certo que ainda existem rumores rancorosos e assombrados, especialmente entre a atual
intelectualidade francesa (que vê o universo da tecnologia e da máquina como sendo
essencialmente uma expressão norte-americana), mas ninguém ousa defender uma política
ludita, pretendendo destruí-las.

O mundo da ação, representado pelo ininterrupto funcionamento dos engenhos, suplantou


definitivamente o mundo abstrato da contemplação.
Noções gerais dos materiais

A matéria é constituída de pequenas partes, chamadas átomos. O átomo constitui-se de um


núcleo carregado de eletricidade positiva e em sua volta giram os elétrons carregados de carga
negativa.

O átomo é eletricamente neutro, enquanto a carga positiva concentrada no seu núcleo é igual à
carga negativa dos elétrons.

Figura 1 - Modelo Atômico de Rutherford - Modelo Planetário do Átomo

Em muitas substâncias, os átomos se juntam em pequenos grupos, formando as moléculas.


Observe na imagem.

Figura 3 – Estrutura Cúbica de Corpo Centrado

Figura 2– Estrutura Cúbica de Faces Centradas

Fonte: Callister (2002, p. 22).


Para compreender melhor como acontece a formação de moléculas, veja um exemplo
concreto.

Uma molécula de água (H2O) é constituída por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio.
As substâncias sólidas podem se apresentar no estado amorfo e no cristalino.

Nos corpos em estado amorfo, os átomos das moléculas se apresentam desordenados,


enquanto os corpos em estado cristalino apresentam os átomos ordenados e ligados por
determinados pontos.

No caso dos materiais metálicos, a disposição dos átomos no cristal elementar pode ser:

▪ Cúbica de corpos centrados (metais duros: ferro, cobre,


níquel, alumínio, ouro etc.).

▪ Cúbica de faces centradas (metais dúcteis: ferro, cobre,


níquel, alumínio, ouro etc.).

▪ Hexagonal (zinco e magnésio).

Figura 4- Estrutura Hexagonal


Compacta

No caso do ferro, na passagem de um estado para outro estado, temos um acréscimo de


átomos, ou seja, o aumento da densidade. O conhecimento da temperatura exata, onde se
verifica tal fenômeno, tem particular importância para a execução dos tratamentos térmicos dos
materiais ferrosos; você sabia? Pois saiba que há muitas descobertas ainda pela frente.
Propriedades físicas e químicas

São propriedades que o material possui por natureza, independentes de fatores externos.

A densidade ou massa específica é a massa da unidade de volume de certa substância, dada


pela razão da massa m, representada em g e seu volume V em cm3.

Se multiplicarmos a massa específica(kg/ dm3) pela aceleração da gravidade (g =9,81m/s2)


temos o peso específico (kgf/dm3).
TTaabbeellaa P
Peerriióóddiiccaa
Tabela 1- Temperatura de fusão
Fonte: Adaptado de metal Mundi(2010)

A condutibilidade térmica e elétrica refere-se à capacidade que o metal apresenta ao conduzir


o calor e a eletricidade. São bons condutores de calor e eletricidade: a prata, o cobre e o
alumínio.
Propriedades mecânicas

Como importantes propriedades mecânicas, apresentamos a resistência, a ductilidade e a


tenacidade.

A resistência à tração é a capacidade que o material possui em suportar esforços em sentidos


opostos, mais precisamente, no sentido do seu alongamento.

A ductibilidade é a capacidade que os materiais possuem de sofrer deformação sem se


romper, conforme descrito anteriormente. Nos processos de usinagem, essa propriedade é
bem visível, pois os materiais dúcteis geram cavacos contínuos, formando espiral, enquanto
os não dúcteis geram cavacos curtos, cujo formato se aproxima de uma vírgula, ou até mesmo
se apresentam na forma de pó, como no caso do ferro fundido, grafite e bronze.

O aço (sem tratamento), o cobre e o alumínio são exemplos de materiais dúcteis.

A tenacidade é a capacidade que alguns materiais possuem de resistência ao impacto. Muitas


vezes, o material é bastante resistente em termos de dureza, porém não resiste a esforços
intermitentes. Como exemplo de materiais tenazes, temos o aço e o cobre. O metal duro e a
cerâmica são exemplos de materiais não tenazes. Inclusive, nas últimas décadas, houve uma
tendência forte no desenvolvimento de insertos cerâmicos para usinagem, porém, para
fresamento, ela não é adequada, justamente devido a sua baixíssima tenacidade.

Na aplicação de cada material deve se levar em conta as propriedades dos materiais, tais
como:

• Mecânica (relaciona: deformação com força. Ex: E, σ);


• Elétrica (estímulo = campo elétrico. Ex: condutividade elétrica, condutividade dielétrica);
• Térmica (capacidade calorífica e condutividade térmica);
• Magnética (resposta do material à aplicação de um campo magnético);
• Ótica (estímulo = radiação eletromagnética ou a radiação luminosa. Ex: Índice de
Refração, Refletividade);

De acordo com as condições de serviço é o fator que dita as propriedades dos materiais a
serem utilizados. Lembrando que é raro o material ideal que assume todas as necessidades
para aquele tipo de trabalho.

• Comparando a resistência dos materiais com a deterioração das propriedades durante o


trabalho.

↑ resistência ⇒ ↓ ductilidade

↓ Resistência com ↑ Temperatura ou Corrosão


A ciência dos materiais envolve a investigação das relações entre as propriedades e as
estruturas dos materiais.

No nível atômico, a estrutura engloba a organização dos átomos ou moléculas


moléc em relação aos
outros.

A inter-relação
relação entre processamento, estrutura, propriedades e desempenho é linear:

Exercícios de Fixação

1) Descreva 5 objetos e o material(ais) de que foram feitos.

2) A qual (ais) propriedades estão associados?

3) Dê exemplos de 5 objetos e suas aplicações(para que servem).


Propriedades dos metais
Materiais metálicos são normalmente combinações de elementos metálicos. Eles têm grande
número de elétrons não localizados, isto é, estes elétrons não estão amarrados a particulares
átomos. Muitas propriedades de metais são diretamente atribuíveis a estes elétrons.Metais são
extremamente bons condutores de eletricidade e de calor e não são transparentes à luz visível:
a superfície de um metal polido tem aparência lustrosa. Além disso, metais são bastante fortes,
ainda deformáveis, que respondem pelo seu extensivo uso em aplicações estruturais.

Principais propriedades:

Condutores de eletricidade e calor;


Não transparente a luz visível;
Têm aparência lustrosa quando polidos;
Geralmente são resistentes e deformáveis;
São muito utilizados para aplicações estruturais.

Propriedades dos materiais cerâmicos

Materiais cerâmicos são compostos entre elementos metálicos e não-metálicos: eles são muito
freqüentemente óxidos, nitretos e carbetos. A larga faixa de materiais que caem dentro desta
classificação inclui cerâmicas que são compostas de minerais de argilas, cimento e vidro. Estes
materiais são tipicamente isolantes à passagem de eletricidade e de calor, e são mais
resistentes a altas temperaturas e ambientes rudes do que metais e polímeros. Com relação ao
comportamento mecânico, cerâmicas são duras, mas muito frágeis.

São compostos de elementos metálicos e não metálicos (freqüentemente óxidos, nitreto e


carbeto – compostos por minerais argilosos, cimento e vidro)

Principais propriedades:

Isolantes de eletricidade e calor;


Resistentes à alta temperatura e ambientes abrasivos (mais que metais e polímeros);
Duros, porém muito quebradiços.
Propriedades dos materiais Polímeros

Polímeros incluem os materiais familiares, plástico e borracha. Muitos deles são compostos
orgânicos que são quimicamente baseados em carbono, hidrogênio, e outros elementos não
metálicos; além disto, eles têm muito grandes estruturas moleculares. Estes materiais têm
tipicamente baixas densidades e podem ser extremamente flexíveis.

Materiais comuns de plástico e borracha. Muitos são compostos orgânicos que tem sua
química baseada no carbono, hidrogênio e outros elementos não metálicos.

Materiais avançados

São materiais utilizados em aplicações de tecnologia de ponta, ou seja, utilizados para


fabricação de dispositivos ou componentes que operam usando princípios sofisticados.

Exemplos: equipamentos eletrônicos (CD players, DVDs), computadores, sistemas de fibra


óptica, foguetes e mísseis militares, lasers, displays de cristal líquido, indústria aeroespacial,
etc.

Estes materiais são geralmente materiais tradicionais cujas propriedades são otimizadas ou
materiais novos de alto desempenho.

Necessidade de materiais avançados

Devido ao aumento da tecnologia, de superação cada vez mais de limites, existe uma real
necessidade de se encontrar materiais com características ideais para cada aplicação.
Pesquisadores estão trabalhando cada vez mais para otimizar características destes materiais.

Principais necessidades:

• Alto desempenho;
• Baixo peso (aeronaves, trens, etc) e alta resistência;
• Resistência à altas temperaturas (motores);
• Desenvolvimento de materiais que sejam menos danosos ao meio ambiente e mais
fáceis de serem reciclados ou regenerados (petróleo).
Biomateriais

Biomateriais são empregados em componentes para implantes de partes em seres humanos.


Esses materiais não devem produzir substâncias tóxicas e devem ser compatíveis com o tecido
humano (isto é, não deve causar rejeição).

Exemplos:Metais, cerâmicos, compósitos e polímeros podem ser usados como biomateriais.

Exercícios de Fixação
Para cada tipo de material citado abaixo, dê três exemplos.

a) materiais metálicos

b) materiais cerâmicos

c) materiais avançados

d) materiais poliméricos.
Propriedades mecânicas

As propriedades mecânicas definem o comportamento do material quando sujeitos a esforços


mecânicos, pois estas estão relacionadas à capacidade do material de resistir ou transmitir
estes esforços aplicados sem romper e sem se deformar de forma incontrolável.

As principais propriedades mecânicas são:

Resistencia à tração
Elasticidade
Ductilidade
Fluência
Fadiga
Dureza
Tenacidade...

Cada uma dessas propriedades está associada à habilidade do material de resistir às forças
mecânicas e/ou de transmiti-las.

Abaixo segue os tipos de tensão que uma estrutura está sujeita.

Tração
Compressão
Cisalhamento
Torção

A forma mais utilizada para determinar as propriedades mecânicas é através de ensaios


mecânicos.

Utilizam-se normalmente corpos de prova para o ensaio mecânico, não é praticável realizar o
ensaio na própria peça, que seria o ideal.

Geralmente, usam-se normas técnicas para o procedimento das medidas e confecção do corpo
de prova para garantir que os resultados sejam comparáveis.

Segue as normas técnicas mais aplicadas para os metais:

ASTM (American Society for Testing and Materials)


ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
Ensaios

Principais ensaios para encontrar as propriedades mecânicas:

Resistência à tração
Resistência à compressão
Resistência à torção
Resistência ao choque
Resistência ao desgaste
Resistência à fadiga
Dureza

Resistência à tração
É medida submetendo-se se o material à uma carga ou força de tração, paulatinamente
crescente, que promove uma deformação progressiva de aumento de comprimento

A Norma aplicada para os metais é a NBR-6152.


NBR
Segue equivalência entre as unidades de medida de pressão ( Quadro de conversões ).

1N = 0,10 2kgf

1 kgf = 0,454 lb = 9,807 N

1 MPa = 1N/mm2 = 0,102


kgf/mm2

1 kgf/mm2 = 1422,27 psi = 9,807 MPa = 9,807 N/mm2

Exercícios de Fixação

1. Calcule as tensões para os casos abaixo, dando o resultado em N/mm².

a) 55 Kgf. e 32 x 21 mm

b) 124N e 14 x14 mm

c) 41kgf e 30 mm diâmetro

d) 233N e 12x15mm

e) 48,2 Kgf. e 34 mm diâmetro

f) 245 kgf. e 5 x 5,8 cm

2. Calcule as deformações para os casos e indique em qual situação ocorreu uma maior
deformação do material.

a) lo = 36mm lf= 45mm


b) lo = 22mm lf= 35mm
c) lo = 34mm lf= 52mm
d) lo = 16mm lf= 35mm
e) lo = 6mm lf= 14mm
f) lo = 56mm lf= 75mm
g) lo = 43mm lf= 86mm
3. Calcule a deformação sofrida por um corpo de 15 cm, que após um ensaio de tração
passou a apresentar 16 cm de comprimento. Expresse a resposta de forma percentual.

4. Sabendo que a tensão de um corpo é igual a 12 N/mm2, a quanto corresponde essa


tensão em kgf/mm2? (Consulte o quadro de conversões, se necessário).

Comportamento dos metais quando submetidos à tração

Dentro de certos limites, a deformação é proporcional à tensão (a lei de Hooke é obedecida)

Resistência
máxima à tração

Deformação
ormação elástica e plástica
Precede à deformação plástica
É reversível
Desaparece quando a tensão é removida
É proporcional à tensão aplicada (obedece
a lei de Hooke)
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA

É provocada por tensões que


ultrapassam o limite de
elasticidade
É irreversível; é resultado do
deslocamento permanente dos
átomos e, portanto não
desaparece quando a tensão é
removida

Módulo de elasticidade ou Módulo de Young

É o quociente entre a tensão aplicada e a deformação elástica resultante.

Está relacionado com a rigidez do material ou à resistência à deformação elástica.

Escoamento
Esse fenômeno é nitidamente observado em alguns metais de natureza dúctil, como aços
baixo teor de carbono.

Caracteriza-se por um grande alongamento sem acréscimo de carga.


Resistência à Tração (Kgf/mm2)
Corresponde à tensão máxima aplicada ao material
antes da ruptura.

É calculada dividindo-se a carga máxima suportada


pelo material pela área de seção reta inicial.

Tensão de Ruptura

O limite de ruptura é geralmente inferior ao limite


de resistência em virtude de que a área da
seção reta para um material dúctil reduz-se
antes da ruptura.

Ductilidade em termos de alongamento


Corresponde ao alongamento total do material
devido à deformação plástica

%alongamento= (lf-lo/lo)x100
Tenacidade
Corresponde à capacidade do material
de absorver
bsorver energia até sua ruptura.

Variação das propriedades mecânicas com a temperatura

Falhas ou rupturas nos metais

As falhas ou rupturas nos metais ocorrem principalmente por: Fratura, Fluência e Fadiga.

Fadiga

Consiste na separação do material em 2 ou mais partes devido à aplicação de uma


carga estática à temperaturas relativamente baixas
baixas em relação ao ponto de fusão do
material.

Fratura

Dúctil a deformação plástica continua até uma redução na área.


área
Frágil não ocorre deformação plástica, requerendo menos energia que a
fratura dúctil que consome energia para o movimento de discordâncias e imperfeições
no material.

Tipos de fratura

Mecanismo da fratura dúctil


a- formação do pescoço

b- formação de cavidades

c- coalescimento das cavidades para


promover uma trinca ou fissura

d- formação e propagação da trinca em


um ângulo de 45 graus em relação à
tensão aplicada

e- rompimento do material por propagação


da trinca.

Fluência
Quando um metal é solicitado por uma carga, imediatamente sofre uma deformação elástica.
Com a aplicação de uma carga constante, a deformação plástica progride lentamente com o
tempo (fluência) até haver um estrangulamento e ruptura do material.
material
Então, a fluência é definida como a deformação permanente, dependente do tempo e da
temperatura, quando o material é submetido à uma carga constante.

Este fator muitas vezes limita o tempo de vida de um determinado componente ou estrutura.

FATORES QUE AFETAM A FLUÊNCIA


Temperatura
Módulo de elasticidade
Tamanho de grão

Em geral:

Quanto maior o ponto de fusão, maior o módulo de elasticidade e maior é a resistência à


fluência.
Quanto maior o tamanho de grão maior é a resistência à fluência.

Fadiga
É a forma de falha ou ruptura que ocorre nas estruturas sujeitas à forças dinâmicas e cíclicas

Nessas situações o material rompe com tensões muito inferiores à correspondente à


resistência à tração (determinada para cargas estáticas).
É comum ocorrer em estruturas como pontes, aviões, componentes de máquinas.
máquinas

A falha por fadiga é geralmente de natureza frágil mesmo em materiais dúcteis.

Os esforços alternados que podem levar à fadiga podem ser:

Tração
Tração e compressão
Flexão
Torção,...

Traçagem

Desenhando no material

Muitas vezes, dentro do processo de fabricação mecânica, é necessário prever se a peça em


bruto ou pré-usinada
usinada resultará realmente na peça acabada que se deseja, isto é, se as
dimensões da peça em bruto são suficientes para permitir a usinagem final. Isso geralmente
geralm
acontece na produção de peças únicas, na fabricação de pequenas séries ou na produção de
primeiros lotes de peças de uma grande série.

Para fazer isso, executa-se


se um conjunto de operações chamado de traçagem.
traçagem Por meio da
traçagem são marcadas na peça pré-usinada
usinada as linhas e os pontos que delimitam o formato
final da peça após a usinagem. Com o auxílio da traçagem, são transportados para a peça os
desenhos dos planos e outros pontos ou linhas importantes para a usinagem e o acabamento.
Como a traçagem
agem consiste basicamente em desenhar no material a correta localização dos
furos, rebaixos, canais, rasgos e outros detalhes, ela permite visualizar as formas finais da
peça. Isso ajuda a prevenir falhas ou erros de interpretação de desenho na usinagem, o que
resultaria na perda do trabalho e da peça.

O trabalho de traçagem pode ser classificado em dois tipos:

Traçagem plana, que se


realiza em superfícies planas
de chapas ou peças de
pequena espessura.

Traçagem no espaço,, que se realiza em peças forjadas e fundidas e que não são planas.
Nesse caso, a traçagem se caracteriza por delimitar volumes e marcar centros.

Na traçagem é preciso considerar duas referências:

• a superfície de referência,, ou seja, o local no qual a peça se apoia;

• o plano de referência, ou seja, a linha a partir da qual toda a traçagem da peça é orientada.
Dependendo do formato da peça, a linha que indica o plano de referência pode corresponder à
linha de centro.

Da mesma forma, o plano de referência pode coincidir com a superfície de referência.


Os conceitos que você conheceu nesta primeira parte da aula são importantes. Dê uma parada
para estudá-los.

Pare! Estude! Responda!

Exercícios

Responda às seguintes perguntas.

a) Para que é utilizada a traçagem?

b) Como é possível prevenir erros na usinagem e saber se o material em bruto possui


dimensões suficientes?

Complete com as expressões traçagem plana ou traçagem no espaço.

a) A .............................. é realizada em peças forjadas ou fundidas sem superfície de apoio


a fim de delimitar volumes e marcar centros.

b) A .............................. é realizada em superfícies de chapas ou peças de pequena


espessura.

Diga com suas palavras o que é:

a) Plano de referência.

b) Superfície de referência.
Instrumentos e materiais para traçagem

Para realizar a traçagem é necessário ter alguns instrumentos e materiais. Os instrumentos são
muitos e variados: mesa de traçagem ou desempeno, escala, graminho, riscador, régua de
traçar, suta, compasso, esquadro de
de centrar, cruz de centrar, punção e martelo, calços em V,
macacos de altura variável, cantoneiras, cubo de traçagem.

Para cada etapa da traçagem um desses instrumentos ou grupo de instrumentos é usado.


Assim, para apoiar a peça, usa-se
usa a mesa de traçagem ou desempeno. Dependendo do
formato da peça e da maneira como precisa ser apoiada, é necessário também usar calços,
macacos, cantoneiras e/ou o cubo de traçagem.
traçagem

Para medir usam-se: escala, goniômetro ou calibrador traçador.


Para traçar, usa-se o riscador,, o compasso e o graminho ou calibrador traçador.
traçador

se régua, esquadros de base, o esquadro de centrar,


Para auxiliar na traçagem usa-se centrar a suta,
tampões, gabaritos.
Para marcar usam-
se um punção e
um martelo.

Para que o traçado seja mais nítido, as superfícies das peças devem ser pintadas com
soluções corantes. O tipo de solução depende da superfície do material e do controle do
traçado. O quadro a seguir resume as informações sobre essas soluções.

Substância Composição Superfícies Traçado

Verniz Goma-laca,
laca, álcool, Lisas ou Rigoroso
anilina polidas

Solução de Alvaiade, água ou Em bruto Sem rigor


alvaiade álcool.

Gesso diluído Gesso, água, cola Em bruto Sem rigor


comum
de madeira, óleo de
linhaça,
secante.

Gesso seco Gesso comum (giz) Em bruto Pouco


rigoroso

Tinta Já preparada no Lisas Rigoroso


comércio.

Tinta negra Já preparada no De metais Qualquer


especial comércio claros
Quando há necessidade de realizar a traçagem em peças fundidas ou forjadas muito grandes,
é possível fazê-lo
lo em máquinas de traçagem.

Agora que você já conheceu quais os materiais e instrumentos necessários à traçagem, vamos
estudar um pouco antes de aprender como essas operações são executadas.

Pare! Estude! Responda!


Exercícios

Relaciona a coluna A (o que fazer) com a coluna B (ins-trumentos).

Coluna A Coluna B

a) ( ) 1. régua, esquadro de base e de


Para medir centrar,

b) ( ) suta, tampões, gabaritos.


Para traçar

c) ( ) 2. riscador, compasso, graminho.


Para auxiliar

d) ( ) 3. escala, graminho.
Para marcar

4. soluções corantes.

5. punção e martelo.

6. mesa de traçagem.

5. Responda às seguintes perguntas.

a) O que se usa para apoiar a peça durante a traçagem?

b) O que é usado para auxiliar no apoio de peças de formato irregular?

c) Quais são os fatores que influenciam na escolha das soluções corantes?


Lubrificação industrial

Uma empresa de bebidas utiliza em sua linha de produção uma esteira com mancais de
rolamento. A esteira transporta garrafas que são enchidas com um delicioso refrigerante diet.

De tempos em tempos, o funcionário encarregado da lubrificação das máquinas e


equipamentos ia até a esteira para lubrificá-la.
lubrificá la. Ele sabia que os mancais de rolamento da
esteira utilizavam
avam um lubrificante com características especiais.

Quais eram as características especiais do lubrificante usado nos mancais de rolamento da


esteira?

Resposta para esta pergunta e outras informações a respeito de lubrificação e lubrificantes


serão dadas nesta aula.

Conceito e objetivos da lubrificação

A lubrificação é uma operação que consiste em introduzir uma substância apropriada entre
superfícies sólidas que estejam em contato entre si e que executam movimentos relativos.
Essa substância apropriada normalmente
ormalmente é um óleo ou uma graxa que impede o contato direto
entre as superfícies sólidas.

Quando recobertos por um lubrificante, os pontos de atrito das superfícies sólidas fazem com
que o atrito sólido seja substituído pelo atrito fluido, ou seja, em atrito
atrito entre uma superfície
sólida e um fluido. Nessas condições, o desgaste entre as superfícies será bastante reduzido.
Além dessa redução do atrito, outros objetivos são alcançados com a lubrificação, se a
substância lubrificante for selecionada corretamente:

menor dissipação de energia na forma de calor;


redução da temperatura, pois o lubrificante também refrigera;
redução da corrosão;
redução de vibrações e ruídos;
redução do desgaste.

Lubrificantes

Os lubrificantes podem ser gasosos como o ar; líquidos como os óleos em geral; semi-sólidos
semi
como as graxas e sólidos como a grafita, o talco, a mica etc.

Contudo, os lubrificantes mais práticos e de uso diário são os líquidos e os semi-sólidos,


semi isto é,
os óleos e as graxas.

Classificação dos
s óleos quanto à origem

Quanto à origem, os óleos podem ser classificados em quatro categorias: óleos minerais, óleos
vegetais, óleos animais e óleos sintéticos.
Óleos minerais - São substâncias obtidas a partir do petróleo e, de acordo com sua estrutura
molecular, são classificadas em óleos parafínicos ou óleos naftênicos.

Óleos vegetais - São extraídos de sementes: soja, girassol, milho, algodão, arroz, mamona,
oiticica, babaçu etc.

Óleos animais - São extraídos de animais como a baleia, o cachalote, o bacalhau, a capivara
etc.

Óleos sintéticos - São produzidos em indústrias químicas que utilizam substâncias orgânicas
e inorgânicas para fabricá-los. Estas substâncias podem ser silicones, ésteres, resinas,
glicerinas etc.

Aplicações dos óleos

Os óleos animais e vegetais raramente são usados isoladamente como lubrificantes, por causa
da sua baixa resistência à oxidação, quando comparados a outros tipos de lubrificantes. Em
vista disso, eles geralmente são adicionados aos óleos minerais com a função de atuar como
agentes de oleosidade. A mistura obtida apresenta características eficientes para lubrificação,
especialmente em regiões de difícil lubrificação.

Alguns óleos vegetais são usados na alimentação humana. Você é capaz de citar alguns?

Os óleos sintéticos são de aplicação muito rara, em razão de seu elevado custo, e são
utilizados nos casos em que outros tipos de substâncias não têm atuação eficiente.

Os óleos minerais são os mais utilizados nos mecanismos industriais, sendo obtidos em larga
escala a partir do petróleo.

Características dos óleos lubrificantes


Os óleos lubrificantes, antes de serem colocados à venda pelo fabricante, são submetidos a
ensaios físicos padronizados que, além de controlarem a qualidade do produto, servem como
parâmetros para os usuários.

Os principais ensaios físicos padronizados para os óleos lubrificantes encontram-se resumidos


na tabela a seguir.

Tipo de ensaio O que determina o ensaio

Viscosidade Resistência ao escoamento oferecida pelo óleo. A


viscosidade é inversamente proporcional à
temperatura. O ensaio é efetuado em aparelhos
denominados viscosímetros. Os viscosímetros mais
utilizados são o Saybolt, o Engler, o Redwood e o
Ostwald.

Índice de viscosidade Mostra como varia a viscosidade de um óleo


conforme as variações de temperatura. Os óleos
minerais parafínicos são os que apresentam menor
variação da

viscosidade quando varia a temperatura e, por isso,


possuem índices de viscosidade mais elevados que
os naftênicos.

Densidade relativa Relação entre a densidade do óleo a 20°C e a


densidade da água a 4°C ou a relação entre a
densidade do óleo a 60°F e a densidade da água a
60°F.

Ponto de fulgor (flash point) Temperatura mínima à qual pode inflamar-se o vapor
de óleo, no mínimo, durante 5 segundos. O ponto de
fulgor é um dado importante quando se lida com
óleos que trabalham em altas temperaturas.

Ponto de combustão Temperatura mínima em que se sustenta a queima


do óleo.

Ponto de mínima fluidez Temperatura mínima em que ocorre o escoamento


do óleo por gravidade. O ponto de mínima fluidez é
um dado importante quando se lida com óleos que
trabalham em baixas temperaturas.
Resíduos de carvão Resíduos sólidos que permanecem após a destilação
destrutiva do óleo.

Graxas

As graxas são compostos lubrificantes semi-sólidos constituídos por uma mistura de óleo,
aditivos e agentes engrossadores chamados sabões metálicos, à base de alumínio, cálcio,
sódio, lítio e bário. Elas são utilizadas onde o uso de óleos não é recomendado.

As graxas também passam por ensaios físicos padronizados e os principais encontram-se no


quadro a seguir.

Tipo de ensaio O que determina o ensaio

Consistência Dureza relativa, resistência à penetração.

Estrutura Tato, aparência.

Filamentação Capacidade de formar fios ou filamentos

Adesividade Capacidade de aderência.

Ponto de fusão ou gotejo Temperatura na qual a graxa passa para o estado


líquido.

Tipos de graxa

Os tipos de graxa são classificados com base no sabão utilizado em sua fabricação.

Graxa à base de alumínio: macia; quase sempre filamentosa; resistente à água; boa
estabilidade estrutural quando em uso; pode trabalhar em temperaturas de até 71°C. É
utilizada em mancais de rolamento de baixa velocidade e em chassis.
Graxa à base de cálcio: vaselinada; resistente à água; boa estabilidade estrutural quando em
uso; deixa-se aplicar facilmente com pistola; pode trabalhar em temperaturas de até 77°C. É
aplicada em chassis e em bombas d’água.

Graxa à base de sódio: geralmente fibrosa; em geral não resiste à água; boa estabilidade
estrutural quando em uso. Pode trabalhar em ambientes com temperatura de até 150°C. É
aplicada em mancais de rolamento, mancais de rodas, juntas universais etc.

Graxa à base de lítio: vaselinada; boa estabilidade estrutural quando em uso; resistente à
água; pode trabalhar em temperaturas de até 150°C. É utilizada em veículos automotivos e na
aviação.

Graxa à base de bário: características gerais semelhantes às graxas à base de lítio.

Graxa mista: é constituída por uma mistura de sabões. Assim, temos graxas mistas à base de
sódio-cálcio, sódio-alumínio etc.

Além dessas graxas, há graxas de múltiplas aplicações, graxas especiais e graxas sintéticas.

Lubrificantes sólidos

Algumas substâncias sólidas apresentam características peculiares que permitem a sua


utilização como lubrificantes, em condições especiais de serviço.

Entre as características importantes dessas substâncias, merecem ser mencionadas as


seguintes:

• baixa resistência ao cisalhamento;

• estabilidade a temperaturas elevadas;

• elevado limite de elasticidade;

• alto índice de transmissão de calor;

• alto índice de adesividade;

• ausência de impurezas abrasivas.


Embora tais características não sejam sempre atendidas por todas as substâncias sólidas
utilizadas como lubrificantes, elas aparecem de maneira satisfatória nos carbonos cristalinos,
como a grafita, e no bissulfeto de molibdênio, que são, por isso mesmo, aquelas mais
comumente usadas para tal finalidade.

A grafita, após tratamentos especiais, dá origem à grafita coloidal, que pode ser utilizada na
forma de pó finamente dividido ou em dispersões com água, óleos minerais e animais e alguns
tipos de solventes.

É crescente a utilização do bissulfeto de molibdênio (MoS2) como lubrificante. A ação do


enxofre (símbolo químico = S) existente em sua estrutura propicia uma excelente aderência da
substância com a superfície metálica, e seu uso é recomendado sobretudo para partes
metálicas submetidas a condições severas de pressão e temperaturas elevadas. Pode ser
usado em forma de pó dividido ou em dispersão com óleos minerais e alguns tipos de
solventes.

A utilização de sólidos como lubrificantes é recomendada para serviços em condições


especiais, sobretudo aquelas em que as partes a lubrificar estão submetidas a pressões ou
temperaturas elevadas ou se encontram sob a ação de cargas intermitentes ou em meios
agressivos. Os meios agressivos são comuns nas refinarias de petróleo, nas indústrias
químicas e petroquímicas.

Aditivos

Aditivos são substâncias que entram na formulação de óleos e graxas para conferir-lhes certas
propriedades. A presença de aditivos em lubrificantes tem os seguintes objetivos:

• melhorar as características de proteção contra o desgaste e de atuação em trabalhos sob


condições de pressões severas;

• aumentar a resistência à oxidação e corrosão;

• aumentar a atividade dispersante e detergente dos lubrificantes;

• aumentar a adesividade;
• aumentar o índice de viscosidade.

Lubrificação de mancais de deslizamento

O traçado
o correto dos chanfros e ranhuras de distribuição do lubrificante nos mancais de
deslizamento é o fator primordial para se assegurar a lubrificação adequada.

Os mancais de deslizamento podem ser lubrificados com óleo ou com graxa. No caso de óleo,
a viscosidade
sidade é o principal fator a ser levado em consideração; no caso de graxa, a sua
consistência é o fator relevante.

A escolha de um óleo ou de uma graxa também depende dos seguintes fatores:

• geometria do mancal: dimensões, diâmetro, folga mancal/eixo;

• rotação do eixo;

• carga no mancal;

• temperatura de operação do mancal;

• condições ambientais: temperatura, umidade, poeira e contaminantes;

• método de aplicação.
Lubrificação de mancais de rolamento

Os rolamentos axiais autocompensadores de rolos são lubrificados, normalmente, com óleo.


Todos os demais tipos de rolamentos podem ser lubrificados com óleo ou com graxa.

Lubrificação com graxa

Em mancais de fácil acesso, a caixa pode ser aberta para se renovar ou completar a graxa.
Quando a caixa é bipartida, retira-se a parte superior; caixas inteiriças dispõem de tampas
laterais facilmente removíveis. Como regra geral, a caixa deve ser cheia apenas até um terço
ou metade de seu espaço livre com uma graxa de boa qualidade, possivelmente à base de lítio.

Lubrificação com óleo

O nível de óleo dentro da caixa de rolamentos deve ser mantido baixo, não excedendo o centro
do corpo rolante inferior. É muito conveniente o emprego de um sistema circulatório para o óleo
e, em alguns casos, recomenda-se o uso de lubrificação por neblina.

Intervalos de lubrificação

No caso de rolamentos lubrificados por banho de óleo, o período de troca de óleo depende,
fundamentalmente, da temperatura de funcionamento do rolamento e da possibilidade de
contaminação proveniente do ambiente. Não havendo grande possibilidade de poluição, e
sendo a temperatura inferior a 50°C, o óleo pode ser trocado apenas uma vez por ano. Para
temperaturas em torno de 100°C, este intervalo cai para 60 ou 90 dias.

Lubrificação dos mancais dos motores

Temperatura, rotação e carga do mancal são os fatores que vão direcionar a escolha do
lubrificante.
Regra geral:

• temperaturas altas: óleo mais viscoso ou uma graxa que se mantenha consistente;

• altas rotações: usar óleo mais fino;

• baixas rotações: usar óleo mais viscoso.

Lubrificação de engrenagens fechadas

A completa separação das superfícies dos dentes das engrenagens durante o engrenamento
implica presença de uma película de óleo de espessura suficiente para que as saliências
microscópicas destas superfícies não se toquem.
O óleo é aplicado às engrenagens fechadas por meio de salpico ou de circulação.

A seleção do óleo para engrenagens depende dos seguintes fatores: tipo de engrenagem,
rotação do pinhão, grau de redução, temperatura de serviço, potência, natureza da carga, tipo
de acionamento, método de aplicação e contaminação.

Lubrificação de engrenagens abertas

Não é prático nem econômico encerrar alguns tipos de engrenagem numa caixa. Estas são as
chamadas engrenagens abertas.

As engrenagens abertas só podem ser lubrificadas intermitentemente e, muitas vezes, só a


intervalos regulares, proporcionando películas lubrificantes de espessuras mínimas entre os
dentes, prevalecendo as condições de lubrificação limítrofe.
Ao selecionar o lubrificante de engrenagens abertas, é necessário levar em consideração as
seguintes condições: temperatura, método de aplicação, condições ambientais e material da
engrenagem.

Lubrificação de motorredutores

A escolha de um óleo para lubrificar motorredutores deve ser feita considerando-se os


seguintes fatores: tipo de engrenagens; rotação do motor; temperatura de operação e carga.
No geral, o óleo deve ser quimicamente estável para suportar oxidações e resistir à oxidação.

Lubrificação de máquinas-ferramenta

Existe, atualmente, um número considerável de máquinas-ferramenta com uma extensa


variedade de tipos de modelos, dos mais rudimentares àqueles mais sofisticados, fabricados
segundo as tecnologias mais avançadas.

Diante de tão grande variedade de máquinas-ferramenta, recomenda-se a leitura atenta do


manual do fabricante do equipamento, no qual serão encontradas indicações precisas para
lubrificação e produtos a serem utilizados.

Para equipamentos mais antigos, e não se dispondo de informações mais precisas, as


seguintes indicações genéricas podem ser obedecidas:

Sistema de circulação forçada - óleo lubrificante de primeira linha com número de


viscosidade S 215 (ASTM).

Lubrificação intermitente (oleadeiras, copo conta-gotas etc.) - óleo mineral puro com número
de viscosidade S 315 (ASTM).

Fusos de alta velocidade (acima de 3000 rpm) - óleo lubrificante de primeira linha, de base
parafínica, com número de viscosidade S 75 (ASTM).
Fusos de velocidade moderada (abaixo de 3000 rpm) - óleo lubrificante de primeira linha, de
base parafínica, com número de viscosidade S 105 (ASTM).

Guias e barramentos - óleos lubrificantes contendo aditivos de adesividade e inibidores de


oxidação e corrosão, com número de viscosidade S 1000 (ASTM).

Caixas de redução - para serviços leves podem ser utilizados óleos com número de
viscosidade S 1000 (ASTM) aditivados convenientemente com antioxidantes, antiespumantes
etc. Para serviços pesados, recomendam-se óleos com aditivos de extrema pressão e com
número de viscosidade S 2150 (ASTM).

Lubrificação à graxa - em todos os pontos de lubrificação à graxa pode-se utilizar um mesmo


produto. Sugere-se a utilização de graxas à base de sabão de lítio de múltipla aplicação e
consistência NLGI 2.

Observações

S = Saybolt; ASTM = American Society of Testing Materials (Sociedade Americana de


Materiais de Teste). NLGI = National Lubricating Grease Institute (Instituto Nacional de Graxa
Lubrificante).

Em resumo, por mais complicada que uma máquina pareça, há apenas três elementos a
lubrificar:

1. Apoios de vários tipos, tais como: mancais de deslizamento ou rolamento, guia etc.

2. Engrenagens de dentes retos, helicoidais, parafusos de rosca sem-fim etc., que podem
estar descobertas ou encerradas em caixas fechadas.

3. Cilindros, como os que se encontram nos compressores e em toda a espécie de


motores, bombas ou outras máquinas com êmbolos.

Pare! Estude! Responda!


Exercícios

Responda.

a) No que consiste a lubrificação?

b) Em termos práticos, quais são os lubrificantes mais utilizados?

c) Quanto à origem, como se classificam os lubrificantes?

d) O que é viscosidade?

e) O que são graxas?

f) Um mancal de deslizamento que opera sob alta pressão e em baixa rotação deve ser
lubrificado com óleo ou graxa? Justifique.
Elementos de Máquinas

Elementos de fixação

Se você vai fazer uma caixa de papelão, possivelmente usará cola, fita adesiva ou grampos
para unir as partes da caixa. Por outro lado, se você pretende fazer uma caixa ou engradado
de madeira, usará pregos ou taxas para unir as partes.

Na mecânica é muito comum a


necessidade de unir peças
como chapas, perfis e barras.
Qualquer construção, por mais
simples que seja, exige união
de peças entre si.

Entretanto, em mecânica as peças a serem unidas, exigem elementos próprios de união que
são denominados elementos de fixação.

Numa classificação geral, os elementos de fixação mais usados em mecânica são: rebites,
pinos, cavilhas, parafusos, porcas, arruelas, chavetas etc.

Você vai estudar cada um desses elementos de fixação para conhecer suas características, o
material de que é feito, suas aplicações, representação, simbologia e alguns cálculos
necessários para seu emprego.

A união de peças feita pelos elementos de fixação pode ser de dois tipos: móvel ou
permanente.

No tipo de união móvel, os elementos de fixação podem ser colocados ou retirados do


conjunto sem causar qualquer dano às peças que foram unidas. É o caso, por exemplo, de
uniões feitas com parafusos, porcas e arruelas.
No tipo de união permanente, os elementos de fixação, uma vez instalados, não podem ser
retirados sem que fiquem inutilizados. É o caso, por exemplo, de uniões feitas com rebites e
soldas.

Tanto os elementos de fixação móvel como os elementos de fixação permanente devem ser
usados com muita habilidade e cuidado porque são, geralmente, os componentes mais frágeis
da máquina. Assim, para projetar um conjunto mecânico é preciso escolher o elemento de
fixação adequado ao tipo de peças que irão ser unidas ou fixadas. Se, por exemplo, unirmos
peças robustas com elementos de fixação fracos e mal planejados, o conjunto apresentará
falhas e poderá ficar inutilizado. Ocorrerá, portanto, desperdício de tempo, de materiais e de
recursos financeiros.

Ainda é importante planejar e escolher corretamente os elementos de fixação a serem usados


para evitar concentração de tensão nas peças fixadas. Essas tensões causam rupturas nas
peças por fadiga do material, isto é, a queda de resistência ou enfraquecimento do material
devido a tensões e constantes esforços.

Fadiga de material significa queda de resistência ou enfraquecimento do material devido a


tensões e constantes esforços.
Tipos de elementos de fixação

Para você conhecer melhor alguns elementos de fixação, apresentamos a seguir uma
descrição simples de cada um deles.

Rebite

O rebite é formado por um corpo cilíndrico e uma cabeça.

É fabricado em aço, alumínio, cobre ou latão. É usado para fixação permanente de duas ou
mais peças.

Pino

O pino une peças articuladas. Nesse tipo de união, uma das peças pode se movimentar por
rotação.
pinos

Cavilha

A cavilha une peças que não são articuladas entre si.

Contrapino ou cupilha

O contrapino ou cupilha é uma haste ou arame com forma semelhante à de um meio-cilindro,


dobrado de modo a fazer uma cabeça circular e tem duas pernas desiguais. Introduz-se o
contrapino ou cupilha num furo na extremidade de um pino ou parafuso com porca castelo. As
pernas do contrapino são viradas para trás e, assim, impedem a saída do pino ou da porca
durante vibrações das peças fixadas.

cupilha ou contrapino
Parafuso

O parafuso é uma peça formada por um corpo cilíndrico roscado e uma cabeça, que pode ter
várias formas.

Porca

A porca tem forma de prisma, de cilindro etc. Apresenta um furo roscado. Através desse furo, a
porca é atarraxada ao parafuso.

Arruela

A arruela é um disco metálico com um furo no centro. O corpo do parafuso passa por esse furo.
Anel elástico

O anel elástico é usado para impedir deslocamento de eixos. Serve, também, para posicionar
ou limitar o movimento de uma peça que desliza sobre um eixo.

Chaveta

A chaveta tem corpo em forma prismática ou cilíndrica que pode ter faces paralelas ou
inclinadas, em função da grandeza do esforço e do tipo de movimento que deve transmitir.

Alguns autores classificam a chaveta como elementos de fixação e outros autores, como
elementos de transmissão. Na verdade, a chaveta desempenha as duas funções.
Nos exercícios a seguir, você tem oportunidade de verificar sua aprendizagem.
Exercícios

Marque com um X a resposta correta.

1. A união de peças é feita com elementos de máquinas de:

a) ( ) transmissão;

b) ( ) fixação;

c) ( ) vedação.

2. Rebites, cavilhas, pinos são elementos de máquinas de:

a) ( ) transmissão;

b) ( ) articulação;

c) ( ) fixação.

3. Uma fixação com elementos de máquinas pode ser:

a) ( ) móvel ou permanente;

b) ( ) móvel ou articulada;

c) ( ) fixa ou permanente.

4. Numa união permanente você usa:

a) ( ) pino ou chaveta;

b) ( ) solda ou rebite;

c) ( ) porca ou arruela.
Elementos de apoio

De modo geral, os elementos de apoio consistem de acessórios auxiliares para o


funcionamento de máquinas.

Nesta unidade, são abordados os seguintes elementos de apoio: buchas, guias, rolamentos
e mancais.

Na prática, podemos observar que buchas e mancais são elementos que funcionam
conjuntamente. Apenas para facilitar o estudo, eles são descritos separadamente.

Para que você tenha uma visão geral dos assuntos a serem estudados em cada aula, são
apresentadas algumas das principais informações relativas aos elementos de apoio.

Buchas

As buchas existem desde que se passou a usar transportes com rodas e eixos.

No caso de rodas de madeira, que até hoje são usadas em carros de boi, já existia o problema
de atrito. Durante o movimento de rotação as superfícies em contato provocavam atritos e, com
o tempo, desgastavam-se eixos e rodas sendo preciso trocá-los.

Com a introdução das rodas de aço manteve-se o problema com atritos. A solução encontrada
foi a de colocar um anel de metal entre o eixo e as rodas.

Esse anel, mais conhecido como bucha, reduz bastante o atrito, passando a constituir um
elemento de apoio indispensável.

Na aula Buchas, você vai ver que as buchas podem ser classificadas, quanto ao tipo de
solicitação, em buchas de fricção radial e de fricção axial.
Em determinados trabalhos de usinagem, há a necessidade de furação, ou seja, de fazer furos.
Para isso é preciso que a ferramenta de furar fique corretamente posicionada para que os furos
sejam feitos exatamente nos locais marcados. Nesse caso, são usadas as buchas-guia para
furação e também para alargamento dos furos.

Devido à sua importância, as buchas-guia serão estudadas com mais detalhes.

Guias

As guias, que são elementos de apoio de máquinas, têm a função de manter a direção de uma
peça em movimento. Por exemplo, numa janela corrediça, seu movimento de abrir e de fechar
é feito dentro de trilhos. Esses trilhos evitam que o movimento saia da direção.

A guia tem a mesma função desses trilhos. Numa máquina industrial, como uma serra de fita, a
guia assegura a direção da trajetória da serra.
Geralmente, usa-se
se mais de uma guia em máquinas. Normalmente, se usa um conjunto de
guias com perfis variados, que se denomina barramento. Existem
m vários tipos de barramento,
conforme a função que ele exerce.

Rolamentos e mancais

Os mancais como as buchas têm a função de servir de suporte a eixos, de modo a reduzir o
atrito e amortecer choques ou vibrações. Eles podem ser de deslizamento ou rolamento.

Os mancais de
deslizamento são
constituídos de uma
bucha fixada num
suporte. São usados em
máquinas pesadas ou
em equipamentos de
baixa rotação.

Os mancais de rolamento dispõem de elementos rolantes: esferas, roletes e agulhas.


De acordo com as forças que suportam, os mancais podem ser radiais, axiais ou mistos.

Em relação aos mancais de deslizamento, os mancais de rolamentos apresentam as seguintes


vantagens:

• Menor atrito e aquecimento.

• Pouca lubrificação.

• Condições de intercâmbio internacional.

• Não desgasta o eixo.

• Evita grande folga no decorrer do uso.

Mas os mancais de rolamentos têm algumas desvantagens:

• Muita sensibilidade a choques.

• Maior custo de fabricação.

• Pouca tolerância para carcaça e alojamento do eixo.

• Não suportam cargas muito elevadas.


• Ocupam maior espaço radial.

Teste, agora, sua aprendizagem, faça os exercícios a seguir.

Exercícios

Marque com um X a resposta correta.

1. São elementos de apoio de máquinas:

a) ( ) mancais e rolamentos, eixos, rodas;

b) ( ) buchas, guias, mancais e rolamentos;

c) ( ) guias, esferas, mancais;

d) ( ) rodas, buchas, pinos, placas de proteção.

2. Os elementos de apoio são acessórios de:

a) ( ) ferramentas;

b) ( ) equipamentos;

c) ( ) materiais plásticos;

d) ( ) máquinas.

3. As buchas-guia servem para:

a) ( ) fazer e alargar furos;

b) ( ) orientar trajetória de máquinas;

c) ( ) posicionar rodas;

d) ( ) amortecer choques.
4. Um conjunto de guias com perfis variados, denomina-se:

a) ( ) bucha-guia;

b) ( ) serra;

c) ( ) barramento;

d) ( ) rosca.
5. Os mancais servem de suporte a:

a) ( ) pinos;

b) ( ) chavetas;

c) ( ) eixos;

d) ( ) molas.

6. Os mancais podem ser de dois tipos:

a) ( ) fixação e transmissão;

b) ( ) tração e retração;

c) ( ) pressão e compressão;

d) ( ) deslizamento ou rolamento.
Elementos elásticos

Os motoristas de uma empresa de transportes discutiram com o gerente um problema que


vinham enfrentando. De tanto transportarem carga em excesso, as molas dos caminhões
vinham perdendo, cada vez mais, sua elasticidade. Com isso, as carrocerias ficavam muito
baixas, o que significava possíveis riscos de estragos dos caminhões e de sua apreensão por
policiais rodoviários.

O gerente, que já estava preocupado com o problema, convenceu


convenceu o empresário a trocar as
molas dos caminhões e a reduzir a quantidade da carga transportada.

As molas, como você pode ver nesse problema, têm função muito importante. Por isso elas
serão estudadas em três aulas deste módulo.

São diversas as funções das


as molas. Observe, por exemplo, nas ilustrações, sua função na
prancha de um trampolim. São as molas que permitem ao mergulhador elevar-se,
elevar sob impulso,
para o salto do mergulho.

A movimentação do mergulhador se deve à elasticidade das molas.

Peças fixadas entre si com elementos elásticos podem ser deslocadas sem sofrerem
alterações. Assim, as molas são muito usadas como componentes de fixação elástica. Elas
sofrem deformação quando recebem a ação de alguma força, mas voltam ao estado normal, ou
o
seja, ao repouso,, quando a força pára.
As uniões elásticas são usadas para amortecer choques, reduzir ou absorver vibrações e para
tornar possível o retorno de um componente mecânico à sua posição primitiva. Com certeza,
você conhece muitos casos em que que se empregam molas como, por exemplo, estofamentos,
fechaduras, válvulas de descarga, suspensão de automóvel, relógios, brinquedos.

Formas de uso

As molas são usadas, principalmente, nos casos de armazenamento de energia,


amortecimento de choques, distribuição
ribuição de cargas, limitação de vazão, preservação de junções
ou contatos.

Armazenamento de energia

Nesse caso, as molas são utilizadas para acionar mecanismos de relógios, de brinquedos, de
retrocesso das válvulas de descarga e aparelhos de controle.

válvula de descarga

Amortecimento de choques
As molas amortecem choques em suspensão e pára-choques
pára choques de veículos, em acoplamento de
eixos e na proteção de instrumentos delicados ou sensíveis.

Distribuição de cargas

As molas distribuem cargas em estofamentos


estofamentos de poltronas, colchões, estrados de camas e
veículos em que, por meio de molas, a carga pode ser distribuída pelas rodas.

Limitação de vazão

As molas regulam a vazão de água em válvulas e registros e a vazão de gás em bujões ou


outros recipientes.
válvula de gás de botijão

Preservação de junções ou contatos

Nesse caso, a função das molas é a de preservar peças articuladas, alavancas de contato,
vedações, etc. que estejam em movimento ou sujeitas a desgastes. Ainda, as molas têm a
função
nção especial de manter o carvão de um coletor sob pressão.

Tipos de mola

Os diversos tipos de molas podem ser classificados quanto à sua forma geométrica ou
segundo o modo como resistem aos esforços.

Quanto à forma geométrica, as molas podem ser helicoidais


helicoidais (forma de hélice) ou planas.
molas helicoidais

molas planas

Quanto ao esforço que suportam, as molas podem ser de tração, de compressão ou de torção.

mola de tração mola de compressão mola de torção


Exercício

Marque com um X a resposta correta.

1. As molas podem produzir movimento de impulso devido à sua propriedade de:

a) ( ) força;

b) ( ) elasticidade;

c) ( ) rigidez;

d) ( ) retração.

2. As uniões elásticas, por molas, são usadas para:

a) ( ) evitar choques e vibrações;

b) ( ) reduzir movimentos e choques;

c) ( ) eliminar choques e vibrações;

d) ( ) amortecer choques e reduzir vibrações.

3. Para acionamento de mecanismos de relógios, usam-se molas com capacidade de:

a) ( ) armazenar energia;

b) ( ) vazar energia;

c) ( ) gerar energia;

d) ( ) controlar energia.

4. Em suspensão e pára-choques de veículos, as molas exercem a função de:


a) ( ) amortecer choques;

b) ( ) eliminar choques;

c) ( ) reduzir atritos;

d) ( ) evitar vibrações.
Elementos de Transmissão

Eixos e árvores

Assim como o homem, as máquinas contam com sua “coluna vertebral” como um dos
principais elementos de sua estrutura física: eixos e árvores, que podem ter perfis lisos ou
compostos,, em que são montadas as engrenagens, polias, rolamentos, volantes, manípulos
etc.

Os eixos e as árvores podem ser fixos ou giratórios e sustentam os elementos de máquina. No


caso dos eixos fixos, os elementos (engrenagens com buchas, polias sobre rolamentos e
volantes) é que giram.

Quando se trata de eixo-árvore


árvore giratório, o eixo se movimenta juntamente com seus elementos
ou independentemente deles como, por exemplo, eixos de afiadores (esmeris), rodas de trole
(trilhos), eixos de máquinas-ferramenta,
ferramenta, eixos sobre mancais.
Material de fabricação

Os eixos e árvores são fabricados em aço ou ligas de aço, pois os materiais metálicos
apresentam melhores propriedades mecânicas do que os outros materiais. Por isso, são mais
adequados para a fabricação de elementos de transmissão:

• eixos com pequena solicitação mecânica são fabricados em aço ao carbono;

• eixo-árvore
árvore de máquinas e automóveis são fabricados em aço-níquel;
aço

• eixo-árvore
árvore para altas rotações ou para bombas e turbinas são fabricados em aço cromo-
cromo
níquel;

• eixo para vagões são fabricados em aço-manganês.


aço

Quando os eixos e árvores têm finalidades específicas, podem ser fabricados em cobre,
alumínio, latão. Portanto, o material de fabricação varia de acordo com a função dos eixos e
árvores.

Tipos e características de árvores

Conforme sua funções, uma árvore pode ser de engrenagens (em que são montados mancais
e rolamentos) ou de manivelas, que transforma movimentos circulares em movimentos
retilíneos.

Para suporte de forças radiais, usam-se


usam espigas retas, cônicas, de colar, de manivela e
esférica.
Para suporte de forças axiais, usam-se
usam espigas de anéis ou de cabeça.

As forças axiais têm direção perpendicular (90º) à seção transversal do eixo, enquanto as
forças radiais têm direção tangente ou paralela à seção transversal
transversal do eixo.
Quanto ao tipo, os eixos podem ser roscados, ranhurados, estriados, maciços, vazados,
flexíveis, cônicos, cujas características estão descritas a seguir.

Eixos maciços

A maioria dos eixos maciços tem seção transversal circular maciça,


maciça, com degraus ou apoios
para ajuste das peças montadas sobre eles. A extremidade do eixo é chanfrada para evitar
rebarbas. As arestas são arredondadas para aliviar a concentração de esforços.

Eixos vazados

ferramenta possuem o eixo-árvore


Normalmente, as máquinas-ferramenta árvore vazado para facilitar a fixação
de peças mais longas para a usinagem.
Temos ainda os eixos vazados empregados nos motores de avião, por serem mais leves.

Eixos cônicos

Os eixos cônicos devem ser ajustados a um componente que possua um furo fur de encaixe
cônico. A parte que se ajusta tem um formato cônico e é firmemente presa por uma porca. Uma
chaveta é utilizada para evitar a rotação relativa.

Eixos roscados

Esse tipo de eixo é composto de rebaixos e furos roscados, o que permite sua utilização como
elemento de transmissão e também como eixo prolongador utilizado na fixação de rebolos para
retificação interna e de ferramentas para usinagem de furos.
Eixos-árvore ranhurados

Esse tipo de eixo apresenta uma série de ranhuras longitudinais


longitudinais em torno de sua
circunferência. Essas ranhuras engrenam-se
engrenam se com os sulcos correspondentes de peças que
serão montadas no eixo. Os eixos ranhurados são utilizados para transmitir grande força.

Eixos-árvore estriados

Assim como os eixos cônicos, como co chavetas, caracterizam-se


se por garantir uma boa
concentricidade com boa fixação, os eixos-árvore
eixos árvore estriados também são utilizados para evitar
rotação relativa em barras de direção de automóveis, alavancas de máquinas etc.

Eixos-árvore flexíveis

Consistem
tem em uma série de camadas de arame de aço enroladas alternadamente em sentidos
opostos e apertadas fortemente. O conjunto é protegido por um tubo flexível e a união com o
motor é feita mediante uma braçadeira especial com uma rosca.

São eixos empregados para transmitir movimento a ferramentas portáteis (roda de afiar), e
adequados a forças não muito grandes e altas velocidades (cabo de velocímetro).
Teste sua aprendizagem. Faça os exercícios a seguir, depois confira suas respostas com as do
gabarito.
Exercícios

Marque com um X a única resposta correta.

1. O eixo que transmite movimento ou energia e suporta esforços chama-se:

a) ( ) árvore ou espiga;

b) ( ) eixo vazado ou árvore;

c) ( ) eixo-árvore ou árvore;

d) ( ) eixo ou espiga.

2. Os elementos de máquina são sustentados por:

a) ( ) espigas;

b) ( ) morsa;

c) ( ) barras;

d) ( ) eixos.

3. Para usinar peças longas são usadas máquinas-ferramenta com:

a) ( ) eixo-árvore vazado;

b) ( ) eixo-árvore maciço;

c) ( ) eixo vazado;

d) ( ) eixo maciço.

4. Os eixos podem ser:

a) ( ) flexíveis ou giratórios;

b) ( ) imóveis ou fixos;

c) ( ) fixos ou giratórios;

d) ( ) fixos ou oscilantes.
5. Os eixos e árvores podem ser fabricados em:

a) ( ) cobre, alumínio, latão, elástico;

b) ( ) chumbo, alumínio, latão, aço;

c) ( ) chumbo, aço, plástico, ferro;

d) ( ) aço, cobre, alumínio, latão.


Introdução

Às vezes, pequenos problemas de uma empresa podem ser resolvidos com soluções
imediatas, principalmente quando os recursos estão próximos de nós, sem exigir grandes
investimentos. Por exemplo: com a simples troca de alguns componentes de uma máquina,
onde se pretende melhorar o rendimento do sistema de transmissão, conseguiremos resolver o
problema de atrito, desgaste e perda de energia. Esses componentes - as polias e as correias,
que são o assunto da aula de hoje.

Polias

As polias são peças cilíndricas, movimentadas pela rotação do eixo do motor e pelas correias.

Uma polia é constituída de uma coroa ou face, na qual se enrola a correia. A face é ligada a um
cubo de roda mediante disco ou braços.
Tipos de polia

Os tipos de polia são determinados pela forma da superfície na qual a correia se assenta. Elas
podem ser planas ou trapezoidais.
trapezoidais As polias planas podem em apresentar dois formatos na sua
superfície de contato. Essa superfície pode ser plana ou abaulada.

A polia plana conserva melhor as correias, e a polia com superfície abaulada guia melhor as
correias. As polias apresentam braços a partir de 200 mm de
de diâmetro. Abaixo desse valor, a
coroa é ligada ao cubo por meio de discos.

A polia trapezoidal recebe esse nome porque a superfície na qual a correia se assenta
apresenta a forma de trapézio. As polias trapezoidais devem ser providas de canaletes (ou
canais) e são dimensionadas de acordo com o perfil padrão da correia a ser utilizada.
Dimensões normais das polias de múltiplos canais

Perfil Diâmetro Ângulo medidas em milímetros


padrão externo

da correia da polia do canal T S W Y Z H K U=R X

A 75 a 170 34º 9,50 15 13 3 2 13 5 1,0 5

acima de 170 38º

B de 130 a 240 34º 11,5 19 17 3 2 17 6,5 1,0 6,25

acima de 240 38º

C de 200 a 350 34º 15,2 25,5 22,5 4 3 22 9,5 1,5 8,25


5

acima de 350 38º


D de 300 a 450 34º 22 36,5 32 6 4,5 28 12,5 1,5 11

acima de 450 38º

E de 485 a 630 34º 27,2 44,5 38,5 8 6 33 16 1,5 13


5

acima de 630 38º

Essas dimensões são obtidas a partir de consultas em tabelas. Vamos ver um exemplo que
pode explicar como consultar tabela.

Imaginemos que se vai executar um projeto de fabricação de polia, cujo diâmetro é de 250 mm,
perfil padrão da correia C e ângulo do canal de 34º. Como determinar as demais dimensões da
polia?

Com os dados conhecidos, consultamos a tabela e vamos encontrar essas dimensões:

Perfil padrão da correia: C Diâmetro externo da polia: 250 mm

Ângulo do canal: 34º T: 15,25 mm

S: 25,5 mm W: 22,5 mm

Y: 4 mm Z: 3 mm

H: 22 mm K: 9,5 mm

U = R: 1,5 mm X: 8,25 mm

Além das polias para correias planas e trapezoidais, existem as polias para cabos de aço, para
correntes, polias (ou rodas) de atrito, polias para correias redondas e para correias dentadas.
Algumas vezes, as palavras roda e polia são utilizadas como sinônimos.
No quadro da próxima página, observe, com atenção, alguns exemplos de polias e, ao lado, a
forma como são representadas em desenho técnico.
Material das polias

Os materiais que se empregam para a construção das polias são ferro fundido (o mais
utilizado), aços, ligas leves e materiais sintéticos. A superfície da polia não deve apresentar
porosidade, pois, do contrário, a correia irá se desgastar rapidamente.

Correias

As correias mais usadas são planas e as trapezoidais. A correia eia em “V” ou trapezoidal é
inteiriça, fabricada com seção transversal em forma de trapézio. É feita de borracha revestida
de lona e é formada no seu interior por cordonéis vulcanizados para suportar as forças de
tração.

O emprego da correia trapezoidal


trapezoidal ou em “V” é preferível ao da correia plana porque:

• praticamente não apresenta deslizamento;

• permite o uso de polias bem próximas;

• elimina os ruídos e os choques, típicos das correias emendadas (planas).

Existem vários perfis padronizados de correias trapezoidais.


Outra correia utilizada é a correia dentada, para casos em que não se pode ter nenhum
deslizamento, como no comando de válvulas do automóvel.

Material das correias

Os materiais empregados para fabricação das correias são couro; materiaismater fibrosos e
sintéticos (à base de algodão, pêlo de camelo, viscose, perlon e náilon) e material combinado
(couro e sintéticos).

Transmissão

Na transmissão por polias e correias, a polia que transmite movimento e força é chamada polia
motora ou condutora. A polia que recebe movimento e força é a polia movida ou conduzida.
A maneira como a correia é colocada determina o sentido de rotação das polias. Assim,
temos:

• sentido direto de rotação - a correia fica reta e as polias têm o mesmo sentido de rotação;
rotação
• sentido de rotação inverso - a correia fica cruzada e o sentido de rotação das polias
inverte-se;

• transmissão de rotação entre eixos não paralelos.

Para ajustar as correias nas polias, mantendo tensão correta, utiliza-se


utiliza se o esticador de correia.

Já vimos que a forma da polia varia em função do tipo de correia.


Relação de transmissão

Na transmissão por polias e correias, para que o funcionamento seja perfeito, é necessário
obedecer
edecer alguns limites em relação ao diâmetro das polias e o número de voltas pela unidade
de tempo. Para estabelecer esses limites precisamos estudar as relações de transmissão.
transmissão

Costumamos usar a letra i para representar a relação de transmissão. Ela é a relação entre o
número de voltas das polias (n) numa unidade de tempo e os seus diâmetros.

A velocidade tangencial (V) é a mesma para as duas polias, e é calculada pela fórmula: V = π ·
D ·n

Como as duas velocidades são iguais, temos:

V1 = V2 → π · D1 · n1 = π · D2 · n2 ∴

n1 D2
= =i
D1 · n1 = D2 · n2 ou n2 D1

n1 D2
i= =
Portanto n2 D1
Onde: D1 = diâmetro da polia menor

D2 = diâmetro da polia maior

n1 = número de rotações por minuto (rpm) da polia menor

n2 = número de rotações por minuto (rpm) da polia maior

Na transmissão por correia plana, a relação de transmissão (i) não deve ser maior do que 6
(seis), e na transmissão por correia trapezoidal esse valor não deve ser maior do que 10
(dez).

Teste sua aprendizagem. Faça os exercícios, a seguir. Depois confira suas respostas com as
apresentadas no gabarito.
Exercícios

Marque com um X a resposta correta.

1. As polias e correias transmitem:

a) ( ) impulso e força;

b) ( ) calor e vibração;

c) ( ) força e atrito;

d) ( ) força e rotação.

2. A transmissão por correias exige:

a) ( ) força de tração;

b) ( ) força de atrito;

c) ( ) velocidade tangencial;

d) ( ) velocidade.

3. As correias mais comuns são:

a) ( ) planas e trapezoidais;

b) ( ) planas e paralelas;

c) ( ) trapezoidais e paralelas;

d) ( ) paralelas e prismáticas.

4. As correias podem ser feitas de:


a) ( ) metal, couro, cerâmica;

b) ( ) couro, borracha, madeira;

c) ( ) borracha, couro, tecido;

d) ( ) metal, couro, plástico.

5. A correia em “V” ou trapezoidal inteiriça é fabricada na forma de:

a) ( ) quadrado;

b) ( ) trapézio;

c) ( ) losango;

d) ( ) prisma.

6. Analise o desenho e assinale com um X o perfil de correia adequado à polia


representada.

7. Analise as representações de polias.


po A seguir, escreva nos

( ) a letra que identifica corretamente cada uma.


a) polia com guia;

b) polia de aço abaulado;

c) polia em “V” múltipla;

d) polia escalonada de aço plano;

e) polia para correia redonda.


Segurança

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI

EPI’s NÃO EVITAM ACIDENTES! Quem evita acidentes é você !

O EPI pode evitar uma lesão (um ferimento), ou amenizar a gravidade da lesão se for utilizado
adequadamente.

O não uso do EPI recomendado pela empresa, além de se constituir numa falta grave
(passível até de demissão por justa causa) poderá ser o principal motivo do surgimento de
uma lesão.

No dia a dia do nosso trabalho em atividades no canteiro de obras, estão presentes os mais
diversos riscos e, para proteger nossa integridade física e nossa saúde, obrigamo-nos a usar
EPI’s o tempo todo, entre os quais destacamos:

Óculos de segurança com lentes de policarbonato com proteções superiores e laterais;

Botina de segurança de couro com solado anti derrapante em poliuretano;

Capacete de segurança tipo aba frontal com tira absorvente de suor;

Protetor auricular tipo plugue de inserção;

Uniforme (de acordo com a nova NR-18 deverá ser tratado como EPI).

Os EPI’s acima são considerados básicos, de uso obrigatório por parte de todos os
empregados que exercem atividades no canteiro de obras, não importando a função da
pessoa, mesmo que esta esteja de passagem pelas áreas.

Muitos trabalhos por nós realizados exigem EPI’s especiais que são determinados pelo grau de
risco da atividade e são indicados pela Permissão de Trabalho com a orientação de um
profissional de segurança.
Nos trabalhos executados em altura, inclusive em andaimes, a única forma de nos
prendermos à vida é usando o cinto de segurança preso num local fixo e seguro,
preferencialmente num ponto que não faça parte do andaime, balancim ou estrutura que está
sendo montada ou desmontada.

Não se deve usar luvas de segurança quando operar máquinas com eixos giratórios e
ferramentas cortantes, tais como tornos, fresadoras, furadeira, esmeris, etc.

"Por isso, ser profissional, significa acima de tudo conhecer o que se está fazendo,
inclusive para proteger nossa vida e saúde."

Atos Inseguros

É a maneira como a pessoa se comporta em determinada tarefa, situação, condição ou


circunstâncias. Exposição consciente ou não aos riscos.

Atos Inseguros podem ser:

Conscientes: As pessoas sabem que estão se expondo ao perigo.


Inconscientes: As pessoas desconhecem o perigo a que se expõem.
Circunstancial: As pessoas podem conhecer ou desconhecer o perigo, mas algo mais forte
as leva à prática da ação insegura.

Exemplos de Atos Inseguros:

Transportar ou empilhar inseguramente;


Fumar ou usar chamas em lugares indevidos;
Tentativa de ganhar tempo;
Brincadeiras ou exibicionismo;

FATORES DE RISCO PESSOAL

Desconhecimento dos riscos;


Preparo insuficiente para o trabalho;
Falta de aptidão ou desinteresse pelo trabalho;
Excesso de confiança.

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