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Organização:
Maria Cristina Bessa Soares
Designer de Página:
Agradecimento: Aos autores responsáveis pelas obras que foram utilizadas neste material didático
e citadas nas referências bibliográficas.
Coordenação:
Zilda Fernandes
Supervisão Pedagógica:
Rosália Santana
Direção:
Sumário
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Instituto Tecnológico de Goiás Governador Onofre Quinan - ITEGOGOQ 3
Curso Técnico em Meio Ambiente
1. Conceitos de efluentes:
Efluentes são produtos líquidos e gasosos resultantes de diversas ações do homem. Em sua maioria,
estão subdivididos em efluentes industriais e domésticos, porém existem outras divisões desses
resíduos.
“Descarga de poluentes no meio ambiente, parcial ou completamente tratada, ou em seu estado
natural”. (the World, Bank 1978).
“Águas servidas que saem de um depósito ou estação de tratamento.” (DNAEE 1976).
“Qualquer tipo de água, ou outro líquido que flui de um sistema de coleta, de transporte, como
tubulações, canais, reservatórios, elevatório ou de um sistema de tratamento ou disposição final,
como estações de tratamento para os corpos d água.” (ABNT, 1973).
“Água residuária lançada da rede de esgotos ou nas águas receptoras”. (Dicionário de teorias
ambientais_ Organizado por Iara Verocai Feema 2ª edição).
“É tudo aquilo que eflui, sai, ou é expelido de algum lugar”. (Dicionário brasileiro de ciências
ambientais)
Introdução
A água é um recurso natural essencial seja como componente de seres vivos, seja como meio de
vida de várias espécies vegetais e animais, como elemento representativo de valores socioculturais e
como fator de produção de bens de consumo e produtos agrícolas. Como fator de consumo nas
atividades humanas a água também tem um papel importante. No Brasil são consumidos, em média
246m3/habitante/ano, considerando todos os usos da água, inclusive para a agricultura e indústria.
O conceito de poluição das águas deve associar o uso à qualidade. Assim a poluição das águas
pode ser definida como: ”A alteração das características físicas, químicas ou biológicas da água que
prejudicam um ou mais de seus usos preestabelecidos.” Chamam-se de uso preestabelecidos porque
toda a água disponível para ser utilizada, deve estar associada a usos atuais ou futuros, que deverão
estar compatíveis com a sua qualidade, também atual ou futura. Portanto água poluída é a agua que
apresenta alterações físicas, como: odor, turbidez, cor e sabor. Normalmente a alteração física é
consequência da contaminação química, devido à presença de substâncias, como elementos
estranhos ou tóxicos. Água contaminada é a agua que contem agentes patogênicos vivos, sejam
bactérias, vermes protozoários ou vírus.
No Brasil, 49% do esgoto produzido são coletados através de rede e somente 10% do esgoto
total é tratado. O resultado é que as Regiões Metropolitanas e grandes cidades concentram grandes
volumes de esgoto coletado que é despejado sem tratamento nos rios e mares que servem de corpos
receptores. Como consequência disso, a poluição das águas que cercam nossas maiores áreas
urbanas é bastante elevada, dificultando e encarecendo, cada vez mais, a própria captação de água
para o abastecimento.
Os esgotos ou efluentes oriundos de uma cidade são originados basicamente, de atividades
industriais e de atividades domésticas (incluem-se aqui residências, comércios, instituições, entre
outros).
A composição dos efluentes industriais varia em função do tipo de indústria de onde são
provenientes, podendo conter elevada carga de compostos inorgânicos ou de ambos.
A composição dos efluentes sanitários ou domésticos varia de acordo com o uso ao qual a
água foi submetida. Os principais fatores que podem influenciar a composição são o clima, a
situação social e econômica e os hábitos da população. Mesmo com composição variada, os
efluentes sanitários geralmente contêm cerca de 99,9% de água, sendo o restante correspondente
aos sólidos orgânicos e inorgânicos, e aos microrganismos, que juntos representam toda carga
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poluidora.Assim, devido a fração de 0,1% de carga poluidora presente nos efluentes é necessário
tratar os esgotos antes de lançá-los nos corpos d’água. As características básicas dos esgotos
domésticos que demandam preocupação com o meio ambiente envolvem principalmente matéria
orgânica, microrganismos patogênicos e concentrações de fósforo e nitrogênio.
O uso do ambiente natural na gestão dos esgotos domésticos geralmente se dá em detrimento
da saúde dos ecossistemas, que muitas vezes causam danos à própria saúde humana. É comum que
rios e lagos sejam utilizados para o transporte e a diluição dos esgotos domésticos, o que pode
resultar em grandes impactos aos hábitat aquáticos.
A vazão de efluentes lançados em corpos hídricos sem tratamento adequado aumentou nos
últimos 50 anos, em função do rápido crescimento das cidades brasileiras que muitas vezes não foi
acompanhado pela provisão de infraestrutura e de serviços urbanos tais como saneamento básico.
Em consequência a capacidade de autodepuração de muitos corpos d’água foi superada pela carga
poluidora de efluentes ou esgotos.
As águas residuais de uma cidade compõem-se dos esgotos sanitários e industriais sendo que
estes, em caso de geração de efluentes muito tóxicos, devem ser tratados em unidades das próprias
indústrias.
Descarga de efluente
O esgoto sanitário ou efluente doméstico são termos utilizados para caracterizar dejetos
provenientes de residências, edifícios comerciais, indústrias, instituições ou quaisquer edificações
que contenham banheiros ou cozinhas, dispostos em fossas ou tanques de acúmulo. Compõem-se
basicamente de líquidos de hábitos higiênicos e das necessidades fisiológicas como urina, fezes,
restos de comida, lavagem de áreas comuns etc. Sua composição inclui sólidos suspensos, sólidos
dissolvidos matéria orgânica, nutrientes (nitrogênio e fósforo) e organismos patogênicos (vírus,
bactérias, protozoários e helmintos).
Já o efluente industrial biodegradável possui características próprias, inerentes aos processos
industriais. Suas características químicas, físicas e biológicas variam de acordo com o ramo de
atividade da indústria, operação, matérias primas utilizadas etc. Para que sejam avaliados os
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parâmetros de tratamento, é necessário que uma amostra do resíduo líquido seja coletada e enviada
para a caracterização em um laboratório credenciado.
Os vários tipos de efluentes domésticos e efluentes industriais com características
mencionadas podem passar por tratamento biológico, conforme mostra a tabela a seguir:
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aterros sanitários;
A composição do esgoto é bastante variável, apresentando maior teor de impurezas durante o dia
e menor durante a noite. A matéria orgânica, especialmente as fezes humanas, confere ao esgoto
sanitário suas principais características, mutáveis com o decorrer do tempo, pois sofre diversas
alterações até sua completa mineralização ou estabilização.
A DBO (demanda bioquímica de oxigênio) é a quantidade de oxigênio usada por uma população
mista de microrganismos durante a oxidação aeróbia à temperatura de 20ºC.
A Resolução CONAMA n.º. 20, de 18 de junho de 1986, classifica a qualidade dos corpos
receptores e define o padrão para tratamento do efluente. As legislações estaduais sobre meio-
ambiente complementam a norma federal nos mesmos aspectos.
Enquanto o esgoto sanitário causa poluição orgânica e bacteriológica, o industrial geralmente
produz a poluição química. O efluente industrial, além das substâncias presentes na água de origem,
contém impurezas orgânicas e/ou inorgânicas resultante das atividades industriais, em quantidade e
qualidade variáveis com o tipo de indústria.
Os corpos d’água podem se recuperar da poluição, ou depurar-se, pela ação da própria
natureza. O efluente geralmente pode ser lançado sem tratamento em um curso d'água, desde que a
descarga poluidora não ultrapasse cerca de quarenta avos da vazão: um rio com 120 l/s de vazão
pode receber, grosso modo, a descarga de 3 l/s de esgoto bruto, sem maiores consequências.
Frequentemente os mananciais recebem cargas de efluentes muito elevadas para sua vazão e não
conseguem se recuperar pela autodepuração, havendo a necessidade da depuração artificial ou
tratamento do esgoto. O tratamento do efluente pode, inclusive, transformá-lo em água para
diversos usos, como a irrigação, por exemplo.
A escolha do tratamento depende das condições mínimas estabelecidas para a qualidade da água
dos mananciais receptores, função de sua utilização. Em qualquer projeto é fundamental o estudo
das características do esgoto a ser tratado e da qualidade do efluente que se deseja lançar no corpo
receptor. Os principais aspectos a serem estudados são vazão, ph, temperatura, (DBO) demanda
bioquímica de oxigênio, (DQO) demanda química de oxigênio, toxicidade e teor de sólidos em
suspensão ou sólidos suspensos totais (SST).
O tratamento biológico é a forma mais eficiente de remoção da matéria orgânica dos esgotos. Os
próprios esgotos contem grande variedade de bactérias e protozoários para compor as culturas
microbiais mistas que processam os poluentes orgânicos. O uso desse processo requer o controle da
vazão, a recirculação dos microrganismos decantados, o fornecimento de oxigênio e outros fatores.
Os fatores que mais afetam o crescimento das culturas são a temperatura, a disponibilidade de
nutrientes, o fornecimento de oxigênio, o pH, a presença de elementos tóxicos e a insolação (no
caso de plantas verdes).
As tecnologias de tratamento de efluentes nada mais são que o aperfeiçoamento do processo de
depuração da natureza, buscando reduzir seu tempo de duração e aumentar sua capacidade de
absorção, com consumo mínimo de recursos em instalações e operação e o melhor resultado em
termos de qualidade do efluente lançado, sem deixar de considerar a dimensão da população a ser
atendida.
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Sólidos em suspensão: resíduo que permanece num filtro de asbesto após filtragem da amostra.
Podem ser divididos em:
Sólidos sedimentáveis: sedimentam após um período t de repouso da amostra
Sólidos não sedimentáveis: somente podem ser removidas por processos de coagulação,
floculação e decantação.
Sólidos dissolvidos: material que passa através do filtro. Representam a matéria em solução
ou em estado coloidal presente na amostra de efluente.
Temperatura: é um parâmetro importante devido aos danos que pode causar às espécies de
peixes, pois a solubilidade do oxigênio na água diminui com o aumento da temperatura.
Cor: provocada por corantes orgânicos e inorgânicos, pode provocar grande impacto visual
nos cursos d'água.
pH: seu controle é importante tanto para o lançamento em corpos d'água receptores como
para o tratamento dos efluentes.
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): indica a quantidade de matéria orgânica que
pode ser biologicamente degradada presente no efluente. É um importante parâmetro
utilizado no controle da poluição e comumente a concentração de DBO é referenciada como
sendo a carga orgânica do efluente.
Demanda Química de Oxigênio (DQO): Indica a quantidade de matéria orgânica
biodegradável e não biodegradável presente no efluente. Como a DBO, também é um
importante parâmetro de controle da poluição, sendo que uma DQO elevada pode indicar a
presença de compostos tóxicos no efluente.
Detergentes: são os agentes surfactantes presentes em sabões e detergentes, que causam
espuma e contribuem para a elevação dos níveis de nitrogênio e fósforo nas coleções de
água.
Óleos e graxas: parâmetro que indica a presença de óleos minerais, óleos vegetais ou
gorduras animais no efluente.
Compostos tóxicos: amônia, arsênico, cianetos, fenóis, nitritos, etc. Seu controle é
importante devido à toxicidade aos organismos aquáticos e aos homens.
Metais pesados: cromo, chumbo, mercúrio, cádmio, zinco, etc. O controle de metais
pesados nas águas é extremamente importante, principalmente devido ao seu caráter
cumulativo na cadeia alimentar e ao potencial de desenvolvimento de doenças crônicas no
homem.
Características biológicas: relacionadas à presença de microrganismos no efluente, tais
como bactérias, protozoários, fungos e vírus.
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Parâmetros de
Poluentes Tipo de efluente Conseqüências
caracterização
Problemas estéticos
Sólidos em suspensãoDomésticos Depósitos de lodo
Sólidos em suspensão
totais Industriais Adsorção de poluentes
Proteção de patogênicos
Domésticos
Sólidos flutuantes Óleos e graxas Problemas estéticos
Industriais
Consumo de oxigênio
Matéria orgânicaDemanda bioquímicaDomésticos
Mortandade de peixes
biodegradável de oxigênio (DBO) Industriais
Condições sépticas
Patogênicos Coliformes Domésticos Doenças de veiculação hídrica
Crescimento excessivo de algas
Nitrogênio Domésticos Toxicidade aos peixes
Nutrientes
Fósforo Industriais Doença em recém-nascidos
(nitratos)
Toxicidade
Espumas
Pesticidas
Compostos não Industriais Redução de transferência de
Detergentes
biodegradáveis Agrícolas oxigênio
Outros
Não biodegradabilidade
Maus odores
Toxicidade
Inibição do tratamento biológico
Elementos específicos
dos esgotos
(ex: arsênio, cádmio,
Metais pesados Industriais Problemas de disposição do lodo
cromo, mercúrio, zinco,
na agricultura
etc.)
Contaminação da água
subterrânea
Sólidos inorgânicosSólidos dissolvidosReutilizados Salinidade excessiva - prejuízo
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às plantações (irrigação)
Toxicidade a plantas (alguns
totais
dissolvidos íons)
Condutividade elétrica
Problemas de permeabilidade do
solo (sódio)
1.4 Atividades:
4. Cite de maneira bem sucinta quais são as principais características dos efluentes líquidos:
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5. Quais são as principais consequências provocadas pelo lançamento de efluentes líquidos não
tratados provenientes de indústrias e esgoto sanitário em rios, lagos e córregos?
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(1) DBO
(2) Efluente doméstico
(3) Efluente industrial
(4) DQO
(5) Parâmetros sanitários
( ) São dejetos provenientes de processos industriais;
( ) Indica a quantidade de matéria orgânica biodegradável e não biodegradável presente no
efluente;
( ) São indicadores utilizados para o dimensionamento e o controle da poluição por efluentes
industriais;
( ) Dejetos provenientes de residências, comercio e instituições;
( ) Quantidade de oxigênio usada por uma população mista de microrganismos durante a oxidação
aeróbica a temperatura de 20 C
7. O tratamento biológico é a forma mais eficaz de remoção da matéria orgânica dos esgotos. Quais
são os fatores que mais afetam o crescimento das culturas no uso desse processo?
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8. O que você entende por tecnologias de tratamento de efluentes?
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9. Indique as consequências dos seguintes poluentes:
Sólidos em suspensão:
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Metais pesados:
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Sólidos inorgânicos dissolvidos:
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( ) É sempre proibido
( ) é sempre recomendável;
( ) Nunca é recomendável;
( ) Depende de cada caso a ser estudado
( ) consumo de oxigênio
( ) Problemas de permeabilidade do solo
( ) Espumas
( ) Inibição do tratamento biológico dos esgotos;
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2. PARÂMETROS SANITÁRIOS
Após a utilização das águas pelas indústrias, os diversos resíduos e ou energias são
incorporados alterando-lhes as suas características físicas, químicas e sensoriais, gerando assim os
efluentes líquidos. Para a avaliação da carga poluidora dos efluentes industriais e esgotos sanitários
são necessárias às medições de vazão in loco (no próprio local) e a coleta de amostras para análise
de diversos parâmetros sanitários que representam a carga orgânica e a carga tóxica dos efluentes.
Os parâmetros utilizados são conjugados de forma que melhor signifiquem e descrevam as
características de cada efluente.
Nas indústrias as águas podem ser utilizadas de diversas formas, tais como: incorporação aos
produtos, limpezas de pisos, tubulações e equipamentos, resfriamento, aspersão sobre pilhas de
minérios, etc. para evitar o arraste de finos e sobre áreas de tráfego para evitar poeiras, irrigação,
lavagens de veículos, oficinas de manutenção, consumo humano e usos sanitários. Além da
utilização industrial da água, ela também é utilizada para fins sanitários, sendo gerados os esgotos
que na maior parte das vezes são tratados internamente pelas indústrias, separados em tratamento
específico ou tratados até conjuntamente nas etapas biológicas dos tratamentos de efluentes
industriais. As águas residuais, neste caso os esgotos sanitários, contêm excrementos humanos,
líquidos e sólidos, produtos diversos de limpeza, resíduos alimentícios, produtos desinfetantes e
pesticidas. Principalmente dos excrementos humanos, originam-se os microrganismos presentes nos
esgotos. Os esgotos sanitários são compostos de matéria orgânica e inorgânica. Os principais
constituintes orgânicos são: proteínas, açúcares, óleos e gorduras, microrganismos, sais orgânicos e
componentes dos produtos saneantes. Os principais constituintes inorgânicos são sais formados de
ânions (cloretos, sulfatos, nitratos, fosfatos) e cátions (sódio, cálcio, potássio, ferro e magnésio).
As características dos efluentes industriais são inerentes a composição das matérias primas,
das águas de abastecimento e do processo industrial. A concentração dos poluentes nos efluentes é
função das perdas no processo ou pelo consumo de água.
A poluição térmica, devido às perdas de energia calorífica nos processos de resfriamento ou
devido às reações exotérmicas no processo industrial, também é importante fonte de poluição dos
corpos hídricos. Neste caso o parâmetro de controle é a temperatura do efluente.
As características sensoriais dos efluentes notadamente o odor e a cor aparente são muito
importantes, pois despertam as atenções inclusive dos leigos podendo ser objeto de atenção das
autoridades.
O odor nos efluentes industriais pode ser devido à exalação de substâncias orgânicas ou
inorgânicas devidas a: reações de fermentação decorrentes da mistura com o esgoto (ácidos voláteis
e gás sulfídrico); aromas (indústrias farmacêuticas, essências e fragrâncias); solventes (indústrias de
tintas, refinarias de petróleo e pólos petroquímicos); amônia do chorume.
A cor dos efluentes é outra característica confusamente controlada pela legislação. O
lançamento de efluentes coloridos atrai a atenção de quem estiver observando um corpo hídrico. A
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Sólidos totais
Sólidos Sólidos
suspensos dissolvidos
(>1,2µm) (<1,2µm)
Pelo exposto é importante ressaltar que as análises dos sólidos não distinguem se estamos tratando
de substância com composição química definida e conhecida, ou se materiais oriundos do processo
industrial, produtos do metabolismo dos microrganismos ou se os próprios flocos biológicos.
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Na figura a seguir observa-se a mais provável composição dos sólidos nos esgotos
sanitários.Para efluentes industriais essa composição varia conforme cada indústria, devendo ser
obtida em cada caso.
Sólidos totais
Sólidos Sólidos
suspensos dissolvidos
40% 60%
A matéria orgânica
A matéria orgânica está contida na fração de sólidos voláteis, mas normalmente é medida de
forma indireta pela demanda bioquímica de oxigênio (DBO) e demanda química de oxigênio
(DQO).
A DBO mede a quantidade de oxigênio necessária para que os microrganismos biodegradem a
matéria orgânica. Um elevado valor da DBO indica o incremento da microflora presente e interfere
no equilíbrio da vida aquática, além de produzir sabores e odores desagradáveis, podendo ainda
obstruir os filtros de areia utilizados nas estações de tratamento de água. Pelo fato de a DBO
somente medir a quantidade de oxigênio consumido num teste padronizado, ela não indica a
presença de matéria não biodegradável, nem leva em consideração o efeito tóxico ou inibidor de
materiais sobre a atividade microbiana.
A DQO é a medida da quantidade de oxigênio necessária para oxidar quimicamente a matéria
orgânica. A matéria orgânica ao ser biodegradada nos corpos receptores causa um decréscimo da
concentração de oxigênio dissolvido (OD) no meio hídrico, deteriorando a qualidade ou
inviabilizando a vida aquática. Os valores da DQO em geral são maiores que os da DBO, e o teste
se realiza num prazo menor e em primeiro lugar, uma vez que os resultados servem de orientação
para o teste da DBO.
A matéria orgânica pode ser medida também como carbono orgânico total (COT), sendo este
parâmetro utilizado principalmente em águas limpas e efluentes para reuso.
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Outros componentes orgânicos tais como os detergentes, os fenóis e os óleos e graxas podem ser
analisados diretamente.
Os detergentes são industrialmente utilizados em limpezas de equipamentos, pisos, tubulações e
no uso sanitário. Podem ser utilizados também como lubrificantes. Existem os detergentes
catiônicos e os aniônicos, mas somente os últimos são controlados pela legislação.
Os fenóis são compostos orgânicos que, em geral não ocorrem naturalmente nos corpos d água.
A presença deles nos corpos d água se deve principalmente aos despejos de origem industrial. O
fenol é considerado um grande veneno trófico para o homem, causando efeito de queimadura no
local em que ele entra em contato através da ingestão. Os resultados de intoxicação são náuseas
vômito, dores na cavidade bucal, na garganta e no estômago entre outros.
Os óleos e graxas estão comumente presentes na composição dos efluentes tendo as mais
diversas origens. É muito comum a origem nos restaurantes industriais, nas oficinas mecânicas, nas
casas de caldeira, equipamentos que utilizem óleo hidráulico além de matérias primas com
composição oleosa (gordura de origem animal, vegetal e óleos minerais).
O potencial hidrogênio iônico (pH) , indica o caráter acido, básico ou neutro dos efluentes
líquidos. Nos tratamentos de efluentes o pH é um parâmetro fundamental para o controle de
processo, pois alterações bruscas do pH podem acarretar desaparecimento dos seres nelas
presentes.Valores fora das faixas recomendadas podem alterar seu sabor e contribuir para corrosão
do sistema de distribuição, ocorrendo com isso uma possível extração do ferro, cobre, chumbo,
zinco e cádmio, dificultando a descontaminação da água .
Nas estações de tratamento de águas, são várias as unidades cujo controle envolve as
determinações de pH. A coagulação e a floculação que a água sofre inicialmente é um processo
unitário dependente do pH; existe uma condição denominada “pH ótimo” de floculação que
corresponde à situação em que as partículas coloidais apresentam menor quantidade de carga
eletrostática superficial. A desinfecção pelo cloro é outro processo dependente do pH. Em meio
ácido, a dissociação do ácido hipocloroso formando hipoclorito é menor, sendo o processo mais
eficiente. A própria distribuição da água final é afetada pelo pH. Sabe-se que as águas ácidas são
corrosivas, ao passo que as alcalinas são incrustantes. Por isso, o pH da água final deve ser
controlado, para que os carbonatos presentes sejam equilibrados e não ocorra nenhum dos dois
efeitos indesejados mencionados.
O pH é padrão de potabilidade, devendo as águas para abastecimento público apresentar
valores entre 6,0 e 9,5, de acordo com a Portaria 518 do Ministério da Saúde. Este é um dos
indicativos mais importantes de monitoramento de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos. A
acidez exagerada pode ser um indicativo de contaminações, enquanto o excesso de solubilização de
sais também pode tornar a água imprópria para consumo devido à elevada dureza.
A matéria inorgânica é toda aquela composta por átomos que não sejam de carbono (exceto
no caso do ácido carbônico e seus sais). Os poluentes inorgânicos são: os sais, óxidos, hidróxidos e
os ácidos.A presença excessiva de sais, mesmo sais inertes como cloreto de sódio, pode retardar ou
inviabilizar os processos biológicos por efeito osmótico. Em casos extremos podem inviabilizar o
uso da água devido à salinização. Os sais inertes são também analisados separadamente sendo os
principais: os sulfatos que podem ser reduzidos a sulfetos, os nitratos e nitritos que podem ser
desnitrificados e os sais de amônia que podem ser nitrificados.
O nitrogênio(N) e o fósforo(P) são elementos presentes nos esgotos sanitários e nos efluentes
industriais e são essenciais às diversas formas de vida, causando problemas devido à proliferação de
plantas aquáticas nos corpos receptores. Nos esgotos sanitários são provenientes dos próprios
excrementos humanos, mas atualmente tem fontes importantes nos produtos de limpeza domésticos
ou industriais tais como detergentes e amaciantes de roupas. Nos efluentes industriais podem ser
originados em proteínas, aminoácidos, ácido fosfórico e seus derivados.
Os metais são analisados de forma elementar. Os que apresentam toxidade são os seguintes:
alumínio (Al), cobre (Cu), chumbo (Pb), estanho(Sn), níquel(Ni), vanádio(V) e zinco. A toxidade
dos metais também é devido ao seu numero de oxidação (cromo trivalente e hexavalente, etc.).
Outros metais tais como sódio (Na), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e potássio (P) são analisados
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principalmente em caso de reuso de águas ou em casos nos quais a salinidade do efluente influencie
significativamente em processos de corrosão, incrustação e osmose. Os principais ânions são:
amônio, cianeto, carbonato, bicarbonato, hidróxido, nitrato, nitrito, fosfato, sulfato, sulfito e sulfeto.
Flúor_ A partir de 1974, a fluoretação das águas de abastecimento público tornou-se obrigatória no
Brasil em municípios onde tenha Estação de Tratamento de Água (ETA). Essa medida é
reconhecida como uma das mais importantes na Saúde Pública para prevenção de doenças de todos
os tempos. O flúor é um elemento químico adicionado à água de abastecimento, durante o
tratamento, devido à sua comprovada eficácia na proteção dos dentes contra a cárie. Os benefícios
da fluoretação das águas de abastecimento ficaram evidentes quando um estudo realizado nos
Estados Unidos revelou que o índice de “C. P. O” (número de dentes perdidos cariados e
obturados), para cada cem crianças haviam diminuído em 60%. Por outro lado, a exposição
excessiva ao flúor durante a formação de esmalte dentário, pode levar o indivíduo a fluorose, que é
uma doença crônica que ocorre devido ao excesso de ingestão de flúor (níveis de fluoreto acima de
2,0 mg/L por longos períodos). Além da fluorose, outros efeitos nocivos à saúde incluem fraturas de
ossos, efeitos em sistemas renais, reprodutivos, gastrintestinais, efeitos de genotoxicidade e
carcinogênicos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu como adequada para fluoretação
de águas de abastecimento a faixa que varia entre 1,0 a 1,5 mg de fluoreto para cada litro de água. A
Portaria 518 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2004) estabelece concentração máxima de flúor de
1,5 mg.L-1. O teor de flúor na água é definido de acordo com as condições climáticas (temperatura)
de cada região, em função do consumo médio diário de água por pessoa, pois quanto maior for à
temperatura da região, maior será a ingestão de líquidos, e a concentração de fluoretos pode ser
ainda mais baixa variando em torno de 0,5 a 0,7 mg/L.
Apesar dos aspectos positivos da fluoretação de águas de abastecimento, dados recentes de
bibliografia apontam para a existência de dificuldades na obediência aos padrões de fluoretação nos
sistemas brasileiros, algumas ainda não foram suficientemente analisadas, além de evidenciar
importância do controle externo dessa operação.
Agentes biológicos_ Os contaminantes biológicos são diversos agentes patogênicos ou não. As
características bacteriológicas dos esgotos referem-se à presença de diversos microrganismos tais
como bactérias inclusive do grupo coliforme, vírus e vermes. No caso das indústrias, as que operam
no abate de animais também são grandes emissoras de microrganismos, bem como muitas
produtoras de alimentos.
Coliformes As bactérias do grupo coliforme são consideradas os principais indicadores de
contaminação fecal. O grupo coliforme é formado por um grupo de bactérias que inclui os gêneros
Klebsiella, Escherichia, Serratia, Erwenia e Enterobactér. As bactérias coliformes fecais
reproduzem-se ativamente a 44,50C e são capazes de fermentar o açúcar. O uso da bactéria
coliforme fecal para indicar poluição sanitária mostra-se mais significativo que o uso da bactéria
coliforme total, porque as bactérias fecais estão restritas ao trato intestinal de animais de sangue
quente. A determinação da concentração dos coliformes assume importância como parâmetro
indicador da possibilidade da existência de microrganismos patogênicos responsáveis pela
transmissão de doenças de veiculação hídrica, como febre tifoide, febre paratifoide, disenteria
bacilar e cólera.
A presença de bactérias do grupo coliforme em água potável tem sido vista como um
indicador de contaminação fecal relacionado ao tratamento inadequado ou inabilidade de manter o
desinfetante residual na água distribuída .
A presença de coliformes termo tolerantes em água potável é o melhor indicador de que
existe risco a saúde do consumidor. Algumas cepas patogênicas de Escherichia coli, com
endotoxinas potentes podem causar diarreias moderadas a severas, colite hemorrágica grave, e a
síndrome hemolítica urêmica (SHU) em todos os grupos etários, podendo levar à morte.
Bactérias heterotróficas_ são definidas como microrganismos que requerem carbono orgânico
como fonte de nutrientes para seu crescimento e para a síntese de material celular. A maioria das
bactérias heterotróficas, geralmente, não é patogênica. Entretanto alguns membros desse grupo,
incluindo Legionella spp., Micobacterium spp., Pseudomonas spp., Aeromonas spp., podem ser
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Turbidez_ é uma característica da água devida à presença de partículas suspensas com tamanho
variando desde suspensões grosseiras aos coloides, dependendo do grau de turbulência. A presença
dessas partículas provoca a dispersão e a absorção da luz, dando a água uma aparência nebulosa,
esteticamente indesejável e potencialmente. A turbidez também pode ser causada por detritos
orgânicos, algas, bactérias e plâncton em geral.
Os esgotos sanitários e diversos efluentes industriais provocam elevações na turbidez das
águas. Um exemplo típico deste fato ocorre em consequência das atividades de mineração, onde os
aumentos excessivos de turbidez têm provocado formação de grandes bancos de lodo em rios e
alterações no ecossistema aquático. Alta turbidez reduz a fotossíntese de vegetação enraizada
submersa e algas. Esse desenvolvimento reduzido de plantas pode, por sua vez, suprimir a
produtividade de peixes. Logo, a turbidez pode influenciar nas comunidades biológicas aquáticas.
Segundo a Portaria nº 518 do Ministério da Saúde, o valor máximo de turbidez para água de
abastecimento público é de 5 UT.
Cor aparente_ A cor é responsável pela coloração da água, e está associada ao grau de redução de
intensidade que a luz sofre ao atravessá-la. A presença de substâncias dissolvidas ou em suspensão
altera a cor da água, dependendo da quantidade e da natureza do material presente. Normalmente, a
cor na água é devida aos ácidos húmicos e tanino, originados de decomposição de vegetais e, assim,
não apresenta risco algum para a saúde. Porém, quando de origem industrial, pode ou não
apresentar toxicidade. Quando a água, além da cor, apresenta uma turbidez adicional que pode ser
removida por centrifugação, diz-se que a cor é aparente. Removida a turbidez, o residual que se
mede é a cor verdadeira, devido a partículas coloidais carregadas negativamente.
O termo cor é utilizado para representar a cor verdadeira, que é a cor da água quando a
turbidez for removida. O termo cor aparente inclui não somente as substancias dissolvidas, mas
também aquela que envolve a matéria orgânica suspensa. A cor é medida em uH, unidade de escala
de Hansen – platina/cobalto e a cor aparente em NTU – unidade nefelométrica de turbidez.
Assim, a cor é um parâmetro de aspecto estético de aceitação ou rejeição do produto, de acordo
com a Portaria 518/04 do Ministério da Saúde. O valor máximo permissível de cor na água
distribuída é de 15,0uH.
Gases Os esgotos podem também contaminar o ar pela emissão de odores fétidos (gás sulfídrico e
ácido volátil) e pela presença de microrganismos (aerossóis). O ar também pode ser contaminado
pelos efluentes industriais, por meio da emissão dos compostos voláteis orgânicos ou inorgânicos.
Além dos incômodos causados pelos odores, existe também a toxidade inerente a cada substancia
emitida. Os gases dissolvidos são diversos: o oxigênio (O 2), o gás carbônico (CO2), a amônia (NH3),
o gás sulfídrico (H2S).
Existe também a emissão de composto orgânico voláteis dos efluentes industriais, mas também
podem ser oriundos de esgotos domésticos.
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sanitário
Nutrientes (formas de nitrogênio) mg/L Avaliações das
concentrações e das formas
de nitrogênio disponíveis
no meio aquático e ou
residuais dos processos de
tratamento.
Nitrogênio amoniacal NH4+ mg/L Indica contaminação
Nitrogênio orgânico Norg recente.
Nitrogênio Kjeldahl, ∑ (NH4+) + (Norg) mg/L Indica composto de
nitrogênio/carbono
(proteínas, amidas).
Nitritos NO2 + mg/L Indica fase da
desnitrificação
Nitratos NO3 + mg/L Indica o estágio máximo de
nitrificação
Obs. NMP_ Número mais provável; UT_ Unidade de toxidade; CENO_ Concentração máxima de
efeito não observado.
Adaptado apostila Tratamento de efluentes, Engenheiro Gandhi Giordano p. 14, 2013.
2.3_ Inconvenientes causados pelo lançamento de esgotos não tratados de esgotos não tratados
em corpos d’água
1. Matérias orgânicas solúveis: causam a depleção do oxigênio contido nos rios e estuários. O
despejo deve estar na proporção da capacidade de assimilação do curso d’água em relação a um
efluente Normal; Produzem gostos e odores as fontes de abastecimento de água. Ex: Fenóis;
2. Matérias tóxicas e íons de metais pesados. Ex. Cianetos. Cu, Zn Hg, etc., geralmente o despejo
desses materiais é sujeito a uma regulamentação Estadual e Federal; apresentam problemas de
toxidez e transferência através da cadeia alimentar.
3. Cor e turbidez indesejáveis do ponto de vista estético. Exigem trabalhos maiores as estações
de tratamento d’água.
4. Elementos nutritivos (nitrogénio fósforo) aumentam a eutrofização dos lagos e dos pântanos.
Inaceitáveis nas áreas de lazer e recreação.
5. Materiais refratários. Ex. ABS Formam espumas nos rios; não são removidos nos tratamentos
convencionais.
7. Ácidos e álcalis: neutralização exigida pela maioria dos regulamentos; interferem com a
decomposição biológica e com a vida aquática.
9. Matérias em suspensão; formam bancos de lama nos rios e nas canalizações de esgotos.
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ATIVIDADES
Orgânicos:_________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Inorgânicos:________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
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________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
8) Explique de forma sucinta qual a origem dos elementos nitrogênio(N) e fósforo (P) nos esgotos
sanitários e nos efluentes industriais:
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
9) Os esgotos podem contaminar o ar pela emissão de odores fétidos. Quais são os gases presentes
nesse processo?
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
10) Consulte a tabela 2.1.3 de características físico químicas orgânicas e escreva o uso ou
significado sanitário dos seguintes parâmetros:
DBO____________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
DQO___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
COT____________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Índice de fenóis___________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Surfactantes______________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
Hidrocarbonetos__________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
11) Quais são os principais inconvenientes provocados pelo lançamento de esgoto não tratado
composto de:
b) Matérias em suspensão:_______________________________________________________
c) Materiais refratários:________________________________________________________
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12. As características físico-químicas dos efluentes são definidas por parâmetros sanitários que
quantificam os sólidos, a matéria orgânica e alguns de seus componentes orgânicos ou inorgânicos.
Assinale a alternativa correta de acordo com a informação:
13. Assinale a alternativa correta em relação aos parâmetros e indicadores de qualidade da água.
A. ( ) São parâmetros físicos: temperatura da água e do ar, série de resíduos (filtrável e não
filtrável), turbidez e coloração da água.
B. ( ) O teste da DBO indica a presença de matéria não-biodegradável.
C. ( ) São parâmetros químicos: pH, Demanda Bioquímica de Oxigênio, carbono orgânico
dissolvido, fósforo total e condutividade.
D. ( ) São parâmetros microbiológicos: coliformes fecais, estreptococos fecais, Demanda Química
de Oxigênio e absorbância no ultravioleta.
E. ( ) São parâmetros eco toxicológicos: clorofila-a, Giardia sp., fenóis, chumbo e mercúrio.
3_ Legislação
O lançamento de efluentes nos corpos receptores é regido por padrões de lançamento de efluentes
estabelecidos pelos seguintes órgãos:
• Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente (Feema) – DZ-205. R-6 – Diretriz de controle
de carga orgânica em efluentes líquidos de origem industrial (outubro/2007).
Até 2004, a Resolução Conama nº 20 de 1986 era quem determinava os padrões de lançamento
(concentrações máximas permitidas) para uma ampla relação de poluentes. No entanto, a não
utilização de critérios baseados na carga de poluente (massa lançada por unidade de tempo) e a não
inclusão nesta resolução de parâmetros importantes como a DQO e a toxicidade eram objetos de
crítica.
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3. 1_Aspectos legais:
A legislação ambiental é muito complexa e varia muito de um estado para outro. Os parâmetros
para controle da carga orgânica são aplicados de forma muito diferente entre alguns Estados. No
estado do Rio de Janeiro a avaliação é feita utilizando-se os parâmetros DBO e DQO. Em relação a
DBO a eficiência esta diretamente ligada a carga orgânica em duas faixas até 100 Kg DBO / d 70%
e acima de 100 Kg DBO/ d 90%. Em relação à DQO o controle é realizado por concentração
existindo uma tabela na qual a tipologia da indústria é o indicador.
No Estado do Rio Grande do Sul as concentrações de DBO e DQO variam inversamente com
a carga orgânica. Sendo assim quanto maiores às cargas menores são as concentrações permitidas
para lançamento.
No Estado de São Paulo o controle é realizado utilizando-se somente a DBO como parâmetro.
É exigida a redução da carga orgânica em 80% ou que a DBO apresente concentração máxima de
60mg 02/ L.
No Estado de Minas Gerais o controle é realizado de duas formas. Por concentração tanto da
DBO quanto da DQO, sendo aplicados indistintamente para quaisquer indústrias. Os limites são
60mg e 90mg 02/ L respectivamente. Por eficiência de redução da carga orgânica em relação a DBO
mínima de 85% sendo atendidas em relação a DBO pelo menos uma das duas condições.
O Estado de Goiás limita a carga orgânica somente em relação à DBO, mas estabelece a
concentração máxima de 60mg 02/L ou sua redução em 80%.
Nos outros estados o conceito é o mesmo do CONAMA sendo a carga orgânica controlada
apenas no corpo receptor.
Tanto a legislação do Estado de São Paulo, o decreto 8468 que regulamenta a Lei 997 de
1976 como a Legislação Federal a resolução 20 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio
Ambiente), passam por processos de revisão. Apresentam-se em seguida, alguns padrões de emissão
de esgoto em águas naturais de ambas as legislações:
pH entre 5 e 9;
Temperatura inferior a 400C;
Sólidos sedimentáveis inferior a 1,0 ml/L;
Amônia = inferior a 5,0 mg/L;
Pode ser observado que o padrão para emissão de 5,0 mg/L para amônia não pode ser atendido
mediante a grande maioria dos processos de tratamento biológicos, exceto os aeróbios com aeração
prolongada( idade do lodo elevada).
Apresentam-se a seguir a título de ilustração, alguns padrões de qualidade estabelecidos nas
legislações para uma água natural classe 2, que pode ser utilizada para abastecimento público após
tratamento:
pH : entre 6 e 9;
Oxigênio dissolvido: não inferior a 5,0 mg/L;
Coliformes totais: não superior a 5000/ 100 ml;
Coliformes fecais: não superior a 1000/100 ml;
Amônia não ionizável: inferior a 0,02 mg/l
Fosfato total: inferior a 0,025mg p/L.
Padrões de Potabilidade
No Brasil, na esfera federal, foi a Portaria Minter n. GM 0013, de 15.01.1976, que inicialmente
regulamentou a classificação dos corpos d água superficiais, com respectivos padrões de qualidade
e os padrões de emissões para efluentes.
No estado de São Paulo esses padrões foram fixados pelo decreto n. 8.468, de 08.09.1976, que
regulamentou a Lei n.997, 31.05.1976, a qual subsidia a ação de prevenção e controle da poluição
no meio ambiente. Esse decreto define a classificação das águas interiores situadas no território do
estado de São Paulo, segundo os usos preponderantes, variando da classe 1 ( mais nobre) até a
classe 4 (menos nobre). Também são fixados, entre outros, padrões de qualidade das aguas para as
quatro classes e padrões de emissão de efluentes líquidos de qualquer natureza. O enquadramento
dos corpos d´água do estado de São Paulo foi estabelecido pelo Decreto n.10.755, de 22.11.1977.
Em 1986, a Portaria GM 0013 foi substituída pela Resolução n. 20 do CONAMA, que
estabeleceu uma nova classificação para as aguas doces, bem como para aguas salobras e salinas do
território nacional. São definidas nove classes, segundo os usos preponderantes a que as águas se
destinam, conforme apresentado no Quadro 3.2.1
ÁGUAS DOCES
Classe especial – águas destinadas a:
a) Navegação;
b) Harmonia paisagística;
c) Usos menos exigentes;
Águas salinas
Para cada uma dessas classes são estabelecidos parâmetros de qualidade físicos, químicos e
biológicos, com seus respectivos valores, que devem ser seguidos para assegurar os usos
preestabelecidos das aguas.
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Está em vigor desde o dia 17 de março de 2005, publicada no DOU nº 053, págs. 58 _ 63, a
RESOLUÇÃO nº 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que ao revogar a
portaria 0,20/86 reclassificou os corpos d água e definiu novos padrões de lançamento de efluentes.
Dispõe sobre a classificação dos corpos d´água e diretrizes ambientais para seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes e dá
outras providencias.
A resolução aperta o cerco contra atividades industriais, potencialmente poluidoras e prevê
com base na lei de crimes ambientais (9605) pena de prisão para os administradores de empresas e
responsáveis técnicos que não observarem os padrões das cargas poluidoras.
CAPÍTULO II
DA CLASSIFICAÇÃO DOS CORPOS DE ÁGUA
Art. 7º_ Os padrões de qualidade das águas determinados nesta Resolução estabelecem limites
individuais para cada substancia em cada classe.
Paragrafo único. As águas de melhor qualidade podem ser aproveitadas em usos menos exigentes,
desde que este não prejudique a qualidade da água, atendido outros requisitos pertinentes.
CAPITULO III
DAS CONDIÇÕES E PADRÕES DE QUALIDADE DAS ÁGUAS
Sessão I
Das disposições gerais
Art. 7°_ Os padrões de qualidade das águas determinadas nesta Resolução estabelecem limites
individuais para cada substancia em cada classe.
Paragrafo único. Eventuais interações entre substancias, especificados ou não nesta Resolução, não
poderão conferir as águas características capazes de causar efeitos letais ou alteração de
comportamento, reprodução ou fisiologia da vida, bem como de restringir os usos preponderantes
previstos ressalvados o disposto no§ 3º do artigo 34 desta Resolução.
A Resolução 410 do CONAMA está em vigor desde o dia 04 de maio de 2009, publicada no
DOU nº 83, de 05.05.2009 pag. 106.
Essa lei altera o artigo 44 da Resolução 357/2005 e o art. 3º da Resolução 397/2008.
Prorroga o prazo para complementação das condições e padrões de lançamentos de efluentes,
previstos no art. 44 da Resolução 357/2005 e o art. 3° da Resolução 397/2008.
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Art. 1º Esta Resolução dispõe sobre condições, parâmetros, padrões e diretrizes para gestão do
lançamento de efluentes em corpos de água receptores, alterando parcialmente e complementando a
Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.
Parágrafo único. O lançamento indireto de efluentes no corpo receptor deverá observar
o disposto nesta Resolução quando verificada a inexistência de legislação ou normas específicas,
disposições do órgão ambiental competente, bem como diretrizes da operadora dos sistemas de
coleta e tratamento de esgoto sanitário.
Art. 2º A disposição de efluentes no solo, mesmo tratados, não está sujeita aos parâmetros e padrões
de lançamento dispostos nesta Resolução, não podendo, todavia, causar poluição ou contaminação
das águas superficiais e subterrâneas.
Art. 3º Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados diretamente nos
corpos receptores após o devido tratamento e desde que obedeçam às condições, padrões e
exigências dispostos nesta Resolução e em outras normas aplicáveis.
Parágrafo único. O órgão ambiental competente poderá, a qualquer momento, mediante
fundamentação técnica:
I - acrescentar outras condições e padrões para o lançamento de efluentes, ou torná-los mais
restritivos, tendo em vista as condições do corpo receptor; ou
II - exigir tecnologia ambientalmente adequada e economicamente viável para o tratamento dos
efluentes, compatível com as condições do respectivo corpo receptor.
CAPÍTULO I
DAS DEFINIÇÕES
Art. 4º Para efeito desta Resolução adotam-se as seguintes definições, em complementação àquelas
contidas no art. 2ºda Resolução CONAMA nº 357, de 2005:
I - Capacidade de suporte do corpo receptor: valor máximo de determinado poluente que o corpo
hídrico pode receber, sem comprometer a qualidade da água e seus usos determinados pela classe de
enquadramento;
II - Concentração de Efeito Não Observado-CENO: maior concentração do efluente que não causa
efeito deletério estatisticamente significativo na sobrevivência e reprodução dos organismos, em um
determinado tempo de exposição, nas condições de ensaio;
III - Concentração do Efluente no Corpo Receptor-CECR, expressa em porcentagem:
a) para corpos receptores confinados por calhas (rio, córregos, etc.):
1. CECR = [(vazão do efluente) / (vazão do efluente + vazão de referência do corpo receptor)] x
100.
b) para áreas marinhas, estuarinas e lagos a CECR é estabelecida com base em estudo da dispersão
física do efluente no corpo hídrico receptor, sendo a CECR limitada pela zona de mistura definida
pelo órgão ambiental;
IV - Concentração Letal Mediana-CL50 ou Concentração Efetiva Mediana-CE50: é a concentração
do efluente que causa efeito agudo (letalidade ou imobilidade) a 50% dos organismos, em
determinado período de exposição, nas condições de ensaio;
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Seção I
Das Disposições Gerais
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Art. 7° O órgão ambiental competente deverá, por meio de norma específica ou no licenciamento da
atividade ou empreendimento, estabelecer a carga poluidora máxima para o lançamento de
substâncias passíveis de estarem presentes ou serem formadas nos processos produtivos, listadas ou
não no art. 16 desta Resolução, de modo a não comprometer as metas progressivas obrigatórias,
intermediárias e final, estabelecidas para enquadramento do corpo receptor.
§ 1° O órgão ambiental competente poderá exigir, nos processos de licenciamento ou de sua
renovação, a apresentação de estudo de capacidade de suporte do corpo receptor.
§ 2° O estudo de capacidade de suporte deve considerar, no mínimo, a diferença entre os padrões
estabelecidos pela classe e as concentrações existentes no trecho desde a montante, estimando a
concentração após a zona de mistura.
§ 3° O empreendedor, no processo de licenciamento, informará ao órgão ambiental as substâncias
que poderão estar contidas no efluente gerado, entre aquelas listadas ou não na Resolução
CONAMA n° 357, de 2005 para padrões de qualidade de água, sob pena de suspensão ou
cancelamento da licença expedida.
§ 4° O disposto no § 3° não se aplica aos casos em que o empreendedor comprove que não dispunha
de condições de saber da existência de uma ou mais substâncias nos efluentes gerados pelos
empreendimentos ou atividades.
Art. 8° É vedado, nos efluentes, o lançamento dos Poluentes Orgânicos Persistentes (Pops),
observada a legislação em vigor.
Parágrafo único. Nos processos nos quais possa ocorrer a formação de dioxinas e furanos deverá ser
utilizada a tecnologia adequada para a sua redução, até a completa eliminação.
Art. 9° No controle das condições de lançamento é vedada, para fins de diluição antes do seu
lançamento, a mistura de efluentes com águas de melhor qualidade, tais como as águas de
abastecimento, do mar e de sistemas abertos de refrigeração sem recirculação.
Art. 11. Nas águas de classe especial é vedado o lançamento de efluentes ou disposição de resíduos
domésticos, agropecuários, de aquicultura, industriais e de quaisquer outras fontes poluentes,
mesmo que tratados.
Art. 12. O lançamento de efluentes em corpos de água, com exceção daqueles enquadrados na
classe especial, não poderá exceder as condições e padrões de qualidade de água estabelecidos para
as respectivas classes, nas condições da vazão de referência ou volume disponível, além de atender
outras exigências aplicáveis.
Parágrafo único. Nos corpos de água em processo de recuperação, o lançamento de efluentes
observará as metas obrigatórias progressivas, intermediárias e finais.
Art. 13. Na zona de mistura serão admitidas concentrações de substâncias em desacordo com os
padrões de qualidade estabelecidos para o corpo receptor, desde que não comprometam os usos
previstos para o mesmo.
Parágrafo único. A extensão e as concentrações de substâncias na zona de mistura deverão ser
objeto de estudo, quando determinado pelo órgão ambiental competente, a expensas do
empreendedor responsável pelo lançamento.
Art. 14. Sem prejuízo do disposto no inciso I do parágrafo único do art. 3°desta Resolução, o órgão
ambiental competente poderá, quando a vazão do corpo receptor estiver abaixo da vazão de
referência, estabelecer restrições e medidas adicionais, de caráter excepcional e temporário, aos
lançamentos de efluentes que possam, dentre outras consequências:
I - acarretar efeitos tóxicos agudos ou crônicos em organismos aquáticos; ou.
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Art. 15. Para o lançamento de efluentes tratados em leito seco de corpos receptores intermitentes, o
órgão ambiental competente poderá definir condições especiais ouvidas o órgão gestor de recursos
hídricos.
Seção II
Das Condições e Padrões de Lançamento de Efluentes
Art. 16. Os efluentes de qualquer fonte poluidora somente poderão ser lançados diretamente no
corpo receptor desde que obedeçam as condições e padrões previstos neste artigo, resguardadas
outras exigências cabíveis:
I - condições de lançamento de efluentes:
a) pH entre 5 a 9;
b) temperatura: inferior a 40°C, sendo que a variação de temperatura do corpo receptor não deverá
exceder a 3°C no limite da zona de mistura;
c) materiais sedimentáveis: até 1 ml/L em teste de 1 hora em cone Inmhoff. Para o lançamento em
lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula, os materiais sedimentáveis
deverão estar virtualmente ausentes;
d) regime de lançamento com vazão máxima de até 1,5 vezes a vazão média do período de atividade
diária do agente poluidor, exceto nos casos permitidos pela autoridade competente;
e) óleos e graxas:
1. Óleos minerais: até 20 mg/L;
2. Óleos vegetais e gorduras animais: até 50 mg/L;
f) ausência de materiais flutuantes; e
g) Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO 5 dias a 20°C): remoção mínima de 60% de DBO
sendo que este limite só poderá ser reduzido no caso de existência de estudo de autodepuração do
corpo hídrico que comprove atendimento às metas do enquadramento do corpo receptor;
TABELA I
Parâmetros inorgânicos Valores máximos
Arsênio total 0,5 mg/L As
Bário total 5,0 mg/L Ba
Boro total (Não se aplica para o lançamento em 5,0 mg/L B
águas salinas)
Cádmio total 0,2 mg/L Cd
Chumbo total 0,5 mg/L Pb
Cianeto total 1,0 mg/L CN
Cianeto livre (destilável por ácidos fracos) 0,2 mg/L CN
Cobre dissolvido 1,0 mg/L Cu
Cromo hexavalente 0,1 mg/L Cr+6
Cromo trivalente 1,0 mg/L Cr+3
Estanho total 4,0 mg/L Sn
Ferro dissolvido 15,0 mg/L Fe
Manganês dissolvido 1,0 mg/L Mn
Mercúrio total 0,01 mg/L Hg
Níquel total 2,0 mg/L Ni
Nitrogênio amoniacal total 20,0 mg/L N
Prata total 0,1 mg/L Ag
Selênio total 0,30 mg/L Se
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Art. 17. O órgão ambiental competente poderá definir padrões específicos para o parâmetro fósforo
no caso de lançamento de efluentes em corpos receptores com registro histórico de floração de
cianobactérias, em trechos onde ocorra a captação para abastecimento público.
Art. 18. O efluente não deverá causar ou possuir potencial para causar efeitos tóxicos aos
organismos aquáticos no corpo receptor, de acordo com os critérios de eco toxicidade estabelecidos
pelo órgão ambiental competente.
§ 1º Os critérios de eco toxicidade previstos no caput deste artigo devem se basear em resultados de
ensaios eco toxicológicos aceitos pelo órgão ambiental, realizados no efluente, utilizando
organismos aquáticos de pelo menos dois níveis tróficos diferentes.
§ 2º Cabe ao órgão ambiental competente a especificação das vazões de referência do efluente e do
corpo receptor a serem consideradas no cálculo da Concentração do Efluente no Corpo
Receptor-CECR, além dos organismos e dos métodos de ensaio a serem utilizados, bem como a
frequência de eventual monitoramento.
§ 3º Na ausência de critérios de eco toxicidade estabelecida pelo órgão ambiental para avaliar o
efeito tóxico do efluente no corpo receptor, as seguintes diretrizes devem ser obedecidas:
I - para efluentes lançados em corpos receptores de água doce Classes 1 e 2, e águas salinas e
salobras Classe 1, a Concentração do Efluente no Corpo Receptor-CECR deve ser menor ou igual à
Concentração de Efeito Não Observado-CENO de pelo menos dois níveis tróficos, ou seja:
a) CECR deve ser menor ou igual a CENO quando for realizado teste de eco toxicidade para medir
o efeito tóxico crônico; ou
b) CECR deve ser menor ou igual ao valor da Concentração Letal Mediana (CL50) dividida por 10;
ou menor ou igual a 30 dividido pelo Fator de Toxicidade (FT) quando for realizado teste de
eco toxicidade para medir o efeito tóxico agudo;
II - para efluentes lançados em corpos receptores de água doce Classe 3, e águas salinas
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e salobras Classe 2, a Concentração do Efluente no Corpo Receptor-CECR deve ser menor ou igual
à concentração que não causa efeito agudo aos organismos aquáticos de pelo menos dois níveis
tróficos, ou seja:
a) CECR deve ser menor ou igual ao valor da Concentração Letal Mediana-CL50 dividida por 3 ou
menor ou igual a 100 dividido pelo Fator de Toxicidade-FT, quando for realizado teste de eco
toxicidade aguda.
§ 4o A critério do órgão ambiental, com base na avaliação dos resultados de série histórica, poderá
ser reduzido o número de níveis tróficos utilizados para os testes de eco toxicidade, para fins de
monitoramento.
§ 5o Nos corpos de água em que as condições e padrões de qualidade previstos na Resolução nº
357, de 2005, não incluam restrições de toxicidade a organismos aquáticos não se aplicam os
parágrafos anteriores.
Art. 19. O órgão ambiental competente deverá determinar quais empreendimentos e atividades
deverão realizar os ensaios de eco toxicidade, considerando as características dos efluentes gerados
e do corpo receptor.
Art. 20. O lançamento de efluentes efetuado por meio de emissários submarinos deve atender, após
tratamento, aos padrões e condições de lançamento previstas nesta Resolução, aos padrões da classe
do corpo receptor, após o limite da zona de mistura, e ao padrão de balneabilidade,
de acordo com normas e legislação vigentes.
Parágrafo único. A disposição de efluentes por emissário submarino em desacordo com as
condições e padrões de lançamento estabelecidos nesta Resolução poderá ser autorizada pelo órgão
ambiental competente, conforme previsto nos incisos III e IV do art. 6º , sendo que o estudo
ambiental definido no inciso III deverá conter no mínimo:
I - As condições e padrões específicos na entrada do emissário;
II - O estudo de dispersão na zona de mistura, com dois cenários:
a) primeiro cenário: atendimento aos valores preconizados na Tabela I desta Resolução;
b) segundo cenário: condições e padrões propostos pelo empreendedor; e
III - Programa de monitoramento ambiental.
Seção III
Das Condições e Padrões para Efluentes de Sistemas de Tratamento de Esgotos Sanitários
Art. 21. Para o lançamento direto de efluentes oriundos de sistemas de tratamento de esgotos
sanitários deverão ser obedecidas as seguintes condições de padrões específicos:
I. Condições de lançamentos de lançamento de efluentes:
a) pH entre 5 e 9;
b) Temperatura inferior a 40ºC, sendo que a variação de temperatura do corpo receptor
não deverá exceder a 3ºC no limite da zona de mistura;
c) Materiais sedimentáveis até o limite de 1 ml/L em teste de 1 hora em cone Inmhoff.
Para o lançamento em lagos e lagoas cuja velocidade de circulação seja praticamente
nula, os materiais sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes;
d) Demanda Bioquímica de Oxigênio_ DBO 5 dias,20ºC : máximo de 120 mg/L, sendo
que esse limite só poderá ser ultrapassado no caso de efluente de sistema de
tratamento com eficiência de remoção mínima de 60% de DBO, ou mediante estudo
de autodepuração do corpo hídrico que comprove atendimento as metas do
enquadramento do corpo receptor.
e) Substancias solúveis em hexano (óleos e graxas) em até 100 mg/L e;
f) Ausência de materiais flutuantes;
§ 1º Das condições e padrões de lançamento relacionados na Seção II art.16, inciso I e II dessa
Resolução poderão ser aplicáveis aos sistemas de tratamento de esgoto sanitário a critério do órgão
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ambiental competente em função das características locais não sendo exigível o padrão de
nitrogênio amoniacal total;
§ 2º No caso de sistemas de tratamentos de esgotos sanitários que recebam lixiviados de aterros
sanitários, o órgão ambiental competente deverá indicar quais os parâmetros da Tabela I do art.16,
inciso II desta Resolução que deverão ser atendidos e monitorados, não sendo exigível o padrão de
nitrogênio amoniacal total;
§ 3º Para a determinação da eficiência de remoção de carga poluidora em termos de DBO 5, 20 para
sistemas de tratamento em lagoas com estabilização, a mostra de efluentes deverá ser tratada.
Art. 23 Os efluentes de sistemas de tratamento de esgotos sanitários poderão ser objeto de teste de
eco toxidade no caso de interferência de efluentes com características potencialmente tóxicas ao
corpo receptor, a critério do órgão competente.
§ 1º. Os testes de eco toxidade em efluentes de sistemas de tratamento de esgotos sanitários tem
como objetivo subsidiar ações de gestão da bacia contribuinte aos referidos sistemas, indicando a
necessidade de controle nas fontes geradoras de efluentes com características potencialmente
toxicas ao corpo receptor.
§ 2º. As ações de gestão serão compartilhadas entre empresas de saneamento, as fontes geradoras e
o órgão ambiental competente, a partir da avaliação criteriosa dos resultados obtidos no
monitoramento.
CAPÍTULO III
DIRETRIZES PARA GESTÃO DE EFLUENTES
Art.24. Os responsáveis pelas fontes poluidoras dos recursos hídricos deverão realizar o auto
monitoramento para controle e acompanhamento periódico dos efluentes lançados nos corpos
receptores, com base em amostragem representativa dos mesmos.
§ 1º O órgão ambiental competente poderá estabelecer critérios e procedimentos para a execução e
averiguação do auto monitoramento de efluentes e avaliação da qualidade do corpo receptor.
§ 2º Para fontes de baixo potencial poluidor, assim definidas pelo órgão ambiental competente,
poderá ser dispensado o auto monitoramento, mediante fundamentação técnica.
.
Art. 25. As coletas de amostras e as análises de efluentes líquidos e em corpos hídricos devem ser
realizadas de acordo com as normas específicas, sob responsabilidade de profissional legalmente
habilitado.
Art. 26. Os ensaios deverão ser realizados por laboratórios acreditados pelo Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial INMETRO ou por outro organismo
signatário do mesmo acordo de cooperação mútua do qual o INMETRO faça parte ou em
laboratórios aceitos pelo órgão ambiental competente.
§ 1°Os laboratórios deverão ter sistema de controle de qualidade analítica implementado.
§ 2º Os laudos analíticos referentes a ensaios laboratoriais de efluentes e de corpos receptores
devem ser assinados por profissional legalmente habilitado.
Art. 27. As fontes potencial ou efetivamente poluidoras dos recursos hídricos deverão buscar
práticas de gestão de efluentes com vistas ao uso eficiente da água, à aplicação de técnicas para
redução da geração e melhoria da qualidade de efluentes gerados e, sempre que possível adequado,
proceder à reutilização.
Parágrafo único No caso de efluentes cuja vazão original for reduzida pela prática de reuso,
ocasionando aumento de concentração de substâncias presentes no efluente para valores em
desacordo com as condições e padrões de lançamento estabelecidos na Tabela I do art. 16, desta
Resolução, o órgão ambiental competente poderá estabelecer condições e padrões específicos de
lançamento, conforme previsto nos incisos II, III e IV do art. 6° desta Resolução.
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Art. 28. O responsável por fonte potencial ou efetivamente poluidora dos recursos hídricos deve
apresentar ao órgão ambiental competente, até o dia 31 de março de cada ano, Declaração de Carga
Poluidora, referente ao ano anterior.
§ 1º A Declaração referida no caput deste artigo conterá, entre outros dados, a caracterização
qualitativa e quantitativa dos efluentes, baseada em amostragem representativa dos mesmos.
§ 2º O órgão ambiental competente poderá definir critérios e informações adicionais para a
complementação e apresentação da declaração mencionada no caput deste artigo, inclusive
dispensando-a, se for o caso, para as fontes de baixo potencial poluidor.
§ 3º Os relatórios, laudos e estudos que fundamentam a Declaração de Carga Poluidora deverão ser
mantidos em arquivo no empreendimento ou atividade, bem como uma cópia impressa da
declaração anual subscrita pelo administrador principal e pelo responsável legalmente habilitado,
acompanhada da respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica, os quais deverão ficar à
disposição das autoridades de fiscalização ambiental.
CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 29. Aos empreendimentos e demais atividades poluidoras que, na data da publicação desta
Resolução, contarem com licença ambiental expedida, poderá ser concedido, a critério do órgão
ambiental competente, prazo de até três anos, contados a partir da publicação da presente
Resolução, para se adequarem às condições e padrões novos ou mais rigorosos estabelecidos nesta
norma.
§ 1º O empreendedor apresentará ao órgão ambiental competente o cronograma das medidas
necessárias ao cumprimento do disposto no caput deste artigo.
§ 2º O prazo previsto no caput deste artigo poderá ser prorrogado por igual período, desde que
tecnicamente motivado.
§ 3º As instalações de tratamento de efluentes existentes deverão ser mantidas em operação com a
capacidade, condições de funcionamento e demais características para as quais foram aprovadas, até
que se cumpram às disposições desta Resolução.
Art. 30. O não cumprimento do disposto nesta Resolução sujeitará os infratores, entre outras, às
sanções previstas na Lei n° 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e em seu regulamento.
IZABELLA TEIXEIRA
Presidente do conselho
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Atividades
2. Liste quais são os padrões de emissão de esgoto em águas naturais de acordo com o decreto
n° 8.468 e a Resolução nº 20 do CONAMA?
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c. Lançamento direto:
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I. Solução aquosa de ácido sulfúrico é o produto mais comumente utilizado para corrigir o pH de
processos industriais que envolvem cal, pois é de fácil manuseio, não apresenta riscos de danos aos
materiais e não gera resíduos tóxicos ao meio aquático.
-10
II. Um efluente industrial que apresente concentração de 10 mol/L de OH-, a 25 °C, pode ser
lançado em rios, sem tratamento prévio.
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III. Aos efluentes com pH maior que 10, pode ser feita adição de dióxido de carbono para corrigir o
pH aos valores permitidos, antes de serem descartados.
IV. A eficiência química do dióxido de carbono com os componentes dos efluentes é também função
da superfície de contato entre os reagentes.
8. Analise as afirmações.
I.A classificação da água como água salobra se dá em função do seu pH, que lhe confere sabor
indesejável tornando-a inadequada à aqüicultura.
II. Águas classe 1 são aquelas destinadas ao abastecimento doméstico, sem tratamento prévio ou
com simples desinfecção.
III. Para ser considerada potável, a água deverá se enquadrar dentro dos parâmetros físico-químicos
e microbiológicos da classe 1, antes do sistema de tratamento.
IV. O uso das águas salinas não é previsto pela legislação, pois o conjunto de medidas necessárias
para o seu tratamento, atualmente, inviabiliza seu uso à recreação, proteção de comunidades
aquáticas ou criação de espécies destinadas à alimentação humana.
9. Quando a análise microbiológica de uma amostra de água para consumo humano indicar a
presença de coliformes totais,
(A) A água está imprópria para consumo humano, pois de acordo com o padrão de potabilidade,
ela deve estar isenta de microrganismos.
(B) A amostra deve ser analisada ainda quanto à presença de coliformes termo tolerantes, pois
coliformes totais incluem bactérias não necessariamente prejudiciais à saúde, que são
permitidas inclusive em alimentos.
(C) a água somente pode ser liberada para consumo humano na ausência de coliformes totais e
desde que os demais parâmetros de qualidade estejam satisfatórios.
(D) a água pode ser liberada para consumo humano, pois a legislação exige o atendimento aos
parâmetros físico-químicos, que incluem o cloro, não sendo necessária a análise microbiológica.
(E) a água está imprópria para consumo humano, pois a presença de coliformes totais indica
contaminação da água por dejetos humanos.
10. O lançamento direto das águas servidas (esgoto), domésticas ou industriais, sem tratamento, nos
mananciais de água provoca sérios problemas. Assinale a alternativa que NÃO apresenta um
problema:
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(C) Aumento da turbidez das águas e formação de depósitos de sólidos em leito de córregos, rios e
oceano.
(D) Alteração de ordem estética e contaminação, que impossibilita a utilização do corpo de água
receptor, para atividades de lazer.
(A) coliformes termo tolerantes, algas, matéria orgânica, temperatura, nitrogênio e fósforo totais
(B) sabor e odor, algas, coliformes termo tolerantes e pH(potencial hidrogênio iônico)
(C) matéria orgânica, demanda bioquímica de oxigênio (DBO), pH (potencial hidrogênio iônico),
nitrogênio e fósforo totais
(D) turbidez da água, algas, matéria orgânica, pH (potencial hidrogênio iônico) e condutividade
elétrica
(E) dureza, presença de sólidos, pH (potencial hidrogênio iônico) e coliformes termo tolerante
Monitoramento de efluentes:
Segundo documento da Organização das Nações Unidas (ONU), Agenda 21, “a utilização da
água deve ter como prioridades a satisfação das necessidades básicas e a preservação dos
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possuem na dinâmica de nutrientes no corpo hídrico e por serem bons indicadores de qualidade de
água. Dentre os vários grupos, destacam-se: dípteros, efemerópteros, plecópteros, tricópteros,
odonatas, hemípteros, coleópteros e lepidópteros.
O nível de adaptação morfológica e comportamental dos invertebrados que os permite
explorarem os diversos recursos alimentares pode ser obrigatório ou facultativo. As formas
especialistas obrigatórias (espécies com dieta alimentar muito restrita) são mais rapidamente
deslocadas do que as generalistas facultativas (espécies que se alimentam de várias fontes – vegetal
e/ou animal). Estas últimas são mais tolerantes sob condições de distúrbio, pois conseguem se
adaptar mais facilmente a mudanças no tipo e na disponibilidade de alimento. De acordo com a
natureza do alimento e seu modo de captura (e consequentemente da adaptação de seu aparelho
bucal para tal função), temos algumas classificações bastante comuns, como por exemplo:
filtradores, coletores, coletor-filtradores (estas três categorias se alimentam de partículas livres no
substrato ou na água, menores do que 1 mm);
Raspadores (alimentam-se de material preso ao substrato, como algas);
Fragmentadores (alimentam-se de partículas maiores do que 1 mm, como folhas),
Predadores (alimentam-se de outros animais). Como exemplo da classe Insecta dentro dessas
categorias de alimentação tem: filtradores e coletoras – larvas de Díptera (Subfamília
Orthocladiinae), alguns gêneros ordem Ephemeroptera (Família Baetidae); Raspadores – Família
Psephenidae (Coleoptera - besouros);
Fragmentadores – larvas de Lepidóptera – borboletas e mariposas (família Pyralidae); predadores
- ninfas de odonatas (libélulas).
É constatado que, em locais considerados com água de má qualidade, não é encontrado
nenhum táxon pertencente às ordens Ephemeroptera, Trichoptera e Plecoptera, espécies altamente
intolerantes de poluição. Os Ephemeroptera estão também entre os grupos mais utilizados em
programas de biomonitoramento de qualidade da água, em função das distintas respostas
apresentadas por suas espécies à degradação ambiental. A ordem Trichoptera representa um
importante componente dos ecossistemas de água doce, participando da transferência de energia e
nutrientes através de todos os níveis tróficos, apresentando pouca seletividade alimentar, mas com
alta especialização na obtenção de alimento. Apresentam grande diferença específica em relação à
tolerância aos poluentes e outros tipos de distúrbios ambientais, o que dá ao grupo grande
importância em programas de monitoramento biológico.
Por outro lado, há organismos muito adaptados a ambientes altamente impactados, como é o
caso da família Chironomidae (Díptera). As espécies dessa família são muito tolerantes a condições
adversas, tendo preferência por habitar locais com grande disponibilidade de substâncias húmicas e
fúlvicas, além de serem muito comuns em ambientes altamente eutrofizados. Dessa forma,
desenvolveram mecanismos fisiológicos para sobreviverem em ambientes com baixas taxas de
oxigênio dissolvido.
O uso de macro invertebrado bentônicos para o monitoramento de rios atua como uma
ferramenta de vigilância, ou seja, é uma metodologia para acompanhar as condições dos
ecossistemas aquáticos com o objetivo principal de detectar impactos acidentais ou decorrentes de
atividades produtivas. Os macros invertebrados bentônicos também são bastante utilizados na
avaliação de ecossistemas marinhos e costeiros.
Testes foram feitos com mexilhões transplantados da espécie Perna para avaliação da
evolução temporal da bioacumulação de metais e das respostas biológicas a ela associada, em uma
área de descarga de efluente de uma planta industrial de beneficiamento de aço. Os moluscos
bivalves, entre eles os mexilhões, são reconhecidamente os melhores biomonitores em ambientes
aquáticos e utilizados em programas nacionais e internacionais de monitoramento ambiental. Estes
biomonitores podem ser usados para determinar variações espaciais e/ou temporais na bio
disponibilidade de metais pesados no ambiente marinho, oferecendo medidas das frações da carga
total de metais no ambiente que são relevantes do ponto de vista eco toxicológico.
O caranguejo Uça, o Ucides cordatus, pode ser um importante bioindicador de qualidade
ambiental, pois além de ser encontrado em grande parte do litoral brasileiro, demonstra
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Cianotoxinas
As Cianotoxinas são compostos produzidos pelas cianobactérias que podem afetar a biota
aquática, resultando em efeitos tóxicos também em mamíferos terrestres, não sendo ainda clara a
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sua produção, embora possa estar relacionada a proteção contra herbivoria e também alelopatia,
como em vegetais superiores.
No Quadro I são apresentadas as características das principais Cianotoxinas e gêneros das
cianobactérias potencialmente tóxicas:
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Atividades
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6. Liste quais são os tipos mais comuns de bioindicadores e descreva cada um:
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8. Qual objetivo principal do uso de macro invertebrado bentônicos para o monitoramento de rios?
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10. Descreva as principais características da carpa (Cyprinus carpio) que a favorecem como
bioindicador.
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11. O que você entende por Eco toxicologia e Testes de eco toxidade?
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de maturação demanda grandes áreas, pois necessita pouca profundidade para permitir a penetração
da radiação solar ultravioleta. Entre os processos artificiais, a cloração é o de menor custo, mas
pode gerar subprodutos tóxicos, como organoclorados. A ozonição é muito dispendiosa e a radiação
ultravioleta não se aplica a qualquer situação.
Tecnologias de tratamento
O tratamento biológico é a forma mais eficiente de remoção da matéria orgânica dos esgotos. O
próprio esgoto contem grande variedade de bactérias e protozoários para compor as culturas
microbiais mistas que processam os poluentes orgânicos. O uso desse processo requer o controle da
vazão, a recirculação dos microorganismos decantados, o fornecimento de oxigênio e outros fatores.
Os fatores que mais afetam o crescimento das culturas são a temperatura, a disponibilidade de
nutrientes, o fornecimento de oxigênio, o pH, a presença de elementos tóxicos e a insolação (no
caso de plantas verdes).
A matéria orgânica do esgoto é decomposta pela ação das bactérias presentes no próprio efluente,
transformando-se em substâncias estáveis, ou seja, as substâncias orgânicas insolúveis dão origem a
substâncias inorgânicas solúveis. Havendo oxigênio livre (dissolvido), são as bactérias aeróbias que
promovem a decomposição. Na ausência do oxigênio, a decomposição se dá pela ação das bactérias
anaeróbias. A decomposição aeróbia diferencia-se da anaeróbia pelo seu tempo de processamento e
pelos produtos resultantes. Em condições naturais, a decomposição aeróbia necessita três vezes
menos tempo que a anaeróbia e dela resultam gás carbônico, água, nitratos e sulfatos, substâncias
inofensivas e úteis à vida vegetal. O resultado da decomposição anaeróbia é a geração de gases
como o sulfídrico, metano, nitrogênio, amoníaco e outros, muitos dos quais malcheirosos.
A decomposição do esgoto é um processo que demanda vários dias, iniciando-se com uma
contagem elevada de DBO, que vai decrescendo e atinge seu valor mínimo ao completar-se a
estabilização. A determinação da DBO é importante para indicar o teor de matéria orgânica
biodegradável e definir o grau de poluição que o esgoto pode causar ou a quantidade de oxigênio
necessária para submeter o esgoto a um tratamento aeróbio. Os sistemas existentes podem ser
classificados, basicamente, em dois grandes grupos: tecnologias de sistemas simplificados ou
mecanizados e processos aeróbios ou anaeróbios:
Disposição no solo - Sistema simplificado que requer áreas extensas nas quais os esgotos são
aplicados por aspersão, vala ou alagamento, sofrendo evaporação ou sendo absorvidos pela
vegetação. Grande parte do efluente é infiltrada no solo e o restante sai como esgoto tratado na
extremidade oposta do terreno. A eficiência na remoção de DBO está entre 85 e 99% e a de
patogênicos está entre 90 e 99%. O custo de implantação e operação é bastante reduzido e não
apresenta geração de lodo. Pode gerar maus odores, insetos e vermes, além de apresentar risco de
contaminação da vegetação, no caso de agricultura, dos trabalhadores envolvidos, do solo e do
lençol freático.
Lagoas de estabilização sem aeração - Técnica simplificada que exige uma área extensa para a
instalação da lagoa, na qual os esgotos sofrem o processo aeróbio de depuração graças à existência
de plantas verdes que oxigenam a água. Para reduzir a área necessária podem ser instaladas lagoas
menores para processar a depuração anaeróbia. A eficiência na remoção de DBO é de 70 a 90% e de
coliformes é de 90 a 99%. Os custos de implantação e operação são reduzidos, tem razoável
resistência a variações de carga e o lodo gerado é removido após 20 anos de uso. Por outro lado,
sofre com a variação das condições atmosféricas (temperatura e insolação), produz maus odores, no
caso das anaeróbias, e insetos. Quando sua manutenção é descuidada há o crescimento da vegetação
local.
Sistemas anaeróbios simplificados - Sistemas como o filtro anaeróbio e o reator anaeróbio de
manta de lodo. O primeiro é um tanque submerso no qual o esgoto, já decantado em uma fossa
séptica, flui de baixo para cima para ser estabilizado por bactérias aderidas a um suporte de pedras.
O segundo estabiliza a matéria orgânica usando as bactérias dispersas em um tanque fechado - o
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fluxo do esgoto é de baixo para cima e na zona superior há coleta de gás. O reator não necessita de
decantação prévia. A eficiência na remoção de DBO e de patogênicos está entre 60-90%, nos dois
sistemas. Ambos necessitam de pouca área para sua instalação e têm custo de implantação e
operação reduzido. A produção de lodo é muito baixa e podem produzir maus odores. Estes
sistemas não têm condições de atender, caso exigido, padrões muito restritivos de lançamento do
efluente. Ainda nesta categoria há o biodigestor, que é um reator com um mecanismo biológico para
estabilização da matéria orgânica, via bactérias anaeróbias, e outro físico para decantação das
partículas. O efluente circula no reator em sentido vertical e de baixo para cima. Suas vantagens são
a facilidade de operação, a rapidez na instalação e o baixo custo de implantação/operação. Entre as
desvantagens está a baixa remoção de DBO, entre 60-70%.
Lagoas anaeróbias - São lagoas mais profundas - até 4,5m - e reduzida área superficial. As
bactérias anaeróbias decompõem a matéria orgânica em gases, sendo baixa a produção de lodo. Este
tratamento é adequado para efluentes com altíssimo teor orgânico, a exemplo do esgoto de
matadouros, não se aplicando aos esgotos domésticos cujo DBO é inferior.
Lagoas de estabilização aeradas - Sistema mecanizado e aeróbio. O oxigênio é fornecido por
equipamentos mecânicos - os aeradores - ou por ar comprimido através de um difusor submerso. A
remoção do DBO é função do período de aeração, da temperatura e da natureza do esgoto. O
despejo de efluente industrial deve ser controlado para não prejudicar a eficiência do processo. Os
sólidos dos esgotos e as bactérias sedimentam, indo para o lodo do fundo, ou são removidos em
uma lagoa de decantação secundária. O processo tem baixa produção de maus odores, sendo a
eficiência na remoção de DBO de 70 a 90% e na eliminação de patogênicos de 60 a 99%. Requerem
menos área do que os sistemas naturais, porém ocupam mais espaço que os demais sistemas
mecanizados. O consumo de energia já é razoavelmente elevado. Em períodos entre 2 a 5 anos é
necessária a remoção do lodo da lagoa de decantação.
Ar difuso - Sistema mecanizado e aeróbio, no qual a aeração é feita pelo bombeamento de ar
comprimido transportado por uma rede de distribuição até os difusores no fundo do tanque de
aeração. O tanque pode ser construído em diversos formatos e permite profundidades maiores,
como é o caso do poço profundo (“Depp shaft”) que requer pouca área para sua instalação. A rede
de distribuição pode ser fixa ou móvel e superficial ou submersa. O sistema de difusão de ar
comprimido pode ser de bolhas finas, médias ou grandes. Quanto menor a bolha maior a eficiência
na transferência de oxigênio e maiores os problemas de manutenção. A eficiência na remoção de
DBO e na eliminação de patogênicos assemelha-se a da lagoa de estabilização aerada.
Lodos ativados - Sistema mecanizado e aeróbio. A remoção da matéria orgânica é feita pelas
bactérias que crescem no tanque de aeração e formam uma biomassa a ser sedimentada no
decantador. O lodo do decantador secundário é retornado, por bombeamento, ao tanque de aeração,
para aumentar a eficiência do sistema. O oxigênio é fornecido por aeradores mecânicos superficiais
ou por tubulações de ar no fundo do tanque. Tais sistemas podem operar continuamente ou de forma
intermitente, e quase não produzem maus odores, insetos ou vermes. A eliminação de DBO alcança
de 85 a 98% e a de patogênicos de 60 a 90%. A instalação requer área reduzida, mas envolve a
necessidade de diversos equipamentos (aeradores, elevatórias de recirculação, raspadores de lodo,
misturador de digestor, etc.). Seu custo de implantação é elevado devido ao grau de mecanização e
tem alto custo operacional graças ao consumo de energia para movimentação dos equipamentos.
Necessita de tratamento para o lodo gerado, bem como sua disposição final.
Filtros biológicos - A estabilização da matéria orgânica é realizada por bactérias que crescem
aderidas a um suporte de pedras ou materiais sintéticos. O esgoto é aplicado na superfície através de
distribuidores rotativos, per cola pelo tanque e sai pelo fundo. A matéria orgânica fica retida pelas
bactérias do suporte, permitindo elevada eficiência na remoção de DBO (de 80 a 93%). A
eliminação de patogênicos está entre 60 - 90%. A instalação não requer área extensa e sua
mecanização exige equipamentos relativamente simples (distribuidor rotativo, raspadores de lodo,
elevatória para recirculação, misturador para digestor, etc.). O custo de implantação é alto e há
necessidade de tratamento do lodo gerado e sua disposição final. Entre os inconvenientes estão a
dificuldade na operação de limpeza e a possibilidade de proliferação de insetos.
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O tratamento biológico por lodos ativados é atualmente o mais utilizado para a depuração de
efluentes sanitários e industriais caracterizados por contaminação de carga orgânica e produtos
nitrogenados, representando um sistema de tratamento com baixo custo de investimento e alta taxa
de eficiência (remoção de DBO/DQO).
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Definições
Tanque de Aeração: Também chamado de reator biológico, o tanque de aeração é o local onde
ocorrerá a depuração “otimizada” do influente (doméstico ou industrial), simulando o que acontece
nos corpos hídricos receptores de poluição orgânica.
O reator biológico possui um volume reduzido e alta concentração de microrganismos, chamados de
“Lodos Ativados” que realizam os seguintes mecanismos de depuração:
– Captura física do material em suspensão;
– Absorção física seguida de bio-absorção por ação enzimática;
– Oxidação da matéria orgânica e síntese de novas células.
O processo de degradação da matéria orgânica consome oxigênio. Portanto, o reator biológico
deverá ser integrado por um equipamento de aeração, que forneça o oxigênio necessário ao reator.
Este equipamento deverá ser capaz de transferir a quantidade de oxigênio necessário a
sobrevivência e ao crescimento da micro biota presente no reator
A equação geral da respiração aeróbia pode ser expressa como:
Conversão Aeróbia: C6H12O6 + 6 O2 6 CO2 + 6 H2O + ENERGIA
Esta liberação de energia que é responsável pela formação de biomassa, ou seja, novas células dos
microrganismos.
Lodos ativados convencionais: O aumento da concentração da biomassa em suspensão no meio
líquido pode reduzir o volume requerido. Quanto mais bactérias houver em suspensão, maior será a
assimilação da matéria orgânica presente no esgoto bruto.
No sistema de lagoas aeradas-lagoas de decantação existe um reservatório de bactérias, ainda ativas
e ávidas, na unidade de decantação. A concentração de bactérias nesta unidade será aumentada
consideravelmente caso estas bactérias retornem à unidade de aeração. Este é o princípio básico do
sistema de lodos ativados, em que os sólidos são recirculados do fundo da unidade de decantação,
por meio de bombeamento, para a unidade de aeração. As seguintes unidades são importantes no
sistema de lodos ativados (Fluxo do Líquido):
– Tanque de aeração (reator);
– Tanque de decantação (decantador secundário);
– Elevatória de recirculação do lodo.
A biomassa consegue ser separada no decantador secundário devido à sua propriedade de flocular,
com isso, o floco formado possui dimensões maiores o que facilita a sedimentação. Isto só é
possível pelo fato das bactérias possuírem uma matriz gelatinosa, que permite a aglutinação das
bactérias.
No tanque de aeração nos sistemas de lodos ativados a concentração de sólidos em suspensão
é mais de 10 vezes superior à de uma lagoa aerada de mistura completa. O tempo de detenção do
líquido é bem baixo, da ordem de 6 a 8 horas no sistema de lodos ativados convencional,
implicando em uma redução no volume do tanque de aeração. Devido à recirculação dos sólidos,
estes permanecem no sistema por um tempo superior ao do líquido. O tempo de retenção dos
sólidos no sistema é denominado idade do lodo, sendo a ordem de 4 a 10 dias nos lodos ativados
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convencionais. È a maior permanência dos sólidos no sistema que garante a elevada eficiência dos
lodos ativados, já que a biomassa tem tempo suficiente para metabolizar praticamente toda a
matéria orgânica dos esgotos. Para se economizar energia para a aeração, parte da matéria orgânica
dos esgotos é retirada antes do tanque de aeração, através do decantador primário, tendo assim
como parte integrante do sistema o tratamento primário.
No tanque de aeração, devido à entrada contínua de alimento, na forma de DBO dos esgotos,
as bactérias crescem e se reproduzem continuamente, dificultando a transferência de oxigênio a
todas as células. Para manter o equilíbrio é necessário que se retire a mesma quantidade de
biomassa que é aumentada por reprodução. O sistema convencional de lodos ativados requer uma
elevada capacitação para sua operação, além disso, ocupa áreas inferiores e tem maiores gastos com
energia elétrica para aeração, comparando-se com o sistema de lagoas aeradas.
Aeração Prolongada: No sistema de lodos ativados convencionais, o lodo permanece no sistema de
4 a 10 dias. Com este período, a biomassa retirada no lodo excedente requer ainda uma etapa de
estabilização no tratamento do lodo, por conter ainda um elevado teor de matéria orgânica na
composição de suas células.Caso a biomassa permaneça no sistema por um período de 20 a 30 dias
recebendo a mesma carga de DBO que o sistema convencional, é necessário que o reator seja maior.
Com isso há menos matéria orgânica (alimento) por unidade de volume de tanque de aeração,
fazendo com que as bactérias passem a utilizar nos seus processos metabólicos a própria matéria
orgânica componente de suas células, para sobreviverem, já que há menos matéria orgânica
(alimento) por unidade de volume de tanque de aeração. Com isso, a matéria orgânica celular é
convertida em gás carbônico e água através da respiração promovendo assim a estabilização da
biomassa no próprio tanque de aeração. Enquanto que no sistema convencional a estabilização do
lodo é feita em separado (na etapa de tratamento de lodo), na aeração prolongada ela é feita
conjuntamente, no próprio reator. Não havendo a necessidade de se estabilizar o lodo biológico
evita-se a geração de outra forma de lodo que venha a requerer estabilização evitando-se assim a
utilização de decantadores primários e unidades de digestão de lodo.
Sistemas de Aeração de Lodos Ativados: A aeração deve fornecer o oxigênio necessário ao
desenvolvimento das reações biológicas. A quantidade de oxigênio requerida é em função da idade
do lodo e de carga mássica, dependendo, portanto, da velocidade de crescimento bacteriano e da
respiração endógena. Muito oxigênio é consumido nas reações de nitrificação, ou seja, a oxidação
do nitrogênio amoniacal em nitritos e nitratos. Mas, um ganho de oxigênio acontece ao contrário
nas reações de desnitrificação, quando os nitritos e nitratos são reduzidos para nitrogênio gasoso.
O oxigênio consumido nos reatores biológicos é na maioria dos casos fornecido pelo ar atmosférico.
Existe, portanto, um problema de transferência deste oxigênio da fase atmosférica gasosa para a
fase líquida. Esta transferência é realizada por diferentes tipos de equipamentos.
Há duas formas principais de se produzir a aeração artificial:
– Introduzir ar ou oxigênio no líquido (aeração por ar difuso);
– Causar um grande turbilhonamento, expondo o líquido, na forma de gotículas ao ar,
e ocasionando a entrada do ar atmosférico no meio líquido (aeração superficial ou
mecânica).
Sistemas de Aeração Mecânica: Os principais mecanismos de transferência de oxigênio por
aeradores superficiais mecânicos são:
– Transferência do oxigênio atmosférico às gotas e finas películas de líquidos
aspergidos no ar (+ ou - 60% da transferência total);
– Transferência do oxigênio na interface ar-líquido, onde as gotas em queda entram em
contato com o líquido no reator (+ ou - 30% da transferência total);
– Transferência de oxigênio por bolhas de ar transportadas da superfície ao seio da
massa líquida (+ ou - 10% da transferência total).
Sistemas de Aeração por Ar difuso: O sistema de aeração por ar difuso é feito por difusores
submersos no líquido, tubulações distribuidoras de ar, tubulações de transporte de ar, sopradores e
outros meios onde passa o ar. O ar é introduzido próximo ao fundo do reator biológico, para evitar a
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sedimentação do lodo, sendo que, o oxigênio é transferido ao meio líquido devido ao empuxo
exercido na bolha de ar, fazendo com que a mesma se eleve à superfície.
Os sistemas de aeração por ar difuso podem ser classificados segundo a porosidade do difusor, e,
portanto, segundo o tamanho da bolha produzida:
– Difusor poroso (bolhas finas e médias): prato, disco, domo e tubo;
– Difusor não poroso (bolhas grossas): tubos perfurados ou com ranhuras;
– Outros sistemas: aeração por jatos, aeração por aspiração, tubo em U.
Geralmente os difusores porosos são feitos de materiais cerâmicos, plásticos e membranas flexíveis.
O tipo cerâmico é mais antigo, sendo que, atualmente o material utilizado é à base de óxido de
alumínio ou grãos de sílica vitrificados ou resinados. Os difusores de plástico foram recentemente
desenvolvidos, tendo vantagens através da redução do peso e baixo custo, embora possam ser
menos resistentes. Já os difusores de membranas são bastante antigos, sendo representado por uma
membrana que, ao receber o ar, infla-se, permitindo o alargamento de minúsculas aberturas. Quando
o ar é desligado, a membrana encolhe-se, fechando os orifícios.
Os aeradores por aspiração são apresentados em alguns textos como aeradores por ar difuso, por
gerarem bolhas de ar no meio líquido.
Decantadores Secundários: Os decantadores secundários exercem um papel fundamental no
processo de lodos ativados, sendo responsáveis pelos seguintes fenômenos:
– Separação dos sólidos em suspensão presentes no reator, permitindo a saída de um
efluente clarificado;
– Adensamento dos sólidos em suspensão no fundo do decantador, permitindo o
retorno do lodo com concentração mais elevada;
– Armazenamento dos sólidos em suspensão no decantador, complementando o
armazenamento realizado no reator (aspecto de menor importância em países
tropicais, nos quais a elevada permanência dos sólidos no decantador é prejudicial,
por permitir a desnitrificação no decantador, ocorrendo a liberação do gás nitrogênio,
arrastando os flocos filamentosos do lodo, os quais poderão originar o bulking
filamentoso, atrapalhando a sedimentação nos decantadores secundários, e
interferindo na qualidade do efluente final fazendo com que o lodo vá para a
superfície, deteriorando a qualidade do efluente final).
A sedimentação é uma etapa fundamental para o processo de lodos ativados, ou seja, sua adequada
operação depende o sucesso da estação como um todo. Os decantadores secundários são geralmente
a última unidade do sistema, determinando a qualidade final do efluente, em relação a sólidos em
suspensão, DBO e mesmo nutrientes.
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quimioautótrofos), para os quais o gás carbônico é a principal fonte de carbono, e a energia é obtida
através da oxidação de um substrato inorgânico, como amônia, e formas mineralizada. A
transformação da amônia em nitritos é efetivamente através de bactérias, como as do gênero
Nitrosomonas.
O lodo do processo de Lodos Ativados é constituído por flocos. Estes flocos são formados por
fragmentos orgânicos não digeridos, por uma fração inorgânica (por exemplo, grãos de areia), por
células mortas e, principalmente, uma grande variedade de bactérias dos gêneros: Pseudomonas,
Achromobacter, Flavobacterium, Citromonas, Zooglea, além de bactérias filamentosas, tais como:
Nocardia sp, Sphaerotilus natans, Microthrix parvicella, Thiothrix, etc.
A estrutura do floco é subdividida em dois níveis: macroestrutura e microestrutura. A
macroestrutura é formada por bactérias filamentosas, sendo considerado o esqueleto do floco. A
microestrutura é a base do floco sendo composta de agregados de células.
Apesar das bactérias filamentosas terem grande importância na estrutura do floco, seu crescimento
deve ser limitado. Quando ocorre em grande excesso não permitem a sedimentação do lodo no
decantador secundário, resultando um fenômeno conhecido como intumescimento filamentoso do
lodo ou bulking. Quando ocorre em pouca quantidade, observa-se também má sedimentação do
lodo devido à formação de flocos pequenos conhecidos como pinpoint.
Classificação dos Flocos: Para o bom desempenho de um sistema de lodos ativados é fundamental
que a separação entre o lodo e a fase líquida que ocorre no decantador secundário, seja rápida e
eficiente. Os lodos mais freqüentemente encontrados em sistemas de lodos ativados podem ser
classificados como:
– Lodos onde predominam flocos com características adequadas: caracterizadas pela
presença de bactérias formadoras de flocos (microestrutura) e bactérias filamentosas
(macroestrutura) em equilíbrio, propiciando a formação de flocos grandes e com boa
resistência mecânica.
– Lodos onde predominam flocos com características inadequadas: caracterizados pela
presença excessiva ou pela quase ausência de macroestrutura (filamentos).
No primeiro caso, há excesso de bactérias filamentosas que ultrapassam os limites dos flocos,
prejudicando a sedimentação e compactação dos mesmos, levando ao intumescimento do lodo
(bulking filamentoso); no segundo caso, não há quantidade suficiente de bactérias filamentosas
formando a macroestrutura dos flocos, resultando em flocos de dimensões muito pequenas que
ficam dispersos na fase líquida (pinpoint).
Formação dos Flocos: A teoria clássica parte do princípio de que todos os lodos ativados são
constituídos, em grande parte, pela bactéria Zooglea ramigera, que se caracteriza por possuir uma
matriz gelatinosa (Zooglea). Esta característica seria a responsável pela absorção de partículas em
suspensão dando origem ao floco. Assim sendo, a floculação está relacionada, além de fatores
físico-químicos (forças de van der Waals), à capacidade energética do meio em que vivem e
principalmente os polímeros (polissacarídeos).
Microrganismos Envolvidos: O sistema de lodos ativados possui uma população de
microrganismos característica e composta freqüentemente por bactérias, fungos, algas, protozoários
e micro metazoários.
Bactérias: As bactérias são organismos unicelulares, que se apresentam isoladas ou em cadeias e
cuja forma varia de esférica a bastonetes ou espiradas. Seu tamanho normalmente não excede 1,5
micrômetros de comprimento. Quando se agrupam formando filamentos, estes podem atingir
centenas de micrômetros.
No processo de lodos ativados elas se dividem em bactérias não filamentosas e filamentosas:
Bactérias não filamentosas: Os principais gêneros de bactérias não filamentosas são: Bacillus,
Aerobacter, Pseudomonas, Achromobacter, Flavobacterium, Alcaligenes, Arthrobacter, Citromonas
e Zooglea. A Zooglea ramigera tem especial importância devido à formação de uma cápsula amorfa
de muco que envolve as suas células. O crescimento excessivo desta bactéria leva à formação de
flocos volumosos e de consistência gelatinosa que sedimentam mal. Esse fenômeno é conhecido
como intumescimento não filamentoso ou bulking zoogleal.
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o próprio lado ou para o lado oposto da inserção do flagelo. Sob condições adversas, o flagelo pode
se perder, mas sua regeneração ocorre prontamente. São subdivididos em dois grupos:
– Fito flagelado
– Zooflagelados
Amebas: Locomovem-se através de organelas transitórias, os pseudópodes, que são simplesmente
prolongamentos do protoplasma, formados em qualquer ponto da célula. Geralmente são
transparentes e não possuem forma bem definida. Nas espécies que apresentam carapaça, a forma
varia de arredondada a globosa e podem apresentar coloração parda quando ocorre impregnação por
sais de ferro. A carapaça pode ser secretada pela própria ameba ou ser formada de partículas
retiradas do meio. Podem ser de natureza calcária, silicosa ou orgânica. São microrganismos lentos
e sua visualização muitas vezes fica comprometida, pois podem ser confundidas com os flocos aos
quais se ligam. A forma estrelada adotada por muitas espécies está relacionada com o stress sofrido
quando da manipulação da amostra em que se encontra
Micro metazoários: São microrganismos formados por várias células que, agrupadas, formam
verdadeiros tecidos. Células diferentes possuem funções diferentes. No processo de lodos ativados
são representados pelos anelídeos, rotíferos, nematóides e tardígrados.
Aspectos Operacionais dos Lodos Ativados:
O maior avanço para o desenvolvimento do sistema de lodos ativados foi, sem sombra de
dúvida, a transformação do sistema de bateladas em um regime contínuo de operação, por meio da
adição de uma unidade de decantação atrelada ao tanque de aeração. A concepção técnica que
melhor atende as necessidades de controle dos lodos ativados pode ser vista na figura 1 abaixo:
O tanque de aeração opera com uma mistura de esgoto doméstico, efluente industrial e lodo
ativado, denominada de licor misto. No licor misto, os flocos de lodo são mantidos em suspensão
por meio da agitação promovida por aeradores mecânicos ou difusores, os quais também fornecem
o oxigênio necessário à oxidação do material orgânico.A entrada contínua de esgoto/efluente bruto
afluente provocará a descarga também contínua de licor misto para o decantador secundário, no
qual se dá a separação das fases sólida (lodo) e líquida (efluente tratado). O efluente tratado é
descarregado para um corpo receptor (riacho, rio, oceano, lagoa etc.), enquanto o lodo em parte é
recirculado e em parte é descartado para posterior digestão.
Enquanto no tanque de aeração o lodo ganha peso, devido à assimilação de matéria orgânica,
no decantador ocorre o contrário, o lodo perde peso em função da ausência de matéria orgânica e de
aeração. A taxa de recirculação de lodo deve se situar na faixa de 0,25 a 1,25 (QR/QENT).Então, se a
taxa de recirculação for muito alta, o lodo passará pouco tempo no decantador secundário e, assim,
não terá perdido peso suficiente e não terá apetite para assimilar matéria orgânica no tanque de
aeração. Como conseqüência direta disso, a taxa de remoção de DBO/DQO cairá e comprometerá a
eficiência do processo como um todo.
Se a taxa de recirculação for muito baixa, o lodo permanecerá por um tempo longo demais, com
forte perda de peso. Ao chegar ao tanque de aeração, boa parte do lodo ficará na superfície e não
haverá tratamento adequado da matéria orgânica. Além disso, os flocos sobrenadantes chegarão ao
decantador secundário e isso provocará a saída de efluente mal tratado e fora de especificação
quanto ao teor de sólidos suspensos presentes no mesmo.
Vantagens Desvantagens
Baixa produção de sólidos; As bactérias anaeróbias são suscetíveis à
inibição por um grande número de
compostos;
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Nos sistemas aeróbios, ocorre somente cerca de 40 a 50% de degradação biológica, com a
conseqüente conversão em CO2. Verifica-se uma enorme incorporação de matéria orgânica como
biomassa microbiana (cerca de 50 a 60%), que vem a constituir o lodo excedente do sistema. O
material orgânico não convertido em gás carbônico ou em biomassa deixa o reator como material
não degradado (5 a 10%).
Nos sistemas anaeróbios, verifica-se que a maior parte do material orgânico biodegradável
presente no despejo é convertida em biogás (cerca de 70 a 90%), que é removido da fase líquida e
deixa o reator na forma gasosa. Apenas uma pequena parcela do material orgânico é convertida em
biomassa microbiana (cerca de 5 a 15%), vindo a se constituir o lodo excedente do sistema. Além
da pequena quantidade produzida, o lodo excedente apresenta-se via de regra mais concentrado e
com melhores características de desidratação. O material não convertido em biogás ou biomassa
deixa o reator como material não degradado (10 a 30%).
A Figura 1 possibilita uma visualização mais clara de algumas das vantagens da digestão
anaeróbia em relação ao tratamento aeróbio, notadamente no que se refere à produção de gás
metano e à baixíssima produção de sólidos.
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Vários são os fatores que influenciam o desempenho da digestão anaeróbia de águas residuárias.
Dentre os fatores ambientais se destacam a temperatura, o pH, a alcalinidade e a presença de
nutrientes. Outros fatores, como a capacidade de assimilação de carga tóxica, transferência de massa,
sobrecargas hidráulicas e a atividade metanogênica, também desempenham um papel importante no
processo.
Temperatura: A temperatura é um dos fatores ambientais mais importantes na digestão anaeróbia,
uma vez que afeta os processos biológicos de diferentes maneiras. Dentre os principais efeitos da
temperatura incluem-se as alterações na velocidade do metabolismo das bactérias, no equilíbrio
iônico e na solubilidade dos substratos, principalmente de lipídios.O tratamento de esgotos sanitários
em reatores anaeróbios de alta taxa só é economicamente viável se o aquecimento de reatores for
dispensável. Essa restrição pode limitar a aplicação bem-sucedida de reatores anaeróbios a locais em
que a temperatura do líquido mantém-se acima de 20°C. Embora tenham sido relatados experimentos
em que o tratamento ocorreu mesmo a temperaturas na faixa entre 10°C e 15°C, as eficiências
alcançadas foram pouco superiores àquelas obtidas em unidades de tratamento primário.
O parâmetro cinético diretamente afetado pela temperatura é a velocidade específica de utilização do
substrato. Na faixa de temperatura entre 20°C e 25°C, esse parâmetro assume valor inferior à metade
daquele a 35°C. Deve-se considerar, no entanto, que a velocidade global de remoção de substrato está
associada ao produto da velocidade específica pela concentração de microrganismos ativos no reator.
Portanto, mesma velocidade de remoção global pode ser atingida a diferentes temperaturas, desde que
o sistema possa manter concentrações elevadas de microrganismos. A temperaturas inferiores a 20°C,
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tóxicas. Reatores de filme fixo, como filtros anaeróbios, por exemplo, têm demonstrado ser mais
resistentes à toxicidade que reatores de crescimento em suspensão.
De um modo geral, os compostos que podem exercer influência tóxica sobre as bactérias
metanogênicas normalmente não se encontram no esgoto sanitário. Sulfeto, gerado no reator a partir
da redução de sulfato ou da mineralização de proteínas, não atinge uma concentração suficientemente
alta para causar problemas de toxicidade. Somente a presença de oxigênio dissolvido pode constituir
problema se o projeto do reator for inadequado, permitindo intensa aeração do esgoto antes da sua
entrada no sistema de tratamento.
Sobrecargas Hidráulicas: Há poucos dados na literatura sobre o efeito de cargas hidráulicas em
reatores anaeróbios alimentados com esgotos sanitários.
Ao se submeter um reator anaeróbio de manta de lodo (UASB) protótipo e sobrecargas hidráulicas
correspondentes ao dobro da vazão normal, pelo período de duas horas, observou-se aumento
significativo na DQO efluente. Esse aumento foi crescente durante o período de aplicação da
sobrecarga hidráulica, decrescendo gradativamente após sua interrupção.
O tratamento de esgotos sanitários em reatores anaeróbios de alta taxa dificilmente exigirá cuidados
especiais com relação à manutenção do pH na faixa entre 6,5 e 7,5, mesmo considerando-se que o
afluente pode apresentar pH inferior a 6,5, pois um valor adequado e estável do pH é obtido
naturalmente, devido à predominância do sistema carbônico (H2CO3; HCO3-; CO3=) nesses efluentes.
Valores baixos de pH no afluente poderão ocorrer devido à decomposição de compostos facilmente
degradáveis, como açúcares e amido, na rede coletora, produzindo ácidos orgânicos. No entanto,
parte da matéria orgânica remanescente (proteínas, lipídios, celulose etc.) é de decomposição mais
lenta e a fase de hidrólise e fermentação deverá ocorrer no interior do reator. Caso o reator mantenha,
portanto, as fases de acidogênese e metanogênese.
Embora não tenha sido possível modelar a resposta do reator, o efeito maior foi relacionado com a
perda de sólidos orgânicos no efluente, enquanto a fração da DQO solúvel apresentou variações
menos significativas. Portanto, o arraste de sólidos é um dos problemas a que estão sujeitos os
reatores submetidos a sobrecargas hidráulicas.
Atividade metanogênica: a remoção de matéria orgânica nos processos anaeróbios ocorre,
principalmente, pela conversão dos produtos finais da etapa fermentativa (acetato e H 2/CO2) em
metano (CH4), um dos produtos finais do processo que é removido fisicamente da fase líquida e é
emitido na fase gasosa juntamente com outros gases formados ou presentes no reator. Considerando a
equação de combustão do metano, tem-se que, na oxidação completa do metano, l mol de CH 4
consome 2 móis de O2. Portanto, nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP: T = 273 K;
P = l atm.), 22,4 litros de metano correspondem a 64 g de DQO ou seja, 0,35 litro de CH 4 por grama
de DQO removida. Essa relação permite estimar a fração de matéria orgânica convertida em metano a
partir do volume de metano produzido no reator, por unidade de tempo. Admitindo-se que a
concentração de biomassa no reator está relacionada com a concentração de sólidos voláteis em
suspensão (SSV), a atividade metanogênica do lodo pode ser obtida por meio da relação entre a
quantidade de DQO convertida em metano, por unidade de tempo, e a concentração de SSV. O teste
de atividade metanogênica específica baseia-se nesses fundamentos do processo e tem sido utilizado
no monitoramento do desempenho de reatores anaeróbios.
Os resultados de várias pesquisas sobre o uso de reatores anaeróbios no tratamento de esgotos
sanitários têm demonstrado que apenas cerca de 30% a 35% da DQO removida nesses reatores tem
sido recuperada como metano no efluente gasoso. Portanto, a avaliação correta da atividade
metanogênica do lodo pode ser muito difícil nesses casos.
As células microbianas existem numa ampla faixa de tamanhos, formas e fases de crescimento.
Estas condições tem significado prático na digestão anaeróbia, pois é provável que a forma da
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Atividades
1. Associe as etapas do processo utilizado nas ETA’s (Estações de tratamento de água) com o
procedimento característico.
1-Filtração
2-Floculação
3-Decantação
4-Filtros de carbono
5- Desinfecção
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2. Numa das etapas do tratamento de água que abastece uma cidade, a água é mantida durante certo
tempo em tanques para que os sólidos em suspensão se depositem no fundo. A essa operação
denominamos:
a)filtração
b)sedimentação
c)sifonação
d)centrifugação
e) cristalização
3. O tratamento terciário, também conhecido como tratamento avançado, consiste numa série de
processos destinados a melhorar a qualidade dos efluentes. Assinale, entre os processos listados a
seguir, aquele que NÃO faz parte desta etapa:
a)Tem como objetivo a remoção de poluentes específicos e/ou remoção complementar de poluentes
não suficientemente removidos no tratamento secundário
b) Visa à remoção de matéria orgânica dissolvida e da matéria orgânica em suspensão não removida
nos tratamentos precedentes.
c) Tem como objetivo a remoção de sólidos em suspensão sedimentáveis, materiais flutuantes (óleos
e graxas) e parte da matéria orgânica em suspensão.
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d) Tem como principal objetivo a remoção de substâncias orgânicas com potencial de causar câncer.
6. A decomposição aeróbia numa ETE é mais vantajosa do que a anaeróbia por que:
7. Em locais onde ainda não existe rede de esgotos, é necessária a implantação de unidades de
tratamento de esgotos conhecidas como:
(A) decantadores.
(B) desarenadores.
(C )fossas sépticas.
(D )filtros de areia
a) Nitrogênio;
b) Cloro e nitrogênio;
c) Oxigênio;
d) Nitrogênio e fósforo.
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12. Quais as características da desinfecção? Quais os tipos empregados?
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13. Relacione as tecnologias existentes para tratamento de esgotos e efluentes industriais,
destacando as suas principais características.
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a)Quais são as formas de nitrogênio removidas por processo biológicos em plantas de tratamento de
esgotos? Porque é necessária remoção destas formas de nitrogênio?
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(d) Enumere as condições ambientais críticas para o desenvolvimento das bactérias nitrificantes.
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17. Para o bom desempenho de um sistema de lodos ativados é fundamental que a separação entre o
lodo e a fase líquida que ocorre no decantador secundário, seja rápida e eficiente. Os lodos mais
freqüentemente encontrados em sistemas de lodos ativados podem ser classificados como?
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a) os processos de tratamento primário visam à remoção inicial de poluentes, por meio de reações
químicas.
b) justifica-se o tratamento terciário, quando ainda é necessário remover a DBO em suspensão.
c) os processos de tratamento terciários constituem a parte final do tratamento e constituem-se de
mecanismos físicos para o polimento do efluente tratado.
d) os processos de tratamento secundários visam remover matérias orgânica e eventualmente
nutrientes por meio de mecanismos biológicos.
e) quando se deseja reuso potável direto do efluente deve ser garantida a remoção de organismos
patogênicos, após o tratamento secundário.
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A. ( ) O tratamento avançado realiza a destruição dos organismos patogênicos que resistiram aos
processos de tratamento anteriores.
B. ( ) O tratamento primário consiste de flotação dos sólidos contidos no efluente do tratamento
preliminar.
C. ( ) O tratamento pode ser definido como a retirada de poluentes da água, por processos químicos
ou por meio de operações físicas.
D. ( ) O tratamento preliminar é realizado por meio de grades e caixas de areia, com o objetivo de
condicionar os esgotos brutos aos processos de tratamento propriamente ditos.
E. ( ) O tratamento secundário emprega um processo biológico conhecido como biodigestão
anaeróbia.
22. Em uma estação de tratamento de água, por processo de floculação físico-químico, utiliza-se o
sulfato de alumínio porque:
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6_Reuso da água
A água foi por muito tempo considerado pela humanidade como um recurso inesgotável e,
talvez por isso mal gerido. Não faltam exemplos de escassez de água doce observada pelo
abaixamento do nível dos lençóis freáticos, o encolhimento dos lagos, secagem dos pântanos e
rios. Várias regiões do mundo possuem esse panorama exacerbado sendo que para explicar tais
fenômenos não raras vezes o setor técnico evoca as condições meteorológicas ou os “caprichos
dos tempos”. No entanto o balanço oferta versus demanda por recursos hídricos não é um
problema apenas das regiões áridas e semiáridas, pois os conflitos de uso da água também se
notam em outras regiões, inclusive os que dispõem de recursos hídricos com ofertas
significantes.
Por outro lado cresce em todo mundo a consciência em torno da importância do uso
racional, da necessidade de controle de perdas e desperdícios e do reuso da água, incluindo a
utilização dos esgotos sanitários para diversos fins com seus inegáveis atrativos, dentre os quais
se destacam:
Reuso da água, proporcionando alivio na demanda e preservação de oferta de água para usos
múltiplos;
A reciclagem de nutrientes, proporcionando economia significativa de insumos (ex:
fertilizantes e ração animal);
A ampliação de áreas irrigadas e a recuperação de áreas improdutivas e degradadas;
Redução do lançamento de esgotos em corpos receptores, contribuindo para a redução de
impactos de poluição, contaminação e eutrofização.
A utilização de esgotos sanitários oferece, portanto, oportunidade de natureza econômica,
ambiental e social, mas em situações de acentuada escassez de recursos hídricos pode mesmo
constituir uma necessidade.
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referindo-se o segundo a uma situação de um único usuário que faz uso de um efluente
retornando-o como fonte suplementar de abastecimento ao uso original.
Praticamente consagrada na literatura internacional é a categorização das modalidades de
reuso da água em reuso potável e reuso não potável incluindo:
Reuso para fins urbanos;
Reuso para fins ambientais;
Reuso para fins agrícolas e florestais;
Reuso para fins industriais;
Reuso na agricultura;
Reuso na recarga artificial de aquíferos;
O reuso potável embora encontre exemplos de aplicação pratica, não tem sido recomendado
em função da dificuldade de caracterização pormenorizada dos esgotos sanitários (ou urbanos) e,
portanto, dos riscos associados à saúde.
As modalidades de reuso urbano e ambiental envolvem uma grande variedade de aplicações
dentre outras:
Irrigação de campos de esporte, parques, cemitérios, jardins, canteiros de rodovias etc.;
Usos ornamentais e paisagísticos;
Descarga de toaletes;
Combate a incêndios;
Lavagem de veículos;
Limpeza de ruas;
Desobstrução de redes de esgoto e de drenagem pluvial;
Usos na construção como a compactação do solo e o abatimento de poeira;
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O reuso de efluentes tratados, para fins não potáveis tem sido cada vez mais aceito. A
viabilidade desta alternativa tem sido comprovada. Enquanto o tratamento de efluente convencional
tem como objetivo natural atender aos padrões de lançamento a motivação para o reuso é a redução
de custos e muitas vezes a asseguração do abastecimento de água. A primeira etapa a ser definida é
a especificação da qualidade da água requerida. Deve ser compatibilizada a vazão a ser reutilizada
com a vazão do efluente tratado.
Para implantar um sistema de reuso, deve-se complementar o sistema de tratamento de
efluentes existente. A complementação do tratamento tem como objetivo garantir a qualidade do
efluente tratado com a do uso a que estiver destinado. Deve-se lembrar sempre que ao se decidir
pelo reuso simplesmente, deixa-se de lançar um efluente tratado no corpo receptor produzindo água,
geralmente consumida no setor de utilidades. Isto inclui a estação de tratamento de efluentes
definitivamente no processo industrial. A implantação do reuso é feita com a instalação de unidades
necessárias ao polimento, tais como: sistemas de filtração em membrana; oxidação química;
desinfecção; etc.
Os casos de poluição térmica são os mais conhecidos casos de reuso, pois é necessário somente
realizar o resfriamento da água para o fechamento do circuito. É importante ressaltar que águas em
circuito fechado necessitam de tratamento específico.
O tratamento biológico dos efluentes seguido de ultra filtração em membranas possibilita o
reuso dos efluentes industriais ou sanitários tratados. Nesses casos a melhor reutilização é para
sistemas de resfriamento. Há casos nos quais uma simples filtração é suficiente, retornando a água
para alguma etapa do processo.
No caso das indústrias de reciclagem de papéis não somente a água é reusada como também o
lodo gerado (massa de papel), é reaproveitado na fabricação. Neste caso o próprio tratamento de
clarificação por flotação é suficiente para atender a qualidade do processo industrial, que utiliza
essas águas para a limpeza das telas das máquinas. Neste caso a reposição é necessária para
compensar a água evaporada no processo de secagem dos papéis
Atividades
1. (ENEM 2004) A necessidade de água tem tornado cada vez mais importante a reutilização
planejada desse recurso. Entretanto, os processos de tratamento de águas para seu reaproveitamento
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nem sempre as tornam potáveis, o que leva a restrições em sua utilização. Assim, dentre os
possíveis empregos para a denominada “água de reuso”, recomenda-se:
2. Segundo uma organização mundial de estudos ambientais, em 2025, duas de cada três pessoas
sofrerá carência de água caso não haja mudanças no padrão atual de consumo do produto. Uma
alternativa adequada e viável para prevenir a escassez, considerando-se a disponibilidade global
seria:
4. Considerando a riqueza dos recursos hídricos brasileiros, uma grave crise de água em nosso país
poderia ser motivada por:
5. (Enem) A possível escassez de água é uma das maiores preocupações da atualidade, considerada
por alguns especialistas como o desafio maior do novo século. No entanto, tão importante quanto
aumentar a oferta é investir na preservação da qualidade e no reaproveitamento da água de que
dispomos hoje.
Pode-se afirmar que as principais ações humanas associadas às alterações I, II e III são
respectivamente:
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b) lançamento de gases poluentes / lançamento de lixo nas ruas / construção de aterros sanitários.
6. A falta de água doce no planeta será, possivelmente, um dos mais graves problemas deste século.
Prevê-se que, nos próximos vinte anos, a quantidade de água doce disponível para cada habitante
será drasticamente reduzida. Por meio de seus diferentes usos e consumos, as atividades humanas
interferem no ciclo da água, alterando:
( )Ocorre quando a água já utilizada é descarregada no meio ambiente, portanto sendo diluída, e
novamente utilizada a jusante de modo não intencional.
( )Ocorre quando os efluentes, depois de tratados, são encaminhados diretamente ao local de reuso.
( )Ocorre quando os efluentes, depois de tratados, são descarregados de forma deliberada nos cursos
d’água (superficiais ou subterrâneos ) para uso a jusante de forma intencional e controlada visando
algum uso benefício;
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10. Quais são os critérios para formulação de qualidade para reuso da água?
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12.A poluição da água aliada ao desperdício tem gerado vários problemas para a manutenção desse
bem tão precioso. Com o intuito de contribuir para a qualidade e uso responsável da água, cite
algumas possíveis atitudes a serem tomadas.
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