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Alexandre Beraldi
Policial Federal, Professor e Autor
contact@beraldiexcellence.com
Todas as fotos são do autor
A LMT se fez presente novamente no Shot Show 2019. A cada ano que passa seu estande fica
maior, seus produtos mais conhecidos e sua qualidade mais apurada. Posso dizer, com base
no que tenho observado ao longo dos anos que acompanho os vários fabricantes de armas,
que hoje os fuzis das linhas AR-10 e AR-15 produzidos pela LMT são de uma forma global, ao
lado dos Knight Armament Company (KAC), os melhores fuzis de plataforma AR atualmente
em produção.
Fuzil LMT CQB MWS calibre 7,62x51mm OTAN com cano de 16 polegadas
A LMT começou a ganhar fama no mercado em 2009, após vencer a competição para um
novo fuzil para atiradores designados do exército inglês. Competindo contra fabricantes com
produtos já estabelecidos no mercado militar e policial, como a Heckler und Koch com seu
fuzil HK417, a FN Herstal com o SCAR-H e a Knight Armament Corporation com o M110, a LMT
obteve sucesso com uma versão do seu LM308MWS, que acabou sendo adotado pelas forças
armadas inglesas com a designação oficial de L129A1, entrando em combate no Afeganistão
com excelentes resultados já em abril de 2010.
Em 2014 a Nova Zelândia, preocupada com o desempenho insatisfatório de seus fuzis Steyr
AUG no Afeganistão, iniciou o processo de seleção de uma nova arma. Após competir com os
sete melhores fuzis em calibre 5,56x45mm produzidos no mundo por empresas como Colt,
FN Herstal, Heckler und Koch, Beretta, CZ, Sig Sauer e Steyr, o LMT MRP CQB16 com um novo
lower ambidestro foi adotado, com a designação MARS-L.
Soldado neozelandês treina o tiro barricado com o novo fuzil LMT MARS-L
(foto: New Zealand Defence Forces)
Soldado estoniano com a versão a pistão do MARS-L (foto: Siim Lõvi / ERR)
DefesaNet – Alexandre Beraldi – Shot Show 2019 - Fuzis Lewis Machine and Tool (LMT) 4
A LMT produz um upper receiver monolítico, ou seja, uma peça única de alumínio forjado que
combina a caixa de culatra com o guarda-mão. Este possui três versões de interface para
modularidade com acessórios: com Picatinny rails (CQB), com uma interface proprietária
(LM8) e com o mais moderno sistema usado atualmente, o M-LOK (MLC/MLR). Há modelos
de todas essas três versões com a porção do guarda-mão longo ou curto, e em todas elas o
conjunto do cano é preso por dois parafusos transversais que garantem um ajuste de zeragem
perfeito do cano, permitindo que a arma use canos de comprimentos de 10,5”, 11,5” 14,5”,
16”, 18” ou 20 polegadas de comprimento, bastando para isso soltar os mencionados dois
parafusos e trocar o cano. E não é só isso, é possível trocar o sistema de funcionamento de
ação direta dos gases (padrão AR) para o sistema de ação indireta dos gases com pistão de
recuo curto da mesma maneira: somente com a referida substituição do conjunto de cano e
do transportador do ferrolho.
Versão mais moderna do L129A1, com upper MLC de interface M-LOK e lower ambidestro MARS-H
Os lower receivers da LMT são considerados hoje, ao lado daqueles produzido pela empresa
LWRCI, como os melhores e mais ergonômico atualmente produzidos. Com eles é possível
sanar panes de dupla alimentação de forma muito mais rápida e eficaz, sem perder a
empunhadura da arma, além de permitirem a recarga emergencial de forma muito mais veloz
tanto para atiradores destros como para os canhotos. Eles são os lowers MARS-L (AR-15) e
MARS-H (AR-10).
DefesaNet – Alexandre Beraldi – Shot Show 2019 - Fuzis Lewis Machine and Tool (LMT) 5
A LMT também produz uma coronha telescópica compacta para as versões PDW (Personal
Defense Weapon) de seus fuzis, que os torna excelentes para uso a bordo de viaturas e
aeronaves, ou outros locais com espaços restritos. Uma excelente arma para policiais,
tripulações e tropas de segundo escalão, mantendo uma excelente unidade logística com a
arma principal das forças armadas.
Versão civil do fuzil adotado pela Estônia, já com o sistema M-LOK num upper MLC com pistão
Já o ferrolho propriamente dito é feito de um aço muito mais resistente que o padrão Milspec,
com ressaltos de trancamento redesenhados com ângulo mais eficiente para trabalho com
munição de alta pressão e com muita sujeira no mecanismo; também o extrator tem um
desenho novo na sua parte posterior, com duas molas ao invés de uma, garantindo uma
extração mais forte e consistente. Todo o conjunto recebe um acabamento mais resistente e
de mais fácil limpeza que o padrão militar.