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PROTOCOLO DE

ATENDIMENTO DE CASOS
SUSPEITO DE DENGUE,
CHIKUNGUNYA E ZIKA VÍRUS

2017
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL PARA DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA

No atual cenário epidemiológico do Brasil, com confirmação de casos autóctones


de chikungunya a partir de 2014 e de infecções pelo vírus zika em 2015, algumas
particularidades a respeito do diagnostico diferencial entre dengue e estas doenças
merecem destaque e estão descritas a seguir:

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DENGUE
Aspecto clínico

FASE FEBRIL:

-
Febre alta (39° a 40°) atingindo face, tronco e membros, plantas de
- Cefaléia pés e palmas de mãos, com ou sem prurido
- Mialgia - Anorexia
- Artralgia - Náuseas
- Dor retroorbitária - Vômitos
- Adinamia - Diarréia: habitualmente não é
- Exantema: está presente em 50% dos volumosa, fezes pastosas, numa
casos, frequentemente após o frequência de 3 a 4 vezes ao dia
desaparecimento da febre, máculo-papular,

Após a fase febril, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente com melhora
do estado geral e retorno do apetite.

FASE CRÍTICA:

Dengue com sinais de alarme

Pesquisar e valorizar a presença de sinais de alarme e orientar o paciente a procurar


atendimento na ocorrência deles

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Sinais de alarme na dengue

a) dor abdominal intensa e contínua;


b) vômitos persistentes;
c) hipotensão postural e/ou lipotímia;
d) hepatomegalia dolorosa;
e) sangramento de mucosa ou hemorragias importantes (hematêmese e/ou melena); f)
sonolência e/ou irritabilidade;
g) diminuição da diurese;
h) diminuição repentina da temperatura corpórea ou hipotermia;
i) aumento repentino do hematócrito;
j) queda abrupta de plaquetas;
k) desconforto respiratório.

Dengue grave
Podem manifestar-se com extravasamento de plasma, que pode ser percebido pelo aumento do
hematócrito, levando ao choque ou acúmulo de líquidos com desconforto respiratório,
sangramento grave ou sinais de disfunção orgânica como o coração, os pulmões, os rins, o fígado e
o sistema nervoso central (SNC). outras causas. Derrame pleural e ascite podem ser clinicamente
detectáveis, em função da intensidade do extravasamento e da quantidade excessiva de fluidos
infundidos.

Choque

Ocorre quando um volume crítico de plasma é perdido por extravasamento, devendo a


equipe assistencial estar atenta à rápida mudança das alterações hemodinâmicas,
conforme tabela a seguir:

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Hemorragias graves

Pode ocorrer hemorragia massiva, por exemplo de origem gástrica, mesmo na ausência de
choque e de plaquetopenia.

Disfunção grave de órgãos

Pode haver o comprometimento de órgãos como encefalite, hepatite, miocardite e


insuficiência renal aguda

ATENDIMENTO
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Anamnese

História da patologia pregressa

Atenção! Sinais de perigo – Lembrar-se de perguntar:

- Presença de outros problemas de saúde ou comorbidades.

- Condições de vida e moradia precária.

- Uso de anticoagulantes (Marevan, Marcoumar ou Heparina)

- Uso de antiinflamatórios ou antiagregantes plaquetários (AAS, Aspirina, Ibuprofeno,


Clopidogrel, ticlopidina Pentoxifilina, Nemesulida, Diclofenaco, Cataflan, Voltaren, etc.

Exame físico

Estado de consciência - Pressão arterial (medida em 2 posições)


e determinar a pressão diferencial
- Grau de hidratação
- Temperatura
- Sangramento
- Prova do laço
- Frequência cardíaca

A prova deverá ser repetida no acompanhamento clínico do paciente apenas se


previamente negativa.
- Verificar a pressão arterial e calcular o valor médio pela fórmula (PAS+PAD)/2; por
exemplo, PA de 100x60mmHg, então 100+60=160, 160/2=80; então, a média de pressão
arterial é de 80 mmHg.
- Insuflar o manguito até o valor médio e manter durante cinco minutos nos adultos e
três minutos em crianças.
- Desenhar um quadrado com 2,5 cm de lado no antebraço e contar o número de petéquias
formadas dentro dele; a prova será positiva se houver 20 ou mais petéquias em adultos e
dez ou mais em crianças; atenção para o surgimento de possíveis petéquias em todo o
antebraço, dorso das mãos e nos dedos.
- Se a prova do laço apresentar-se positiva antes do tempo preconizado para adultos e
crianças, a mesma pode ser interrompida.
-A prova do laço frequentemente pode ser negativa em pessoas obesas e durante o
choque.

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NOTIFICAÇÃO DO CASO SUSPEITO

- Preenchimento da ficha de investigação de Dengue conforme definição de caso suspeito


e ficha SINAN numerada (Anexo 1 e 2), pactuado com VIGEP não é necessário repetir
informação nas duas fichas. Preencher completamente a ficha de investigação de caso
suspeito, acrescentar no campo observação informações sobre viagem nos últimos 15 dias
antes do aparecimento dos sintomas (data ida e volta e local para onde viajou), local de
trabalho ou estudo. Preencher a ficha SINAN numerada, com nome completo do paciente.
Preencher completamente a parte destacável da ficha SINAN numerada (solicitação de
exame), entregar ao paciente e orientar para coleta do exame após 6˚ dia de início dos
sintomas. Informar por e-mail (vigepsaocarlos@gmail.com ) ou telefone
(33077405/33077282) o caso suspeito e encaminhar por malote a ficha SINAN numerada
e a ficha de investigação de caso suspeito.

OBS: A ficha de investigação de caso suspeito de Dengue e Chikungunya (Anexo 1 e 2) é


a mesma!!! É IMPORTANTE PREENCHER NO CAMPO 2 AGRAVO/DOENÇA: 1 DENGUE OU
2 CHIKUNGUNYA.

Definição de caso suspeito

“Pessoa que viva ou tenha viajado nos últimos 14 dias para área onde esteja ocorrendo
transmissão de dengue ou tenha presença de Ae. Aegypti que apresenta febre, usualmente
entre 2 e 7 dias, e apresente duas ou mais das seguintes manifestações: náuseas, vômitos,
exantema, mialgias, artralgia, cefaleia, dor retroorbital, petéquias ou prova do laço positiva
e leucopenia.”

EXAMES

NS1/Isolamento Viral Sorologia Dengue

Coleta do 1º ao 3º dia início sintomas Coleta a partir do 6º dia início sintomas

Se positivo Se negativo Se positivo Se negativo

Confirmar o caso Obrigatório solicitar Confirmar o caso Encerrar o caso


sorologia a partir 6º como descartado
dia início sintomas

A solicitação do exame somente poderá ser feita na parte inferior destacável da


ficha Sinan numerada (Anexo 2)

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A realização de exames laboratoriais fica a critério médico para o grupo A e deve
ser realizada para os grupos B, C e D.

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

- Síndrome febril - Síndrome dolorosa abdominal

- Síndrome exantemática febril - Síndrome do choque

- Síndrome hemorrágica febril - Síndrome meníngea

Atenção!

Ø Dengue é uma doença dinâmica, em que o paciente pode evoluir de uma fase para
outra rapidamente.
Ø Os sinais de alarme e o agravamento do quadro clínico costumam ocorrer na fase
de remissão da febre (entre o 3º e 6º dia da doença).
Ø Apesar de ser uma doença que pode evoluir gravemente, seu tratamento, quando
oportuno é relativamente simples e barato, sendo necessário acompanhamento
atento das manifestações clínicas, sinais vitais e sinais de gravidade da doença.

CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DE DENGUE

Grupo A
- Ausência de sinais de alarme.
- Prova do laço negativo e ausência de manifestações hemorrágicas espontâneas.
- Sem comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas especiais.
- Conduta – atendimento ambulatorial com retorno em 24 – 48 horas.

OBS: Baixa prioridade de atendimento médico.

Coleta de hemograma a critério médico.

Coleta de sorologia a partir do 6˚ dia de início dos sintomas

Atenção! O hemograma tem como finalidade principal avaliar o hematócrito, para


identificação de hemoconcentração, que indica provável alteração de permeabilidade
capilar (extravasamento plasmático), associado à gravidade, além de definir a necessidade
de hidratação e resposta a terapia de reposição instituída. Queda de hematócrito pode
sugerir hemorragias.

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CONDUTA TERAPÊUTICA

- Hidratação oral, o mais precoce possível e deve ser mantida por todo o período febril e
até 24-48 horas da defervescência.

Adultos

Calcular o volume de líquidos de 60 ml/kg/dia, sendo 1/3 com solução salina e no início
com volume maior. Para os 2/3 restantes, orientar a ingestão de líquidos caseiros (água,
suco de frutas, soro caseiro, chás, água de coco etc.), utilizando-se os meios mais
adequados à idade e aos hábitos do paciente. Especificar o volume a ser ingerido por dia.
Por exemplo, para um adulto de 70 kg, orientar: • 60ml/kg/dia 4,2L: ingerir 1,4 L de
líquidos nas primeiras 4-6 horas e distribuir o restante nos outros períodos

Crianças

Orientar hidratação no domicílio, de forma precoce e abundante, com soro de reidratação


oral (um terço das necessidades basais), oferecido com frequência sistemática,
independentemente da vontade da criança; completar a hidratação oral com líquidos
caseiros, tais como água, sucos de frutas naturais, chás e água de coco; evitar uso de
refrigerantes e alimentos como beterraba e açaí. Para crianças até 10Kg- 130 ml/kg/dia ;
crianças de 10 -20 Kg: 100ml/kg/dia; crianças acima de 20kg 80 ml/kg/dia. Oferecer 1/3
desse volume nas primeiras 4-6 horas do atendimento.

Sintomáticos

Os usos destas drogas sintomáticas são recomendados para pacientes com febre elevada
ou com dor. Deve ser evitada a via intramuscular.

Analgésicos

• Dipirona sódica * » Adultos: 20 gotas ou 1 comprimido (500 mg) até de 6/6 horas. »
Crianças: 10 mg/kg/dose até de 6/6 horas (respeitar dose máxima para peso e idade, ver
quadro do item 3.3.1);

■ Gotas*: 500 mg/ml (1 ml = 20 gotas);


■ Solução oral: 50 mg/ml;
■ Supositório pediátrico: 300 mg por unidade;

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■ Solução injetável*: 500 mg/ml;
■ Comprimidos: 500 mg por unidade.

• Paracetamol* » Adultos: 40-55 gotas ou 1 comprimido (500 a 750 mg) até de 6/6 horas.
» Crianças: 10 mg/kg/dose até de seis em seis horas (respeitar dose máxima para peso e
idade):

■ Gotas*: 200 mg/ml (1 ml = 20 gotas);


■ Comprimidos: 500 e 750 mg* por unidade; Dose máxima: não utilizar doses maiores que
a recomendada acima.

• Em situações excepcionais, para pacientes com dor intensa, pode-se utilizar, nos
adultos, a associação de paracetamol (500 mg) e fosfato de codeína (7,5 mg) até de 6/6
horas.

Atenção! Os salicilatos, como o AAS, são contraindicados e não devem ser administrados,
pois podem causar ou agravar sangramentos. Os antiinflamatórios não-hormonais
(Cetoprofeno, Ibuprofeno, Diclofenaco, Nimesulida e outros) e as drogas com potencial
hemorrágico não devem ser utilizados.

Antieméticos

• Metoclopramida* » Adultos: 1 comprimido de 10mg até de 8/8 horas. » Crianças: < 6


anos: 0,1 mg/kg/dose até três doses diárias; > 6 anos: 0,5 mg/kg/dose até três doses diárias
(não ultrapassar 15 mg/dia);

■ Gotas*: 4 mg/ml;
■ Solução oral: 5 mg/5 ml;
■ Supositório: 5 mg e 10 mg por unidade;
■ Comprimido*: 10 mg por unidade;
■ Injetável: 10 mg/2 ml.

• Bromoprida* » Adultos: 1 comprimido de 10 mg até de 8/8 horas. » Crianças: Gotas: 0,5


a 1 mg/kg/dia em três doses diárias;

■ Gotas pediátricas: 03 gotas = 0,5 mg;


■ Solução oral adulto: 10 ml (10 mg);
■ Comprimido: 10 mg;
■ Injetável*: 10 mg/2ml.

Antipruriginosos

O prurido na dengue pode ser extremamente incômodo, mas é autolimitado,


durando em torno de 36 a 72 horas. A resposta à terapêutica antipruriginosa usual nem
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sempre é satisfatória e o uso de medicamentos pode mascarar os sinais neurológicos,
portanto recomenda-se banhos frios, pasta d’água etc.
• Drogas de uso sistêmico
» Dexclorfeniramina*
■ Adultos: 2 mg até de 6/6 horas;

» Loratadina*
■ Adultos: 10mg uma vez ao dia;
■ Criança (> de 2 anos): 5 mg uma vez ao dia para paciente com peso ≤ 30 kg; ou
desloratadina na mesma dose. Esta droga não está associada à sonolência.
» Hidroxizine
■ Adultos (> 12 anos): 25 a 50 mg, via oral, 3 a 4 vezes ao dia.

Orientações aos pacientes e familiares:


- Repouso.
- Retorno de imediato na presença de sinais de alarme ou a critério médico. O
desaparecimento da febre (entre o terceiro e sexto dia de doença) marca o início da fase
crítica. Portanto, reavaliar o paciente sempre que possível nesse período.
- Cartão de acompanhamento de paciente com suspeita de dengue deve ser entregue ao
paciente ou responsável, depois de lidas e esclarecidas todas as informações. Nesse cartão
deve ser registrado o atendimento clínico e os resultados dos exames. O paciente deve
estar de posse do cartão em todos os retornos às unidades de atendimento.
- Entregar pedido de exame ao paciente e orientar coleta após 6˚ dia de início dos sintomas

Grupo B
- Presença de sangramentos de pele espontâneo ou induzido (prova do laço positiva).
- Ausência de sinais de alarme.
- Ausência de sinais de choque.
- Condições clínicas especiais e/ou de risco social ou comorbidades.

Conduta Terapêutica
- Retorno imediato se sinais de alarme ou AGENDADO APÓS desaparecimento da febre
- Hemograma normal: seguimento ambulatorial, retorno 24 – 48h
- Hemograma alterado: leito de observação
OBS: média prioridade de atendimento médico.

Conduta diagnóstica

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Exames específicos:

Sorologia para Dengue a partir do 6˚ dia de início dos sintomas

Hemograma completo, obrigatório para todos os pacientes, devendo a coleta ser feita no
momento do atendimento, e a liberação do resultado em até duas horas (máximo 4 horas).
Avaliar a hemoconcentração.

Conduta terapêutica

Hidratação oral conforme recomendado para o grupo A, até o resultado do exame.

Sintomáticos (conforme recomendado para o grupo A)

- Seguir conduta conforme resultado do hemograma:

Reavaliação após resultado de exames:

• Paciente com hematócrito normal: » tratamento em regime ambulatorial com


reavaliação clínica diária.

• Paciente com hematócrito aumentado em mais de 10% acima do


valor basal ou, na ausência deste, com as seguintes faixas de valores:

■ crianças: > 42%


■ mulheres: > 44%
■ homens: > 50%

» tratamento em observação.

Hidratação oral supervisionada

» adultos: 60 ml/kg/dia, sendo 1/3 do volume administrado em quatro a seis horas e na


forma de solução salina isotônica;
» crianças: oferecer soro de reidratação oral (50-100 ml/kg em 4 horas).
Se necessário, hidratação venosa: soro fisiológico ou Ringer Lactato – 40 ml/kg em 4 horas.
Em caso de vômitos e recusa da ingestão do soro oral, recomenda-se a administração da
hidratação venosa.

• Sintomáticos

Reavaliação clínica e de hematócrito em 4 horas (após a etapa de hidratação).


Avaliação clínica sistemática para detecção precoce dos sinais de alarme e de hematócrito
para pesquisa de hemoconcentração e resposta a terapia de reidratação.

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• Hematócrito normal:

» tratamento em regime ambulatorial, com reavaliação clínica diária.

• Aumento de hematócrito (hemoconcentração) ou surgimento de sinais


de alarme:

» seguir conduta do Grupo C.

- Orientações aos pacientes e familiares:


- Repouso.
- Retorno para reclassificação do paciente, com reavaliação clínica e laboratorial, deve ser
diário, até 48 horas após a queda da febre ou imediata, na presença de sinais de alarme.
- Cartão de acompanhamento de paciente com suspeita de dengue deve ser entregue ao
paciente ou responsável, depois de lidas e esclarecidas todas as informações. Nesse cartão
deve ser registrado o atendimento clínico e os resultados dos exames. O paciente deve
estar de posse do cartão em todos os retornos às unidades de atendimento.
- Entregar pedido de exame ao paciente e orientar coleta após 6˚ dia de início dos sintomas

Avaliação da diurese e da densidade urinária

• Diurese normal: 1,5 ml a 4 ml/kg/h.


• Oligúria: diurese <1,5 ml/kg/h – ATENÇÃO!
• Poliúria: diurese >4 ml/kg/h.
• Densidade urinária normal: 1.004 a 1.008.

Atenção! Ao surgirem sinais de alarme ou aumento do hematócrito na vigência de


hidratação adequada, é indicada a internação hospitalar. Pacientes com plaquetopenia
<20.000/mm3, mesmo sem repercussão clínica, devem ser internados e reavaliados clínica
e laboratorialmente a cada 12 horas.

Grupo C
- Presença de algum sinal de alarme.
- Manifestações hemorrágicas presentes ou ausentes.

OBS: Prioridade de atendimento médico – Internação.

Conduta

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Esses pacientes devem ser atendidos, inicialmente, em qualquer nível de
complexidade, sendo obrigatória a hidratação venosa rápida, inclusive durante eventual
transferência para uma unidade de referência.

Conduta diagnóstica

Exames inespecíficos: obrigatórios.

• Hemograma completo.

• Dosagem de albumina sérica e transaminases.

• Exames de imagem recomendados: radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de


Laurell) e ultrassonografia de abdome. O exame ultrassonográfico é mais sensível para
diagnosticar derrames cavitários, quando comparados à radiografia.

• Outros exames conforme necessidade: glicose, ureia, creatinina, eletrólitos, gasometria,


TPAE, ecocardiograma.

Exames específicos (sorologia/isolamento viral): obrigatório.

Atenção! Na primeira coleta de sangue para exames inespecíficos, solicitar realização dos
exames específicos (sorologia ou isolamento viral de acordo com data de início dos
sintomas).

Conduta terapêutica

Acompanhamento: leito de internação por um período mínimo de 48h.

Reposição volêmica:

Adulto

• Fase de expansão: hidratação IV imediata: 20ml/kg/h em duas horas, com soro


fisiológico ou Ringer Lactato.
• Reavaliação clínica e de hematócrito em 2 horas (após a etapa de hidratação).
• Repetir fase de expansão até três vezes, se não houver melhora do hematócrito
ou dos sinais hemodinâmicos.
• Se resposta inadequada após as três fases de expansão = conduzir como Grupo D.
• Se houver melhora clínica e laboratorial após fases de expansão, iniciar fase de
manutenção: Primeira fase: 25 ml/kg em 6 horas.
Se melhora: segunda fase: 25 ml/kg em 8 horas, sendo 1/3 com soro fisiológico e 2/3 com
soro glicosado.

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Crianças

• Fase de expansão: soro fisiológico ou Ringer Lactato: 20ml/kg/h em duas horas,


podendo ser repetida até três vezes.
• Reavaliação clínica e de hematócrito em 2 horas (após a etapa de hidratação).
• Repetir fase de expansão até três vezes, se não houver melhora do hematócrito ou dos
sinais hemodinâmicos.
• Se resposta inadequada após as três fases de expansão = conduzir como Grupo D.
• Se houver melhora clínica e laboratorial após fases de expansão, iniciar fase de
manutenção: necessidade hídrica basal, segundo a regra de Holliday-Segar.
- Até 10 kg: 100 ml/kg/dia;
- 10 a 20 kg: 1.000 ml+50 ml/kg/dia para cada kg acima de 10 kg;
- Acima de 20 kg: 1.500 ml+20 ml/kg/dia para cada kg acima de 20 kg;
- Sódio: 3 mEq em 100 ml de solução ou 2 a 3 mEq/kg/dia;
- Potássio: 2 mEq em 100 ml de solução ou 2 a 5 mEq/kg/dia.
• Fase de reposição de perdas estimadas (causadas pela fuga capilar): SF 0,9%
ou Ringer lactato 50% das necessidades hídricas basais, em Y com dupla via ou em dois
diferentes acessos.

- Sintomáticos: (conforme orientação apresentada anteriormente)


- Notificar imediatamente o caso a Vigep (telefones: 33077405/33077282)
- Retorno após a alta. Após preencher critérios de alta, o retorno para reavaliação clínica
e laboratorial segue orientação conforme Grupo B.
- Preencher cartão de acompanhamento.

Grupo D

- Presença de sinais de choque, desconforto respiratório ou disfunção grave de órgãos.


- Manifestações hemorrágicas presentes ou ausentes.

Obs: Prioridade de atendimento médico.

Sinais de choque
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- pressão arterial convergente (PA diferencial ≤ 20 mmHg);
- extremidades frias, cianose;
- pulso rápido e fino;
- enchimento capilar lento (> 2 segundos)
- hipotensão arterial.

Conduta

Esses pacientes devem ser atendidos, inicialmente, em qualquer nível de


complexidade, sendo obrigatória a hidratação venosa rápida, inclusive durante eventual
transferência para uma unidade de referência.

- Conduta diagnóstica
Exames inespecíficos: obrigatórios.
• Hemograma completo.
• Dosagem de albumina sérica e transaminases.
• Exames de imagem: radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell) e
ultrassonografia de abdome.
O exame ultrassonográfico é mais sensível para diagnosticar derrames cavitários, quando
comparados à radiografia.
• Outros exames conforme necessidade: glicose, uréia, creatinina, eletrólitos,
gasometria, TPAE, ecocardiograma.
Exames específicos (sorologia/isolamento viral): obrigatório.

Atenção! Na primeira coleta de sangue para exames inespecíficos, solicitar realização dos
exames específicos (sorologia ou isolamento viral de acordo com data de início dos
sintomas).

Conduta terapêutica

Acompanhamento: leito de terapia intensiva.

Reposição volêmica (adultos e crianças):


• iniciar imediatamente fase de expansão rápida parenteral, com solução salina
isotônica: 20 ml/Kg em até 20 minutos.
Se necessário, repetir por até três vezes, de acordo com avaliação clínica.

Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos e de hematócrito em 2 horas.

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Repetir fase de expansão até três vezes.
Se houver melhora clínica e laboratorial após fases de expansão, retornar para a fase de
expansão do Grupo C e seguir a conduta recomendada para o grupo.

Se a resposta for inadequada, avaliar a hemoconcentração:


• hematócrito em ascensão e choque, após reposição volêmica adequada – utilizar
expansores plasmáticos: (albumina 0,5-1 g/kg); preparar solução de albumina a 5%: para
cada 100 ml desta solução, usar 25 ml de albumina a 20% e 75 ml de SF a 0,9%); na falta
desta, usar colóides sintéticos – 10 ml/kg/hora;
• hematócrito em queda e choque – investigar hemorragias e coagulopatia de consumo:
■ se hemorragia, transfundir o concentrado de hemácias (10 a 15 ml/kg/dia);
■ se coagulopatia, avaliar;
■ investigar coagulopatias de consumo e avaliar necessidade de uso de plasma (10 ml/kg),
vitamina K e Crioprecipitado (1 U para cada 5-10 kg);

Hematócrito em queda sem sangramentos:


• Se instável, investigar hipervolume, insuficiência cardíaca congestiva e tratar com
diminuição da infusão de líquido, diuréticos e inotrópicos, quando necessário;
• Se estável, melhora clínica;
• Reavaliação clínica e laboratorial contínua.

- Notificar imediatamente o caso a Vigep (telefones: 33077405/33077282)

Atenção! Fazer controle radiológico e/ou ultrassonográfico nos derrames cavitários para
identificar o início da melhora (reabsorção) do derrame (pleural, pericárdico e/ou
peritonial) e, assim, diminuir o volume oferecido pela hidratação venosa, evitando-se uma
das causas de hiperhidratação.

Considerações importantes para os Grupos C e D

• Oferecer O2 em todas as situações de choque (catéter, máscara, Cpap nasal, ventilação


não-invasiva, ventilação mecânica), definindo a escolha em função da tolerância e da
gravidade.
• Pacientes dos Grupos C e D podem apresentar edema subcutâneo generalizado e
derrames cavitários, pela perda capilar, que não significa, a princípio, hiperhidratação, e
que pode aumentar após hidratação satisfatória; o acompanhamento da reposição
volêmica é feita pelo hematócrito, diurese e sinais vitais.
• Evitar procedimentos invasivos desnecessários, toracocentese, paracentese,
pericardiocentese; no tratamento do choque compensado, é aceitável catéter periférico

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de grande calibre, nas formas iniciais de reanimação, o acesso venoso deve ser obtido o
mais rapidamente possível.
• A via intraóssea em crianças pode ser escolha para administração de líquidos e
medicamentos durante a RCP ou tratamento do choque descompensado, se o acesso
vascular não for rapidamente conseguido; no contexto de parada cardíaca ou respiratória,
quando não se estabelece a via aérea por intubação orotraqueal, por excessivo
sangramento de vias aéreas, o uso de máscara laríngea pode ser uma alternativa efetiva.
• Monitoração hemodinâmica minimamente invasiva, como oximetria de pulso, é
desejável, mas em pacientes graves, descompensados, de difícil manuseio, os benefícios
de monitoração invasiva como PAM, PVC, Svc02 podem suplantar os riscos.
• O choque com disfunção miocárdica pode necessitar de inotrópicos; tanto na fase de
extravasamento como na fase de reabsorção plasmática, lembrar que, na primeira fase,
necessita reposição hídrica e, na segunda fase, há restrição hídrica.

- Causas de óbito

Choque refratário grave, Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD), Síndrome


do Desconforto Respiratório do Adulto (SDRA), insuficiência hepática, insuficiência
cardíaca, encefalite, meningite, Síndrome da Disfunção Múltipla de Órgãos (SDMO).

Atenção especial deve ser dada à síndrome hemofagocítica, uma complicação de


falência multiorgânica, causada por reação hiperimune e progressiva citopenia; o
tratamento recomendado inclui imunomodulação (corticóide, imunoglobulina,
imunoquimioterapia) e plasmaférese, que são medidas salvadoras.

Indicações para internação hospitalar

- Presença de sinais de alarme.


- Recusa na ingestão de alimentos e líquidos.
- Comprometimento respiratório: dor torácica, dificuldade respiratória, diminuição do
murmúrio vesicular ou outros sinais de gravidade.
- Plaquetas <20.000/mm3, independentemente de manifestações hemorrágicas.
- Impossibilidade de seguimento ou retorno à unidade de saúde.
- Comorbidades descompensadas como diabetes mellitus, hipertensão arterial,
insuficiência cardíaca, uso de dicumarínicos, crise asmática etc.
- Outras situações a critério clínico.

Critérios de alta hospitalar

Os pacientes precisam preencher todos os seis critérios a seguir:

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• estabilização hemodinâmica durante 48 horas;
• ausência de febre por 48 horas;
• melhora visível do quadro clínico;
• hematócrito normal e estável por 24 horas;
• plaquetas em elevação e acima de 50.000/mm3.

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FLUXOGRAMA PARA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DE DENGUE

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FLUXOGRAMA ATENDIMENTO SUSPEITO DENGUE NO MUNÍCIPIO DE SÃO CARLOS

TODO CASO SUSPEITO DE DENGUE DEVERÁ RECEBER O PRIMEIRO ATENDIMENTO EM QUALQUER SERVIÇO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO (SERVIÇO PÚBLICO PARA USUÁRIOS DO SUS,
SAÚDE SUPLEMENTAR PARA USUÁRIOS DE PLANOS E SEGUROS SAÚDE E SERVIÇOS PARTICULARES). APÓS AVALIAÇÃO E NOTIFICAÇÃO DO CASO, O PACIENTE DEVERÁ SER
ACOMPANHADO DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO DE RISCO:

TEM SINAL DE ALARME OU GRAVIDADE?


NÃO SIM

PESQUISAR SANGRAMENTO ESPONTÂNEO DE PELE OU INDUZIDO (PROVA DO LAÇO, CONDIÇÃO CLÍNICA GRUPO C GRUPO D
ESPECIAL, RISCO SOCIAL OU COMORBIDADES
SINAIS DE ALARME PRESENTE E SINAIS DE DENGUE GRAVE
GRAVIDADE AUSENTES
NÃO SIM Dor abdominal intensa Extravasamento grave de plasma levando ao
Vômitos persistentes choque
Acúmulo de líquidos Sangramento grave
Hipotensão postural Comprometimento grave de órgãos
GRUPO A GRUPO B Hepatomegalia
DENGUE SEM SINAIS DE ALARME, SEM CONDIÇÃO DENGUE SEM SINAIS DE ALARME, COM Sangramento de mucosa
ESPECIAL, SEM RISCO SOCIAL E SEM COMORBIDADES CONDIÇÃO ESPECIAL, OU COM RISCO SOCIAL E Letargia e/ou irritabilidade
COM COMORBIDADES Aumento progressivo do hematócrito

INICIAR HIDRATAÇÃO DOS PACIENTES DE IMEDIATO DE ACORDO COM A CLASSIFICAÇÃO, ENQUANTO AGUARDA RESULTADOS LABORATORIAIS.

HIDRATAÇÃO ORAL PARA PACIENTES DOS GRUPOS A E B. HIDRATAÇÃO VENOSA PARA PACIENTES DO GRUPO C E D

ACOMPANHAMENTO ACOMPANHAMENTO EM LEITO DE OBSERVAÇÃO ATÉ ACOMPANHAMENTO EM ACOMPANHAMENTO EM LEITO DE


AMBULATORIAL: UNIDADES BÁSICAS E RESULTADO DOS EXAMES E REAVALIAÇÃO CLÍNICA : LEITO DE INTERNAÇÃO ATÉ EMERGÊNCIA: SANTA CASA,
UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA, ESTABILIZAÇÃO: SANTA HOSPITAL UNIMED
CONSULTÓRIOS MÉDICOS, CLÍNICAS PACIENTES MAIORES DE 12 ANOS DE IDADE USUÁRIOS DO CASA, HOSPITAL UNIMED,
MÉDICAS SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE DEVERÃO SER ACOMPANHADO MATERNIDADE
NAS UNIDADES DE PRONTO (UPA ARACY, UPA VILA PRADO, UPA
SANTA FELÍCIA)

PACIENTES MENORES DE 12 ANOS, USUÁRIOS DOS SERVIÇOS


PÚBLICOS DE SAÚDE DEVERÃO SER ACOMPANHADOS NO
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
21
PACIENTES DE CONVÊNIOS MÉDICOS DEVERÃO SER
ACOMPANHADOS NOS SERVIÇOS DE PRONTO ATENDIMENTO
DOS CONVÊNIOS (UNIMED 24 HS, PRONTO ATENDIMENTO SÃO
22
CHIKUNGUNYA
Fase aguda: A maioria dos casos pode ser acompanhada ambulatorialmente. As unidades
de atenção básica tem papel primordial para avaliação e acompanhamento desses casos. Não
há necessidade de acompanhamento diário e os pacientes devem ser orientados a retornar a
unidade de saúde no caso de persistência da febre por mais de cinco dias ou aparecimento de
sinais de gravidade ou complicações.

Os pacientes de grupo de risco (gestantes, pacientes com comorbidades, idosos e menores


de 2 anos de idade exceto neonatos) também devem ser acompanhados ambulatorialmente,
mas necessitam de uma observação diferenciada nas unidades pelo risco de desenvolvimento
das formas graves da doença, dessa forma devem ser acompanhados diariamente até a queda
da febre e ausência de sinais de gravidade.

Até o momento, não há tratamento antiviral específico para Febre de Chikungunya. A


terapia utilizada é de suporte às descompensações clínicas da doença, repouso e analgesia. É
necessário estimular a hidratação oral dos pacientes (2 litros no período de 24 horas). A droga
de escolha é o paracetamol. Podem também ser utilizados outros analgésicos para alívio de
dor, como a dipirona. Nos casos refratários recomenda-se a utilização da codeína. Os anti-
inflamatórios não esteroides ( ibuprofeno, naproxeno, ácido acetilsalicílico) não devem ser
utilizados na fase aguda da doença, devido a possibilidade de dengue. A aspirina também é
contraindicada na fase aguda pelo risco de Síndrome de Reye e de sangramento. Os esteroides
estão contraindicados na fase aguda pelo risco do efeito rebote.

Fases subaguda e crônica: Nestas fases, os pontos mais importantes a serem abordados
na história clínica são o tempo desde o episódio agudo e as características das lesões
articulares. O exame físico deve ser direcionado para o envolvimento articular e periarticular.

Os pacientes que apresentam sinais de gravidade (acometimento neurológico, sinais de


choque, instabilidade hemodinâmica, dispneia, dor torácica, vômitos persistentes,
sangramento de mucosas e descompensação de doença de base) ou que apresentem critérios
de internação (neonatos) devem ser acompanhados em unidades com leitos de internação.
Para estes pacientes é necessário estar atento à avaliação hemodinâmica para instituir, se

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necessária e de imediato a terapia de reposição de volumes e tratar as complicações conforme
quadro clínico. A droga de escolha é o paracetamol ( até 4g / dia nos primeiros 2 dias, seguidos
de até 3 g / dia nos dias subsequentes ). Também podem ser utilizados outros analgésicos para
alívio de dor, como a dipirona. Nos casos refratários recomenda-se a utilização da codeína.
Também é necessário avaliar insuficiência renal, sinais e sintomas neurológicos, insuficiência
hepática, acometimento cardíaco, hemoconcentração e a trombocitopenia.

O diagnóstico laboratorial na fase crônica pela infecção pelo vírus de Chikungunya é feito
por meio da sorologia. Não é necessário repetir o exame caso já exista o diagnóstico
laboratorial confirmatório na primeira fase da doença. É importante o diagnóstico diferencial
com outras doenças que causam acometimento articular, por isso, deve-se investigar
marcadores de atividade inflamatória e imunológica.

Para o tratamento pode ser utilizados Injeções intra-articulares de corticoide, AINH tópico
ou oral, e metotrexate em pacientes com sintomas articulares refratários. Considerar uso de
morfina e derivados para analgesia de difícil controle. Para alta desses pacientes é necessário
melhora do estado geral, aceitação de hidratação oral, ausência de sinais de gravidade e
melhora dos parâmetros laboratoriais.

É importante encaminhar aos pacientes para avaliação/acompanhamento com


reumatologista.

Notificação do caso suspeito

OBS: A ficha de investigação de caso suspeito de Dengue e Chikungunya (Anexo 1 e 2) é a


mesma!!! É IMPORTANTE PREENCHER NO CAMPO 2 AGRAVO/DOENÇA: 1 DENGUE OU 2
CHIKUNGUNYA.

Definição de caso suspeito: “ febre de início súbito e artralgia ou artrite intensa com
início agudo, não explicado por outras condições, que resida ou tenha viajado para áreas
endêmicas ou epidêmicas até 14 dias antes do início dos sintomas, ou que tenha vínculo
epidemiológico com um caso importado confirmado”.

A figura a seguir ilustra as fases, as condutas e as principais recomendações aos pacientes


em acompanhamento ambulatorial para continuidade do tratamento no domicilio.

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25
ZIKA VÍRUS
O manejo do paciente no caso de suspeita de Zika se baseia nas diferentes condições
clínicas e complicações associadas à infecção por este vírus :

Casos de não gestantes, sem complicações neurológicas: Este grupo de pacientes será
notificado com objetivo de monitorar as áreas de ocorrência do vírus e a intensidade com que
esta transmissão ocorre. Todos os casos devem ser notificados por meio da Ficha Febre pelo
Zika Vírus.

O manejo clínico destes pacientes deve incluir os mesmos cuidados que são utilizados
para dengue uma vez que a clínica é semelhante e é muito difícil descartar, com certeza, a
hipótese de dengue. Ao tratar como dengue, o paciente estará se beneficiando de um suporte
clínico mais cuidadoso. É importante a identificação das complicações neurológicas, a fim de
dar o suporte necessário.

Casos com complicações neurológicas: Considera-se síndrome neurológica


possivelmente associada à arbovírus, paciente que apresenta quadro de manifestação
neurológica compatível com encefalite, meningoencefalite, meningite (não bacteriana),
mielite, paralisias flácidas agudas, ADEM (encefalomielite disseminada aguda), Síndrome de
Guillain-Barré ou de Miller-Fisher e ausência de etiologia definida. Estes quadros neurológicos
agudos devem ser notificados, através de uma ficha de investigação própria. A partir deste
registro todos os casos são investigados através de exames de RT-PCR e de identificação de
anticorpos em duas amostras pareadas. Dentre estas destaca – a Síndrome de Guillain-Barré
que pode ser classificada pelo Critério de Brighton.

Casos de gestante com exantema: Toda gestante que apresentar exantema deverá ser
notificada e investigada para infecção pelo Zika vírus, diante da associação entre o Zika vírus
e a ocorrência de microcefalias.

Os serviços de saúde municipais frente a um caso de gestante com exantema agudo


deverão preencher ficha notificação Sinan, Ficha investigação Febre pelo Zika Vírus e
comunicar imediatamente a Vigilância Epidemiológica Municipal. Os mesmos devem ainda se
atentar para alguns aspectos durante a investigação do caso, como: sinais e sintomas;
26
deslocamento para áreas de circulação de ZIKV durante a gestação; residência em área de
circulação de ZIKV; contato com casos de dengue e/ou chikungunya e/ou ZIKV; contato com
casos de doenças exantemáticas; uso de medicamentos/álcool/droga durante a gestação;
data da última menstruação; data provável do parto; resultados de sorologias para STORCH
realizadas durante o pré-natal.

Em relação aos aspectos laboratoriais, os profissionais devem solicitar novas sorologias


para STORCH, de acordo a susceptibilidade, em especial sífilis, devido à alta prevalência da
doença e ausência de imunidade protetora; exames para Zika vírus; exames para chikungunya
e dengue, caso preencham critérios para esses agravos; e realizar exames de imagem (USG)
no acompanhamento.

Será considerada gestante com suspeita de infecção por Zika vírus, toda gestante, em
qualquer idade gestacional, com doença exantemática aguda, excluídas as hipóteses não
infecciosas. As gestantes com critério para investigação poderão ser encaminhadas para
qualquer unidade de saúde pública (Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Saúde da
Família, Prontos Atendimentos e Santa Casa de Misericórdia de São Carlos) ou privada
(Hospital Unimed, São Francisco) para notificação, investigação e coleta de amostra de sangue
ou urina para encaminhamento ao Instituto Adolfo Lutz de Ribeirão Preto.

Até o momento não se dispõe, no país, de técnica laboratorial para o diagnóstico na


rotina dos serviços de saúde. Não há disponibilidade de testes sorológicos comerciais para
ZIKV no mundo. Os exames são solicitados somente para casos de gestantes com exantema.
O teste sorológico específico (ELISA ou neutralização) para detectar IgM ou IgG contra vírus
Zika poderá ser positivo a partir do 6º dia, após o estabelecimento do quadro clínico. Devido
à reação cruzada com outros flavivírus como o vírus dengue, os resultados de sorologia devem
ser interpretados de maneira criteriosa. Desta maneira, prioriza-se a realização de RT – PCR.

Assim, na fase aguda da doença o diagnóstico poderá ser feito por detecção de RNA
viral a partir de soro através desta técnica de biologia molecular.

RT – PCR para Zika - O PCR quantitativo em tempo real utiliza uma metodologia que
permite a obtenção de resultados com maior precisão, e diminuição do risco de contaminação
da amostra. Este exame é indicado para todas as gestantes que apresentem exantema. Colher
27
amostra de sangue do 1º ao 5º dia de início do sintomas ou urina do 1º ao 8º dia de início dos
sintomas. Exames para Sarampo/Rubéola serão realizados após avaliação dos antecedentes
epidemiológicos.

Vigilância das malformações congênitas e outras alterações no Sistema Nervoso


Central

O objetivo geral desta vigilância é identificar a ocorrência de microcefalias


relacionadas às infecções congênitas e investigar a possível associação do Zika vírus na
etiologia desses casos e outras alterações no Sistema Nervoso Central que a criança possa
apresentar durante os 3 (três) primeiros anos de vida e que possam ser associadas ao Zika
vírus.

A microcefalia é um sinal clínico, que tem etiologia complexa e multifatorial,


envolvendo fatores genéticos e ambientais. São causas de microcefalia congênita: doenças
genéticas, acidentes vasculares, infecções congênitas (sífilis, HIV, toxoplasmose,
citomegalovírus, rubéola, vírus do herpes simples, parvovírus e outros), uso de álcool e/ou
drogas, exposição à radiação, diabetes mellitus materno e outros.

As amostras para diagnóstico específico para Zika vírus serão encaminhadas para o
Instituto Adolfo Lutz. Os casos de microcefalia e/ou alterações no sistema nervoso central,
após os resultados dos exames, serão classificados de acordo com o “Protocolo de Vigilância
e Resposta à Ocorrência de Microcefalia e/ou Alterações do Sistema Nervoso Central (SNC).

A partir das informações geradas por todos os pontos do sistema de vigilância é


possível a realização das medidas de controle do vetor e de análise epidemiológica no
município, retornando as informações aos profissionais de saúde e subsidiando gestores sobre
o impacto do agravo no sistema de saúde.

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Caso suspeito de Dengue: pessoa que viva ou tenha viajado nos
últimos 14 dias para área onde esteja ocorrendo transmissão de
dengue ou tenha presença de Ae. Aegypti que apresente febre,
usualmente entre 2 e 7 dias, e apresente duas ou mais das
seguintes manifestações: náuseas, vômitos, exantema, mialgias,
cefaleia, dor retroorbital, petéquias, ou prova do laço positiva e
leucopenia.

Entrar em contato com o NHE/SCIRAS por telefone e encaminhar


a ficha de notificação compulsória.EE

ATENÇÃO: encaminhar o paciente para UBS com guia do SINAN,


parte de baixo, para coleta da sorologia a partir do 6º dia de sintoma,
caso não permaneça internado.

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Caso suspeito de Chikungunya: Febre de início súbito e artralgia ou artrite
intensa com início agudo, não explicado por outras condições, que resida ou
tenha viajado para áreas endêmicas ou epidêmicas até 14 dias antes do início
dos sintomas, ou que tenha vínculo epidemiológico com um caso importado
confirmado.

Entrar em contato com o NHE/SCIRAS por telefone e encaminhar


a ficha de notificação compulsória.EE

ATENÇÃO: encaminhar o paciente para UBS com guia do SINAN,


parte de baixo, para coleta da sorologia a partir do 6º dia de sintoma,
caso não permaneça internado.

30
Caso suspeito de Zika: Pacientes que apresentem exantema maculopapular
pruriginoso acompanhado de DOIS ou mais dos seguintes sinais e sintomas:
febre OU hiperemia conjuntival sem secreção e prurido OU poliartralgia OU
edema periarticular.

Entrar em contato com o NHE/SCIRAS por telefone e encaminhar a


ficha de notificação compulsória.EE

ão
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INSTRUÇÕES DE PRENCHIMENTO DAS FICHAS DE NOTIFICAÇÃO E DA SOLICITAÇÃO DE EXAME (PARTE
INFERIOR SINAN):

CAMPO 1 - LABORATÓRIO: IAL


CAMPO 3 – MUNICÍPIO DE NOTIFICAÇÃO: SÃO CARLOS CÓDIGO IBGE: 354890
CAMPO 4 – UNIDADE DE SAÚDE: NOME DA UNIDADE E CÓDIGO (SIA/SUS): NÚMERO DO CNES DA UNIDADE
CAMPO 5 E 6 – ENDEREÇO E TELEFONE DA UNIDADE
CAMPO 7 – NOME COMPLETO DO PACIENTE SEM ABREVIAR
CAMPO 10, 11, 12 – DATA NASCIMENTO, IDADE E SEXO DO PACIENTE
CAMPO 12 – SUSPEITA CLÍNICA: DENGUE, CHIKUNGUNYA OU ZIKA (1 PEDIDO DE EXAME PARA CADA DOENÇA)
CAMPO 13 – CASO SUSPEITO
CAMPO 14 – DATA DOS PRIMEIROS SINTOMAS
CAMPO 15 – SE DENGUE: SOROLOGIA PARA DENGUE
SE CHIKUNGUNYA: SOROLOGIA PARA CHIKUNGUNYA
SE ZIKA: PCR PARA ZIKA VÍRUS
CAMPO 16 – MATERIAL ENVIAD0 : SANGUE (PARA DENGUE, CHIKUNGUNYA OU ZIKA VÍRUS)
MATERIAL ENVIADO: URINA (PARA GESTANTES COM SUSPEITA DE ZIKA VÍRUS)
CAMPO 17 – DATA DA COLETA
CAMPO 18 – USO DE ANTIBIÓTICO NA DATA DA COLETA
CAMPO 19 – GESTANTE
CAMPO 20 – PACIENTE TOMOU VACINA? (IDENTIFICAR NESSE CAMPO SE RECEBEU VACINA FEBRE AMARELA E
DATA)
CAMPO 21 – REQUISITANTE: ASSINATURA E CARIMBO DO PROFISSIONAL QUE ESTÁ SOLICITANDO O EXAME

Bibliografia consultada:
Plano Estadual de Dengue.
Programa Estadual de Dengue. Secretaria de Estado da Saúde. São Paulo, 2015.
Cartilha do Gestor da Dengue. Secretaria de Estado da Saúde. São Paulo 2014-2015.
Guia Prático para o Manejo Clínico dos Casos de Dengue. Secretaria de Estado da Saúde. São
Paulo 2015.
Plano de Contingência Nacional para Epidemias de Dengue. Ministério da Saúde, 2015.

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