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Psico-USF, v. 14, n. 1, p. 129-130, jan./abr.

2009 129
Psicologia vocacional: perspectivas para a intervenção

Fernanda Ottati 1 - Universidade São Francisco, Itatiba, Brasil

Taveira, M. C. & Silva, J. T. (Coord.) (2008). Psicologia vocacional: perspectivas para a intervenção. Coimbra:
Impressa da Universidade de Coimbra. 185 p.

A psicologia vocacional nasceu no início passa a incorporar outros aspectos relativos ao


do século XX nos EUA com a preocupação de mundo do trabalho, como estresse, raiva,
entender e poder intervir no bem-estar social e distúrbios emocionais, ansiedade, depressão, entre
educativo de jovens. Ao longo do desenvolvimento outros.
dessa área, as investigações acerca dos aspectos “Educação para a carreira: aplicações à
relacionados ao processo de escolha de uma infância e à adolescência” é o título do capítulo
profissão foram e continuam sendo realizadas, e é dois, de María Luisa Rodríguez Moreno, da
por isso que atualmente os profissionais de Universidade de Barcelona. A autora parte da
psicologia usufruem de modelos, métodos e premissa que o mundo do trabalho começa a exigir
materiais que permitem realizar um trabalho uma atitude de abertura e adaptação constante das
focado no desenvolvimento do comportamento pessoas e, por isso a disposição para a
vocacional. 1 aprendizagem deverá ocorrer por toda a vida.
É sob essa ótica que o livro Psicologia Nesse sentido, ela evidencia a necessidade de a
vocacional: perspectivas para a intervenção foi editado, orientação profissional estar inserida nos
com objetivo de debater o papel atual da currículos escolares desde a infância e, para isso
psicologia vocacional, bem como da intervenção detalha como é possível colocar em prática essa
realizada pelos psicólogos, com diferentes questão, apresentando algumas técnicas bastante
populações e contextos. A obra é coordenada por úteis que os profissionais podem utilizar.
dois importantes pesquisadores portugueses, Maria O terceiro capítulo “Consulta psicológica
do Céu Taveira, da Universidade do Minho e José vocacional para jovens adultos e adultos” foi
Tomás da Silva da Universidade de Coimbra e está escrito por Lígia Mexia Leitão e Maria Paula
dividida em seis capítulos, escritos por Paixão, da Universidade de Coimbra. As autoras
pesquisadores de diferentes países. exploram amplamente o conceito de consulta
O capítulo 1, intitulado “Abordagens às psicológica vocacional, trazendo as definições de
intervenções de carreira: perspectiva histórica”, é vários autores, bem como as áreas de aplicação e
de autoria de Edwin Herr, da Universidade do os modelos utilizados. A construção do projeto de
Estado da Pensilvânia (EUA), que faz um resgate vida dos jovens adultos, aqueles com idades entre
histórico do surgimento e desenvolvimento de 18 e 25 anos, segundo consideração das autoras,
teorias sobre o desenvolvimento de carreira, pode suscitar problemas no desenvolvimento da
divididos em três épocas. A primeira refere-se aos sua identidade vocacional, o que justifica a prática
anos de 1900 a 1950, na qual surgem os primeiros da consulta como um importante apoio nesse
programas de intervenção, destacando a proposta momento. Os diferentes contextos que podem
de Frank Parsons, um modelo de intervenção que configurar-se como problemas para esses jovens,
até hoje ainda é praticado, a abordagem de traço e são detalhadamente descritos, como o contexto de
fator. A segunda mostra que a partir dos anos 50 formação, familiar, social, relações íntimas e de
há o surgimento das teorias de desenvolvimento trabalho, o que facilita a compreensão do leitor,
de carreira, evidenciando nomes como Donald além de propor algumas possibilidades de
Super e John Holland. Nesse contexto o autor intervenção. Em relação aos adultos, Leitão e
destaca três tipos de intervenções de carreira: Paixão enfatizam os problemas de carreira
programas estruturados de desenvolvimento e enfrentados por essa população, tais como
planejamento de carreira, modelos de intervenção adaptação ao emprego, mudanças na carreira e
psicoeducacional e tecnologia. E, por fim, trata desemprego e indicam quais devem ser os
dos anos 90, enfatizando que a preocupação dos objetivos da consulta vocacional.
processos de intervenção nesse momento deixa de “O uso de tecnologia na intervenção
ser exclusivamente a busca de uma profissão e vocacional: implicações para a teoria e prática” é o
quarto capítulo, escrito por Maria do Céu Taveira
e José Tomás da Silva, da Universidade do Minho
1 E-mail: fernanda_itb@yahoo.com.br
130 Ottati, F. Psicologia Vocacional: perspectivas para a intervenção

e Universidade de Coimbra, respectivamente. O desenvolvimento de carreira, até como utilizar a


ponto principal do capítulo versa sobre as informação escolar e profissional nos processos de
limitações e desafios na utilização dos Sistemas de aconselhamento de carreira.
Orientação da Carreira Assistidos por O sexto e último capítulo, “Mudança de
Computador (CAGGS), programas completos de paradigma na educação e novos rumos para a
orientação vocacional que oferecem um conjunto actuação dos professores e dos psicólogos nas
de processos que vão desde a avaliação dos escolas” é de autoria de Manuel Viegas Abreu, da
interesses, capacidades e valores ocupacionais, até Universidade de Coimbra. O autor faz uma ampla
ensinar como se portar numa entrevista de discussão sobre os aspectos atuais da situação da
emprego, por exemplo. Os autores indicam os educação em Portugal e propõe que a intervenção
principais sistemas disponíveis na atualidade, do psicólogo nesse contexto ocorra a partir do
destacando que a grande maioria é oriunda dos desenvolvimento global da personalidade dos
Estados Unidos. Também é levantada a questão do alunos. Nesse sentido, Abreu coloca a avaliação
uso da internet como um recurso a mais nos psicológica como um importante instrumento de
processos de orientação e o papel do orientador apoio ao processo de desenvolvimento psicológico
diante dos recursos tecnológicos. Destaca-se neste dos alunos, levando-os à reflexão. Porém, para que
capítulo a preocupação das comunidades essa proposta seja colocada em prática, o autor
científicas sobre o uso desses recursos indica que a participação dos pais, professores e
informatizados, o que até já gerou uma Lista de psicólogos deve ser conjunta e, além disso, a
Princípios Orientadores para os profissionais que escola deverá propor iniciativas que permitam aos
pretendam criar um sistema, que está anexada ao alunos se expressarem, reconhecendo e
final do capítulo. valorizando assim suas potencialidades, aptidões e
O capítulo cinco foi escrito por Maria talentos.
Eduarda Duarte, da Universidade de Lisboa, e tem Apesar de o livro apresentar alguns dados
como título “A avaliação psicológica na específicos da realidade portuguesa, ele se
intervenção vocacional: princípios, técnicas e constitui numa importante referência para
instrumentos”. Partindo da premissa que a pesquisadores brasileiros da área de Orientação
avaliação psicológica é etapa fundamental nos Profissional. Os aspectos teóricos presentes são de
processos de orientação vocacional, a autora fundamental importância para pesquisas e as
detalha os aspectos dessa avaliação, enfatizando os práticas apresentadas podem servir como base
princípios éticos que devem nortear os para propostas de intervenções na realidade
profissionais da área. Dentro da definição dos dois brasileira. Os capítulos são de leitura fácil, com
modelos clássicos de avaliação, Traço e Fator e uma linguagem acessível tanto a estudantes como
Desenvolvimentista, são explicado os objetivos profissionais, e por isso o livro deve ser leitura
dessa tarefa nos diferentes contextos em que é recomendada para todos aqueles inseridos no
utilizada, como, por exemplo, ensino básico, contexto da orientação profissional.
secundário e universitário. Além disso, a autora faz
uma ampla descrição das técnicas de avaliação, Recebido em novembro de 2008
passando pela entrevista, testes de aptidões, Reformulado em janeiro de 2009
inventários de interesses, personalidade, valores e Aprovado em fevereiro de 2009

Sobre a autora

Fernanda Ottati é psicóloga e mestranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da


Universidade São Francisco. Bolsista FAPESP.

Psico-USF, v. 14, n. 1, p. 129-130, jan./abr. 2009

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