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(Fortaleza – CE)
Fortaleza, 2018
ESTRUTURAS DE CONCRETO E FUNDAÇÕES
Módulo: Concreto Armado II
INTRODUÇÃO
As vigas submetidas a um carregamento vertical qualquer,
com ou sem força normal, estão trabalhando em flexão
simples ou composta não pura (presença de momento
fletor e força cortante). Neste caso surgem na seção
transversal, além das tensões normais, tensões
tangenciais que equilibram a força cortante.
Segundo Furlan Junior (1995), ainda pode ocorrer ruptura por força
cortante-flexão e por flexão da armadura longitudinal (Figura 3). No
primeiro caso, o concreto do banzo comprimido é esmagado em
decorrência do "avanço“ das fissuras diagonais nessa região. No
segundo caso, surgem deficiências localizadas na região da armadura
longitudinal que apresenta resistência insuficiente para suportar a
flexão localizada causada pelo apoio das bielas entre os estribos.
Figura 3 – Mais situações de colapso em uma viga por causa do cisalhamento
a) por força cortante-flexão ; b) por flexão da armadura longitudinal
b)
a)
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Figura 6 – Determinação das tensões principais (1 e 2) nos pontos 1 e 2 da viga,
por meio do círculo de Mohr
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2 2
σx σx σx σx 2 τ
σ1 τ ; σ 2 τ ; tg2α
2 2
2 2 2 2 σx
Conclusões:
a) a treliça é isostática;
b) os banzos são paralelos;
c) a inclinação das fissuras e, portanto das bielas comprimidas é de 45°;
d) a inclinação () da armadura transversal pode variar entre 45° e 90°.
Equilíbrio das
componentes verticais:
R 1 P1 P2 Fat sen
Fat senα VS
Fat A sw n f yd
VSd
Fat senα VSd Fat
senα
z 1 cotα VSd
A sw f yd
s senα
zz cotα z (1 cotα)
n
s s
z 1 cotα VSd
A sw f yd
s senα
A sw VSd 1
s senα f yd z (1cotα)
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A sw
ρ sw,90
bw s
1,10 τSd
ρ sw,90
f yd
A sw d f yd
s
1,10 VSd
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1,10 Sd
sw ,90
f yd
Barras dobradas:
• a execução é mais difícil;
• devem ser sempre utilizadas junto com estribos, e só podem resistir
no máximo a 60% do esforço cortante (item 17.4.1.1.3 da norma);
• como são executadas a partir da armadura longitudinal, têm bitola
maior que os estribos, e o controle da fissuração fica prejudicado;
• a ancoragem das bielas de concreto da treliça, junto a região
tracionada, é deficiente;
• havendo apenas barras dobradas há um efeito de “fendilhamento” do
concreto junto à ancoragem da biela (ver figura abaixo).
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EXEMPLO 1
Calcular o espaçamento s de estribos simples necessários em uma viga de seção
retangular submetida a um esforço cortante VS = 1300 kN.
Dados: bw = 70 cm; d = 200 cm; fck = 26 MPa; aço CA-50 (50 kN/cm²).
A sw d f yd 2 1,25 200 50
s 10,9 cm
1,10 VSd 1,10 1,15 1,4 1300
• a treliça é hiperestática (os nós não podem ser considerados como articulações
perfeitas);
• nas regiões mais solicitadas pela força cortante, a inclinação das fissuras, e,
portanto, das bielas, é menor que os 45o admitidos por Mörsch;
• parte do esforço cortante é absorvido na zona de concreto comprimido (devido
à flexão);
• os banzos não são paralelos (o banzo superior - comprimido - é inclinado);
• as bielas de concreto estão parcialmente engastadas na ligação com o banzo
comprimido, e, assim, são submetidas à flexo-compressão, aliviando os
montantes ou diagonais tracionados;
• as bielas são mais rígidas que os montantes ou diagonais tracionados, e
absorvem uma parcela maior do esforço cortante do que aquela determinada
pela treliça clássica;
• a quantidade (taxa) de armadura longitudinal influi no esforço da armadura
transversal.
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Vsw parcela de força cortante resistida pela armadura transversal, de acordo com os
modelos I ou II.
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Vsw VRd3 Vc
sendo que a força cortante resistente de cálculo VRd3 dever ser no
mínimo igual à força cortante solicitante de cálculo VSd. Assim:
Vsw VSd Vc
Portanto, a parcela da força cortante a ser resistida por armadura
transversal é a diferença entre a força cortante solicitante de
cálculo e a parcela de força cortante absorvida por mecanismos
complementares ao de treliça, ou seja, a parcela resistida pelo
concreto íntegro entre as fissuras.
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A força cortante resistida pela armadura transversal em uma certa seção é dada
por:
A sw
Vsw 0,9 d f ywd (sen cos )
s
s espaçamento entre elementos da armadura transversal ASW , medido
segundo o eixo longitudinal da peça;
fywd tensão na armadura transversal passiva, limitada ao valor fyd no caso de
estribos e a 70% desse valor no caso de barras dobradas, não se
tomando, para ambos os casos, valores superiores a 435 MPa;
ângulo de inclinação da armadura transversal em relação ao eixo
longitudinal do elemento estrutural, podendo-se tomar 45 90.
1 1,11 sw 1
sw, sw
0,9 f ywd sen (sen cos ) f ywd sen (sen cos )
1,11 sw
sw,90
f ywd
(no caso de estribos verticais)
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2 / 3
VR 644 b w d sw, f ywd sen (sen cos ) 0,10 f
ck
EXEMPLO 2
Calcular, usando o modelo de cálculo I da NBR 6118:2014, o
espaçamento de estribos simples (2 ramos) verticais ( = 90°)
necessário para os dados do Exemplo 1 (V = 1300 kN; bw = 70 cm;
d = 200 cm; aço CA-50; = 12,5 mm para armadura transversal;
fck = 26 MPa = 26000 kN/m²).
EXEMPLO 3
Resolver o exemplo anterior em termos de tensões e taxa de
armadura transversal (os dados são os mesmos).
EXEMPLO 4
Calcular, com o modelo I da NBR 6118:2003, a armadura transversal (somente
estribos simples verticais) da viga V101, dos exemplos 1 e 4 dos Capítulos 4 e
5, na seção junto ao apoio central. Dados: aço CA-50; fck = 20 MPa; estribos de
= 6,3 mm (0,32 cm²); bw = 0,25 m; h = 0,90 m; d = 0,8 m; p = 51,1 kN/m
(carga atuante na viga); VS,max = 255,5 kN (cortante máxima junto ao pilar P5).
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f ctm 0,3 3 f ck
2
resistência média à tração do concreto
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Quando a barra for lisa, seu diâmetro não poderá ser superior a 12 mm. No
caso de estribos formados por telas soldadas, o diâmetro mínimo pode ser
reduzido para 4.2 mm, desde que sejam tomadas precauções contra sua
corrosão.
EXEMPLO 5
Detalhar a armadura transversal (somente estribos) ao longo da viga V101
(Exemplos 1 e 4 dos Capítulos 4 e 5), utilizando o modelo de cálculo I e as
recomendações da NBR 6118:2014. Dados: aço CA50; fck = 20 MPa; estribos
de = 6,3 mm; bw = 0,25 m; d = 0,8 m.
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600 20
regiões com armadura mínima: n 23,2 adota-se 24 estribos simples.
25
200 20
demais regiões: n 10,28 adota-se 11 estribos duplos.
17,5