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DIREITO TRIBUTARIO
EDUARDO MANEIRA
CRÉDIDO FISICO – APENAS AQUELES BENS QUE SÃO INCORPORADOS AO BEM QUE VAI SER
(NÃO COMPREENDI)???
BASICAMENTE O CTN TEM UMA PRIMEIRA PARTE ATÉ O ART. 95, QUE TRATA DE QUESTÕES
RELATIVAS AO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL. QUE ESTA NA CF. E TEM TAMBÉM UMA PARTE
RELATIVA À DISTRIBUIÇÃO DE RECEITAS QUE SÃO LIGADAS A FUNDO DE PARTICIPAÇÃO, ETC
QUE NÃO IREMOS ESTUDAR.
ESTUDAREMOS DA METADE PARA FRENTE ONDE ENTRAM AS NORMAS GERAIS ROPRIAMENTE
DITAS.
E O OBJETO DO TRIBUTARIO II É O CRÉDITO TRIBUTARIO.
E O ASPECTO PESSOAL É O QUE QUALIFICA A PESSOA QUE ESTÁ REALIZANDO AQUELE FATO
GERADOR. EX. SER COMERCIANTE, PRATICAR COM HABITUALIDADE AQUELE ATO DE
COMÉRCIO. EX. SE EU EDUARDO VENDO MINHA GELADEIRA USADA PARA O MEU VIZINHO, EU
REALIZEI OS ASPECTOS MATERIAL, ESPACIAL, TEMPORAL DO ICMS, MAS EU NÃO PREENCHI O
PESSOAL, PORQUE EU NÃO SOU COMERCIANTE INDUSTRIAL, PRODUTOR RURAL.
ENTÃO, QUANDO EU VENDO UMA GELADEIRA NÃO OCORRE O FATO GERADOR DO ICMAS, MAS
SE FOR O PONTO FRIO VENDE UMA GELADEIRA OCORRE O FATO GERADOR DO ICMS.
ASPECTO PESSOAL: O PONTO FRIO É UMA PESSOA JURÍDICA QUE TEM POR OBJETO VENDE
ELTRODOMÉSTICOS, ASSIM QUANDO ELE O FAZ TODOS OS ASPECTOS DA HIPOTESE DE
INCIDENCIA DO ICMAS SE REALIZAM. QUANDO EU FAÇO NÃO, PORQUE EU NÃO SOU
COMERCIANTE, EU NÃO PRATICO COM HABITUALIDADE VENDA DE PRODUTOS, ETC. ISSO
OCORRE ATÉ COM PESSOA JURÍDICA, QUANDO A RECREIO REVENDA DE AUTOMÓVEIS VENDE
UM AUTOMÓVEL ESTÁ REALIZANDO O FATO GERADOR DO ICMS. JÁ SE UMA EMPRESA COMO A
OI VENDE O SEU AUTOMÓVEL QUE FAZ MANUTENÇÃO NA REDE NÃO INCIDE O ICMS, PORQUE
NÃO OCORREU O FATO GERADOR O ICMS, POIS A OI ESTÁ VENDENDO UM ATIVO DELA, ELA
ESTÁ TROCANDO UM CARRO DE 2010 POR UM CARRO DE 2014, ESTA VENDA QUE ELA FAZ DE
UM ATIVO NÃO É FATO GERADOR DE ICMS, PORQUE ELA NÃO ESTÁ REALIZANDO O SEU
OBJETO SOCIAL QUE É A VENDA DE AUTOMÓVEIS, MAS SIM A OI ESTA VENDENDO UM ATIVO.
ENTÃO, NA DESCRIÇÃO HIPOTÉTICA DE UM FATO LÍCITO DEVE ESTAR BEM DEFINIDOS, BEM
TRANSPARENTES ESSES ASPECTOS QUE VÃO COMPOR A DESCRIÇÃO DE UM FATO LÍCITO,
HOJE O CHIQUE É ESTUDAR DWORKIN E ALEXY. OCORRE QUE DE 1986 PARA CÁ O DWORKIN JÁ
MUITO DE OPINÃO VÁRIAS VEZES, MAS OS MESTRADOS CONTINUAM SE BASEANDO NESTAS
LINGUAGENS.
(...)
VOLTANDO À AULA
31 MIN.
EU SEMPRE VIA ASSIM PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS COMO LIMITAÇÃO AO PODER DE
TRIBUTAR.
AGORA EU ATUO MUITO NO CARF (CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS
FISCAIS).
MAS VOCÊ PODE PERDER O FIO DA MEADA, PORQUE AQUI ÓBVIO. CHAMAVA-SE FATO
GERADOR, AÍ VEM UMA ESCOLA PAULISTA E FALA ISSO É HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA, AÍ VEM
OUTRA E FALA NÃO ISSO É FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. AÍ VEM OUTRA E DIZ ASSIM: FATO
IMPONÍVEL. AÍ FALA ASSIM: CHAMA-SE DE FATO IMPONÍVEL, CHAMA-SE DE JURÍGENO,
CHAMA-SE DE HIÓTESE DE INCIDÊNCIA, CHAMA-SE DE FATO GERADOR. ORA NÓS ESTAMOS
FALANDO DE QUÊ? NÓS ESTAMOS FALANDO DE UM FATO DESCRITO HIPOTÉTICAMENTE NA
HIPÓTESE DA NORMA TRIBUTÁRIA, QUE VAI DESCREVER UM FATO LÍCITO, QUE QUANDO EU
VOU VER, VAI GERAL O DEVER DE PAGAR O TRIBUTO. OU SEJA, OCORRIDO O FATO GERADOR
NASCE A OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA.
RESPOSTA: O FATO ILÍCITO NÃO PODE SER TRIBUTADO, PORQUE O ESTADO NÃO PODE
SER SÓCIO DO BANDIDO. VOCÊ SABE O QUE QUE ACONTECE, O FATO ILÍCITO NÃO PODE SER
OBJETO DE TRIBUTAÇÃO, ELE É OBJETO DE CONFISCO. EU NÃO POSSO CHEGAR E FALAR ASSIM:
ENTRO NUMA CASA AQUI, ABRO, TEM 10 MILHÕES DE REAIS EMPACOTADO, EU DIGO: _ MEU
AMIGO, ISSO DAQUI É SEU? - É SIM SENHOR. AÍ EU PERGUNTO: _ O QUE VOCÊ FAZ? R. _
VENDO COCAÍNA. _ QUAL A SUA MARGEM DE LUCRO? EU VOU ARBITAR... - VOCÊ COMPRA
POR QUANTO? _ VENDE POR QUANTO? AH, ENTÃO, VOCÊ É PESSOA FÍSICA? - é. ENTÃO, A
ALÍQUOTA É DE 27,5%. _ ENTÃO, COMO VOCÊ TEM 10 MILHÕES AQUI, ME DÁ 3 MILHÕES DE
IMPOSTO DE RENDA. EU VOU COBRAR MULTA TAMBÉM, QUANTO TEMPO VOCÊ NÃO PAGA
IMPOSTO? … ENTÃO, VAI PAGAR 6 MILHÕES. AÍ O FISCAL FALA: _ RECEITA MANDA UM CARA
FORTE AQUI PARA PEGAR O DINHEIRO. O FISCA DIZ ASSIM: _ OH PARABÉNS, VOCÊ CONTINUA
VENDENDO A SUA COCAÍNA. - é ASSIM? - NÃO. CHEGOU LÁ, VIU OS 10 MILHÕES, ESSE
DINHEIRO TEM DE SER CONFISCADO. TEM DE PEGAR TUDO!!! SE FOSSE ASSIM, EU NÃO
PRECISAVA DE TER NEGÓCIOS LARANJAS, OUTROS NEGÓCIOS PARA LAVAR DINHEIRO. O QUE
QUE ACONTECE. SABE AQUELES NEGÓCIOS ASSIM QUE VOCÊS VEEM E PENSAM .. NÃO É
POSSÍVEL QUE AQUELE NEGÓCIO DAR DINHEIRO? SABE AQUELA CURRASCARIA QUE FICA EM
BEIRA DE ESTRADA, QUE DEVE VENDER UMA LINGUIÇA POR SEMANA, E VOCÊ PEGA A
CONTABILIDADE DELA E VER QUE VENDE 600 PICANHAS NA HORA DO ALMOÇO … O QUE QUE
AQUELE CARA DEVE ESTAR FAZENDO? ELE TEM ALGUMA ATIVIDADE ILÍCITA E ESTÁ
ESQUENTANTO DINHEIRO, LAVANDO DINHEIRO, POR MEIO DE UMA ATIVIDADE LÍCITA. SE ELE
PUDESSE TRIBUTAR O ILÍCITO, ELE NÃO PRECISAVA DE NADA DISSO. POIS ELE IRIA DECLARAR.
SE TEM UMA COISA QUE EU TENHO CONVICÇÃO NA VIDA É ISSO: VOCÊ NÃO PODE
NUNCA TER COMO FATO GERADOR DE UMA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA UM FATO ILÍCITO.
ISSO É DIFÍCIL, PORQUE EU FICO VENDO ASSIM: VOLTANDO AO NEGÓCIO DE VENDA DE
VEÍCULOS, QUEM MAIS VENDE VEÍCULOS HOJE SÃO AS PESSOAS QUE FAZEM ATIVIDADES
SIMPLES. EU NÃO ACHO ASSIM, PEDRO LENZA, DIREITO CONSTITUCIONAL ESQUEMATIZADO,
DEVE SER O LIVRO MAIS VENDIDO HOJE DE DIREITO DE CONSTITUCIONAL . EU PREFIRO O
PEDRO LENZA, DO QUE UM CARA QUE É MUITO MITÍDO. PORQUE NO ESQUEMATIZADO VOCÊ
NÃO APRENDE MUITO. PORQUE UM CARA QUE É MUITO MITIDO E VEM SOLTANDO BESTEIRAS
DESSA. PEDRO LENZA É UM LIVRO HOJE QUE EU NÃO TENHO NENHUM PRECONCEITO EM
INDICAR. … LÓGICO, SE VOCÊ PUDER ESTUDAR DIREITO CONSTITUCIONAL COM CANOTILHO,
SERÁ ÓTIMO. MAS SE VOCÊ NÃO PUDER, NÃO TEM TANTA DIFERENÇA ASSIM: PEDRO LENZA E
JOSÉ AFONSO DA SILVA, SEI LÁ... TUDO BEM. MAS NÃO PODE TER É ESSA...NÃO SOU CONTRA.
HOJE, SE VENDE 100 MIL POR SEMESTRE ALGUM MÉRITO TEM. DEVE SER DIDÁTICO, DEVE SER
ATUALIZADO.
49 MINUTOS
OUTRA PERGUNTA: EM RELAÇÃO AO FATO GERADOR DO ICMS: _ UM COMERCIANTE
TEM UM NEGÓCIO INFORMAL, O FISCAL VAI LÁ NESTE COMERCIO E TRIBUTA A VENDA.
PROFESSOR: _ EM TESE ALI PODERIA TER, MAS ESTE FISCAL VAI TER O DEVER DE
PASSAR LÁ NA AUTORIDADE COMPETENTE E DIZER FECHA AQUELE NEGÓCIO, MAS O FISCAL
TRIBUTA.
HÁ UM LIMITE, PORQUE APESAR DE ELE ESTAR IRREGULAR PORQUE ELE NÃO ESTÁ
REGISTRADO NA JUNTA COMERCIAL, POR NÃO TER UMA INSCRIÇÃO ESTADUAL, AFORA ISSO O
QUE TEM NA PRATELEIRA DELE, DOS SECOS E MOLHADOS, NÃO TEM NADA ILÍCITO, EX. ELE
ESTÁ VENDENDO ACELORA. ENTÃO, ALI, SE VOCÊ FOR INTERPRETAR DE MODO RESTRITO,
OBJETIVO, ESTÁ TENDO A VENDA DE MERCADORIA. ESTÁ TENDO UM NEGÓCIO JURÍDICO DE
VENDA DE PRODUTO, ESTE ESTÁ SENDO TRANSFERIDO PARA OUTRA PESSOA. O PRODUTO
ESTAVA DISPONÍVEL NO MERCADO LICITAMENTE.
É A MESMA COISA SE VOCÊ, TEVE UMA ÉPOCA NO BRASIL QUE TINHA LEI DE
PROTEÇÃO DE INFORMÁTICA, VOCÊ NÃO PODIA FAZER COMPUTADOR NO BRASIL... TODOS
TINHAM QUE …. ENTÃO, É DIFERENTE ASSIM DE VOCÊ, HOJE SE VOCÊ TRAZ UM APPLE E NÃO
UM TECLADO, O QUE QUE A RECEITA FEDERAL VAI FAZER? CALCULAR O TRIBUTO, MAS A
MULTA VOCÊ VAI PAGAR.
COM A LEI DA PROTEÇÃO À INFORMÁTICA, O QUE DEVERIA FAZER? APREENDER,
PORQUE ALI HAVIA UM CRIME DE CONTRABANDO. VOCÊ ESTAVA TRAZENDO UM BEM EM QUE
A ENTRADA DELE ERA ILEGAL. SÃO COISAS DIFERENTES.
ENTÃO, QUER DIZER, QUANDO HÁ ILÍCITO, VOCÊ ESTÁ PRATICANDO UM ATO ILÍCITO
QUE GERA ALGUMA RECEITA, O DEVER DO ESTADO É DE CONFISCAR O RESULTADO DAQUELE
ATO ILÍCITO. E NÃO TER A PARTE. PORQUE TER A PARTE, VOCÊ É SÓCIO DO BANDIDO. POIS SE
VOCÊ ESTÁ VENDENDO AR15, COMPROU POR QUANTO? VENDEU POR QUANTO? ENTÃO,
VAMOS CALCULAR AQUI: PIS E CONFINS E COTAÇÃO, ICMS E COTAÇÃO. ISSO NÃO FAZ SENTIDO.
A VOU LIBERAR A AR15 E DA PRÓXIMA VEZ QUE TU VAIS FAZER … NÃO É ASSIM NÉ.
VOLTANTO A AULA.
BOM, SUJEITO ATIVO: UNIÃO, ESTADO E MUNICÍPIO.
NÓS SABEMOS QUE, EM RELAÇÃO A ALGUNS TRIBUTOS, TAXAS E CONTRIBUIÇÕES (EM
RELAÇÃO A IMPOSTOS JAMAIS), MAS EM RELAÇÃO A TAXAS E CONTRIBUIÇÕES, A PESSOA QUE
TEM COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA PODE, AO FAZER A LEI, ELEGER OUTRA PESSOA PARA SER
SUJEITO ATIVO. É O QUE CHAMA DE DELEGAÇÃO DA CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA. EX. EU
UNIÃO FAÇO UMA LEI E PONHO COMO SUJEITO ATIVO DA TAXA DE FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL
O IBAMA. ENTÃO, O IBAMA, ENQUANTO AUTARQUIA FEDERAL, SERÁ SUJEITO ATIVA DE UMA
RELAÇÃO JURÍDICO-TRIBUTÁRIA QUE TEM POR OBJETO O PAGAMENTO DE UMA TAXA DE
FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL, QUE VAI TER COMO SUJEITO PASSIVO, EMPRESAS
POTENCIALMENTE POLUÍDORAS, ETC.
ENTÃO, SUJEITO ATIVO: UNIÃO, ESTADO, DISTRITO FEDERAL, MUNICÍPIO. QUEM TEM
COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA É SUJEITO ATIVO DE ALGUM TRIBUTO. MAS ESTA CAPACIDADE
TRIBUTÁRIA ATIVA PODE SER DELEGADA.
OCORRE COM ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES E COM ALGUMAS TAXAS, A ANATEL É
SUJEITO ATIVO DE VÁRIOS TRIBUTOS. FUST, FUNTEL, QUE SÃO CIDES (CONTRIBUIÇÕES DE
INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO). A ANATEL É SUJEITO ATIVO DE 1% SOBRE AS
RECEITAS DECORRENTES DA PRESTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE TELECOMUNIÇÃO, DE
COMUNICAÇÃO. A RECEITA DECORRENTE DA PRESTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE
TELECOMUNICAÇÃO É FATO GERADOR DE UMA CIDE CHAMADA FUST. QEUEM É SUJEITO
ATIVO? A ANATEL. A ANATEL COBRA UMA TAXA DE FISCALIZAÇÃO DE INSTALAÇÃO DE ANTENAS
PARABÓLICAS, ETC. ENTÃO, QUEM É SUJEITO ATIVO? A ANATEL. ISSO PODE OCORRER POR
UMA RELAÇÃO DE CONVENIÊNCIA. PODE DIZER ASSIM: SE A ANATEL ESTÁ ENCARREGADA DE
FISCALIZAR EU VOU COLOCAR ISSO AQUI COMO RECEITA DELA. QUEM VAI FAZER ISSO? QUEM
TEM COMPETÊNCIA PARA TRIBUTÁRIA. E QUEM TEM COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA? QUEM PODE
FAZER TRIBUTO (UNIÃO, ESTADO, DISTRITO FEDERAL OU MUNICÍPIO). ENTÃO, O SUJEITO
ATIVO, ALÉM DAS PESSOAS COMPETENTES, TEM ESTAS OUTRAS QUE RECEBEM . EX. INFRAERO,
ANATEL. ÀS VEZES ATÉ FUNDO, FUNDO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
(FNDE) É SUJEITO ATIVO DO SALÁRIO EDUCAÇÃO. O INSS JÁ FOI ATIVO. ACHO QUE O INSS HOJE
NÃO É SUJEITO ATIVO DE MAIS NADA. A RECEITA FEDERAL, SALVO ENGANO, ARRECADA. COM A
UNIFICAÇÃO NÉ, AGORA A RECEITA FEDERAL DO BRASIL RETIROU A COMPETÊNCIA DA
AUTARQUIA INSS DE ARRECADAR. O INSS HOJE SÓ PAGA BENEFÍCIOS, CONCEDE
APOSENTADORIA. MAS ELE NÃO ARRECADA MAIS, SALVO ENGANO.
PERGUNTA: - ENTÃO, AS RECEITAS VÃO PARA ESTES ÓRGÃO, QUE ADMINISTRAM ESTA
VERBA?
PROFESSOR: É, QUANDO HÁ... MAS LÓGICO QUE VOCÊ TEM DE VER ASSIM: A ANATEL
ARRECADA SUPERAVIT DE MILHÕES, AÍ DEPOIS TEM UM MODO DE TRANSFERÊNCIA TAMBÉM
DESSES RECURSOS. MAS É RECEITA PRÓPRIA.
SUJEITO PASSIVO. O CTN FALA EM CONTRIBUINTE E RESPONSÁVEL. O CTN É DE 1966.
ENTÃO ELE FALA CONTRIBUINTE E RESPONSÁVEL. NO FINAL DA DÉCADA DE 70, SURGIU OUTRA
FIGURA DE SUJEITO PASSIVO, QUE É O SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. ALGUNS DOUTRINADORES
ENQUADRAM O SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO COMO UMA ESPÉCIE DE RESPONSABILIDADE. EU
TRATO COMO UMA TERCEIRA ESPÉCIE DE SUJEITO PASSIVO, PORQUE TEM ALGUMAS
PECULIARIDADES, O QUE NÓS VAMOS VER. A FIGURA DO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO HOJE É
CADA VEZ MAIS IMPORTANTE. MAS BASICAMENTE É O SEGUINTE: CONTRIBUINTE. O
CONTRIBUINTE É AQUELE QUE SE VOCÊ AO LER O FATO GERADOR JÁ SABE QUEM É O
CONTRIBUINTE. PORQUE O CONTRIBUINTE É AQUELE QUE REALIZA O FATO. É ASSIM: PRESTAR
SERVIÇO, PAGAR IMPOSTO SOBRE O SERVIÇO. QUEM É O CONTRIBUINTE? O PRESTADOR. É
AQUELE QUE REALIZA O FATO GERADOR É O CONTRIBUINTE. SÉ “A” REALIZA O FATO GERADOR,
A LEI DETERMINA QUE “A” PAGUE O TRIBUTO. QUEM É O CONTRIBUINTE? QUEM É O
RESPONSÁVEL? É AQUELA TERCEIRA PESSOA QUE NÃO REALIZOU O FATO GERADOR, MAS QUE
A LEI DETERMINA QUE PAGUE O TRIBUTO NA IMPOSSIBILIDADE DE O CONTRIBUINTE FAZÊ-LO.
ENTÃO, É UMA PESSOA QUE TEM DE TER ALGUM VÍNCULO COM O CONTRIBUINTE OU ALGUM
VÍNCULO COM O FATOR GERADOR. OU SEJA, ELE NÃO É AQUELE QUE REALIZA O FATO, MAS ELE
TEM ALGUMA RELAÇÃO COM O FATO GERADOR.
61 MINUTOS
VOCÊ FALA ASSIM: EU NÃO PAGO, ORA EU NÃO REALIZO O FATO GERADOR E VOU TER
DE PAGAR?! SEM MESMO TENDO SIDO COBRADO DAQUELE QUE O REALIZOU?! MAS A LEI VAI
GARANTIR. EX. INDÚSTRIA TABAGISTA. UM COMERCIANTE VENDE UM CIGARRO AQUI NA
ESQUINA. ELE REALIZOU UM FATO GERADOR NA HORA EM QUE EU COMPREI UM CIGARRO.
ESTE IMPOSTO JÁ ESTÁ PAGO PELA SOUSA CRUZ NA CONDIÇÃO DE SUBSTITUTA TRIBUTÁRIA.
EX. QUANDO SE VENDE UM AUTOMÓVEL, NA HORA QUE EU VOU NA REVENDEDORA E PEGO O
CARRO, REALIZOU O FATO GERADOR E AQUELE IMPOSTO JÁ ESTÁ PAGO PELA FÁBRICA.
EX. QUANDO EU ABASTEÇO O MEU CARRO NO POSTO DE GASOLINA, OCORREU O FATO
GERADOR, AQUELE IMPOSTO JÁ ESTÁ PAGO PELA PETROBRÁS.
ENTÃO, SÃO OS SUBSTITUTOS TRIBUTÁRIOS.
27/AGOSTO/2014
RIO, 27 DE AGOSTO DE 2014 - SHIRLEY
TRIBUTARIO
EDUARDO MANERA
INÍCIO DA AULA COM COMENTÁRIOS SOBRE A ELEIÇÃO.
AVISOS IMPORTANTES:
11 MIN.
VAMOS COMEÇAR MATÉRIA
NÓS FIZEMOS UMA INTRODUÇÃO NA AULA PASSADA, DO QUE SERÁ TRIBUTÁRIO II.
NÓS VAMOS ESTUDAR O NASCIMENTO, VIDA E MORTE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
ARTIGO 113 DO CTN:
É O ARTIGO QUE INAUGURA O TITULO II - OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
LEITURA:
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem
por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se
juntamente com o crédito dela decorrente.
CONSEQUENCIA - OBRIGAÇÃO
NA HIPOTESE , HÁ A DESCRIÇÃO DE FATO LÍCITO. ESTE FATO LÍCITO, DESCRITO
HIPOTETICAMENTE NA NORMA, QUANDO OCORRE, SE TRANSFORMA EM UM FATO GERADOR
DE OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. A LEGISLAÇÃO NÃO DISTINGUE O FATO DESCRITO
HIPOTETICAMENTE DO FATO OCORRIDO. OU SEJA, NA DENOMINAÇÃO A LEGISLAÇÃO CHAMA
NORMALMENTE O FATO GERADOR, TANTO COMO FATO HIPOTÉTICO, COMO FATO OCORRIDO.
A DOUTRINA QUE NORMALMENTE FAZ ESTA DISTINÇÃO . O FATO DESCRITO
HIPOTETICAMENTE CHAMA-SE HIPOTESE DE INCIDÊNCIA. JÁ O FATO OCORRIDO, FATO
GERADOR, FATO GERADOR DE OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA.
AQUI CABE UM ESCLARECIMENTO, PORQUE O ART. 113 FALA QUE TEM POR OBJETO O
PAGAMENTO DE TRIBUTO OU PENALIDADE PECUINÁRIA E EXTINGUE-SE JUNTANTE COM O
CRÉDITO. OU SEJA, SE OBJETO DA OBRIGAÇÃO É O PAGAMENTO DO TRIBUTO, E ESSE TRIBUTO
PARA A FAZENDA É CREDITO, COM O PAGAMENTO EXTINGUE-SE A OBRIGAÇÃO E O CRÉDITO
DECORRENTE DESTA OBRIGAÇÃO.
MAS O QUE EU QUERIA FAZER BREVE PARENSETE É EM RELAÇÃO À PENALIDADE
PECUNIARIA, AQUI HÁ UM IMPROPRIEDADE DO CTN QUANDO DIZ QUE A PENALIDADE
PECUNIÁRIA PODE SER OBJETO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. NÃO PODE! PORQUE O OBJETO
DE UMA OBRIGAÇÃO QUE TEM POR FATO GERADOR UM FATO LÍCITO, O OBJETO NUNCA PODE
SER UMA PENALIDADE PECUNIÁRIA. A PENALIDADE PECUNIÁRIA É CONSEQUÊNCIA DA
OCORRÊNCIA DE UM FATO ILÍCITO. NÃO PRECISA SER UM ILÍCITO PENAL, PODE SER UM ILÍCITO
ADMINISTRATIVO, TRIBUTÁRIO. O DESCUMPRIMENTO DE LEI QUE PODE GERAR MULTA, EX.
PAGUEI COM ATRASO TEM MULTA; PAGUEI A MENOR TEM MULTA. ESTA MULTA É
PANALIDADE PECUNIÁRIA.
24 MIN.
EU SEI QUE NESSE CASO, O CAMINHÃO QUEBROU, O PRODUTOR RURAL NÃO TINHA
EXPERIÊNCIA, TERIA DE IR NUM POSTO FISCAL REVALIDAR A NOTA E NÃO FOI. EU SEI QUE A
MULTA FOI EXIGIDA NUM VALOR MAIOR DO QUE O GADO QUE ESTAVA NO CAMINHÃO. ELE
ATÉ PENSOU EM DEIXAR O GADO NO POSTO FISCAL...
MAS TEM UM EFEITO PEDAGÓGICO A MULTA ASSESSÓRIA NO SENTIDO DE EXIGIR QUE
O CONTRIBUINTE CUMPRA COM ESSES DEVERES QUE TEM POR OBJETIVO FACILITAR A
FISCALIZAÇÃO, CLAREAR AS OPERAÇÕES, TORNAR TRANSPARENTES AQUELES FATOS QUE
GERAM O DEVER DE PAGAR.
ENTÃO, A OBRIGAÇÃO TRIBUTARIA QUE ESTÁ NO ARTIGO 113.
O ARTIGO 114 – TRATA DO FATO GERADOR... LEITURA:
AQUI TEM O ARTIGO 116 QUE É CONFUSO, POLÊMICO, MAL REDIGIDO, ETC LEITURA
DA PARTE EM NEGRITO:
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se
ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos:
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se
verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os
efeitos que normalmente lhe são próprios;
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja
definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.
ESSA LEI ORDINÁRIA ATÉ HOJE NÃO VEIO. FOI EDITADA UMA MEDIDA PROVISÓRIA
PARA REGULAR, MAS ESSA MP NÃO FOI CONVERTIDA EM LEI. ENTÃO, NA VERDADE, NÃO HÁ
UMA APLICAÇÃO DESSE PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 116.
ENTÃO, OU SEJA, ESTA INCORPORAÇÃO, ELA TINHA QUE TER POR MOTOR, POR
VONTADE, POR CAUSA, UM PROPÓSITO NEGOCIAL. E A CONSEQUÊNCIA PODE ATÉ SER
ECONOMIZAR TRIBUTO. MAS ELA NÃO PODE TER POR CAUSA A ECONOMIA DE TRIBUTO.
ENTÃO, VAMOS VERIFICAR A PROPOSTA NEGOCIAL. ELA TEM PROPOSTA NEGOCIAL? TEM.
QUAL É? SÃO DUAS EMPRESAS OPERATIVAS, SÃO DUAS PEQUENAS EMPRESAS DE PAPEL, QUE
VAI NACIONALIZAR. ENTÃO, UMA EMPRESA QUE É TRANSPORTADORA E EU TENHO UMA
EMPRESA QUE É DISTRIBUIDORA, AGORA EU POSSO, A EMPRESA QUE É TRANSPORTADORA
ACUMULA CRÉDITO DE ICMS, A OUTRA TEM DÉBITO DE ICMS, EU PRECISO RACIONALIZAR,
JUNTAR. OCORREU ISSO COM A WALT MARTINE. A TRANSPORTADORA INCORPOROU A
DISTRIBUÍDORA. BELEZA, ENTÃO TEM UM PROPÓSITO NEGOCIAL.
ENTÃO, EU TENHO TRÊS EMPRESAS E SOU O DONO DAS TRÊS. ESTA EMPRESA AQUI
VALE 100, EU VOU COMPRAR A MINHA EMPRESA QUE VALE 100 POR 1000. AÍ COMEÇOU O
PESSOAL A “AVACALHAR”.
AÍ VEIO O FISCO E FALOU ASSIM: _ NÃO, NÃO PODE!
O QUE EU ACHO É O SEGUINTE: VOCÊ NÃO PRECISA DE CLÁUSULA GERAL ANTI-ELISIVA
PARA COMBATER ISTO. PORQUE ISTO É SIMULAÇÃO, ISTO É DISSIMULAÇÃO.
O QUE É DISSIMULADO, O QUE É SIMULADO, É ILEGÍTIMO E PODE SER OBJETO DE
AUTUAÇÃO. O QUE VOCÊ NÃO PODE É CONSIDERÁ-LOS NEGÓCIOS JURÍDICOS LÍCITOS,
LEGÍTIMOS, PARA EXTRAIR DESTES UMA TRIBUTAÇÃO MAIS PESADA. ISTO AQUI É UM
ABSURDO!
SE VOCÊ VERIFICAR TODA A ATUAÇÃO DO CARF ENTORNO DESTES PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIOS, A DOUTRINA ENTORNO DISSO, PESQUISAR LÁ FORA E AQUI, O QUE PODE TER E
O QUE NÃO PODE. E O QUE ISTO TEM HAVER COM A PRÓPRIA CONCEPÇÃO DO PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE.
ENTÃO, HÁ UM PLANEJAMENTO.
JÁ DEU ATÉ PRISÃO ISTO. UM CARA QUE TINHA UM NEGÓCIO DE CALÇADOS, ERA A
MESMA MARCA, ELE TINHA 150 MICRO-EMPRESAS VENDENDO A MESMA MARCA DE
SANDÁLIAS.
ENTÃO, ISSO É SIMULAÇÃO. NÃO É UMA QUESTÃO DE CLÁUSULA GERAL ANTI-ELISIVA.
PORQUE A CLÁUSULA GERAL ANTI-ELISIVA É VOCÊ DESCONSIDERAR NEGÓCIO JURÍDICO LÍCITO
PARA EXTRAIR UMA TRIBUTAÇÃO MAIS EFETIVA.
NO CASO NÃO, PORQUE ISTO NÃO PODE SER AUTORIZADO.
DENTRE ESTAS COISAS TODAS, MESMO QUE VOCÊ FALE: ESSE NEGÓCIO ESTÁ
ESQUISITO, VAMOS VER O QUE QUE É. VOCÊ VER QUE SEMPRE ESSA PRESUNÇÃO DE QUE HÁ
UMA SIMULAÇÃO, UMA DISSIMULAÇÃO É UMA PRESUNÇÃO RELATIVA, QUE DÁ MARGEM A
PROVA EM CONTRÁRIO, PORQUE ÀS VEZES O NEGÓCIO APARENTEMENTE É ESTRANHO, MAS
ELE TEM UM FUNDAMENTO.
EX DA FAZENDA QUE O CARA COMPRA: EU QUERO COMPRAR UMA FAZENDA NO
MATO GROSSO E ENCONTRO ALGUÉM QUE QUER VENDER. O IMPOSTO SOBRE A
TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS É 4%. A FAZENDA É 100 MILHÕES, AÍ RESOLVEMOS
CONSTITUIR UMA SOCIEDADE INDUSTRIAL. A REALIZAÇÃO DO CAPITAL DA SOCIEDADE É
IMUNE, ISTO ESTÁ NA CONSTITUIÇÃO. QUANDO EU TRANSFIRO UM BEM IMÓVEL PARA A
SOCIEDADE, COM FINS DE REALIZAÇÃO DE CAPITAL, ISTO É OPERAÇÃO IMUNE. ENTÃO, EU
FALO ASSIM: VAMOS CONSTITUIR UMA SOCIEDADE DE 200 MILHÕES. VOCÊ ENTRA COM 100
MILHÕES EM DINHEIRO E EU ENTRO COM A FAZENDA, PROPRIEDADE RURAL, QUE VALE 100
MILHÕES. O QUE QUE NÓS VAMOS FAZER? PLANTAR MOGNO. A PRIMEIRA PODA SERÁ DAQUI
A 15 ANOS, ENTÃO DAQUI A 15 ANOS NÓS VAMOS FICAR RICOS. UMA SEMANA DEPOIS DO
NEGÓCIO FECHADO. RESOLVEMOS DESFAZER A SOCIEDADE DA SEGUINTE FORMA: QUEM
ENTROU COM O DINHEIRO SAI COM A FAZENDA E QUEM ENTROU COM A FAZENDA SAI COM O
DINHEIRO.
E A DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE PAGA QUANTO IMPOSTO? ZERO.
NOTIFICA O CARA E O CARA FALA ASSIM: NÃO, VOCÊ ESTÁ ENGANADO. EU FIZ UM
“CHECAP” SEMANA PASSADA, EU ESTOU COM CÂNCER, DOIS ANOS DE VIDA. ASSISTI UM
FILME NO CINEMA QUE DIZIA APROVEITA A VIDA, PEGA UM JATINHO AÍ E VAI CONHECER OS
LUGARES QUE VOCÊ NÃO CONHECEU, VOCÊ TEM AÍ UM ANO. O OUTRO ESTÁ COM A SAÚDE
DE FERRO, ELE FICA COM A FAZENDA. JÁ EU ESTOU MORRENDO, EU QUERO É DINHEIRO.
ENTÃO, ISTO PODE, NÃO PODE? VOCÊ TEM DE DAR UM OPORTUNIDADE. AGORA O
QUE NÃO SE PODE É DÁ UMA CARTA EM BRANCO PARA O FISCAL DE FALAR ASSIM, DAR
PALPITE INCLUSIVE NO NEGÓCIO.
EU JÁ VI AUTUAÇÃO EM QUE O FISCAL MULTA POR GESTÃO ANORMAL DE NEGÓCIO.
MEU FILHO SE VOCÊ ENTENDESSE DE GESTÃO, VOCÊ IRA SER EMPRESÁRIO, NÃO IA SER FISCAL
NÃO. PORQUE, QUEM É VOCÊ PARA AVALIAR SE ESTA GESTÃO É NORMAL OU ANORMAL?
TODO GÊNIO TEM UM PONTO FORA DA CURVA. O CARA QUE FEZ A APPLE, O GOOGLE, ELE
NÃO ERA NORMAL. SE VOCÊ NORMAL ELE NÃO ESTAVA RICO.
ENTÃO, VOCÊ NÃO PODE CREDENCIAR A FISCALIZAÇÃO PARA ENTRAR NESSE
SUBJETIVISMO, A FIM DE VER SE O NEGÓCIO É BOM, SE O NEGÓCIO É MAIS OU MENOS.
QUESTIONAR PORQUE VOCÊ FEZ ISSO. ISTO NÃO TE INTERESSA. TEM DE SABER SE O NEGÓCIO
É LÍCITO OU ILÍCITO.
PERGUNTA (INAUDÍVEL)
PROFESSOR: RENTABILIDADE FUTURA.
OBVIAMENTE, NINGUÉM MELHOR DO QUE O CARA QUE ESTÁ FAZENDO O NEGÓCIO
PARA SABER SE ESTÁ FAZENDO UM BOM OU MAL NEGÓCIO. VOCÊ ACHA QUE O SANTANDER IA
PAGAR 5 BILHÕES, POR UM NEGÓCIO AVALIADO POR 3 BILHÕES, SE NÃO IMAGINASSE QUE
VOCÊ FAZER UM BOM NEGÓCIO E QUE NÃO FOSSE TER RETORNO. TANTO QUE TEVE. TANTO
QUE NESSA CRISE NA ESPANHA TORNOU O SANTANDER MUNDIAL, FORAM DIVIDENDOS DO
SANTANDER DAQUI PARA A MATRIZ DA ESPANHA E SEGUROU O BANCO LÁ FORA.
TODO NEGÓCIO PODE DAR MARGEM A UMA MANIPULAÇÃO, ELE PODE DAR MARGEM
A UMA SIMULAÇÃO. MAS O QUE VOCÊ NÃO PODE É JÁ TER A PRESUNÇÃO DE QUE TEM
ALGUMA COISA ERRADA. EX. TEM ALGUMA COISA ERRADA, VALE TRÊS E ESTÁ PAGANDO
CINCO POR QUE? TEM QUE SABER. AÍ OBVIAMENTE QUE VOCÊ TEM. QUANDO, POR EXEMPLO,
SE COMPRA UMA EMPRESA. A GOL COMPROU UMA PARTE BOA DA VALLE. POR UM VALOR
ACIMA DO AVALIADO EM TERMOS DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO. MAS AÍ VOCÊ PEGA E FALA
ASSIM: OS MELHORES ESPAÇOS NOS AEROPORTOS BRASILEIROS ERA DA VARIG, A VARIG TEM
ALGUNS ATIVOS QUE SÃO INTANGÍVEIS E A PESSOA QUE TÁ NO NEGÓCIO SABE. ENTÃO, FALA
ASSIM: TEM UM AVIÃO SUCATEADO, MAS A MELHOR ESCOLA DE PILOTO QUE EXISTE É A DA
VARIG, EU VOU PEGAR TODO UM ACERVO DE GENTE E NÃO SEI O QUE. O MELHOR PONTO DE
ESTANDE MAIS NÃO SEI O QUE NO GALEÃO E EM GUARULHOS É DA VARIG. ISSO É O
INTANGÍVEL, AQUILO QUE O CARA TEM DE LEVAR EM CONTA NA HORA DA OPERAÇÃO.
CONTINUAÇÃO DA PERGUNTA (INAUDÍVEL)
58 MIN E 40 SEG.
MAS EU ACHO QUE ESTÁ FALTANDO AS VEZES SABER DOSAR. TEM HORA QUE ME
INCOMODA UM POUCO.
UM CONSELHEIRO DE 27 ANOS.... O CARA ESTÁ ALI SE AGORANDO, AGORANDO NÃO.
EU EFETIVAMENTE TEM A LEGITIMIDADE PARA JULGAR O CASO. VOCÊ FALA ASSIM: ESSE CARA
CHEGOU ONTEM AQUI E JÁ ESTÁ … NÃO HÁ UMA CARREIRA.
NÃO O QUE, EM MINAS QUANDO SE FALA EM POLÍTICA AGENTE DIZ ASSIM: TEM QUE
TER SARGENTIAÇÃO.
SARGENTIAÇÃO É ASSIM: NINGUÉM CHEGA A GENERAL ANTES DE SARGENTO,
TENENTE, CAPITÃO, ETC.
ENTENDEU?
ISSO FAZ PARTE. QUANDO SE FALAVA ASSIM, MAS O FULANO... É UMA EXPRESSÃO
TÍPICA DE … MAS O FULANO É CANDIDATO A SENADOR? ELE JÁ FOI VEREADOR EM ALGUM
LUGAR? ELE JÁ FOI DEPUTADO ESTADUAL. HÁ MAIS OS ANTIGOS VÃO FALAR ASSIM: ENTÃO
FALTA SARGENTIAÇÃO.
COMO É QUE ELE JÁ ESTÁ QUERENDO IR LÁ NA FRENTE ANTES DE OUTROS. ISSO QUE
EU ACHO QUE AS VEZES FALTA.
03/SETEMBRO/2014
RIO, 03 de setembro de 2014
TRANSCRIÇÃO
TRIBUTARIO
EDUARDO MANERA
NORMA TRIBUTARIA
- HIPOTESE
- ASPECTO TEMPORAL
- ASPECTO ESPACIAL
- ASPECTO PESSOAL
CONSEQUESNCIA
CONSEQUENCIA
PAGAMENTO DO TRIBUTUO
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
NA DESCRIÇÃO HIPOTÉTICA DO FATO, NÓS TEMOS O ASPECTO MATERIAL QUE É O FATO EM SI.
O ASPECTO TEMPORAL, O ASPECTO ESPACIAL E ASPECTO PESSOAL. PAGAR IPTU NO ANO DE
2014 NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO; VENDER MERCADORIA EM 2014 NO MÊS DE
SETEMBRO NO RIO DE JANEIRO. QUEM ESTÁ VENDENDO A MERCADORIA? UM COMERCIANTE,
UMA INDÚSTRIA OU UM PRODUTOR RURAL? OCORREU O FATO GERADOR DO ICMS.
EM REGRA PARA SE SABER O QUANTO PAGAR, NÓS TRABALHAMOS COM DUAS COISAS: BASE
DE CÁLCULO E ALÍQUIOTA.
A BASE DE CÁLCULO QUE TESTA, VAMOS DIZER ASSIM, O FATO GERADOR. PRINCIPALEMTE
ALGUMAS QUESTÕES TRIBUTÁRIAS. EX. TAXA PELA EMISSÃO DO PASSAPORTE. AÍ SE FALA
ASSIM: QUAL É O VALOR DA TAXA? DEPENDE DA RENDA DE QUEM PEDE O PASSAPORTE. OPA
TEM ALGUMA COISA ERRADA! NÃO HÁ UMA PERTINÊNCIA ENTRE O FATO GERADOR E A BASE
DE CALCULO. A BASE DE CÁLCULO É QUE VAI VERIFICAR, ELA VAI CONFIRMAR O ASPÉCTO
MATERIAL DO FATO GERADOR. A BASE DE CÁLCULO NECESSARIAMENTE ELE VAI TER UM
ASPÉCTO DE PERTINÊNCIA COM O FATO GERADOR.
ENTÃO, A BASE DE CÁLCULO É ISSO. É A DIMENSÃO ECONÔMICA DO FATO GERADOR. ALI TEM
UM PERCENTUAL QUE SE APLICA À BASE DE CÁLCULO. ENTÃO QUAL É A BASE DE CÁLCULO DO
ISS? O VALOR DO SERVIÇO PRESTADO. QUAL É A ALÍQUOTA? 5%, 6%, 4%.
NO IMPOSTO DE RENDA VOCÊ FAZ ALGUMAS SUBTRAÇÕES. MAS VOCÊ CHEGA NA BASE DE
CÁLCULO VOCÊ TEM AS ALÍQUOTAS, 7%, 12% …
SER SUJEITO ATIVO É UMA COISA INERENTE A QUEM TEM COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. EU
RECEBE COMPETÊNCIA PARA INSTITUIR O IPTU. EU, MUNICÍPIO SERÁ NATURALMENTE O
SUJEITO ATIVO DO IPTU.
MAS O QUE EU DISSE, JÁ FALO ISSO DESDE O SEMESTRE PASSADO: .A DIFERENÇA ENTRE
COMPETÊNCIA TRITUARIA E A CAPACIDADE TRIBUTARIA ATIVA. VOCÊ PODE ESTAR
QUALIFICADO COMO SUJEITO ATIVO SEM TER COMPETÊNCIA. PORQUE A CAPACIDADE
TRIBUTÁRIA ATIVA PODE SER DELEGADA. PORQUE A UNIÃO TEM COMPETÊNCIA
ADMINISTRATIVA PARA FISCALIZAR EMPRESAS POTENCIALMENTE POLUÍDORAS. E NO
EXERCÍCIO DESTA COMPETÊNCIA ELA VAI INSTITUIR UMA TAXA DE FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL.
AO INSTITUIR ESSA TAXA DE FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL, A UNIÃO QUALIFICA O IBAMA PARA
SER O SUJEITO ATIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. HÁ UMA DELEGAÇÃO DE CAPACIDADE
TRIBUTÁRIA ATIVA. O IBAMA UMA AUTARQUIA FEDERAL VAI SER SUJEITO ATIVO DE UM
TRIBUTO CHAMADO DE TAXA DE FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL. ISSO PODE OCORRER.
ENTÃO, A QUEM SE DEVE PAGAR? ÀQUELE QUE ESTÁ QUALIFICADO NA LEI COMO SUJEITO
ATIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. É A ELE QUE SE DEVE PAGAR.
QUAL É O FATO GERADOR? TER RENDA. QUEM É O CONTRIBUINTE? AQUELE QUE TEM RENDA.
AÍ TEM VÁRIAS RESPONSABILIDADES: POR INFRAÇÃO, POR DOLO, COM EXCESSÕ DE PODER. A
RESPONSABILIDADE PESSOAL DE QUEM AGE POR DOLO. É SEMPRE UMA TERCEIRA PESSOA. OU
SEJA, O RESPONSÁVEL É AQUELE QUE NÃO PRATICOU O FATO GERADOR, MAS A LEI ATRIBUI A
ELE O DEVER DE PAGAR O TRIBUTO.
OBVIAMENTE QUE ALGUM VÍNCULO QUE DE TER. VOCÊ NÃO PODER CHEGAR E FALAR ASSIM:
EDUARDO VOCÊ VAI PAGAR O TRIBUTO DEVIDO PELO FULANO QUE MORA NA BAHIA E QUE
VOCÊ NUNCA VIU. ORA, EU VOU PAGAR ISSO A TROCO DE Quê? NÃO, MAS VOCÊ VAI PAGAR O
TRIBUTO DE SEU FILHO QUE É TENISTA E GANHOU O ROLLAN GARROS E SONEGOU.
PRETENDERAM UMA VEZ O PAI DA STEFE GRAFF, UMA TENISTA ALEMÃ FAMOSA. ELA GANHOU
PRÊMIOS E NÃO PAGOU O IMPOSTO DE RENDA NA ALEMANHA. PREDERAM O PAI DELA,
PORQUE ELE COMO PAI DEVERIA TER CUIDADO DISSO. ENTÃOISSO É RESPONSABILIDADE.
ENTÃO É ASSIM:
ENTÃO, ESSA SUJEIÇÃO PASSIVA DIRETA DO SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO E AO MESMO TEMPO ELE
SER UMA TERCEIRA PESSOA, EU TRATARIA A PARTE, ASSIM: CONTRIBUINTE, RESPONSÁVEL E
SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO.
SUBSTITUIÇÃO REGRESSIVA OU PARA TRÁS AINDA EXISTE, PODE EXISTIR NUMA ESCALA
MENOR.
EU VOU DAR DOIS EXEMPLOS DESSA SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PARA TRÁS. NUM NEGÓCIO
LIGADO A PRODUÇÃO DE LEITE E LATICÍNIO, UMA COOPERATIVA, UMA INDÚSTRIA NESTLE,
LACTA, GAROTO; AS COOPERATIVAS QUE FAZEM ESTES LEITES LONGA VIDA, ETC. ELES
COMPRAM O LEITE IN NATURA DO PRODUTOR RURAL. NA HORA QUE O PRODUTOR RURAL
VENDE O LEITE PARA ESSA INDÚSTRIA OCORREU O FATO GERADOR DA VENDA DESTA
PRODUTO. OCORREU O FATO GERADOR O ICMS. NÃO SE COBRA DO PRODUTOR RURAL O ICMS.
SE COBRA DO LATÍCINIO.
NA HORA EM QUE O LATICÍNIO PEGA AQUELE LEITE IN NATURA E ENSACA, FAZ O LEITE LONGA
VIDA. NA HORA QUE ELE VAI VENDER PARA O SUPERMERCADO, ESTA INDÚSTRIA A NESTLE,
POR EXEMPLO, ELA VAI PAGAR O ICMS DUAS VEZES. COMO O CONTRIBUINTE DA OPERAÇÃO
DE VENDA DELA PARA O SUPERMERCADO E COMO SUBSTITUTA TRIBUTÁRIA DO PRODUTOR
RURAL. ELA VAI PAGAR O IMPOSTO DEVIDO PELO PRODUTOR RURAL DA VENDA QUE ELE FEZ
PARA ELA. ISSO TUDO PREVISTO EM LEI.
QUANTO QUE É O LITRO DE LEITE? R$ 1,00. ENTÃO, A INDUSTRIA FALA ASSIM: EU VOU TE
PAGAR R$ 1,00 MENOS R$ 0,10. PORQUE ESSES DEZ CENTAVOS É O IMPOSTO QUE EU VOU
PAGAR EM SEU NOME LÁ NA FRENTE.
PROFESSOR: ELA VAI FAZER A CONTA COMO SE VOCÊ PRODUTOR NORMAL, DA VENDA DELA
PARA A INDÚSTRIA. AÍ ELA VAI VER QUANTO QUE É A MINHA PARTE E QUANTO SERIA A PARTE
DELE. E RECOLHE A PARTE DELA COMO CONTRIBUINTE E A PARTE DELE COMO O SUBSTITUTO
TRIBUTÁRIO.
22 MIN.
EX. VAMOS IMAGINAR NUMA OPERAÇÃO NORMAL. ESTÁ AQUI O PRODUTO RURAL, O
LATICÍNIO E O SUPERMERCADO
NUMA OPERAÇÃO O PRODUTOR RURAL VENDE POR DEZ REAIS PARA O LATICÍNIO E VENDE
POR VINTE REAIS PARA O SUPERMERCADO, QUE VENDE POR TRINTA PARA O CONSUMIDOR
RURAL.
VAMOS POR TUDO POR 10%. ENTÃO, O PRODUTOR RURAL AO VENDER PARA O LATICÍNIO, ELE
DEVIA PAGAR UM. O LATICÍNIO SE CREDITA DE UM. AO VENDER PARA O SUPERMERCADO, ELE
VAI SE DEBITAR DE DOIS. NO SUPERMERCADO SE CREDITA DE DOIS E VENDE POR TRÊS.
ENTÃO, AQUI NUMA OPERAÇÃO NORMAL O PRODUTOR RURAL PAGA UM. O LATICÍNIO PAGA
UM QUE É 2-1, E O SUPERMERCADO PAGA UM, QUE É 3 - 2 . O CONSUMIDOR COMPRA POR
TRINTA, TEM TRÊS DE IMPOSTO. COMO É QUE ESSES TRÊS DE IMPOSTO FORAM PAGOS? UM
PELO SUPERMERCADO, UM PELO LATICÍNIO E UM PELO PRODUTOR RURAL, DEU TRÊS.
SÓ QUE O PRODUTOR RURAL FALA ASSIM: MEU PREÇO É DEZ E EU VOU RECEBER NOVE DO
LATICÍNIO. E O LATICÍNIO AQUI NA HORA QUE ELE VAI PAGAR ESSE UM. ELE VAI FAZER UMA
NOTA FISCAL ASSIM: FISCO, EU ESTOU PAGANDO UM DA MINHA VENDA PARA O
SUPERMERCADO E ESTOU PAGANDO MAIS UM QUE É O IMPOSTO DEVIDO PELO PRODUTOR
RURAL. NUMA OPERAÇÃO NORMAL O LATICÍNIO VAI FAZER UM CHEQUE DE UM REAL. NUMA
OPERAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA ELE VAI FAZER UM CHEQUE DE DOIS REAIS. ELE VAI
PAGAR O UM QUE É DELE E O UM QUE SERIA DO PRODUTOR RURAL.
ESTE FICARIA COM NOVE LÍQUIDO, PORQUE ELE RECEBERIA DEZ E PAGARIA UM. SÓ QUE O
LATICÍNIO JÁ SABENDO QUE QUEM VAI PAGAR ESSE UM É ELE. ELE FALA ASSIM, ENTÃO EU NÃO
VOU TE PAGAR DEZ EU VOU TE PAGAR NOVE. ESTE UM É COMO SE ELE FIZESSE UMA
RETENÇÃO.
EXISTE A SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PORQUE PARA O FISCO É MUITO MAIS FÁCIL FISCALIZAR
UM LATICÍNIO DOQUE DEZ MIL PRODUTORES RURAIS. ELE CONCENTRA EM POUCOS
CONTRIBUINTES , QUE SÃO MAIS ORGANIZADOS. EM PRINCÍPIO COMO A NESTLE É MAIS
ORGANIZADA. VOCÊ JÁ IMAGINOU O FISCAL SAINDO PELAS ESTRADAS ATRÁS DOS DIVERSOS
PRODUTORES RURAIS.
ENTÃO, O FISCO TRANSFERE UMA RESPONSABILIDADE E ISSO OCORRE. NÓS VAMOS VER QUE É
A MESMA COISA COM O CIGARRO. VOCÊ ACHA QUE SE FISCALIZA TODO O BUTECO QUE VENDE
O CIGARRO? NÃO, SÓ FISCALIZA A SOUSA CRUZ. A SOUSA CRUZ É A SUBSTITUTA TRIBUTÁRIA
DE TODO O PONTO DE VENDA, PORQUE É MUITO MAIS FÁCIL IR NUMA SOUSA CRUZ DO QUE
IR EM QUALQUER PONTO DE VENDA.
31 MIN.
NA REGIÃO DA TELEMAR A ESPELHO ERA VESPER, QUE QUEBROU. ENTÃO, DURANTE MUITO
TEMPO A OI FICOU SOZINHA, NA EPOCA SE CHAMAVA TELEMAR, FICOU SOZINHA.
EX. EU ESTOU NO RIO DE JANEIRO E FAÇO UMA LIGAÇÃO PARA SÃO PAULO. QUANDO EU LIGO
PARA SÃO PAULO, A TELEFÔNICA PRESTA SERVIÇO A OI PARA COMPLETAR A MINHA CHAMADA.
ELA VAI DISPONIBILIZAR TODO AS FIBRAS ÓTICAS, OS CANAIS PARA QUE A MINHA VOZ FALE
COM ALGUÉM LÁ EM SÃO PAULO. PORQUE O EQUIPAMENTO PARA NA DIVISA. ENTÃO HÁ UM
COMPARTILHAMENTO DE REDES, A UM COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E UMA
COBRA DA OUTRA POR ISSO. ENTÃO, NA HORA QUE A TELEFÔNICA PRESTA SERVIÇO PARA OI,
HÁ UM FATO GERADOR DA TRIBUTAÇÃO, MAS SÓ QUE A TELEFÔNICA É SUBSTITUÍDA PELA OI.
A OI PAGA ESSE ICMS. NA HORA QUE ELA VAI PAGAR O ICMS CORRESPONDENTE AO SERVIÇO
QUE ELA ME PRESTOU. ENTÃO, A OI ME COBRA DEZ REAIS POR UMA LIGAÇÃO, QUE EU FIZ
PARA SÃO PAULO. SOBRE ESSES DEZ REAIS ELA VAI PAGAR O ICMS DA OPERAÇÃO PRÓPRIA,
QUE É DA VENDA DO SERVIÇO DE TELECOMUNICAÇÃO QUE ELA ME FEZ E ELA VAI PAGAR O
ICMS DA OPERAÇÃO DA VENDA QUE A TELEFÔNICA FEZ A ELA, DESTA PRESTAÇÃO DE DIVISA.
ELA SUBSTITUI A TELEFÔNICA, NESTAS OPERAÇÕES QUE AGENTE CHAMA DE INTERCONEXÃO. A
OI É A SUBSTITUTA E A TELEFÔNICA É A SUBSTITUÍDA. E É UMA SUBSTITUIÇÃO ASSIM. NA
HORA QUE EU COBRO DO MEU USUÁRIO EU PAGO O MEU ICMS NA CONDIÇÃO DE
CONTRIBUINTE E NA CONDIÇÃO DE SUBSTITUO TRIBUTÁRIO DE QUEM ME PRESTOU O
SERVIÇO PARA POSSIBILITAR EU PRESTAR UM SERVIÇO COMPLETO PARA O MEU CLIENTE.
ENTÃO, TEMOS A SUBSTITUIÇÃO PARA TRÁS. E NÃO TEM MAIORES PROBLEMAS, PORQUE NÓS
ESTAOS FALANDO DE FATOS GERADORES QUE JÁ OCORRERAM E EU SEI POR QUANTO
OCORREU.
ENTÃO FALA ASSIM, POR QUANTO QUE O PRODUTOR RURAL VENDEU? AH, POR UM. JÁ OUVE
A VENDA? JÁ, ENTÃO SÓ ESTOU DIFERINDO O PAGAMENTO PARA UM MOMENTO POSTERIOR.
O COMPLICADO, O QUE GERA MUITO PROBLEMA. É A SUBSTITUIÇÃO PARA FRENTE, OU A
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PROGRESSIVA. POR QUÊ? PORQUE NA SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
PARA FRENTE OU PROGRESSIVA EU TRABALHO COM UMA FIGURA PECULIAR E QUE MEXE COM
TODO O MEU MODO DE PASSAR.
O QUE QUE EU ESTOU MARTELANDO COM VOCÊS A TEMPO? NASCE O DEVER DE PAGAR
TRIBUTO. A OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA SURGE COM A OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. NA
SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PROGRESSIVA, EU TENHO QUE TRABALHAR COM A FIGURA DO
FATO GERADOR PRESUMIDO. POR QUÊ? PORQUE EU VOU SUBSTITUIR ALGUÉM POR FATO QUE
AINDA NÃO OCORREU, MAS QUE PRESUMIDAMENTE IRÁ OCORRER. EX. INDÚSTRIA
AUTOMOBILISTA. A FÁBRICA GM, FIAT. TEM UMA REVENDA FIAT AQUI NO RIO DE JANEIRO,
ESTA REVENDA FIAT VAI LÁ EM BETIM, COMPRA DA FIAT 40 AUTOMÓVEIS. A LEI PEGA E FALA
ASSIM: O FISCO NÃO PRECISA FISCALIZAR A REVENDA NÃO. ELE VAI FISCALIZAR A FÁBRICA.
ENTÃO, FIAT VOCÊ VAI SUBSTITUIR AS SUAS REVENDEDORAS. ENTÃO, QUANDO A FIAT VENDE
PARA A SUA REVENDEDORA, ELA VAI FALAR ASSIM: SE O SUBSTITUTO É COMPRADOR, COMO É
O CASO DO … AO COMPRAR ELE DECOTA DO PREÇO. SE O SUBSTITUTO É VENDEDOR AO
VENDER ELE ACRESCENTA NO PREÇO. EX. A FIAT CHEGA E FALA ASSIM: REVENDA O FIAT UNO
CUSTA 20 MIL REAIS, QUE É O PREÇO QUE EU VOU VENDER, MAS A LEI DIZ QUE O IMPOSTO
DEVIDO NA HORA QUE VOCÊ FOR VENDER ESTE UNO PARA O SEU CLIENTE. QUEM TEM DE
PAGAR SOU EU. ENTÃO, É UMA SUBSITUIÇÃO PROGRESSIVA, ASSIM: DE UM FATO QUE IRÁ
OCORRER. ENTÃO, FALA ASSIM: EU ESTOU TE VENDENDO O CARRO POR VINTE, MAS EU VOU
TE COBRAR 21, PORQUE ESTE UM É O IMPOSTO QUE EU PAGAR EM SEU NOME NA CONDIÇÃO
DE SUBSTITUTO TRIBUTÁRIO. MAS QUE IMPOSTO? O DEVIDO DA OPERAÇÃO DE VENDA QUE
IRÁ OCORRER, QUE PRESUMIDAMENTE IRÁ OCORRER? É UMA PRESUNÇÃO LEGÍTIMA? É. SE EU
SOU REVENDEDOR DE AUTOMÓVEL, TENHO POR OBJETO VENDER AUTOMÓVEL DA FIAT, EU
VOU NA FIAT E COMPRO 40 AUTOMÓVEIS FIAT PARA LEVAR PARA A MINHA LOJA. QUAL QUE É
A PRESUNÇÃO DE QUANDO EU COMPRO ESSES 40 AUTOMÓVEIS? É QUE EU COMPREI ESSES
AUTOMÓVEIS PARA VENDER. ENTÃO, A PRESUNÇÃO DE QUE ESTA VENDA IRÁ OCORRER É UMA
PRESUNÇÃO RAZOÁVEL. MAS A DIFICULDADE É O SEGUINTE: POR QUANTO IRÁ OCORRER?
ENTÃO, A GRANDE DIFICULDADE, A PRINCIPAL DIFICULDADE, PORQUE A CONSTITUIÇÃO PREVÊ
NO ART. ??? SE A VENDA NÃO OCORRER, OU SEJA, SE A CARRETA TOMBAR, PEGAR FOGO E TAL,
TEM QUE RESTITUIR AO SUBSTITUÍDO IMEDIATAMENTE O DINHEIRO QUE ELE ADIANTOU.
EX. O CARRO PEGOU FOGO, NINGUÉM O COMPROU, MAS JÁ HOUVE O IMPOSTO ALI COBRADO
DA FÁBRICA DO REVENDEDOR, ESSE IMPOSTO DE UM CARRO QUE NÃO FOI VENDIDO FICA DE
CRÉDITO PARA A OPERAÇÃO SEGUINTE.
EX. REVENDEDORA: A MINHA CARRETA PEGOU FOGO COM TODOS OS CARROS, ENTÃO EU VIM
AQUI (NÁ FÁBRICA) ENCHER A CARRETA DE NOVO.
FÁBRICA: COMO VOCÊ ESTÁ ENCHENDO A CARRETA DE NOVO, AGORA EU NÃO VOU TE
COBRAR NADA ADIANTADO, PORQUE JÁ PAGOU NA VEZ PASSADA E NÃO VENDEU NADA.
ENTÃO, COMPENSA-SE. É UM MECANISMO DE COMPENSAÇÃO, SE O FATO GERADOR NÃO
OCORREU.
ENTÃO, ESTA FIGURA QUE GERA MUITA POLÊMICA. MAIS DIFÍCIL DO QUE TRABALHAR COM
FATO GERADOR PRESUMIDO. PORQUE ESTA PRESUNÇÃO NORMALMENTE SE CONCRETIZA, É
TRABALHAR COM A FIGURA DA BASE DE CÁLCULO PRESUMIDA. PORQUE A NOSSA ECONOMIA
NÃO É REGULADA. NÃO HÁ CONTROLE DE PREÇO. QUANDO VEIO A SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA
EM 1979 ERA REGULADA. ENTÃO, POR ISSO QUE NÃO TINHA MUITO PROBLEMA. O CARRO ERA
TABELADO. A SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA VEIO APENAS PARA OS PRODUTOS SEPAGOS. TINHA
UM CARIMBO “SE”. CONTROLE INTERMINISTERIAL DE PREÇOS. VOCÊ NÃO PODIA NOS ANOS
75, 76 ATÉ 87, 88. QUANDO CUSTA O CARRO 10 MIL REAIS. NA TABELA DO CONTROLE
INTERMINISTERIAL DE PREÇOS ESSE CARRO CUSTA 10 MIL, SE A REVENDA VENDESSE POR
9.900,00 ELA ERA MULTA, SE ELA VENDESSE POR 10.200,00 ELA ERA MULTADA. NÃO PODIA
DAR DESCONTO, NEM PODIA PRATICAR UM PREÇO MAIOR. ERA TABELAMENTO MESMO.
ENTÃO, ALI A BASE DE CÁLCULO PRESUMIDA NEM ERA PRESUMIDA. VOCÊ PRESUMIA SÓ A
VENDA. O VALOR JÁ ERA O DA TABELA. NÃO TINHA COMO MUDAR O VALOR DA TABELA. NA
HORA EM QUE A ECONOMIA FOI SE LIBERANDO, E QUE NÃO TEM MAIS TABELA DE PREÇOS.
MAS HÁ PREÇOS SUGERIDOS. MAS O MERCADO QUE REGULA. OH, A FÁBRICA ESTÁ MANDADO
VOCÊ VENDER POR 25 , MAS VOCÊ PODE VENDER POR 21, POR 22 OU VOCÊ PODE VENDER
POR 30. DEPENDE DO MERCADO, DEPENDE DO FREGUÊS. ENTÃO, AÍ A BASE DE CÁLCULO
PROSUMIDA FICOU MUITO MAIS INCERTA A SUA PRESUNÇÃO. É O QUE GERA MUITO
PROBLEMA, COMO VAMOS VER NA PRÓXIMA AULA.
10/SETEMBRO/2014
RIO, 10 DE SETEMBRO DE 2014
TRANSCRIÇÃO
DIREITO TRIBUTÁRIO
Como eu disse na aula passada, a substituição tributária que é uma técnica adotada no Brasil
desde o final dos anos 70 início dos anos 80. Ela trabalha com a figura do fato gerador
presumido e consequentemente da base de cálculo presumida. Quando ela veio no final da
década de 70 e início dos anos 80, ela não gerou maiores problemas, porque ela foi adotada
em setores de comércio que tinham os preços tabelados, basicamente: automóvel, bebida,
cigarro. Então, fala assim: uma distribuidora de cigarro comprava da Sousa Cruz para revender
e já se sabia por quanto ela iria revender. Não tinha maiores problemas. Com a liberação da
economia e também com o fenômeno da inflação alta, a substituição tributária começou a ser
muito questionada em juízo. E falavam assim: olha, primeiro é inconstitucional a substituição
tributária porque eu não posso pagar por fato gerador não ocorrido. Segundo, a base de
cálculo prevista nem sempre ou quase sempre é diferente da base de cálculo real. Como já
havia sido enraizado o procedimento, essa técnica da substituição tributária, foi feita uma
emenda para colocar na Constituição esse § 7º do artigo 150 para respaldar a substituição
tributária. No artigo 150, §7º diz que se o fato gerador presumido não ocorrer, aquilo que foi
pago deve ser restituído imediata e preferencialmente.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:
Então, o fato gerador presumido passou a ser contemplado na Constituição, a ter respaldo na
Constituição e a própria Constituição diz que se ele não vier a ocorrer, o que foi pago a título
de fato gerador presumido deve ser restituído imediata e preferencialmente. Essa restituição
não se dá por meio de dinheiro, mas por meio de crédito.
Exemplo: Vamos imaginar uma fábrica de automóvel, aqui é a sua revenda e aqui o
consumidor (o cliente da revenda). A fábrica vai vender o carro por 10 mil para a revenda e
presume-se que a revenda vai vender o carro por 15 mil para o consumidor. Como é que
funciona a substituição tributária. Pelo regime norma, vamos colocar a alíquota de 10%, a
fábrica venderia aqui por 10 mil. Isso aqui é o regime normal sem substituição tributária. A
fábrica paga 1.000, a revenda paga 500, o consumidor compra por 15 mil e vai está destacado
na nota 1.500. Como é que esse 1.500 é pago? 1.000 + 500. Esse é o regime normal, sem
substituição tributária.
Pelo regime de substituição, como que ocorre? A fábrica vende por 10 mil e cobra ao vender
para a revenda mais 500 reais da revenda. A revenda vai pagar 10.000 + 500. A fábrica vai
recolher para o fisco 1.000 + 500. A revenda vai recolher para o fisco 0 (zero). Por quê?
Porque ela foi substituída pela fábrica na obrigação de pagar os 500. Ao comprar o carro, ela
adianta os 500 para a fábrica. A fábrica ao recolher o imposto vai fazer uma nota fiscal que vai
falar assim: Fisco eu estou recolhendo 1.000 na condição de contribuinte e estou recolhendo
mais 500 na condição de substituta tributária.
A revenda na hora que vai emitir a nota para o consumidor. Vai falar assim: 15 mil reais e ICMS
1.500, com a observação assim: recolhido por substituição tributária.
Então, a revenda vai sempre quando comprar o produto que é objeto de substituição
tributária vai pagar o preço do produto e adiantar o valor do imposto que é previamente
calculado da seguinte forma.
Aí vamos imaginar, que a revenda comprou este carro por 10.000 pagou 10.000 + 500, o carro
pega fogo antes de chegar na revenda, está numa carreta que bate, tomba. O carro vira
sucata. Aí o que que acontece? A Constituição garante que esses 500 que ela adiantou sejam
restituídos imediata e preferencialmente.
Como que se dá esta substituição? Ela tem uma relação comercial contínua com a fábrica. No
mês seguinte ela vai lá comprar mais um carro de 10.000. A fábrica vai falar assim: compra o
carro de 10.000 e esses 500 que você tem de me dar, você está dispensada de dá, porque você
vai ter o crédito dos 500 que você pagou mês passado e o fato gerador não ocorreu. Ela vai ao
invés de fazer um cheque de 500 reais, vai emitir uma nota de crédito para a fábrica pagando
aqueles 500 que ela deveria adianta, mas que ela fez no mês passado, e o fato gerador não
ocorreu, então ela ficou com o crédito. Isto está garantido na Constituição, tanto a
possibilidade desse fato gerador presumido ocorrer, bem como a imediata e preferencial
restituição. Onde que pega a questão da substituição tributária. Não é quando o fato gerador
não ocorre, é quando o fato gerador ocorre por um valor menor do que aquele previsto na
legislação.
Ou seja, vamos imaginar. A grande dificuldade da substituição está nisto aqui oh. Presume-se
que vai ser vendido por 15, esta aqui revenda, ao pagar a fábrica paga 10.000 + 500, só que na
hora de vender, ela comprou por 10.000 e vai vender por 12.000, só que se ela vai vender por
12.000, o ICMS devido por esta venda seria 200.
1.200 de débito, 1.000 crédito. 1.200 – 1.000 = 200. E ela adiantou 500 e a fábrica pagou em
nome dela 500. Só que ela vendeu por apenas 12.000, então deveria ter pago 200. Neste caso,
a jurisprudência do Supremo tem dito até agora que infelizmente a revenda fica no prejuízo,
sobre o argumento que a base de cálculo presumida, até para o sistema de substituição
tributária funcionar. Que a base de cálculo presumida é presunção absoluta. Não é presunção
relativa.
Então, se há uma presunção de que fosse vendido o automóvel por 15.000, paga-se os 500. Se
o automóvel foi vendido por 12.000 azar do revendedor. Se o automóvel foi vendido por
18.000 azar do fisco.
Ou seja, a base de cálculo é definitiva. Porque se fosse revendido por 18.000 ele deveria pagar
800 e não 500 como pagou. Já se fosse revendido por 12.000 ele deveria pagar 200 e não 500
como pagou. Em qualquer das hipótese a base de cálculo é definitiva. Ele não tem que
complementar se pagou a menos e nem pode pedir a restituição se pagou a mais. Esta é a
atual jurisprudência do Supremo.
Como isso é uma decisão do Supremo, que não é absolutamente definitiva, porque há uma
ADIN ainda para ser julgada tratando deste assunto. Esta ADIN ficou com pedido de vista para
o Ministro Carlos Brito uns 10 anos, ele se aposentou e não julgou. Nem sei com quem está
esta ADIN hoje.
Mas as decisões que não são vinculantes, nem são proferidas no bojo de controle
concentrado. As decisões existentes até hoje tratam como definitiva esta base de cálculo.
Aliás, foi requerido ontem um decisão importante. É a causa, é a tese de maior valor envolvido
no Poder Judiciário brasileiro. É a que discute, nem expurgo de poupança, essas brigas de
aplicadores de cadernetas de poupanças com os bancos, nem chega perto do que está se … é a
exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS, questão que está no Supremo.
Ontem o Ministro Marco Aurélio fez um ofício ao Presidente do Supremo para que se
colocasse em pauta esta questão. Há um recurso extraordinário e há um Ação Declaratória de
Constitucionalidade sobre esta matéria que está tramitando no Supremo.
A advogada do Recurso Extraordinário que eu conheço, Cristiane Romano, ela fez uma petição
que sensibilizou o Marco Aurélio. Ministro eu despachei este caso para o Senhor e estava
grávida e estou fazendo o apelo para que volte a julgamento, porque hoje aquele bebê que
estava na minha barriga, hoje completou quinze anos de vida. E o caso que eu despachei já em
sede de Recurso Extraordinário e o caso não saiu do lugar.
Ás vezes eu fico vendo assim se noticiando: o fulano ganhou 10 milhões de honorários sobre
uma causa. É um absurdo, o cara ganha 10 milhões, e o juiz ganha 20 mil por mês. Essa menina
se ganhasse 10 milhões por esta causa merece. Esse caso tem 20 anos, divide isso pelo número
de meses. Ela não vai ganhar 10 milhões nunca, vai ganhar 1 milhão. Pode ser que ganhe 2
milhões no máximo. Mas assim, divide por 200 meses. Não é brincadeira não. E assim? E se
perder? Trabalhei 20 anos no caso. Ganhou o caso? Não. Então, quanto que você ganhou de
honorários? Nada. Este caso, por exemplo, eu acho que ela vai perder. Não vai ser excluído o
ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS.
Eu sou advogado de contribuinte, então sempre fico abismado com esses argumentos da
Receita Federal de que isto se ganhar quebra o país. Neste caso, quebra. Isto eu posso falar,
porque isto faz uma confusão não só no que se refere ao volume de dinheiro envolvido, mas à
sistemática. Tem 40 anos que funciona assim, o ICMS sempre na base de cálculo do PIS e da
COFINS. Se você excluir, aí fala assim: eu vou excluir o ISS. É assim, numa decisão o Supremo
fazer uma reforma tributária radical, que nunca se fez no país. Sem tempo de transição, assim,
vira uma balburdia, uma confusão que eu acho que não vai ocorrer. Mas está lá.
E as discussões voltam. A substituição tributária para frente. Em 2000 a minha tese de
doutorado era base de cálculo presumida. Porque eu defendo que possa ser a base de cálculo
presumido no caso de substituição tributária ela jamais pode ser absoluta, ela tem de ser
relativa. Porque não é uma opção do contribuinte. Presunção absoluta em matéria tributária
só se for uma opção do contribuinte. Você quer pagar imposto de renda com base no lucro
presumido ou com base no lucro real. Você tem a opção, eu prefiro pagar com base no lucro
real, não eu prefiro pagar com base no lucro presumido. Então, pague. Aí ela é definitiva.
Para fins de lucro presumido, considera-se lucro 25% da sua receita. Você combinou antes. Isto
está bom para você, se você ganhar 10 mil, 2.500 é lucro, 7.500 é despesa. Vamos combinar
isso para o ano de 2014? vamos. Ali é presumido, acabou.
O que que é presunção absoluta? Ela dispensa prova em contrário. Se eu fiz esse trato com
você, não adianta você me fala assim: Oh, esse mês o meu lucro foi só 20%, não foi 25%. Ou,
não adianta o Fisco ir lá e falar assim: não esse mês o seu lucro foi 35% não foi 25%. Não! Fez-
se um acordo. Nós acertamos para 2014 que a margem de lucro presumido é 25%. ok. Ah, não
quero! Então está bom, a partir de 2015 vai para o lucro real e apura a base de cálculo real.
Na substituição tributária não se dá a opção para a revenda assim: você quer pagar ICMS do
regime norma? Você vê lá por quanto que você comprou, vê certinho por quanto você vendeu,
diminui um do outro e paga. Pode? Não! Vai ter que ser presumido. Ao comprar da fábrica, já
vai ter um valor presumido de venda e você já vai ter que adiantar. Se é assim, eu tenho o
direito de fazer a prova em contrário. Ah, tudo bem. Vocês falaram que eu ia vender por 15, eu
vendi por 13.
20:37
Eu adiantei 500, sendo que se fosse pelo regime normal eu deveria pagar 300. Eu adiantei 500,
vendi por 12, pelo regime normal eu deveria pagar 200. Por que que eu estou pagando a mais?
Em 2000, há um tendência no Supremo, a ADIN tal …. Mas até hoje ainda não foi julgada. Faz
14 anos, eu faço referência a essa ADIN.
Então, é de desanimar. Para quem está assim na luta do dia a dia é muito tempo. Porque as
vezes não se resolve, saber se leasing, arrendamento mercantil paga ISS ou não paga ISS. Está
se discutindo a 20 anos, e agora houve uma decisão do Supremo. Em 2012, o Eros Grau decidiu
que leasing paga ISS. Ficava aquela discussão: se é obrigação de dar ou obrigação de fazer. Aí
se decidiu que o contrato de arrendamento mercantil não é só uma obrigação de dar, também
é uma obrigação de fazer, a pessoa está ali, tem que ver a ficha cadastral, tem de pesquisar se
a pessoa tem crédito, restrição de crédito. Arrumaram um argumentos lá para falar deve
leasing. Aí o Supremo decidiu que arrendamento mercantil deve pagar leasing. Aí volta a
questão para o STJ e o STJ diz é mesmo tem. Mas tem de pagar a quem?
Ex. eu compro um carro no Rio de Janeiro e faço um leasing no Bradesco em Osasco. Eu pago
ao Rio de Janeiro ou a Osasco? Não se sabe. Ah isso o Supremo não respondeu não. Volta para
o Supremo e verifica que isso não é problema constitucional, mas sim de lei. Então, volta para
o STJ, volta tudo de novo. Porque não adianta. O que que acontece?
Nesse caso específico, o que foi ao Supremo como arguição de inconstitucionalidade era uma
empresa de arrendamento mercantil, uma financeira e o Município de Tubarão. Aí, o Supremo
pegou e falou assim: tem ISS sim, arrendamento mercantil tem. Voltou para o STJ, o STJ falou
assim: tem ISS, mas não é devido ao Município de Tubarão. Aí o Município de Tubarão perdeu
essa causa. Porque a financeira está sediada em Baurueri. Então, o Município fala assim: Mas
tem um estabelecimento dela dentro da revenda. Qual que é o estabelecimento dela? Uma
mesa. Você que já comprou carro já passou por isso, te perguntam se você quer financiar o
carro. Aquela moça que está atrás da mesa ali é o banco. E você está financiando. A moça não
vai explicar assim: isso é um arrendamento mercantil. Não vai não. Ela vai chegar lá e falar
assim tem uma taxa aqui que está 0,59 ao mês. Você diz: está ótimo e resolve fazer. Ali muitas
vezes é um arrendamento mercantil. Tem uma opção de compra ao final, pelo valor residual e
você nem sabe que isso existe. Ela só vai te dizer que a última parcela vai ser um pouquinho
mais cara. E você diz: Está bom.
Ela não vai te explicar assim: é um contrato de arrendamento mercantil, a última parcela é
opção de compra. Ela só vai te dizer que a última parcela será um pouquinho mais cara.
E o leasing internacional? Esse eu posso afirmar. Se falar que incide ICMS ou ISS nas operações
de leasing internacional: a TAM comprando um boeing. Até hoje não se sabe se paga ICMS ou
não na vinda desse boeing para cá.
Qual que é a dificuldade? Ela não compra, ela arrenda. E na hora que esse boeing fica por 10
ou 15 mil, ela devolve e paga outro novo e vai fazendo assim: aí ela não paga um boeing. Toda
empresa de companhia aérea ela nasce para morrer. Você já ouviu falar em VARIG, você já
ouviu falar em TRANSBRASIL, VASP, PANÉ, RIO SUL, NORDESTE VIAS ÁREAS? Todas quebraram.
A GOL vai quebrar, a TAM vai quebrar. Sabe porquê? O negócio é ruim, a dívida é inviável. Um
boeing custa 200 milhões de dólares. Então uma empresa desta ela já nasce devendo bilhões.
Porque não existe este dinheiro. Aí você fala assim: a TAM tem 120 boeings. Ela não tem, pois
deve os 120. E por mais que você fala assim: a passagem aérea seja 300, 400, 500. E se tiver
ocupada 100% não paga. Então, vai enrolando aqui, vai enrolando, enrolando.. 15 anos, 20
anos e quebra. Aí vem outra. O mercado é para isso mesmo. Faça um histórico para verificar.
No mundo todas quebram.
Aí vem o Governo e fala ah AIR FRANCE é um orgulho para a França. Aí Governo põe 10
milhões na AIR FRANCE para não deixar quebrar. É assim.
A TAM estava quebrada, aí entrou a LAN, agora se chama LANTAM. Mas uma hora as duas vão
para o brejo.
Nunca ninguém tinha ouvido falar de AZUL, agora você chega no Santos Dumont e está cheio
de AZUL. Aí você que a AZUL já ficou a maior. A maior é a mais endividada. Então, um doido
fala assim: você ficar devendo quinze bilhões? Quero. Então, toma essa companhia aérea.
Quer dever 50 bilhões. Então, você vai ter duas companhias aéreas.
Então, não tem como fazer incidir ICMS nessas operações, porque o cara não está comprando,
ele está alugando. O supremo ainda não decidiu isso.
Se o Supremo decidir que incide ICMS ele quebra de uma vez tudo. Não haverá nem essa
sobrevida.
Companhia aérea e empresa de eletrodomésticas são feitas para quebrar. Já ouvir falar em
MESBLA? Em ARAPUÃ? Quebraram. Porque ele compra a televisão por 1.000, vende em 10
prestação de 99, não tem jeito de dar certo. Mas ele compra a prazo, em saldão o volume de
dinheiro é muito grande. Então, entra no REFIS, vai administrando, anistia do Estado. Uma
hora troca de nome. São duas coisas que não tem tradição. Aquela coisa de menino, eu lembro
que quando era menino aqui tinha uma loja de eletrodomésticos. Já mudou de nome. Não há
essa hipótese.
O sistema tributário desse negócio não funciona. Revenda de automóveis, revenda de bebidas
quebravam por causa daquilo ali. Eu advoguei para distribuidoras de automóveis. Quando isto
aqui começou a ficar muito grave, a presunção era fora da realidade. Falava assim: você vai
vender por 20 mas só conseguia vender por 15, as empresas começaram a entrar na justiça e
ganharam liminar. A fábrica chamava e falava: desiste da ação se não eu vou te descredenciar.
Por quê? A fábrica não ganhava dinheiro no lucro da venda do carro não. Ela ganhava dinheiro
como o que ela ganhava na aplicação dessa antecipação. O cara ia lá comprar o carro por 10
mil, você falava assim: me dá 10 mil mais 500, que é o ICMS que você vai pagar em meu nome.
A fábrica recebia o dinheiro hoje e repassava para o fisco daqui a 90 dias, então ela aplicava
esse dinheiro por três meses.
Então, o grande negócio da fábrica era trabalhar com o dinheiro da substituição tributária. Isso
passou a ser. Podem fazer a pesquisa, início dos anos 90, se você pegar um estado igual Minas,
tinham assim: 250 revendas VOLKSWAGEM, hoje deve ter 30. Só as grandes sobreviveram.
Então, cidades pequenas que tinham revendas com 6 carros, 10 carros. Hoje não tem mais.
Não tem revenda que venda menos de 200 automóveis.
Então, antigamente você tinha revenda em Uberaba e em várias cidades pequenas próximas.
Hoje tem revenda em Uberaba, que atende uma região. Quem mora em Sacramento, ele não
compra um carro zero em Sacramento, ele vai lá em Uberaba comprar.
A mesma coisa distribuidora de bebida. Quase todas acabaram, por conta de substituição
tributária. E também por conta da dificuldade da própria distribuição. O caminhão da
Antarctica, o caminhão da Brahma. Hoje é cada vez mais raro. Hoje a própria fábrica entrega
direto e nós. Antigamente, liga lá paro zézinho da Brahma e manda ele trazer uma caixa aqui
para o final de semana. Isso não existe mais. Você vai ao supermercado. Ninguém vai mais a
uma distribuidora de bebidas. Vai ao supermercado onde tem todas as bebidas que você quer.
É uma etapa e menos. Mas isso tudo mudou muito em função da substituição tributária.
Tudo isso para mostrar o quanto pode interferir no negócio esta sistemática de tributação.
Como isso pode interferir. E aqui há uma grande dificuldade.
Como a base de cálculo hoje é definitiva. Esta é a orientação do Supremo. A base de cálculo é
definitiva. O que se faz, os setores submetidos a substituição tributária negociam o máximo
que pode essa base de cálculo presumida com o Governo.
Tem um negócio chamado, não sei se vocês já ouviram falar: MVA. É a margem de valor
agregado. Que é o critério para se chegar na base de cálculo presumida. Cada setor tem um
MVA, que hoje dependendo do nível de discussão, de debate, se aproxima bastante da
realidade.
Que ver um regime que é 100% substituição tributária? É essa venda porta a porta de
cosmético. A vendedora da Avon, da Natura, elas não pagam imposto. Quem paga imposto é a
fábrica, é a Natura, a Avon, a Aqua di Fiori, etc. Elas que pagam por substituição tributária. Aí
se discute muito por quanto ela está comprando e por quanto ela está vendendo. Neste setor
há uma distorção. Qual que é a distorção? Quem mais compra produto Avon? A vendedora.
Então, há um exército de gente vendendo este produto. Mas o freguês mais cativo é a própria
vendedora. E parte da remuneração dela vem de um produto para ela e para o familiares.
Então, se ela própria consume, não tem margem de valor agregado. Porque não há presunção
de venda. Quem compra é ela mesma. Isso é estudo científico.
A AVON tem 100 mil vendedoras, as 100 mil são principais clientes da AVON. É uma técnica
dessas empresas assim: quanto mais vendedoras ela credencia, ela já tem ali uma freguesa
cativa. Porque ela vai comprar 10 produtos e fica com dois. É o maior cliente é o próprio
vendedor credenciado. Aí dá uma distorção na substituição tributária. Porque ela não está
substituindo ninguém. Ela é a própria compradora.
Então, isso, cada setor tem as suas distorções. A maior substituta tributária do Brasil é a
Petrobrás. Tudo que sai da refinaria já está com o imposto pago até chegar na bomba de
gasolina. Ela substitui a IPIRANGA, a SHELL, a ESSO, a SHEVROM, substitui a Rede de Postos de
gasolina, substitui tudo no ICMS, no PIS e na COFINS.
Aí, o que acontece? Eu substituo. Mas só que uma operação interestadual de combustível tem
uma unidade. Aí a IPIRANGA vai lá e compra da PETROBRÁS e parte daquele combustível vai
para outro estado. Ela já foi substituída na presunção de uma operação tributada, que deixou
de ser que é uma operação interestadual. Aí ela chega lá na Petrobras e fala assim: oh, eu
paguei aqui, mas tenho um crédito. Porque uma quantidade de combustível eu mandei para o
Paraná. Ai, a Petrobras tem um programa de computador próprio para essas gamas de
compensações e restituição. Que deve trabalhar só nisso em torno de 1.500 pessoas. Só para
verificar substituição tributária.
Agora vocês imaginam o poder do Chefe desse setor, que um carimbo dele é assim, ele faz
carimbo o dia inteiro: restitui um milhão para a SHEFROM, aqui não, está pedindo 4 milhões,
mas é só dois milhões...
Quanto que a Petrobras fatura? 40 bilhões. Tudo é substituição tribuária. Então, tem um cara
lá que ninguém sabe quem é, não tem cargo de Diretor, deve ser Gerente de não sei o que,
mas um carimbo desse cara vale muitos bilhões por ano. Você vê a complexidade do sistema. É
um negócio louco.
17/SETEMBRO/2014
RIO, 17 DE SETEMBRO DE 2014
TRIBUTÁRIO
MANEIRA
Relembrando, nós vimos na aula passada a figura do substituto tributário. Então, nós vimos
que no polo passivo da obrigação tributária. O Código Tributário fala no contribuinte e no
responsável, o CTN é 1966, nesta época não havia a figura do substituto tributário, que veio no
final da década de 70, começo da década de 80 e que hoje tem cada vez mais importância.
O contribuinte é aquele que realiza o fato gerador. É o protagonista do fato, é aquele que você
ao ler, a hipótese de incidência do tributo, é a hipótese que já revela quem é o contribuinte.
Ser proprietário, quem é o contribuinte? É o proprietário.
O responsável é uma terceira pessoa escolhida pela lei para pagar o tributo de fato gerador
praticado por outro. Mas o responsável está numa relação de sujeição passiva indireta. Ele só
entra quando o contribuinte não consegue pagar. Então, por isso que se fala em sujeição
passiva indireta.
O substituto não. Ele é uma terceira pessoa que está numa relação de sujeição passiva direta,
porque ele nem se dá a oportunidade do contribuinte pagar. O contribuinte já é
imediatamente substituído pelo substituto tributário. E nós vimos aqui os mecanismos de que
o substituto se vale para ser ressarcido financeiramente dessa substituição.
Então, a Volkswagen fala quem vai pagar o imposto devido pela Recreio sou eu. Quando a
Recreio vier comprar o carro de mim, que custa 30 mil reais, eu vou fazer a conta de quanto de
imposto que ela deveria pagar na venda desse carro e já vou cobrar. Então, este carro custa
30.000 e eu vou cobrar da Recreio 31.500, 30.000 pelo carro e 1.500 pelo imposto que eu vou
pagar no nome dela.
Só relembrando...
Um carro de 50.000 reais eu vou por uma alíquota de 10.000, numa operação normal como é
que funciona?
A Fábrica vendeu para a revenda por 50.000 e a revenda vai vender este carro para o
consumidor por 60.000.
Sem substituição tributária como é que é? A fábrica vendeu por 50.000, débito de 5.000, pago
os 5.000. A revenda compra por 50.000 tenho um crédito de 5.000, isso aqui é não
cumulatividade, crédito de 5.000, débito de 6.000, vai pagar 1.000. E o consumidor na nota
fiscal lá vai tá 60.000 reais, 6.000 de imposto. Esta é uma operação normal. Em que este é
contribuinte em 5.000 e este é contribuinte em 1.000 (revenda).
Qual que é o fato gerador? A venda aqui, da revenda ao consumidor gerou um imposto de
1.000 e a da fábrica para a revenda gerou um imposto de 5.000. Obviamente que a fábrica não
pagar estes 5.000, porque ela vai ter créditos para trás, de peças, de motor, de tintas, que vão
compensar nesse débito aqui de 5.000.
Numa operação normal funciona assim: substituição tributária. A lei diz fábrica você é
substituta da revenda numa operação de venda de veículos. Então, a fábrica fala assim:
revenda estou te vendendo um carro por 50.000, você por favor me pague 50.000 + 1.000. Eu
vou receber 51.000, porque eu vou pagar ao fisco 5.000 na condição de contribuinte e vou
pagar 1.000 na condição de substituto tributário. Eu vou te substituir no dever de pagar este
tributo. A lei em momento algum cobra da revenda estes mil. Ela não fala assim: fábrica você
vai pagar os 1.000 devidos na hipótese da revenda não pagar. Não, ela já cobra assim: fábrica,
o imposto devido pela revenda, você já tem de pagar. Então, ela já sabe disso de antemão. Ela
se protege financeiramente acrescentando no preço do produto o imposto que ela vai pagar
na condição de substituta tributário, não na condição de contribuinte.
Então, esta é a figura do substituto tributário, que nós vimos que gera problema, porque
trabalha com duas presunções. A presunção do próprio fato gerador, a presunção de que esta
venda aqui irá ocorrer. Essa presunção ocorre aqui. Quando a revenda compra da fábrica e ela
cobra esses 1.000, ela cobra por conta de uma presunção de que haverá uma operação
seguinte, que vai gerar a obrigação de pagar o tributo, que é a revenda para o consumidor
final. Esta é uma presunção legítima, pois se eu tenho por objeto vender automóveis
volskwagen e vou na volsk comprar automóveis presume-se que seja para cumprir com o meu
objeto que é vender automóveis. Esta é uma presunção legítima, mas que esbarra numa
dificuldade real que se o fato gerador é presumido, a base de cálculo também é. Eu tenho que
presumir por quanto que eu vou vender. E muitas vezes os critérios dessa base de cálculo
presumida fogem realidades o que pode gerar distorção. Se eu vendo por 55 e pago imposto
como se tivesse vendido por 60, eu paguei mais imposto do que deveria ter pago.
O substituto – o contribuinte realiza o fato gerador, a lei determina que o substituto paga. Não
é assim na impossibilidade, não.
E por que que tem essa substituição tributária? Por uma simples questão de praticidade. Por
uma questão de facilitar a vida do Fisco. É mais fácil fiscalizar três fábricas de automóveis, do
que umas trezentas revendas de carro. É mais fácil fiscalizar três fábricas de cigarro, do que um
milhão de pontos de venda de cigarro. É mais fácil fiscalizar a Petrobrás do que todos os postos
de gasolina que vende combustível. Então, por conta disso se estruturou um grande
mecanismo de substituição tributária para concentrar na indústria, na fábrica a fiscalização de
todas as etapas seguintes de alguns produtos: combustível, automóvel, remédio, cosmético. A
vendedora da AVON na hora que sai de casa com o catálogo dela, aquele imposto já está pago.
Em razão da venda daquele produto por substituição tributária.
A substituição tributária foi uma reivindicação do próprio setor produtivo, para evitar
concorrência desleal. Para evitar que aquele que está lá na ponta, sonegasse e assim pudesse
vender mais barato.
Na medida em que esta base de cálculo presumida gera distorções, isto prejudica o setor em
que esta base de cálculo está superestimada, mas o mecanismo é inteligente. Você fica livre de
fiscal na sua casa, cobra-se lá na fábrica, lá na indústria e você já sabe que quanto você está
devendo aquele imposto já está pago.
Se vocês tiverem curiosidade, vocês vão comprar um automóvel, vejam a nota fiscal que vai
está lá destacado o valor do imposto e uma observação recolhido por substituição tributária,
nos termos do artigo tal, do regulamento de ICMS, etc.
Então, alguns setores, e aí sim dificulta muito a sonegação fiscal. Se vocês pegarem alguns
setores clássicos, onde se diz que há sonegação. Ex. Setor de confecção, indústria de roupas.
Não tem substituição tributária nesse setor. Também não tem substituição tributária no setor
de frigorífico.
É difícil a substituição tributária nas operações que você vende, o produtor rural vende o gado
para o frigorífico, o frigorífico vende por açougue, é um setor sensível a sonegação fiscal. Na
nota fiscal você não tem número de fabricação por boi. Então, é assim: 20 bois, vai e volta. Há
uma possibilidade de sonegação, em que setor mais sofisticado que adota a substituição
tributária a possibilidade de sonegação vai ser menor.
Bom, estas são as três figuras possíveis do polo passivo: o contribuinte, o responsável e o
substituto tributário.
O que é importante e que muitas vezes a doutrina e os julgadores se equivocam. Não se colaca
ninguém no polo passivo pela solidariedade. Então, o cara fala assim: por que que você está
pagando este tributo? Solidariedade. Como se fosse uma espécie de sujeito passivo, não. Você
já está lá no polo passivo. Porque é contribuinte, porque é responsável ou porque é substituto.
Mas a sua obrigação no polo passivo pode ser subsidiária ou de solidariedade ou pessoal ou
exclusiva. Então, a regra de solidariedade é para saber assim: você está no polo passivo, mas
qual que é a sua relação com aquela dívida? É de subsidiariedade, de solidariedade ou é
exclusiva sua. Então, a solidariedade é para tratar disso.
O que diz o código? São solidariamente responsáveis a pessoas que tem interesse comum na
situação que constitua o fato gerador da obrigação principal.
Ex. eu sou condômino de um imóvel. Eu sou proprietário de um imóvel com mais três pessoas.
Nós temos uma relação de solidariedade em relação ao IPTU. Isso que dizer o seguinte: somos
dois irmãos proprietários de um apartamento herdado. A Prefeitura pode cobrar o imposto de
qualquer um, não há preferência de ordem. A Prefeitura não é obrigada a falar assim: eu vou
cobrar 33% do imposto de você, porque você tem 33% do imóvel, não.
Nós temos interesse comum na situação que constituiu o fato gerador e estamos numa
relação de solidariedade. Solidariedade é isso. Não comporta benefício de ordem. Não cobra-
se primeiro de um para depois cobrar de outro. Não, nós somos solidários pela totalidade da
dívida. Primeiro quem tem situação comum, quem tem interesse comum naquela situação que
gera o fato de pagar tributo. E aqueles expressamente determinados por lei.
Mas estes expressamente determinados por lei que as vezes gera muito contencioso. Você não
pode pegar um terceiro aleatório e falar assim: a lei vai designar o Zé da Siva para ser solidário
naquela dívida. Não, ele não entra no polo por solidariedade, a lei vai regular a relação de
entre as pessoas que estão no polo passivo.
Então, fala assim: deixa eu ver quem está no polo passivo. Tem o contribuinte, se ele não
pagar quem é o possível responsável? Fulano, Beltrano e Ciclano. Este responsável vai estar
solidário com o contribuinte ou não? A Relação dele é de subsidiariedade? É de solidariedade?
É de responsabilidade exclusiva? Se ele agiu com excesso de poderes contra a lei, o
responsável passa a ser responsável integralmente. Se ele agiu apenas com negligência, é o pai
que não cuidou do filho menor pagar o imposto. Ex. O pai da Stphe Graff foi preso. A Stphe
Graff ganhou 22 grandes lances no tênis. Ela antes dos 18 anos já tinha ganhado mais de 22
milhões de dólares em prêmios. E ela sabia que tinha de pagar imposto? Ela sabia jogar tênis,
mas não sabia que tinha de pagar imposto para a Alemanha. E isso levou o pai dela para a
cadeia.
26:31
Assim: você está pagando por quê? Por solidariedade. Não, você antes é ou contribuinte,
porque tem interesse comum com outra pessoa, ou você é responsável, responsável por
sucessão ou transferência. E aí dependendo do tipo de responsabilidade, vai depender se você
tem uma responsabilidade subsidiária ou solidária, quem vai determinar esse grau de
responsabilidade é a lei. E isso é importante, porque você não pode. Porque as vezes eles
pegam responsabilidades assim, esdrúxulas. Porque não tem nada a ver e colocam lá como
solidariedade para justificar. Mas esta solidariedade, eu primeiro tenho que perguntar assim:
essa cara é responsável para se tornar solidário? Essa cara é contribuinte. Se ele não se
enquadrar no conceito de contribuinte ou de responsável não há que se falar em
solidariedade, porque a solidariedade é entre aqueles que já estão no polo passivo. Pode ter
solidariedade entre contribuintes, entre responsáveis, entre contribuintes e responsável e
pode ter solidariedade inclusive entre substituto e substituído. Quando neste caso a revenda
prova ao fisco que ela repassou a fábrica os 1.000 reais que a fábrica deveria recolher em seu
nome, não há que se falar em solidariedade, ela se livrou de qualquer compromisso com o
fisco, no momento em que nos termos da lei adiantou para fábrica os 1.000 reais que a fábrica
vai recolher em seu nome. Mas quando ela não consegue fazer esta prova, o Fisco vai no
substituto tributário, vai na fábrica pega e fala assim: cade os 1.000 que você não recolheu
para a revenda. Aí você pega e fala assim: realmente eu não recolhi. A revenda está em
solidariedade com o substituto tributário. A não ser que a revenda fale assim: ele não recolheu
porque não quis. Está aqui o dia que eu repassei e o documento que prova que eu repassei os
1.000 reais.
É a mesma coisa a retenção na fonte. O empregado se ele sabe que tem a retenção na fonte,
jamais aquele imposto vai poder ser cobrado dele se o empregador já reteve na fonte. Aquele
imposto já não pode ser cobrado do empregado. É responsabilidade exclusiva de quem reteve
na fonte. Aí há até crime de apropriação indébita. Ele pegou parte do salário a título de
retenção e não recolheu. Não há solidariedade entre o empregado e o empregado. Mas se o
cara fala assim: não descontou na fonte e o empregado nem viu, nem percebeu que não foi
descontado. Vai responder solidariamente.
Ex. um empregado da Vale do Rio Doce, salário de 10 mil reais, a Vale chega lá e me paga os 10
mil limpinho (sem descontar o imposto de renda). Eu vou bater lá e falar assim: Vale, você não
esqueceu de reter na fonte.
Se o empregado receber com o desconto de imposto de renda, ele não tem responsabilidade
nenhuma, mas se ele receber sem o desconto ele vai ter de informar para que seja efetuado o
desconto. Se não o empregado vai ter que recolher por conta própria.
Ex. O Fisco eu ganho 10 mil, deveria ter uma retenção na fonte de 2.500, o meu patrão não fez.
Então, eu estou fazendo. Eu não posso falar assim: ah, já que o meu patrão não fez, eu
também não vou fazer isso. Não pode. A solidariedade é porque na declaração de rendimentos
ele vai informar lá: paguei ao Fulano 100.000 reais no ano e adiantei a título de retenção
10.000. aí eu contribuinte vou fazer o cálculo, eu em 100.000 devo pagar 12.000, mas como já
se pagou 10.000 eu devo 2.000. Agora eu contribuinte devo pagar 12.000, como ele não
adiantou os 10.000, mas não era eu quem devia ter adiantado, eu vou continuar pagando os
mesmos dois? Isso não faz sentido, há uma solidariedade ali, de que os dois são responsáveis.
Professor: Neste caso não. Na retenção na fonte não é nem uma coisa nem outra. Ele está
cumprindo um dever instrumental, ele é o longa manus. Ele não é nem responsável, nem nada.
Ele tem um dever por lei de reter na fonte, mas ele não chega a ser responsabilidade nem
substituição. Essa retenção na fonte é uma figura peculiar. Porque ele tem uma função
instrumental de reter na fonte.
Sabe o que que tem de injusto nisso aí. Eu já vi pessoas ir na justiça em relação a questão do
fundo de garantia. Quando o empregador não recolhe o fundo de garantia e o empregado
acha que ele tem o fundo de garantia. A pessoa trabalha na firma 20, 30 anos e quando vai
sacar o FGTS não tem nada. Para ver se não houve, é a maior dificuldade da pessoa receber do
fundo aquilo que não foi recolhido pelo empregador.
Comentários de alunos.
E contribuição, eu já vi o INSS negar aposentadoria para o cara que trabalhou anos. Isso é uma
maldade. Retenção na fonte da contribuição previdenciária. Aí o INSS diz assim: corra atrás da
empresa, eu não tenho nada a ver com isso. Aí é extremamente injusto. O INSS se recusa, aí é
só no Judiciário.
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA
Aqui, este artigo 126 é o que leva a confusão de as vezes se falar que você pode tributar atos
ilícitos. Eu estou cansado de falar o seguinte: o ilícito não gera tributo nenhum, o Estado não
pode ser sócio da bandidagem. O Estado não pode levar partido e ganhar com o crime. O que
há é, o que é o fruto do crime, da ilicitude, não pode ser objeto de tributação, é objeto de
confisco. Você não faz conta, chega lá eu estouro ali um depósito e tem 10 milhões
empacotado, então eu pergunto, meu filho de que que é isso aqui? É venda de cocaína. É
cocaína, então vamos fazer aqui. Vou lavrar um auto de infração: quantos quilos de cocaína
você vendeu? 100. Comprou por quanto? Comprei por 20 e vendi por 100. Então, o seu lucro
foi 80. 80 – alíquota de 27,5% + multa de 150. Então, desses dez milhões aqui você vai me
pagar 5.000 e ficar com 5.000. Isso não existe. Pois se isso aqui é venda de cocaína, tem que
haver o confisco, é perdimento, você não tem direito a nada.
Se pudesse tributar crime, não precisa de lavagem de dinheiro, de empresa de faixada. Não
precisa dessas churrascarias de beira de estrada que vende uma picanha a cada mês e tem o
resultado melhor do que o porcão. Aquilo é uma faixada de um negócio ilícito.
Então, qual é o limite? Você não tributa venda de cocaína nem de AR15. Mas você tributa a
venda de arroz ou de feijão, mesmo que praticada por alguém que não tenha registro na Junta
Comercial.
Ou por alguém que tenha sido decretada a sua falência, e na condição de falido não pode
praticar atos de comércio por 5 anos. Essa, há um ilicitude aqui, há. Mas que não entra no
âmago do fato gerador. Vender arroz não é ato ilícito. Há uma ilicitude, porque quem está
vendendo arroz é quem não pode. É uma empresa que está numa situação irregular. A
capacidade tributária independe da capacidade civil. É o que eu disse aqui, uma menina, um
fenômeno de 15 anos, ganha um torneio de tênis, teve um prêmio de 1 milhão de dólares, ela
é contribuinte do imposto de renda. Mesmo que pela legislação civil ela não seja capaz. Então,
é neste sentido que pode se falar em tributação.
A mesma coisa é o seguinte. Há uma incompreensão e muita gente escreve bobagem neste
aspecto. Ex. Quando havia CPMF, esta era a tributação do dinheiro movimento no ambiente
bancário, gerava a CPMF, gerava. A movimentação do dinheiro em ambiente bancário é fato
lícito. Aí sim, se a origem daquele dinheiro é lícita ou não é lícita. Aquele dinheiro que está
circulando do Bradesco para o Itaú e para do Santander, ele está sofrendo a incidência da
CPMF, sendo dinheiro lícito ou não. Mas o fato é lícito: movimentação financeira no ambiente
bancário. Agora, se eu descobrir que aquele dinheiro que está sendo movimentado num
ambiente bancário decorre de uma operação ilícita, de um negócio ilícito. O que eu vou fazer
com aquele dinheiro? Eu vou fazer busca e apreensão, eu vou confiscar aquele dinheiro. Eu
não vou me contentar em tributá-lo, eu vou querer me apropriar dele. É um dever do Estado.
O contrabando é de produto que não pode entrar. Se eu apreender não adianta eu pagar
imposto. Aquele produto eu nunca mais vou vê-lo, ele vai ser confiscado pela Receita Federal.
Não vai entrar. São coisas diferentes.
DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO
Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável,
de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável,
considera-se como tal:
A regra de domicílio tributário é simples. E hoje ela é muito complexa. A regra é o contribuinte
escolhe o seu domicílio, a pessoa física a sua residência. Não tem muito problema porque o
IPTU é onde está o imóvel, o serviço tem um regra que é onde o serviço está estabelecido. O
imposto de renda se eu estou em São Paulo ou no Rio Grande do Norte, eu estou sobre a
Jurisdição da Receita Federal, tanto faz. Há uma certa liberdade quanto à escolha do domicílio.
Hoje esta questão tal como está no código. Não alcança. A complexidade dos fatos hoje é
muito maior, em razão de várias coisas: o desenvolvimento tecnológico, então você não sabe
mais onde é o domicílio no âmbito da Internet. Principalmente na venda de produtos virtuais.
Você está comprando num site que está na ilha não sei aonde da América Central, saber onde
é o domicilio disto é uma questão muito complexa. E há um problema maior, hoje o grande
drama é esta complexidade de empresas multinacionais. Você saber a tributação de coligadas,
de controladas e de empresas que atuam no mundo todo e que tem atividades no mundo
todo. E o planejamento tributário. Aonde que é o domicílio fiscal da Arara Cruz? Até 5 anos
atrás era na Hungria. Planta celulose em São Paulo, o escritório é no Espírito Santo, mas o
domicílio fiscal era na Hungria, onde há uma vantagem de imposto de renda. Com previsão em
tratado internacional. Parece que agora Cingapura vai se tornar o centro de várias empresas
brasileiras, através de um acordo com a Dilma está fazendo de tirar Cingapura do … de
paraísos fiscais.
E o domicílio vai depender também da natureza do imposto. Então, por exemplo, para fins de
imposto de renda, o domicílio fiscal do Carrefour no Brasil é a sede do Carrefour, que deve ser
em São Paulo. Então ela concentra Imposto de Renda, concentra Contribuição Social sobre o
Lucro na sede.
Para fins de ICMS e de IPI, cada loja é um estabelecimento, é um domicílio fiscal. Porque você
não apurar o ICMS do Carrefour como um todo, mas você vai apurar por loja. Então, onde
estiver loja é um domicílio fiscal. Mas para fins de imposto de renda eu posso concentrar. Qual
é o resultado, de cada loja eu levo para a matriz e pago na matriz. Então, eu vou estar sobre a
jurisdição da Receita Federal da Sede.
E o grande problema hoje é o prestador de serviço. O que que é domicílio. E aí vem o próprio
conceito de estabelecimento, a multa ? (46 min.) … eu tenho um estabelecimento ou um
domicílio de fachada, na verdade o real está noutra cidade. Mesmo que seja fraude ou não
seja fraude, há uma dificuldade. Agora nós temos um problema gravíssimo: ISS sobre
arrendamento mercantil. ISS sobre leasing, quando você compra um carro no Rio de Janeiro e
vai fazer um arrendamento mercantil, ás vezes você nem sabe que está fazendo um
arrendamento mercantil. Você vai lá comprar um carro e a menina fala assim: você quer
financiar? Quero. Então me acompanha aqui, ali tem uma moça de uniforme, ela é do Banco
Santander e vai te ajudar. Ela diz, tem várias opções de financiamento aqui, mas a que está
com a menor taxa é esta de 0,58 ao mês está bom para você? Está, você não pergunta, mas o
que que é isso? Isso é arrendamento mercantil ou é financiamento? Isso aqui é compra e
venda? … a moça vai lá pesquisar para ver se você está no CADIN, se tem cadastro ou não, vai
pegar a sua ficha e vai consultar na Central. Isso gera ISS, o Rio de Janeiro pega e fala assim: ali
naquela revenda tem um estabelecimento do banco, porque se eu configurar que ali é um
estabelecimento do banco eu vou cobrar ISS sobre esta operação. Agora, o banco vai dizer o
seguinte: aquilo não é estabelecimento do banco não, ali há um funcionária e tem uma mesa.
Isso não pode ser chamado de estabelecimento, meu estabelecimento é em Osasco. Ela pega o
telefone e consulta a minha central em Osasco para saber se o cadastro daquela pessoa é
bom. Ela não tem informação nenhuma. Ela aciona o estabelecimento em Osasco e aqui ela é
um mera preposta, ela é uma mera funcionária. É uma guerra, porque se for em Osasco todos
os arrendamentos mercantis de venda de automóveis do Bradesco, eles vai ser recolhidas em
Osasco onde vai ter uma alíquota de 2%. Agora se cada mesinha com uma funcionária for
considerada estabelecimento, ele vai ter que pagar ISS em todo lugar onde ocorrer de fato
aquela negociação, aquela operação de arrendamento mercantil. E tem lugar que vai ser 5%,
tem lugar que vai ser 2%, 3% ou 4%. Ao invés de recolher para um Município só eu vou ter que
recolher ISS para vários Municípios, o meu controle vai ser uma bagunça. Então, são questões.
Tudo aquilo que parece ser simples: há domicílio fiscal é uma coisa muito simples. Não, não é.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA
Então, esse art. 128 diz genericamente quem é responsável. É um terceira pessoa, mas tem
que ter algum vínculo com o fato gerador. Ou com o fato em si, ou com aquele que realiza o
fato. Você não pode pegar e aleatoriamente falar assim: agora a monitora é responsável pelo
pagamento do imposto de renda desta pessoa. Este vínculo não é um vínculo legítimo para te
atribuir esta responsabilidade.
Esta é uma questão importantíssima. Aqui começou a responsabilidade dos sucessores. Eu vou
comprar uma empresa hoje. Se eu vou comprar uma empresa hoje, o que que eu tenho que
fazer? Contratar um auditoria, acompanhada de um escritório de advocacia, da equipe interna
da empresa. E falar assim: Qual é o passivo tributário daquela empresa que eu estou
comprando? Porque na hora que eu comprar eu me torno responsável por sucessão. Então, eu
tenho que saber o que que eu vou dever. São fatos praticados por aquela empresa, que não é
minha ainda. Aí, o que que eu... Primeira coisa: certidões do Fisco – Receita Federal, Fazenda
Nacional, Receita Estadual, Fisco Municipal e tal.. Tudo aquilo que constar da certidão, os
apontamentos da certidão. Você pede uma certidão negativa, mas ela pode vir positiva.
Certidão positiva é aquela que vem com os apontamentos: débitos de imposto de renda tal,
execução fiscal assim; tem uma autuação assado, etc. Aquilo tudo são créditos constituídos. Eu
sou responsável pelos créditos constituídos. Que já são objeto de cobrança, que já foram
formalizados. Constam da certidão do órgão de fiscalização, do órgão fazendário. Mas são
créditos constituídos. Aí eu tenho que me preocupar, e aí entra o papel de auditoria, de
diligências, com aquilo que ainda não está constituído. Estando a empresa sobre fiscalização
ou não. Eu tenho que me preocupar com aquilo que não está constituído. O Fisco tem 5 anos
da ocorrência do fato gerador, com a ocorrência do fato gerador nasce a obrigação de pagar e
eu posso não pagar, e o fisco pode não ver. Ele vai dar uma certidão negativa. E eu posso até
ter. ex. Eu vou comprar uma empresa, peço certidões em todos os órgãos, e virá uma certidão
negativa de cada órgão. Você vai dizer assim, esta empresa é um espetáculo, ela não deve
nada. Eu não vou ter que fazer nenhuma contingência para pagar tributo de responsabilidade
tributária porque as certidões estão limpinhas, não devo nada. Não é bem assim, você não
deve. Se o Fisco for lá dois dias depois que você comprar e fiscalizar os últimos 5 anos que não
foram alcançados pela decadência, chega lá hoje eu quero tudo de 2009 para cá, e aí eu
descubro que não pagou o imposto de renda de 2011 e o de 2013 e constituo através de um
auto de infração. Lavra o auto de infração e eu falo assim: ah, não vou pagar não. Quando eu
comprei não tinha nada. Você não pode alegar isso por causa do art. 129. O sucessor é
responsável pelos créditos constituídos e em vias de constituição. Ou seja, quando for comprar
uma empresa que está lá sobre fiscalização, ou se vierem a ser constituídos, respeitando o
prazo decadencial. Então, este é o primeiro alerta do art. 129, de que a responsabilidade do
sucessores alcança... Por isso que você tem n pareceres. Porque você às vezes aquele crédito
não foi constituído porque tem uma ação judicial suspendendo a exigibilidade, aí vai se
contratar um parecer de um jurista, de uma auditoria. Para saber qual é a chance de êxito
daquela ação, para saber qual é o risco que eu tenho de ganhar ou de perder. Na negociação
falar assim: você tem 10 ações judiciais com potencial de dívidas de 100 milhões, mas de
acordo com a price dessas aqui duas é de êxito provável, três de êxito possível, cinco de êxito
remoto. Na negociação fala assim o que é êxito provável agente esquece, vou considerar que
vou ganhar. Agora as de êxito possível e remoto, nós vamos combinar o seguinte: se a
empresa vale 300 milhões, as ações classificadas por êxito possível ou remoto somam 50
milhões, eu vou tirar 50 milhões aqui, esses 50 eu vou depositar no banco tal e vai ficar
bloqueado lá como reserva de contingência para possíveis débitos tributários. Se ganhar a
ação você pega os 50, mas se perder já está lá para pagar. Aí eu vou negociar, mas espera aí
essas ações quem que vai tocar, o meu advogado ou você continua como o seu.
Imagina a conta de uma empresa grande com centenas de ações com um potencial de risco de
autuação. Uma auditoria bem feita pode salvar. Uma auditoria mal feita pode transformar um
bom negócio num péssimo negócio. Eu me lembro de uma empresa que quebrou em Belo
Horizonte “Casa do Rádio”, as Casas Bahia anunciou a compra da Casa do Rádio, quando as
Casas Bahia recebeu o resultado da auditoria, e verificou o potencial do débito tributário. Ela
falou assim: se eu pagar a multa por não fazer o negócio sai muito mais barato do que pagar o
tributo. Porque a dívida tributária era enorme. Ela tirou o corpo fora. A entrada que ela deu
ficou por lá mesmo a título de multa e tal. A Casa do Rádio quebrou, porque aí o negócio se
desorganizou porque ela já estava vendido. E aquilo que os auditores da Casa Bahia falaram
estava certinho, vai virar um cobrança tributária além da que já está nas certidões tão grande
que o negócio vai ser ruim.
Então, esta questão de responsabilidade é muito séria, porque muitas vezes você entra no
escuro. Ex. A Caixa Econômica comprou aquele banco do Sílvio Santos, depois o tanto de dívida
que apareceu, depois de não ser detectado pela auditoria.
24/SETEMBRO/2014
RIO, 24 DE SETEMBRO – CARINA BARBOSA
PROVA DIA 26 DE NOVEMBRO
Art. 129 - O disposto nesta Seção aplica-se por igual aos créditos tributários
definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos,
e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações
tributárias surgidas até a referida data.
Este artigo 129 que é introdutório da responsabilidade das sucessões, alerta para o
seguinte: ocorrido o fato gerador, nasce a obrigação tributária e consequentemente o crédito
tributário dela decorrente. Tendo ocorrido o fato gerador, e consequentemente tendo nascido
um direito de crédito para fazenda, este crédito, mesmo que não esteja constituído, é objeto
de responsabilidade por sucessão. O que quer dizer crédito constituído na linguagem do
Código Tributário? É o crédito que já tenha sido objeto de lançamento tributário, que é ato
privativo da autoridade fiscal que formaliza,constitui o crédito tributário.
Exemplo: Uma empresa apura lucro no ano de 2011, mas não paga o imposto de renda
sobre o lucro. Em 2012 a empresa é vendida. O fisco ainda não descobriu que o imposto de
2011 não foi pago. A empresa que vai comprar vai à Receita Federal, à Procuradoria da Fazenda
e pega as certidões negativas. Entretanto não significa que ela não tenha débito, pois ela não
tem o crédito constituído, que pode ser lançado dentro do prazo decadencial. A empresa
compradora é responsável por sucessão. Então, o que quer dizer o artigo 129 do CTN é que
alcança os débitos tributários independemente desses créditos estarem lançados, estarem
sendo executados. Basta que existam para que a responsabilidade por sucessão ocorra.
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas
pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria,
subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a
prova de sua quitação.
A ordem cronológica do inciso II e III está errada. Deve ser o inverso. Onde está o inciso II
deveria estar o III.Porque a ordem de sucessão correta é a seguinte: primeiro responde o
espólio pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão, depois vem o
sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro (neste caso já houve a dissolução do espólio e
cada um ficou com seu quinhão).
Este espólio é sucessor do de cujus e ele pode ser contribuinte também. Se a partilha
demorar, nos anos em que estiver como espólio, ele e um contribuinte. Tem inventário que
não acaba.
O fisco está entrando na estrutura societária, para saber quanto vale, etc. Esses
inventários estão ficando cada vez mais complexos, porque falta lei complementar para legislar
sobre imposto de transmissão causa mortis e doação. Esse imposto é de competência dos
Estados. Se o patrimônio está espalhado Brasil afora, mundo afora, como fazer para tributar?
III - terá a competência para sua instituição regulada por lei complementar:
a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o
seu inventário processado no exterior;
A mesma coisa é doação coletiva – falta lei complementar. Tem tido muito isso para
patrocinar peças de teatro, para show. Fala lei complementar. Tem Estado que fala que
contribuinte é doador e tem Estado que fala que o contribuinte é o donatário. Tem uma faixa
de isenção. Tem Estado que fala que até 5 mil é isento. Se eu recebi 1 milhão em doações, só
que eu recebi de mil doadores. Estou isento ou não? Tem Estado que fala que sim e tem Estado
que fala que não. Leva em conta o limite do doador e do donatário. Se você recebe mil reais de
mil doadores, essas mil doações estão isentas. Outro estado falaria que sendo um donatário só,
somam-se as doações e paga-se o imposto. Falta norma geral estabelecida em lei
complementar.
Havia um planejamento, que foi barrado, mas de pessoas assim: aqui no artigo 132
não fala da hipótese de sucessão quando ocorrer cisão. Mas a lei 6404 já falava da cisão e da
responsabilidade nesses casos.
Art. 128 - Sem prejuízo do disposto neste Capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso
a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da
respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a
este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
Leitura do artigo 128 do CTN. A jurisprudência dizia que então não havia um vazio
legislativo que na cisão também há responsabilidade.
Na cisão ela transferiu para uma empresa nova todo o histórico de realizações. Essa
empresa que nasceu “limpa”, podia participar de licitações, a outra tinha muita dificuldade de
participar de licitação, porque não conseguia reunir toda a documentação de regularidade
fiscal.
A empresa nova foi crescendo e a outra foi diminuindo. Isso já estava ocorrendo
quando veio o REFIS. Quem entrou no REFIS foi a antiga. Quando entrou no REFIS ela estava
faturando 100, com 4/5 anos de REFIS estava faturando 20. E a outra que faturava 20 passou a
faturar 100.
Houve, por parte do Fisco, uma desconsideração, fez uma confusão, que falou que
quem deve REFIS é a empresa nova, porque ali havia uma fraude. Professor afirma que não
havia fraude nenhuma. Atribuíram a responsabilidade do pagamento do REFIS à empresa que
está com o faturamento mais alto.
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do
ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou
incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas
jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada
por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou
sob firma individual.
No caput onde está escrito fusão, transformação, etc, leia-se também cisão, pode
haver responsabilidade da empresa cindida.
Leitura do parágrafo único.
Isso é para evitar extinção irregular de sociedade. Eu extingo aqui e crio outra
novinha.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por
qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou
profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou
sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou
estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro
de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro
ramo de comércio, indústria ou profissão.
§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:
(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
I - em processo de falência; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II - de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.(Incluído
pela Lcp nº 118, de 2005)
§ 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: (Incluído
pela Lcp nº 118, de 2005)
I - sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo
devedor falido ou em recuperação judicial;(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II - parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do
devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou (Incluído
pela Lcp nº 118, de 2005)
III - identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o
objetivo de fraudar a sucessão tributária.(Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
§ 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou
unidade produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de
falência pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser
utilizado para o pagamento de créditos extraconcursais ou de créditos que preferem ao
tributário. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
Como o artigo 132 fala que aquele que compra responde, então a pessoa pensa o
seguinte: eu vou comprar o fundo de comércio, o estabelecimento, mas não a sociedade. Vai
ser responsável, vai responder da mesma maneira.
O que acontece para fugir dessa responsabilidade: eu vou comprar uma usina de
siderurgia, não adianta, vai ser responsável, nos termos do artigo 133. Ele então aluga, em vez
de comprar. Faz-se isso para fugir dessa responsabilidade.
Art. 133 § 1° Inciso I - Tem uma lógica nisso: tem uma empresa falida, se você
comprar e fosse responsabilizado no caso de compra, você não compraria.
Falido não pode pagar imposto de renda. Aconteceu um caso onde o síndico da
massa falida vendeu as ações do falido, para pagar credor. Só que as ações estavam registradas
em 10 ele vendeu por 100. Ele, como síndico, e a empresa falida estão com uma autuação do
IR altíssima, de lucro. Lucro é acréscimo patrimonial, aqui é um decréscimo patrimonial,
porque o dinheiro foi para pagar credor. Se ele for pagar o IR, não paga o credor. Não tem
lógica.
Num primeiro momento, na hora que ele entra como terceiro responsável ele entra
como solidário, ou seja, ele não exclui contribuinte. Ele só entra nos casos de impossibilidade
de pagamento do contribuinte. Ou seja, é uma solidariedade que se dá em um segundo
momento. Num primeiro momento é subsidiária.
Artigo 135
Professor conta caso de empresa que se apropriava do crédito do ICMS nas contas de
energia elétrica. A lei fala só de indústria, mas é absurdo. Porque supermercado, por exemplo,
precisa de energia para prestar o serviço, não tem como conservar nada.
Os mesmo citados nos artigos 134 e 135, quando praticam aquilo que é considerado
crime, respondem pelas infrações e ao responder pelas infrações respondem pela sanção
tributária, que é a multa. O responsável lá do artigo 134 fala que responde só pela multa
moratória, aqui não. A responsabilidade por infração responde pela multa punitiva porque eu
sou o agente que cometeu o delito.
O Fisco cometeu um absurdo, onde empresas que aderiram ao REFIS e que estavam
sob fiscalização,e que depois foram autuadas cobrando a multa porque já estavam sob
fiscalização.
REFIS não tem nada a ver com denúncia espontânea. Estou me valendo de um
benefício fiscal previsto em lei. Qualquer crédito tributário pode ser objeto do REFIS e os
benefícios são aqueles previstos em lei: exclusão de multa, exclusão de juros, no percentual
previsto em lei.
O STJ tem entendimento que se você informa o débito via DCTF e não paga e não é
fiscalizada, e chega lá e quer pagar como denúncia espontânea, o Fisco não aceita porque diz
que não pode haver denúncia espontânea de débito já confessado em DCTF. Professor entende
que não tem nada a ver uma coisa com a outra. Mas o STJ tem entendido dessa maneira.
TÍTULO III
Crédito Tributário
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
NORMA TRIBUTÁRIA
HIPÓTESE CONSEQUÊNCIA
Descrição hipotética de um fato lícito Obrigação tributária
Objeto:
Sujeito ativo Pagamento Sujeito passivo
do tributo
Crédito Débito
(direito de exigir)
CAPÍTULO II
Constituição de Crédito Tributário
SEÇÃO I
Lançamento
Esse parágrafo único do art. 142 era muito usado, mas hoje não se utiliza mais pois já
foi superado. Até 1998 o contencioso judicial tributário era mínimo, a Justiça Federal era
altamente elitizada. Nessa época de juiz federal já se tornava Ministro, não tinha
desembargador.
Com a Constituição de 88 veio alguns tributos que na hora de ser regulamentados por
Lei Complementar havia certa inconstitucionalidade, na visão dos contribuintes. Para isso
impetrava-se Mandado de Segurança antes da vigência da lei. Os juízes indeferiam os
mandados de segurança alegando que o impetrante não havia demonstrado de modo
inequívoco o ato coator contra o qual se insurgia, portanto não caberia mandado de segurança
quanto a lei em tese.
Era nesse momento que utilizava-se esse parágrafo único, para dizer que o fiscal estava
vinculado a lei (inconstitucional que acabava de sair) e que teria de exigir o tributo nos termos
da lei, assim ao fazê-lo estaria praticando ato coator que fere direito líquido e certo do
contribuinte.
Desta maneira o Mandado de Segurança era preventivo, não era quanto lei em tese e
sim contra ato iminente. A previsibilidade do ato se dava com base nesse parágrafo único do
artigo 142 – o fiscal não tem discricionariedade de aplicar ou não lei, ele é obrigado a aplica-la
e ao fazê-la estará praticando ato coator. O MS Preventivo vai pleitear que o fiscal se abstenha
da prática de tal ato, de ato que ainda não realizou.
Bom, na primeira parte: “Compete privativamente à autoridade administrativa
constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento
administrativo”, os administrativas e as pessoas mais cuidadosas com a utilização desses
institutos e termos dizem que na verdade o lançamento não é um procedimento e sim um ato
administrativo.
No entanto, há procedimentos preparatórios ao ato de lançamento. Exemplo: há um
procedimento de fiscalização que pode levar alguns meses, há procedimento de verificação,
perícia, diligências e etc. que vai cominar em um ato administrativo do lançamento, em
lançamento de ofício ou auto de infração (a materialização do lançamento). O auto de infração
é um ato que foi precedido de procedimentos fiscalizatórios, mas que cristalizaram-se,
materializaram-se em um ato administrativo.
Portanto, devemos ler ato administrativo quando no artigo estiver: (...) assim
entendido o procedimento administrativo.
MODALIDADES DE LANÇAMENTO
EDUARDO MANEIRA
HIPOTESE CONSEQUENCIA
DESCRIÇÃO HIPOTÉTICA DE UM FATO LÍCITO OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
OCORRENDO NO MUNDO REAL O FATO TEMOS UM SUJEITO ATIVO SUJEITO PASSIVO
IHIPOTOTERICO TAL FATO SOFRE A E O OBJTETO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTARIA E
INCIDENCIA DA NORMA E TORNA-SE UM O PAGAMENTO DO TRIBUTO.
FATO GERADOR DE OBRIGAÇÃO TRIBUTARIA.
COM A OCORRENCIA DO FATO GERADOR SURGE A OBRIGAÇÃO....
FAZ NASCER PARA O SUJEITO ATIVO UM DIREITO DE CREDITO, OU SEJA, O DIREITO DE EXIGIR
DO DIREITO PASSIVO O PAGAMENTO.
AOS OLHOS DO SUJEITO ATIVO É UM CRÉDIDO TRIBUTARIO, AOS OLHOS DO SUJEITO PASSIVO
É UM DEBITO TRIBUTARIO.
NASCE COM A ...TRIBUTARIA. O QUE O QUANTIFICA, O QUE O TORNA LÍQUIDO E CERTO É ALGO
QUE VEM NA SEQUENCIA DA OCORRÊNCI ADO FATO GERADOR.
SEQUENCIA.
MODALIDADE DELANÇA~MENTO .......... VAI SER O PR´POPRIO CONTRTIBUINTE QUE VAI DAR
A MODALIDADE.....
ESSE PARAGRAFO ÚNICO, USAVA MUITO, HOJE JÁ ESTÁ SUPERADA. ATÉ 1988, O CONTENCIOSO
JUDICIAL TRIBUTARIO ERA MÍNIMO. A JF ERA ALTAMENTE ELITIZADA. HAVIA UM RANÇO DE
DITADURA NO SENTIDO EM QUE NÃO SE DEVIA BRIGAR COM O FISCO. HOJE ISSO É FEITO COM
A MAUIOR NATURILALIDADE.
LANÇAMENTO DE OFÍCIO
ESTE LANÇAMENTO ESTÁ PREVISTO NO ARTIGO 149 DO CTN NÃO HÁ PARTICIPAÇÃO DOO
SUJEITO PASSIVO EM SUAL.....SÃO AQUELES QUE SE CHAMAM OS IPUMPOSTOS CADASTRAIS.
EXEMPLO: IPTU...A PREFEITURA NÃO TE CONSULTA ANAUALMENTE A RESPEITO DE SEU
IMÓVEL PARA TE EXIGIR O SEU IPTU. NO LANÇAMENTO DE OFICIO NÃO PARTICIPAÇÃO DO
SUJEITO PASSIVO NA SUA ELABORAÇÃO. SÃO POUCOS IMPOSTOS.
TEMOS
IPTU
IPVA
ESTE LANÇAMENTO ESTÁ PREVISTO NO ARTIGO 147 DO CTN. NESTE LANÇAMENTO, O FISCO
BASEIA-SE NAS INFORMAÇÕES PRESTADAS PELO CONTRIBUINTE NO QUE SE REFERE AS
QUESTOES FÁTICAS. COM BASE NELAS O LANÇAMENTO ´PE FEITO.
EXEMPLO
A MESMA COISA O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS. ELE TEM POR BASE AS
DECLARAÇÕS DO INVENTARIAMENTE. VOCE TEM QUE LEVAR O FORMAL DE PARTILHA PARA
QUE O FISCO POSSA TER INFORMAÇÕES. A PARTIR DESSAS DECLARAÇÕES É QUE SE VAI
CALCULAR O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS.
HOJE, NEM O IMPOSTO DE RENDA É DECLARATÓRIO, HOJE É POR HOMOLOGAÇÃO. HOJE VOCE
APRESENTA A DECLARAÇÃO E SE TIVER VOCÊ JÁ PAGA.
VOCE NÃO TEM COMO SABER DECADENCIA E PRESCRIÇÃO SEM DOMINAR AS MODALIDADES
DE LANÇAMENTO.
TODAS AS OUTRA HIPÓTESSES DO 149 SÃO PARA EXIGIR TRIBUTOS QUE NÃO FORMA LANÇDOS
DE OFÍCIO.
A NÃO O 149 INCISO I – É AQUELE IMPOSTO QUE PELA SUA ESTRUTURA SÓ PODE SER
LANÇADO DE OFÍCIO. AS OUTRAS HIPOTESES DÁ-SE O NOME DE AUUTO DE INFRAÇÃO.
DECORRE DE UMA FISCALIZAÇÃO. COMM RARAS EXCEÇÕES, O NOME MAIS COMUMENTE
UTILIZADO É AUTO DE INFRAÇÃO. SINÔNIIMO DE LANÇAMENTO DEOFÍCIO.
TRIBUTARIO
EDUARDO MANEIRA
É A FERRAMENTA PARA EXIGIR TRIBUT NÃO PAGO, PAGO A MENOR, OU AINDA, AQUELES QUE
DEVERIA SER POR OUTRO TIPOO.
EXEMPLO, IR, A RECEITA SÓ TERÁ UMA FORMA DE EXIGIR O IMPOSTO DEVIDO NO IR QUE É
LANÇAMENTO DE DECLARAÇÃO, A RECEITA TERÁ QUE LANÇAR POR OFICIO
EXEMPLO: ISS, ICMS, IPI TODOS LANÇAMENTOS POR HOMOLOGAÇÃO, IR. IDEM.
O COMERCIANTE VAI NOS SEUS LIVROS FISCAIS E CONTABEIS E A PARTIR DO PRINCIPIO DA NÃO
CUMULATIVAIDA, CALACULAR E RECOLHER O TRIBUTO. ELE TEM UM DEVER DE PAGAR ANTES
DO LANÇAMENTO. SE O PAGAMENTO FOI LANÇAMENT.
O FISCO VEM E DIZ QUE NÃO PRECISA LAVRAR AUTO DE INFRANÇAO E JÁ COBRAR COM BASE
NA DCTF E INSCREVO NA DIVIDA ATIVA E ......
IMAGINE DOS RISCOS QUE O FISCO PASSA A TER DENTRO DESSA SISTEMATICA.
SET/2009 – EMPRESA – DCTF – RECEITA DE 1000000 E UMA COFIINS DE 30000 E NÃO TENHA
EFETUADO O PAGAMENTO. A DCTF SUBSTITUE O LANÇAMENTO DE OFICIO
AGO/2014 – EMPRESA RETIFICA A DCTF APRESENTADA EM SET/2009, E DIZ QUE A RECEITA FOI
100000, DEVO 3000 E PAGO OS 3000. O FISCO VAI TER O PRAZO DE UM MÊS PARA FISCALIZAR
A EMPREZA E SABER SE ESSA NOVA DECALRAÇÃO ESTÁ CORRETA OU NÃO PARA LANAR DE
OFICIO.
AS CONFISSÕES TEM TOMAR CUIDADO....TOMAR UMA DCTF COMO CONFISSÃO, TUDO TEM
QUE SER MITIGADO. TEM QUE ADMITIR A PROVA EM CONTRÁRIO
ROTEIRO ----
ARTIGO 156
DENTRE AS ONZE.
UMA DECISÃO NA RESCISÓRIA ANOS APÓS DIZ QUE O CONTRIBUINTE DEVE O IMPOSTO, O STF
NÃO DECIDIU SOBRE A INCIDÊNCIA DE JUROS E MULTA.
ORA, SE UMA LIMINAR QUANDO CASSADA NÃO FAZ COM QUE O CONTRIBUINTE TENHA QUE
PAGAR JUROS E MULTA, O QUE SE DIRÁ
A FAZENDA RECORREU DA DECISÃO, MAS DAS TURMAS, O STF DISSE NÃO RECONHECER O
RECURSO DA FAZENDA QUE NÃO ESTAVA DEVIDAMENTE INSTRIBUINDO. O RECURSO DEVEIRA
ESTAR INSTRUINDO COM O ACORDÃO DO ÓRGÃO ESPECIAL NO QUAL SE BASEOU A TURMA.
Eu tenho que ler os votos para ver o alcance dessa decisão. Quando, por
exemplo, o STF posteriormente declara a inconstitucionalidade de uma lei, a questão
vai além do cabimento da rescisória e de seus efeitos. Ela passa por uma questão que
é: quais os efeitos da declaração de inconstitucionalidade de uma lei? Porque, se eu
tenho, por exemplo, vamos dizer... logo que veio a constituição tinha o adicional de
imposto de renda dos estado e os estados criaram esse adicional. Ai o STF veio e
declarou inconstitucional esse adicional. Vamos supor que eu tenha uma decisão
isolada em controle difuso do TJRJ dizendo que esse adicional era constitucional e eu
não recorri e transitou em julgado. Vem o STF e declara a inconstitucionalidade. Eu
vou ser o único no RJ a pagar esse adicional? Não é uma questão de uniformizar
jurisprudência, mas de saber o seguinte: se os efeitos da declaração de
inconstitucionalidade for o de nulidade, ai o STF pode até falar que não cabe rescisória
porque você nem precisa dela. Aquela coisa julgada sua deixa de ter eficácia em razão
de um pronunciamento posterior do supremo de inconstitucionalidade. São problemas
decorrentes do nosso sistema em que convivem simultaneamente controles
concentrado e difuso, que cada vez estão se aproximando mais. O que o STF vem
tentando fazer é: primeiro vem a questão da repercussão geral, agora o próprio STF
está dizendo que mesmo que seja RE, uma decisão proferida em sede de RE pode
irradiar efeitos para outros casos. É uma questão que se apresenta muito no
contencioso tributário, porque tem muita repetição de objeto dos processos. Na área
privada, a questão fática muitas vezes define a lide. No direito tributário, na maioria
das vezes, é uma questão de direito. a alíquota pode ou não ser majorada? Esse
imposto incide ou não incide? Então, assim, a decisão proferida em um caso, o STF
tem que ser coerente no sentido de que a decisão proferida naquele caso tem que
produzir os mesmos efeitos em casos similares. No dirieto tributário, questões de
direito publico em geral (servidor público, aposentado, FGTS), o que vale para um tem
que valer para todo mundo. Então, quando há decisões divergentes transitadas em
julgado, surge um problema. De fato, você mexe com tudo, até na própria concepção
de rescisória, coisa julgada.
I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
Hoje, esse art. 170-A, CTN tem a sua importância, mas ele pode ser superado,
do seguinte modo: como que funciona hoje a compensação? A legislação federal
autoriza que você compense tributos que irão vencer com creditos que você tenha
daquele tributo decorrentes, na maioria das vezes, de um pagamento indevido (ou
você pagou aquilo que era inconstitucional, ou você pagou mais do que o devido).
Como o regime era de homologação, ou seja, você faz pagamento antecipados e
depois o fisco vai conferir de você fez o pagamento certo ou não, você pode pagar
com dinheiro ou com crédito. Você tem um mecanismo hoje que se chama
transmissão eletrônica de compensação. Vamos imaginar que eu tenho uma COFINS
para pagar dia 10 de 1 milhão. Eu faço um cheque de 500 mil e os outros 500 mil eu
envio eletronicamente por compensação, em que eu informo a origem do crédito. Se
eu, contribuinte, quero correr o risco de fazer essa compensação porque, de acordo
com a minha auditoria, apurei aquele crédito, eu vou e faço. Esta compensação pode
ser rejeitada pelo fisco, no prazo decadencial e aí, dá-se ensejo a um processo
administrativo de rejeição de compensação, que há um recurso próprio chamado de
manifestação de inconformidade. Então, eu vou, compenso e se o fisco contestar, eu
vou discutir administrativo. Ou eu posso fazer um outro caminho. Isso ocorre quando
uma legislação nova aumenta a base de calculo, aumenta a alíquota, traz um novo
tributo, uma nova incidência, e eu discordo.
Então, vamos imaginar que eu tenha feito desse imposto novo, com essa nova
base, três, quatro, cinco pagamentos. Aí, um advogado chega e fala que isso é
constitucional e que tem que entrar em juízo, ninguém está pagando, etc.
Antigamente, eu entraria em juízo para deixar de pagar aquele tributo e pediria,
liminarmente, autorização para compensar aquilo que eu já havia pago com outros
tributos, etc. e muitos juízes davam a liminar. Aí era uma bagunça. Eu tinha uma
liminar dada em virtude de um juízo de valor ainda não definitivo de que aquilo era
devido ou indevido e eu já estava compensando. Aí ,depois, essa liminar era caçada e
a compensação virava uma bagunça.
Então, o que diz o art. 170-A, CTN? Se você está questionando a legitimidade
de determinada exigência para saber no final se aquilo que você pagou era indevido,
você sé pode compensar depois do transito em julgado dessa questão. Primeiro, você
vai saber se o que você pagou foi indevido ou não. Sendo indevido, você tem crédito
para compensar, mas você precisa da decisão judicial transitada em julgado.
Remissão
Eu estava conversando com uma juíza federal de vara de execução fiscal, que
tem um volume extraordinário de execuções fiscais. Salvo engano, hoje há uma
orientação da fazenda nacional para que não se ajuíze execuções de valores
inferiores a 10 mil reais. Há um custo muito alto. Uma execução custa, no mínimo
4500 reais para a estrutura do poder judiciário. Os débitos tributários de baixo valor,
geralmente, são perdoados. De vez em quando eles dão uma limpa nesses créditos
da dívida ativa. Mas ela estava me dizendo uma coisa: a lei de execução fiscal não
alcança só a execução de impostos. Tem aquelas contribuições de interesse de
categoria profissional e econômica, as chamadas contribuições corporativas, do
sistema S, etc. Para essas, a lei federal de débitos tributários não alcança e elas
também são objetos de execução fiscal. A maioria dessas execução estão suspensas,
porque não pode haver remissão dessas dívidas.
Fim da aula.