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SUSTENTABILIDADE
uma abordagem social
Alexandra Zottis
Denise Russo
Margarete Panerai Araújo
(organizadoras)
2009
PRESIDENTE DA ASPEUR EDITORA FEEVALE
Argemi Machado de Oliveira - Coordenação
Celso Eduardo Stark
REITOR DO CENTRO UNIVERSITÁRIO - Analista de editoração
FEEVALE Maiquel Délcio Klein
Ramon Fernando da Cunha - Assistentes de editoração
Helena Bender Hennemann
COORDENAÇÃO EDITORIAL Maurício Barth
Inajara Vargas Ramos Moris Mozart Musskopf
REVISÃO
Valéria Koch Barbosa
ISBN 978-85-7717-080-7
CDU 504.06
Introdução .......................................................................................................... 9
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Sustentabilidade: uma abordagem social
Introdução
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Sustentabilidade: uma abordagem social
Patrocinador: CAIXARS –
Agência de Fomento do Estado do
Rio Grande do Sul
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Sustentabilidade: uma abordagem social
A responsabilidade social
empresarial e a sustentabilidade
das empresas
1
Dagoberto Lima Godoy
1
Engenheiro civil e advogado. Mestre em Direito. Professor do Centro de Ciências
Contábeis Econômicas e Administrativas da Universidade de Caxias do Sul – UCS. Membro
do Conselho de Administração da Organização Internacional do Trabalho. Vice-presidente
para a América Latina e o Caribe da Organização Internacional de Empregadores.
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O princípio de subsidiariedade é definido no artigo 5º do Tratado que institui a Comunidade
Européia. Esse princípio, tal como definido no referido artigo, pretende assegurar uma tomada
de decisões tão próxima quanto possível do cidadão, mediante a verificação constante de que a
ação a empreender em nível comunitário se justifica relativamente às possibilidades oferecidas
pelo nível nacional, regional ou local. A União só deve atuar quando a sua ação seja mais eficaz
do que uma ação desenvolvida em nível nacional, regional ou local - exceto quando se trate de
domínios da sua competência exclusiva.
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Sustentabilidade: uma abordagem social
3
O Consenso de Copenhague – Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social, 1995,
Compromisso 4.
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Figura 1
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Sustentabilidade: uma abordagem social
Por fim, ao final da discussão geral sobre o tema, na 96ª CIT, já era
possível reconhecer que não há desenvolvimento sustentável sem
empresas sustentáveis:
Há uma relação simbiótica entre empresa e desenvolvimento –
negócios florescem onde sociedades florescem – e o setor privado tem
um papel vital a desempenhar ajudando os países a atingir os Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), [...] uma vez que o ODM 8
especifica que uma parceria global para o desenvolvimento, incluindo
cooperação com o setor privado, deveria reforçar os esforços
internacionais. Isso faz da criação de condições adequadas para o
desenvolvimento de empresas lucrativas e sustentáveis e o
investimento privado uma alta prioridade em política de
desenvolvimento e para a Agenda de Trabalho Decente (OIT, 2007).
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Figura 2
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International Confederation of Commerce.
5
Social Venture Networks.
6
Global Reporting Initiative.
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US Model Business Principles.
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Alguns fundos éticos de investimento dos Estados Unidos têm demonstrado obter
rendimentos mais elevados que a média dos fundos tradicionais, que não selecionam as
empresas em que investem pelo critério da RSE.
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Referências
FAIRBANKS, Michael, LINDSAY, Stace. Arando o mar. São Paulo:
Quality Mark, 2000.
GEUS, Arie de. A empresa viva. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
GODOY, D. L. RSE – uma visão empresarial. In: ARAUJO, Margarete
Panerai (organizadora). Responsabilidade social como ferramenta de
política social e empresarial. Novo Hamburgo: Feevale, 2004.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE EMPREGADORES.
Corporate social responsibility. An IOE approach. Genebra: OIE, 2003.
_______. El papel de las empresas en la sociedad. Genebra: OIE, 2007.
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Report VI.
The promotion of sustainable enterprises. Genebra: OIT, 2007.
PORTER, Michael. A vantagem competitiva das nações. Rio de
Janeiro: Campus, 1993.
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Sustentabilidade: uma abordagem social
Do welfare-state ao
Estado-agência
1
Fernando Luís Schüler
A crise do Estado
No final dos anos 80, o Estado brasileiro chegou a controlar 258
empresas estatais. O governo produzia aço, aviões, minério, computadores,
distribuía telefones e atuava no ramo supermercadista. Hoje, há um
reconhecimento de que não é esse o papel do governo. Governos devem
gerar políticas públicas e coordenar processos de desenvolvimento. Devem
gerar ambientes favoráveis ao empreendedorismo e aos investimentos e
fazer com que as instituições funcionem. Em particular, devem assegurar
que haja justiça social, através de programas focalizados que beneficiem
aquelas pessoas e famílias que foram deixadas para trás na loteria social e no
jogo do mercado.
De que modo se produziu essa nova percepção sobre o papel do
Estado, que nos orienta sobre o que os Governos devem (e sobre o que eles
não devem fazer)? A resposta a essa questão nos remete ao processo da
chamada crise do Estado, observada nas três últimas décadas. Nesse
período, assistimos à falência da velha social-democracia, amadurecida no
pós-guerra, e dos estados burocráticos. As razões dessa falência são muitas.
Citamos três delas. Em primeiro lugar, o processo de globalização
econômica. Ao longo da década de 90, o volume de dinheiro movimentado
em trocas internacionais elevou-se a uma taxa de 6,5% ao ano, contra um
ritmo de crescimento de 3,5% da produção econômica. Não havia mais
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Doutor em Filosofia. Mestre em Ciências Políticas pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Atualmente, exerce o cargo de Secretário de Estado da Justiça e do
Desenvolvimento Social no governo do Estado.
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Sociedade de Rede
Bill Clinton, em seu Giving, apresentou três razões capazes de explicar
o crescimento acelerado das organizações não-governamentais em nível
global. De fato, registra-se um crescimento significativo: os Estados Unidos
contam com mais de um milhão de organizações civis sem fins lucrativos, o
dobro das existentes há apenas uma década atrás. No Brasil, temos cerca de
300 mil organizações, contra menos de 5 mil no início dos anos 80. As três
razões de Clinton dizem respeito à expansão da democracia em nível global;
ao crescimento extraordinário da riqueza na era da globalização; e à
revolução nas tecnologias da informação, com a Internet à frente, que
permitiu a multiplicação dos doadores privados de pequeno porte, capazes
de somar enormes quantidades de recursos, quando mobilizados.
A equação é bastante clara: mais riqueza, mais liberdade, mais
informação. Poderíamos acrescentar outros elementos: um deles, sem dúvida,
é o aspecto tempo. As pessoas vivem mais e dispõem, progressivamente, de
mais tempo para realizar atividades voluntárias. Em parte, isso está associado
ao aspecto riqueza. Cada um de nós terá, no futuro, cada vez mais tempo livre e
mais recursos para financiar atividades voluntárias.
Estamos assistindo a um processo acelerado de redução da pobreza
absoluta no mundo, entendida como a privação da renda suficiente para a
realização dos funcionamentos básicos por parte dos indivíduos, para
utilizar a expressão clássica de Amartya Sen. Os problemas sociais tendem,
progressivamente, a uma especialização. O suicídio, as carências de auto-
estima, as psicopatias e a privação de oportunidades culturais terão mais
importância e mobilizarão relativamente mais as políticas públicas, em
poucas décadas, do que a privação absoluta de renda. Esse será o quadro,
pelo menos, de boa parte das sociedades ocidentais.
Apenas uma rede bastante complexa de organizações sociais flexíveis,
especializadas e dotadas de forte sentido de missão poderá dar conta do
enfrentamento desses problemas. Em Porto Alegre, conhecemos a
Fundação Tiago Gonzaga, dedicada à conscientização de jovens sobre os
riscos da imprudência no trânsito. Sua líder, Diza Gonzaga, perdeu o filho
adolescente em um acidente. Nenhum governo será capaz de fazer o que
essa organização faz. Governos conseguem gerenciar, adequadamente,
programas de escala, relativamente uniformes e simples. O Bolsa Família
pode ser um bom exemplo (necessariamente, não o programa, ele mesmo).
O programa trabalha com variáveis simples (renda, freqüência escolar,
vacinação). Ele é inteiramente cego diante da diversidade das razões que
produzem a condição de pobreza para esta ou aquela família, para esta ou
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Referências
FUKUYAMA, Francis. O Fim da história e o último homem. Rio de
Janeiro: Rocco, 1992.
HAYEK, Friedrich A. von. O Caminho da servidão. [4. ed.] Rio de
Janeiro: Instituto Liberal, Expressão e Cultura, 1987.
GIDDENS, Anthony. As conseqüências da modernidade. [1. ed.] São
Paulo, SP: UNESP, 1991.
ORWELL, George. A revolução dos bichos. Rio de Janeiro: Record, 1997.
SEN, Amartya K. Desenvolvimento como liberdade. [1. ed.] São
Paulo, SP: Cia de Letras, 2000.
SEN, Amartya. Sobre ética e economia. São Paulo, SP: Companhia das
Letras, 1999.
KANT, Immanuel. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, 1999.
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Sustentabilidade e os novos
parâmetros de
Responsabilidade Social
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Denise Ries Russo e Margarete Panerai Araújo
INTRODUÇÃO
Com o início do terceiro milênio, viu-se que o século XX deixava
várias dúvidas para todos os cidadãos do mundo. Segundo Hobsbawm
(1995, p. 541), o século acabou numa desordem global, cuja natureza não
estava clara, e sem um mecanismo óbvio para mantê-la sob controle. Essa
impotência frente a uma complexidade da crise mundial envolveu não só a
economia, mas as questões sociopolíticas, demográficas, culturais e
ecológicas. Contudo, mesmo as expectativas pessimistas não deixaram de
lado a importância da economia mundial e seus aspectos decorrentes. Viu-
se que as atividades empresariais econômicas, administrativas e de gestão
também buscaram explicar as múltiplas mudanças, que não podem existir
isoladamente de seu contexto e de suas conseqüências. Toma-se como
exemplo o emblemático debate da governança corporativa, sua
responsabilidade social frente aos diversos públicos e a chamada
sustentabilidade decorrente.
Este artigo tem como objetivo central destacar, teoricamente, a visão
contemporânea da responsabilidade social e da sustentabilidade, abordando a
1
Cientista Social, com mestrado em Serviço Social e doutorado em Comunicação
Social. Professora-pesquisadora da Feevale. E-mail mpanerai@terra.com.br.
2
Administradora de Empresas, com mestrado em Gestão Empresarial.
Professora da Feevale . Atualmente exerce o cargo de Diretora da FGTAS –
Fundação Gaúcha do Trabalho e Assistência Social do governo do Estado do RS e
Conselheira Suplente da Comissão Estadual Tripartite do Trabalho. E-mail
deniserr@terra.com.br.
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1. RESPONSABILIDADE SOCIAL
A questão da responsabilidade social empresarial é um tema recente,
polêmico e dinâmico, que envolve desde a geração de lucros pelos
empresários, em visão bastante simplificada, até a implementação de
indicadores sustentáveis no plano de negócios de suas empresas, em
contexto sofisticado e complexo. A abordagem da atuação social
empresarial surgiu no início do século XX com o filantropismo. Em
seguida, a partir do esgotamento do modelo utilizado com o
desenvolvimento da sociedade pós-industrial, o conceito de
responsabilidade evoluiu, passando a incorporar os anseios dos agentes
sociais no plano de negócios das corporações. Assim, além do
filantropismo, desenvolveram-se conceitos como voluntariado
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2. SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
O conceito de sustentabilidade empresarial estava diretamente
associado à questão da preservação ambiental. Segundo Melo Neto e Froes
(2001), uma empresa socialmente sustentável praticava ações de
desenvolvimento e preservação do seu capital natural. Portanto, essa
dimensão era, inicialmente, ambiental e ecologicamente responsável.
A mudança de paradigma exigiu a harmonização de conceitos como
proteção ambiental, crescimento econômico e eqüidade social. O fio
conceitual dessa nova visão é entendido como uma estratégia empresarial
sólida. Ou seja, as empresas devem se convencer de que os impactos nos
negócios asseguram o desenvolvimento de um novo sistema. Um dos
conceitos mais adotados foi o da Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento (1988), em que a terminologia de
desenvolvimento sustentável “atende as necessidades do presente sem
comprometer gerações futuras”, conforme Becker (2003, p.181). O
desenvolvimento sustentável é uma nova tendência que vem sendo
caracterizado com uma conotação extremamente positiva. Até mesmo
grandes entidades internacionais, como o Banco Mundial e a UNESCO,
apontam que o termo traz incorporada uma nova filosofia do
desenvolvimento, pois reúne diversas dimensões.
Sustentável pressupõe o equilíbrio. Melo Neto e Froes (2001, p.184)
afirmam que a palavra-chave é “dar sustentabilidade ao sistema” como
regulação empresarial. É, portanto, com base em novos instrumentos
gerenciais ligados à responsabilidade social e à sustentabilidade social (tripé
composto por proteção ambiental, crescimento econômico e eqüidade
social) que esse novo paradigma se profissionaliza e ocupa a vanguarda de
vários setores.
O conceito de sustentabilidade, por conseguinte, abriga todos os
conceitos - social, econômico, financeiro e ambiental - e contempla a ação
empresarial em todas essas dimensões, atendendo a todos os seus públicos
de relacionamento: os stakeholders, temática que se aborda no próximo item,
com o objetivo de entender essa visão empresarial que alia a
responsabilidade interna e externa, a qual alguns autores já descrevem
como intensiva e extensiva, segundo apresentada no livro O Argumento
Empresarial da RSE, editado pelo BID em 2007.
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Público
Clientes
Interno
Missão
Comunidade Fornecedores
Visão de
Meio Valores e
ambiente Transparência
Governo e
sociedade
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A capacidade das empresas de aliar sucesso financeiro a equilíbrio
ambiental e social responsável vem sendo aceita como uma fórmula de
definição de desenvolvimento sustentável. Isso porque atende às
necessidades presentes sem comprometer a capacidade das futuras
gerações de satisfazerem suas próprias necessidades.
As grandes discussões e os relatórios anuais da política das maiores
empresas do mundo incluem, atualmente, a governança corporativa, a
responsabilidade social e seus stakeholders como temas-chave para sua
sustentabilidade econômica e social. A busca da sustentabilidade tornou-se
uma urgência e não pode ser conquistada por uma única cooperação.
Assim, as estratégias pensadas para orientar as ações das empresas em
consonância com as necessidades sociais devem prever, além do lucro e da
satisfação de seus clientes, o bem-estar da sociedade, esse é o desafio. Essa
busca do desenvolvimento sustentável enfatiza que, para ocorrer a
sustentabilidade, devem ser utilizados programas consistentes, contínuos,
de resultados tangíveis, que disseminem conhecimento e promovam o
crescimento global. Essas novas oportunidades nos negócios encontram
eco com a diminuição de custos e riscos, com o aumento de rendimentos e a
participação no mercado.
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Referências
AKTOUF, Omar. Pós-Globalização, Administração e Racionalidade
Econômica. São Paulo: Atlas, 2005.
ARAÚJO, Margarete Panerai. Os novos conceitos que entram em cena.
In Responsabilidade social como ferramenta de política social e
empresarial. Novo Hamburgo: Feevale, 2004.
ASHLEY, Patrícia Almeida. Ética e Responsabilidade Social nos
Negócios. São Paulo: Saraiva, 2002.
BECKER, Dinizar Fermiano (Org.). Desenvolvimento Sustentável:
Necessidade e/ou Possibilidade? Santa Cruz do Sul: Edunisc, 1997.
DEMO, Pedro. Complexidade e Aprendizagem: A dinâmica não
linear do conhecimento. São Paulo: Atlas, 2002.
GODOY, Dagoberto de Lima. RSE: uma visão empresarial. In:
ARAÚJO, Margarete Panerai (org.). Responsabilidade social como
ferramenta de política social e empresarial. Novo Hamburgo:
Feevale, 2004.
GUIA DE GESTÃO SOCIAL (PGQP, 2005). Disponível em:
<http://www.mbc.org.br/mbc/pgqp/regimento_interno> Acesso em:
25/06/2007.
HOBSBAWM. Eric. Era dos Extremos: o breve século XX. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995.
IBGC, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, Código das
Melhores Práticas de Governança Corporativa, São Paulo, 2006.
INSTITUTO Ethos. S.l., Instituto Ethos de Empresas e
Responsabilidade Social, 2007. Disponível em: <www.ethos.com.br
Acesso em: 24/07/2007.
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Inovação e Conhecimento:
desafios para a Sustentabilidade
1
Ernani César de Freitas
Introdução
A proposta deste estudo é avançar no debate reflexivo e formador
sobre a inovação, o conhecimento e a sustentabilidade na sociedade
contemporânea, sem perder de vista as especificidades das organizações e
as complexidades do conhecimento.
Além disso, pretende-se, neste trabalho, explorar a necessidade de
discussão acerca da temática Inovação, Conhecimento e Sustentabilidade,
bem como proporcionar uma reflexão de cunho humanista, que procura
descolar a inovação apenas dos processos tecnológicos e da atividade
empresarial. Nessa tentativa, procurou-se percorrer caminhos reflexivos
que possibilitem a inclusão de outras áreas do conhecimento, além das
tradicionais exatas e tecnológicas.
Assim, esses movimentos, delimitados pela abrangência deste estudo,
suscitam uma reflexão sobre o ser e o processo à luz da inovação e seus
desdobramentos, através da seguinte problematização: o que é inovação? O
que é conhecimento? Como inovação e conhecimento articulados podem
gerar sustentabilidade nos contextos sócio-organizacionais?
Ações e reações diante do mundo globalizado sugerem que se deve
sair da zona de conforto em que se encontram as organizações, para
encontrar novos modelos, novas tecnologias e novos parceiros na busca e
1
Doutor em Letras, área de concentração Lingüística Aplicada (PUCRS); Mestre em
Lingüística Aplicada (UNISINOS); MBA Executivo na FGCRJ; pós-graduado em Gestão
Empresarial (UFRGS. Professor pesquisador no Centro Universitário Feevale; e-mail:
ernanic@feevale.br.
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Dinâmica Inovativa
Nas transformações em curso desde as últimas décadas do século XX,
projeta-se o papel estratégico da informação e do conhecimento em diferentes
dimensões da vida em sociedade. Este trabalho parte do reconhecimento de
que a produção, a socialização e o uso de conhecimentos e informações, assim
como a conversão destes em inovações, constituem processos socioculturais e
que tais práticas e relações se inscrevem no espaço e na própria produção do
espaço, em suas várias escalas.
No final do século XX, conforme Mota (1998, p. 03), “o processo de
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Sustentabilidade e desenvolvimento
Desde há muito, as questões do desenvolvimento foram tratadas
como um patamar mais elevado do que o simples crescimento econômico.
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A Agenda 21 Local é um processo participativo, multissetorial, que visa a atingir os objetivos
da Agenda 21 em nível local, através da preparação e implementação de um plano de ação
estratégico de longo prazo dirigido às prioridades locais para o desenvolvimento sustentável.
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Algumas Considerações
Diante das considerações feitas neste estudo, buscamos oferecer
respostas, subsídios para reflexões e estudos sobre a temática “Inovação,
Conhecimento e Sustentabilidade”, com o objetivo de estabelecer análises
que possibilitem reflexões valorativas e criativas para as organizações e, por
conseqüência, para a sociedade como um todo.
Nesse sentido, retomamos o questionamento: mas o que é inovação?
Percebe-se, de maneira geral, que ela deve ser entendida dentro da cultura
de cada organização interagindo com o ambiente.
Assim sendo, a inovação é uma ação pragmática e aplicada do
conhecimento na criação e transformação de produtos e processos,
buscando elementos de diferenciação e aproveitamento, de forma
incremental ou revolucionária dos paradigmas.
Ou ainda, inovação é ação pragmática e aplicada do conhecimento no
desenvolvimento e na transformação de produtos e processos, buscando
elementos de diferenciação e aprimoramento com vistas ao
desenvolvimento socioeconômico.
Nesse sentido, seria extremamente produtivo pensar nas múltiplas
dimensões que a inovação adquire, privilegiando as capacidades de fazer
com que as idéias se transformem em resultados concretos. Esse pode
constituir-se num exercício interessante, adequado e dentro de nossa
cultura organizacional, ampliando a participação e os resultados de um
verdadeiro tecido inovador corporativo e pessoal.
Em resumo, fica bastante evidente que o primeiro passo para a
construção do novo está na percepção individual da necessidade de
mudança. Nesse sentido, embora possa surgir de maneira espontânea a
partir das histórias individuais de cada um, é fundamental considerar os
mecanismos de potencialização, estímulo e catalisação que ensejem
participação e reflexão. Para tanto, faz-se mister a implantação de projetos
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Referências
ALBAGLI, S.; MACIEL, M. L.. Capital social e desenvolvimento local.
In: LASTRES, H. M. M.; CASSIOLATO, J. E.; MACIEL, M. L. (orgs.).
Pequena empresa: cooperação e desenvolvimento local. Rio de Janeiro:
Relume Dumará, 2003, p. 423-440.
______. Informação e conhecimento na inovação e no desenvolvimento
local. In: Ciências da Informação, v. 33, n. 3, p. 9-16, set./dez., 2004.
BARBIERI, J. C. A contribuição da área produtiva no processo de
inovações tecnológicas. Revista de Administração de Empresas, São
Paulo, v.37, n.1, p.66-67, jan./mar. 1997a.
______. Desenvolvimento e Meio Ambiente: as estratégias de
mudanças da Agenda 21.ed. São Paulo: Vozes,1997b.
BARRETO, A. de A. Informação e transferência de tecnologia:
mecanismos de absorção de novas tecnologias. Brasília: IBICT, 1992.
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Sustentabilidade e Turismo:
Reflexões e Perspectivas para o
*
desenvolvimento
1
Mary Sandra Guerra Ashton
Introdução
O Turismo tem se apresentado como um fenômeno social de
importância econômica e cultural, em crescimento em nível mundial, o que
reforça a relevância em analisar o tema proposto sob a perspectiva do
desenvolvimento sustentável. Sua complexidade exige a participação de vários
atores, desde a formatação dos produtos e serviços até a consolidação dos
destinos turísticos, além da necessidade de compreender como as relações
sociais, econômicas, culturais e ambientais são estabelecidas.
Assim, a viagem turística tornou-se um dos mais importantes
fenômenos humanos do novo século. Em 2005, foram registrados 808
milhões de turistas estrangeiros; em 2006, foram contabilizados 842
milhões de viajantes no mundo, perfazendo um crescimento de 4,5% em
relação ao ano anterior. A Europa, por sua vez, conseguiu atrair um público
de 458 milhões de turistas, sendo que 76 milhões ficaram na França, país
que ocupa o primeiro lugar no ranking mundial em número de chegadas de
turistas. O maior crescimento, no entanto, foi registrado na América do Sul,
com 7,2%, conforme dados divulgados pela Organização Mundial do
*
Este trabalho é parte das investigações realizadas no Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento
Regional, na linha de Desenvolvimento Regional e Globalização, para a pesquisa intitulada: “O
Desenvolvimento Regional Endógeno e suas manifestações, a partir das contribuições
observadas na Cadeia Produtiva do Turismo na Região do Vale do Rio dos Sinos”.
1
Doutora e Mestre em Comunicação Social – PUCRS. Especialista em Produção e Gestão
do Turismo. Bacharel em Turismo pela PUC/RS. Atua como professora e pesquisadora no
Centro Universitário Feevale/RS, no Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Regional. E-
mail: marysga@feevale.br.
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Turismo – OMT2.
Em nível mundial, a busca de soluções para os problemas
socioambientais reúne investigadores e governantes desde o final do século
XX. O alerta parte de que é preciso ter consciência de que a sustentabilidade
do desenvolvimento está intimamente associada à redução das
desigualdades sociais, priorizando projetos centrados na solução da
exclusão social e das disparidades regionais. O desenvolvimento sustentável
está centrado na relação homem-natureza, enfocando a utilização racional
dos estoques de recursos naturais. Portanto, o compromisso social deve ser
o ponto de partida para o desenvolvimento sustentável, que pressupõe a
convergência dos planos e projetos na direção das expectativas das pessoas,
com relação ao seu futuro e à sua qualidade de vida. Deve, ainda, ser
complementado com o processo participativo de construção, no qual as
instituições políticas, a sociedade civil e os grupos de interesse organizados
encontrem espaço para exercer o seu papel de representação política e
institucional como agentes de transformação.
Dessa forma, o artigo propõe uma reflexão a partir da relação entre
Turismo e sustentabilidade, voltado para uma perspectiva que envolve o
desenvolvimento econômico, que tem como vetor o tripé formado pelo
compromisso social, pela utilização dos recursos naturais e pelo processo
participativo, focado no bem-estar da população. Para tanto, busca
fundamentos na compreensão do fenômeno Turismo, desenvolvido por
De La Torre (1997) e Turismo sustentável, conforme a ONU (1995), Beni
(2004) e Mares Guia (2006); de sustentabilidade, segundo a Rede de
Cooperação para a Sustentabilidade (2003) e Bueno (2008); e na noção de
desenvolvimento, conforme Sen (2000), Veiga (2006) e Barquero (2002).
Quanto à metodologia, assume um caráter de pesquisa exploratória com
revisão bibliográfica.
Portanto, este artigo foi estruturado da seguinte maneira: inicialmente,
aborda os conceitos de sustentabilidade, buscando a compreensão do
termo na sua amplitude. Num segundo momento, foi apresentada a
contextualização acerca do Turismo como um fenômeno social de
importância econômica, para, em seguida, tratar da questão do
desenvolvimento que possa, efetivamente, contribuir com o bem-estar e a
melhoria da qualidade de vida da população, contemplando as esferas
social, cultural, ambiental e econômica.
2
OMT - Declaração do Secretário Geral, Francesco Frangialli, em 29/01/2007. Disponível
em: <http://www.oglobo.com.br>. Acesso em: setembro de 2007.
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Figura 1
3
Fonte: Biólogo Ingo Hübel
3
Palestra: “Turismo Sustentável” apresentada pelo Biólogo Ingo Hübel, na Disciplina de
Tendências em Turismo, em 28/03/08, Curso de Turismo, no Centro Universitário Feevale.
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Sustentabilidade
Ambiental
Sustentabilidade Sustentabilidade
ecológica Espacial
Sustentabilidade
Social
Sustentabilidade Sustentabilidade
Política Cultural
Sustentabilidade
Econômica
Figura 2
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Conforme relata Cardoso (2008), entre as várias ações que vêm sendo
oferecidas para a compreensão e a contribuição da sustentabilidade,
destaca-se, ainda, a iniciativa do Instituto Ethos e a Usaid - Agência dos
Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional. As empresas
lançaram o Prêmio Inovação em Sustentabilidade, o qual contemplará a
melhor solução inovadora que contribua para o desenvolvimento
67
sustentável, que já esteja em uso e tenha demonstrado bons resultados.
Portanto, existe uma mobilização mundial unindo governos e civis, os
quais, por meio de investigações, congressos, conferências mundiais e
documentos oficiais disponibilizados para a população, vêm buscando
compreender, explicar e aplicar os conhecimentos acerca da
sustentabilidade de maneira ampla e abrangente, priorizando o
compromisso social.
6
O prêmio de R$ 60.000 será destinado ao aperfeiçoamento e/ou ganho de escala do
projeto e a aplicação desse recurso será monitorada pelos organizadores do prêmio
(Mercado Ético – CARDOSO, 2008).
7
Será lançada, em 2008, a publicação Gestão do Conhecimento Volume II - Compêndio de
Indicadores de Sustentabilidade de Nações - uma Contribuição ao Diálogo. Trata-se da
apresentação de 25 Indicadores de Sustentabilidade de Nações destinados a mensurar,
monitorar e avaliar a sustentabilidade do nosso planeta. Em processo de aplicação no
exterior e no Brasil, esses indicadores consideram aspectos ambientais, econômicos, sociais,
éticos e culturais (Compêndio para a Sustentabilidade).
8
MARES GUIA, Walfrido dos. 2006. A Construção do Turismo Sustentável. O estado de
São Paulo. 07/11/2006.
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MARES GUIA, Walfrido dos. 2006. A Construção do Turismo Sustentável. O estado de
São Paulo. 07/11/2006.
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Figura 3
Fonte: Adaptado de DIAS e AGUIAR (2002).
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Considerações Finais
Este artigo ocupou-se da reflexão em torno da relação existente entre
as categorias sustentabilidade, Turismo e desenvolvimento. A
contextualização revelou que os movimentos sociais observados na
atualidade, delineados no Turismo e sustentados pela interação e pela
relação social que se estabelece, são elementos motivadores e responsáveis
pelos deslocamentos, juntamente com os recursos e os atrativos turísticos
do local receptivo. Além disso, as bases para o desenvolvimento do
Turismo, no longo prazo, como os recursos naturais e culturais, são
extraídas, definidas e determinadas no local, assim, devem manter a
identidade local e, portanto, utilizadas de maneira racional e direcionadas ao
bem-estar da população.
Logo, os ingredientes importantes para o desenvolvimento sustentável,
que permeiam o embasamento conceitual das noções apresentadas,
promovem uma nova base conceitual, agora formada por três elementos que
se mostraram complementares e até mesmo inseparáveis. Assim, a
sustentabilidade, o Turismo e o desenvolvimento assumiram as convergências
reveladas entre si, por meio de um diálogo preliminar, como uma
possibilidade de conhecimento, respeitando as particularidades dos teóricos e
estabelecendo os níveis de convergência entre as noções apresentadas.
Dessa maneira, foi possível observar que os fatores determinantes das
formas de produção de bens e produtos, característicos do
desenvolvimento sustentável, estão presentes na noção de Turismo. Por
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Sustentabilidade: uma abordagem social
Referências Bibliográficas
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Tempos de Globalização. Porto Alegre: UFRGS, 2002.
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Revista espaço acadêmico. Junho de 2004. Disponível em:
<http://www.espacoacademico.com.br/037/37ebeni.htm> Acesso em:
16/04/08.
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Introdução
Com o advento da globalização, as organizações, de um modo geral,
renderam-se a um mundo sem fronteiras, especialmente, a partir da última
década do século XX e no princípio do atual, pois, neste século XXI,
entendido como o século do conhecimento, as organizações encontram-se
diante dessa variável, a qual requer quebra de paradigmas.
O objetivo central deste estudo é compreender como se dá a forma de
aprendizagem organizacional, abordando o binômio treinamento
(capacitação) e conhecimento. O estudo está pautado pela resposta à
questão da pesquisa: de que forma ocorre a aprendizagem organizacional
com foco no treinamento (capacitação) e conhecimento? Há vasta literatura
disponível abordando a questão da aprendizagem organizacional, inclusive
fazendo contrapontos entre as visões dos diversos autores. A pesquisa
1
Doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Mestre em
Sociologia Ambiental pela Universidade de Minas Gerais, graduada em Pedagogia.
Coordenadora de Extensão e professora de Políticas Públicas no Centro Universitário
Metodista – IPA/RS. E-mail: Eunice.nonato@metodistadosul.edu.br.
2
Mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC,
graduada em Ciências Contábeis pela Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC,
professora dos Cursos de Administração e Ciências Contábeis do Centro Universitário
Feevale - NH Professora e Coordenadora do Curso de Ciências Contábeis das Faculdades
Monteiro Lobato - FATO/RS . E-mail: jubitarello@terra.com.br.
3
Mestre em Ciências Contábeis e Controladoria – UNISINOS/RS, graduado em Ciências
Contábeis – Feevale/RS. Professor dos cursos de Ciências Contábeis e Administração no
Centro Universitário Metodista – IPA/RS e das Faculdades Monteiro Lobato – FATO/RS.
Experiência em atividades Públicas e Privadas. E-mail: staudt@uol.com.br.
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social, e ele não reagia como indivíduo, mas como membro de grupo. A partir
do desempenho individual no ambiente de trabalho, decorre o sucesso da
equipe, na junção das habilidades motoras e mentais (BONFIM, 1995).
Bastos (1994, p. 17) considera que "o imortal e persistente desejo de
associação comprometerá seriamente o desenvolvimento de uma
sociedade em sua capacidade de adaptação, se não for idealizado
oportunamente um sistema tal que facilite e permita aos indivíduos de um
grupo se integrar em outro". Embora reconhecendo, em parte, a
importância da influência dos aspectos psicológicos e sociais no processo
produtivo, o modelo do homem apregoado pelos humanistas era o modelo
reagente aos valores e às determinações de seu contexto. Assim, a ação de
treinamento, nessa época, visava ao ajustamento do trabalhador ao seu
ambiente de trabalho, para o fazer, para dar conta da produção, e não ao seu
crescimento como indivíduo.
Para alguns economistas, a educação era totalmente dispensável para os
trabalhadores. Outros economistas e políticos mais perspicazes, contudo,
percebiam a importância da instrução escolar, pois consideravam que esta
estava ligada a uma tendência modernizadora de sociedades mais avançadas.
É possível entender que a forma de gerenciamento vigente na era
industrial concedia um saber controlado, o qual permitia a execução do
trabalho sem, contudo, representar uma ameaça aos proprietários. Era
concebido um saber, mas não completo, sobre o processo, o domínio
completo ficava nas mãos e na cabeça dos dirigentes.
De acordo com Bennis (1976), as organizações precisam se renovar,
para enfrentar as transformações aceleradas, já que a burocracia não atende
ao novo contexto e só prospera em condições de competição, segurança, e
previsibilidade.
Para Argyris (apud Malvezzi, 1994, p. 18), a competitividade e a rapidez
da evolução tecnológica, na década de 70, levaram a eficiência dos negócios
a depender mais da contínua atualização e aprendizagem do que da
autoridade gerencial. Alguns fatores sinalizam essa necessidade de
atualização e desenvolvimento do trabalhador, tais como:
1) a maior reivindicação dos trabalhadores nos processos decisórios;
2) o falido controle entre a estrutura formal das tarefas e as tarefas
realmente praticadas;
3) a fragilidade do controle externo sobre tarefas e pessoas começou a
ser insuficiente, para garantir a eficiência (MALVEZZI, 1994, p. 18).
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adequando, empregando, para isso, uma política de inovação, que pode ser
resumida em quatro elementos básicos: a competência, a tecnologia, a
parceria e a flexibilidade.
Considerando que, se treinamento e capacitação elevam o
desempenho profissional dos funcionários e geram a competência na
organização, então, a busca do entendimento e a identificação de
necessidades de treinamento levam, conseqüentemente, à realização de
treinamentos que visem a contribuir na busca dos resultados desejados pela
organização. Por isso, passa a ser relevante avaliar e pesquisar a correlação
entre treinamento e desempenho funcional.
A influência das inovações para a questão da capacitação profissional
revela uma reorientação em busca de atuações de resultados e,
conseqüentemente, a exigência de um trabalhador com uma postura
autogerenciável, constituída de compromisso, criatividade e competência.
Em conseqüência desse perfil do trabalhador, também há a necessidade de
mais preparação da força trabalhadora e da adequação de novas formas de
organização e produção.
Dessa forma, a capacitação deixa de ser investimento aplicado apenas
no know-how – capacitar para fazer, e passa a ser investimento também no
know why – capacitar para pensar, fazer autocrítica e agir. Com esta última
abordagem, o treinamento amplia a atuação, a participação consciente no
processo e, também, a empregabilidade do trabalhador, distanciando-o do
estereótipo de mero seguidor de manuais.
As características que conduzem a organização para a autonomia
funcional, o crescimento e o desenvolvimento são:
Habilidade de aprender através da experiência, de codificar e de
armazenar o conhecimento. Habilidade de “aprender a aprender”,
aperfeiçoar metodologias para o melhoramento do processo de
conhecimento. Habilidade de adquirir e utilizar informações para as
próprias atuações, de desenvolver um processo de auto-análise.
Habilidade de governar o seu próprio destino (BENNIS, 1976, p. 191).
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Moscovici (1994, p. 22), por sua vez, defende o fato de que "a
Aprendizagem envolve a pessoa como um todo e não só o seu intelecto".
Estudiosos, como Freire (1999) e Moscovici (1994), têm ponderado
que as propostas de ensino para adultos devem diferir, em natureza, das
atividades pedagógicas destinadas a crianças. Senge (1990), por sua vez,
considera que compreender como o adulto aprende é importante para
entender, plenamente, a aprendizagem organizacional, uma vez que a
entidade primeira de aprendizagem é o indivíduo e não a organização.
Segundo Merrian e Caffarela (apud KUENZER, 2000, p. 67), a
autodireção é uma característica natural da vida do adulto, sendo que a
aprendizagem autodirecionada "é uma forma de estudo na qual o aprendiz
tem a responsabilidade primária pelo planejamento, condução e avaliação
de suas próprias experiências de aprendizagem".
O termo Andragogia surgiu como sinônimo de educação de adultos, e
esta relação adulto/adulto baseia-se numa relação democrática e
participativa, e não autocrática, como a inerente à concepção de Pedagogia
(BONFIM, 1995).
Knowles (apud MOSCOVICI, 1994, p. 19), considerado um dos
principais pesquisadores sobre aprendizagem dos adultos, aponta
diferenças entre crianças e jovens, em situações de aprendizagem,
principalmente, em relação a autoconceito, experiência, prontidão,
perspectiva temporal e orientação da aprendizagem.
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Considerações Finais
O conhecimento possui relevância para o avanço da aprendizagem
organizacional, pela eficiência no uso de modelos e processos que
permitem às organizações a eficácia da junção dos esforços possíveis dos
três elementos básicos destas: o indivíduo, o grupo (a equipe) e a
organização. Esses elementos, conjuntamente, permitem a prosperidade,
decorrente da atuação responsável socialmente.
No primeiro momento, o estudo pretendeu concentrar-se na história
do desenvolvimento do treinamento como forma de execução das tarefas
nas organizações. Nesse contexto, a organização exercia um papel de
propiciar, ao indivíduo, meios necessários para que este desenvolvesse suas
atividades de forma treinada, não lhe sendo necessário possuir habilidades
intelectuais, tornando-se uma extensão da máquina propriamente dita.
Restava-lhe apenas o comprometimento de desenvolver bem suas tarefas
em troca de remuneração.
Essa forte presença na história da industrialização, tida como período
da produção em série e de massa, perdurou, praticamente, até o final da
década de 80 do século XIX. Pode-se afirmar que esse foi um período de
asfixia funcional, em que pouca oportunidade havia para o
desenvolvimento do conhecimento nas massas operárias. Podem ser
citadas como variáveis dessa asfixia: a produção monopolista de alguns
países; os regimes políticos existentes; as políticas econômicas fechadas das
organizações e dos países.
No segundo momento, o conhecimento foi tido como forma de
sobreposição ao treinamento, sufocando, de certa forma, o treinamento, mais
especificamente a partir da última década do século XX e, mais
acentuadamente, no princípio do século atual. Esse fato se deve à abertura das
fronteiras econômicas dos países, formando blocos econômicos regionais,
inclusive transregionais, como parceiros econômicos. Essa variável passou a
impressão de que seria necessário apenas o conhecimento específico.
Em decorrência da variável globalização - política e econômica -, as
organizações tanto públicas quanto privadas necessitam ajustar-se, revendo
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FLEURY, Maria Tereza Leme; FLEURY, Afonso. Aprendizagem e
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Desenvolvimento Sustentável:
indicadores de sustentabilidade
nos aspectos social, econômico e
ambiental, como ferramenta para a
gestão pública local
1 2
Alberto de Souza Rossi e Sérgio Carvalho
Introdução
O Brasil, ultimamente, tem enfrentado um processo de urbanização
desenfreada pelo ritmo de aceleração do crescimento populacional e das
atividades econômicas, o que tem causado pressões sobre o meio ambiente e,
conseqüentemente, alterações da qualidade ambiental dos municípios
brasileiros. O aumento das taxas de crescimento demográfico de urbanização
observadas nas duas últimas décadas contribuiu para a elevada concentração
da miséria, ocasionando a degradação dos recursos naturais, resultando na
diminuição da qualidade de vida da população. A insuficiência de
planejamento municipal provocou diversos problemas ambientais, tais como
a poluição do ar e das águas, as enchentes e os deslizamentos, entre outros,
resultando em conseqüências desastrosas para a população.
Para modificar esse cenário e fortalecer as estratégias da gestão
ambiental em âmbito municipal, é necessária a criação de programas nos
municípios, objetivando proteger e conservar as questões ambientais e
obter a qualidade e o equilíbrio necessários ao meio ambiente. Esses
objetivos poderão ser atingidos pelas organizações que se adequarem às
1
Mestrando em Gestão Tecnológica: Qualidade Ambiental. Centro Universitário Feevale.
alberto@feevale.br
2
Professor-pesquisador. Centro Universitário Feevale. Coordenador do Mestrado em
Qualidade Ambiental sergiocarvalho@feevale.br
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3
Organização estatística da Comissão Européia, que produz dados estatísticos para a União
Européia e promove a harmonização dos métodos estatísticos entre os estados membros.
4
É uma organização internacional dos países desenvolvidos e industrializados, com os
príncipios da democracia representativa e da economia de livre mercado. A sede da organ
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Considerações Finais
Diante das discussões levantadas, a idéia do desenvolvimento
sustentável não perderá a sua importância nas ciências sociais do século que se
inicia. Precisa-se enfrentar e absorver as desigualdades sociais entre nações e
garantir o futuro da humanidade com mudanças, procurando deixar o meio
ambiente mais equilibrado. Portanto, através da problemática do
desenvolvimento sustentável, cresce, nas academias, a importância desse
contexto em que se faz necessário o enfrentamento da degradação ambiental.
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DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum. 1. ed. Rio de Janeiro:
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A diagramação e produção gráfica deste livro foi realizada pela Editora Feevale, impressão
Gráfica ???? (Cidade/ESTADO). CAPA: Papel Supremo 240g com termolaminação fosca
e aplicação de verniz UV localizado. MIOLO: impresso em Sulfite 75g com utilização das
fontes Garamond e GaramondITC Bk BT na diagramação dos textos. Tiragem: 500
exemplares.