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Universidade de São Paulo

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

IV Encontro do Projeto Nacional de Letramentos:


Linguagem, Cultura, Educação e Tecnologia
Ciclo II - Diretório do Grupos de Pesquisa, CNPq

Os Estudos de Letramentos e o Contexto Brasileiro:


expandindo interpretações

Evento em Homenagem à Profa. Dra. Walkyria Monte Mór

Caderno de Resumos
2019
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Reitor: Vahan Agopyan
Vice-reitor: Antonio Carlos Hernandes

FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS


Diretora: Maria Arminda do Nascimento Arruda
Vice-diretor: Paulo Martins

Projeto Nacional de Letramentos: Linguagem, Cultura, Educação e Tecnologia


Diretório do Grupo de Pesquisas – CNPq
Líderes do Grupo: Lynn Mario Trindade Menezes de Souza
Walkyria Maria Monte Mór

Comissão Organizadora:
Alessandra Coutinho Fernandes, Ana Karina de Oliveira Nascimento, Ana Paula
Martinez Duboc, Andréa Antonieta Cotrim Silva, Andréa Machado de Almeida Mattos,
Brian Morgan, Cristina Arcuri Eluf Kindermann, Danie Marcelo de Jesus, Daniel de Melo
Ferraz, Denise Silva Paes Landim, Elaine Íris dos Reis, Fabrício Ono, Fernanda Costa
Ribas, Fernando da Silva Pardo, Guilherme Adami, Helena Andrade Mendonça, Janice
Gonçalves Alves, Katia Bruginski Mulik, Laudo Natel do Nascimento, Leina Cláudia
Viana Jucá, Lívia Fortes Silva Zenóbio, Luciana Ferrari de Oliveira Fiorot, Luiz Otávio
Costa Marques, Marco Antônio Margarido Costa, Marlene de Almeida Augusto de Souza,
Maria Amália Vargas Façanha, Nara Hiroko Takaki, Renata Quirino, Ricardo Toshihito
Saito, Roberto Bezerra da Silva, Rodrigo Abrantes da Silva, Samara de Cássia Rodrigues
Marreiro, Sandra Regina Buttros Gattolin de Paula, Sandro Silva Rocha, Souzana
Mizan, Viviane Pires Viana Silvestre.

Caderno de Resumos:
Editores: Ana Karina de Oliveira Nascimento, Fernando da Silva Pardo, Leina Cláudia
Viana Jucá, Ricardo Toshihito Saito, Viviane Pires Viana Silvestre.

IV Encontro do Projeto Nacional de Letramentos - Ciclo II: "Os Estudos de


Letramentos e o contexto brasileiro: expandindo interpretações", Universidade de
São Paulo (2019: São Paulo, SP).

Agradecemos o apoio da Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras


e Ciências Humanas, Departamento de Letras Modernas.

Endereço Editorial:
Universidade de São Paulo – FFLCH/DLM Avenida Prof. Luciano Gualberto, 403,
05508-010, São Paulo, SP. Brasil. Telefones: (005511) 3091-5041 ou 3091-4296
Fax: (005511) 3032-2325.
Quebrando ovos para fazer omelete

Muito antes dos estudos de letramentos adentrarem o Brasil, Walkyria Monte Mór já tinha
um sonho – o sonho de desenvolver um projeto de âmbito nacional (e quem sabe com parceria
internacional) como exercício entoando uma educação diferenciada na formação do cidadão.
A autora já vinha ensaiando experiências pouco convencionais em suas aulas da graduação1,
as quais repercutiriam anos depois nas aulas de pós-graduação e nas orientações das
pesquisas de seus alunos. Influenciada pelo DNA da filosofia da educação (SAVIANI, 2000),
educação crítica (FREIRE, 2005), ruptura (RICOEUR, 1978) de ciclos interpretativos
consagrados, desconstrução (DERRIDA, 2013), dentre inúmeros outros conceitos, Monte Mór
começa a quebrar ovos com vistas a fazer omelete com seus alunos, alguns colegas e
autoridades, sem a certeza que normalmente se espera de projetos dessa natureza, mas com
lucidez nas ponderações e pulsão incondicional de fazer amigos por onde passou e passa. É
que a premissa de quem “atira no que vê e acerta no que não vê”, um dos pressupostos de sua
visão de mundo, fundamentava suas relações, incluindo aquelas com seu interlocutor de
todos os momentos, seu esposo, Sylvio Zilber, e também com Risca, Tita, Tuco e Alfredo - aos
quais agradecemos profundamente por cederem parte desses momentos a nossa formação - e
os temas que vinha pesquisando, a saber: educação linguística, novos letramentos
(LANKSHEAR; KNOBEL, 2005), multiletramentos (COPE; KALANTZIS, 2000),

1Leia mais em: <https://usp-br.academia.edu/WalkyriaMonteMor > e em


<https://www.researchgate.net/profile/Walkyria_Monte_Mor>.
letramento crítico (MUSPRATT, LUKE, FREEBODY, 1997; JANKS, 2010; CERVETTI,
PARDALES, DAMICO, 2001, entre outros), tecnologia e cultura dialogando com as
demandas sociais atuais para ensino, aprendizagem e formação de professores de línguas
estrangeiras e, mais recentemente, de línguas em geral.

Ao longo de sua carreira, Monte Mór conciliou dois assuntos que considera cruciais para
compreender historicamente a discrepância existente entre escola e sociedade e não hesitar em
reinventar a inseparabilidade da teoria-prática. “Se há um dominante é porque o dominado
está deixando” constitui-se como uma das percepções do que entende como crise, que estabelece
uma interface com o crítico, relembrando as lições de Ricoeur (1978). Monte Mór entende que
não há obrigatoriedade para apenas negativar a crise na coletividade, pois a crise seria uma
oportunidade dentro de uma perspectiva de letramento crítico. Perspicazmente, ela se apropriou
do conceito de habitus de Bourdieu (1994) e criou uma analogia articulando uma mudança
no habitus interpretativo (MONTE MÓR, 2007), orientado pela abertura ao pensamento
complexo (MORIN, 2015) e o vozeamento de outros discursos e de outros fazeres. Seguiu
problematizando o loteamento do conhecimento e as epistemologias (neo)liberais centradas no
balanço supostamente vigoroso entre natureza X cultura; branco X indígena, etc. Ousamos
dizer que ela foi desenvolvedora de uma estratégia que alterou o conceito de desafio, como algo
pesado, para a leveza das possibilidades. Um exemplo profícuo disso é que, sem contar com
agência de fomento para seus projetos, com seu parceiro acadêmico Menezes de Souza, escolheu
navegar por águas mais virgens, democratizando o interesse e disponibilidade de
participantes voluntários no Projeto Nacional (PN), algo que os modelos (neo)liberais
podem/devem aprender.

Nesse projeto, Monte Mór vem engenhosamente transgredindo os costumes, correndo riscos,
abordando as diferenças em meio às semelhanças, promovendo elegantemente trocas nos
espaços de debates difíceis (complexos), ora desmontando hierarquias rígidas como as de
“Educating Rita”, ora fazendo jus ao seu bem-humorado jeito de fazer provocações, como “há
um jesuíta em cada professor”. Como alguém que autocriticamente reconhece os paradoxos, a
ambiguidade e a incompletude do conhecimento, exercitou formas vibrantes de
intersubjetividade em toadas que lembram muito o seguinte modus vivendi: “Eu te ensino a
fazer renda, tu me ensinas a namorar.” E quando um impasse de qualquer natureza é
gerado? Fácil! Para ela, é questão de fortalecer o pensamento estratégico e orientar a construção
de sentido no que viria a compor parte daquilo que chama de autoria e agência. As múltiplas
autorias, assim, podem emergir porque há espaço distribuído democraticamente na construção
de sentido e na agência compartilhada que Monte Mór promove.

Fruto de um trabalho colaborativo, o Projeto Nacional de Formação de Professores nas Teorias


de Novos Letramentos e Multiletramentos: o ensino crítico de línguas estrangeiras na escola
(ciclo I) que hoje intitula-se Projeto Nacional de letramentos: Linguagem, Cultura, Educação
e Tecnologia / National Project on Literacies: Language, Culture, Education and Technology
(ciclo II) 2 , visa a contribuir para a formação básica de professores em pré-serviço e para a
formação contínua de professores em serviço. Tem como tema principal o estudo das ações de
linguagem na formação de professores e alunos que reflitam criticamente sobre o e no contexto
escolar. A ênfase está na constituição de agentes críticos e cidadãos, com foco na relação
linguagem-educação em contextos específicos.

O espírito transgressor e visionário se ramificou no grupo do Projeto Nacional (PN) deixando


e abrindo rastros que, hoje, são visíveis no Brasil e em contextos internacionais como insumos
para o desenvolvimento das ciências humanas em diálogo com outras áreas (como a tecnologia
da inovação), bem como para a relevância social e econômica do país. O compromisso com uma
educação ampliada e inovadora com vistas à compreensão das questões cruciais locais-globais
requer também formação docente e pesquisas responsivas a tais questões, uma prática que o
PN vem engendrando transdisciplinarmente com expressivo sucesso.

Dentre as muitas conquistas, Monte Mór é coautora das Orientações Curriculares para o
Ensino Médio – Línguas Estrangeiras3; autora dos Cadernos de Orientações Didáticas para
EJA – Línguas Estrangeiras4; co-coordenou o projeto Brazil-Canada Knowledge Exchange
(BRCAKE)5, e co-coordena o Project on Knowledge Exchange and Research: Literacies and

2 Disponível em: <https://www.researchgate.net/profile/Walkyria_Monte_Mor>.


3 Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_01_internet.pdf>.
4 Disponível em: <https://docplayer.com.br/8058181-Caderno-de-orientacoes-didaticas-para-eja-lingua-

estrangeira-ingles-etapas-complementar-e-final.html>.
5 Disponível em: <https://dianabrydon.com/2011/03/30/brazilcanada-knowledge-exchange-developing-

transnational-literacies/>.
Languages in Teacher Education, firmado em parceria com a Universidade de Illinois
(EUA)6. O Projeto Nacional (ciclos I e II) vem sendo considerado um dos mais importantes
pelo Departamento de Letras Modernas, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
(FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP).

A ex-aluna de Freire nos capacita para uma espécie de Think-and-Do-Tanks da educação


linguística crítica e nos incentiva, cuidando para desaprender e reaprender num futuro que
é agora, digital, mas bem humano. Esse evento é em sua homenagem!

Comissão Científica

Obras citadas LANKSHEAR, C.; KNOBEL, M. (Orgs.)


New literacies. Changing knowledge and
BOURDIEU, P. Razões práticas: sobre a
classroom learning. UK: Open University
teoria da ação. Campinas: Papirus, 1994.
Press, 2005.
CERVETTI, G.; PARDALES, M. J.;
MONTE MÓR, W. Leitura, literatura,
DAMICO, J. S. A tale of differences:
letramento crítico em García Márquez p.
comparing the traditions, perspectives and
219-234. In: SEDYCIAS, J. (Org.) A
educational goals of critical reading and
América hispânica no imaginário literário
critical literacy. Reading Online, v. 4, n.
brasileiro. Brasil em el imaginário literário
9, April 2001. Disponível em:
hispano-americano. Recife: Editora
<http://www.readingonline.org/articles/c
Universitária da UFPE, 2007.
ervetti/.> Acesso em: 04 de maio de 2017.
MORIN, E. Introdução ao pensamento
COPE, B.;
KALANTZIS, M. (Eds.)
complexo. 5 ª. ed. Porto Alegre: Sulina,
Multiliteracies. Literacy learning and the
2005.
design of social futures. New York,
London: Routledge, 2000. MUSPRATT, S.; LUKE, A.; FREEBODY,
P. (Eds.) Constructing critical literacies.
DERRIDA, J. Of grammatology. Baltimore:
Teaching and learning textual practice.
Johns Hopkins University Press. Corrected
New Jersey: Hampton Press, INC., 1997.
Edition. 2013.
RICOEUR, P. O conflito das interpretações:
FREIRE, P. Pedagogia da tolerância.
ensaios de hermenêutica. Rio de Janeiro:
Organização e notas de Ana Maria Araújo
Imago, 1978.
Freire. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2005.
JANKS, Hilary. Language and power. New SAVIANI, D. Educação. Do senso comum à
York, London: Routledge, 2010. consciência filosófica. 18ª. ed. Campinas:
Editores associados, 2000.

6 Disponível em: <https://www.escavador.com/sobre/9277747/walkyria-montemor>.


Convidado de honra

Lynn Mario Trindade


Menezes de Souza

Convidados especiais

Clarissa Jordão
Bill Cope
aria
Anna M Brian Morgan
ani
Carmagn

Diana Brydon Kanavillil


Joel Windle Rajagopalan
Daniel Ferraz

Monica Heller Vivian


Mary Kalantzis e Heber
le
PROGRAMA GERAL
Segunda- Terça- Quarta- Quinta-
feira feira feira feira
01/04 02/04 03/04 04/04
8:30 Credenciamento
Abertura Debate Debate
9:00 Sessão 01
Temático 02 Temático 04
10:30 Coffee-break
Debate Debate Debate
11:00 Sessão 02
Temático 01 Temático 03 Temático 05
12:30 Intervalo - Almoço

14:00 Mini-curso Sessão 03

16:00 Coffee-break
Apres. Cultural
16:30 Mini-curso
Encerramento

Atenção: Todas as atividades serão realizadas no Auditório de História, na Faculdade de


Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), da Universidade de São Paulo (USP).
Avenida Professor Luciano Gualberto, 315. Cidade Universitária. Butantã, São Paulo – SP.
Segunda-feira
01/04

8:30 Credenciamento

9:00 Sessão de Abertura


Prof. Dr. Lynn Mario Trindade Menezes de Souza

10:30 Coffee-Break

11:00 Debate Temático 01


Línguas estrangeiras nos anos iniciais da educação básica:
debates sobre políticas, formação docente e práticas pedagógicas
Cláudia Rocha (UNICAMP)
Marco Antônio Costa (UFCG)
Maura Regina Dourado (UFPB)
Sandra Gattolin (UFSCAR)

12:30 Intervalo - Almoço

14:00 Mini-curso: Língua, Capitalismo, Colonialismo:


por uma História Crítica
Monica Heller (University of Toronto – Canada)

16:00 Coffee-Break

16:30 Mini-curso: Língua, Capitalismo, Colonialismo:


por uma História Crítica
Monica Heller (University of Toronto – Canada)
Terça-feira
02/04

8:30 Credenciamento

9:00 Debate Temático 02

Perspectivas críticas em tempo de incertezas:


desdobramentos e formas de resistência

Dánie Marcelo de Jesus (UFMS)


Joel Windle (UFF)
Rosane Pessoa (UFG)
Ruberval Maciel (UEMS)

10:30 Coffee-Break

11:00 Debate Temático 03

Brazil/World views on literacies, education, applied linguistics


studies and intercultural relations: a transnational debate

Bill Cope (University of Illinois – USA)


Brian Morgan (Glendon College – Canada)
Diana Brydon (University of Manitoba – Canada)
Joel Windle (Universidade Federal Fluminense – Brazil)
Kanavillil Rajagopalan (Universidade de Campinas – Brazil)
Mary Kalantzis (University of Illinois – USA)

12:30 Intervalo - Almoço

14:00 Mini-curso: Língua, Capitalismo, Colonialismo:


por uma História Crítica
Monica Heller (University of Toronto – Canada)

16:00 Coffee-Break

16:30 Mini-curso: Língua, Capitalismo, Colonialismo:


por uma História Crítica
Monica Heller (University of Toronto – Canada)
Quarta-feira
03/04

8:30 Credenciamento

9:00 Debate Temático 04

A educação linguística crítica no espaço acadêmico e suas


complexidades: conquistas e caminhos a traçar

Nara Hiroko Takaki (UFMS)


Simone Batista da Silva (UFRRJ)
Souzana Mizan (UNIFESP)
Vanderlei Zacchi (UFS)

10:30 Coffee-Break

11:00 Debate Temático 05

Expansão interpretativa: perspectivas femininas

Alessandra Fernandes (UFPR)


Andréa Mattos (UFMG)
Cielo Festino (UNIP)
Leina Jucá (UFOP)
Luciana Ferrari (UFES)

12:30 Intervalo - Almoço

14:00 Mini-curso: Língua, Capitalismo, Colonialismo:


por uma História Crítica
Monica Heller (University of Toronto – Canada)

16:00 Coffee-Break

16:30 Mini-curso: Língua, Capitalismo, Colonialismo:


por uma História Crítica
Monica Heller (University of Toronto – Canada)
Quinta-feira
04/04

8:30 Credenciamento

9:00 Walkyria Monte Mór:


algumas interpretações

Clarissa Jordão (UFPR)


Daniel Ferraz (USP)

10:30 Coffee-Break

11:00 Walkyria Monte Mór:


expandindo relações

Ana Maria Carmagnani (USP)


Viviane Heberle (UFSC)

12:30 Intervalo - Almoço

14:30 Walkyria Monte Mór por ela mesma


Walkyria Monte Mór (USP)

16:00 Coffee-Break

16:30 Apresentação Cultural


Encerramento
Sobre os Debates Temáticos

O que é um Debate Temático?

Um Debate Temático (DT) é uma modalidade de participação criada especificamente para


este evento acadêmico. Trata-se, como o próprio título já o explicita, de um debate acerca
de uma determinada temática, questão ou problema, relacionado ao tema do evento,
explicitado por meio de seu título que, por sua vez, procura apontar para o trabalho
desenvolvido ao longo da carreira da homenageada, brevemente relatado no texto de
abertura deste Caderno de Resumos e acessível por meio dos links ali disponibilizados.

Quais as finalidades do DT?

Cada DT tem, portanto, a finalidade de debater a temática escolhida por seus proponentes,
relacionando-a ao trabalho da homenageada, procurando não apenas promover a reflexão
e o debate como também abrir espaço para a expansão das possibilidades interpretativas
daqueles que dele participam.

Quem são as pessoas envolvidas no DT?

Cada um dos DTs que constituem este evento foi idealizado por seus proponentes, que,
por meio dos resumos constantes deste Caderno, procuraram apresentar a temática
escolhida, deixando aos participantes-debatedores a oportunidade de inteirarem-se
antecipadamente do tema que pretendem debater. Participarão, portanto, dos DTs, os
proponentes e os debatedores, podendo ser debatedor qualquer participante do evento que
desejar discutir o tema e interagir com seus proponentes.

Como deve funcionar um DT?

No início de cada sessão, serão disponibilizados 15 minutos para que apenas um dos
proponentes apresente o tema do DT do qual participa. Será responsabilidade de cada
grupo de proponentes indicar o proponente-apresentador, que poderá fazer uso dos
recursos que considerar adequados para a realização da apresentação da temática do
debate proposto por seu grupo. Tal apresentação deve explicitar o tema, sua relevância e as
razões que tornam importante debatê-lo. Uma vez finalizados os 15 minutos e a
apresentação do tema, será aberto o espaço para o debate. Será responsabilidade dos
participantes do evento ler antecipadamente os resumos dos DTs constantes deste
Caderno e preparar suas perguntas para o debate. Os participantes do evento serão, assim,
os debatedores de cada sessão. As perguntas somente serão apresentadas aos proponentes
no momento do debate. Não será necessário, portanto, enviá-las antecipadamente ao dia
e horário de cada sessão.
DEBATE TEMÁTICO 01

Línguas Estrangeiras nos anos iniciais da Educação Básica:


debates sobre políticas, formação docente e práticas pedagógicas.

Cláudia Hilsdorf Rocha (UNICAMP)


Marco Antônio Margarido Costa (UFCG)
Maura Regina da Silva Dourado (UFPB)
Sandra Regina Buttros Gattolin (UFSCar)

Como tem sido amplamente discutido no âmbito da Linguística Aplicada, o ensino-


aprendizagem de línguas estrangeiras (doravante LE) na infância, seja no contexto
das escolas de idiomas, seja na Educação Básica, tem suscitado muito interesse e, assim,
tem se mostrado um campo bastante fértil para pesquisas. Estudos nessa área, entre eles
Pires (2004), Carvalho (2005), Rocha (2006, 2007, 2008), Tombosi (2007), Tonelli
(2008), Souza et al. (2008), Rocha (2006; 2007; 2012), Rocha et al (2010), Tonelli e
Chaguri (2013) e Gimenez (2013), têm chamado nossa atenção para os impactos
limitadores do caráter ainda facultativo das LEs no início da escolaridade e da
fragilidade da formação docente nesse campo. Em um país, como o nosso, em que
imperam desigualdades profundas, de variadas ordens, a ausência das LEs nos
currículos do Ensino Fundamental I em muitas escolas, principalmente as públicas,
corrobora para a manutenção do status quo. Além disso, a natureza difusa das políticas
educacionais oficiais nessa área exerce um impacto negativo no que se refere aos
processos educativos e à formação de professores. Frente a discursos que hoje tendem a
validar a relevância da pluralidade linguística e cultural para uma formação mais
ampla, embasada nas teorias dos letramentos e orientada para a cidadania crítica
(MONTE MÓR, 2009, 2011; ROCHA; MACIEL, 2015), mostram-se urgentes políticas
públicas mais articuladas e robustas, que visem à implantação da educação em línguas
estrangeiras nos anos iniciais da Educação Básica de forma significativa, situada e
mais efetiva, como discorre Gimenez (2013). Do mesmo modo, evidenciam-se
necessárias ações que busquem viabilizar uma formação docente também preocupada
com as particularidades do ensino de línguas para crianças em seus diversos contextos.
Muitos estudos têm evidenciado a predominância de objetivos prioritariamente práticos
ou utilitaristas nesse contexto educativo (ROCHA, 2012, entre outros) e sinalizam para
a importância de discussões e encaminhamentos, no âmbito acadêmico e de políticas
públicas que possam oferecer subsídios não somente para iniciativas e projetos de
implantação do ensino na rede pública, mas também no que se refere à formação docente
(inicial e continuada) e a práticas que atendam a demandas específicas. Assim sendo,
a proposta deste debate temático é fomentar discussões sobre dificuldades e desafios
colocados para a área. Para tanto, pretendemos apresentar um breve e atualizado
panorama de estudos e projetos já desenvolvidos, a fim de contextualizar os subsequentes
relatos de experiências vivenciadas por meio de ações ligadas à extensão universitária, ao
estágio docente, bem como a programas de iniciação à docência. A partir dos debates
suscitados, pretendemos propor, de modo colaborativo, um conjunto de ações, de cunho
institucional e político, que possam contribuir para a ampliação do diálogo e maior
visibilidade dos estudos e projetos desenvolvidos e em desenvolvimento e, portanto, para
o fortalecimento da área.
DEBATE TEMÁTICO 02

Perspectivas Críticas em tempo de incertezas:


desdobramentos e formas de resistência

Dánie Marcelo de Jesus (UFMS)


Joel Windle (UFF)
Rosane Rocha Pessoa (UFG)
Ruberval Maciel (UEMS)

Com o advento das eleições presidenciais de 2018, tornou-se crescente o discurso do ódio
às minorias sociais, tais como gays, lésbicas, negras/os, mulheres e imigrantes. Os/As
apoiadores/as desses discursos se apresentam como pessoas de vertente mais religiosa e
de posição política ultradireitista que se valem da égide do direito à livre expressão
democrática, buscando preservar ideais de família nuclear e de uma sociedade
socialmente ordenada e essencialista. Diante desse contexto, o objetivo deste debate
temático é não apenas problematizar os desdobramentos políticos e educacionais desses
tempos incertos para o nosso trabalho como docentes e pesquisadores/as que se
fundamentam em perspectivas críticas na educação linguística e na formação de
professores/as de línguas, mas também discutir formas de resistência às ações que
buscam desestabilizar e deslegitimar esse trabalho.
DEBATE TEMÁTICO 03

Brazil/World views on literacies, education, applied linguistics


studies and intercultural relations: a transnational debate

Bill Cope (University of Illinois – USA)


Brian Morgan (Glendon College – Canada)
Diana Brydon (University of Manitoba – Canada)
Joel Windle (Universidade Federal Fluminense – Brazil)
Kanavillil Rajagopalan (Universidade de Campinas – Brazil)
Mary Kalantzis (University of Illinois – USA)

Kanavillil Rajagopalan -
CIELIN
gecal-unb.com.br
This session will be dedicated to the academic relations among the guest speakers’ work
and the work of Professor Walkyria Monte Mór, whose academic trajectory, along with
a great sense of humanity, has contributed to the building up of a solid transnational
debate. The aim of this session is therefore to raise a discussion on the development of
literacies, education and applied linguistic studies as a result of the cooperation with
Monte Mór, which has been made possible through the building up of a consistent and
open transnational debate. In addition, this session is intended to be a space for
reflection and discussion about the ways guest speakers’ views on the teaching/research
field in Brazil and in their own countries/contexts have changed, especially after being
in contact with the work of the aforementioned professor.
DEBATE TEMÁTICO 04

A educação linguística crítica no espaço acadêmico e suas


complexidades: conquistas e caminhos a traçar

Nara Hiroko Takaki (UFMS)


Simone Batista da Silva (UFRRJ)
Souzana Mizan (UNIFESP)
Vanderlei José Zacchi (UFS)

Tendo em vista nossa passagem por este planeta e o convite a uma aventura intelectual
e filosófica, repensar a educação linguística em novos tempos é abrir a mente para a
aprendizagem ubíqua. Processos de globalização e digitalização de línguas e culturas
criam espaços transnacionais - físicos e virtuais - em que o contato linguístico-cultural
acontece. A academia de hoje, apesar de tentar se inserir nesse contexto novo, por meio de
pesquisas e ensino sobre o uso de tecnologias no contexto educacional, da
multimodalidade da língua, e da criticidade no ensino situado de línguas no Brasil,
encontra-se perplexa frente às conquistas dessa área de estudo, que busca uma educação
de línguas nem universal nem gradativa, mas emergente e rizomática. Essa aventura
da educação linguística crítica, tanto prazerosa como conflituosa, que se faz com e
através da linguagem, nunca nos abandonou, e cumpriu seu papel discursivo em cada
lugar e época, nos trazendo ao presente. As pesquisas, aulas e reflexões sobre essa
perspectiva na educação linguística, aliam teorias e práticas que povoam nossas
histórias aqui e acolá, dentro de contextos que ora se entrecruzaram ora se distanciam.
O elo comum busca uma formação para a diluição e o embaçamento das fronteiras
linguísticas, sociais, culturais, nacionais, identitárias e étnicas dentre outras, sob a
premissa de que a linguagem é viva e parte constitutiva da nossa capacidade de
pensarmos diferente, de rompermos com laços da modernidade e olharmos para um
futuro fluido, cheio de incertezas. Seria, então o objetivo deste debate um caminho
possível para adotarmos o espírito da própria linguagem e reinventarmos maneiras
diferentes de exercitarmos educação linguística crítica? Se isso faz sentido para este
momento, propomos discutir questões, tais como: a) tecnologias no ensino de línguas;
b) multimodalidade na expressão linguística; c) ensino de língua no contexto rural; d)
genealogia na sala de aula e; e) interpretando interpretações. Por fim, ...

Nota: Nós, coautores da proposta “A educação linguística crítica no espaço acadêmico e


suas complexidades: conquistas e caminhos a traçar”, esclarecemos que o resumo
submetido foi redigido de forma não-convencional ao gênero - e inclusive termina com
um enunciado incompleto - propositadamente. Nossa proposta quer suscitar desafios às
formas legitimadas de produção de conhecimento na Academia e, por este motivo,
ousamos.
DEBATE TEMÁTICO 05

Expansão interpretativa:
perspectivas femininas

Alessandra Fernandes (UFPR)


Andréa Mattos (UFMG)
Cielo Festino (UNIP)
Leina Jucá (UFOP)
Luciana Ferrari (UFES)

As perspectivas críticas para a Linguística Aplicada


tiveram seu grande boom no contexto de ensino de línguas
e formação de professores de línguas no Brasil a partir de
2006, após a publicação das Orientações Curriculares para
o Ensino Médio - OCEM (BRASIL, 2006). Impulsionadas
pela atuação da Profa. Walkyria Monte Mór, em co-
coordenação com o Prof. Lynn Mario Trindade Menezes de
Souza, à frente do Projeto Nacional para Formação de
Professores nas Teorias dos Novos Letramentos,
Multiletramentos e Letramento Crítico, com sede na USP,
tais perspectivas críticas avançaram em várias regiões do
Brasil, principalmente naquelas onde se instalaram os
chamados núcleos-parceiros do Projeto Nacional (PN),
representados hoje por um conjunto de cerca de 30
universidades federais, estaduais e particulares, onde
vários pesquisadores se dedicam a estudos teóricos e
aplicados no campo que hoje vem sendo chamado de Ensino
Crítico de Línguas ou Educação Linguística Crítica.

Uma das principais propostas da Profa. Walkyria Monte Mór, neste recente campo,
decorre do que ela chama de “expansão interpretativa” (MONTE MÓR, 2009). Essa
perspectiva crítica tem influenciado a abordagem dos estudos linguísticos e literários
por meio de um viés de horizontalização em que hierarquias entre tradições são
desconstruídas; temáticas que revelam as problemáticas atuais (identidade de gênero,
questões raciais, diferentes formas de discriminação social), gêneros textuais diversos,
antes considerados marginais, narrativas na tela e no papel são levados para a sala de
aula de maneira crítica. Todas essas inovações têm feito com que hoje os estudos
linguísticos e literários sejam considerados formas de inclusão social. Dentro desse
amplo escopo de temáticas e, a partir da expansão interpretativa, nesta proposta de debate,
focaremos no trabalho de Monte Mór pelo viés feminino, não apenas pela sua
identificação sócio-histórico-cultural com o signo "mulher", mas também por
compreendermos que tal identificação se faz fortemente presente em seu trabalho e em
suas ações ao longo de toda a sua trajetória profissional e, principalmente, por
considerarmos de suma importância explicitar o papel histórico fundamental do
feminino e de suas perspectivas no que se refere à expansão das possibilidade de leitura
e construção de sentidos dos sujeitos sócio-historicamente constituídos e posicionados,
independentemente de sua origem, gênero, classe social, raça, orientação sexual, idade
ou religião. O potencial transformador do feminino é, portanto, o foco maior deste debate
que nos propomos a fazer. Tal debate considera o sistema capitalista neoliberal sob o qual
vivemos e suas nefastas consequências, entre as quais podemos citar a exploração
violenta das forças de trabalho e, mais precisamente, no nosso campo de interesse aqui:
os impactos deste sistema nos corpos, nas mentes e nas vidas das mulheres,
forçosamente posicionadas de forma servil, no sistema laboral necessário à vida.
Entendemos que as perspectivas femininas de leitura e interpretação de mundo/texto
tem exercido papel fundamental na (des)construção e na (trans)formação de noções de
realidade e de verdade nas quais estamos todos imersos. Por meio das lutas pelo trabalho,
pelo voto, pelo divórcio, pelas próprias escolhas, pela expressão e escuta da sua voz, pela
liberdade, enfim, a mulher tem buscado para si e, dessa forma, também para o outro, o
direito de simplesmente inventar-se e existir à sua própria maneira. É essa invenção
contemporânea que Monte Mór faz de si mesma, de seu trabalho, daqueles que a ela e a
ele têm acesso e do texto/mundo circundante que queremos referenciar e reverenciar
aqui.
LEMBRANÇAS

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