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Caro estudante, damos início agora à segunda aula do quarto módulo do curso
para certificação HCNA da Huawei. Nesta aula estudaremos uma tecnologia de
provedor de serviços chamada Frame Relay.
As redes que utilizam essa tecnologia demandam dos administradores e
engenheiros conhecimento sobre como estabelecer conectividade sobre circuitos
virtuais de Frame Relay na borda do sistema autônomo, bem como exige que
estejam familiarizados com o estabelecimento e manutenção de circuitos virtuais.
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A comutação de pacotes pode ser feita usando duas metodologias: datagramas ou
circuitos virtuais (FOROUZAN, 2010). Até o momento estudamos mecanismos de
comutação baseados em datagramas, pois são baseados no protocolo de internet
IP que atua na camada de redes. Agora, veremos a comutação de circuitos
virtuais.
A tecnologia de redes Frame Relay (FR) surgiu na década de 90 e proporcionou
um enorme crescimento para as redes de longa distância. Hoje ainda existem
redes desse tipo, entretanto, segundo a Huawei (2016), essa tecnologia já pode
ser considerada um legado, ou seja, existem novas tecnologias que estão sendo
utilizadas – por exemplo, o Multi Protocol Label Switching (MPLS). Mesmo sendo
um legado, o conhecimento acerca dela é imprescindível para o profissional de
redes.
A definição dessa tecnologia é simples: “Frame Relay é uma rede de longa
distância que utiliza circuitos virtuais” (FOROUZAN, 2010, p. 517). O termo
circuitos virtuais é representado pela sigla VC – Virtual Circuits. O Frame Relay
não foi pioneiro no conceito de redes virtuais, pois antes do seu surgimento existia
uma rede chamada X.25. As limitações da rede X.25, quanto a velocidade e
tratamento de erros, foram fundamentais para impulsionar as organizações
privadas a investirem em uma nova tecnologia. Dentre as características do Frame
Relay, podemos destacar:
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Opera na camada de enlace do modelo de camadas OSI, portanto trabalha
em conjunto com o protocolo IP.
Apresenta detecção de erros apenas na camada de enlace, portanto não
detecta erros no meio de transmissão.
Foi projetado para atuar em meios de transmissão seguros, tendo como
apoio a segurança de outros protocolos das camadas superiores.
É uma tecnologia de transmissão orientada a conexão.
Uma rede Frame Relay também é ligada a outras redes usando roteadores,
conforme ilustra a Figura 1.
Figura 1: Rede Frame Relay ligada a outras redes.
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Customer Frame Relay Customer
Edge Network Edge
DCE DCE
DTE DTE
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Figura 3: Uso do DLCI.
Frame Relay
Network
DCE DCE
DTE DTE
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conexão por tempo integral. Além disso, cada origem precisará ter uma conexão
exclusiva com um determinado destino. Para suprir essa demanda, ao invés de
usar conexões permanentes, as empresas usam o SVC, criando assim uma
conexão temporária.
Em uma PVC, tanto os dispositivos de usuário quanto os dispositivos da rede FR
precisam conhecer o status de cada PVC, e, para fazer esse monitoramento, é
utilizado um protocolo chamado Local Management Interface (LMI). Esses
protocolos mantêm informações usando pacotes enquiry (requisição) e status,
conforme ilustra a Figura 4.
Figura 4: Negociação LMI.
RTA FRS
DLCI 100
S1/0/0
DTE DCE
10.1.1.1/24
Status Message
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dispositivo remoto é conhecido, o mapeamento entre seu endereço e o DLCI pode
ser criado no DCE, evitando a configuração manual. Entretanto, quando uma nova
VC é encontrada, o protocolo ARP inverso envia um pacote de requisição a fim de
criar o mapeamento.
Figura 5: Processo de negociação ARP inverso.
RTA RTB
Frame Relay
DLCI 100 Network DLCI 200
DTE DTE
10.1.1.1/24 10.1.1.2/24
DCE DCE
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Figura 6: Frame Relay e subinterfaces.
RTB
RTC RTA
S1/0/0.1
S1/0/0.2
S1/0/0.3
RTD
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Figura 7: Mapeamento dinâmico FR.
RTA
DLCI 100 DLCI 200 RTB
Frame Relay
Serial 1/0/0 Network Serial 1/0/0
DTE DTE
10.1.1.1/24 10.1.1.2/24
DCE DCE
[RTA]display fr map-info
Map Statistics for interface Serial1/0/0 (DTE)
DLCI = 100, IP INARP 10.1.1.2, Serial1/0/0
create time = 2016/03/20 09:02:52, status = ACTIVE
encapsulation = ietf, vlink = 1, broadcast
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Fonte: Huawei, 2016, p. 143.
Configuração do mapeamento estático Frame Relay
A configuração do mapeamento estático é feita de modo similar à configuração
dinâmica. O primeiro passo da configuração consiste em escolher qual interface
será usada para conectar a rede FR. O segundo passo consiste em habilitar o
protocolo da camada de enlace para FR, usando o comando link-protocol fr. Ao
habilitar o protocolo Frame Relay, a interface do dispositivo cliente deve ser
alterada para DTE com o comando fr interface-type dte. Em seguida, o endereço
IP da interface deve ser configurado. O próximo passo é o contrário da
configuração dinâmica, pois o protocolo InARP não precisa ser habilitado nesse
caso – é usado o comando undo fr inarp. Já que o InARP não é usado, o
mapeamento precisa ser configurado manualmente com o comando fr map ip
<endereço> <DLCI>. Os passos para configuração estão ilustrados na Figura 9.
Figura 9: Mapeamento estático FR.
RTA
DLCI 100 DLCI 200 RTB
Frame Relay
Serial 1/0/0 Network Serial 1/0/0
DTE DTE
10.1.1.1/24 10.1.1.2/24
DCE DCE
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Para saber mais sobre o protocolo Frame Relay, assista aos vídeos:
<www.youtube.com/watch?v=r4193XZtJUE>Acesso em: 25 mar. 2018.
<www.youtube.com/watch?v=vABIIJJftao>. Acesso em: 25 mar. 2018.
Com esta aula, aprendemos aspectos de redes Frame Relay. Essa tecnologia é
usada para criar conexões orientadas entre origem e destino, baseadas em
circuitos virtuais. Essa tecnologia é implementada na camada de enlace do modelo
de camadas OSI e trabalha junto com o protocolo IP.
Não deixe de implementar uma topologia em seu simulador e testar!
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Questão 1
Enunciado: A respeito de redes Frame Relay, escolha a alternativa correta:
Alternativa correta: D
Resposta comentada:
A alternativa A está incorreta, pois a tecnologia Frame Relay já é um legado,
considerando as novas tecnologias que existem.
A alternativa B está incorreta, pois o FR é uma tecnologia aplicada na camada de
enlace.
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A alternativa C está incorreta, pois o protocolo IP é insubstituível quando falamos
de roteamento inter-redes. O FR trabalhará em conjunto com o protocolo IP.
A alternativa E está incorreta, pois o DLCI é usado para identificar circuitos virtuais
em uma rede Frame Relay.
Questão 2
Enunciado: Análise a configuração de uma rede Frame Relay na figura a seguir.
Figura 10: Configuração de uma rede Frame Relay.
[RTA]display fr pvc-info
PVC statistics for interface Serial1/0/0 (DTE, physical UP)
DLCI = 100, USAGE = LOCAL (00000100), Serial1/0/0
create time = 2016/03/20 09:10:35, status = ACTIVE
InARP = Disable, PVC-GROUP = NONE
in packets = 74, in bytes = 3386
out packets = 86, out bytes = 3450
[RTA]display fr map-info
Map Statistics for interface Serial1/0/0 (DTE)
DLCI = 100, IP 10.1.1.2, Serial1/0/0
create time = 2016/03/20 09:12:05, status = ACTIVE
encapsulation = ietf, vlink = 3
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e) Esse resultado corresponde à configuração de um mapeamento estático.
Alternativa correta: E
Resposta comentada:
A alternativa A está incorreta, pois a configuração foi realizada em um roteador
cliente (DTE).
A alternativa B está incorreta, pois o endereço IP 10.1.1.2 corresponde ao
endereço de destino.
A alternativa C está incorreta, pois a rede está com o status ACTIVE.
A alternativa D está incorreta, pois quando o protocolo InARP está desabilitado
significa que o mapeamento foi feito manualmente, ou seja, será estático.
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COMER, Douglas E. Redes de computadores e internet. Porto Alegre: Bookman,
2016.
SOUSA, Lindeberg Barros de. Redes de computadores: Guia total. São Paulo:
Érica, 2013.
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