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CURSO PARA COMPONENTES DE COMISSÃO

INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES-CIPA

Mês/ano
Programa do Curso

1) Eventos Históricos em Segurança e Saúde Ocupacional


2) Acidente de Trabalho
2.1) Conceitos: Legal e Prevencionista
2.2) O Custo do Acidente: Aspectos Sociais, Políticos e Econômicos
3) Investigação e Análise de Acidentes
3.1) Atos Inseguros e Condições Inseguras
3.2) Árvore de Causas
3.3) Medidas a Serem Tomadas
4) Identificando Riscos à Segurança e à Saúde do Trabalhador
4.1) Levantamento de Riscos Ambientais
4.2) Mapa de Riscos Ambientais
5) Sugerindo Medidas de Controle aos Riscos Ambientais
5.1) Formas de Controle
5.1.1) Análise dos métodos, processos e organização do trabalho
5.1.2) EPI x EPC
5.2) Noções Básicas de Primeiros Socorros
5.3) Princípios Básicos de Prevenção de Incêndios
6) Obtendo a Implementação das Medidas Solicitadas
6.1) Reuniões da CIPA
6.2) Inspeções de Segurança
6.3) Campanhas de Segurança – CANPAT e SIPAT
7) Estudo da NR-5
7.1) Organização e funcionamento da CIPA
8) Legislação Trabalhista e Previdenciária Relativas à Segurança e Saúde no
Trabalho;
8.1) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)
8.2) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
8.3) Insalubridade e Periculosidade
8.3.1) Insalubridade
8.3.2) Periculosidade
8.3.2.1) A NR-16 (Atividades e Operações Perigosas)
8.3.2.2) Eletricidade
8.4) Legislação Previdenciária

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1) Eventos Históricos em Segurança e Saúde Ocupacional

Data Evento ou Condição


1.000.000 Australopitecus usam pedras como ferramentas e armas. Há cortes e lesões oculares.
AC Os caçadores de bisões contraíam antrax.
10.000 AC O homem neolítico iniciou a produção de alimentos e a revolução urbana na
Mesopotâmia. Ao final da idade da pedra, havia a confecção de ferramentas de pedra,
cifre, ossos e marfim, fabricação de cerâmicas e tecidos; inicia-se a história das
ocupações.
5.000 AC Idade do bronze e do cobre. Os artesãos de metais são libertados da produção de
alimentos. Há uma especialidade que surge: a metalurgia.
370 AC Hipócrates cuida da saúde de cidadãos, mas não de trabalhadores; todavia, identifica o
envenenamento por chumbo de mineiros metalúrgicos.
50 Plínio identifica o uso de bexigas de animais para evitar a inalação de poeiras e fumos.
200 Galen visita uma mina de cobre, mas suas discussões sobre saúde pública não incluem
doenças dos trabalhadores.
1.473 Até agora, não existe nenhuma discussão documentada sobre doenças ocupacionais.
Ellenborg reconhece que os vapores de alguns metais eram perigosos e descreve
sintomas de envenenamento ocupacional por mercúrio e chumbo, com sugestões de
medidas preventivas.
1.500 No livro De Re Metallica, Georgius Agricola descreve a mineração, fusão e refino de
metais, com doenças e acidentes correntes e meios de prevenção, incluindo a
necessidade de ventilação.
1.567 Paracelso descreve as doenças respiratórias entre os mineiros com uma precisa
narração do envenenamento pelo mercúrio. Lembrado como pai da toxicologia, diz:
“Todas as substâncias são venenos ... é a dose que as diferencia entre venenos e
remédios”.
1.665 Em Ídria, a jornada dos mineiros de mercúrio é reduzida.
1.700 - Percival Lott descreve o câncer ocupacional entre os limpadores de chaminé na
Inglaterra, identificando a fuligem e a falta de higiene como causa de câncer
escrotal. O resultado foi a Lei dos Limpadores de Chaminé de 1.788.
- Os limpadores de chaminés alemães não apresentavam casos de câncer escrotal
pois suas roupas eram melhores ajustadas ao corpo do que as dos colegas ingleses
e tinham escopo de EPIs.
1.830 Charles Thackrah é autor do primeiro livro sobre doenças ocupacionais na Inglaterra.
Suas observações sobre doenças e prevenção ajudam na criação da legislação
ocupacional. A inspeção médica e a compensação assistencial do estado foram
estabelecidas em 1.897.
1.900’s Alice Hamilton investiga várias ocupações perigosas e causa tremenda influência nas
(EUA) primeiras leis ocupacionais dos EUA. Em 1.919, ela se torna a primeira mulher em
Havard e escreve “Explorando as Ocupações Perigosas”.
1.902 – Início de legislação compensatória federal e no estado de Washington. Em 1.948, todos
1.911 os estados cobriam doenças ocupacionais.
1.911 Primeira conferência nacional sobre doenças industriais nos EUA.
1.912 O Congresso cria taxa proibitiva para uso de fósforo branco na fabricação de fósforos.
1.913 Organiza-se o National Safety Council. Nova York e Ohio estabelecem os primeiros
grupos (agências) de Higiene Estadual.
1.922 Havard estabelece a graduação em Higiene Industrial.
1.928 – O Bureau of Mines conduz pesquisa toxicológica de solventes, vapores e gases.
1.932
1.936 A lei Walsh-Healy exige de fornecedores do governo medidas de higiene e saúde
industrial.
1.938 Forma-se a ACGIH, então chamada National Conference of Governmental Industrial
Hygienists.

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1.939 Forma-se a AIHA (American Industrial Hygiene Association). A ASA (American
Standards Association), hoje ANSI e a ACGIH preparam a primeira lista de
“concentrações máximas permissíveis” (MACs) para substâncias químicas na indústria.
Data Evento ou Condição
1.941 O Bureau of Mines é autorizado a inspecionar minas.
1.941- Expandem-se os programas de higiene industrial nos estados.
1.945
1.960 O American Board of Industrial Hygiene (ABIH) é organizado pela AIHA e pela ACGIH.
1.966 Lei de segurança para minas metálicas e não-metálicas.
1.970 OSHA (Occupational Safety and Health Act) – lei maior de prevenção – é promulgada.
Fonte: Revista Proteção, números 90 e 91.

No Brasil
Data Evento ou Condição
1.919 Em 15/01/1919, promulga-se a primeira lei contra acidentes (lei 3.724), que impunha
regulamentos prevencionistas ao setor ferroviário, já que nesta época eram
praticamente inexistentes outros empreendimentos industriais de vulto”.
1.934 Surge nossa lei trabalhista, que colocou nosso país na vanguarda em matéria de
legislação social. O decreto 24.637, de 10/07/1934, instituiu uma regulamentação
bastante ampla no que se refere à prevenção de acidentes.
1.935 Em Cuba, foi fundado o Consejo Nacional para la Prevencion de Acidentes. Depois, a
04 de abril de 1938, foi fundado em Nova Iorque (EUA), o Consejo Inter-Americano de
Seguridad, que vem dedicando suas atividades à prevenção de acidentes na América
Latina.
1.941 Fundação da Associação Brasileira para Prevenção (ABPA), por um grupo de pioneiros
e sob o apoio de algumas empresas (entre as quais a Cia. Auxiliar de Empresas
Elétricas Brasileiras, a Hollernth S.A. e a Cia. Nacional de Cimento Portland), sob a
forma de sociedade civil, sem fins lucrativos. Pelo decreto 1.328, de 20/08/1962, a
ABPA foi considerada de utilidade pública”.
1.964 O decreto 7.036, de 10/11/1964, atualizou as leis de 1.934.
1.978 Decretos e portarias adicionais complementaram a regulamentação no campo da
segurança e higiene industriais, culminado com a aprovação das Normas
Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho pela Portaria 3.214 de
08/06/1978”.
1.994 Alteração das NR-7 (PCMSO) e NR-9 (PPRA).
1.999 Alteração da NR-5 (CIPA)

2) Acidente de Trabalho

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2.1) Conceitos: Legal e Prevencionista

O Conceito Legal

No Brasil, como já citamos anteriormente, a primeira lei de acidente de trabalho foi editada
em 1919. Após esta lei, outras se seguiram:
- A 2a lei de acidentes de trabalho foi editada em 10/07/1934 pelo Decreto 24.637;
- A 3a lei de acidentes de trabalho foi editada em 10/11/1944 pelo decreto-lei 7.036;
- A 4a lei de acidentes de trabalho foi editada em 28/02/1967 pelo decreto-lei 293;
- A 5a lei de acidentes de trabalho foi editada em 14/09/1967 pela Lei 5.316;
- A 6a lei de acidentes de trabalho foi editada em 19/10/1976 pela Lei 6.367 e
regulamentada pelo Decreto 79.037 de 24/12/1976.
- A 7ª lei de acidente de trabalho, a de número 8.213, editada em 24 de julho de 1991 e
regulamentada pelo Decreto 357 de 07 de dezembro de 1991

Esta última lei diz que “acidente de trabalho é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho,
a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade de trabalho”. Esta definição equipara o
acidente de trabalho, para os fins previdenciários e legais, os eventos ocorridos nas seguintes
condições:
a) A doença profissional ou do trabalho
b) O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído para a morte do segurado, para a redução ou a perda da sua capacidade
para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
c) O acidente sofrido pelo segurado no local e horário de trabalho em conseqüência de:
- I)ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiros ou
companheiro de trabalho;;
- II) ofensa física intencional, inclusive de terceiros, por motivo de disputa
relacionada com o trabalho;
- III)ato de imprudência, negligência ou imperícia, de terceiro, ou de companheiro
de trabalho;
- IV) ato de pessoa privada do uso da razão;
- V) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de
força maior.
d) A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua
atividade;
e) O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora de seu local e horário de trabalho ou na
execução de ordem ou na realização de serviço sob autoridade da empresa;
- na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa, para lhe evitar prejuízo
ou proporcionar proveito;
- em viagem, a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por
esta dentro de seus planos para melhor capacitação de mão-de-obra
independentemente o meio de locomoção utilizado, inclusive veículo próprio do
segurado;
- no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquele, qualquer
que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado
- Nos períodos destinados às refeições ou descanso, ou por ocasião da satisfação
de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o
empregado é considerado no exercício do trabalho.

O Conceito Prevencionista

A prevenção de acidentes é uma assunto relativamente recente. Durante o século XVI,


século de grandes epidemias na Europa, a sociedade acreditava que as doenças eram fruto de
castigo de Deus ou formas de expiação dos pecados dos enfermos. Pensando desta maneira, tomar
medidas preventivas era quase uma heresia.

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A partir da Revolução Industrial e até bem pouco tempo atrás, acreditou-se que o trabalhador
era o principal responsável pela maioria dos acidentes que sofria. Conceitos como atos e condições
inseguras ganharam força na prevenção de acidentes. Assim, era comum que as causas dos
acidentes fossem a desatenção ou a falta de coordenação motora ou a instabilidade emocional do
trabalhador. Para cada acidente ocorrido, havia uma única causa (e quase sempre o trabalhador era
o responsável!).

Com estes pensamentos, muitos autores formularam teorias sobre a causalidade dos
acidentes. Abaixo, apresentamos algumas:

- Teoria do “Puro Acaso”


“Todas as pessoas expostas ao mesmo risco teriam igual chance para o acidente, que
ocorreria então de forma inteiramente ao acaso, atendendo à vontade de Deus”.

- Teoria da Propensão Tendenciosa


“O envolvimento de um indivíduo num acidente poderia aumentar ou diminuir a sua
propensão para novo acidente”.

- Teoria da Propensão Inicial Desigual ou da Propensão ao Acidente


Esta teoria tem 02 versões. “A primeira afirma que algumas pessoas são mais propensas a
acidentes que outras, em função de características pessoais inatas (...). Na segunda, a propensão ao
acidente é apresentada como submetido a variações, associadas com eventos críticos na vida do
indivíduo mais do que com riscos situacionais”.

- Teoria do Ajuste / Estresse ou da Acidentabilidade


“Os indivíduos não ajustados ou não integrados as suas situações seriam mais propensos a
sofrer acidentes quando submetidos a tensões e estresses físicos ou psicológicos”.

- Teoria do Dominó
“Esta teoria deu origem às concepções de atos e condições inseguras, de grande difusão em
nosso país. A seqüência de eventos levando à lesão é descrita como composta por 05 estágios:
1- Ambiente social e hereditariedade, levando a
2 - Falha individual, como razão para
3 - Ato e/ou condição insegura, que resulta em
4 - Acidente, que leva a
5- Lesão.
Estes componentes estariam dispostos como peças de um dominó em seqüência, de tal
modo que a queda da primeira peça implicaria a derrubada de todas as outras e a retirada de uma
delas, em especial a terceira (atos e condições inseguras), levaria a não ocorrência do acidente e da
lesão”(2).

- Teorias Psicanalíticas
“Estas teorias atribuem os acidentes a processos inconscientes, como atos de auto-punição,
iniciados por sentimentos de culpa, ansiedade e conflitos motivacionais gerados na infância”.
Modernamente, acredita-se que um acidente não tenha apenas uma única causa, mas sim
várias (“multicausalidade”). O trabalhador pode até ter sua parcela no acidente, mas certamente o
mesmo aconteceu também por outros motivos. Horas-extras excessivas, trabalho em turnos, mau
planejamento da produção, lay-out deficiente, excesso de ruído, falta de limpeza, não fornecimento
de EPI, etc também são causas de acidentes.
Pensando desta forma, podemos formular o conceito prevencionista de acidente: acidente é
qualquer ocorrência não programada que interfere ou interrompe o processo normal de uma
atividade, trazendo como conseqüência, isolada ou simultânea, perda de tempo, danos materiais e/ou
lesões ao homem.

2.2) O Custo do Acidente: Aspectos Sociais, Políticos e Econômicos

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O Brasil, até o ano de 1994, era o recordista mundial em acidentes de trabalho. Em 1995,
ficamos em 3o lugar. Este fato é alarmante e preocupante pois o acidente de trabalho não causa
transtornos e prejuízos apenas para o trabalhador e sua família. A para empresa onde o acidentado
trabalha e toda sociedade sofrem com os acidentes.

Para o trabalhador, o acidente pode causar:


 Sofrimento físico e psíquico;
 Incapacidade (permanente ou temporária) para o trabalho;
 Dificuldades financeiras para si e sua família (normalmente, o valor que se
recebe do INSS não corresponde a totalidade do salário).

Para a empresa, o acidente pode trazer:


 Interrupção do trabalho para socorro do acidentado;
 Interrupção do trabalho para observação e comentário do ocorrido;
 Gastos com primeiros socorros, transporte e assistência do acidentado;
 Danificação ou perda de máquinas, equipamentos, ferramentas e/ou matérias-
primas;
 Parada e conseqüente perda de produção;
 Atraso na entrega de produtos e/ou serviços, acarretando desgaste com clientes;
 Desgaste com autoridades e com a imagem da empresa;
 Queda na produtividade dos outros trabalhadores;
 Queda nos níveis de motivação dos outros trabalhadores;
 Gastos com investigação sobre as causas do acidente;
 Custo de treinamento com o substituto do acidentado

Para a sociedade, o acidente pode causar:


 Perda temporária ou permanente de mão-de-obra produtiva.
 Aumento no número de dependentes da coletividade;
 Aumento de determinados impostos e de taxas de seguro;
 Aumento do custo de vida;

Podemos concluir, então, que um acidente de trabalho acarreta custos diretos (ou segurados)
e indiretos (não segurados) para o acidentado, para a empresa e para o país. Segundo alguns
especialistas, o custo indireto é 04 vezes superior ao custo direto. Percebe-se, portanto, que os
acidentes de trabalho causam à nação prejuízos maiores aos que conseguimos notar. Daí, a
preocupação em sermos um dos países com maior número de acidentes de trabalho em todo o
mundo.

Uma reportagem veiculada no jornal O Dia de 09/05/96 pode exemplificar o que um acidente
de trabalho pode causar. Abaixo, há alguns trechos desta reportagem:

Funcionários de fábrica fechada fazem protesto

“Cem funcionários da fábrica de papel Tannuri S.A. interromperam ontem o trânsito na


Avenida Itaoca, em frente à empresa, em Bonsucesso. O grupo protestava contra a rescisão dos
contratos de emprego sem pagamento do último salário, Fundo de Garantia e outros direitos
trabalhistas. A Tannuri é a firma onde trabalhava Antônio Marcelo Bittencourt, 26 anos, que morreu
em abril ao cair em triturador de papel.(...).
Por causa da morte de Antônio Marcelo, a fábrica foi interditada.(...)”.

3) Investigação e Análise de Acidentes

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“A ocorrência de um acidente de trabalho é a comprovação dolorosa da existência de falhas
na prevenção, seja em que nível for. Para buscar a prevenção, é necessário primeiro que se
conheçam as circunstâncias em que ocorreu o acidente. Nesse sentido, é obrigação legal da CIPA,
prevista na NR-5, a realização da investigação das causas dos acidentes de trabalho. Quando existir
SESMT na empresa, a investigação poderá ser feita em conjunto”.
“Além de ser uma determinação legal, a participação dos cipeiros na investigação dos
acidentes traz um maior envolvimento da CIPA nas atividades preventivas. Por outro lado, permite
também um maior conhecimento dos problemas e das dificuldades no desenvolvimento de ações
preventivas e de proteção aos trabalhadores”.
A antiga NR-5, em seu anexo III, dizia que “o estudo de doenças e acidentes do trabalho
deve indicar todas as situações que, combinadas, levaram à ocorrência indesejada e que, se
eliminadas a tempo, poderiam ter impedido o acidente ou minimizado seus efeitos. A identificação e
eliminação de tais situações é fundamental para evitar acidentes semelhantes, decorrentes de outras
combinações das mesmas causas”.
A investigação de acidentes, portanto, não deve ser encarada como a busca de culpados,
mas sim como um ato preventivo para que outros acidentes sejam evitados. Desta forma, é
importante que todos os envolvidos sejam escutados: o trabalhador acidente, os colegas de trabalho
mais próximos, a chefia e, às vezes, outros setores, como por exemplo, a manutenção.
Outro ponto importante é não deixar o assunto esfriar, pois quanto mais cedo for feita a
investigação, maiores são as informações e riqueza de detalhes.
A seguir, há uma breve descrição de algumas técnicas para investigação e análise de
acidentes.

3.1) Atos Inseguros e Condições Inseguras

Como veremos, “existem várias maneiras de se analisar e classificar as causas de acidentes


de trabalho. A mais conhecida e utilizada é aquela que divide as causas dos acidentes em duas
classes: os acidentes causados por atos inseguros e os que ocorrem em razão de condições
inseguras”.
Os acidentes causados por atos inseguros estariam relacionados com as falhas humanas, ou
seja, seriam os atos praticados por trabalhadores que desrespeitam as regras de segurança, que não
as conhecem devidamente ou que têm um comportamento contrário à prevenção de acidentes. Já,
os acidentes que ocorressem por condições inseguras teriam como causa as (más) condições de
trabalho.
“Muitos autores consideram que este tipo de análise de causa de acidentes está totalmente
superado do ponto de vista técnico, pois um acidente pode ser determinado por vários fatores que
agem ao mesmo tempo, envolvendo tanto falhas nas condições de trabalho como nas ações do
trabalhador. Desta maneira, essa classificação das causas em atos e condições inseguras é simplista
e acaba bloqueando uma investigação mais criteriosa dos acidentes”.
Além disso, ao considerarmos o ato inseguro como causa de um acidente, estaríamos
transferindo toda a responsabilidade do mesmo para o trabalhador. Isto significaria dizer que o
trabalhador é, ao mesmo tempo, vítima e causador do acidente.
Com isso, não entrariam na investigação do acidente, os possíveis motivos que levaram o
trabalhador a praticar tais atos, como por exemplo, mau planejamento da produção, excesso de
jornada de trabalho, má distribuição de tarefas e horários, esforços repetidos, layout inadequado,
falta de manutenção em máquinas e equipamentos, supervisão autoritária, fadiga, falta de uma
política de segurança, etc.
A própria NR-5 em seu anexo III diz: “pelas características da prática nacional de análise e
investigação de acidentes, convém não recomendar as conclusões do tipo - Ato Inseguro ou
Condições Inseguras - as quais, pela generalidade, conseguem, no máximo, definir eventuais
culpados mas nunca as causas - estas sim elimináveis”.
Apesar de tecnicamente insatisfatória, esta forma de investigação ainda é utilizada. Por isso,
listamos uma relação de atos e condições inseguras a seguir.

Atos Inseguros

1) Trabalhar desnecessariamente em equipamentos em movimento ou perigosos;


2) Não utilizar o equipamento de proteção individual (EPI);

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3) Usar vestimenta inadequada;
4) Brincar em serviço;
5) Usar equipamento de modo impróprio;
6) Usar as mãos e outras parte do corpo impropriamente;
7) Colocar os pés de forma insegura;
8) Desprezar dispositivos de segurança;
9) Conduzir veículo de forma imprudente
10) Trabalhar em velocidade perigosa;
11) Fazer misturas ou combinações perigosas;
12) Utilizar equipamentos defeituosos;
13) Assumir posição insegura.

Condições Inseguras

1) Equipamentos defeituosos;
2) Roupas inseguras;
3) Ambiente interno perigoso;
4) Ambiente externo perigoso
5) Métodos arriscados;
6) Arrumação perigosa;
7) Protetores inadequados ou inexistentes;
8) Riscos públicos.
9) Ausência de sinalização ou aviso de segurança;

3.2) Árvore de Causas

“A investigação causal é passo importante na prevenção de acidentes de trabalho por


propiciar a identificação de fatores de risco cuja eliminação pretende-se que evite a ocorrência de
novos acidentes semelhantes. A prevenção desencadeada a partir de acidente já ocorrido denomina-
se prevenção passiva, devendo ser encarada como complemento das ações de prevenção ativa,
representadas pelas inspeções periódicas de segurança, análise de risco de tarefas, estudos
ergonômicos de postos de trabalho, etc, com o objetivo de identificar os riscos e eliminá-los, antes
que o evento indesejável - acidente de trabalho - aconteça”.
O método de árvore de causas, preconizado pela OIT (Organização Internacional do
Trabalho), pode ser considerado instrumento de investigação do tipo prevenção passiva, uma vez
que parte dos acidentes já ocorridos. “Ele baseia-se em relato objetivo e detalhado dos fatos
envolvidos na ocorrência do acidente do trabalho a partir da lesão produzida, identificando
retroativamente tais fatos, denominados fatores antecedentes. Com estas informações constrói-se a
rede de antecedentes do acidentes, representada sob a forma de diagrama denominado árvore de
causas”.
Os antecedentes (fatos) apurados no decorrer da investigação podem ser habituais ou
permanentes, quando já vinham ocorrendo anteriormente na situação de trabalho analisado. Quando
os antecedentes apurados surgem no decorrer da execução de uma tarefa, são denominados
eventuais ou não habituais.
“Para que o acidente aconteça, é necessário a ocorrência de pelo menos uma variação em
relação à situação habitual de trabalho e o método de “árvore de causas” estabelece que se
reconstitua a história do acidente partindo-se da identificação das variações e, em seguida, dos
antecedentes permanentes”.
A aplicação adequada do método requer, segundo os pesquisadores que o desenvolveram:
a) que a investigação se processe logo após e no próprio local da ocorrência do acidente do
trabalho;
b) que se diferencie a etapa de obtenção dos fatos da etapa de interpretação, esta só sendo
efetivada após o término da anterior;
c) que os dados sejam coletados por pessoa conhecedora da maneira habitual de
desenvolvimento do trabalho e com maior objetividade possível.

“Para se utilizar o método de árvore de causas deve ser respondida a pergunta “POR QUE?”,
a partir da conseqüência da doença ou acidente. A cada resposta obtida deve-se repetir a pergunta,
seqüencialmente, até que não seja mais possível ou não se consiga mais responder o porquê da
última causa constante da cadeia”.

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“Após desenhada a árvore de causas, identificam-se as mudanças necessárias no ambiente
e/ou processo de trabalho que podem prevenir doenças e/ou acidentes semelhantes”.

A seguir, há um relato de acidente de trabalho (extraído do livro Patologia do Trabalho de


René Mendes), ocorrido em 1992, em uma indústria metalúrgica de médio porte, bem como sua
árvore de causas (ao final).

Relato do Acidente

“O trabalhador que se acidentou cortava sarrafos de madeira em serra circular antiga,


localizada em local ruidoso no pátio da empresa. A serra estava instalada em mesa rudimentar,
apresentava lâmina desprotegida e que há muito tempo estava empenada, além de possuir lâmina
separadora posicionada incorretamente”.
“O trabalhador habitualmente executava as operações de corte da madeira em posição ereta,
na frente do equipamento e com o tronco ligeiramente fletido. Suas mãos operavam na zona
perigosa da serra que, como foi dito, possuía lâmina desprotegida. Ele relatou não haver recebido
treinamento, que considerava perigoso e que exigia muita atenção, esforço físico e coordenação de
movimentos”.
“A serra não era submetida a manutenção preventiva periódica, nem havia inspeções de
segurança e, apesar de já ter sido condenada pela CIPA, continuava em operação”.
“O acidente ocorreu quando o trabalhador cortava sarrafos de madeira nodosa e, após cortar
vários deles, subitamente, durante a operação, a serra travou e, na tentativa de destravá-la, o
trabalhador puxou para trás a madeira que estava sendo cortada, o que a destravou com um “soco”.
O trabalhador tentou retirar a mão da zona de perigo, mas não conseguiu e seu polegar direito foi
atingido pela lâmina, provocando ferimento com perda de substância”.
“O acidente ocorreu após duas horas e meia de trabalho e o trabalhador referiu não estar
cansado no momento do acidente. Referiu ainda não usar as luvas de raspa de couro fornecidas pela
empresa porque as mesmas o atrapalhavam na execução da tarefa”.

Árvore de Causas - Conclusões

A partir do exemplo de aplicação do método, podemos destacar alguns aspectos. O primeiro


é a evidenciação da pluricausalidade dos acidentes de trabalho, “descrita de maneira objetiva e
sem interpretações e emissão de juízos de valor, contrapondo-se à concepção dualista ato
inseguro/condições inseguras que, via de regra culmina com a atribuição de culpa ao trabalhador
pelo acidente que o vitimou”.
Outro aspecto importante do método é o “de evidenciar não apenas as causas imediatas do
acidente, mas também as mais remotas em relação à lesão, inclusive as relacionadas aos aspectos
gerenciais e de política de segurança da empresa, facilitando a elaboração de propostas corretivas
nestes diferentes níveis. no caso analisado, é possível concluir que houve falhas graves na política
de segurança da empresa, que manteve em operação serra circular obsoleta, defeituosa, com zona
de perigo desprotegida e condenada pela CIPA. A situação descrita e analisada como exemplo
configura, aliás, a violência praticada contra grande parte dos trabalhadores brasileiros”.

4) Identificando Riscos à Segurança e à Saúde do Trabalhador

4.1) Levantamento de Riscos Ambientais

O primeiro passo para que o trabalhador tenha mais saúde e segurança em seu ambiente de
trabalho é identificar quais os riscos existentes em sua atividade. Desta forma, ele poderá
estabelecer uma relação de causa-efeito entre os riscos encontrados e as doenças/acidentes
ocorridos e poderá ficar atento para as medidas corretivas e preventivas tomadas pela empresa.

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A NR-9 considera que os riscos ambientais podem ser agrupados em 05 classes: os agentes
químicos, os físicos, os biológicos, os ergonômicos e os mecânicos.
Os três primeiros são considerados riscos ambientais pois são “capazes de causar danos à
saúde do trabalhador em função de sua natureza, concentração ou intensidade”.
Os outros dois riscos são assim considerados pois são “capazes de provocar lesões à
integridade física do trabalhador”.
Para facilitar a identificação e posterior confecção de um mapa de riscos, a NR-9 traz uma
tabela com os principais riscos, cada um associado a uma cor, que está transcrita a seguir.

Tabela - Riscos Ambientais

GRUPO I GRUPO II GRUPO III GRUPO IV GRUPO IV


RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS DE ACIDENTE
QUÍMICOS FÍSICOS BIOLÓGICOS ERGONÔMICOS
Poeira Ruído Vírus Trabalho físico Arranjo físico
inadequado
Fumos Vibração Bactéria Posturas incorretas Máquinas e
equipamentos
inadequados
Treinamento Ferramentas
Névoas Radiações Protozoários inadequado / defeituosas,
ionizante inexistente inadequadas ou
inexistentes
Vapores Radiações não Fungos Trabalho em turno e Eletricidade /
ionizantes noturno Sinalização
Temperaturas Atenção e Perigo de incêndio ou
Gases extremas Bacilos responsabilidade explosão
Produtos Pressões Transporte de
químicos em anormais Parasitas Monotonia materiais / Edificações
geral
Neblina Umidade Insetos, cobras, Ritmo excessivo Armazenamento
aranhas, etc inadequado / Iluminação
inadequada
Outros Outros Outros Outros Outros
VERMELHO VERDE MARROM AMARELO AZUL

Uma vez identificados os riscos, a CIPA deve montar um Mapa de Riscos, que será
abordado no próximo tópico.

4.2) Mapa de Riscos Ambientais

O mapa de riscos consiste na “representação gráfica do reconhecimento dos riscos


existentes nos diversos locais de trabalho e visa a conscientização e informação dos trabalhadores
através da fácil visualização dos riscos existentes na empresa”. Ele deve ser afixado em local
visível, permitindo que os trabalhadores do local, os representantes do SESMT e a administração da
empresa saibam, apenas com uma olhada, os principais riscos de cada setor.

Assim, o mapa de riscos tem como principais objetivos:


i) Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de
segurança e saúde no trabalho na empresa;
ii) Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e a divulgação de informações entre
os empregados, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção.

O mapa de riscos será executado pela CIPA, através de seus membros, após ouvidos os
trabalhadores de todos os setores produtivos da empresa, e com a colaboração do SESMT da
empresa, quando houver. A cada nova gestão da CIPA, o mapa de riscos será refeito, conforme
cronograma elaborado na gestão anterior, visando o controle da eliminação dos riscos apontados.

Após a identificação dos riscos ambientais, a CIPA encaminhará à direção do


estabelecimento os anexos da Tabela de Riscos Ambientais (relacionados ao final deste tópico), para

11
análise e manifestação da empresa ou preposto, respeitado o prazo máximo de 30 dias, contados a
partir da data de recebimento do relatório.

Constatada a necessidade de adoção de medidas corretivas nos locais de trabalho, a direção


da empresa definirá o prazo para providenciar as alterações propostas, através de negociação com
os membros da CIPA e do SESMT da empresa, quando houver, devendo tais prazos e datas ficar
registrados no livro de Atas da CIPA.

Quando a direção da empresa não realizar as alterações necessárias nos locais de trabalho,
dentro do prazo previamente negociado com a CIPA, esta deverá encaminhar a DRT uma cópia do
mapa de riscos, com o relatório circunstanciado, para análise e inspeção do serviço competente.

As etapas da elaboração do mapa de riscos podem ser assim descritas:


i) Conhecer o processo de trabalho no local analisado
- os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos profissionais e de
segurança e saúde, jornada de trabalho;
- os instrumentos e materiais de trabalho;
- as atividades exercidas;
- o ambiente.
ii) Identificar os riscos existentes no local analisado, conforme classificação da Tabela
de Riscos Ambientais.
iii) Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia:
- medidas de proteção coletiva;
- medidas de organização do trabalho;
- medidas de proteção individual;
- medidas de higiene e conforto: banheiros, lavatórios, vestiários armários,
bebedouros, refeitório e área de lazer.
iv) Identificar os indicadores de saúde:
- queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos
mesmos riscos;
- acidentes de trabalho ocorridos;
- doenças profissionais diagnosticadas;
- causas mais freqüentes de ausência ao trabalho.

A representação gráfica será feita da seguinte forma:


i) Os riscos serão simbolizados por círculos de 03 tamanhos: pequeno, médio e
grande, conforme sua gravidade (pequeno = risco leve; médio = risco médio e
grande = risco grave) e em cores de acordo com o tipo de risco (relacionados na
Tabela de Riscos Ambientais);
ii) Quando em um mesmo ponto houver incidência de mais de um risco de igual
gravidade, utiliza-se o mesmo círculo, dividindo-o em partes;
iii) Os círculos serão representados em planta baixa ou esboço do local de trabalho
analisado;
iv) Dentro do círculo deverá haver, pelo menos, o nome do risco existente e o número
de pessoas atingidas pelo mesmo.

O mapa de riscos, completo ou setorial, deverá permanecer afixado em cada local analisado
para informação dos que ali trabalham.

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5) Sugerindo Medidas de Controle aos Riscos Ambientais

5.1) Formas de Controle

5.1.1) Análise da Organização, Processos e Métodos de Trabalho

Um primeiro passo para sugerirmos medidas de controle para os riscos aos quais os
trabalhadores estão expostos é conhecermos e analisarmos a organização, os métodos e os
processos de trabalho aos quais os mesmos estão submetidos. Devemos fazer isto para saberemos
“em que terreno estamos entrando”.
No tocante a organização do trabalho, segundo a NR-17, ela dele ser adequada às
características psicomorfológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado e deve
levar em consideração, pelo menos:
- as normas de produção;
- o modo operatório;
- a exigência de tempo;
- o ritmo de trabalho;
- o conteúdo das tarefas.
Analisando a organização do trabalho, poderemos saber se a administração é taylorista ou
em células de produção, se a produção é contínua ou por pedido, se o layout é funcional ou por
produto, se o operário ganha por produção ou não, etc.
A partir daí, poderemos levantar dados relativos à falta de uma política de segurança, à
supervisão autoritária, a layout inadequado, ao mau planejamento da produção, à má distribuição de
tarefas e horários, ao excesso de jornada de trabalho, à quantidade de trabalhadores expostos aos
mesmos riscos, a esforços repetitivos, à fadiga, etc. Todos fatores que contribuem, direta ou
indiretamente, para o comprometimento da saúde do trabalhador.
No tocante aos processos e métodos de trabalho, é importante analisarmos a interação
homem-máquina. Devemos prestar atenção no processo e seus métodos, na tecnologia envolvida
(atualizada ou ultrapassada?), nas sinalizações existentes, nas proteções das máquinas e
equipamentos, etc.
Desta forma, poderemos alterar (e até eliminar) processos, modificar operações e/ou
máquinas, sugerir substituição equipamentos e de produtos, enclausurar operações, planejar
manutenção de máquinas e equipamentos, etc, tudo isso visando a saúde do trabalhador.

5.1.2) EPI x EPC

Uma outra medida de controle de riscos é a adoção de proteção, individual ou coletiva, para
os trabalhadores.
Quando toma-se uma medida visando modificar as condições de trabalho em um
determinado ambiente, temos uma proteção coletiva, uma vez que esta medida protege o conjunto
de trabalhadores de um determinado setor.
Quando, ao invés de modificar as condições de trabalho de um ambiente, se fornece um
equipamento de proteção individual ao trabalhador, temos uma proteção individual, pois apenas os
empregados que os estiverem utilizando estarão sendo protegidos.
“Estas duas alternativas, proteção individual ou coletiva, surgem com freqüência no
momento de se tomar medidas preventivas. Existem situações, entretanto, nas quais é necessário
que tanto a proteção individual, quanto a coletiva sejam adotadas ao mesmo tempo”.
“Do ponto de vista de proteção aos trabalhadores, as medidas de proteção coletiva são
sempre mais eficientes que os equipamentos de proteção individual” (2). A NR-6 reforça a adoção de
medidas preventivas coletivas quando diz que “a empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, EPI adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas
seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou
não, oferecerem completa proteção contra riscos de acidentes do trabalho e/ou
de doenças profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
c) para atender a situações de emergência”.

Apesar da medida preventiva coletiva ser recomendada em relação à individual, adota-se


mais a segunda pois normalmente, a curto prazo, os EPIs têm custos mais baixos que as mudanças

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nos ambientes de trabalho. Porém, a longo prazo, os custos com a manutenção de EPIs podem se
tornar mais elevados que as medidas de ordem ambiental e coletiva.

Além do fator custo, outro ponto que deve ser levado em consideração são as limitações dos
equipamentos de proteção individual (EPI), mesmo quando de boa qualidade. Entre outras coisas,
eles podem provocar:
- desconforto aos trabalhadores;
- dificuldades que acarretam para a realização das tarefas;
- problemas médicos acarretados pelo uso de EPIs, como alergias, lesões de pele,
inflamações, etc;
- inadaptação, pelo menos de parte dos trabalhadores, ao uso de EPI” (1).

Apesar das limitações dos EPIs, existem situações nas quais se justifica plenamente a
adoção dos mesmos. A NR-6 considera equipamento de proteção individual (EPI) “todo dispositivo
de uso individual destinado a proteger a integridade física do trabalhador” (2).
Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional e esgotadas as medidas de
prevenção coletiva, o empregador deve fornecer os seguintes EPIs aos trabalhadores:

a) Proteção para a cabeça


- protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face contra lesões ocasionadas
por partículas respingos, vapores de produtos químicos e radiações luminosas intensas;
- óculos de segurança para trabalhos que possam causar ferimentos nos olhos,
provenientes de impacto de partículas;
- óculos de segurança, contra respingos, para trabalhos que possam causar irritações nos
olhos e outras lesões decorrentes da ação de líquidos agressivos e metais em fusão;
- óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos provenientes
de poeiras;
- óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos e outras lesões
decorrentes da ação de radiações perigosas;
- máscara para soldadores nos trabalhos de soldagem e corte ao arco elétrico;
- capacetes de segurança para proteção do crânio nos trabalhos sujeitos a:
. agentes meteorológicos (céu aberto);
. impactos provenientes de quedas, projeção de objetos e outros;
. queimaduras ou choques elétricos.
b) Proteção para os membros superiores
- luvas e/ou mangas de proteção devem ser usadas em trabalhos em que haja perigo de
lesões provocadas por:
 materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes;
 produtos químicos corrosivos, cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos, graxos,
solventes orgânicos e derivados do petróleo;
 materiais ou objetos aquecidos;
 choque elétricos;
 radiações perigosas;
 frio;
 agentes biológicos.

c) Proteção para membros inferiores


- calcados de proteção contra riscos de origem mecânica;
- calçados impermeáveis, para trabalhos realizados em lugares úmidos, lamacentos ou
encharcados;
- calçados impermeáveis e resistentes a agentes químicos agressivos;
- calçados de proteção contra riscos de origem térmica
- calçados de proteção contra radiações perigosas;
- calçados de proteção contra agentes biológicos agressivos;
- calçados de proteção contra riscos de origem elétrica;
- perneiras de proteção contra riscos de origem mecânica;
- perneiras de proteção contra riscos de origem térmica;
- perneiras de proteção contra radiações perigosas.

d) Proteção contra quedas com diferença de nível

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- cinto de segurança, para trabalhos em altura superior a 02 (dois) metros em que haja
risco de queda.

e) Proteção auditiva
- protetores auriculares, para trabalhos realizados em locais em que o nível de ruído seja
superior ao estabelecido na NR-15, nos anexos I e II.

f) Proteção respiratória, para exposições a agentes ambientais em concentrações prejudiciais à


saúde do trabalhador, de acordo com os limites estabelecidos na NR-15
- respiradores contra poeiras, para trabalhos que impliquem em produção de poeiras;
- máscaras para trabalhos de limpeza por abrasão, através de jateamento de areia;
- respiradores e máscaras de filtro químico para exposição a agentes químicos prejudiciais à
saúde;
- aparelhos de isolamento (autônomos ou indução de ar), para locais de trabalho onde o teor
de oxigênio seja inferior a 18% em volume.

g) Proteção do tronco
- aventais, jaquetas, capas e outras vestimentas especiais de proteção para trabalhos em
que haja perigo de lesões provocadas por:
 riscos de origem térmica;
 riscos de origem radioativa;
 riscos de origem mecânica
 agentes químicos;
 agentes meteorológicos;
 umidade proveniente de operações de lixamento a água ou outras operações de
lavagem

h) Proteção de corpo inteiro


- aparelhos de isolamento (autônomos ou de indução de ar) para locais de trabalho onde haja
exposição a agentes químicos, absorvíveis pela pele, pelas vias respiratória e digestiva, prejudiciais
à saúde.

Além de fornecer gratuitamente o EPI, o empregador tem outras obrigações:


- adquirir o tipo adequado à atividade do empregado;
- fornecer ao empregado somente EPI aprovado pelo Ministério do Trabalho (com o
devido Certificado de Aprovação - CA);
- treinar o trabalhador para o seu uso adequado;
- tornar obrigatório seu uso;
- substituí-lo imediatamente quando danificado ou extraviado;
- responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica;
- comunicar ao Ministério do Trabalho qualquer irregularidade observada no EPI
adquirido.

Além do empregador, os empregados também têm obrigações quanto ao EPI:


- usá-los apenas para a finalidade a que se destina;
- responsabilizar-se por sua guarda e conservação;
- comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso.

5.2) Noções Básicas de Primeiros Socorros

O objetivo básico de um primeiro socorro é evitar que ocorra um agravamento de lesão


sofrida pelo acidentado ou do mal que acometeu a vítima

O bom socorrista possui as seguintes características fundamentais que favorecem um


desempenho eficiente ao atendimento à vítima. São elas: conhecimentos teóricos e práticos das
técnicas socorristas, espírito de solidariedade humana, atitudes firmes e convictas e a qualidade da
improvisação.

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A seguir, são relacionadas os principais tipos de lesão e circunstâncias que necessitam de
atendimentos básicos que devem ser adotados

a) Contusão

- Definição: traumatismo causado por impacto de agente físico sobre tecido do corpo, sem
que haja rompimento do segmento cutâneo.
- Procedimento: aplicar compressas d’água fria ou saco de gelo sobre a região contundida
nas primeiras 04 horas e, após este período, aplicar calor.

b) Escoriação

- Definição: lesão das camadas superficiais da pele.


- Procedimento: lavar a região lesada com água em abundância, secá-la com uma gaze
ou pano limpo sem esfregar e colocar um anti-séptico como mertiolate, mercúrio-cromo
ou iodo.

c) Ferida

- Definição: lesão na qual há rompimento de todas as camadas da pele, podendo ser


causada por objeto contuso, cortante ou perfurante.
- Procedimento: contenção da hemorragia, retirada das vestes próximas ao ferimento,
lavagem e secagem da ferida, colocação de um anti-séptico e encaminhamento ao
médico.

d) Queimadura

Definição: toda lesão, ocasionada no organismo humano, pela ação rápida ou prolongada
-
do calor, em todas as suas modalidades.
- Procedimento: quando a superfície da pele queimada for de até 15% da área total do
corpo, lavar a região queimada com soro fisiológico ou água em abundância e aplicar
vaselina esterilizada. Se mais de 15% da área corporal for queimada, manter a vítima
deitada e agasalhada e buscar assistência médica imediatamente.
e) Hemorragia

- Definição: é a saída de sangue para todos os tecidos vizinhos de um vaso sangüíneo que
se rompeu devido a um traumatismo ou em função de certas doenças.
- Procedimento: quando o sangue sai por um ferimento ou por um orifício natural do
corpo, conter o sangramento por compressão da ferida ou tamponamento do orifício
natural. Se a compressão não for suficiente para conter a hemorragia, aplique garrote (ou
torniquete). Nos casos de hemorragia interna, manter a vítima deitada e procurar
imediatamente um socorro médico.

f) Fratura

- Definição: é a ruptura total ou parcial de um elemento ósseo.


- Procedimento: nas fraturas em membro superior ou inferior, imobilizar não só o foco da
fratura, mas também as articulações, anterior e posterior. Cuidados especiais devem ser
adotados na imobilização e no transporte de fraturados de coluna vertebral, de perna e de
costela.

g) Entorse

- Definição: movimento abrupto e forçado que causa um afastamento de ossos de uma


articulação além de sua amplitude normal, provocando estiramento e, às vezes, ruptura
dos ligamentos. Na entorse, após a movimentação, os ossos voltam para a sua posição
normal na articulação.
- Procedimento: imobilizar a articulação lesada e adotar os mesmos procedimentos
recomendados no caso de contusões.

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h) Luxação

- Definição: ocorre em condições semelhantes à entorse, sendo que após o trauma, os


ossos integrantes da articulação não voltam para a sua posição normal, ficando
acavalados.
- Procedimento: os mesmos recomendados no caso de entorse. Não se deve tentar
colocar na posição normal os ossos acavalados.

i) Parada Respiratória

- Definição: é a ausência de respiração pulmonar.


- Procedimento: aplicar conjuntamente a respiração artificial, sendo o método boca-a-boca
o mais eficaz.

j) Parada Cárdio-Respiratória

- Definição: é a parada do funcionamento do coração e da respiração pulmonar.


- Procedimento: aplicar conjuntamente a massagem cardíaca externa e a respiração boca-
a-boca.

k) Envenenamento

- Definição: é a penetração no organismo humano de toda substância que, atuando


química ou biologicamente, lesa a integridade corporal ou a saúde do indivíduo ou lhe
causa a morte.
- Procedimento: dada a diversidade de circunstâncias consideradas, há diversos
procedimentos a serem adotados.

l) Vertigem

- Definição: é a sensação em que a vítima parece girar em torno de objetos que a cercam
ou estes é que giram em torno dela, sempre no plano horizontal.
- Procedimento: colocar a vítima deitada, com os olhos vendados, sem travesseiro, em
ambiente escuro e silenciosos e afrouxar as roupas.

m) Desmaio

- Definição: é a perda momentânea de consciência.


- Procedimento: deitar a vítima com a cabeça mais baixa que o corpo e, após o retorno da
mesma à consciência, dar café ou chá para beber.

n) Traumatismo no Globo Ocular

- Definição: penetração de um objeto perfurante no olho.


- Procedimento: não tente remover o objeto do olho, transportando a vítima mais rápida
possível para um hospital.

o) Corpo Estranho ao Conduto Auditivo Externo

- Definição: é a colocação ou a penetração de objeto ou inseto no conduto auditivo


externo.
- Procedimento: se o corpo estranho for um inseto vivo, goteje álcool no conduto. Após
esta medida ou em caso de um objeto, procure um médico para a sua retirada.

p) Corpo Estranho no Nariz

- Definição: é a colocação de objeto na cavidade nasal, geralmente por crianças ou


adultos.

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- Procedimento: se o objeto permanecer na cavidade nasal, hão havendo obstrução do
processo respiratório, leve a vítima ao médico para retirada do corpo estranho. Caso caia
na garganta, inverta a criança ou coloque a vítima com a cabeça mais baixa que o tronco
e bata nas costas.

5.3) Princípios Básicos de Prevenção de Incêndios

A questão dos incêndios nos locais de trabalho é de extrema importância em razão do


os riscos para os trabalhadores e das prejuízos materiais que podem acarretar.
De acordo com as estatísticas , as principais causas de incêndios se devem a eletricidade
(sobrecarga dos circuitos, curtos circuitos, faíscas provenientes de chaves e outros aparelhos
elétricos, ausência d proteção no circuito etc), fumantes descuidos (fósforos e pontas de cigarros
jogados a esmo), e fogos de artifícios ( rojões, bombinhas, balões juninos etc)).

Para que entendamos o fogo, passaremos a estudar os elementos que o compõem.

5.3.1- O TRIÂNGULO DO FOGO


Para que haja fogo, é necessária a presença de 3 elementos, ao mesmo tempo, em
proporções definidas, a saber: Combustível ( tudo aquilo que queima), oxigênio ( comburente,
intensifica a combustão)e o calor, elemento que inicia e mantém a propagação do incêndio.

Combustível l Calor

Oxigênio

A prevenção e o combate a incêndios se baseiam nos 3 elementos do Triângulo do Fogo


para classificar, prevenir ou combatê-los.

5.3.2 – CLASSES DE INCÊNDIO


As classe de fogo (incêndio) são definidas levando-se em conta os materiais que queimam
no incêndio, ou seja:

 Classe A – incêndio em materiais de fácil combustão que queimam na superfície e em


profundidade e que deixam resíduos, como: tecidos, madeira, papel, fibras etc.
 Classe B – produtos que queimam somente na superfície, não deixando resíduos , como
óleos, graxas, vernizes, tintas, gasolinas etc.
 Classe C – equipamentos elétricos energizados, tais como motores, transformadores,
quadros de distribuição, fios etc.
 Classe D – materiais pirofóricos, como magnésio, zircônio, titânio etc.

5.3.3 – MÉTODOS DE EXTINÇÃO

Em função dos elementos representados no Triângulo do Fogo é que são classificados os


principais métodos de extinção de incêndios.
Assim, quando se deseja reduzir o calor do material incendiado, aplica-se o Método do
Resfriamento e o principal agente extintor é a água.
Quando se pretende eliminar/restringir a presença do Oxigênio, impedindo-o de continuar
alimentando o fogo, emprega-se o Método do Abafamento.

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Finalmente, ao se isolar/reduzir/eliminar o combustível, recorre-se ao Método do Isolamento,
procedimento aplicado, por exemplo, ao se transferir parte substancial do combustível de um tanque
em chamas para outro, através da abertura e fechamento de válvulas.

5.3.4- AGENTES EXTINTORES MAIS EMPREGADOS

Os agentes extintores mais empregados e suas funções estão definidos no quadro a seguir.

 AGENTE  FUNÇÃO  CLASSE DE INCÊNDIO


ÁGUA Resfriar /abafar A
C02 (gás carbônico) Abafar/resfriar B -C -A
PQS Abafar B -C - A
Espuma Química Abafar/resfriar B - A
Limalha de ferro Abafar D
Nota: Função principal/função secundária.

Ainda, segundo a NR –23, os extintores devem ser localizados em lugar de fácil visualização e de
fácil acesso e onde haja menos probabilidade de o fogo bloquear seu acesso. Os locais destinados
aos extintores devemos ser assinalados por um círculo vermelho ou por um seta larga, vermelha,
com bordas amarelas. Também deverá ser pintada de vermelho um área de 1mx 1m do piso
embaixo do extintor, a qual não pode ser obstruída de forma alguma.

5.3.5- MEDIDAS PREVENTIVAS DE INCÊNDIO

Além destas formas de extinção de incêndio, há medidas bastante simples que, quando não
impedem o surgimento do fogo, minimizam bastante o seu aparecimento. Vejamos algumas.

 Armazenamento de líquidos inflamáveis: deve ser feito em depósitos especiais, fechados e


ventilados. Nos locais de trabalho, deve-se manter uma quantidade mínima de materiais, ou
seja, apenas o necessário para a realização dos trabalhos. O restante deve permanecer no
depósito. Acima de 250 litros, o armazenamento deve atender aos requisitos da NR-20.
 Cuidado com as instalações elétricas: as origens mais importantes de incêndios em decorrência
de falhas elétricas são a sobrecarga da rede ( a corrente que passa supera a capacidade dos fios
condutores) e contatos e/ou isolamentos mal feitos. A sobrecarga ocorre quando existem
aparelhos em excesso ligados a determinado circuito elétrico ou quando este não foi planejado
para a intensidade de corrente.
 Instalação de pára-raios
 Ordem e Limpeza: papéis, estopas, pedaços de madeira e papelão etc, são materiais que
queimam facilmente. Por isso, é indispensável manter o ambiente de trabalho sempre limpo e
arrumado.
 Delimitação de área para fumantes, em especial nos setores de maior risco de incêndio.
 Colocação de divisórias nas áreas de produção de faíscas e fagulhas, como nos processos de
soldagem a arco elétrico e corte oxi-acetilênico.

Entretanto, se essas medidas preventivas falharem, na presença de um princípio de incêndio, deve-


se, em primeiro lugar , dar o alarme, comunicando à Brigada de Incêndio ou aos Bombeiros e dar
ataque inicial com os recursos disponíveis na organização.

5.3.6 – VIAS DE ESCAPE


Com relação ao escape de pessoas, em caso de emergência, os principais pontos que a NR-23
determina, são os seguintes:

 Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas de modo que
aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança;
 A largura mínima das aberturas de saída deverá ser 1,20 metro e o sentido de abertura da porta
não poderá ser para o interior do local de trabalho;
 As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas
ou sinais luminosos, indicando a direção de saída;

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 As saídas devem ser dispostas de tal forma que entre elas e qualquer local de trabalho não se
tenha de percorrer distância maior que 15 metros nos de risco grande e 30 metros nos de riscos
médio e pequeno;
 Os pisos em níveis diferentes devem ter rampas que os contornem suavemente e, neste caso,
deverá ser colocado um aviso no início da rampa no sentido da descida;
 Escadas em espiral, de mão ou externas de madeira não serão consideradas partes de uma
saída de emergência.

Não existindo uma Brigada de Incêndio nas empresas em que trabalham, são os “Cipeiros” , em
razão dos conhecimentos apreendidos nos cursos de formação de componentes das CIPA´s e
treinamentos suplementares, as pessoas mais indicadas para compor uma equipe de prevenção e
combate a princípios de incêndios.

6.1) Reuniões da CIPA

As reuniões da CIPA, como já podemos perceber, devem seguir um plano de trabalho. Elas
têm de ser muito bem preparadas.
Os cipeiros devem procurar conhecer as matérias que serão abordadas antecipadamente, a
fim de discutir com os colegas de trabalho que sugestões e reivindicações deverão fazer.

O Manual do Cipeiro, editado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e
Diadema, sugere que:
1) Todos os cipeiros coloquem os problemas de seus setores ou que foram por eles
anotados;
2) Discutir como apresentar para a empresa tais problemas. Os mais graves e urgentes
devem vir em primeiro lugar. O cipeiro que for apresentá-los deve ser o mais
preparado;
3) Caso haja dúvida quanto a qualquer problema, procurar auxílio do sindicato;
4) Os acidentes de trabalho ocorridos devem ser analisados em reunião preparatória.
Devem ser levantadas suas causas e, se possível, apresentadas sugestões como
forma de prevenção de novos acidentes;
A Cartilha da CIPA, editada Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações
(SINTTEL - DF), sugere que ao final da reunião da CIPA, deve haver encontros com os outros
trabalhadores para que os cipeiros possam transmitir o andamento das discussões e informar as
resoluções tomadas. “A partir daí, as resoluções devem ser discutidas, como objetivo de verificar se
estão ou não atendendo às necessidades dos trabalhadores da empresa, estabelecendo-se, através
do debate, a continuidade para o enfrentamento dos problemas”.
“Os membros da CIPA devem multiplicar seus contatos com os companheiros. Agindo assim,
estarão ampliando as possibilidades de identificar riscos de acidentes, degradação de saúde e, ao
mesmo tempo, poderão anotar as idéias práticas que possam solucionar problemas”.

6.2) Inspeções de Segurança

As inspeções de segurança fazem parte das obrigações legais da CIPA. Elas têm a finalidade
de prevenir acidentes, detectar fatores que causem doenças profissionais e verificar se as medidas
sugeridas para controle/eliminação dos problemas foram adotadas.

Através delas, os cipeiros conhecem outros setores (e seus riscos), além dos seus, recebem
reclamações e dão orientações aos outros trabalhadores.

A norma do Ministério do Trabalho faz a seguinte classificação das inspeções de segurança:


i) Inspeções Gerais - são aquelas feitas em todos os setores da empresa e abrangem
todos os aspectos de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. Útil para início de
mandato dos cipeiros;
ii) Inspeções Parciais - limitam-se a determinadas áreas, setores ou atividades, onde
já se sabe que existem problemas;
iii) Inspeções de Rotina - feitas pela CIPA e pelos setores de segurança e manutenção,
a partir de prioridades estabelecidas, visando a melhor organização do trabalho.

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Também, são assim classificadas, as inspeções feitas pelos próprios trabalhadores
em suas máquinas e ferramentas;
iv) Inspeções Periódicas - feitas, normalmente, pelos setores de manutenção e
engenharia e se destinam a levantar os riscos existentes em ferramentas, máquinas,
equipamentos e instalações elétricas;
v) Inspeções Eventuais - não têm data ou período determinado; podem ser feitas por
vários técnicos e visam solucionar problemas considerados urgentes;
vi) Inspeções Oficiais - são aquelas realizadas por agentes de órgãos oficiais e das
empresas de seguro;
vii) Inspeções Especiais - são realizadas por técnicos especializados, com aparelhos de
teste e medição. Por exemplo, as medições de ruído ambiental, de temperatura, etc.
De acordo com a legislação, os procedimentos de uma inspeção devem seguir as seguintes
etapas:
- Observação das condições de trabalho, máquinas, equipamentos e produção;
- Registro das observações, feito em impresso apropriado, descrevendo o local
observado, o objeto, o risco, as pessoas envolvidas e as proteções existentes, bem
como contendo o dia e a hora da inspeção e a assinatura de quem a fez;
- Relatórios dos registros feitos para serem encaminhados para os responsáveis;
- Acompanhamento, pela CIPA, das providências que devem ser tomadas para
controle/eliminação dos problemas.

6.3) Campanhas de Segurança – CANPAT e SIPAT

As campanhas de segurança visam a divulgação e o intercâmbio de técnicas, experiências e


conhecimentos sobre prevenção de acidentes, contribuindo para o aperfeiçoamento dos programas
prevencionistas, sobretudo nos aspectos de aprimoramento do comportamento preventivo do
trabalhador e da eliminação, isolamento ou controle dos riscos ambientais.
A principal campanha de segurança é a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes
(CANPAT), instituída em caráter permanente através do Decreto n o 68.255 de 16/02/1971, que foi
regulamentada pela Portaria do MTb no 3.233 de 09/07/1971 com a finalidade de divulgar
conhecimentos técnicos e ministrar ensinamentos práticos de Segurança, Higiene e Medicina do
Trabalho.
Entre as atividades consideradas obrigatórias da CANPAT, destacam-se:
- o Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (CONPAT);
- a Semana de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SPAT);
- a promoção de seminários, simpósios, conferências, palestras e aulas;
- a divulgação educativa, através de meios de comunicação.
No âmbito da empresa, uma das atribuições da CIPA é promover, junto com o SESMT, a
Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho - a SIPAT. “Deseja-se, com isso, que a CIPA
e o SESMT não só executem sua ação diretamente ligada à proteção e promoção da saúde e
segurança, como também, a longo prazo e pela via educativa, consigam fazer de cada trabalhador o
agente de sua própria saúde”.
Sendo assim, a SIPAT deve ser vista por seus organizadores como um minicurso, onde
existem objetivos a serem cumpridos, com recursos e estratégias adequadamente escolhidos.
Desta forma, os organizadores ao traçarem os objetivos, devem levar em consideração
algumas questões, tais como:
- a realidade da segurança e da saúde no país;
- as políticas da empresa para o setor;
- o histórico das atividades da CIPA e do SESMT na empresa;
- os principais riscos à saúde e segurança existentes na empresa.

A partir das questões acima e identificando uma necessidade, os organizadores podem


estabelecer os objetivos a serem alcançados para os participantes do evento, tais como:
- Participar de um evento de cunho educativo;
- Saber enumerar os principais riscos à saúde e à segurança dos trabalhadores
existentes na empresa;
- Mencionar mecanismos de controle destes riscos;
- Valorizar a participação de todos os trabalhadores como forma de se conseguir
as mudanças saneadoras dos ambientes e condições de trabalho;
- Demonstrar disposição para participar na luta pela melhoria dos ambientes e
condições de trabalho.

21
Estabelecidos os objetivos, os organizadores devem imaginar as estratégias mais adequadas
para a obtenção dos mesmos. Em geral, são utilizadas palestras, conferências, seminários, painéis,
simpósios, concursos, projeção de audiovisuais, sessões de filmes, etc.

7) Estudo da NR-5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes)

DO OBJETIVO

5.1 A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA - tem como objetivo a prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o
trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

DA CONSTITUIÇÃO

5.2 Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas
privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta e indireta,
instituições beneficentes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras instituições que
admitam trabalhadores como empregados.

5.3 As disposições contidas nesta NR aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos e às
entidades que lhes tomem serviços, observadas as disposições estabelecidas em Normas
Regulamentadoras de setores econômicos específicos.

5.4 A empresa que possuir em um mesmo município dois ou mais estabelecimentos, deverá garantir
a integração das CIPA e dos designados, conforme o caso, com o objetivo de harmonizar as políticas
de segurança e saúde no trabalho.

5.5 As empresas instaladas em centro comercial ou industrial estabelecerão, através de membros de


CIPA ou designados, mecanismos de integração com objetivo de promover o desenvolvimento de
ações de prevenção de acidentes e doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso coletivo,
podendo contar com a participação da administração do mesmo.

DA ORGANIZAÇÃO

5.6 A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o
dimensionamento previsto no Quadro I desta NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos
normativos para setores econômicos específicos.
5.6.1 Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes serão por eles designados.

5.6.2 Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio


secreto, do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os
empregados interessados.

5.6.3 O número de membros titulares e suplentes da CIPA, considerando a ordem


decrescente de votos recebidos, observará o dimensionamento previsto no Quadro I desta
NR, ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normativos de setores econômicos
específicos.

5.6.4 Quando o estabelecimento não se enquadrar no Quadro I, a empresa designará um


responsável pelo cumprimento dos objetivos desta NR, podendo ser adotados mecanismos
de participação dos empregados, através de negociação coletiva.
5.7 O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de um ano, permitida uma reeleição.

5.8 É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de
Comissões Internas de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua candidatura até um ano após
o final de seu mandato.

22
5.9 Serão garantidas aos membros da CIPA condições que não descaracterizem suas atividades
normais na empresa, sendo vedada a transferência para outro estabelecimento sem a sua anuência,
ressalvado o disposto nos parágrafos primeiro e segundo do artigo 469, da CLT.

5.10 O empregador deverá garantir que seus indicados tenham a representação necessária para a
discussão e encaminhamento das soluções de questões de segurança e saúde no trabalho
analisadas na CIPA.

5.11 O empregador designará entre seus representantes o Presidente da CIPA, e os representantes


dos empregados escolherão entre os titulares o vice-presidente.

5.12 Os membros da CIPA, eleitos e designados serão empossados no primeiro dia útil após o
término do mandato anterior.

5.13 Será indicado, de comum acordo com os membros da CIPA, um secretário e seu substituto,
entre os componentes ou não da comissão, sendo neste caso necessária a concordância do
empregador.

5.14 Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá protocolizar, em até dez dias, na unidade
descentralizada do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição e de posse e o calendário
anual das reuniões ordinárias.

5.15 Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, a CIPA não


poderá ter seu número de representantes reduzido, bem como não poderá ser desativada pelo
empregador, antes do término do mandato de seus membros, ainda que haja redução do número de
empregados da empresa, exceto no caso de encerramento das atividades do estabelecimento.

DAS ATRIBUIÇÕES

5.16 A CIPA terá por atribuição:


a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação
do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;

b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de


segurança e saúde no trabalho;

c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção


necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a


identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos
trabalhadores;

e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de
trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas;

f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para
avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à
segurança e saúde dos trabalhadores;

h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor


onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;

i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas


relacionados à segurança e saúde no trabalho;

j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de


acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;

23
k) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das
causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas
identificados;

l) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido


na segurança e saúde dos trabalhadores;

m) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;

n) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de


Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT;

o) participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.


5.17 Cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho
de suas atribuições, garantindo tempo suficiente para a realização das tarefas constantes do plano
de trabalho.

5.18 Cabe aos empregados:


a. participar da eleição de seus representantes;
b. colaborar com a gestão da CIPA;
c. indicar à CIPA, ao SESMT e ao empregador situações de riscos e apresentar sugestões para
melhoria das condições de trabalho;
d. observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações quanto a prevenção de
acidentes e doenças decorrentes do trabalho.

5.19 Cabe ao Presidente da CIPA:


a. convocar os membros para as reuniões da CIPA;
b. coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao empregador e ao SESMT, quando houver,
as decisões da comissão;
c. manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
d. coordenar e supervisionar as atividades de secretaria;
e. delegar atribuições ao Vice-Presidente;

5.20 Cabe ao Vice-Presidente:


a. executar atribuições que lhe forem delegadas;
b. substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou nos seus afastamentos
temporários;

5.21 O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto, terão as seguintes atribuições:


a. cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias para o desenvolvimento de seus
trabalhos;
b. coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para que os objetivos propostos
sejam alcançados;
c. delegar atribuições aos membros da CIPA;
d. promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando houver;
e. divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalhadores do estabelecimento;
f. encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da CIPA;
g. constituir a comissão eleitoral.

5.22 O Secretário da CIPA terá por atribuição:


a. acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentando-as para aprovação e
assinatura dos membros presentes;
b. preparar as correspondências; e
c. outras que lhe forem conferidas.

DO FUNCIONAMENTO

5.23 A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido.
5.24 As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal da empresa e em
local apropriado.

24
5.25 As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de cópias para
todos os membros.

5.26 As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção do Trabalho - AIT.

5.27 Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:


a) houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de medidas
corretivas de emergência;

b) ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal;

c) houver solicitação expressa de uma das representações.

5.28 As decisões da CIPA serão preferencialmente por consenso.


5.28.1 Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de negociação direta ou com
mediação, será instalado processo de votação, registrando-se a ocorrência na ata da
reunião.

5.29 Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsideração, mediante requerimento justificado.
5.29.1 O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA até a próxima reunião ordinária,
quando será analisado, devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os
encaminhamentos necessários.
5.30 O membro titular perderá o mandato, sendo substituído por suplente, quando faltar a mais de
quatro reuniões ordinárias sem justificativa.

5.31 A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o mandato, será suprida por suplente,
obedecida à ordem de colocação decrescente registrada na ata de eleição, devendo o empregador
comunicar à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego as alterações e justificar
os motivos.
5.31.1 No caso de afastamento definitivo do presidente, o empregador indicará o substituto,
em dois dias úteis, preferencialmente entre os membros da CIPA.

5.31.2 No caso de afastamento definitivo do vice-presidente, os membros titulares da


representação dos empregados, escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias
úteis.

DO TREINAMENTO

5.32 A empresa deverá promover treinamento para os membros da CIPA, titulares e suplentes, antes
da posse.
5.32.1 O treinamento de CIPA em primeiro mandato será realizado no prazo máximo de
trinta dias, contados a partir da data da posse.

5.32.2 As empresas que não se enquadrem no Quadro I, promoverão anualmente


treinamento para o designado responsável pelo cumprimento do objetivo desta NR.

5.33 O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:


a. estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do processo
produtivo;
b. metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho;
c. noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição aos riscos
existentes na empresa;
d. noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS, e medidas de prevenção;
e. noções sobre as legislações trabalhista e previdenciária relativas à segurança e saúde no
trabalho;
f. princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos riscos;

25
g. organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atribuições da
Comissão.

5.34 O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas diárias e
será realizado durante o expediente normal da empresa.

5.35 O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da empresa, entidade patronal, entidade de
trabalhadores ou por profissional que possua conhecimentos sobre aos temas ministrados.

5.36 A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à entidade ou
profissional que o ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo à empresa escolher a
entidade ou profissional que ministrará o treinamento.

5.37 Quando comprovada a não observância ao disposto nos itens relacionados ao treinamento, a
unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego, determinará a complementação ou a
realização de outro, que será efetuado no prazo máximo de trinta dias, contados da data de ciência
da empresa sobre a decisão.

DO PROCESSO ELEITORAL

5.38 Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados
na CIPA, até sessenta dias antes do término do mandato em curso.
5.38.1 A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar o início do processo eleitoral ao
sindicato da categoria profissional.

5.39 O Presidente e o Vice Presidente da CIPA constituirão dentre seus membros, com no mínimo 55
dias do inicio do pleito, a Comissão Eleitoral – CE, que será a responsável pela organização e
acompanhamento do processo eleitoral.
5.39.1 Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Comissão Eleitoral será constituída
pela empresa.

5.40 O processo eleitoral observará as seguintes condições:


a. publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso e visualização, no mínimo 45
dias antes da data marcada para a eleição;
b. inscrição e eleição individual, sendo que o período mínimo para inscrição será de quinze
dias;
c. liberdade de inscrição para todos os empregados do estabelecimento, independentemente de
setores ou locais de trabalho, com fornecimento de comprovante;
d. garantia de emprego para todos os inscritos até a eleição;
e. realização da eleição no mínimo trinta dias antes do término do mandato da CIPA, quando
houver;
f. realização de eleição em dia normal de trabalho, respeitando os horários de turnos e em
horário que possibilite a participação da maioria dos empregados.
g. voto secreto;
h. apuração dos votos, em horário normal de trabalho, com acompanhamento de representante
do empregador e dos empregados, em número a ser definido pela comissão eleitoral;
i. faculdade de eleição por meios eletrônicos;
j. guarda, pelo empregador, de todos os documentos relativos à eleição, por um período
mínimo de cinco anos.

5.41 Havendo participação inferior a cinqüenta por cento dos empregados na votação, não haverá a
apuração dos votos e a comissão eleitoral deverá organizar outra votação que ocorrerá no prazo
máximo de dez dias.
5.42 As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser protocolizadas na unidade descentralizada
do MTE, até trinta dias após a data da posse dos novos membros da CIPA.
5.42.1 Compete a unidade descentralizada do Ministério do Trabalho e Emprego,
confirmadas irregularidades no processo eleitoral, determinar a sua correção ou proceder a
anulação quando for o caso.

26
5.42.2 Em caso de anulação a empresa convocará nova eleição no prazo de cinco dias, a
contar da data de ciência , garantidas as inscrições anteriores.

5.42.3 Quando a anulação se der antes da posse dos membros da CIPA, ficará assegurada a
prorrogação do mandato anterior, quando houver, até a complementação do processo
eleitoral.
5.43 Assumirão a condição de membros titulares e suplentes, os candidatos mais votados.

5.44 Em caso de empate, assumirá aquele que tiver maior tempo de serviço no estabelecimento.

5.45 Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados na ata de eleição e apuração, em
ordem decrescente de votos, possibilitando nomeação posterior, em caso de vacância de suplentes.

DAS CONTRATANTES E CONTRATADAS

5.46 Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, considera-se


estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que seus empregados estiverem
exercendo suas atividades.

5.47 Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento, a CIPA ou
designado da empresa contratante deverá, em conjunto com as das contratadas ou com os
designados, definir mecanismos de integração e de participação de todos os trabalhadores em
relação às decisões das CIPA existentes no estabelecimento.

5.48 A contratante e as contratadas, que atuem num mesmo estabelecimento, deverão implementar,
de forma integrada, medidas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho, decorrentes da
presente NR, de forma a garantir o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saúde a
todos os trabalhadores do estabelecimento.

5.49 A empresa contratante adotará medidas necessárias para que as empresas contratadas, suas
CIPA, os designados e os demais trabalhadores lotados naquele estabelecimento recebam as
informações sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de
proteção adequadas.

5.50 A empresa contratante adotará as providências necessárias para acompanhar o cumprimento


pelas empresas contratadas que atuam no seu estabelecimento, das medidas de segurança e saúde
no trabalho.

DISPOSIÇÕES FINAIS

5.51 Esta norma poderá ser aprimorada mediante negociação, nos termos de portaria específica.

8) Legislação Trabalhista e Previdenciária Relativas à Segurança e Saúde no Trabalho

8.1) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)

 A Norma Regulamentadora no 9 (NR-9) estabelece a obrigatoriedade da elaboração e


implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores
como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), visando a
preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação,
reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes

27
ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio
ambiente e dos recursos naturais.

 As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa,


sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo a sua
abrangência e profundidade dependentes das características dos riscos e das necessidades de
controle.

 O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no campo da
preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o
disposto nas demais NR, em especial com o Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional - PCMSO previsto na NR-7.

 Fará efeito desta NR consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos
existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou
intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador.

 Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os
trabalhadores, tais como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações
ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som.

 Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar


no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou
vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos
pelo organismo através da pele ou por ingestão.

 Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus,


entre outros.

 O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, no mínimo, a seguinte estrutura:


a) planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma;
b) estratégia e metodologia de ação;
c) forma de registro, manutenção e divulgação dos dados;
d) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.

 PPRA deverá estar descrito num documento base contendo todos os aspectos estruturais.

 O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas:


a) antecipação e reconhecimentos dos riscos;
b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
e) monitoramento da exposição aos riscos;
f) registro e divulgação dos dados.

 A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA poderão ser feitas pelo


Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT ou por
pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o
disposto nesta NR.

 A avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que necessária para:


a) comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscos identificados na etapa de
reconhecimento;
b) dimensionar a exposição dos trabalhadores;
c) subsidiar o equacionamento das medidas de controle.

 Deverão ser adotadas as medidas necessárias e suficientes para a eliminação, a minimização ou


o controle dos riscos ambientais sempre que forem verificadas uma ou mais das seguintes
situações:
a) identificação, na fase de antecipação, de risco potencial à saúde;
b) constatação, na fase de reconhecimento, de risco evidente a saúde;

28
c) quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhadores
excederem os valores dos limites previstos na NR-15 ou, na ausência destes, os valores
de limites de exposição ocupacional adotados pela ACGIH - American Conference of
Governmental Industrial Hygyenists, ou aqueles que venham a ser estabelecidos em
negociação coletiva de trabalho, desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-
legais estabelecidos;
d) quando, através do controle médico da saúde, ficar caracterizado o nexo causal entre
danos observados na saúde dos trabalhadores e a situação de trabalho a que eles ficam
expostos.

 Deverão ser objeto de controle sistemático as situações que apresentem exposição ocupacional
acima dos níveis de ação, conforme indicado nas alíneas que seguem:
a) para agentes químicos, a metade dos limites de exposição ocupacional considerados de
acordo com a alínea "c" do subitem 9.3.5.1;
b) para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50"%), conforme critério estabelecido na NR-
15, Anexo no 1, item 6.

 Das Responsabilidades
- Do empregador: estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA, como
atividade permanente da empresa ou instituição.
- Dos trabalhadores
a) colaborar e participar na implantação e execução do PPRA;
b) seguir as orientações recebidas nos treinamentos oferecidos dentro do PPRA;
c) informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento,
possam implicar riscos à saúde dos trabalhadores.

8.2) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)

 A Norma Regulamentadora no 7 (NR-7) estabelece a obrigatoriedade da elaboração e


implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores
como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com o
objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

 Caberá a empresa contratante de mão de obra prestadora de serviços, informar a empresa


contratada, os riscos existentes e auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO nos locais
de trabalho onde os serviços estão sendo prestados.

 O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da


saúde dos trabalha dores, devendo estar articulado com o disposto nas de mais NR.

 O PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de


trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre
sua saúde e o trabalho.

 O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à
saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da
existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.

 Compete ao empregador:
a) garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua
eficácia;
b) custear, sem ônus para o empregado, todos os procedimentos relacionados ao PCMSO;
c) inexistindo médico do trabalho na localidade, o empregador poderá contratar médico de
outra especialidade para coordenar o PCMSO.

 Compete ao médico coordenador:


a) realizar os exames médicos previstos no item 7.4.1, ou encarregar os mesmos a
profissional médico familiarizado com os princípios da patologia ocupacional e suas
causas, bem como com o ambiente, as condições de trabalho e os riscos a que esta ou
será exposto cada trabalhador da empresa a ser examinado;

29
b) encarregar dos exames complementares previstos nos itens, quadros e anexos desta
NR, profissionais e/ou entidades devidamente capacitados, equipados e qualificados.

 PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos: admissional,
periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função e demissional.

 Os exames de que trata o item 7.4.1. compreendem:


a) avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental;
b) exames complementares, realizados de acordo com os termos especificados nesta NR, e
seus anexos.

 O exame médico de retorno ao trabalho deverá ser realizado obrigatoriamente no primeiro dia da
volta ao trabalho de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por
motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto.

 O exame médico de mudança de função, será obrigatoriamente realizada antes da data da


mudança.
- Para fins desta NR, entende-se por mudança de função toda e qualquer alteração de
atividade, posto de trabalho ou de setor que implique na exposição do trabalhador a risco
diferente daquele a que estava exposto antes da mudança.

 Para cada exame médico realizado, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO),
em duas vias.
- A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do trabalhador, inclusive
frente de trabalho ou canteiro de obras, a disposição da fiscalização do trabalho.
- A segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na
primeira via.

 ASO deverá conter no mínimo:


a) nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade, e sua função;
b) os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, na atividade do
empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela Secretaria de Segurança e
Saúde no Trabalho - SSST;
c) indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador, incluindo os
exames complementares e a data em que foram realizados;
d) nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM;
e) definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai exercer,
exerce ou exerceu;
f) nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato;
g) data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu número de
inscrição no Conselho Regional de Medicina.

8.3) Insalubridade e Periculosidade

8.3.1) Insalubridade

Atividade ou operação insalubre é toda aquela que:


 Desenvolve-se acima dos limites de tolerância previstos nos anexos no 1, 2, 3, 5, 11 e 12
da Norma Regulamentadora no 15 (NR-15 - Atividades e Operações Insalubres) da
Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho;
 É mencionada nos anexos no 5, 6, 13 e 14 da Norma Regulamentadora n o 15 (NR-15 -
Atividades e Operações Insalubres) da Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho;
 É comprovada através de laudo de inspeção do local de trabalho, constantes dos anexos
números 7, 8, 9 e 10 da Norma Regulamentadora n o 15 (NR-15 - Atividades e Operações
Insalubres) da Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho;

30
Entende-se por Limite de Tolerância, para os fins da NR-15, a concentração ou intensidade
máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará
dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.

O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os subitens do item


anterior, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo,
equivalente a:
 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.

No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de grau


mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.

Graus de Insalubridade
Atividades ou operações que exponham o trabalhador a Percentual
Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites de 20 %
tolerância fixados
Níveis de ruído de impacto superiores aos limites de tolerância fixados 20 %
Exposição ao calor com valores de IBUTG superiores aos limites de 20 %
tolerância fixados
Níveis de iluminamento inferiores aos mínimos exigidos -
Níveis de radiações ionizantes com radioatividade superior aos limites de 40 %
tolerância fixados
Ar comprimido 40 %
Radiações não ionizantes consideradas insalubres em decorrência de 20 %
inspeções realizadas nos locais de trabalho
Vibrações consideradas insalubres em decorrência de inspeções 20 %
realizadas nos locais de trabalho
Frio considerado insalubre em decorrência de inspeções realizadas nos 20 %
locais de trabalho
Umidade considerada insalubre em decorrência de inspeções realizadas 20 %
nos locais de trabalho
Agentes químicos cujas concentrações sejam superiores aos limites de 10%, 20% ou
tolerância fixados 40%
Poeiras minerais cujas concentrações sejam superiores aos limites de 40 %
tolerância fixados
Atividades ou operações, envolvendo agentes químicos, consideradas 10%, 20% ou
insalubres em decorrência de inspeções realizadas no local de trabalho 40%

Agentes biológicos 20% ou 40%

8.3.2) Periculosidade

Para efeito legal, as atividades que envolvem o trabalho com explosivos, inflamáveis e
eletricidade são consideradas perigosas e podem fazer com que o trabalhador tenha direito a receber
um adicional por desenvolver suas atividades em tais ambientes.

Segundo o artigo 193 da CLT, o adicional de periculosidade corresponde a “um adicional


de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou
participações nos lucros da empresa”.

O adicional de periculosidade para os trabalhadores expostos a risco com eletricidade é


estabelecido pela Lei no 7.369, de 20/09/1985, cuja aplicação é regulamentada pelo Decreto n o
93.412, de 14/10/1986.

Uma observação importante é que o trabalhador poderá optar pelo adicional de insalubridade
ou pelo de periculosidade, ou seja, os adicionais não são cumulativos.

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8.3.2.1) A NR-16 (Atividades e Operações Perigosas)

A NR-16 estabelece um conjunto de situações em que o trabalhador desenvolve atividade


perigosa. A seguir, relacionamos algumas dessas atividades.

Atividades ou Operações Perigosas com Explosivos


Atividades Adicional de 30%
Armazenamento de explosivos Todos os trabalhadores nesta atividade ou que
permaneçam na área de risco
No transporte de explosivos Todos os trabalhadores nesta atividade
Nas operações de manuseio de explosivos Todos os trabalhadores nesta atividade

Atividades ou Operações Perigosas com Inflamáveis


Atividades Adicional de 30%
Na produção, transporte, processamento e Todos os trabalhadores nesta atividade ou que
armazenagem de gás liqüefeito operam na área de risco
No transporte e armazenamento de inflamáveis Todos os trabalhadores da área de operação
líquidos e gasosos liqüefeitos e de vasilhames
vazios não desgaseificados ou decantados
Nas operações de desgaseificação, decantação Todos os trabalhadores nesta atividade ou que
e reparos de vasilhames não desgaseificados operam na área de risco
ou decantados
Nas operações de teste de aparelhos de Todos os trabalhadores nesta atividade ou que
consumo de gás e seus equipamentos operam na área de risco
No transporte de inflamáveis líquidos e gasosos Motorista e ajudante
liqüefeitos em caminhão-tanque
No transporte de vasilhames (em caminhão de Motorista e ajudantes
carga), contendo inflamável líquido, em
quantidade total igual ou superior a 200 litros
No transporte de vasilhames (em carreta ou Motorista e ajudantes
caminhão de carga), contendo inflamável
gasoso e líquido, em quantidade total, igual ou
superior, a 135 quilos

8.3.2.1) Eletricidade

O Decreto no 93.412, de 14/10/1986, em seu artigo 2, estabelece que terão direito ao


adicional (de periculosidade) “o empregado que, independente do cargo, categoria ou ramo da
empresa:
a) permaneça habitualmente em área de risco, executando ou aguardando ordens, e em
situação de exposição contínua, caso em que o adicional incidirá sobre o salário da
jornada de trabalho integral;
b) ingresse de modo intermitente ou habitual, em área de risco, caso em que o adicional
incidirá sobre o salário do tempo despendido pelo empregado na execução de atividade
em condições de periculosidade ou do tempo à disposição do empregador”.
Parágrafo 1. O ingresso ou permanência eventual em área de risco não gera direito
ao adicional de periculosidade.
Parágrafo 2. São equipamentos ou instalações elétricas em situação de risco,
aqueles cujo contato físico ou exposição aos efeitos da eletricidade possam resultar
em incapacitação, invalidez permanente ou morte.
Parágrafo 3. O fornecimento pelo empregador dos EPIs ou a adoção de técnicas de
proteção ao trabalhador eximirão a empresa do pagamento do adicional, salvo
quando não for eliminado o risco resultante da atividade do trabalhador em
condições de periculosidade.

c) O pagamento do adicional de periculosidade não desobriga o empregador de promover


as medidas de proteção ao trabalhador, destinadas à eliminação ou neutralização da
periculosidade, nem autoriza o empregado a desatendê-las.

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Este mesmo Decreto estabelece um quadro de atividades e áreas de risco consideradas
perigosas.

8.4) Legislação Previdenciária

A legislação previdenciária, atualmente, baseia-se na lei n o 8.212 de 24/07/91, na lei n o 8.213


de 24/07/91 e no decreto no 3.048 de 06/05/99.
.
Um trabalhador para se aposentar de forma especial terá de cumprir os seguintes requisitos:
a) Ter tempo de trabalho em conformidade com a legislação;
b) Comprovar, perante ao INSS, que o tempo de trabalho foi permanente e habitual,
não ocasional, nem intermitente;
c) Comprovar efetiva exposição aos agentes físicos, químicos e biológicos, ou
associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física. Esta
comprovação será feita mediante formulário (DSS-8030), emitido pela empresa, com
base em laudo técnico das condições ambientais do trabalho, expedido por médico
do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.

Este laudo técnico deverá ter as seguintes informações:


 A identificação da empresa;
 A identificação do empregado ou do setor;
 (O período em que o empregado trabalhou para esta empresa);
 O setor de trabalho, a descrição dos locais e dos serviços realizados em cada
setor pelo empregado;
 As condições ambientais dos locais de trabalho;
 Os agentes nocivos (físicos, químicos e/ou biológicos) aos quais o empregado
esteve exposto;
 A duração da jornada de trabalho;
 As tecnologias de proteção coletiva;
 As tecnologias de proteção individual;
 Os métodos, a técnica, a aparelhagem e o equipamento utilizados na avaliação
pericial;
 A data e o local da realização da perícia;
 A conclusão do perito;
 A assinatura do perito.

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