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2. O conhecimento não é algo que teve uma origem (ou seja, algo já presente
na natureza humana e que aflorou em algum momento da história), mas sim
algo inventado (ou seja, algo fabricado em algum momento da história).
3. O conhecimento não é algo que faz parte da natureza humana e que provém
de alguma capacidade do ser humano, mas sim algo que surge por causa da
luta entre os instintos humanos. O conhecimento surge com o objetivo de
controlar os instintos e refrear a luta entre eles. Assim, o conhecimento é
contra-instintivo e contra-racional.
Além disso, o conhecimento se relaciona (ou luta) com um mundo sem lei e
ordem, buscando impor-lhe uma regulação e um ordenamento. Assim, há
uma relação de poder, de luta e de dominação entre o conhecimento e o
instinto e entre o conhecimento e o mundo. Não há uma relação de harmonia
ou adequação entre eles. Em outras palavras, existem duas rupturas:
a) Entre o conhecimento e as coisas: não há uma relação de harmonia ou
adequação entre o conhecimento e o mundo, mas somente uma
relação de dominação.
b) Entre o conhecimento e os instintos: não há uma relação de harmonia
entre o conhecimento e os instintos humanos, mas somente uma
relação de dominação.
4. O conhecimento esconde um desejo implícito de se afastar e de destruir o
objeto e não de se aproximar e se assemelhar a ele. O conhecimento destrói e
se afasta das coisas, porque esquece a singularidade e a diferença das coisas,
introduzindo-as violentamente em um esquema. Assim, o conhecimento não
levar a ver as coisas como de fato são. Por isso, para Foucault e Nietzsche, o
conhecimento leva ao desconhecimento das coisas.
5. Compreendemos o que é o conhecimento quando compreendemos as
relações de poder e de luta entre as coisas e os homens. Em outras palavras,
o conhecimento surge das relações de força e das relações políticas da
sociedade.
Por exemplo, porque a Antiguidade e a Idade Média davam importância ao
conhecimento especulativo (ou seja, ao conhecimento da essência e das
causas das coisas) e a Idade Moderna dava importância ao conhecimento
experimental e matemático (ou seja, ao conhecimento baseado em
experiências e em cálculos matemáticos)?
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