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A PARÁBOLA DO FARISEU E DO PUBLICANO


Autor: Erberson R. Pinheiro dos Santos
Material gratuito. É permitido a distribuição desse material

E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que
eram justos, e desprezavam os outros:
Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano.
O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou
porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem
ainda como este publicano.
Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo.
O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos
ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!
Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer
que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha
será exaltado. Lucas 18:9-14

I) Análise da parábola

Primeiro será necessário delimitar a perícope de observar as principais divisões


e paralelismos, se houver.
O texto começa no versículo 9, pois Lucas deixa explícito o objetivo de Jesus
contar essa parábola. Dos versículos 10 ao 13 está registrado a história em si e no
versículo 14 tem uma conclusão e uma explicação da história. As divisões são:

1. Introdução afirmando o propósito

A1 - Dois homens sobem para orar (10)


B1 – O Fariseu ora em pé se exaltando (11-12)
B2 – O Publicano ora em pé e se humilhando (13)

A2 – Um homem desce justificado e outro não (14a)

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2. Conclusão (14b)

Analisando essa divisão, observa-se que a parábola é composta por


paralelismos e contrastes. Do ponto de vista dos Judeus da época, quando os dois
subiram, o Fariseu estava em uma posição melhor diante de Deus, pois era
consideramos por todos como um homem justo. Já o publicano, era considerado
um homem pecador que estava longe de Deus. A oração do fariseu não era
considerada por eles como uma fala arrogante, pois ele simplesmente estava
afirmando que cumpria a Lei. No entanto, Jesus mostra o contrário, pois quem
desce justificado foi o publicano. Essa conclusão de Jesus pega todos de surpresa,
pois ninguém esperava que o justificado seria o publicano. No final todos entendem
que aquela oração era arrogante, e o exemplo a ser seguido seria do publicano.
Muitos se identificaram com o fariseu, e no final viram que Jesus estava falando
diretamente com eles. As parábolas têm esse poder de revelar a verdade e motivar
a mudança.

II) Contexto histórico

Os Fariseus eram o maior grupo e o mais importante na época de Jesus. Eles


representam aquela tendência, no judaísmo, que sempre reagiu contra
dominadores estrangeiros, mantendo o exclusivismo judaico e a lealdade à tradição
dos pais. Eles se opuseram à introdução das ideias gregas, pois eram muito
nacionalistas. Para os fariseus, a tradição oral suplantou a lei.
O Fariseu nessa parábola vai além das exigências de Lei, pois o jejum só era
obrigatório no Dia da Expiação. Não há nada de errado entregar o dízimo de tudo,
na verdade era o correto, mas é bem provável que ele entregasse o dízimo do que
ele comprava. No entanto, isso não era necessário, pois o dízimo da produção era
entregue pelo próprio produtor.
Os publicanos eram judeus que trabalhavam para o império romano coletando
impostos. Eles não eram vistos pelos seus compatriotas como traidores. Uma boa
parte dos publicanos cobravam impostos além do que era necessário, enriquecendo
de maneira ilícita.
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Quando Jesus fala que eles subiram e depois desceram, pode está se referindo
ao fato de o templo ficar no monte. As orações geralmente aconteciam pela parte
da manhã às 9h e pela parte da tarde às 15h, que era o horário dos sacrifícios.
Depois do sacrifício e durante a queima do incenso as pessoas se reuniam para
observar o ritual e oferecer orações (SNODGRASS, 2010).

III) Contexto literário

Um dos propósitos do Evangelho de Lucas é apresentar Jesus como o salvador


de toda a humanidade, incluindo as prostituas, os publicanos os estrangeiros e
outros considerados pecadores dignos de condenação pelos grupos religiosos. A
inversão de valores está presente nesse Evangelho de maneira muito contundente.
Isso pode ser observado nessa parábola, pois ele apresenta como publicano como
aquele que desceu justificado. Se Lucas fizesse o contraste de um fariseu com um
saduceu, o impacto não seria o mesmo e a mensagem transmitida poderia adquirir
outro significado.
Antes de contar essa parábola, Jesus conta a parábola do Juiz iníquo para
ensinar sobre a persistência na oração (Lc 18.1) e sobre justiça (Lc 18.3, 5, 7, 8).
Oração e justiça são os temas principais do capítulo 18 de Lucas, mas há também
uma ênfase sobre o tema humildade. Isso pode ser observado no texto logo adiante,
quando levam as crianças diante de Jesus (Lc 18.15-17). Comparando com Mateus
18.3-5 e 19.13-15 observa-se que Jesus enfatiza que o Reino dos Céus é para os
humildes.
Muitos que ouviram a parábola de Jesus, provavelmente questionaram a
possibilidade de um publicano se arrepender e devolver quatro vezes mais de tudo
que tinha roubado (como mandava a Lei). Mas quando avançamos um pouco mais
no texto, observamos um publicano chamado Zaqueu se convertendo e o próprio
Jesus dando testemunho da sua conversão “...Hoje veio a salvação a esta casa,
pois também este é filho de Abraão. Lucas 19:9”.

IV) Pontos de contato

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Essa parábola tem basicamente três personagens: O fariseu, o publicano e


Deus. Deus está presente na oração dos dois, e é o agente justificador. A oração
do fariseu em sim não o justificou, mas ao chegar até Deus, ela foi respondida,
apesar de que nenhum deles desceu sabendo se foi ou não justificado. Quem faz
essa afirmação, é o narrador.
Jesus usou um fariseu na parábola, mas ela não foi contada apenas para
fariseus, pois o texto deixa bem claro que foi contato para “...uns que confiavam em
si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros. (Lucas 18:9) “. A
passagem se encontra na narrativa da viagem, dificultando a questão do local em
que ela foi contada. Seria muito interessante se ela fosse contada em Jerusalém,
no entanto, referências à Jerusalém são constantes no texto (9.51; 13.4,22; 34.35;
17.11; 18.31; 19.11). É bem provável que Jesus tenha contato essa parábola para
a multidão.
Identificar os pontos de contato não é algo tão importante nessa parábola, e não
chega a ser necessário, pois os ouvintes originais dela, logo se identificaram com
algum personagem da história. Mesmo assim é necessário um certo cuidado para
evitar a alegorização. Agostinho chegou a fazer uma pequena alegorização
identificando o fariseu com os judeus e o publicano como os gentios (SNODGRASS,
2010). Mas de maneira geral, a igreja não alegorizou essa parábola, sempre a
interpretava como um ensino acerca do orgulho e da humildade.

V) Identificar a principal verdade que a parábola ilustra

Essa parábola mostra a visão que dois homens têm de Deus. O fariseu tem uma
visão errada de Deus, já o publicano, tem uma visão correta de Deus. Deus não é
um Deus que se importa com atos de piedade e sentimentos de superioridade. Mas
é um Deus misericordiosos que olha para aquele que se humilha e reconhece que
é um pecador.
Essa parábola não está passando um ensino sobre a maneira correta de orar.
Mas ela trata da maneira que nos portamos diante de Deus e diante do próximo. A
oração do fariseu fez referência ao publicano com o objetivo de se colocar em uma

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posição superior. O maior problema do fariseu é o desprezo pelo próximo. O que


adianta guardar “toda” Lei e não amar o próximo?

IV) Contextualização (Releitura)

Vivemos em uma sociedade em que o individualismo impera. As pessoas não


estão preocupadas com o próximo, mas ao mesmo tempo estão na igreja fazendo
suas orações e estão sempre tentando guardar todos os mandamentos. O
entendimento do evangelho da graça não existe mais, pois muitas igrejas trocaram
a pregação do verdadeiro Evangelho pela pregação triunfalista. Essas pregações
exaltam o homem e transforma Deus eu um serviçal. Será que essa visão de Deus
é correta?
A um tempo atrás, apenas os ímpios acreditavam na salvação pelas obras, mas
agora, uma grande parte dos evangélicos já se esqueceram da graça de Deus. A
pregação de uma boa parte das igrejas não passa de ensinamentos morais, faça
isso, não faça aquilo. Não existe mais uma ênfase na graça e na misericórdia de
Deus. Dessa forma, as pessoas estão vivendo como os fariseus da época de Jesus,
acreditando apenas nos próprios esforços e se esquecendo da humildade e
dependência de Deus.
Os louvores entoados pelos cantores gospel, que se proliferam nas igrejas,
também passam longe do louvor que Deus deseja ouvir. São “hinos” que exaltam
ao homem, e muitas vezes deixam explícitos o desprezo por alguns tipos de
pessoas.
Na parábola do Fariseu e o publicano aprendemos que Deus não está
preocupado com a exaltação do homem. Não adianta chegar diante dele afirmando
que fez isso ou aquilo, pois Deus está procurando pessoas com o coração
quebrantado e contrito (Sl 51.17). Pregadores e cantores triunfalistas, estão se
comportando como aquele fariseu. Esqueceram quem é Deus, esqueceram das
escrituras, esqueceram do amor ao próximo e pensam apenas em si mesmos.

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Que Deus possa ter misericórdia de nós, e nos capacitar para viver um
cristianismo verdadeiro. Que possamos pregar verdadeiro Evangelho da graça,
oferecendo toda honra e glória a Deus. Que possamos amar o próximo como a nós
mesmos, assim como Jesus ensinou. Que nossa oração seja sincera, humilde e
reverente.
Mas como evitar de cair no mesmo erro do fariseu? Às vezes é complicado
seguir o conselho do salmista de não assentar na roda dos escarnecedores e ao
mesmo tempo conviver com essas pessoas no dia a dia. O que aquele fariseu
estava tentando fazer era se manter na sua posição de santidade sem se misturar
com os pecadores. Mas ele falhou nesse seu comportamento, pois sua tentativa de
não se misturar com os pecadores resultou em um menosprezo ao próximo. Isso só
mostrou o quanto ele estava longe de Deus.
Quem realmente está próximo de Deus e tem uma visão correta de Deus, não
menospreza o próximo. O nosso amor a Deus deve refletir no amor ao próximo, seja
ele um ímpio ou um salvo. Nossa oração nunca deve ser de menosprezo pelos
ímpios, mas deve ser uma oração intercessora para que Deus possa salvá-lo
também. Todos pecaram estão carentes da glória Deus (Rm 3.23).

BIBLIOGRAFIA E LIVROS RECOMENDADOS

BAILEY, KENNETH. Jesus pela ótica do oriente médio. 1ª edição. São Paulo: Vida
Nova. 2016.

BLAJER, P. The Parable of the Good Samaritan (Luke 10:25-37): Its Function and
Purpose within the Lukan Journey Section. Dissertation for the Degree Doctor of
Sacred Theology. Washington, D.C. 2012.

CAPON, R. F. The parables of grace, 1ª edição, Grand Rapids, 1990.

FROST, M., Hirsch, A. The Shaping of things to Come: Innovation and Mission for
the 21st Century, Peabody, MA: Hendrickson Publishers, 2003.
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GERHARDSSON, B. The Good Samaritan – The Good Shepherd?, 1ª edição,


Copenhagem, 1958.

GORDON, D. Fee, Stuart, d. Entendes o que Lês? 3ª Edição. São Paulo: Vida Nova.
2011.

HALE, Broadus D. Introdução ao estudo do Novo Testamento. 1ª edição. Traduzido


por Cláudio Vital de Souza. São Paulo: Hagnos. 2002.

JEREMIAS, Joachim. As Parábolas de Jesus, 5ª edição. Traduzido por João


Rezenda Costa, São Paulo: Paulus, 1986.

KOSTENBERGER, A, Patterson, R. Convite À Interpretação Bíblica: A Tríade


Hermenêutica. São Paulo: Vida Nova.

LOCKYER, H. Todas as parábolas da Bíblia. Vida Nova: São Paulo, 1999.

MACARTHUR, J. As parábolas de Jesus. 1ª edição. Rio de Janeiro: Thomas


Nelson. 2016.

SNODGRASS, K. Compreendendo todas as parábolas de Jesus. 1ª edição. Rio de


Janeiro: CPAD. 2010.

TUCKER, J. Example Stories: Perspectives on Four Parables in the Gospel of Luke.


1ª edição. Sheffield Academic Press. 1998.

ZUCK, R. B. A interpretação bíblica: meios de descobrir a verdade da Bíblia. 1ª


edição. São Paulo: Vida Nova. 1994.

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