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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

COORDENAÇÃO DE ENGENHARIA MECÂNICA

CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

EDUARDO PARPINELLI TELES

BRUNA ROMANINI BASSO

SISTEMA FIXO DE COMBATE A INCÊNDIO POR ACIONAMENTO

AUTOMÁTICO PARA COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

PATO BRANCO

2015
BRUNA ROMANINI BASSO
EDUARDO PARPINELLI TELES

SISTEMA FIXO DE COMBATE A INCÊNDIO DE ACIONAMENTO


AUTOMÁTICO PARA LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS

Trabalho de Conclusão de Curso de


graduação, apresentado à disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso
de Engenharia Mecânica da Coordenação de
Engenharia Mecânica – COEM – da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
– UTFPR, Campus Pato Branco, como
requisito parcial para obtenção do título de
Engenheiro.

Orientador: Prof. Dr. Sergio Luiz Ribas Pessa

PATO BRANCO
2015
TERMO DE APROVAÇÃO

O trabalho de diplomação intitulado Sistema Fixo de Combate a Incêndio de


Acionamento Automático para Líquidos Combustíveis e Inflamáveis foi
considerado APROVADO de acordo com a ata da banca examinadora N° de
2015.

Banca de Avaliação formada pelos professores:

Prof. Dr. Sergio Luiz Ribas Pessa


Orientador

1ºMembro Prof. Dr. Luiz Carlos Martinelli Junior

2º membro Prof. Dr. José Ilo Pereira Filho


DEDICATÓRIA

Bruna Romaninii Basso

À família:

Jandir Basso (Pai)

Claudete T Romanini Basso (Mãe)

Gabriela Romanini Basso (Irmã)

Ricardo Marchese (Namorado)

Eduardo Teles

À família:

Francisco Parpinelli Teles (Pai)

Nadir Parpinelli Teles (Mãe)

Simone Parpinelli Teles (Irmã)

Luciano Parpinelli Teles (Irmão)


AGRADECIMENTOS

Os parágrafos que compõem esta página jamais poderiam conter todas


as pessoas que foram importantes durante este percurso para cumprir mais um
objetivo de nossas vidas. Portanto, pedimos desculpas àquelas que não forem
citadas nos mesmos.
Primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, sendo ele
o maior mestre qυе alguém pode ter.
Agradecemos ao Prof. Dr. Sérgio Luiz Ribas Pessa, pela orientação,
dedicação e apoio durante todas as fases do projeto.
Ao professor Dr. Francisco Augusto Aparecido Gomes e ao Prof. Dr.
Gilson Adamczuk Oliveira, pelo apoio durante o desenvolvimento do trabalho e
avaliação do trabalho de conclusão de curso 1.
Aos professores Dr. Luiz Carlos Martinelli Junior e ao Prof. Dr. José Ilo
Pereira Filho pela participação e avaliação do trabalho.
Ao professor Mestre Luís Antônio Brum pelo apoio técnico
A empresa de recarga de extintores PROTEGE, por proporcionar apoio
técnico nos testes de campo.
A empresa Attitude Engenharia pelo apoio técnico no desenvolvimento do
funcionamento elétrico.
A todos nossos amigos, por sempre estarem nos apoiando.
E obrigado a todas as pessoas que contribuíram para nosso sucesso e
crescimento.
RESUMO

BASSO, Bruna Romanini. TELES, Eduardo. Sistema Fixo de Combate a Incêndio


de Acionamento Automático para Combustível e Inflamáveis. 2014. 86 f.
Trabalho para Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) –
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2014.

Este trabalho apresenta a proposta de um sistema de combate a incêndio fixo, que


tem como foco atuar na classe de líquidos combustíveis e inflamáveis, com o
emprego do agente extintor PQS (Pó Químico Seco). Aborda o conceito do fogo e
da combustão, do incêndio e seus meios de propagação, sistemas fixos em geral e a
tecnologia empregada ao novo sistema proposto. Discute o emprego do agente
extintor, suas vantagens desvantagens relevantes e justificativa de sua escolha.
Apresenta os elementos e mecanismos de funcionamento para o sistema. Descreve
os meios práticos para o dimensionamento de um sistema. Realiza um estudo do
caso para um depósito de líquidos combustíveis e inflamáveis, localizado na
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Campus Pato Branco.

Palavras-chave: Combate ao incêndio. Sistema fixo automático. Combustíveis e


líquidos inflamáveis. Pó químico seco.
ABSTRACT

BASSO, Bruna Romanini. TELES, Eduardo. Automatic Fixed System for combat
fire of Flammable Liquid Fuels. 2014. 86 f. Graduation Conclusion Work
(Graduation in Mechanical Engineering) - Federal Technological University of
Paraná. Pato Branco, 2014.

This study presents the proposal of a fixed fire-fighting system, which focuses on
work with the class of flammable and combustible liquids, with the use of the DCP
extinguishing agent (Dry Chemical Powder). Deals with the concept of fire and
combustion, conflagration and their means of propagation, fixed systems in general
and the technology employed in the new system proposed. Discusses the use of the
extinguishing agent, their relevant advantages and disadvantages therefore the
justification of its choice. Presents the elements and operating mechanisms for the
system. Describes the practical means for designing a system. Undertakes a case
study for a deposit of flammable and combustible liquids, located in the Federal
Technological University of Paraná - Campus Pato Branco.

Keywords:Fire Combat . Automatic fixed system. Flammable and combustible


liquids. Dry chemical powder.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

Lista de abreviações

PQS – Pó Químico Seco


SCI – Segurança Contra Incêndio
NBR – Normas Brasileiras Regulamentadoras
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
NT – Normas Técnicas
NFPA – National Fire Protection Associatio
ISO – Organização Internacional de Normalização
BS – Norma inglesa (Procurar)
LSE – Limite superior de explosividade
LIE – Limite inferior de explosividade
PQE – Pó Químico Especial
GLP – Gás Liquefeito de Petróleo
GNP – Gás Natural de Petróleo
INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial.
UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná
LISTA DE SÍMBOLOS

𝐴 Área
𝐶 Sobre espessura para corrosão
𝐸 Coeficiente de eficiência de solda
𝑒 Espessura mínima
𝐻𝑖 Potencial calorífico
𝑀 Fator de multiplicação
𝑚 Massa
𝑃 Pressão interna
𝑞𝑓𝑖 Carga de incêndio
𝑅 Raio interno
𝑆 Tensão admissível do material
𝑉 Volume
𝜌 Massa específica
M Massa molar
R Constante universal dos gases perfeitos
T Temperatura absoluta
LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Triângulo do fogo........................................................................................16


Figura 2-Tetraedro do fogo.........................................................................................17
Figura 3 - Mecanismo de ignição do combustível sólido............................................18
Figura 4 - Mecanismo de ignição do combustível líquido...........................................19
Figura 4 - Mecanismo de ignição do combustível gasoso..........................................19
Figura 5 - Triângulo do fogo e retirada do calor.........................................................26
Figura 6 - Triângulo do fogo e retirada do comburente..............................................26
Figura 7 - Triângulo do foco e retirada do combustível..............................................27
Figura 9 - Bico de descarga para pó..........................................................................35
Figura 10 – Diagrama de gama de materiais para tubulação....................................39
Figura 11 - Válvula reguladora de pressão................................................................40
Figura 12 – Funcionamento do solenoide..................................................................41
Figura 13 - Nomograma para cálculo do diâmetro interno da tubulação...................44
Figura 14 - Vista global do sistema de acionamento.................................................54
Figura 15 - Projeto do bico supressor........................................................................58
Figura 16 - Ilustração da vazão do bico supressor.....................................................59
Figura 17 - Vista superior do prédio com a distribuição dos bicos.............................60
Figura 18 - Atuação dos detectores de radiação........................................................61
Figura 19 - Fluxo grama de dados.............................................................................61
Figura 20 – Reservatório............................................................................................63
Figura 21 – Ação por tempo dos elementos...............................................................65
Figura 22 - Nomograma com apresentação da tubulação.........................................68
Figura 23 - Desenho representativo da tubulação do sistema...................................69
Figura 24 - Funcionamento do ciclo de comandos das válvulas................................72
Figura 25 - Vista frontal prédio com o sistema...........................................................73
Figura 26 - Vista lateral esquerda..............................................................................74
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Mistura explosiva de alguns gases líquidos..............................................21


Tabela 2. – Tabela de risco de incêndio....................................................................33
Tabela 3 - Propriedade dos insumos.........................................................................54
Tabela 4 - massa dos insumos presentes no ambiente.............................................54
Tabela 5 - Tabela de risco de incêndio.....................................................................55
Tabela 6: Comprimento equivalente para tubulação ¾’............................................67
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 11

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ...................................................................................... 11

1.2 PROBLEMA ........................................................................................................ 12

1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 13

1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................... 13

1.3.2 Objetivos específicos........................................................................................ 13

1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 13

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................ 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 15

2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS .......................................................................... 15

2.1.1 Conceitos e dinâmica do fogo .......................................................................... 15

2.1.3 Mecanismos de ignição dos materiais combustíveis ........................................ 18

2.1.3.1 Combustíveis sólidos..................................................................................... 18

2.1.3.2 Combustível Líquido ...................................................................................... 19

2.1.3.3 Combustível Gasoso ..................................................................................... 19

2.1.4 Inflamabilidade dos gases ................................................................................ 21

2.1.5 Temperaturas ................................................................................................... 22

2.1.6 Incêndio ............................................................................................................ 23

2.1.7 Agentes Extintores ........................................................................................... 31

2.1.8 Capacidade Extintora. ...................................................................................... 33

2.2 COMPONENTES ATRELADOS AO SISTEMA .................................................. 34

2.2.1 Bico supressor .................................................................................................. 34

2.2.2 Central alarme e combate ao incêndio ............................................................. 35

2.2.3 Reservatório de gás propulsor (Cilindro N2)..................................................... 36

2.2.4 Detectores de incêndio ..................................................................................... 36

2.2.5 Dispositivo de segurança ................................................................................. 37


2.2.6 Dispositivo de coleta do pó (Pescador) ............................................................ 38

2.2.7 Dispositivo de regulagem de pressão (Pressostato) ........................................ 38

2.2.8 Rede de distribuição (Tubulação) ..................................................................... 39

2.2.9 Válvulas de controle ......................................................................................... 40

2.3 FUNDAMENTOS DE DIMENSIONAMENTO ...................................................... 41

2.3.1 Dimensionamento do Bico Supressor .............................................................. 41

2.3.2. Dimensionamento do Reservatório de Nitrogênio ........................................... 42

2.3.3 Dimensionamento de vaso de pressão ............................................................ 42

2.3.11 Dimensionamento da tubulação................................................................ 43

3 METODOLOGIA..................................................................................................... 46

3.1 CRITÉRIOS PARA CONCEBER O PROJETO ................................................... 46

3.1.1 Avaliação do problema ..................................................................................... 46

3.1.2 Pesquisa preliminar de patentes ...................................................................... 47

3.1.3 Estudo de viabilidade do sistema ..................................................................... 48

3.1.4 Estudo de aplicação do sistema ....................................................................... 49

3.1.5. Métodos para o dimensionamento do sistema. ............................................... 50

3.1.5.1 Pesquisa e desenvolvimento de equipamentos ............................................ 50

4 RESULTADOS ....................................................................................................... 54

4.1 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................. 54

4.1.1 Dimensionamento da carga de incêndio .......................................................... 54

4.1.2 Escolha e dimensionamento dos elementos .................................................... 57

4.2 DESCRIÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO PROTÓTIPO PROPOSTO


(PROJETO) ............................................................................................................... 69

4.2.1 Detecção .......................................................................................................... 69

4.2.2 Acionamento .................................................................................................... 69

4.2.3 Válvulas ............................................................................................................ 70

4.2.5 Controle dos cilindros de nitrogênio ................................................................. 72


4.3 DESENHO REPRESENTATIVO DO PROTÓTIPO DO SISTEMA ...................... 73

5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 75

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 76
11

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

“Os currículos de engenharia têm um conteúdo extenso e apertado, não


permitindo absorver outros conhecimentos. Nesse cenário, verifica-se que a
formação de engenheiros tem dado pouca ênfase para a SCI (Segurança Contra
Incêndio)”. (SEITO, 2008, p.10).
O fato não impede de continuar a projetar e construir novas edificações e
máquinas, ao contrário, desperta preocupação e incentiva buscar soluções para
adaptar os projetos já existentes.
Para introduzir o assunto de SCI, Risco (2009), define incêndio como o
descontrole do fogo, lembra que o mesmo se caracteriza por diferentes riscos, cada
qual com seu tipo, intensidade e ferocidade de queima. Ainda ressalta que para a
maioria dos riscos a combater você necessitará de meios extintores aptos a
resolverem aquela situação específica, o que garante o êxito da ação.
Seito (2008, p.39) afirma que “os líquidos combustíveis estão associados
ao maior risco e grau de incêndio. ” O combate a esta classe necessita ser rápido e
eficaz, cada segundo a mais nestes incêndios pode gerar grandes proporções. A
ação imediata é o fator de maior influência, porém o tempo entre detecção,
deslocamento e ação de uma brigada acaba sendo longo.
O alto grau de risco desta classe de incêndio, requer precauções dos
brigadistas e acarreta muitas vezes apenas no controle do sinistro. Para Oliveira
(2005, p.10) o ambiente físico onde atuam os bombeiros combatentes possui uma
série de perigos potenciais relacionados com o incêndio e as altas temperaturas. O
autor lembra que a luta contra o fogo envolve um trabalho árduo e riscos que podem
incluir: o contato direto com a chama, a exposição às temperaturas extremas, o calor
radiante intenso, a exposição ao vapor d’água superaquecido, a exposição a
produtos químicos perigosos, o choque elétrico, a exposição à luz UV e ao ozônio,
explosões e outros perigos físicos.
Os sistemas de combate a incêndio autônomos, são uma proposta
excelente para o caso, são aparatos fixos, estrategicamente empregados nos locais
12

com alto risco de incêndio, que visam o combate imediato ao sinistro sob tempo
integral.

1.2 PROBLEMA

Os laboratórios do curso de engenharia mecânica da Universidade


Tecnológica Federal do Paraná – campus Pato Branco, armazenam líquidos
combustíveis e inflamáveis para aplicações em projetos e tarefas do âmbito
universitário. Estes combustíveis receberam um ambiente adequado para
estocagem e fracionamento correto. A solução do ambiente veio atender uma
necessidade mas gerou uma demanda nova. A necessidade de um meio de
proteção contra possíveis incêndios é uma exigência do órgão regulamentador para
liberação da utilização do prédio. A referida construção não apresenta presença
constante de pessoas, serve unicamente como depósito. Tem uma capacidade de
estocagem para aproximadamente 1200 litros de líquidos combustíveis inflamáveis
que atendem os laboratórios com produtos tais como: tíner, óleo lubrificante,
gasolina, álcool com nitro metano, diesel, fluído de corte, querosene, solventes,
tintas, graxas e outros voláteis de origem orgânica.
Seito (2008, p.38), reforça que um incêndio em líquidos combustíveis e
inflamáveis, ou em instalações e equipamentos onde os mesmos estejam
armazenados, pode alcançar rapidamente grandes proporções. Há o risco de
explosões pelo acumulo dos líquidos e consequentemente da queima súbita dos
gases proveniente dos mesmos. Essas explosões podem gerar um alastramento
imediato do incêndio dependendo da proximidade das instalações.
A presença deste armazenamento, requer um projeto de detecção e
combate às chamas, que possa atuar de forma autônoma e instantânea, prevendo a
atuação a qualquer momento durante 24 horas.
13

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

Desenvolver um sistema fixo de combate a incêndio por acionamento


automático para combustíveis e inflamáveis com o emprego do agente extintor pó
químico seco do tipo ABC, para áreas de armazenamento.

1.3.2 Objetivos específicos

 Dimensionar a capacidade extintora da unidade;


 Especificar os componentes;
 Dimensionar e especificar o reservatório de PQS (Pó Químico Seco);
 Dimensionar e especificar a tubulação e acessórios da rede de
distribuição;
 Apresentar desenhos do projeto

1.4 JUSTIFICATIVA

Desenvolver um dispositivo autônomo e seguro que proporcione um meio


de combate a incêndio, atender a necessidade de um meio de proteção para o
depósito de combustíveis do DAMEC/PB e dispor de mais um mecanismo de
combate a incêndios em líquidos e combustíveis inflamáveis com o emprego de pó
químico seco.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O capítulo 1 deste trabalho apresenta a contextualização, o problema, a


justificativa e os objetivos. O capitulo 2 apresenta o referencial teórico para o
14

embasamento da pesquisa, nele estão presentes as definições e conceitos. O


capitulo 3 apresenta a metodologia de trabalho utilizada. O capitulo 4 apresenta os
resultados do projeto. O capitulo 5 apresenta a conclusão e perspectivas para
seguimento do trabalho.
15

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CONCEITOS FUNDAMENTAIS

2.1.1 Conceitos e dinâmica do fogo

Segundo Seito (2008, p. 35), “apesar dos grandes avanços na ciência do


fogo, ainda não há consenso mundial para definir o fogo. ” Isso é percebido pelas
definições usadas nas normas de vários países. Tem-se assim:
a) Brasil - NBR 13860: fogo é o processo de combustão caracterizado
pela emissão de calor e luz.
b) Estados Unidos da América - (NF PA): fogo é a oxidação rápida
autossustentada acompanhada de evolução variada da intensidade de calor e de
luz.
c) Internacional - ISO 8421-1: fogo é o processo de combustão
caracterizado pela emissão de calor acompanhado de fumaça, chama ou ambos.
d) Inglaterra - BS 4422: fogo é o processo de combustão caracterizado
pela emissão de calor acompanhado por fumaça, chama ou ambos.
Para Carter (1998), fogo e combustão são termos frequentemente usados
como sinônimos. Entretanto afirma que tecnicamente, o fogo é uma forma de
combustão. Como um processo, o fogo pode assumir muitas formas, que envolvem
reações químicas entre substâncias combustíveis e o oxigênio do ar.
O fogo pode ser melhor entendido, por um desenho geométrico,
conhecido como Triângulo do Fogo apresentado na figura 1. Posteriormente cada
elemento é definido.
16

Figura 1- Triângulo do fogo


Fonte: Artsensor Solução de Segurança.

a) Combustível: é o material ou substância que se oxida ou arde no


processo da combustão, cientificamente, o combustível de uma reação de
combustão é conhecido como agente redutor e simplificadamente pode-se dizer que
o combustível é toda a substância capaz de queimar-se e alimentar a combustão, ou
seja, é o elemento que serve de campo de propagação ao fogo.
b) Comburente: é a substância que alimenta a reação química, sendo
mais comum o oxigênio. Bretano (2004, p.10) afirma que o comburente ativa e
conserva a combustão, combinando-se com os gases ou vapores do combustível,
formando uma mistura inflamável. Quando acontece em ambientes onde há uma
melhor circulação de ar, ou seja, mais ricos em oxigênio, as chamas são
intensificadas por ocasião de um incêndio.
c) Calor: é uma forma de energia que eleva a temperatura e é gerado
através da transformação de outra energia, através de processos físicos ou
químicos, pode ser descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é,
movimentação ou vibração das moléculas que compõem a matéria.
Porém, a reação química de combustão poderá não ocorrer em cadeia, se
as temperaturas desenvolvidas forem inferiores ao ponto de ignição do material
combustível. Então para que ocorra a combustão, deve haver mais um elemento, a
reação em cadeia entre calor, combustível e comburente.
Esta definição é mais recente, Seito (2008, p. 36), afirma que “foi
necessário mudar a teoria, a qual atualmente é conhecida como Tetraedro do Fogo”
representado na figura 2.
17

Figura 2-Tetraedro do fogo


Fonte: Apostila quimica do fogo.

“A função didática deste polígono de quatro faces é complementar o


triângulo do fogo com outro elemento de suma importância, a reação
química em cadeia. Em todo o processo de combustão há uma liberação de
energia, representado por uma série de reações entre os radicais livres
(oxigênio - O, carbono - C, hidrogênio -H e hidroxila - OH). ” (OLIVEIRA
2005)

A reação em cadeia torna a queima autossustentável. O calor irradiado


das chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas menores, que
se combina com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o
combustível, formando um ciclo constante.

2.1.2 Combustão e a transferência de energia

“A combustão é reação exotérmica de uma substância combustível com


um oxidante usualmente acompanhada por chamas e ou abrasamento e ou emissão
de fumaça. ” (ISO 8421-1).
Uma vez iniciado o fogo através da combustão, para o entendimento de
dinâmica deve-se levar em conta o mecanismo de transmissão da energia, ou seja,
condução do calor, convecção do calor e radiação de energia.
a) Condução: transmissão de calor que ocorre através da agitação das
moléculas, causando o aumento de energia térmica do corpo.
b) Radiação: radiação térmica é a transmissão de energia em forma de
ondas eletromagnéticas (como ondas de luz ou de raio X).
18

c) Convecção: é a transferência de calor pelo movimento de massas de


gases ou de líquidos.

2.1.3 Mecanismos de ignição dos materiais combustíveis

Secco (1982, p.1) define combustível como sendo qualquer substância


capaz de produzir calor por meio de uma reação química exotérmica, podendo ser
encontrado no estado sólido, líquido ou gasoso.
Segundo Brentano (2007, p.40), os combustíveis podem ser classificados,
sob o ponto de vista do processo da combustão da seguinte forma: ‘’combustíveis
sólidos, combustíveis líquidos e combustíveis gasosos”.
Cada classe de combustível possui um mecanismo de ignição, que deve
ser entendido para compreender a primeira das fases de um incêndio.

2.1.3.1. Combustíveis sólidos

Os combustíveis sólidos sofrem um processo de decomposição térmica


conhecido como pirólise, e desenvolvem gases e vapores que com o oxigênio do ar
formam mistura inflamável ao serem expostos a um determinado nível de energia.
Essa mistura na presença de uma fonte de energia ativante (faísca, chama,
centelha) se inflama. (SEITO 2008, p.37). A figura 3 apresenta este esquema.

Figura 3 - Mecanismo de ignição do combustível sólido.


Fonte: Seito, 2008.

Seito (2008, p.37), ainda analisa que caso o nível de energia incidente
sobre o sólido for suficiente para manter a razão da pirólise para formar a mistura
inflamável, haverá a continuidade da combustão. A continuidade da combustão
ocorre, na maioria dos casos, pelo calor da própria chama do material em
combustão.
19

2.1.3.2 Combustível Líquido

No livro Seito (2008, p.38) o autor aborda que o combustível líquido


quando exposto a um determinado grau de calor, sofre o fenômeno físico chamado
evaporação. A evaporação consiste na liberação de vapores, os quais, em contato
com o oxigênio do ar, forma a mistura inflamável (ou mistura explosiva). Essa
mistura na presença de uma fonte de energia ativante (faísca, chama, centelha) se
inflama. (SEITO 2008).
Na figura 4 é apresentado para melhor entendimento um mecanismo de
ignição do combustível líquido.

Figura 4 - Mecanismo de ignição do combustível líquido.


Fonte:Seito, 2008.

Para Seito (2008, p.37), a queima terá continuidade caso o líquido atinja a
sua temperatura de combustão. Ainda avalia que taxa de evaporação dos líquidos é
diretamente proporcional ao seu aquecimento, sendo uma propriedade intrínseca do
líquido. Nos líquidos inflamáveis ou combustíveis, essa propriedade permite
determinar os seus pontos de fulgor e de combustão.

2.1.3.3 Combustível Gasoso

Esse combustível se apresenta na forma de gás e quando em contato


com o oxigênio do ar forma a mistura inflamável (ou mistura explosiva), que na
presença de uma energia ativante (faísca, chama, centelha) se inflama. (SEITO
2008, p.38).

Figura 5 - Mecanismo de ignição do combustível gasoso


Fonte: Seito, 2008.
20

De forma clara pode-se observar na figura 5, que no processo de ignição


de combustível gasoso temos uma etapa a menos que nos sólidos e líquidos.
Seito (2008, p.38), afirma que os combustíveis gasosos são, na maioria,
as frações mais leves do petróleo. Ainda lembra que os outros gases combustíveis
mais conhecidos que não derivam do petróleo são: hidrogênio, o monóxido de
carbono, amônia e o bissulfeto de carbono.

2.1.3.4 Ignição súbita generalizada

A ignição do fogo descreve o período em que os quatro elementos do


tetraedro do fogo se juntam e se inicia a combustão.
Oliveira (2005, p.27) afirma que a ignição súbita generalizada pode
ocorrer entre a fase do crescimento e o desenvolvimento completo do incêndio.
Ainda que poderá desenvolver-se normalmente mediante um crescimento gradual
ou manifestar-se por dois fenômenos distintos, variando conforme o nível de
oxigenação do ambiente.
Havendo uma oxigenação adequada com semelhante elevação de
temperatura, o incêndio poderá progredir para uma ignição súbita generalizada, se
do contrário, a oxigenação é inadequada e a temperatura permanece em elevação,
pode-se progredir para uma ignição explosiva.

Quando a oxigenação está em níveis adequados e o incêndio atinge todas


as superfícies, as condições do ambiente alteram-se rapidamente. A
camada de elevada temperatura que se cria na parte superior irradia altos
níveis de calor, esse calor irradiado produz a pirólise de todos os materiais
combustíveis do ambiente. Os gases produzidos nesse período poderão
entrar em ignição conjunta. Esse fenômeno é denominado de ignição súbita
generalizada e pode deixar toda a área envolvida pelas chamas. (OLIVEIRA
2005, p. 27)

Quando a oxigenação for inadequada também pode ocorrer a queima,


porém de forma lenta e a combustão de forma incompleta, já que não há oxigênio
suficiente para sustentar o fogo. Grandes quantidades de calor e gases do fogo
podem se acumular nos espaços não ventilados. Estes gases podem até atingir a
temperatura de ignição, mas carecem de oxigênio suficiente para se inflamar. Com o
21

calor permanente no local e as partículas de carbono com queima incompleta, cria-


se um ambiente propicio a queima, porem com a falta do oxigênio. Qualquer ação
que proporcione oxigênio ao ambiente poderá causar uma queima súbita
generalizada. (OLIVEIRA 2005, p. 27)

2.1.4 Inflamabilidade dos gases

A mistura inflamável (ou explosiva) só poderá ser assim considerada


quando o gás estiver misturado com o oxigênio do ar dentro de determinadas
proporções, em volume.
“A máxima proporção de gás, vapor ou pó no ar que torna a mistura
explosiva é denominado limite superior de explosividade, identificada pela sigla
(LSE). (SEITO 2008, p.38).” Para Oliveira (2005, p.22), o pensamento é o mesmo e
lembra que em excessiva concentração de gás não é possível que exista
combustão.
“A mínima proporção de gás, vapor ou pó no ar que torna a mistura
explosiva é denominado limite inferior de explosividade, identificada pela sigla - LIE.”
(SEITO 2008, p.38). Oliveira, (2005, p.22), conceitua na mesma linha dizendo que o
número mínimo de moléculas de combustível necessárias para que se produza a
ignição, constitui a mínima concentração de gases do incêndio necessárias para que
este se inflame em uma reação química de combustão com o oxigênio.
Existe, portanto, uma faixa limitada pelo LIE e LSE na qual ocorre a
ignição da mistura. Para Oliveira (2005, p.22), ela está entre os limites, inferior e
superior de explosividade, na qual existe uma gama de concentrações de gás que
quando combinadas com o oxigênio são inflamáveis.
Alguns exemplos de gases e vapores de líquidos com seus respectivos
limites de inflamabilidade são apresentados na tabela 1.
22

Tabela 1: Mistura explosiva de alguns gases líquidos.


Substância LIE (% EM VOLUME) LSE (% EM VOLUME)
Acetona-CH3CO CH3 2,6 12,8
Butano C4 H10 1,9 8,5
Dissulfeto de carbono – C S2 1,3 50
Etano – C2 H6 3 12,5
Etanol – C2 H5 OH 3,3 19
Éter – (C2 H5)2 O 1,1 5,9
Gás natural 3,8 13
Gasolina 1,4 7,6
Metano 6,7 36
Monóxido de carbono - CO 12,5 74
Fonte: SEITO 2008.

2.1.5 Temperaturas

Os combustíveis são pirolisados ou vaporizados pelo calor e a partir desta


transformação, é que se combinam com o oxigênio, resultando a combustão. Essa
transformação se desenvolve em temperaturas diferentes, à medida que o material
vai sendo aquecido. (OLIVEIRA 2005, p.55).
“Os líquidos são classificados em inflamáveis e combustíveis em função
das suas propriedades de evaporação” (SEITO 2008, p.39). Essa propriedade
permite determinar o ponto de fulgor, o ponto de combustão e o ponto de ignição
que são definidos a seguir:
a) Ponto de Fulgor: é a menor temperatura na qual líquidos inflamáveis
começam a desprender gases e vapores inflamáveis que entram em combustão ao
contato com uma fonte de calor, porém, uma vez removida a fonte de calor, as
chamas não se mantêm devido a insuficiência de gases e vapores desprendidos.
a) Ponto de combustão: é temperatura em que os gases desprendidos
do material, ao entrarem em contato com uma fonte externa de calor, iniciam a
combustão, e continuam a queimar sem o auxílio daquela fonte.
b) Ponto de ignição: é a temperatura na qual o combustível, exposto ao
ar, entra em combustão sem que haja fonte externa de calor.
Os líquidos combustíveis e inflamáveis, são classificados e definidos por
sua capacidade de evaporação em função da temperatura, ou o ponto de fulgor, e a
seguir são definidas suas faixas de temperatura segundo (NR – 20).
23

c) Líquido inflamável: todo produto que possua ponto de fulgor inferior a


60° C.
d) Líquido Combustível: todo produto que possua ponto de fulgor igual
ou superior a 60° C e inferior a 90° C.

2.1.6 Incêndio

Seito (2008), apresenta as definições da NBR 13860 e ISSO 8421-1, que


dizem sobre incêndio.
a) Brasil NBR-13860: O incêndio é o fogo fora de controle.
b) Internacional ISO 8421-1: Incêndio é a combustão rápida
disseminando-se de forma descontrolada no tempo e no espaço.
Ressalta que essas conceituações deixam claro que o incêndio não é
medido pelo tamanho do fogo. Já que no Brasil quando o estrago causado pelo fogo
é pequeno, diz-se que houve um princípio de incêndio e não um incêndio.
Para Secco (1982), incêndio é toda e qualquer destruição ocasionada
pelo fogo, que se processa fora do desejo e do controle humano, com prejuízos
consideráveis e não previstos, e é classificado observando-se o grau de
periculosidade apresentado.
A esse respeito, Gomes (1998, p.36), afirma que “do ponto de vista físico-
químico, o incêndio é uma reação de combustão que uma vez iniciada, ocorre em
cadeia de forma descontrolada, até que pelo menos uma das condições essenciais
para que ele ocorra deixe de existir. ”

2.1.6.1 Fases do incêndio

O crescimento e a propagação de um incêndio interior depende


normalmente da existência de combustível e de oxigênio.
Atualmente, a maioria das organizações de bombeiro e programas de
treinamento estudam o processo a partir de cinco fases, a saber: ignição,
crescimento, flash over, desenvolvimento completo e diminuição. (OLIVEIRA, 2005)
No entanto, convém observar que a ignição e o desenvolvimento de um
incêndio interior é algo complexo, que depende de uma série de numerosas
24

variáveis. Por isso, pode ser que nem todos os incêndios se desenvolvam seguindo
cada uma das fases descritas a seguir, no entanto, os incêndios poderão ser mais
bem entendidos se estudarmos esse modelo de sequência em fases.
a) Fase da ignição: “...é o período em que os quatro elementos do
tetraedro do fogo se juntam e se inicia a combustão. Neste ponto, o incêndio é
pequeno e geralmente se restringe ao material que se incendiou primeiro. ”
(OLIVEIRA 2005)
b) Fase do crescimento do fogo: o fogo alastra-se sobre as superfícies
por avanço contínuo das chamas, pelo aquecimento por radiação ou convecção de
elementos combustíveis não contíguos, que provoca a ignição dos mesmos. O calor
evoluirá pela queima e o aumento continuará se houver combustível suficiente e
oxigênio disponível no ambiente. (BARANOSKI, 2008).
c) Fase da queima súbita generalizada (flash over): esta fase é uma
etapa de transição entre a fase do crescimento e o desenvolvimento completo do
incêndio. Essa fase poderá desenvolver-se normalmente mediante um crescimento
gradual ou manifestar-se por dois fenômenos distintos, variando conforme o nível de
oxigenação do ambiente.
Liang e Chow (2002) enfatizam que dentre os processos físicos e
químicos que envolvem um incêndio num compartimento, o flash over é de grande
interesse. Para esses autores, quando ocorre o flash over, o incêndio salta de um
regime de crescimento linear para uma inflamação generalizada, ocasionando
grandes danos.
“Havendo uma oxigenação adequada com semelhante elevação de
temperatura, o incêndio poderá progredir para uma ignição súbita
generalizada, se do contrário, a oxigenação é inadequada e a temperatura
permanece em elevação, poderemos progredir para uma ignição explosiva.
(Grimwood e Desmet, 2003, p.43). ”
Se a oxigenação é adequada, as condições do ambiente alteram-se muito
rapidamente à medida que o incêndio atinge todas as superfícies de combustão
expostas. Isso acontece porque a capa de gás aquecido que se cria no teto da
edificação durante a fase de crescimento irradia calor para os materiais
combustíveis situados longe da origem do fogo. Esse calor irradiado produz a
pirólise dos materiais combustíveis do ambiente. Os gases que se produzem durante
este período se aquecem até a temperatura de ignição e poderá ocorrer um
25

fenômeno denominado de ignição súbita generalizada (flash over), ficando toda a


área envolvida pelas chamas. (OLIVEIRA, 2005)
Se ao contrário a oxigenação é inadequada, a queima se torna lenta e a
combustão incompleta porque não há oxigênio suficiente para sustentar o fogo.
Grandes quantidades de calor e gases do fogo podem se acumular nos espaços não
ventilados. Estes gases podem até atingir a temperatura de ignição, mas carecem
de oxigênio suficiente para se inflamar. Contudo, o calor interior permanece e as
partículas de carbono não queimadas (bem como outros gases inflamáveis, produtos
da combustão) estão prontas para incendiar-se rapidamente assim que o oxigênio
for suficiente e, na presença de oxigênio, esse ambiente explodirá. (OLIVEIRA,
2005)
Nesses casos, precisa-se realizar uma adequada ventilação para permitir
que a fumaça e os gases combustíveis superaquecidos sejam retirados do
ambiente, no entanto, isso deve ser realizado com cautela, pois uma ventilação
inadequada suprirá abundante e perigosamente o local com o elemento que faltava
(oxigênio), provocando a ignição explosiva.
e) Fase do desenvolvimento completo: essa é a fase onde todos os
materiais combustíveis de um determinado espaço físico são envolvidos pelo fogo.
Durante este período de tempo, os combustíveis que ardem no ambiente liberam a
máxima quantidade de calor possível, calor este irradiado dos combustíveis
presentes, os quais produzem grandes volumes de gases e fumaça. Esse calor
intenso reduz os combustíveis a seus componentes básicos, liberando, assim, os
vapores combustíveis. O calor liberado e os gases da combustão que se produzem
dependem do número e do tamanho das aberturas de ventilação do ambiente
incendiado. Nessa fase, os incêndios se convertem, com frequência, em incêndios
controlados pela falta de adequada ventilação, pois as chamas normalmente
diminuem ou deixam de existir por falta de ar suficiente para mantê-las
(concentrações na faixa de 8% de oxigênio ou menos). (OLIVEIRA, 2005).
f) Fase de diminuição do incêndio: nesta fase o incêndio consome
todos os combustíveis disponíveis do ambiente, a taxa de liberação de calor começa
a diminuir. Uma vez mais o incêndio se converte em um incêndio controlado, agora
por falta de material combustível. A quantidade de fogo diminui e as temperaturas do
ambiente começam a reduzir, entretanto, as brasas podem manter temperaturas
ainda elevadas durante algum tempo. Esta fase representa a decadência do fogo, ou
26

seja, a redução progressiva das chamas até o seu completo desaparecimento, quer
seja por exaustão dos materiais combustíveis que tiveram todo seu gás combustível
emanado e consumido, pela carência de oxigênio ou mesmo pela supressão do fogo
pela eficaz atuação de uma equipe de bombeiros combatentes. (OLIVEIRA, 2005).

2.1.6.2 Meios de Extinção.

A dinâmica do fogo estudado anteriormente, é base fundamental para o


entendimento de sua extinção. Para que haja o fogo existem basicamente três
elementos essenciais. Sem qualquer um destes três elementos fundamentais ou
ainda a combinação dos três com a reação em cadeia, não há fogo. Então existem
três métodos básicos para se combater o fogo, são eles:
a) Resfriamento: este método trata-se da retirada da fonte de calor que
alimenta o triângulo, ou ainda do resfriamento por meios físicos ou mecânicos, em
um esquema geométrico do triângulo do fogo apresentado na figura 6, fica fácil de
entender este meio de extinção.

Figura 6 - Triângulo do fogo e retirada do calor


Fonte: Modificada, Artsensor Solução de Segurança.

b) Abafamento: este método consiste na retirada do comburente ou o


oxigênio necessário para a queima representado na figura 7, pelo triângulo do fogo.
Esta retirada do comburente pode ser definida como, a redução dos níveis de
oxigênio do ar, que devem estar em condições ideais para que haja a queima. A
retirada pode ser caracterizada pela substituição do oxigênio por outra substância
não comburente, sendo por este motivo conhecida como abafamento.
27

Figura 7 - Triângulo do fogo e retirada do comburente


Fonte: Modificada, Artsensor Solução de Segurança.

c) Exclusão do material: é a retirada do material combustível do local


onde estiver ocorrendo a combustão ou cessação de sua alimentação ao fogo. A
figura 8, apresenta o esquema geométrico do triângulo do fogo com a retirada do
combustível.

Figura 8 - Triângulo do foco e retirada do combustível


Fonte: Modificada, Artsensor Solução de Segurança.

Um método que não se encaixa no triângulo do fogo e sim no tetraedro é


o método da extinção química. Ela se dá quando os hidrocarbonetos halogêneos e
sais inorgânicos atuam como agentes extintores e interferem na cadeia de reações,
que se realizam durante a combustão. Como exemplo, temos o Pó Químico Seco
(PQS).

2.1.6.3 Carga de Incêndio

A respeito deste assunto, aplicam-se os conceitos segundo NBR 14432


de novembro de 2001. Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos
de edificações – Procedimento.
28

a) Carga de incêndio é a soma das energias caloríficas possíveis de


serem liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis em
um espaço, inclusive os revestimentos das paredes, divisórias, pisos e tetos.
b) Carga de incêndio específica é o valor da carga de incêndio dividido
pela área de piso do espaço considerado, expresso em mega joule (MJ) por metro
quadrado (m).
c) Método de cálculo probabilístico é o método de cálculo baseado em
resultados estatísticos do tipo de atividade exercida na edificação em estudo. Para
determinação da carga de incêndio específica das edificações, por meio de cálculos
probabilísticos, aplica-se a tabela constante do Anexo A da ABNT 12693-2010,
sendo que para edificações destinadas a depósitos (Grupo “J”), explosivos (Grupo
“L”) e ocupações especiais (Grupo “M”), aplica-se a metodologia de cálculo
determinístico da mesma norma. Ocupações não listadas na tabela do Anexo A
devem ter os valores da carga de incêndio específica determinados por similaridade.
Pode-se admitir a similaridade entre as edificações comerciais (grupo “C”) e
industriais (grupo “I”).
d) Método de cálculo determinístico, é o método de cálculo baseado no
prévio conhecimento da quantidade e qualidade de materiais existentes na
edificação em estudo seu modelo matemático é apresentado na equação (1). O
levantamento da carga de incêndio específica deve ser realizado em módulos de no
máximo 1000 m² de área de piso (espaço considerado). Módulos maiores de 1000
m² podem ser utilizados quando o espaço analisado possuir materiais combustíveis
com potenciais caloríficos semelhantes e uniformemente distribuídos. A carga de
incêndio específica do piso analisado deve ser tomada como sendo a média entre os
dois módulos de maior valor.
Os valores da carga de incêndio específica para as edificações
destinadas a depósitos, explosivos e ocupações especiais podem ser determinados
por este método.

∑ m𝐻𝑖
𝑞𝑓𝑖 = (1)
𝐴𝑓

Onde:
29

𝑞𝑓𝑖 - Valor da carga de incêndio específica, em mega joule por metro


quadrado de área de piso;
m- Massa total de cada componente i do material combustível, em
quilograma. Esse valor não poderá ser excedido durante a vida útil da edificação
exceto quando houver alteração de ocupação, ocasião em que m deverá ser
reavaliado;
𝐻𝑖 - Potencial calorífico específico de cada componente do material
combustível, em mega joule por quilograma, conforme tabela B.1 anexo B da norma
ABNT 12693-2010;
𝐴𝑓 - Área do piso do compartimento, em metro quadrado.
A massa específica real dos materiais pode ser determinada pela
equação (2).

𝑚
𝜌= (2)
𝑉

Onde: 𝜌 é massa específica, 𝑚 é a massa do material e 𝑉 é o volume real


do material.

2.1.6.4 Classes de Incêndio

Cada produto tem características próprias de inflamabilidade, de teor


combustível (poder calorífico) e de liberação de produtos ao queimar (fumaças e
gases). A classificação dos combustíveis visa agrupar aqueles que apresentam
comportamento similar durante a combustão, de forma a facilitar a aplicação de
técnicas e agentes extintores para obter uma extinção eficiente e rápida do fogo.
De acordo com a Norma NR 23 do Ministério do Trabalho e NBR 12.693,
adota-se no Brasil as seguintes classes de incêndio:
a) Classe A: Materiais sólidos que queimam em superfície e em
profundidade, deixando como resíduos, brasas e/ou cinzas. Exemplos: madeira,
tecido, papel, fibras, borracha, plásticos.
A extinção do fogo se faz por resfriamento e umidificação com água ou
solução aquosa, ou recobrindo com agente extintor de ação múltipla.
30

b) Classe B: A Materiais denominados de líquidos “inflamáveis” e/ou


“combustíveis”, queimam somente na superfície, sem deixar resíduos. Exemplos:
graxas, tintas, vernizes, gasolina, álcool, parafina e óleos não comestíveis. São
incluídos nesta classe de fogo os gases inflamáveis, dado à similaridade do
processo de combustão, tais como, acetileno, butano, GLP, GNP, propano entre
outros.
A extinção se obtém por abafamento, reduzindo o teor de oxigênio do ar,
ou por ação química que interrompa a reação química em cadeia.
c) Classe C: Fogo proveniente de equipamentos ou instalações
energizadas, que ofereçam risco adicional de choque elétrico durante o seu
combate. Exemplos: quadro de distribuição, tomadas, interruptores,
transformadores, computadores, televisores e etc. A extinção se faz com emprego
de agente não condutor elétrico, mas cujo emprego não cause maiores danos aos
equipamentos. Quando interrompido a passagem elétrica, torna-se Classe A.
d) Classe D: Fogo em metais, também denominados de materiais
pirofóricos, tais como Magnésio, Zircônio, Titânio, Alumínio, Sódio, Potássio, Zinco,
Bário, Cálcio e Lítio. A extinção se faz com emprego de agentes extintores
especiais, entre outros o Cloreto de Sódio que em contato com a alta dissipação de
calor do incêndio, compacta formando uma camada que isola o metal do ar.
Segundo Brentano (2004), há duas formas de classificação dos incêndios:
pela natureza e pela quantidade de materiais combustíveis existentes em uma
determinada área. Quanto a natureza, apresentado anteriormente e estabelecido
pela NR 23 do Ministério do Trabalho e NBR 12.693.
A classificação pela quantidade de materiais existentes em uma
determinada área, segundo Gomes (1998), está diretamente relacionada à carga de
incêndio, que é definida pelo produto entre a quantidade de material combustível e o
seu poder calorífico. Dividindo a carga de incêndio pela área de piso do
compartimento, obtém-se a carga de incêndio específica ou a densidade de carga
de incêndio, utilizada internacionalmente para classificar o incêndio. Segundo ainda
o mesmo autor a classificação do risco de incêndio por intermédio da carga de
incêndio específica é dado conforme a seguir:
a) Risco Leve ou Risco 1: fogo em pequena carga de incêndio, cujo
desenvolvimento se faz com fraca liberação de calor – Carga de incêndio até 300
MJ/m².
31

b) Risco Médio ou Risco 2: fogo em média carga de incêndio, cujo


desenvolvimento se faz com moderada emissão de calor – Carga de incêndio de
300 a 1.200 MJ/m².
c) Risco Pesado ou Risco 3: fogo em grande carga de incêndio, com
elevada liberação de calor – Carga de incêndio acima de 1.200 MJ/m²

2.1.7 Agentes Extintores

São substâncias conhecidas como agentes, utilizados junto a uma ação


de extinção para combater o fogo, podendo esse agente resfriar abafar ou ainda
quebrar a reação em cadeia do fogo em um incêndio.
Seito (2008, p.224), lembra que existem agentes adequados e com maior
ou menor eficiência no combate a determinado princípio de incêndio ou classe de
fogo.
Os agentes extintores são determinados a partir de sua classe de atuação
que foi apresentado anteriormente. Para NT 07/CAT/BMES, datada de 18 de
fevereiro de 2010, e na NBR 14.276 (composição, atribuição, organização), os
principais agentes extintores utilizados em dias atuais são os seguintes:
a) Água: É o agente extintor mais abundante na natureza. Age
principalmente por resfriamento, devido a sua propriedade de absorver grandes
quantidades de calor. Atua também por abafamento (dependendo da forma como é
aplicada, neblina, jato contínuo, etc.). A água é o agente extintor mais empregado,
em virtude do seu baixo custo e da facilidade de obtenção. Em razão da existência
de sais minerais em sua composição química, a água conduz eletricidade e seu
usuário, em presença de materiais energizados, pode sofrer um choque elétrico.
Quando utilizada em combate a fogo em líquidos inflamáveis, há o risco de ocorrer
transbordamento do líquido que está queimando ou mesmo um “boil over”,
aumentando, assim, a área do incêndio.
b) Espuma: A espuma pode ser química ou mecânica conforme o seu
processo de formação. A espuma química resulta da reação entre as soluções
aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio, e a mecânica é produzida
pelo batimento da água, LGE (líquido gerador de espuma) e ar. A rigor, a espuma é
mais uma das formas de aplicação da água, pois se constitui de aglomerado de
32

bolhas de ar envoltas por película de água. Mais leve que todos os líquidos
inflamáveis, é utilizada para extinguir incêndios por abafamento e, por conter água,
possui uma ação secundária de resfriamento.
c) Pó Químico Seco (PQS): Os Pós Químicos Secos são substâncias
constituídas de bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio ou cloreto de
potássio, que, pulverizadas, formam uma nuvem de pó sobre o fogo, extinguindo-o
por quebra da reação em cadeia e por abafamento. O pó deve receber um
tratamento anti-higroscópico para não umedecer, evitando assim a solidificação no
interior do extintor. Os pós são classificados conforme a sua correspondência com
as classes de incêndios, a que se destinam a combater, conforme as seguintes
categorias:
Pó ABC – composto a base de fosfato de amônio ou
fosfatomonoamônico, sendo chamado de triclássico, pois atua nas classes A, B e C.
Pó BC – Nesta categoria está o tipo de pó mais comum e conhecido, o
PQS ou Pó Químico Seco. Os extintores de PQS para classe B e C utilizam os
agentes extintores bicarbonato de sódio, bicarbonato de potássio, cloreto de
potássio, tratados com um estearato a fim de torná-los antihigroscópios e de fácil
descarga.
Pó D – usado especificamente na classe D de incêndio, sendo a sua
composição variada, pois cada metal pirofórico terá um agente especifico, tendo por
base a grafita misturada com cloretos e carbonetos. São também denominados de
Pós Químicos Especiais ou (PQE).
A granulometria dos pós para extinção de incêndio é estabelecida pelos
fabricantes. Para fins de informação necessária ao projeto, adotaremos uma média
de 70 [µm].
d) Gás Carbônico (CO2): Também conhecido como dióxido de carbono
ou CO2, é um gás mais denso (mais pesado) que o ar, sem cor, sem cheiro. É um
agente extintor limpo, não condutor de eletricidade, não tóxico, mas asfixiante. Age
principalmente por abafamento, tendo secundariamente ação de resfriamento. Por
não deixar resíduos, nem ser corrosivo, é um agente extintor apropriado para
combater incêndios em equipamentos elétricos e eletrônicos sensíveis (centrais
telefônicas e computadores). O grande inconveniente deste tipo de agente extintor é
o risco de queimaduras por parte do operador, pois ao ser liberado para a atmosfera,
33

a expansão do gás pode gerar temperaturas da ordem de – 40 ºC na proximidade do


difusor do extintor.
e) Compostos Halogêneos: são compostos químicos formados por
elementos halogênios (flúor, cloro, bromo e iodo). Esses compostos atuam na
quebra da reação em cadeia devido às suas propriedades específicas e, de forma
secundária, por abafamento. Assim como o CO2, os compostos halogenados se
dissipam com facilidade em locais abertos, perdendo seu poder de extinção. No
entanto, apesar da sua comprovada eficiência, a comercialização deste produto é
proibida por razões de ordem ambiental (destrói a camada de ozônio).
f) Agentes Inertes: os gases inertes contêm elementos químicos como o
Argônio, Hélio, Neônio e dióxido de carbono. Este tipo de agente extintor não é
normalmente utilizado em extintores portáteis de incêndio, mas sim em instalações
fixas para proteger, por exemplo, salas de computadores e outros riscos
semelhantes. A sua eficiência é relativamente baixa porque geralmente são
necessárias grandes quantidades de gás para proteção de espaços relativamente
pequenos, que devem ser estanques para não permitir a dispersão do agente
extintor para o exterior.

2.1.8 Capacidade Extintora.

Capacidade extintora do extintor é um dado importante, pois é o que vai


determinar o poder de extinção e não deve ser confundido com unidade extintora. O
desempenho em ensaios normalizados irá determinar a capacidade extintora do
extintor que é definida como a medida do poder de extinção do fogo de um extintor,
obtida em ensaios normalizados. (SEITO, 2008, p.227)
Essas características estão destacadas em norma, NBR 12693 de 2010,
e são apresentadas na tabela B.1, relacionando o risco de incêndio a carga térmica
do mesmo e a classe de incêndio.
A Tabela 2 representa a tabela com a relação entre a classe de risco que
é determinada pela carga de incêndio, a capacidade extintora mínima e as
distancias entre unidades extintoras.
34

Tabela 2. – Tabela de risco de incêndio.


Classe de Risco Capacidade extintora mínima Distância máxima a ser percorrida (m)
Baixo 20-B 15
Médio 40-B 15
Alto 80-B 15
Fonte: NBR 12693 – 2010

As exigências de cada agente para as determinadas classes de risco e


capacidades extintoras estão destacadas em norma, NBR 12693 de 2010, e são
apresentadas na tabela B.1 anexo B, relacionando o risco de incêndio a carga
térmica do mesmo e a classe de incêndio.

2.2 COMPONENTES ATRELADOS AO SISTEMA

2.2.1 Bico supressor

São componentes de descarga seja de gases ou particulados, sua função


é direcionar e dar forma desejada aos gases ou particulados que provem de uma
tubulação ao serem lançados em um ambiente.
A geometria dos bicos supressores é um fator importante a se determinar
em relação a sua aplicação, é ela que dará a forma desejada ao jato e que
determinara o alcance longitudinal e perimetral do mesmo. O material do mesmo
também está diretamente ligado à sua aplicação, pode ser encontrado ou ainda
fabricado com a geometria desejada do material necessário.
Para aplicação em incêndios, o material do bico precisa suportar altas
temperaturas sem se danificar ou até mesmo deformar. A Figura 9, mostra um
modelo de bico comercial usual para a aplicação com descarga de pó.
35

Figura 9 - Bico de descarga para pó


Fonte: HIcolo

Os modelos variam de tamanho conforme necessidade de aplicação,


possuem bitolas comerciais para encaixe em tubulações e trazem em suas
especificações alcance, dispersão e formato de jato com uma determinada pressão
exigida.

2.2.2 Central alarme e combate ao incêndio

Segundo (SEITO, 2008), Central de detecção e alarme de incêndio, é um


equipamento destinado a processar os sinais provenientes dos circuitos de detecção
e alarme, convertendo-os em indicações (informações) adequadas, bem como a
comandar e controlar os demais componentes do sistema (sirenes, sinalização
visual, dispositivos de combate etc.).
A centrais são equipamentos programáveis, tem a função executar
comandos pré-programados aos componentes endereçados a mesma, a partir do
recebimento de dados oriundos dos elementos de detecção. A NBR 17240
regulamenta e especifica as exigências quanto centrais de detecção e alarme de
incêndios.
Seito (2008), afirma que as centrais de detecção e alarme se constituem
basicamente pelos seguintes componentes: detectores automáticos de incêndio,
acionadores manuais, painel de controle (processamento), meios de aviso
(sinalização), fonte de alimentação elétrica e infraestrutura (eletro-dutos e circuitos
elétricos).
36

2.2.2.1 Sinalização sonora

Segundo a norma NBR 17240 os avisadores sonoros devem apresentar


potência sonora de 15 dBA acima do nível médio de som do ambiente ou 5 dBA
acima do nível máximo de som do ambiente, medidos a 3 m da fonte. O som e a
frequência dos avisadores devem ser únicos na área e não podem ser confundidos
com outros sinalizadores que não pertençam ao alarme de incêndio

2.2.3 Reservatório de gás propulsor (Cilindro)

Cilindros são reservatórios para armazenamento de fluidos, podem


armazenar gases e líquidos a altas pressões e temperaturas.
Os cilindros de Nitrogênio, são usados em aplicações onde é necessário
o uso de um gás inerte sob pressão para determinadas aplicações afim de não
prejudicar seres vivos, insumos ou componentes com que o mesmo terá contato.
São comerciais e encontrados facilmente em várias escalas de cargas e pressões.

2.2.4 Detectores de incêndio

Os detectores de incêndio são dispositivos de leitura das condições


ambientais, sua função é basicamente captar sinais de uma situação e enviá-las a
uma central de processamento.
A Nota técnica 12 (SCIE) comenta que os detectores de incêndio são
normalmente concebidos para detectar uma ou mais características de um incêndio:
fumo, calor, radiação (chama) e outros produtos de combustão.
Para cada situação de incêndio sempre há o tipo de dispositivo mais
indicado, porém podem combinar-se dois tipos para maior eficiência na detecção.
Os mais comuns dentre os dispositivos de leitura para combate ao incêndio são os
seguintes:
a) Detector de fumo: Estes detectores funcionam segundo o princípio de
difusão da luz, são sensíveis a partículas opticamente ativas de maiores dimensões,
37

que se encontram em fumos visivelmente densos, são menos sensíveis a pequenas


partículas produzidas em incêndios de combustão limpa. (Nota Técnica 12 - SCIE)
b) Detector de temperatura: Trabalham com a detecção sobre variações
na temperatura. Não são sensíveis como os outros detectores, necessitam de
variação brusca de temperatura. Como simples orientação a (Nota Técnica 12 -
SCIE), ressalta que um detector de temperatura atuará em média quando as
chamas produzidas por um incêndio atingirem um terço do trajeto desde o foco do
incêndio até ao teto.
c) Detector de chama: Os detectores de chamas detectam a radiação de
incêndios, pode ser utilizada a radiação ultravioleta, a radiação infravermelha, ou a
combinação das duas. (Nota Técnica 12 - SCIE). São indicados para detecção
imediata de incêndio de propagação rápida, devem estar com uma clara linha de
vista para a área a ser protegida.

2.2.5 Dispositivo de segurança

“Válvulas de segurança e/ou alívio são dispositivos automáticos de alívio de


pressão sendo obrigatórios em vasos de pressão ou caldeiras, cuja pressão
interna seja superior à pressão atmosférica, evitando as consequências da
exposição às condições perigosas de sobre pressão. (CARDOZO 2008,
p.1)”
A função de toda válvula de segurança instalada em caldeiras, vasos de
pressão ou tubulações, em processos industriais, é aliviar o excesso de pressão,
devido ao aumento da pressão de operação acima de um limite pré-estabelecido no
projeto do equipamento por ela protegido.
As válvulas de segurança são utilizadas quando o fluido é compressível,
como gases e vapores e que proporcionam uma abertura rápida e instantânea na
pressão de ajuste. As válvulas de alívio são aplicadas em vasos de pressão ou
tubulações que armazenam ou transportam líquidos, respectivamente. Quando a
pressão do recipiente em que está contido o gás se eleva a pressão suportada pela
mola mecânica da válvula de segurança, a mesma se abre proporcionando o escape
do gás.
38

2.2.6 Dispositivo de coleta do pó (Pescador)

E um dispositivo utilizado em aplicações de coleta em reservatórios, sua


principal função é garantir a coleta do produto na parte inferior do reservatório. Em
extintores este tubo conduz a sucção da saída do pó pela parte inferior do
reservatório, garantindo assim com que o agente extintor armazenado no fundo do
reservatório sofra agitação, não aglomere e possa ser arrastado com facilidade para
a superfície.

2.2.7 Dispositivo de regulagem de pressão (Pressostato)

O pressostato é um dispositivo eletromecânico de leitura e controle de


pressão. O mesmo recebe um sinal de pressão e o compara com sua escala interna,
após esta comparação, efetua a ação de ligar ou desligar o seu relê interno. Podem
ser divididos em duas categorias em função de sua aplicação, controle ou proteção.
Um pressostato ainda pode ter outras duas características: ser com
rearme manual ou com rearme automático. Seja para qual for sua função controle ou
proteção, geralmente este dispositivo é uma espécie de piloto de uma válvula, e
essa é o dispositivo atuante no mecanismo de funcionamento de um sistema.
Quanto aos tipos de pressostato são os seguintes:
a) Diferencial fixo ou ajustável: Quanto ao intervalo entre atuação e
desarme, os pressostatos podem ser fornecidos com diferencial fixo e
diferencial ajustável. O tipo fixo só oferece um ponto de ajuste, o de
set-point, sendo fixo o intervalo entre os pontos de atuação e desarme.
O tipo ajustável permite ajuste de set-point e também alteração do
intervalo entre o ponto de atuação e o de desarme.

b) Contato SPDT e DPDT: Quanto ao tipo de contato disponível no micro


interruptor, pode-se selecionar o do tipo SPDT (Single Pole-Double
Throw), que é composto basicamente por um terminal comum, um
contato normalmente aberto (NA) e um contato normalmente fechado
(NF), ou selecionar o tipo DPDT ( Double Pole-Double Throw), que é
39

composto de duplo contato, ou seja, dois terminais comuns, dois NA e


dois NF, sendo um conjunto reserva do outro.

2.2.8 Rede de distribuição (Tubulação)

Chama-se tubulação um conjunto de tubos e de diversos acessórios. A


necessidade da existência das tubulações decorre principalmente do fato de o ponto
de geração ou de armazenamento dos fluídos estar, em geral, distante do seu ponto
de utilização.
Usam-se tubulações para o transporte de todos os materiais capazes de
escoar, isto é, todos os fluidos conhecidos, líquidos ou gasosos, assim como
materiais pastosos e fluídos com sólidos em suspensão com as mais variadas faixas
de temperatura e pressão.
O material da tubulação varia muito com o tipo de aplicação, os fatores
principais são os de resistência mecânica e corrosiva, seguido do custo.
A gama de materiais possíveis é grande quase que envolvendo todos os
materiais comerciais, a Figura 10 apresenta um diagrama esquemático dos materiais
possíveis para tubulação.

Metálicos Não-metálicos

Ferrosos Não Ferrosos Materiais Plásticos Cimento-amianto

Concreto armado

Barro virado

Aços-carbono Cobre Cloreto de polivinil Elastômeros


(PVC) (Borrachas)
Aços-liga Latões Cobre-níquel
Polietileno Vidro
Aços inoxidável Níquel e ligas
Acrílicos Cerâmica,
Ferro fundido Metal Mole Porcelana
Acetato de celulose
Ferro forjado Chumbo
Epóxi
Ferros ligados Titânio, zircônio Poliésteres
Ferro nodular Fenólicos
Figura 10 – Diagrama de gama de materiais para tubulação.
Fonte: Modificado de Martinelli, notas de aula.

F
40

2.2.9 Válvulas de controle

2.2.9.1 Válvula reguladora de pressão

Este dispositivo de controle é utilizado em tubulações, consiste em regular


a pressão de um ou mais pontos de entrada que estão a qualquer pressão e alinhar
a uma pressão mais baixa para um uso mais específico em componentes ou
processos subsequentes. A figura 11 ilustra a representação de uma válvula
reguladora de pressão utilizada em redes de distribuições.

Figura 11 - Válvula reguladora de pressão


Fonte: Qualitec instrumentos, 2014.

2.2.9.2 Válvula de retenção

Válvula de retenção é um dispositivo que permite que os fluidos escoem


em uma direção, porém, fecha-se automaticamente para evitar fluxo na direção
oposta (contra fluxo).
As válvulas de retenção são utilizadas em uma ampla variedade de locais,
tem funcionamento simples, porém de grande importância para os projetos. Ao
restringirem o fluxo em uma direção contraria a normal, proporcionam a
possibilidade de manutenção em tubulações onde o sistema está sobre pressão e
garantia quanto refluxo em lugares indesejados. Por serem elementos comerciais de
alto uso em sistemas e tubulações podem ser encontradas em várias bitolas.
41

2.2.9.3 Válvula solenoide

A válvula solenoide é um dispositivo de abertura ou fechamento de


tubulação, utilizada geralmente em uma ação direta operada por piloto, o dispositivo
piloto tem a função de liberar ou cortar a fonte de energia e consequentemente o
corte ou a liberação do fluxo de fluido na tubulação. O acionamento pode ser feito
ainda por pulso, cada pulso recebido move o conjunto fechando ou abrindo a válvula
O comando de uma válvula pode ser feito de diversas formas. Dentre os
tipos de acionamentos, é possível citar: o hidráulico, elétrico, com motor, com
solenoide ou pneumático. O funcionamento de um solenoide é representado na
Figura 12.

Figura 12 – Funcionamento do solenoide


Fonte: Apostila Válvulas de Controle e Segurança- 5ª

2.3 FUNDAMENTOS PARA DIMENSIONAMENTO

2.3.1 Dimensionamento do Bico Supressor

A vazão do supressor é encontrada através da equação (3), calculando o


tempo de descarga e a quantidade de pó descarregado pelo sistema.

𝑚
𝑚̇ = (3)
𝑡

Onde:
𝑚̇ = vazão mássica [kg/s]
m=massa [kg]
42

t=tempo [s]

2.3.2. Dimensionamento do Reservatório de Nitrogênio

Relacionando as Leis de Boyle, Charles Gay-Lussac e de Charles é


possível estabelecer a equação (4) que relaciona as variáveis de estado: pressão
(p), volume (V) e temperatura absoluta (T) de um gás.
Onde:
p=pressão;
V=volume;
m=massa;
M=massa molar;
R=constante universal dos gases perfeitos;
T=temperatura absoluta

𝑚
𝑃𝑉 = 𝑀 𝑅𝑇 (4)

A pressão e o volume do gás, mantido em temperatura constante, são


inversamente proporcionais (Lei de Boyle), ou seja:

𝑃1 𝑉1 = 𝑃2 𝑉2 (5)

2.3.3 Dimensionamento de vaso de pressão

O dimensionamento do vaso de pressão é feito através dos cálculos


referente ao casco cilíndrico de “pequena espessura”, denominado assim pela
ASME, Seção Vlll, Divisão 1, e do tampo elíptico. Seu volume é encontrado através
do volume de pó representado na equação (6), e através do volume é encontrado o
raio e altura do vaso de pressão.

𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 = (6)
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
43

Casco cilíndrico de pequena espessura:


Para esse caso, a espessura mínima é então obtida através da fórmula
(7):

𝑃𝑅
𝑒 = 𝑆𝐸−0,6𝑃 + 𝐶 (7)

Onde:
e = espessura mínima para pressão interna [m]
R = raio interno do cilindro [𝑚]
P = pressão interna de projeto [MPa]
S = tensão admissível básica do material [MPa]
E = coeficiente de eficiência de solda.
C= sobre espessura para corrosão.

Tampo elíptico:

𝑃𝑅
𝑒 = 𝑆𝐸−0,1𝑃 + c (8)

R = raio interno do cilindro [𝑚]


P = pressão interna de projeto [MPa]
S = tensão admissível básica do material [MPa]
E = coeficiente de eficiência de solda.
C= sobre espessura para corrosão.

2.3.11 Dimensionamento da tubulação

A escolha do diâmetro da tubulação é realizada através das seguintes


considerações:
• Vazão;
• Comprimento da rede;
• Queda de pressão admissível;
• Pressão de trabalho;
44

• Número de pontos de estrangulamento na rede.


Com o auxílio do nomograma, é averiguado o diâmetro do tubo.

Figura 13 - Nomograma para cálculo do diâmetro interno da tubulação


Fonte: Dimensionamento de Redes de Ar Comprimido.

Sabendo a vazão do bico supressor encontrada através da equação (3), é


possível determinar o tempo de vazão do sistema necessário conforme a equação
(9).

𝑚
𝑡 = 𝑚̇ (9)

t=tempo [s];
m= massa [kg];
𝑚̇= vazão mássica [kg/s]
Através do volume de 𝑁2 contido no reservatório de PQS e da pressão em
que ele se encontra, é possível encontrar o volume à pressão atmosférica e
temperatura ambiente do mesmo conforme a equação (5), e então encontrado a
vazão volumétrica do sistema através da equação (10).
45

𝑉
𝑄= (10)
𝑡

Q=vasão volumétrica [m³/s]


V=volume [m³]
T=tempo [s]
46

3 METODOLOGIA

3.1 CRITÉRIOS PARA CONCEBER O PROJETO

Como primeira ação, foi avaliada a necessidade de criação de uma


solução para o combate de incêndios em líquidos combustíveis e inflamáveis. O
depósito de líquidos combustíveis e inflamáveis construído na universidade
necessita de um sistema de proteção que atenda as exigências do órgão
regulamentador. A necessidade trouxe a oportunidade e o desafio para implantar um
sistema que atendesse as normas, mas que apresentasse uma vantagem sobre os
convencionais.
Este fato proporcionou o início do estudo para a implantação do projeto
que é proposto neste trabalho.

3.1.1 Avaliação do problema

Incêndios da classe B, que abrangem os líquidos e combustíveis


inflamáveis, são o foco de estudo para a concepção do projeto.
Para que se proponha uma solução, é fundamental que se conheça o
problema. Um estudo sobre incêndios foi realizado afim de concretizar o
conhecimento do assunto. O fogo, que como apresentado pode ser entendido como
uma série de reações químicas, compõem-se de inúmeras variáveis, e essas
variáveis foram estudadas afim de compreender o seu comportamento. Os
mecanismos de ignição dos combustíveis para definir as possibilidades de início do
incêndio e o melhor sistema para detecção, o comportamento dos combustíveis em
um incêndio para determinação do melhor método de combate, as fases de um
incêndio e quais são os meios de extinção do mesmo para cada tipo de combustível,
os agentes extintores e seus comportamentos em relação aos combustíveis para
concretizar a escolha do PQS e uma avaliação sobre os métodos determinísticos
para a carga de incêndio visando as primeiras dimensões.
Com o conhecimento fundamental científico do problema, amparado pela
norma 12693-2010 e por comparação com os meios usuais utilizados, foi
47

determinado que a forma mais coerente para o combate em incêndios da classe B


seria com o emprego do agente extintor PQS. Foi então proposta uma solução que
atendesse a normatização, porém que apresentasse um fator novo para a eficiência
do combate, a ação imediata autônoma.

3.1.2 Pesquisa preliminar de patentes

No princípio avaliou-se a ideia de um sistema automático para combate


de incêndio como nova, os conhecimentos sobre esta tecnologia indicavam não
existir sistema semelhante.
O primeiro passo foi a busca rápida online sobre o emprego de sistemas
fixos automáticos no combate a incêndios. Foram encontrados vários tipos de
sistemas, inclusive fixos e automáticos, mas o fato que levou a busca por patentes
foi não encontrar a aplicação exata em que se pensou inicialmente.
A pesquisa por sistemas com tecnologia semelhante se iniciou coma a
ferramenta “google patent search”. Foi encontrado um fabricante americano,
“CHEMGUARD fire suppression solutions” que produz unidades moveis de extinção
de incêndio. A busca se estendeu então ao INPI, (Instituto Nacional de Propriedade
Industrial). Até a data da última pesquisa, junho/2014, foi encontrado um sistema
automático para ônibus, que trabalha com o emprego de água como agente extintor,
e que se assemelha pela utilização de detecção e acionamento automático, ainda
um sistema com detecção e acionamento também automáticos, para ambientes com
equipamentos eletrônicos, que trabalha com nitrogênio gasoso como agente extintor
e um último sistema fixo automático, com o emprego de espuma mecânica para
extinção do fogo, que atua na mesma classe de incêndio do proposto.
Afim de seguir com a ideia de um registro de patente a pesquisa
aprofundada subsequente será repassada ao órgão responsável da UTFPR, fato
que não interfere na continuação da pesquisa e desenvolvimento do sistema.
48

3.1.2.1 Pesquisa de sistemas semelhantes

A pesquisa por sistemas semelhantes, não está diretamente ligada a


busca por patentes, é acessível o conhecimento de alguns sistemas quem não
foram encontrados na busca inicial por patentes.
Os sistemas fixos de combate a incêndio, são aparatos montados em
edificações ou máquinas com distribuição de seu agente extintor guiada por
tubulação. Funcionam detecção programada e atuação automática ou manual.
A rede mundial de computadores (internet), foi a ferramenta mais utilizada
na busca por sistemas semelhantes. Os sistemas semelhantes relevantes para
conhecimento e estudo encontrados foram: O sistema sprinkler, que trabalha com
chuveiros automáticos, agente água, princípio de resfriamento e compreende
incêndios de classe A. O sistema de CO2, que se subdivide em alta e baixa pressão,
é de acionamento automático, combate por abafamento e resfriamento, atua nas
classes B e C. O sistema de espuma mecânica, atua automaticamente, é utilizado
para a classe B, combate pelo princípio do abafamento e resfriamento. Sistema
FM200, atua automaticamente, conhecido como gás limpo por ser inofensivo ao ser
humano, utilizado em classes A e C, atua por abafamento e resfriamento.
O conhecimento das tecnologias semelhantes, foi de grande importância
para o desenvolvimento dos primeiros mecanismos de funcionamento do sistema,
como todos se assemelham em quesito de detecção acionamento e distribuição,
existem produtos comerciais que facilitam a concepção do projeto nestas áreas.

3.1.3 Estudo de viabilidade do sistema

A pesquisa em relação a viabilidade se iniciou com o agente extintor. Os


meios de se combater incêndios em líquidos combustíveis e inflamáveis não são
muitos, os agentes mais eficientes como mostrado na classificação normatizada são,
espuma mecânica e PQS. O Pó químico tem vantagens sobre a espuma que
atendem nossas necessidades, uma delas é a possibilidade de ter pontos com
energia elétrica no ambiente, a qual fica restrita com o emprego da espuma
mecânica, outra é a impossibilidade de obter inundação total, as paredes frontais do
depósito são de gradil e isso faria a espuma escoar para fora do depósito. A espuma
49

empregada a tanques de contenção que é o meio mais utilizado para combate na


classe B, deixa a desejar quando o assunto é eficiência, com um vazamento no
reservatório e ignição no mesmo, onde chamas cobrirem o reservatório este meio é
inválido. Quanto às desvantagens, o pó é conhecido como agente sujo por deixar
resíduos no ambiente, em relação a esta, leva-se em conta que o ambiente é um
deposito e pode ser limpo posteriormente sem danos aos equipamentos e insumos.
Quanto aos sistemas por gases não são a melhor indicação para o combate
eficiente como apresentado. O PQS ainda tem baixo valor de aquisição comparado
com os agentes limpos FM200 e CO2. Os componentes do sistema proposto são
basicamente os mesmos dos sistemas semelhantes por gases, com isso podemos
ter uma base indicativa de valores e pressupor que tem um custo mais baixo já que
o diferencial é o agente extintor.
Avaliou-se então o pó químico seco ABC como um agente que atende as
necessidades de combate, esse é o principal fator, o mesmo ainda se mostrou
vantajoso economicamente em comparação com os concorrentes que poderiam ser
utilizados. Quanto as unidades móveis existentes, a vantagem fica por conta da
detecção e ação simultânea do sistema proposto.

3.1.4 Estudo de aplicação do sistema

O trabalho inicialmente estava focado no desenvolvimento de uma


tecnologia que se adaptasse a várias aplicações, seriam essas: veículos, máquinas,
tanques externos de armazenamento de combustível em grande porte,
transformadores de energia e armazéns de combustíveis e inflamáveis.
Para possibilitar um estudo com menos variáveis e mais direcional, foi
estabelecido que o sistema atenderia a depósitos de líquidos combustíveis e
inflamáveis fracionados. O estudo se desenvolveu com a aplicação do mesmo para
o depósito da UTFPR – campus Pato Branco
50

3.1.5. Métodos para o dimensionamento do sistema.

A carga de incêndio específica no ambiente estabelece a quantidade de


agente a ser utilizado, podemos calcular esta carga através da equação (1). A
equação é função da soma do produto das massas de calada combustível presente
no ambiente e seus respectivos poderes caloríficos, divididos pela área total em
metros quadrados.
Com a carga de incêndio e pela norma 12693 – 2010, é estabelecido o
risco de incêndio, o risco pode ser alto, médio e baixo. A partir do risco, a norma
apresenta uma classificação para cada tipo de incêndio, os incêndios em líquidos
combustíveis e inflamáveis podem ser por exemplo, 20-B, 40-B, 80-B. A tabela C.1
da norma estabelece a quantia de pó necessário para a classe.

3.1.5.1 Pesquisa e desenvolvimento de equipamentos

Após esclarecer o problema e as melhores soluções para o combate, deu-


se início a fase de pesquisa e seleção dos componentes. Para entender o sistema,
vários croquis a mão foram realizados, a partir destes desenhos começou a busca
de informações sobre os elementos do sistema. Os elementos foram primeiramente
imaginados na representação e posteriormente estudados, verificou-se a função de
cada um e quais as possibilidades para atender a função desejada no sistema. O
conhecimento profissional dos professores direcionou a pesquisa dos elementos. A
busca por informações se rumou então a catálogos e informações técnicas de
fabricantes.
Os bicos para supressão são o ponto chave do sistema, sua geometria
vai garantir que o agente extintor seja espalhado uniformemente para realizar o
combate das chamas por abafamento. Foram encontrados bicos comerciais para
pulverização de pó em pequenas aplicações, os mesmos apresentam performance
geométrica de dispersão frente exigências de pressão e velocidade. Estes bicos
foram a base para a criação deste mesmo acessório utilizado no sistema, com uma
alteração dimensional para maior aplicação, foi fabricado no laboratório da
universidade um bico em náilon para realizar os testes experimentais de vazão.
Utilizando extintores convencionais e realizando disparos, foram determinados a
51

geometria mais adequada que espalhasse com eficiência o pó. Com a área de
cobertura desejada fornecida por cada bico, determinamos o número de elementos
necessário para cobrir a área do deposito
A detecção do incêndio pode ser feita por sensores de temperatura, fumo
(fumaça), ou radiação (chama). O estudo revelou grande área de atuação destes
elementos. Foram encontrados vários fabricantes e catálogos técnicos que
caracterizam detalhadamente a função de cada um. A partir destas especificações e
dos princípios comportamentais físicos da classe de incêndio, obteve-se um parecer
sobre a melhor aplicação para o caso.
Para gerenciar a detecção e o acionamento do sistema, foi necessário
estabelecer um equipamento capaz. Como o caso se assemelha a outros sistemas
fixos existentes, a pesquisa por informações se iniciou pelos fabricantes destes
meios de combate. Foram encontrados vários modelos de centrais de combate e
alarme a incêndio. As especificações técnicas fornecidas pelos fabricantes,
juntamente com normatização apresentada que rege as centrais e sinalização para
incêndios, proporcionaram a definição e escolha do melhor equipamento.
O Reservatório de agente extintor será dimensionado através das
recomendações específicas da bibliografia (TELLES, 2001), para sistemas de baixa
pressão presentes no referencial teórico deste trabalho. Para garantir a segurança e
certificação, seguirá as normas construtivas para vaso de pressão, NR 13. A
pressão do reservatório será a pressão determinada experimentalmente para
realizar a abertura da nuvem de pó, mais a perda de carga nas tubulações.
O pescador é um elemento comum empregado em extintores e
reservatórios de insumos, sua determinação foi lógica frete o objetivo de coletar todo
pó presente no reservatório e principalmente gerar uma turbulência no fundo do
reservatório com a tendência de escape do gás pelo mesmo.
As válvulas do sistema são elementos de controle, existem inúmeros
modelos e capacidades comerciais. A pesquisa sobre estes elementos, se
direcionou a qual realizaria a função pré-determinada no croqui do sistema. Os
catálogos de fabricantes foram as fontes que determinaram se estes elementos
realizariam as funções requeridas.
Os dispositivos para leitura e controle de pressão (pressostatos), são
também elementos comerciais facilmente encontrados. Foram especificados a partir
52

dos dados técnicos fornecidos pelos fabricantes e para as determinadas funções do


sistema.
Para a propulsão do sistema, foi buscado uma forma que garantisse a
retirada do material do reservatório e a sua condução até a rede de distribuição, sem
que este deteriore ou reaja contra os elementos do sistema. Foi realizada uma
pesquisa, diante dos meios usuais de sistemas semelhantes, que utilizam a
pressurização indireta de gás e estudado o motivo do emprego destes gases.
O coletor dos gases (Manifold), até a válvula de regulagem de pressão, é
regido pela norma construtiva NBR 14570. Para determinação dos diâmetros
empregados entre as válvulas de controle levou-se em conta primeiramente a
pressão de entrada e saída da válvula de regulagem, bem como a vazão
necessárias para atender o reservatório. Os elementos acoplados ao (Manifold)
foram escolhidos para a aplicação em nitrogênio, e com faixa de operação dentro da
pressão da tubulação onde serão alocados.
A tubulação do sistema que conduz pó mais nitrogênio foi dimensionada
através do nomograma apresentado no item 2.3.11 para ar comprimido. Buscando
uma metodologia de cálculo que se aproxime do funcionamento do sistema,
chegamos à conclusão que o gás mais pó se comportara próximo ao gás já que a
granulometria do pó químico seco é muito baixa se comparando a fumos. Como o
sistema vai trabalhar a altas pressões e as perdas acabam sendo pequenas
determinou-se que o método de dimensionamento pelo nomograma traria bons
resultados.

3.1.5.2 Desenvolvimento dos mecanismos de funcionamento

Os elementos do sistema foram estudados e avaliados quanto a


possibilidade de seu uso, a etapa proporcionou mudanças e novas colocações
diante do funcionamento do sistema. A interação dos elementos precisou ser
pesquisada para concretizar as escolhas, na busca de informações sobre os
mecanismos de funcionamento utilizou-se o conhecimento próprio adquirido na
universidade, a rede mundial de computadores, livros, apostilas técnicas e o
conhecimento profissional dos docentes.
53

A primeira interação a ser adotada foi a dos detectores com a central de


gerenciamento, a mesma vai captar a leitura dos dispositivos através de pulso
elétrico enviado por fiação e iniciar os comandos das válvulas. As válvulas serão
gerenciadas eletronicamente pela central, a partir do início dos comandos, as
válvulas serão alimentadas eletricamente por tempo determinado e outras acionadas
por pulso elétrico. Para garantir as condições de armazenamento ideais para o PQS,
um pressostato controlara a pressão do recipiente, ao mesmo tempo vai gerenciar a
liberação da válvula para manter a pressão estabelecida. Para garantir vários
disparos em sistemas maiores, foi estabelecido um mecanismo para controle de uso
sequencial dos cilindros de armazenamento de nitrogênio, também é feito por
pressostato onde o dispositivo faz a leitura da pressão baixa e dispara a abertura da
válvula solenoide do cilindro seguinte. Para garantir a limpeza, existe uma linha
paralela direta dos cilindros para a tubulação de distribuição, esta linha é liberada
pela central antes e depois dos disparos de agente.
Ficou determinado o funcionamento de cada mecanismo, quanto ao
gerenciamento da central, foi criado um diagrama de tempo versus ação que detalha
o ciclo de comandos de abertura das válvulas.

3.1.5.3 Criação da representação final do sistema

Após a proposta de solução e detalhamento do funcionamento, criou-se


uma representação geral do sistema no software SOLIDWORKS® 2009 disposto no
laboratório de desenhos da UTFPR campus Pato Branco. O objetivo foi
complementar as explicações e teoria, o desenho colabora para que o entendimento
do funcionamento fique unanime. Com esta ferramenta representativa, os
colaboradores do projeto acabam sanando suas dúvidas, podendo assim propor
correções e melhorias.
54

4 RESULTADOS

4.1 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

O apêndice A apresenta as denominações, especificações,


determinações e sugestões de fornecimento para todos os elementos de controle do
sistema.
A figura 14 apresenta uma vista global do sistema de acionamento para
que os seguintes capítulos fiquem claros quanto ao posicionamento e funcionalidade
de cada elemento que o compõem.

Figura 14 - Vista global do sistema de acionamento


Fonte: Autoria Própria

4.1.1 Dimensionamento da carga de incêndio

Algumas considerações foram feitas para iniciar os cálculos frente a


incerteza momentânea de dados. Juntamente com o professor Dr. Sergio Ribas
Pessa, responsável pelo deposito, foram denominados e quantificados os insumos
55

presentes no ambiente. A tabela (4) apresenta a relação de materiais e suas


respectivas propriedades para realizar o cálculo da carga de incêndio. A tabela A.1
anexo A, apresenta o poder calorifico dos materiais. As densidades dos materiais
foram encontradas em artigos técnicos. A área do deposito é de 11,5 x 5 [m]
totalizando 57,5 [m²]. Para obtermos a massa dos materiais, foi utilizada a equação
(2) e os resultados apresentados na tabela (3).

Tabela 3 - Massa dos insumos presentes no ambiente.


𝑚 Massa específica
𝜌= Quantidade (L) Massa (kg)
𝑉 (g/L)
Diesel 200 850 170,00
Bio Diesel 100 800 80,00
Etanol 200 789 157,80
Gasolina 200 750 150,00
Thinner 12 789 9,47
Querosene 80 820 65,60
Tintas 10 1220 12,20
Óleo lubrificante 20 880 17,60
Óleo hidráulico 50 812 40,60
Óleo lubrificante residual 100 880 88,00
Etanol +10% nitrometano 20 789 15,78
Fluido de corte 100 840 84,00
Desingripante 30 810 24,30
Fonte: Autoria própria

Tabela 4 - Propriedade dos insumos


Massa
Quantidade específica Massa Poder calorífico Carga de
(L) (g/L) (kg) (MJ/kg) incêndio (MJ/m²)
Diesel 200 850 170,00 46,2 136,59
Bio Diesel 100 800 80,00 37 51,48
Etanol 200 789 157,80 46,3 127,06
Gasolina 200 750 150,00 47 122,61
Thinner 12 789 9,47 35 5,76
Querosene 80 820 65,60 43,8 49,97
Tintas 10 1220 12,20 33 7,00
Óleo lubrificante 20 880 17,60 34 10,41
Óleo hidráulico 50 812 40,60 36 25,42
Óleo lubrificante
residual 100 880 88,00 39 59,69
Etanol +10%
nitrometano 20 789 15,78 57 15,64
Fluido de corte 100 840 84,00 40 58,43
Desingripante 30 810 24,30 38 16,06

Total 1122 11029 915,35 532,3 686,13


Fonte: Autoria própria
56

Finalmente para calcular efetivamente a carga de incêndio específica do


depósito foi utilizada a equação (1)

∑ MValor total da massai Hvalor total do poder cal.


𝑞𝑓𝑖 = 57,5

𝑞𝑓𝑖 = 686,13 [MJ/m2]

Com este valor e através da norma como apresentado no referencial


teórico, obtemos a classificação quanto o risco incêndio. Esta classificação para a
carga de incêndio de 1122 [MJ/m²], apresenta um risco denominado “leve” ou “risco
2”.
Para determinação da capacidade extintora necessária, utilizaremos a
tabela (5), com o risco de incêndio determinado.

Tabela 5 – Tabela de risco de incêndio.


Classe de Risco Capacidade extintora mínima Distância máxima a ser percorrida (m)
Baixo 20-B 15
Médio 40-B 15
Alto 80-B 15
Fonte: NBR 12693 – 2010

A capacidade extintora mínima para este risco de incêndio será 40-B.


Para encontrar a massa de agente extintor a ser utilizada no sistema,
consultamos a tabela B.1 anexo B. Esta tabela relaciona a classe de incêndio, o
agente extintor e a nomenclatura de capacidade extintora. Temos uma relação de pó
químico seco, classe B, capacidade mínima 40-B.
Deverá ser utilizado no mínimo 100 [kg] de pó químico seco para garantir
a eficiência no combate em um ciclo.
57

4.1.2 Escolha e dimensionamento dos elementos

4.1.2.1. Agente Combatente

O Pó químico seco, tipo ABC, foi o agente combatente escolhido para o


sistema. A principal decisão veio do estudo dos agentes, os autores listaram o pó
como melhor meio de combate ao incêndio da classe B. O PQS apresenta
vantagens sobre a espuma que atendem nossas necessidades, uma delas é a
possibilidade de ter pontos com energia elétrica no ambiente, a qual fica restrita com
o emprego da espuma mecânica, outra é a impossibilidade de obter inundação total,
as paredes frontais do depósito são de gradil e isso faria a espuma escoar para fora
do depósito. Quanto às desvantagens, o pó é conhecido como agente sujo por
deixar resíduos no ambiente, em relação a esta, levamos em consideração que o
ambiente é um deposito e pode ser limpo posteriormente sem danos aos
equipamentos e insumos. Quanto aos sistemas por gases não são a melhor
indicação para o combate eficiente como apresentado em pelos autores, uma das
impossibilidades está ligada ao alto volume de gás que necessita ser utilizado. O
PQS ainda tem baixo valor de aquisição comparado com os agentes limpos FM200
e CO2. Os componentes do sistema proposto são basicamente os mesmos dos
sistemas semelhantes por gases, com isso podemos ter uma base indicativa de
valores e pressupor que tem um custo mais baixo já que o diferencial é o agente
extintor. Quanto as unidades móveis existentes, a vantagem fica por conta da
detecção e ação simultânea do sistema proposto.
Concluiu-se então que o pó químico seco ABC, além atender as
necessidades de combate, se mostra aparentemente vantajoso economicamente em
comparação com os concorrentes que poderiam ser utilizados.

4.1.2.2 Bicos de Supressão

Foi determinado que os bicos de supressão devem espalhar o agente em


forma cônica densa para garantir a cobertura total do ambiente. A geometria exata
está esclarecida na figura 15, e sua forma geométrica manteve a ideia de dispersão,
58

com ajustes dimensionais necessários para atender a vazão e pressão de trabalho


da área de atuação.

Figura 15 - Projeto do bico supressor.


Fonte: Própria

A vazão deste bico de supressão foi encontrada através de experimento,


utilizando um extintor com 4 [kg] de PQS e uma pressão de trabalho de 2 [MPa].
Medindo seu tempo de descarga, que foi de 10 [s] obteve-se através da equação (4)
uma vazão de 0,4 [kg/s]. A imagem 16 relata o experimento confirmando a área de
cobertura do pó no bico determinado.
59

Imagem 16 - Ilustração da vazão do bico supressor.


Fonte: Própria

Ao analisar as fotos do disparo do extintor, pode-se notar que o mesmo


atingiu o comprimento do depósito como alcance e aproximadamente 5 [m] com
dispersão entre 1 [m] de diâmetro e a altura do deposito, 3 [m]. Com isto tem-se a
certeza que se garantirmos as mesmas condições de pressão e vazão do bico,
teremos uma dispersão satisfatória do agente e consequentemente um combate
eficiente do sinistro. Tendo como base a figura pode-se afirmar que cada bico tem
um poder de cobertura em média de 25 [m³], levando em conta apenas o fluxo de
saída, sem os vórtices e retorno por choque do pó com as superfícies. Com as
dimensões do depósito temos um volume de aproximadamente 165 [m³] de espaço
vazio, se cada bico cobre aproximadamente 25 [m³], para garantir a cobertura do
ambiente necessitamos de 7 bicos. Para ter uma coerência e simetria na rede
definimos a utilização de 8 bicos. A figura 17 apresenta a vista superior do prédio
com as dimensões exatas e a distribuição dos bicos.
60

Figura 17 - Vista superior do prédio com a distribuição dos bicos.


Fonte: Própria.

4.1.2.3 Sensores de Detecção

O fato de líquidos e combustíveis inflamáveis produzirem pouca fumaça


no princípio do incêndio descartou o uso de sensores de fumaça, como a detecção
por sensores de temperatura necessita de uma variação rápida e brusca,
descartamos seu uso afim de garantir a simultaneidade do acionamento com o início
das chamas. O sensor utilizado será o de radiação, pois atua imediatamente no
início de qualquer intensidade de chamas. O detector é considerado um dispositivo
de entrada, detecta a chama e envia um sinal para a central de alarme que utiliza
algoritmos de processamento de sinais, auxiliados por um microprocessador
embutido, para fornecer proteção contínua na presença de fontes de alarme falso e
ambientes com presença de radiação infravermelha. O detector Fire Sentry FF7®
trabalha com uma tensão de 24 Vcc, seu ângulo de cobertura é de 120º cônico e
tem um alcance de 10 [m]. A figura 18 representa a área de atuação dos detectores
referentes à sua disposição no prédio
61

Figura 18 - Atuação dos detectores de radiação.


Fonte: Própria.

4.1.2.4 Central de Alarme

A central de alarme e combate a incêndio, foi estabelecida por critérios


comparativos. Será empregada para o sistema, uma central de combate e alarme
comercial que trabalha com alimentação da rede elétrica e alternativamente sistema
de baterias.

Figura 19 - Fluxo grama de dados


Fonte: Própria

A central de alarme processa os sinais provenientes dos dispositivos de


entrada e converte-os em ações através dos dispositivos de saída (válvulas, sirenes
e iluminação). Junto à central de alarme está atuando um temporizador e um relé,
que controla o tempo de início e fim de atuação das válvulas solenoide induzidas ou
libera os pulsos através dos pressostatos para as válvulas regidas por pulso e
cabeçote temporizador. O número de saídas da central vai determinar quantos
elementos esta pode controlar.
62

Os elementos elétricos para controle bem como as baterias para alimentá-los


ficam próximo ao painel de instrumentos pneumáticos, já a central de gerenciamento
e botoeira de acionamento manual, ficam em local seguro integrada ao sistema por
cabeamento. A central atua com tensão 24Vcc.

4.1.2.5 Reservatório de PQS

Para um ciclo de combate, foi dimensionado uma carga de PQS de 100


[kg], porém para garantia de combate o sistema será calculado para 3 ciclos, sendo
assim os reservatórios de PQS foi dimensionado para uma carga de 300 [kg].
A pressão de trabalho do reservatório de PQS foi estabelecido após a
determinação da pressão necessárias nos bicos, 20 [bar].
Para determinar as dimensões geométricas do reservatório de 300 [Kg],
foi calculado quanto de nitrogênio precisa-se para retirar a carga total de pó de um
extintor de 4[kg]. Esta relação foi encontrada calculando o volume de pó no extintor
pela equação 6 que leva em conta a granulometria do pó, e subtraindo do volume
hidráulico do extintor que é 0,0055 [m³], onde obtemos 0,00133[m³] de volume de
nitrogênio. Com o volume e a pressão do extintor através da equação (4),
encontramos a massa de nitrogênio necessária para retirar a massa de pó.
Para um reservatório que contém 300 [kg] de PQS foi primeiramente
encontrado o volume ocupado pelo pó através da (6), que é 0,16667 [m³] sabendo
que a massa volumétrica do PQS é 1800 [kg/m³].
Pelos dados experimentais adotou-se que o volume de pó corresponde a
três quartos do volume do reservatório, sendo assim o volume do reservatório
encontrado foi de 0,222 [m³]. Este volume corresponde a uma altura de 1,5 [m] e
diâmetro de 0,4 [m], dados estes que foram utilizados para calcular as espessuras
do casco.
Para o dimensionamento estrutural do vaso de pressão, seguiu-se as
especificações do item 2.3.3 deste trabalho. A espessura mínima do casco é
calculada pela equação (7). Este valor é função do raio interno do cilindro que é 0,2
[m], da pressão interna de projeto de 2,5 [MPa], da tensão admissível básica do
material, do coeficiente de eficiência de solda e da sobreespessura para corrosão. A
63

espessura do tampo elíptico do vaso é determinada pela equação (8) que utiliza as
mesmas variáveis.
O material utilizado foi aço-carbono com uma tensão admissível de 108
[MPa], o coeficiente de solda igual a 1 (baseado na tabela UW-12, do código ASME,
seção VIII, Divisão 1) e margem para corrosão e/ou erosão e usinagem de um sexto
da espessura. Através das equações foi encontrado uma espessura de 0,0054 [m]
no cilindro e 0,0055 [m] no tampo, visto o valor mais próximo das chapas comerciais
foi utilizado a chapa de ¼’ que corresponde a 0,00635 [m] de espessura em todo
vaso de pressão.
O pescador, elemento de coleta do reservatório, foi empregado para
garantir que toda a carga de PQS possa ser utilizada, conduzindo o pó para a
válvula de descarga. Como seu ponto de coleta é no ponto inferior do reservatório e
o gás irá ser empregado na parte superior a este ponto, ao escapar causará
turbulência para garantir a dispersão do agente e arrastá-lo.
Os pontos de entrada do nitrogênio no reservatório como apresentado na
figura 20 estão em discordância direcional para causar uma prévia turbulência na
alimentação de nitrogênio que antecede o disparo do agente pó mais nitrogênio.

Figura 20 – Reservatório.
Fonte: Própria
64

4.1.2.6 Válvulas

As válvulas solenoides escolhidas para abertura e fechamento das


tubulações trabalham com indução e pulso.
 V1 é uma válvula solenoide normalmente fechada, de pulso e com
cabeçote temporizador, pressão de operação de 25 [bar], tensão
24Vcc, corpo em latão e diâmetros de entrada e saída de 40 [mm]
 V2 é uma válvula solenoide induzida normalmente fechada,
pressão de operação de 25 [bar], tensão 24Vcc, corpo em latão e
diâmetros de entrada e saída de 10 [mm].
 V3 é uma válvula solenoide de pulso normalmente fechada com
pressão de operação de 25 [bar], tensão de 24Vcc, corpo em latão
e diâmetros de entrada e saída de 10 [mm].
 V4 é uma válvula solenoide induzida normalmente fechada,
pressão de operação de 150 [bar], tensão 24Vcc, corpo em latão e
diâmetros de entrada e saída de 10 [mm].
 V5 é uma válvula solenoide induzida normalmente fechada,
pressão de operação de 25 [bar], tensão 24Vcc, corpo em latão e
diâmetros de entrada e saída de 10 [mm].
 VR1 é uma válvula de regulagem de pressão para gás nitrogênio
utilizada em redes, sua regulagem fica em 150 [bar] para entrada e
20 [bar] para saída, para estas pressões a vazão da válvula fica em
torno de 60 m³/h.
 VRT1 é uma válvula de retenção que rege o fluxo em apenas uma
direção, sua pressão de operação é de 160 [bar] e diâmetro de
10mm.
 VA é uma válvula de alivio de pressão, a mesma está regulada
para 25 [bar].
O funcionamento destes elementos é ilustrado na figura 21 que apresenta
a ação por tempo dos elementos.
65

Figura 21 – Ação dos tempos dos elementos do sistema.


Fonte: Própria

4.1.2.7 Pressostatos

Os pressostatos foram escolhidos para controle gerencial de válvulas,


baseados nas pressões dos locais onde estão presentes. Serão empregados no
reservatório para manter as condições de armazenagem e comandar a abertura da
tubulação de vazão do sistema e no (manifilod), para liberar o cilindro auxiliar de
nitrogênio se necessário.
 P1 é um pressostato de controle por indução que atua em uma faixa de
pressão baixa 0[bar] - 40[bar], tensão de 24Vcc.
 P2 é um pressostato de controle por pulso que atua com pressões >
22[bar], tem tensão 24Vcc
 P3 P2 é um pressostato de controle que atua com pressões > 10[bar], tem
tensão 24Vcc
66

4.1.2.8 Cilindros de Nitrogênio

Para propulsão do agente no sistema foi determinado o emprego de


cilindros de nitrogênio gasoso pressurizados, este gás inerte proporciona ao sistema
a prevenção de oxidação e reações químicas indesejadas em componentes,
insumos e na tubulação. A pressurização indireta é feita para proporcionar maior
capacidade do sistema, se utilizarmos pressurização direta, o vazo de pressão será
muito grande e o sistema ficará perigoso. Outro fator é a possibilidade de gerar um
disparo e reestabelecer as condições naturais do sistema. Ainda a facilidade para
manutenção tendo em vista as proporções do sistema.
Conforme mostrado no item 4.1.2.5 o volume de nitrogênio do
reservatório de PQS encontrado foi de 0,222 [m³] a uma pressão de 2 [MPa].
Utilizando a equação (5) foi possível determinar o volume de nitrogênio no cilindro, a
uma pressão de 15 [MPa] que é a pressão fornecida.

V=0,0074 [m³] = 7,4 [L]

O sistema de controle e coleta dos cilindros de nitrogênio (manifold), será


construído atendendo a norma NBR 14570 (Instalações Internas para uso
Alternativo dos gases GN e GLP- projeto e execução).

4.1.2.9 Tubulação

Para dimensionar a tubulação foram necessárias determinar as seguintes


variáveis:
Volume corrente (vazão);
• Comprimento da rede;
• Queda de pressão admissível;
• Pressão de trabalho;
• Número de pontos de estrangulamento na rede.
Para encontrar a vazão do sistema, foi utilizada a vazão do bico supressor
que foi estabelecida experimentalmente e descritas no item 4.1.2.2. Sabendo que a
67

vazão mássica do bico de supressão é de 0,4 [kg/s], foi possível encontrar um tempo
de 31,25 [s] de vazão para um sistema com 100 [kg] através da equação (9).

100 [𝐾𝑔]
𝑡= = 250 [𝑠]
𝑘𝑔
0,4 [ 𝑠 ]

250 [𝑠]
𝑡= = 31,25 [𝑠]
8 𝑏𝑖𝑐𝑜𝑠

Através do volume de 𝑁2 contido no reservatório a uma pressão de 2


[MPa] apresentado no item 4.1.2.5, foi possível estabelecer o volume à pressão
atmosférica conforme a equação (5). Através desse volume foi encontrado a vazão
de nitrogênio do sistema, conforme a equação (10)

𝑉2 = 0,274 [𝑚3 ]

𝑄 =0,008768 [m³/s]

O comprimento da rede foi encontrado através da disponibilidade


geométrica do prédio de instalação do sistema, tendo um comprimento total de 34,5
[m]. A queda de pressão admitida foi de 0,1 [bar], considerando o melhor
funcionamento do sistema, tendo uma pressão de trabalho de 2 [MPa] ou 20 [bar].
Quanto ao número de pontos de estrangulamento, podem ser vistos no
projeto representativo, e são eles: 1 válvula, 15 tês e 6 curvas.
Para um primeiro dimensionamento através do nomograma figura 14, foi
encontrado um diâmetro interno de ¾’ [mm] como apresentado na figura 22.
68

Figura 22: Nomograma com apresentação da tubulação.


Fonte: Modificada de Dimensionamento de Redes de Ar Comprimido.

Através desse diâmetro interno inicial foi possível calcular o comprimento


equivalente dos acessórios utilizados vistos na tabela 6, e o comprimento total do
sistema então passa a ser 56,9 [m]. A partir desse comprimento foi encontrado então
o diâmetro interno de 1’.

Tabela 6 - Comprimento equivalente para tubulação ¾’.


Quantidade Componentes Comprimento Equivalente [m] Comprimento total [m]
1 Válvula 0,20 0,20
15 Tê 1,20 18
6 Curva 90º 0,70 4,2
Fonte: Dimensionamento de Redes de Ar Comprimido.
69

Figura 23: Desenho representativo da tubulação do sistema.


Fonte: Própria

4.2 DESCRIÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO PROTÓTIPO PROPOSTO


(PROJETO)

4.2.1 Detecção

A detecção do incêndio é feita pela leitura de um sensor de chamas no


ambiente de armazenamento dos combustíveis. Os detectores irão captar a
presença da chama e enviar o comando para a C.A.C. (Central de Alarme e
Combate).

4.2.2 Acionamento

O sistema é automático por possuir acionamento espontâneo após a


detecção de chama, porém também possui acionamento manual em uma botoeira
localizada em local seguro. Este acionamento, manual ou automático, é controlado
pela C.A.C., essa além de receber o comando e gerenciar a abertura das válvulas
70

do sistema, ainda dispara um alarme sonoro e luminoso de emergência durante o


disparo do sinistro que tem início no ato da leitura do incêndio.

4.2.3 Válvulas

O gerenciamento das válvulas é feito pela central de alarme e combate a


incêndio, que ao receber leitura de sinistro dos detectores da início aos comandos
para o disparo do sistema.
O esquema de funcionamento do ciclo de comandos das válvulas é
apresentado na figura 24, onde estão apresentadas a ações no tempo.
 O primeiro comando acontece no ato da detecção no instante zero, é
acionado o alarme sonoro e luminoso, esta ação tem uma duração de
três segundos.
 No instante três segundos, a C.A.C energiza a V2 e aciona o
temporizador para cinco segundos. Com V2 liberada ocorre a vazão do
nitrogênio pela tubulação (by-pass) para efetuar a limpeza da tubulação
durante cinco segundos.
 No instante sete segundos, o temporizador da V2 corta a energia do
solenoide, fechando a válvula e consequentemente a tubulação (by-
pass). Neste mesmo instante, sete segundos, a C.A.C libera um pulso
para abrir a V3. Inicia-se o abastecimento de nitrogênio no reservatório
de PQS, este tempo depende das pressões dos cilindros de nitrogênio
que influencia a vazão da válvula, porém os cálculos apresentam um
tempo de três segundos para uma pressão máxima de operação da
válvula. O tempo de vazão da válvula não influencia o resto do
processo, pois esta será fechada por pulso magnético liberado pelo
pressostato do reservatório regulado a 22[bar], pressão de operação do
disparo.
 O instante dez (quando o reservatório atingir 22[bar]), o pressostato
libera um pulso para o fechamento da V3 cortando o fornecimento de
nitrogênio. O mesmo pressostato no mesmo instante
(aproximadamente dez segundos), pulsa a V1 abrindo a válvula de
descarga do sistema e dando vazão ao nitrogênio mais PQS, que por
71

diferença de pressão escapam pela tubulação e são descarregados de


forma cônica densa pelos bicos. A V1 trabalha com cabeçote
temporizado regulado para 32 segundos.
 No instante quarenta e dois segundos, o temporizador fecha V1
cortando o fluxo de nitrogênio mais PQS pela tubulação. Um intervalo
de aproximadamente dezoito segundos passa para que se houver mais
tempo devido à uma possível baixa vazão da VR1, a tubulação (by-
pass) de limpeza não confronte.
 Após cinquenta e sete segundos do fechamento de V2, no instante
sessenta segundos, V2 recebe uma realimentação abrindo o (by-pass)
do nitrogênio durante dez segundos para realizar a limpeza da
tubulação do sistema.
 No instante setenta segundos, a alimentação de V3 é cortada
finalizando a limpeza da tubulação, encerrando o ciclo de combate e
rearmando o sistema.
 V5 será sempre acionada por P3 que está regulado a 10[bar] quando a
pressão do sistema baixar, para manter condições necessárias para a
não compactação do PQS
72

DESCRITIVO DE TEMPO X AÇÕES


Instante Intervalo Ações
0[s] Detecção / Acionamento Alarme
Disparo de sinal para alimentação do
3s dispositivo alarme de som e luz
3[s] Abertura V2
Acionamento do (by-pass ) para limpeza
da tubulação por 5 segundos apenas com
5s
nitrogênio
7[s] Fechamento V2 / Abertura V3

3s Abertura V3 por pulso magnético

10[s] Fechamento V3 / Abertura V1


Fechamento da válvula V3 por
32s pressostato, e Abertura da V1 para
liberação do PQS para a tubulação
42[s] Fechamento V1
Fechamento da V1 e fim da supressão do
18s
PQS
60[s] Abertura V2
10s Abertura da V2 para limpeza da
tubulação
70[s] Fechamento V3 / Sistema Rearmado
Figura 24. Funcionamento do ciclo de comandos das válvulas
Fonte: Própria.

4.2.5 Controle dos cilindros de nitrogênio

Os cilindros de nitrogênio são gerenciados mecanicamente para que


sejam usados um por vez e possibilitando o uso de quantos cilindros forem
necessários. Os cilindros estão conectados a tubulação do sistema sequencialmente
e cada um independentemente por uma mangueira de pressão.
 C1 está sempre aberto, alimentando diretamente o sistema. Na
tubulação antes de RT1 existe um pressostato P1 regulado para
acionar com pressões abaixo de 40[bar] (pressão mínima para o
funcionamento da VR1), se a pressão baixar deste nível, o pressostato
aciona V4 que abre e libera o gás de C2 para alimentar VR1. RT1
impede que o gás volte para C1.
73

 As válvulas VG servem para realizar a manutenção dos reservatórios.

4.3 DESENHO REPRESENTATIVO DO PROTÓTIPO DO SISTEMA

Foi criada uma representação sólida do aparato, que incluí todos os


elementos envolvidos no funcionamento em conjunto e alocados no prédio com
dimensões aproximadas. O apêndice B apresenta a vista isométrica. A figura 25
apresenta a vista frontal prédio com o sistema.

Figura 25 – Vista frontal do prédio com o sistema.


Fonte: Própria

A figura 26 apresenta a vista lateral esquerda, ela contempla a vista


frontal do conjunto de acionamento do sistema.
74

Figura 26 - Vista lateral esquerda


Fonte: Própria
75

5 CONCLUSÕES

Ao fim deste trabalho, pode-se afirmar que o sistema de combate a


incêndio fixo e automático pode ser construído, propor perante fundamentação
teórica e conhecimento técnico que os mecanismos terão o devido funcionamento e
garantir que estes são possíveis de se empregar.
O dimensionamento do sistema para o depósito de combustíveis do
DAMEC, apresentou a carga de incêndio e o ciclo de combate que devemos aplicar
para sessar o sinistro. Para garantia do combate, pode-se dobrar a capacidade do
reservatório e do gás propelente afim de proporcionar um novo disparo, pois o
sistema compete o rearme após o fim do ciclo estabelecido. Para uma nova
demanda seja esta qual for, segue-se a mesma metodologia para determinar o ciclo
mínimo para cessar o sinistro e após isto pode-se determinar quantos ciclos serão
necessários para estabelecer o sistema.
Ainda não foram encontrados sistemas patenteados com as mesmas
funcionalidades e aplicações, a intenção futura é patentear o sistema afim de
desenvolve-lo com mais aprofundamento. Como sugestão para futuros trabalhos,
ficam abertos os temas de detalhamento elétrico, detalhamento construtivo
normativo para certificação e aperfeiçoamento de estratégias de segurança para o
sistema.
O trabalho atingiu seu maior objetivo, conceber um sistema fixo
automático para combate a incêndios em líquidos e combustíveis inflamáveis com o
emprego de agente extintor pó químico, que possa ser utilizado em demandas
diferentes.
76

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Janeiro,2013.

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de segurança. Rio de Janeiro, 2005.

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BRENTANO, Telmo. Instalações Hidráulicas de Combate a Incêndios nas


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carter 1998
scie
ribeiro
79

Apêndice A

Tabela A.1 - Acessórios Do Sistema


(Continua)
MODELO
Classes Cód. Descrição Requisitos Especificações SUJESTIVO
Cilindro 7L - 150 bar -
Cilindros de
(O cilindro deve atender
C1 Nitrogênio
Cilindros 7,4 [L] a pressão mínima da _
Cilindros de VR1 até o reservatório
C2 Nitrogênio estar cheio)
JEFERSON
série 1342 e
Válvula solenoide de
V1 25[bar] 1.1/2" 25 [bar] - 1.1/2" DC24V cabeçote
pulso ou temporizador
magnético de
pulso 1370
Válvula solenoide 25[bar] abertura
25 [bar] - 1/2 DC24V
V2 temporizador lenta
JEFERSON
25 [bar] - 1/2 DC24V e série 1342 e
Válvula solenoide de 25[bar] abertura
V3 cabeçote magnético de cabeçote
pulso lenta
pulso magnético de
Válvulas pulso 1370
150[bar] abertura 160 [bar] pilotada Série YSE
V4 Válvula solenoide
lenta DC24V (China)
25[bar] abertura Série YSE
V5 Válvula solenoide 25 [bar] pilotada DC24V
lenta (China)
PeMax - 230[bar] Mano-
Válvula de regulagem Pe-150[bar]/Ps- 315[bar] PsMax - 40[bar] WALDCUT
VR1
de pressão 20[bar] Mano - 60[bar] Pcrítica - RAPN 70
40[bar] Q - 60 [m3/h]
150[bar] fluxo 1035 [bar] fluxo SAMI
VRT1 Válvula de retenção unidirecional undirecional CV4MFB15
VA Válvula de alivio PMTA 25[bar] PMTA 25[bar] -
P min = 40 ->
Pressostato de pressão mínima Pmin 40[bar] - Pmáx
P1 -
controle que a válvula de 150[bar] 24Vcc
controle requer
Pressostato
Pressostato de Pressão ação >
P2 controle 210 [bar] Pressão ação > 210 [bar] -
Pressostato de Pressão ação < 10
P3 controle [bar] Pressão ação < 10 [bar] -
Registro globo
RT1 Registro de topo Registro 150 [bar] P.operação 150[bar] -
Registro globo
RT2 Registro de topo Registro 150 [bar] P.operação 150[bar] -
Registro Registro globo
R1 abertura/fechamento Registro 150 [bar] P.operação 150[bar] -
Registro
Registro Registro globo
R2 abertura/fechamento Registro 150 [bar] P.operação 150[bar] -
Registro Registro globo
R3 abertura/fechamento Registro 150 [bar] P.operação 150[bar] -
Registro Registro globo
R4 abertura/fechamento Registro 150 [bar] P.operação 150[bar] -
80

Tabela A.1 - Acessórios Do Sistema


(conclusão)
MODELO
Classes Cód. Descrição Requisitos Especificações SUJESTIVO
Tubulação nitrogênio 3/8" 10[mm]; Aço 3/8" 10[mm]; Aço
N2 (Manifold) carbono carbono -
Tubulação
Tubulação 1" 25[mm]; Aço
N2+PQS distribuição do pó carbono 1" 25[mm]; Aço carbono -
81

Apêndice B
82

Anexo A

Tabela A.1 - Valores do Potencial Calorífico Específico (Hi) (Continua)

Tipo de material H (MJ/Kg)


Acetona 30
Acrilico 28
Algodão 18
Benzeno 40
Borrachas (espumas 37
Borrachas (tiras) 32
Celulose 16
C-hexano 43
Couro 19
D-glucose 15
Epóxi 34
Etano 47
Etanol 26
Eteno 50
Etino 48
Fibra sintética 6,6 29
Grãos 17
graxas, lubrificantes 41
Lã 23
Lixo de cozinha 18
Madeira 19
Metano 50
Metanos 19
Monóxido de carbono 10
N-butano 45
N-octano 44
N-pentano 45
Palha 16
Papel 17
Petróleo 41
Poliacrilonitrico 30
Policarbonato 29
Poliéster 31
Poliestireno 39
Polietireno 44
Polimetilmetacrilico 24
Polioximetileno 15
Polipropeno 43
Poliuretano 23
16
Polivinilclorido
83

Tabela A.1 - Valores do Potencial Calorífico Específico (Hi)


(conclusão)
Tipo de material H (MJ/Kg)
Propano 46
PVC 17
Resina melamínica 28
Seda 19
84

Anexo B

Tabela B.1 - Capacidade extintora equivalente

Extintos portátil Extintor sobre rodas


Agente extintor Capacidade extintora Capacidade extintora
Carga equivalente Carga equivalente

Água 10L 2A 75 L 10A


150L 20A

Espuma mecânica 09L 2A: 10B

10 5B
4Kg 2B 25 10B
Gás carbônico (CO2)
6Kg 2B 30 10B
50 10B

1 2B
2 2B 20Kg 20B
Pó a base de 3 10B 50Kg 30B
bicarbonato de sódio 4 10B 100Kg 40B
8 10B
12 20B

1 2
2 5
Hidrocarbonetos
2 10
halogenados
5 10
4

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