Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Equipe editorial
Paula R. Ballesteros (Coordenadora)
Sandra Araneda
Desenho de capa
Original - Fanny Romero y Eduardo Argañaras
Adaptação – Carolina Pilar Mardones Piñones
Diagramação e Impressão:
Gráfica LOM
Distribução gratuita.
DESAFIANDO A INQUISIÇÃO:
Volume III
DESAFIANDO A INQUISIÇÃO:
Ideias e propostas para a reforma processual penal no
Brasil
Volume III
Diretor
Leonel González Postigo
Coordenadora
Paula R. Ballesteros
Autoras e autores
Ana Carolina Filippon Stein
Brunna Laporte Cazabonnet
Bruno Cunha Souza
Danielle Nogueira Mota Comar
Diana Furtado Caldas
Gabriel Bulhões
Izabella Drumond Matosinhos
Lidiane Maurício dos Reis
Luiz Eduardo Cani
Maia Gelman Amaral
Paulo Silas Taporosky Filho
Pedro da Gama Lobo Lorens
Pedro Roney Dias Ribeiro
Rodrigo Oliveira de Camargo
Terezinha A. de Albuquerque Gomes
SUMĀRIO
CAPÍTULO 1.
REORGANIZAÇĀO DAS INSTITUIÇÕES DA JUSTIÇA PENAL
CAPÍTULO 2.
NOVAS FERRAMENTAS PARA A GESTĀO DA CONFLITIVIDADE
7
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
CAPÍTULO 3.
IMPACTO DA ORALIDADE E MUDANÇA CULTURAL
8
APRESENTAÇĀO
9
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
Leonel González
Diretor de Capacitação de CEJA
10
CHE COS’È METTERE IL
PUBBLICO MINISTERO AL
SUO POSTO – ED ANCHE IL
GIUDICE? RIFLESSIONI SU UNA
MENTALITÀ ACCUSATORIA58
Luiz Eduardo Cani59
INTRODUÇÃO
58 Este artigo tem como ponto de partida um aspecto não explorado em dois textos. O
primeiro, Mettere il Pubblico Ministero al suo posto, de Francesco Carnelutti. O segun-
do, Mettere il Pubblico Ministero al suo posto – ed anche il Giudice, de Jacinto Nelson
de Miranda Coutinho. Daí o título deste texto, cuja tradução livre é: O que é meter o
ministério público no seu lugar – e também o juiz? Reflexões sobre uma mentalidade
acusatória.
59 Graduado em Direito pela Universidade Regional de Blumenau (2013), especialista
em Direito Penal e Criminologia pelo Instituto de Criminologia e Política Criminal
(2015), pós-graduando em Direito Penal Econômico e Europeu pela Universidade
de Coimbra em convênio com o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (2018-
2019) e mestrando em Desenvolvimento Regional pela Universidade do Contestado
(2017-2019), bolsista do Programa de Bolsas Universitárias do Estado de Santa Cata-
rina - UNIEDU. Professor na Universidade do Contestado, campi Mafra e Canoinhas,
pesquisador no Grupo de Pesquisa em Direito Penal da Universidade Regional de
Blumenau e no Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Ciências Humanas da Univer-
sidade do Contestado, escritor da coluna Campo de Concentração no portal jurídico
Sala de Aula Criminal, diretor executivo na Revista Profanações, advogado e consultor
jurídico. E-mail: <luizeduardocani@gmail.com>.
60 Professor na Universidade do Contestado (Campus Canoinhas/SC). Advogado. Mes-
trando em Direito - UNINTER. Especialista em Ciências Penais (2014), em Direito
Processual Penal (2016) e em Filosofia (2016). Graduado em Direito pela FANEESP
(2012). Membro Efetivo da Rede Brasileira de Direito e Literatura. Membro da Co-
missão de Prerrogativas da OAB/PR. Pesquisador do “Núcleo de Estudos Criminais”
(UFPR), do Grupo de estudos “Jurisdição Constitucional Comparada: método, modelos
e diálogos” (UNINTER) e do Grupo de Pesquisa “Recortes da relação entre Judiciário,
Executivo e Legislativo na perspectiva penal: a conformação do poder punitivo diante
da complexa interação entre poderes” (UNINTER). E-mail: <paulosilasfilho@hotmail.
com>.
155
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
156
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
157
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
158
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
159
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
160
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
São todas hipóteses legais em que, além de afastar a ideia de uma dinâ-
mica processual adequada dentro de um sistema acusatório, evidenciam
que há algo por trás, algo que está envolto à própria pessoa que repre-
senta o papel do juiz no caso concreto, um alguém que pensa a partir
de toda a sua subjetividade e acaba condicionando o processo a partir
de sua forma de pensar, forma essa que é influenciada (ou também influ-
ência) pelas disposições legais que permitem um agir situado no âmbito
de uma lógica inquisitória. Não estando o juiz ciente desse risco que o
poder do cargo, os fatores sociais que o rondam e as normas possibilitam,
temos o grande risco de passar a atuar segundo a lógica de uma mentali-
dade inquisitória que ali se instaura.
161
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
162
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
Deste modo, aponta-se para o fato de que é sobre os atores que deve
ocorrer uma profunda mudança. Nesse sentido, Camilin de Poli pontua
que “não basta mudar a lei. É necessário mudar a racionalidade. É preci-
so mudar a mentalidade dos operadores do direito, dos legisladores, bem
como de todos os envolvidos, a fim de se criar uma cultura de respeito
aos direitos individuais, isto é, uma cultura de respeito à cidadania” (Poli,
2017, p. 108-109).
163
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
Não deve ser permitido que se abra margem para esse tipo de situação.
Os dispositivos do Código de Processo Penal brasileiro devem ser filtra-
dos a partir de um exercício de hermenêutica constitucional. Há amparo
jurídico e legal para tanto. Porém, optam os juízes, atores jurídicos res-
ponsáveis pela realização desse filtro, por se quedarem inertes, manten-
do-se o trágico estado atual das coisas no processo penal brasileiro: a
mentalidade inquisitória reinante.
65 Em 2018 o CEJA realizou um novo percurso formativo acerca dos sistemas acusatórios,
voltado aos brasileiros, único país do continente americano cujo sistema processual
ainda segue inquisitório (González Postigo, 2017, p. 15-35). Iniciamos a formação no
Programa brasileiro sobre reforma processual penal na edição de Curitiba, nos dias 23
a 26 de abril de 2018, no qual participamos de aulas comparativas entre o processo
penal brasileiro e o sistema acusatório, bem como participamos de audiências simu-
ladas em um modelo acusatório de processo. Esse curso foi complementado por uma
etapa internacional, realizada em Santiago, no Chile, de 25 a 28 de setembro de 2018,
no qual participamos de aulas sobre a elaboração, a implantação e as características
centrais do Código Procesal Penal do Chile, Lei nº 19.696, de 12 de outubro de 2000.
Além das aulas teóricas com professores vinculados ao CEJA, participamos de visitas
guiadas ao Poder Judicial, à Fiscalía e à Defensoria Penal Pública, bem como acom-
panhamos audiências no Centro de Justicia de Santiago.
66 Artículo 140.- Requisitos para ordenar la prisión preventiva. Una vez formalizada la
investigación, el tribunal, a petición del Ministerio Público o del querellante, podrá
164
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
decretar la prisión preventiva del imputado siempre que el solicitante acreditare que
se cumplen los siguientes requisitos:
a) Que existen antecedentes que justificaren la existencia del delito que se investigare;
b) Que existen antecedentes que permitieren presumir fundadamente que el imputado
ha tenido participación en el delito como autor, cómplice o encubridor, y
c) Que existen antecedentes calificados que permitieren al tribunal considerar que la
prisión preventiva es indispensable para el éxito de diligencias precisas y determinadas
de la investigación, o que la libertad del imputado es peligrosa para la seguridad de
la sociedad o del ofendido, o que existe peligro de que el imputado se dé a la fuga,
conforme a las disposiciones de los incisos siguientes.
Se entenderá especialmente que la prisión preventiva es indispensable para el éxito
de la investigación cuando existiere sospecha grave y fundada de que el imputado
pudiere obstaculizar la investigación mediante la destrucción, modificación, oculta-
ción o falsificación de elementos de prueba; o cuando pudiere inducir a coimputados,
testigos, peritos o terceros para que informen falsamente o se comporten de manera
desleal o reticente.
Para estimar si la libertad del imputado resulta o no peligrosa para la seguridad de la
sociedad, el tribunal deberá considerar especialmente alguna de las siguientes cir-
cunstancias: la gravedad de la pena asignada al delito; el número de delitos que se le
imputare y el carácter de los mismos; la existencia de procesos pendientes, y el hecho
de haber actuado en grupo o pandilla.
Se entenderá especialmente que la libertad del imputado constituye un peligro para
la seguridad de la sociedad, cuando los delitos imputados tengan asignada pena de
crimen en la ley que los consagra; cuando el imputado hubiere sido condenado con
anterioridad por delito al que la ley señale igual o mayor pena, sea que la hubiere
cumplido efectivamente o no; cuando se encontrare sujeto a alguna medida cautelar
personal como orden de detención judicial pendiente u otras, en libertad condicional
o gozando de alguno de los beneficios alternativos a la ejecución de las penas privati-
vas o restrictivas de libertad contemplados en la ley.
Se entenderá que la seguridad del ofendido se encuentra en peligro por la libertad del
imputado cuando existieren antecedentes calificados que permitieren presumir que
éste realizará atentados en contra de aquél, o en contra de su familia o de sus bienes.
Para efectos del inciso cuarto, sólo se considerarán aquellas órdenes de detención pen-
dientes que se hayan emitido para concurrir ante un tribunal, en calidad de imputado.
NOTA
La letra b) del Artículo 3 de la Ley 20603, publicada el 27.06.2012, modifica el pre-
sente artículo en el sentido de reemplazar en el inciso cuarto, la oración ’gozando
de alguno de los beneficios alternativos a la ejecución de las penas alternativas o
restrictivas de libertad contemplados en la ley’ por lo siguiente: ’cumpliendo alguna
de las penas sustitutivas a la ejecución de las penas privativas o restrictivas de libertad
contempladas en la ley’, pero dicha modificación no fue posible hacerla debido a una
inconsistencia en el texto.
67 Artículo 229.- Concepto de la formalización de la investigación. La formalización de
la investigación es la comunicación que el fiscal efectúa al imputado, en presencia
del juez de garantía, de que desarrolla actualmente una investigación en su contra
respecto de uno o más delitos determinados.
Artículo 230.- Oportunidad de la formalización de la investigación. El fiscal podrá
formalizar la investigación cuando considerare oportuno formalizar el procedimiento
por medio de la intervención judicial.
165
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
166
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
Alguns aspectos intrigantes para quem, como nós, opera no sistema ju-
dicial brasileiro foram o distanciamento completo dos juízes em relação
aos interesses nos casos e uma aproximação total em relação às infor-
mações sobre os casos, a excelência dos trabalhos de policiais, fiscais e
defensores, o respeito a todos os envolvidos, sobretudo aos arguidos, a
estética das salas de audiências e a simplicidade com a qual são realiza-
das as audiências.
167
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
CONSIDERAÇÕES FINAIS
168
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
169
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
REFERÊNCIAS
170
Desafiando a Inquisição: Ideias e propostas para a Reforma Processual Penal no Brasil
171