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8º ENCONTRO LUSO-BRASILEIRO DE
HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
– 8º ELBHM –
CADERNO DE RESUMOS
iii
iv
COMISSÃO ORGANIZADORA LOCAL
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) - Foz do Iguaçu - Paraná - Brasil
Dr. José Ricardo Souza (UNIOESTE)
Dra. Kelly Roberta Mazzutti Lübeck (UNIOESTE)
Dr. Luciano Panek (UNIOESTE)
Dr. Marcos Lübeck (UNIOESTE) - Coordenador Local
Dra. Nayene Michele Paião Panek (UNIOESTE)
Dra. Renata Camacho Bezerra (UNIOESTE)
Me. Vanessa Lucena Camargo de Almeida Klaus (UNIOESTE)
ORGANIZAÇÃO
Sociedade Brasileira de História da Matemática (SBHMat)
Seminário Nacional de História da Matemática/Sociedade Portuguesa de Matemática
(SNHM/SPM)
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)
Curso de Licenciatura em Matemática da UNIOESTE do campus de Foz do Iguaçu
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................1
PROGRAMAÇÃO.......................................................................................................................................2
CONFERÊNCIAS .......................................................................................................................................3
HISTÓRIA PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA: QUAL HISTÓRIA E QUE PESQUISA? FORMATO PAI
OU CIÊNCIA FILHA? .....................................................................................................................................5
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ALTURAS INACESSÍVEIS: UMA ANÁLISE HISTÓRICA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE MATEMÁTICA..23
vii
FRANCISCO ANTONIO LACAZ NETTO (1911-1991): BREVE BIOGRAFIA E PRODUÇÃO
BIBLIOGRÁFICA..........................................................................................................................................47
UM ESTUDO INICIAL DA OBRA CHRONOGRAPHIA, REPORTORIO DOS TEMPOS... (1603), DE
MANOEL DE FIGUEIREDO E O INSTRUMENTO BALHESTILHA.............................................................70
UM ESTUDO PRELIMINAR DA OBRA VIA REGIA AD GEOMETRIAM (1636) DE PETRUS RAMUS ......71
A RECEPÇÃO DA TEORIA GERAL DAS SUPERFÍCIES DE GAUSS NA FRANÇA DO SÉCULO XIX ....80
ÁLGEBRA ISLÂMICA MEDIEVAL: CONCEITOS ALGÉBRICOS VS CONCEITOS GEOMÉTRICOS EM
SHARAF AL-DIN AL-TŪSĪ (C.1135-C.1213) ...............................................................................................94
AS BARRAS DE NAPIER E A OBRA RABDOLOGIAE SEU NUMERATIONIS PER VIRGULAS ..., (1617),
UM ENFOQUE CONTEXTUAL HISTÓRICO .............................................................................................110
MALBA TAHAN E O ALGEBRISMO: UMA ANÁLISE NA REVISTA AL-KARISMI (1946 – 1951) ............117
O ÁBACO DE GERBERT E O TEXTO HISTÓRICO RÉGULA DE ABACO COMPUTI (976 D.C.) COMO
RECURSOS DIDÁTICOS NA ARTICULAÇÃO ENTRE A HISTÓRIA E O ENSINO DA MATEMÁTICA ..119
SOBRE A NOÇÃO DE FUNCIONALIDADE NOS PERÍODOS DA ANTIGUIDADE, IDADE MÉDIA E
IDADE MODERNA: USO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA E DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E
DA COMUNICAÇÃO NO ENSINO DE FUNÇÃO, PARA ALUNOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA .................122
PÔSTERES .............................................................................................................................................124
HISTÓRIA DA MATEMÁTICA NOS LIVROS DIDÁTICOS DOS SEXTOS ANOS: UM OLHAR PARA O
PNDL 2014.................................................................................................................................................144
LINHA DO TEMPO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA: UMA EXPERIÊNCIA NUMA ESCOLA VIVA ......146
xi
MALBA TAHAN: RELAÇÕES ENTRE HISTÓRIA E O ENSINO ...............................................................147
O LIVRO “HISTÓRIA DOS PESOS E MEDIDAS” COMO REFERÊNCIA PARA AULAS DE GEOMETRIA
...................................................................................................................................................................149
O TEOREMA DE EULER...........................................................................................................................152
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8º Encontro Luso-Brasileiro de História da Matemática - ELBHM
Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE
13 a 16 agosto de 2018 – Foz do Iguaçu/Paraná/Brasil
APRESENTAÇÃO
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13 a 16 agosto de 2018 – Foz do Iguaçu/Paraná/Brasil
PROGRAMAÇÃO
Este evento acontece nas dependências do CECE/PTI, no Auditório César Lattes, nas
Salas Florestan 1, 2 e 3, e nas Salas de Aula do Curso de Licenciatura em Matemática da
UNIOESTE, nos dias 13, 14, 15 e 16 de agosto de 2018, promovendo conferências plenárias,
comunicações orais e apresentações de pôsteres, bem como apresentações artístico-culturais.
Solenidade de Abertura:
Diretor Geral da UNIOESTE do campus de Foz do Iguaçu
Diretor do Centro de Engenharias e Ciências Exatas
Diretor do Parque Tecnológico Itaipu
Presidentes da SBHMat e do SNHM/SPM
Coordenadores Científicos do Evento
Coordenador Local do Evento
Conferência de Abertura:
Dr. Iran Abreu Mendes - UFPA - Brasil
Conferências Plenárias:
Dr. António José Duarte Costa Canas - Escola Naval - Portugal
Dr. José Francisco da Silva Costa Rodrigues - Universidade de Lisboa - Portugal
Dr. Fábio Maia Bertato - UNICAMP - Brasil
Dra. Rosilda dos Santos Morais - UNIFESP - Brasil
Conferência de Encerramento:
Dr. Luís Manuel Ribeiro Saraiva - Universidade de Lisboa - Portugal
Simpósios Temáticos:
1. História do Ensino/Educação Matemática.
Organizadores: Dr. Wagner Rodrigues Valente (UNIFESP) e Dra. Mária Cristina Ribeiro correia
de Almeida (UIED-FCT-UNL)
2. História da Matemática no Brasil.
Organizadores: Dr. Sergio Roberto Nobre (UNESP) e Dr. Marcos Vieira Teixeira (UNESP)
3. As Matemáticas e as Ciências Afins na Construção dos Territórios Nacionais: atores,
instituições e territórios.
Organizadores: Dr. Fernando José Bandeira de Figueiredo (Universidade de Coimbra) e
Dr. Tomás Augusto Santoro Haddad (USP)
4. História das Matemáticas nos séculos XVI e XVII.
Organizadores: Dr. Gert Felix Schubring (UFRJ) e Dr. Fumikazu Saito (PUC-SP)
5. História da Matemática nos séculos XVIII a XX.
Organizadores: Dr. João Manuel Caramalho de Melo Domingues (Universidade do Minho) e
Dr. Carlos Roberto de Moraes (UNIARARAS)
6. História e Epistemologia da Matemática.
Organizadoras: Dra. Lígia Arantes Sad (IFES) e Dra. Bernadete Morey (UFRN)
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CONFERÊNCIAS
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A EMERGÊNCIA DE EXPERTS EM EDUCAÇÃO E A PRODUÇÃO DE SABERES
PEDAGÓGICOS
Uma conferência sobre História do Ensino de Matemática não tem como propósito abarcar a
complexidade de um tema tão amplo. Assim, o que se pretende é contar uma história do
ensino de Matemática e reconhece-se que há muitas outras a serem contadas... La mise en
scène desta conferência serão os experts em educação, sujeitos que no final do século XIX e,
sobretudo, no curso do século XX se dedicaram com zelo, de maneira sistemática, sobre uma
base de saberes da profissão docente por ela mesma, em outras palavras, inspetores,
professores do ensino primário e do ensino secundário, diretores de escola os quais
constituíram-se em experts em razão de sua expertise profissional, a saber, por conhecerem o
ofício docente, por nele se destacarem e serem legitimados (HOFSTETTER et al. 2013). Esses
sujeitos sistematizaram saberes, saberes objetivados, que ditaram modelos de formação
docente ao longo do tempo, ou seja, foram os responsáveis pela produção de novos saberes
no campo pedagógico, por construírem um campo disciplinar especifico para a educação e
onde se institucionalizará progressivamente uma expertise neste campo (HOFSTETTER et al
2013). É objetivo desta conferência problematizar o processo de institucionalização da
expertise, do especialista em educação, no Brasil, pois se acredita que seja possível construir
uma sistematização de saberes com vistas a conceituar o seu papel nas profissões do ensino e
da formação (VALENTE et al. 2017). Isso posto, interroga-se sobre “Que papel
especificamente tiveram os experts na elaboração dos saberes profissionais do professor que
ensina matemática?”.
Referências
HOFSTETTER et al. Pénétrer dans la vérité de l’école pur la juger pièces em main. L’irrésistible
institucionnalisation de l’expertise dans le champ pédagogique (XIXe-XXe siècles). In:
BORGEAUD, P. et al (orgs). La Fabrique des savoirs. Figures et pratiques d’experts. George
editeurs. 2013.
VALENTE, W. R. et al. A Matemática na Formação de Professores e no Ensino: processos
e dinâmicas de produção de um saber profissional, 1890-1990. Projeto Temático. Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). 2017-2022.
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HISTÓRIA PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA: QUAL HISTÓRIA E QUE PESQUISA?
FORMATO PAI OU CIÊNCIA FILHA?
Referências
BOULEAU, Nicolas. La règle, le compas et le divan: plaisirs et passions mathématiques.
Paris: èditions du Seil, 2002.
CAVEING, Maurice. Le problème des objets dans la pensée mathématique. Paris: Librairie
Philosophique J. Vrin, 2004.
SERRES, Michel. Ramos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.
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INSTRUMENTOS PROPOSTOS POR PEDRO NUNES
Nas várias obras que publicou, Pedro Nunes sugeriu diversos instrumentos, para serem
usados pelos homens do mar, no seu quotidiano. Nalguns casos, trata-se de instrumentos
novos, noutros casos, são simplesmente adaptações feitas em instrumentos existentes, com o
objetivo de melhorar o rigor das observações, como é o caso do nónio. Nesta apresentação,
começaremos por indicar os diferentes instrumentos que Pedro Nunes sugeriu, descrevendo
muito sucintamente cada um deles. Seguidamente, centraremos a nossa atenção nos
chamados «instrumentos de sombras». Pedro Nunes propôs dois instrumentos distintos, cujo
funcionamento se baseava na observação da sombra, provocada pela incidência do Sol sobre
uma parte do instrumento. O primeiro desses instrumentos servia para determinar a direção do
Sol, necessária para alguns dos procedimentos de cálculo que Pedro Nunes sugeriu. Quanto
ao outro instrumento de sombras, servia para medir a altura do Sol. Embora os dois
instrumentos de sombras sejam diferentes um do outro, diversos autores contemporâneos
confundem-nos. Explicaremos as diferenças entre ambos, para esclarecer as confusões que
por vezes surgem na literatura. Finalmente, será apresentado, com maior detalhe, o
instrumento destinado a medir a altura do Sol, que geralmente é conhecido como «instrumento
jacente no plano», para o distinguir do outro instrumento de sombras. Este «instrumento
jacente no plano» é apresentado em várias versões, sendo explicadas das diferenças entre
elas.
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JOSÉ ANASTÁCIO DA CUNHA (1744-1787) E OS HISTORIADORES DA MATEMÁTICA
PORTUGUESA
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O ENSAIO PREMIADO DE ANTÓNIO MONTEIRO E A SUA IMPORTÂNCIA IGNORADA
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SOLUÇÕES PARA EQUAÇÕES DO PRIMEIRO GRAU PRESENTES NO PAPIRO DE RHIND
O Papiro de Rhind (ou de Ahmes) é uma excelente fonte para nosso conhecimento acerca da
matemática praticada pelos egípcios antigos. O manuscrito, datado do século XVII a.C., é uma
cópia de outro manuscrito muito mais antigo (c. séc. XIX a.C.) e se encontra no British Museum
(papiros 10057 e 10058). Nosso objetivo é apresentar alguns problemas algébricos presentes
no papiro e suas respectivas soluções, indicando nomenclatura, métodos, paralelos com outros
problemas, limitações, entre outras informações que possibilitam ampliar o entendimento sobre
a prática matemática egípcia. Todas as considerações serão amparadas em nossa experiência
ao traduzir ao português tais problemas diretamente do hierático, via transcrição ao hieróglifo.
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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS
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HISTÓRIA DO ENSINO/EDUCAÇÃO DE MATEMÁTICA
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HISTÓRIA DA MATEMÁTICA NO BRASIL
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AS MATEMÁTICAS E AS CIÊNCIAS AFINS NA CONSTRUÇÃO DOS TERRITÓRIOS
NACIONAIS: ATORES, ARTEFATOS E INSTITUIÇÕES
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HISTÓRIA DAS MATEMÁTICAS NOS SÉCULOS XVI E XVII
A matemática ainda não era uma área autônoma e unificada de conhecimentos matemáticos
antes do século XIX. Os conhecimentos matemáticos até meados do século XVIII
encontravam-se “pulverizados” e eram parte integrante de outros segmentos do saber. Além do
quadrivium medieval (geometria, aritmética, astronomia, música), eram consideradas
“matemáticas” outros ramos do saber, tais como a arquitetura, a agrimensura, a mecânica, a
óptica, a hidrostática, a artilharia entre muitos outros ofícios. Nesse sentido, podemos dizer que
o conhecimento matemático transitou por diferentes domínios do saber, que se constituíam
como campos de conhecimento complexos, desenvolvendo outros tantos novos domínios ao
longo da história. Nesse percurso, os séculos XVI e XVII foram palco de grandes
transformações, que motivaram muitos estudiosos dessas matemáticas a investirem esforços
em direção à especialização moderna. Desse modo, este simpósio propõe acolher estudos em
história da matemática que contemplem o “fazer matemático” em diferentes matemáticas e
“práticas matemáticas”, seguindo o modelo estabelecido pela Rommevaux quanto a
“pluralidade” das álgebras no período do Renascimento, com o objetivo de discutir sobre os
contextos de elaboração, transformação e disseminação do conhecimento matemático em
diferentes regiões e comunidades no período compreendido entre 1450 a 1750.
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HISTÓRIA DA MATEMÁTICA NOS SÉCULOS XVIII A XX
Este simpósio será uma oportunidade para divulgar trabalhos que tratem do período que vai do
século XVIII ao século XX. Por um lado, é o período em que se consolida a matemática
moderna (resultado das inovações analíticas do século XVII), com os trabalhos de grandes
matemáticos como Euler, Lagrange, Laplace, Fourier, Gauss, Cauchy, Riemann, Dedekind,
Cantor, Hilbert, etc., alguns deles criando estruturas novas ou reformulando radicalmente
teorias já existentes. Por outro lado, é um período em que Portugal e o Brasil tentam
progressivamente integrar-se na comunidade matemática internacional.
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HISTÓRIA E EPISTEMOLOGIA DA MATEMÁTICA
Na busca pela compreensão das ciências, entre elas, a matemática, o ato de conhecer e o seu
produto como conhecimento são protagonizados e considerados não mais como descoberta,
mas como um ato criativo que integra a explicação no amalgama entre sujeito, objeto e
contexto cultural. Estes se constituem mutuamente e, uma vez criados e trabalhados, são um
emaranhado coletivo de crenças, valores, significados e justificações do que observamos,
estudamos e/ou elaboramos na confluência histórica e atual. Os objetos matemáticos
produzidos ao longo das atividades reflexivas (psicocognitivas) humanas foram historicamente
abordados de acordo com a prática social e artefatos mediadores de cada cultura. Desse
modo, as escolhas feitas nas transformações de objetos e relações observadas no transcorrer
da História da Matemática podem ser valiosas fontes para o trabalho de pesquisadores e
professores de matemática. Nesse sentido, trabalhos advindos da prática de professores e de
pesquisas têm, aos poucos, modos variados de incorporar a história no ensino da matemática
escolar ou acadêmica, admitindo as diversificações e descontinuidades geradas e geradoras
das práticas matemáticas historicamente desenvolvidas. É pertinente, por exemplo, questionar
com que finalidade e qual utilização da História da Matemática serão exploradas ao abordar um
tema ou assunto matemático em sala de aula, pois isso poderá confluir para a potencialização
ou aprofundamento do pensar matemático do aprendiz. Ao mesmo tempo, tem grande chance
de interferir ou reforçar o tipo de matemática que estamos a ajudar a constituir. A matemática
será assim vista em natureza plural – produto humano de diversificados fazeres, na busca de
soluções de determinadas problematizações em cada contexto – abrindo oportunidade a
questionamentos sobre as características da Matemática que utilizamos, com linguagem,
formalização e sistematizações definidas, mas aptas a sofrerem modificações. O Simpósio
Temático História e Epistemologia da Matemática, se propõe a ser um espaço para a
apresentação e problematização de pesquisas e/ou trabalhos científicos que abordem:
• Análise de conceitos matemáticos;
• Formas de produção de saberes matemáticos;
• Criação matemática a partir dos contextos da prática cultural.
• São pertinentes também os trabalhos que, além de discutirem um ou alguns dos
aspectos supracitados, envolvem possibilidades pedagógicas do uso da História da
Matemática para o ensino e aprendizagem da matemática e ou de outras ciências.
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COMUNICAÇÕES DO SIMPÓSIO TEMÁTICO 1
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A ARITMÉTICA DOS ANOS INICIAIS NO LIVRO “MEIN RECHENBUCH”
Esta comunicação apresenta um estudo sobre o livro “Mein Rechenbuch” publicado pela
primeira vez em 1877, na cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, pela Editora Verlag
Rotermund & Co. Trata-se de um dos livros de Matemática para o primário que circulava, no
início do século XX, no Colégio Concórdia, uma escola de confissão luterana fundada em 1902,
por imigrantes alemães, afiliados ao então Sínodo de Missouri. De acordo com Kreutz (1994),
nas escolas comunitárias teuto – brasileiras se aprendia uma matemática adaptada à
comunidade em que a escola estava inserida. Com situações concretas, dando-se ênfase aos
cálculos mentais (Kopfrechnungen). O motivo deste tipo de ensinamentos, era que para o
trabalho no campo, frequentemente, seria necessário efetuar alguns cálculos, sem ter o papel e
lápis ao alcance da mão (KREUTZ, 1994, p. 9). Nesse sentido, e tendo como referência as
análises de Kuhn e Bayer (2017) e Dynnikov (2016), analisamos o livro quanto a sua forma,
enunciados, conteúdo matemático e imagens, considerando seu impacto na cultura escolar na
relação com os modos de ensinar a matemática nesta escola nas primeiras décadas do século
XX.
Referências
DYNNIKOV, Circe Mary Silva da Silva. Representações de aritmética no livro de Georg
Büchler. Revista de História da Educação Matemática – HISTEMAT. Ano 2, No. 1, 2016, p.
96-116
KREUTZ, Lúcio. Material didático e currículo na escola teuto-brasileira do Rio Grande do
Sul. São Leopoldo: UNISINOS, 1994.
KUHN, Malcus Cassiano; BAYER, Arno. Os exercícios de cálculo oral nas aritméticas editadas
para as escolas paroquiais luteranas do século XX no Rio Grande do Sul. Revista de História
da Educação Matemática – HISTEMAT. Ano 3, No. 2, p. 213-231
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A MATEMÁTICA NO ENSINO PROFISSIONALIZANTE DO BRASIL E DE PORTUGAL (1942-
1978)
As escolas técnicas foram criadas com a finalidade de formar e qualificar trabalhadores para
atuarem no campo industrial e comercial. O vínculo com a indústria desenvolveu um tipo de
ensino próprio para o trabalho, que delineou uma Matemática direcionada às atividades
técnicas dos cursos profissionalizantes. Com interesse em analisar as características desse
ensino de Matemática, sob uma perspectiva mais ampla, esta investigação desenvolveu-se no
âmbito binacional entre Brasil e Portugal. Foram pesquisados pontos divergentes e
convergentes de um ensino de Matemática estabelecido em duas instituições: a Escola
Técnica Nacional (ETN), no Brasil e a Escola Industrial e Comercial Alfredo da Silva (EICAS),
em Portugal, durante o período de 1942 a 1978. Essas escolhas decorreram da aproximação
histórica entre os dois países, da relevância de cada escola para sua região e do tempo
histórico de existência da ETN. Assim, esta pesquisa está alicerçada nos preceitos teóricos da
História Cultural com o uso do Método Comparativo. As fontes de pesquisa utilizadas foram: os
documentos dos arquivos das duas escolas, no intuito de analisar as características de um
ensino de Matemática no âmbito dos currículos, programas, livros didáticos e legislações da
época; alguns monumentos arquitetônicos escolhidos para a construção de um contexto
político, econômico e cultural do período; e fotografias para a composição e discussão de um
ambiente escolar profissionalizante. Como resultado, foi possível, compreender a influência do
contexto político, regime ditatorial (Brasil/Portugal), em um ensino de Matemática, destinado a
desenvolver um pensamento prático e eficaz, próprio da formação do técnico.
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A PROFESSORA JÚLIA ALVES BARBOSA E A INSERÇÃO DA MULHER POTIGUAR NO
ENSINO DE MATEMÁTICA
Este artigo tem foco na participação da mulher no ensino de matemática no início do século
XX. No início desse século era comum a participação de mulheres do ensino primário no
Brasil, que em suas primeiras séries tinha objetivo de ensinar a ler, escrever e contar, isto é, o
ensino das primeiras letras. Nesse período as Escolas Normais, muitas implementadas em
alguns estados brasileiros, tinham a função de formar professores para o ensino primário, e
nesse contexto os professores de matemática eram em sua grande maioria homens com
formação diversa. Nesse contexto, apresentamos a participação da professora Júlia Alves
Barbosa como pioneira no ensino dessa disciplina, principalmente como uma lutadora pelos
direitos da mulher potiguar em exercer funções que à época se constituía como pertencente ao
universo masculino. A professora Júlia Alves Barbosa ficou conhecida pela participação na
política do estado do Rio Grande do Norte, porém sua atuação como professora de matemática
ainda é um campo a ser mais explorado pela história da educação. Nesse sentido,
apresentamos alguns feitos dessa professora na educação matemática no estado do RN.
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A PROVA DE TRIGONOMETRIA NO PRIMEIRO CONCURSO DE ADMISSÃO À ESCOLA
DE MINAS DE OURO PRETO
A Escola de Minas de Ouro Preto é uma das primeiras instituições brasileiras de estudos de
mineralogia. Fundada no final do século XIX teve o início de suas atividades de ensino no dia
12 de outubro de 1876. Dirigida pelo geólogo francês Henry-Claude Gorceix até 1891 uma das
particularidades da escola era o nível de exigência dos docentes e o caráter prático das aulas.
Gorceix acreditava que a pesquisa era um dos pilares do ensino, o que pode ser traduzido na
frase cum mente et maleo (com a mente e o martelo) no emblema da escola. O nível de
exigência iniciava-se antes do ingresso na escola, era necessário aprovação em exames de
admissão com provas escritas (Geometria Analítica; Trigonometria; Desenho de Geometria
Descritiva) e orais (Aritmética, Geometria Analítica e Álgebra; Geometria Elementar e
Trigonometria; Física, Química, Zoologia e Botânica). Os exames eram novidade no Brasil e
alvo de diversas críticas. Discutimos os exames de Trigonometria - ou Cálculo Trigonométrico -
na busca de respostas a questões do tipo: Em que medida esses exames se distanciam do
ensino de Trigonometria no ensino brasileiro na época? Para isso, apresentamos o exame e a
solução apresentada pelos cinco candidatos de 1876 e alguns rastros por eles deixados que
nos levam a refletir sobre a metodologia proposta por Gorceix.
Referências
CARVALHO, J. M. A Escola de Minas de Ouro Preto: o peso da glória. 2 ed. Ver. Belo
Horizonte: Editora UFMG. 2002.
GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes. Tradução de AMOROSO, Maria Betania
Companhia de Bolso. 1ª Edição. 2006
LIMA, Margarida Rosa de. D. Pedro II e Gorceix: a fundação da Escola de Minas de Ouro
Preto. Fundação Gorceix.1977.
SILVA, C. M. S.; THIENGO, E. R. Claude-Henri Gorceix: Trabalho e Competência na
criação de uma escola e na formação de discípulos. Episteme. Porto Alegre, n.17. p. 69-99.
2003.
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A VISÃO DO METODÓLOGO SANTOS HEITOR DA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA
NO ENSINO TÉCNICO
António Oleiro dos Santos Heitor fez a sua formação superior em engenharia e foi professor
efetivo metodólogo na Escola Industrial Marquês de Pombal, em Lisboa. Em 1968, dirigiu a
Comissão de Estudos de Reorganização do Ensino da Matemática nos cursos de formação
industrial, tendo em consideração o movimento da Matemática Moderna. Foi ainda autor de
alguns manuais escolares para o ensino técnico e contribuiu com alguns artigos para o Boletim
das Escolas Técnicas e para a Folha Informativa das escolas técnicas. Nesta comunicação
apresentamos uma discussão acerca da vertente didática da obra de Santos Heitor,
considerando as suas publicações destinadas ao ensino da matemática e à formação de
professores de matemática no ensino técnico. Consideramos que o metodólogo deu um grande
contributo ao ensino da matemática e pela análise do seu espólio podemos concluir que muitas
das suas ideias ainda são pertinentes na atualidade. Suportando-nos na obra de Santos Heitor,
pretendemos refletir sobre a ideologia educativa do metodólogo, analisando as propostas
pedagógicas concretas definidas pelo autor e idealizar uma perspetiva mais teórica sobre o
ensino da matemática nas escolas técnicas e a sua articulação com outros ramos do saber.
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ALTURAS INACESSÍVEIS: UMA ANÁLISE HISTÓRICA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE
MATEMÁTICA
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AS NOÇÕES DE REPRESENTAÇÕES DE CHARTIER EM DISSERTAÇÕES E TESES EM
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NO BRASIL (2010 A 2015)
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AS PESQUISAS REALIZADAS EM UM ACERVO DE LIVROS ANTIGOS: DA SUA
CONSTITUIÇÃO AOS PRIMEIROS ESTUDOS
Este resumo tem como objetivo apresentar três pesquisas, resultados de iniciações científicas,
realizadas no acervo de livros didáticos antigos de Matemática existentes no Laboratório de
Ensino de Matemática (LEM), do curso de Matemática da Universidade Estadual do Oeste do
Paraná (UNIOESTE), campus de Cascavel. A primeira delas tratou-se da elaboração do
acervo, os momentos de obtenção, higienização e catalogação das obras, bem como as
primeiras características percebidas. Na segunda pesquisa, abordou-se os procedimentos
técnicos de higienização e reparação dos livros obtidos, elucidando esses processos, bem
como o seu papel para a conservação. Além dessas, foi conduzida outra investigação na qual
fez-se um levantamento sobre os livros julgados mais representativos e antigos, levando em
conta o período em que foram lançadas, o seu alcance, a sua utilização ou o fato de serem
obras que ditaram certas regras em um período no ensino de Matemática. Assim, entende-se
que a composição de um acervo de livros didáticos antigos possibilita a compreensão tanto dos
aspectos técnicos na sua elaboração, bem como de questões relacionadas à Educação
Matemática, principalmente relacionadas à História da Educação Matemática, a partir dos livros
didáticos de Matemática.
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DECROLY E OS CENTROS DE INTERESSE: UM ESTUDO SOBRE A FORMAÇÃO DE
PROFESSORES DOS PRIMEIROS ANOS ESCOLARES VOLTADOS PARA A
MATEMÁTICA NO ÂMBITO DO ENSINO GLOBALIZANTE, 1920-1950
Esse trabalho tem como objetivo, investigar como eram propostos nos manuais pedagógicos o
ensino de matemática para os professores do ensino primário, segundo o ensino globalizante e
o centro de interesse de Decroly. O ensino globalizante se baseia na ideia de que as crianças
aprendem o mundo com base em uma visão do todo, e somente depois podem se organizar
em partes, ou seja, vai do caos à ordem. Esse processo de aprendizagem se constitui em três
fases: a observação, a associação e a expressão. Na primeira busca-se tratar a geometria, as
ciências naturais e o cálculo; na segunda já é tratada a história e a geografia; e na terceira fase
são os trabalhos manuais, ginástica, linguagem e música. Nesse método de ensino, não se tem
nenhuma disciplina institucionalizada. A criança escolhe o que aprender, de acordo com seu
interesse, vivenciando esse aprendizado, buscando as relações de acordo com sua vivência
diária. Seguem-se os seis eixos propostos por Decroly: a criança e a família, a criança e a
escola, a criança e o mundo animal, a criança e o mundo vegetal, a criança e o mundo
geográfico e a criança e o universo (1920-1950).
Referências
D’ÁVILA, Antônio. Práticas Escolares. Editora Saraiva. São Paulo, 1965. 10ª edição. Volume
1. Parte 1. Disponível em <https://bit.ly/2HJABFl>. Acesso em 20/03/2018.
D’ÁVILA, Antônio. Práticas Escolares. Editora Saraiva. São Paulo, 1965. 10ª edição. Volume
1. Parte 2. Disponível em <https://bit.ly/2HGWTYy>. Acesso em 12/04/2018.
FERRARI, Márcio. Ovide Decroly, o primeiro a tratar o saber de forma única. 2008. Revista
Nova Escola. Disponível em <https://bit.ly/2JEsD0R>. Acesso em 20/04/2018.
HOFSTETTER, Rita; SCHEUWLY, Bernard. (éds.) Savoirs en (trans)formation – Au Coeur
des professions de I’enseignement et e la formation. Bruxelles: Éditions De Boeck
Université. Bruxelas, Bélgica, 2009.
LOURENÇO FILHO, Manuel Bergström. Introdução ao Estudo da Escola Nova. São Paulo:
Cia. Melhoramentos, 1930 (Biblioteca da Educação, v. XI)
MARQUES, Josiane Acácia de Oliveira. Manuais pedagógicos e as orientações para o
ensino de matemática no curso primário em tempos de Escola Nova. Dissertação
(Mestrado em Educação e Saúde na Infância e na Adolescência) – UNIFESP, 2013.
MENDES, Iran Abreu; VALENTE, Wagner Rodrigues. A matemática dos Manuais Escolares
- Curso Primário, 1870-1970. Editora Livraria da Física, 2017.
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DOMINGOS AFFONSO MACHADO E A MATEMÁTICA PARA O COMÉRCIO NO
MARANHÃO
No ano de 1895, na cidade de São Luís, Maranhão, foi publicado um livro “Questões práticas
de Arithmetica”. O autor assinou apenas suas iniciais: D. M. A. Na busca pela descoberta
sobre: “quem foi esse autor?”, viajou-se ao Maranhão oitocentista por meio de documentos de
fontes primárias, encontrados nos arquivos do Liceu Maranhense, da Biblioteca Pública
Municipal de São Luís – Benedito Leite e do Arquivo Público do Estado do Maranhão. O
objetivo deste trabalho é apresentar um texto biográfico que possibilite conhecer o autor,
através de sua história de vida e profissional, além de sua obra. Utiliza-se a metodologia
qualitativa de análise documental para o tratamento das fontes primárias, a partir de aportes
teóricos de Ferrarotti (2010), Paulilo (1998), Schubring (2003) e Valente (1999). Acredita-se
que descortinar histórias de vida de professores de matemática que viveram, trabalharam e
publicaram livros na cidade de São Luís no período oitocentista, aproxima-nos do entendimento
de como se deu o ensino de matemática no local e data investigados.
Referências
FERRAROTTI, F. Sobre a autonomia do método biográfico. In: NÓVOA, A; FINGER, M. (Org.).
O método (auto)biográfico e a formação. Natal, RN: EDUFRN; São Paulo: Paulus, 2010.
PAULILO, M. A. S. A Pesquisa Qualitativa e a história de vida. Serviço Social em Revista,
Londrina, v. 2, n. 1, Jul./Dez., 1999. p. 1-153.
SCHUBRING, G. Análise histórica de livros de matemática: notas de aula. Campinas:
Autores Associados, 2003.
VALENTE, W. R. Uma história da Matemática escolar no Brasil (1730 – 1930). 2 ed. São
Paulo: Annablume, 1999.
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ENSINO DE ARITMÉTICA, GEOMETRIA E DESENHO LINEAR NA ESCOLA DOMÉSTICA
DE NATAL (1911-1930)
Neste texto, discutimos como ocorriam os ensinos de Aritmética, Desenho Linear e Geometria
na Escola Doméstica de Natal, entre o ano de 1911 e a década de 1930. A data inicial se
justifica por ter sido este o momento da fundação, na cidade do Natal, da Liga de Ensino do Rio
Grande do Norte - LERN. Instituição que contribui para a criação, no ano de 1914, da Escola
Doméstica de Natal - ED. Esta pesquisa se fundamenta em documentos localizados, no acervo
do Museu da Escola Doméstica de Natal e no Arquivo Público Estadual do Rio Grande do
Norte. Tais documentos são constituídos por atas, ofícios, boletins, relatórios dos diretores da
Instrução Pública, além de artigos do jornal A República e da revista Pedagogium, cuja edição
1
é da Associação de Professores e cadernos das alunas . Centramos nossa análise na
perspectiva educacional da Liga de ensino, tendo como base o pensamento dos seus membros
perante a necessidade de uma renovação na educação potiguar, considerada atrasada, e com
métodos de ensino ultrapassados. Seria necessária a formação da mulher por meio dos
aprendizados doméstico, físico e estético. No entanto, ressaltam que o currículo da escola
2
deveria ser composto também por uma parte intelectual . Utilizamos as concepções de Gérad
3
Genette (2009) para análises dos componentes que integram, com o texto, os manuais
pedagógicos. Os resultados nos trazem indícios acerca dos recursos utilizados, descrição de
alguns manuais pedagógicos e orientações de como abordar o conteúdo de Aritmética.
Percebe-se, em alguns relatórios, uma referência ao uso da cartilha analítico-sintética e do livro
4
Desenho Geral , assim como propostas de criação de uma escola modelo como centro de
formação para os professores do estado.
Referências
GENETTE, G. Para Textos Editoriais. Trad. Álvaro Faleiros. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.
Notas
1
Encontramos no museu da escola três cadernos das alunas – sendo dois de 1921 e um de 1923.
2
Composto de disciplinas como, língua portuguesa, língua francesa ou inglesa, aritmética, álgebra, geometria,
geografia e história do Brasil, além de noções de física, química e história natural.
3
Ao analisarmos a seção aos leitores, observamos o trecho: a mulher, em suas diversar occupações domesticas, nos
adornos da casa, na confecção dos vestuarios, nos trabalhos de agulha ou de cartonagem, nas prendas domésticas,
em summa, não póde dispensar o desenho. Esta concepção do autor esta em consonância com o ideário dos
membros da LERN.
4
Desenho Geral, curso elementar compreendendo: noções de Desenho Linear, Desenho Geométrico, Perspectiva,
Noções de Architectura. Desenho de molduras; de figura e paysagens. Methodicamente compilado para uso dos
alumnos de Ensino Primário. De Faustino J. de Oliveira Ribeiro Junior.
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ESTUDANDO POTÊNCIAS E RAÍZES COM OS PROFESSORES CARLOS GALANTE E
OSWALDO MARCONDES
Nosso objetivo é fazer uma investigação histórica acerca da abordagem dos conteúdos
potências e raízes, encontrada no livro dos Professores Carlos Galante e Oswaldo Marcondes
dos Santos, da Coleção Didática do Brasil. Os conteúdos sãos abordados na segunda série do
Curso Ginasial, datado de 1958, da Editora do Brasil, em sua 28ª edição. Queremos entender,
por exemplo, as interpretações geométricas dadas às potências e o processo usado para
extração de raízes quadradas. Para esta pesquisa utilizaremos o livro acima citado e a portaria
1045 de 14 de dezembro de 1951 que estabelece, para o ensino secundário, o plano mínimo
para as disciplinas da época, bem como a metodologia para a execução das mesmas,
Espanhol, Latim, Inglês, Grego, Francês, Matemática, Desenho, Física, Química, Filosofia,
História Geral e do Brasil e Economia. Este plano foi elaborado e aprovado pela Congregação
do Colégio Pedro II. Este estudo também nos possibilitará o conhecimento das diretrizes para o
ensino da Matemática na década de 50. Com esse resgate pretendemos dar nossa
contribuição para História da Matemática e Educação Matemática.
Referências
GALANTE, Carlos; SANTOS, Oswaldo Marcondes dos. Coleção Didática do Brasil. V. 69.
Matemática Segunda Série: Curso Ginasial. Editora do Brasil. Ed. 28ª. São Paulo. 1958.
BRASIL. Ministério da Educação. Portaria nº. 1045 de 14 de dezembro de 1951. Publicada na
página 65 da seção 1 do Diário Oficial da União (DOU) de 22 de fevereiro de 1952. Expede os
planos de desenvolvimento e programas mínimos de ensino e respectivas instruções
metodológicas. Disponível em:<https://www.jusbrasil.com.br/diarios/2375333/pg-65-secao-1-
diario-oficial-da-uniao-dou-de-22-02-1952>. Acesso em: 02 de fevereiro 2018.
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EXAMES DE MATEMÁTICA EM PORTUGAL: UMA REFLEXÃO EM PERSPETIVA
HISTÓRICA
Os textos que têm surgido na imprensa periódica, em anos recentes, sobre os exames
nacionais, da disciplina de Matemática, nomeadamente, os que divulgam os resultados, de um
modo geral reduzidos, obtidos pelos alunos nos mesmos, motivaram-nos a investigar na
imprensa, da existência de polémicas sobre os exames em Portugal, durante período entre
1947 e 1974. Esta comunicação situa-se no campo da História da Educação Matemática. As
etapas que seguimos inscrevem-se na metodologia da investigação histórica. Neste texto,
focando os exames de Matemática do 3.º ciclo do ensino liceal, pretendemos perceber se as
notícias em jornais e as controvérsias sobre os exames finais do ensino secundário são apenas
uma realidade de hoje. Procuraremos ainda caracterizar os pontos de exame de Matemática,
no que respeita à estrutura, conteúdos e terminologia. Iniciamos este texto com uma breve
análise da legislação em vigor para podermos percepcionar o lugar dos exames no processo
de avaliação dos alunos. Em seguida, discutiremos algumas das opiniões difundidas na
imprensa periódica e educativa sobre os exames da disciplina de Matemática do 3º ciclo do
ensino liceal no período citado, a análise de textos sobre os exames de Matemática do 3.º
ciclo, publicados nessa época, na imprensa periódica. Por último, apresentaremos a análise de
enunciados de provas de exame de Matemática, do 3.º ciclo. No que respeita aos exames
nacionais, a nossa pesquisa evidenciou que no período entre 1947 e 1974, as provas e
reprovações na disciplina de Matemática eram tema de notícia na imprensa. As controvérsias
relativas a este assunto existiam e tinham visibilidade nos jornais e revistas. A análise dos
pontos analisados revelou que eram compostos por quatro grupos de questões. Os grupos
podiam ter um número variável de questões e estas, por vezes, eram subdivididas em alíneas.
Cada grupo correspondia a um dos temas em que o programa da disciplina estava dividido
(Álgebra, Geometria Analítica, Trigonometria, Aritmética Racional). As questões testavam
essencialmente a utilização de conceitos, teoremas e definições de cada tema, não
contemplando conexões entre eles.
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FILMES E OUTROS MATERIAIS NO ENSINO DA MATEMÁTICA NO LICEU NORMAL DE
PEDRO NUNES (1956-1969)
O estudo mais abrangente que norteia esta comunicação trata a formação de professores no
Liceu Normal de Pedro Nunes, fundado em 1906, atual Escola Secundária de Pedro Nunes.
Neste período, o liceu teve dois reitores, que eram professores de Matemática. Depois de
terem encerrado os estágios pedagógicos nesta Escola, em 1947, estes reabrem em 1956, em
pleno desenvolvimento do movimento internacional da Matemática Moderna (MOON, 1986).
Em 1969, é publicada nova legislação sobre a formação pedagógica dos professores do ensino
liceal que, entre outras, reduz de dois para um ano o estágio pedagógico dos professores do
ensino liceal. Pelo que, vamos centrar-nos no período que decorre entre 1956 e 1969. O
movimento da Matemática Moderna apela à utilização do método heurístico no ensino liceal da
Matemática, ao trabalho de grupo e à utilização de materiais e modelos matemáticos. O filme
de desenhos animados é um dos materiais usados pelos estagiários. Que outros materiais e
modelos matemáticos são utilizados na formação de professores de Matemática no Liceu
Normal de Pedro Nunes nos anos 60 do século passado? Como são descritos esses materiais,
em particular os filmes? Quais as vantagens e limitações apontadas? Que sugestões
encontramos para boas práticas? Para responder a estas questões procurámos e analisámos
fontes primárias, os trabalhos produzidos pelos estagiários no âmbito das Conferências
Pedagógicas.
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GEOMETRIA ANALÍTICA COMO CONTEÚDO ESCOLAR: UM LEVANTAMENTO DE
DISSERTAÇÕES E TESES
Esta pesquisa faz parte de uma dissertação em desenvolvimento para o Programa de Pós-
Graduação em Educação para Ciência e a Matemática, da Universidade Estadual de Maringá.
A proposta neste trabalho é apresentar um levantamento bibliográfico das pesquisas que
abordaram historicamente a inserção da Geometria Analítica como conteúdo escolar. Para
isso, fez-se uma busca no Catálogo de Teses e Dissertações do banco de dados da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), indicando as
palavras-chave “história de disciplinas”, “geometria analítica” e “conteúdo escolar”. Inicialmente,
foi obtido o número de 216 trabalhos realizados, sendo 165 dissertações de mestrado e 51
teses de doutorado, e a seleção será por meio da leitura dos títulos e resumos a fim de
identificar as produções que se aproximam do nosso tema e após essa identificação, fazer a
leitura interpretativa. Por meio desta, deve-se verificar, relacionar e julgar, ou seja, realizar o
tríplice julgamento sobre o material que é uma fase sustentada por Cervo, Bervian e Silva
(2007). Para a apresentação deste trabalho, serão expostas as informações e caracterizações
das pesquisas que foram selecionadas e analisadas.
Referências
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia Científica. 6.
ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
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IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE ESTUDOS HISTÓRICOS CORRELATOS A
ORGANIZAÇÃO DE CURSOS DE MATEMÁTICA NO BRASIL
Referências
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 6.
ed. São Paulo. Pearson, 2007.
MIGUEL, Antonio Miguel; MIORIM, Maria Ângela. História da Matemática: uma prática
social de investigação em construção. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 36, 2002.
VALGAS, Carmen Lúcia. Licenciatura em Matemática: aspectos históricos e curriculares
da UEPG. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Estadual de Ponta Grossa,
Ponta Grossa-PR, 2002.
ZICCARDI, Lydia Rossana Nocchi. O curso de Matemática da PUC/SP: uma história de sua
construção/desenvolvimento/legitimação. Tese (Doutorado em Educação Matemática),
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo-SP, 2009.
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MAPEAMENTO DA PRODUÇÃO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA DA UFOP
Entre as justificativas deste estudo está o fato de que “todas as disciplinas são históricas, no
sentido de que foram inventadas pelos seres humanos e precisam ser constantemente
reinventadas para continuarem existindo” (BARROS, 2011, p. 254). Assim, apresenta-se sob
uma ótica condizente um estudo em História da Educação Matemática. Seu objetivo foi realizar
um levantamento do que foi produzido no Programa de Pós-graduação em Educação
Matemática da UFOP desde sua criação em 2010. Isto para mapear os temas investigados nas
dissertações e os Produtos Educacionais correspondentes elaborados no Programa, e
selecionar aqueles que apresentassem propostas concretas de atividades apropriadas para o
uso na sala de aula de Matemática da Educação Básica e na Formação Inicial ou Continuada
de professores. Com isso, foi elaborado um catálogo que poderá ser utilizado por professores
interessados em alternativas metodológicas, resultantes das investigações realizadas e
contidas nos Produtos Educacionais. A pesquisa foi concretizada a partir dos materiais
coletados na página do Programa. Foram consideradas todas as 95 dissertações defendidas e
os 95 Produtos Educacionais correspondentes produzidos desde criação do Programa. A
caracterização foi feita de acordo com o olhar dos pesquisadores autores dos produtos
educacionais de modo a oferecer subsídios para os docentes. Espera-se que o catálogo possa
servir de apoio ao professor no sentido de oferecer informações úteis sobre diferentes formas
de conduzir processos de ensino/aprendizagem de conteúdos no âmbito da Educação
Matemática. Então, realizou-se um mapeamento de toda a produção do programa. Inicialmente
foram consideradas as grandes áreas do CNPq, e, em seguida foram feitos refinamentos com
categorizações, pois em História, os atos de separar e juntar são os primeiros passos para a
produção de documentos. “Consiste em ”isolar” um corpo, como se faz em física, e em
“desfigurar” as coisas para constituí-las como peças que preencham lacunas de um conjunto
proposto a priori “ (CERTEAU, 2013, p. 22 grifos do autor).
Referências
BARROS, José D'Assunção. Uma Disciplina: entendendo como funcionam os diversos campos
de saber. Opsis, vol.11, n°1, 2011, p. 252-270. Acesso em 11/07/2015. Disponível em
http://www.revistas.ufg.br/index.php/Opsis/article/viewFile/11246/9500.
CERTEAU, Michel de. A Escrita da História. Trad. Maria de Lourdes Menezes. 3. ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2013.
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O CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIDATICA DA MATEMÁTICA MODERNA DO
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE PORTO ALEGRE
Referências
BÚRIGO, E.Z. Estudar para Ensinar: Práticas e Saberes Matemáticos nas Escolas Normais do
Rio Grande do Sul (1889-1970). Projeto de Pesquisa, 2016.
DALCIN, A. Práticas e Saberes Matemáticos na Formação de Professores do Instituto de
Educação General Flores da Cunha: Aprender para Ensinar (1889-1979). Projeto de Pesquisa,
2016.
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O ENSINO DA MATEMÁTICA NO INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS
O Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) foi fundado em meados do século XIX por
iniciativa do surdo francês Hernest Huet, o qual obteve o apoio do governo imperial da época,
no processo de criação da primeira escola para surdos no Brasil. O estabelecimento de ensino
começou a funcionar em janeiro de 1856, mesma data em que foi publicada a proposta de
ensino apresentada por Huet. Essa proposta abarcava as disciplinas de Língua Portuguesa,
Aritmética, Geografia, História do Brasil, Escrituração Mercantil, Linguagem Articulada,
Doutrina Cristã e Leitura sobre os Lábios. Desta forma, o presente artigo tem como propósito
conhecer a proposta de ensino da disciplina de Matemática na época da fundação do INES.
Para isso, foi efetuada uma pesquisa bibliográfica baseada na literatura sobre a história da
educação de surdos nas pesquisas de Strobel (2008) e do INES nas de Rocha (2009). Da
análise, percebe-se que, o método de ensino era individual, o professor se dirigia a um aluno
de cada vez, com um curso de seis anos, sem o objetivo de oferecer a seriação dos alunos.
Verifica-se nesta modelo que o ensino da matemática nos três primeiros anos, compreendia os
seguintes conteúdos: cálculo até frações decimais; no quarto ano a continuação de aritmética;
no quinto ano em diante, além das matérias do ano antecedente, o ensino de geometria plana
e retilínea. Constata-se que, na época de sua fundação, o INES tinha como objetivo ensinar o
surdo a ler, a escrever e a fazer contas. Entretanto, com o passar do tempo avanços ocorreram
e o INES tornou-se um centro de referência em pesquisas sobre a educação de surdos.
Referências
ROCHA, Solange Maria da. Antíteses, díades, dicotomias no jogo entre memória e
apagamento presentes nas narrativas da história da educação de surdos: um olhar para o
Instituto Nacional de Educação de Surdos (1856/1961). 2009. Tese (Doutorado em Educação)
– Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
STROBEL, Karin Lilian. Surdos: Vestígios Culturais não Registrados na História. 2008. Tese
(Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.
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O ENSINO DE MATEMÁTICA NO COLÉGIO LUTERANO CONCÓRDIA NAS PRIMEIRAS
QUATRO DÉCADAS DO SÉCULO XX
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O PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS E
MATEMÁTICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE: UM OLHAR
SOBRE A SUA HISTÓRIA E O PERFIL DOS PROFESSORES FUNDADORES
Referências
BURKE, Peter (Org.). A Escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Editora UNESP,
2011.
LAVILLE, Cristian; DIONNE, Jean. A Construção do saber: Manual da Metodologia da
Pesquisa em Ciências Humanas. Porto Alegre: Artmed, 1999.
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PRIMEIRAS LIÇÕES DE COISAS DE NORMAN ALLISSON CALKINS: PROPOSTA DE
ENSINO E AS ADAPTAÇÕES DE RUI BARBOSA PARA OS PESOS E MEDIDAS NO
BRASIL
Neste artigo, buscamos trazer elementos para uma discussão sobre o método intuitivo,
difundido no Brasil a partir das últimas décadas do século XIX, quando houve um movimento
de renovação dos métodos de ensino. Dentro deste contexto, apresentamos, em linhas gerais,
o manual escrito pelo norte-americano Norman Allisson Calkins (1822-1885), Primary object
lessons for training the senses and developing the faculties of children - a manual of elementary
instruction for parents and teacher, fundamentado nas concepções de Heirich Pestalozzi. O
pressuposto básico do método seria tornar a criança o centro de sua própria aprendizagem,
através dos sentidos, desenvolvendo a sua capacidade de percepção e observação, com a
utilização de elementos da natureza, de materiais concretos ou ilustrações. A referida obra foi
traduzida para o português (primeira edição em 1886) por Rui Barbosa, com as devidas
adaptações, para as escolas brasileiras, relativamente à secção dedicada aos sons da
linguagem e aos tópicos sobre medidas. Temos como objetivo fazer uma reflexão sobre o
segundo tema. Quais são as metodologias propostas por Calkins para o ensino dos pesos e
medidas nos anos iniciais da escolarização? Dentre os tópicos abordados na obra, damos
especial atenção a “Comprimento e sua medida”, “Lições para desenvolver as ideias de
comprimento e sua medida”, “Lições para desenvolver a ideia de medidas normais” e “Lições
para desenvolver as ideia de distancia e sua medição”. Calkins defende que, no ambiente
doméstico, deveria ser iniciada a prática do exercício da visão, da audição, do olfato, do
paladar e do tato, antes do ingresso da criança na escola. Estas atividades propiciariam a
aquisição das noções matemáticas. Calkins propõe partir da contagem numérica para chegar à
medida, utilizando sempre materiais concretos. As atividades giram em torno de “comparar e
praticar, mostrar e experimentar”. Como o sistema métrico havia sido oficializado no Brasil em
1862, com um prazo de dez anos para sua completa utilização em todos os setores, Rui
Barbosa faz adaptações na obra incluindo as medidas decimais. Primeiro, é salientada a
relação entre centímetro e metro, para, depois, se trabalhar a relação entre decímetro e metro.
Posteriormente, são indicadas as medidas de capacidade (litro, decilitro, centilitro, litro
dobrado, meio decalitro, decalitro) fazendo uso e líquidos e áridos. Só mais tarde, ocorre a
introdução dos múltiplos do metro. As medidas de massa não são abordadas. Está expressa a
importância do desenvolvimento da capacidade de estimativa de medidas pelos alunos e o
entendimento e aquisição de vocabulário relacionado às medidas de comprimento e
capacidade. Constata-se que a concepção da aprendizagem presente na obra é voltada para a
experiência dos sentidos. Calkins preconiza uma nova proposta para a introdução do ensino
dos pesos e medidas nas escolas primárias.
Referências
BARBOSA, Rui. Reforma do ensino primário e várias instituições complementares da instrução
pública. Obras completas. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1947. V. X.
CALKINS, Norman Allisson. Primeiras lições de coisas. Manual de ensino elementar para
uso dos paes e professores. Trad. Ruy Barbosa. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1886.
__________. Primary object lessons for a graduated course of development – a manual
for teachers and parents. New York: Harper & Brothers Publishers, Franklin Square, 1861.
Disponível em: <https://archive.org/details/primaryobjectles00incalk>. Acesso em: 2 fev. 2018.
CHERVEL, André. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa.
Teoria & Educação, n. 2, p. 177-229, 1990.
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VALDEMARIN, Vera Teresa. Os sentidos e a experiência: professores, alunos e métodos de
ensino. In: SAVIANI, Dermeval et al. O legado educacional do século XX no Brasil.
Campinas, SP: Autores Associados, 2004.
__________. O método intuitivo: os sentidos como janelas e portas que se abrem para um
mundo interpretado. In: SOUZA, Rosa Fátima de; VALDEMARIN, Vera Teresa e ALMEIDA,
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__________. Estudando as lições de coisas: análise dos fundamentos filosóficos do método
de ensino intuitivo. Campinas, SP: Autores Associados, 2004.
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UMA ANÁLISE DOS CONTEÚDOS DE ÁLGEBRA NO LIVRO-TEXTO “TIJOLÃO” (1966)
Referências
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Tradução de Maria Laura Magalhães Gomes. Campinas/São Paulo: Autores Associados.
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<http://www.sbembrasil.org.br/files/viii/pdf/15/PA04.pdf>. Acesso em 05 de agosto de 2016.
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COMUNICAÇÕES DO SIMPÓSIO TEMÁTICO 2
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A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA MATEMÁTICA APLICADA NA USP: O CASO DA CADEIRA
Nº 20
O objetivo deste trabalho é analisar a participação da cátedra de Matemática Aplicada (nº 20)
do Departamento de Matemática da Escola Politécnica no processo de institucionalização da
área homônima, no âmbito da Universidade de São Paulo. Para tanto, estabelecemos algumas
questões para orientar nossa pesquisa junto a documentação consultada no Arquivo Histórico
da Escola Politécnica (atas, correspondências, relatórios, etc). Quando e como se deu a
criação da cadeira nº 20? Quais as atividades estavam sob sua responsabilidade? Quais os
personagens envolvidos nesta trama? Assim, apresentamos a seguir algumas das respostas
obtidas, organizadas de modo a construir uma história sobre a contribuição que o referido
espaço teve para a institucionalização que nos propomos analisar. Neste sentido, iniciaremos
com uma discussão sobre o processo de sua criação passando, em seguida, a analise de
episódios protagonizados neste espaço, afim de compreender como as atividades lá
desenvolvidas contribuíram para o estabelecimento do Departamento de Matemática Aplicada
(MAP), na ocasião da criação do Instituto de Matemática e Estatística (IME), em 1970.
Temporalmente, nosso estudo será limitado entre 1963 e 1970. O marco inicial corresponde a
implantação da referida cadeira, que junto com outras seis foram aprovadas pela Congregação
da Politécnica. O final, a criação do MAP. Considerando que os docentes lotados inicialmente
no MAP eram em sua maioria oriundos da Cadeira nº 02 ou atuavam em espaços próximos a
ela, como o Centro de Computação Eletrônica, entendemos que a referida cátedra é um
espaço ímpar para a compreensão do processo de formação da Matemática Aplicada na
Universidade de São Paulo.
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A MATEMÁTICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DO RIO DE JANEIRO: UM BREVE OLHAR
DESDE A ACADEMIA REAL MILITAR
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ARTEFATOS HISTÓRICOS E ENSINO DE MATEMÁTICA: ESTADO DA ARTE NOS ANAIS
DO ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
Referências
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dimensões. Quipu, vol. 14, núm. 1. enero-abril de 2012, pp. 69-92.
OLIVEIRA, Rosalva Lopes de. Ensino de Matemática, História da Matemática e artefatos:
possibilidades de interligar saberes em cursos de formação da Educação Infantil e anos iniciais
do Ensino Fundamental. Tese de doutorado. UFRN: Programa de Pós Graduação em
Educação, 2009.
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DIDÁTICA DA MATEMÁTICA (1961): POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DA ÁLGEBRA
Agradecimento: Agradeço à CAPES pelo apoio financeiro para participação neste evento
científico.
Referências
SALLES, P. P.; PEREIRA NETO, A. Julio Cesar & Malba Tahan: criador e criatura. In:
COPPE-OLIVEIRA, C; ANDRADE, M. M.; VIANA, O. A.; MARIM, V. (orgs.) Malba Tahan e a
revista Al-Karismi (1946-1951): diálogos e possibilidades. Jundiaí, Paco Editorial: 2016.
TAHAN, M. Didática da Matemática. Vol 1,São Paulo: Saraiva, 1961
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FRANCISCO ANTONIO LACAZ NETTO (1911-1991): BREVE BIOGRAFIA E PRODUÇÃO
BIBLIOGRÁFICA
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IGNACIO DA CUNHA GALVÃO E SUA DISSERTAÇÃO SOBRE AS SUPERFÍCIES
ENVOLTÓRIAS DE FEVEREIRO DE 1848
Referências
SIQUEIRA MARTINES, Mônica de Cássia. Primeiros doutorados em matemática no Brasil:
uma análise histórica. UNESP- Rio Claro: 2014. Tese de doutorado.
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LÉLIO GAMA: VIRAGENS DE UM MATEMÁTICO EM BUSCA DOS FUNDAMENTOS
Este trabalho descreve as razões que levam um cientista atuante e produtivo a interromper,
deliberadamente, suas pesquisas em uma área para dedicar-se a outra. A partir da descrição
de tais razões, discutiremos em que medida a persona científica é determinada pela sua
prática, ou ainda, em que medida esta última nos permite perceber a presença efetiva de
valores, epistêmicos e não epistêmicos. Lélio Gama (1892-1981) é um personagem cuja
trajetória permite-nos uma análise da historiografia da ciência no Rio de Janeiro. Sua carreira
teve início no período 1912-1918, quando graduou-se engenheiro geógrafo e civil na Escola
Politécnica do Rio de Janeiro. Desde os estudos ginasiais, revelou interesse por questões mal
esclarecidas em matemática. Em 1917, ingressou no Observatório Nacional e realizou suas
primeiras pesquisas matemáticas a partir de observações de fenômenos astronômicos. Em
1925, retornou à Escola Politécnica como professor assistente em Mecânica Racional,
produzindo quatro teses no período 1926-1929. Em 1935, tornou-se responsável pela Seção
de Matemática da Escola de Ciências da recém-criada Universidade do Distrito Federal, onde
produziu em matemática pura, introduzindo assuntos de Topologia Geral. Questões políticas
encerraram as atividades da UDF em 1939. Em discordância com os novos rumos tomados
pela Faculdade Nacional de Filosofia, Lélio Gama afastou-se em definitivo do magistério em
matemática. Sua produção na área seguiu com a publicação de dois livros didáticos, em
topologia e análise, e pela direção do Núcleo Técnico Científico da Fundação Getúlio Vargas,
criado em 1945. O Núcleo permitiu a aproximação de matemáticos jovens e maduros, tendo
como principal conquista a criação da Summa Brasiliensis Mathematicae, um periódico que
contou com a presença de figuras importantes do cenário científico internacional e possibilitou
a circulação de assuntos de ponta da matemática no Rio de Janeiro. A autoridade científica
adquirida por Lélio Gama ao final da década de 1940 o conduziu à direção do IMPA, entre
1952 e 1965. A partir de 1951, assumiu a direção do Observatório Nacional e passou a dedicar
esforço e energia às pesquisas em geofísica, abandonando de vez sua produção científica em
matemática. Discutiremos o que Lélio Gama pretendia ao tomar esta atitude.
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PROFESSORA EURIDES ALVES DE OLIVEIRA: BREVE BIOGRAFIA E CONTRIBUIÇÕES
AO DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA DA UNESP/RIO CLARO
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PROFISSIONALIZAÇÃO DA MATEMÁTICA NO RIO DE JANEIRO: OS PROBLEMAS NA
FNFI
Referências
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Depoimentos, PROEDES/UFRJ, Rio de Janeiro, 1992.
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ciência, cientistas e universidade no Brasil, 1930-1960. Locus-Revista de História, v. 18, n. 2,
2012.
NACHBIN, Leopoldo. Ciência e sociedade. Curitiba: Editora UFPR, 1996.
ROQUE, Tatiana Marins. Pesquisa matemática e instituições científicas no Brasil do pós-
guerra. Ciência e Cultura, v. 70, n. 1, p.26-31, 2018.
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SOBRE DUAS APOLOGIAS A JOAQUIM GOMES DE SOUSA PUBLICADAS EM JORNAIS
DO SÉCULO XIX
Referências
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de Souzinha. Tese de doutorado apresentada à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
São Paulo, 2012.
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falecidos. 2ed. Rio de Janeiro: Alhambra, 1987. v.2.
SOUZA, Cícero M. de. O Newton de Brasil: a bibliografia do cientista brasileiro Joaquim Gomes
de Souza. Recife: Editora da UFRPE, 2008.
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UM APANHADO SOBRE A OBRA DE EUGÊNIO RAJA GABAGLIA
Nesse trabalho apresento de modo sintético a obra de Eugênio de Barros Raja Gabaglia (1862-
1919), engenheiro e professor de matemática no Colégio Pedro II – Rio de Janeiro. Devido sua
formação variada e interesses pessoais, os escritos que Gabaglia publicou ao longo da vida
versam sobre diversos assuntos. Transita de uma tese sobre geografia política a um curso de
navegação interior, escrito para lecionar na Academia da Marinha. De uma pequena nota sobre
a numeração dos índios brasileiros a textos sobre a história da matemática e o papiro Rhind.
Por meio do estudo e exposição de sua obra, nesse trabalho também destaco a importância e
contribuição do autor especialmente à área de história da matemática no Brasil. O trabalho
fundamenta-se principalmente nos escritos originais de Gabaglia, reunidos e catalogados pela
autora em seu acervo pessoal.
Referências
ARQUIVO pessoal da autora, (2018).
MARTINS, J. O livro que divulgou o papiro Rhind no Brasil. 2015. 146 p. Dissertação -
(mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, 2015.
Disponível em:
<https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/124102/000832005.pdf?sequence=1>.
SILVA, M. R. F. da.; HARIKI, S. Raja Gabaglia. Trabalho de Iniciação Científica. São Paulo:
IME-USP, 1998.
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UMA INVESTIGAÇÃO INICIAL ACERCA DO DESENVOLVIMENTO DO CÁLCULO
VETORIAL NO BRASIL
Referências
BONFIM, S. H. Theodoro Augusto Ramos: um estudo comentado de sua tese de
doutoramento. 2013. 124f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista. Instituto de
Geociências e Ciências Exatas, Rio Claro, 2013.
RAMOS, T. A. A questão apreciada pelo Dr. Theodoro Ramos. In: AZEVEDO, F. de. A
Educação Pública em São Paulo. Problemas e Discussões. Inquérito para “O Estado de S.
Paulo”, em 1926. São Paulo, Rio de Janeiro, Recife: Companhia Editora Nacional, 1937.
p. 400 - 410.
_______. Calculo vectorial. São Paulo: Editora do Autor, 1927.
_______. Leçons sur le Calcul Vectoriel. Paris: Blachard, 1930.
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COMUNICAÇÕES DO SIMPÓSIO TEMÁTICO 3
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A HISTÓRIA DA MISSÃO JESUÍTICA DE SANTA MARÍA DEL IGUAZÚ
Estudar as matemáticas e as ciências afins, seus atores e instituições, e a sua relação com a
construção de territórios é de grande valor histórico, sobretudo no que se refere ao período
colonial sul-americano, pois permite compreender algo da realidade de outrora e contribuir com
a historiografia de hoje. Portanto, apresentaremos aqui alguns excertos que descrevem a
fundação da Missão Jesuítica de Santa María Del Iguazú, que foi fundada pelos padres
jesuítas Diego de Boroa e Claudio Ruyer em 1626, localizando-se inicialmente próxima às
cataratas do Rio Iguaçu, agora município de Foz do Iguaçu/PR, mas que foi transladada em
1633 para a margem direita do Rio Uruguai, em território argentino, devido as incursões dos
bandeirantes escravocratas, onde passou a ser chamada de Santa María La Mayor. Na época,
os limites territoriais do Brasil eram diferentes dos atuais e a maior parte do estado do Paraná
pertencia à Província Espanhola do Guaíra. E para contar essa história, usaremos fontes
documentais que remetem à época, esboçando um panorama com vistas a mostrar que, entre
1626 e 1633, já havia uma vila na maravilhosa terra das cataratas e que nela os padres
jesuítas – como protagonistas – julgavam importante implementar ações – pela igreja, escolas
e oficinas – junto aos ameríndios para a construção e consolidação de territórios, colocando em
definitivo estas paragens nos mapas da história.
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A LEI DOS COSMÓGRAFOS (1801), UMA REFORMA ADMINISTRATIVA DO TERRITÓRIO
PARA OS MATEMÁTICOS
O problema das saídas profissionais é uma questão que marca a vida da Faculdade de
Matemática desde a sua criação na Reforma Pombalina da Universidade de Coimbra (1772).
Em 1777 Francisco de Lemos (1735-1822), o Reformador-Reitor, ciente do problema propunha
que se legislasse no sentido de que algumas profissões só pudessem ser desempenhadas por
matemáticos formados pela Universidade. Defendia que os cargos de Cosmógrafo Mor e
Engenheiro Mor fossem providos apenas por matemáticos e proponha ainda a criação
de «lugares de Cosmógrafos pelas Províncias, e Domínios», que empregariam também os
graduados da nova Faculdade. Só muito mais tarde, em 1801, é que foi expressamente criada
legislação (Alvará de 9 de Junho) que instituía em cada comarca o lugar de Cosmógrafo a ser
ocupado por um matemático, cujas funções seriam a elaboração uma carta topográfica da
comarca de acordo com as regras estabelecidas para a Carta Geográfica do Reino; bem como
«intender sobre todas as obras públicas [...] e outros ofícios análogos à
Profissão dos Matemáticos». Nesta comunicação analisaremos a questão das saídas
profissionais, bem como a profunda reforma na administração do território, que esta lei, da
autoria de José Monteiro da Rocha (1734-1819), pretendia introduzir ao transferir um conjunto
de competências tradicionais dos Corregedores e Provedores das Comarcas para os novos
funcionários da administração central do Estado, que seriam os Matemáticos.
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AS MATEMÁTICAS ENTRE A DIPLOMACIA E AS PRÁTICAS DE CAMPO NAS
DEMARCAÇÕES TERRITORIAIS SUL-AMERICANAS DO SÉCULO XVIII
Nas décadas de 1750 e 1780, as coroas de Portugal e Espanha enviaram à América do Sul
diversas séries de expedições encarregadas de estabelecer e demarcar, em campo, as
fronteiras entre as possessões dos impérios ibéricos na região. As duas ondas expedicionárias
cumpriram disposições contidas nos tratados de Madri (1750) e Santo Ildefonso (1777),
resultantes cada um deles, por sua vez, de anos de negociações diplomáticas que buscavam
determinar em definitivo a posição dos limites amazônico, platino e oeste da América
portuguesa em relação aos territórios dos vice-reinos espanhóis. Diversos ‘matemáticos’
desempenharam funções cruciais nessas expedições demarcatórias, designados, como
estavam, para “traduzir” a linguagem dos tratados em coordenadas geográficas concretas,
mapas e marcos na paisagem. Interessa-nos neste estudo investigar esse processo de
“tradução”, ou, em outras palavras, a forma pela qual as matemáticas operaram como
intermediárias entre a diplomacia e as práticas demarcatórias empregadas em campo. Entre
outras questões orientadoras, indagamos quais são as ‘matemáticas’ empregadas nas
demarcações, quem são os ‘matemáticos’, e o que, afinal, eles fazem no cotidiano das
expedições. A partir de um conjunto de estudos de caso, discutiremos a natureza do
conhecimento e prática matemáticos mobilizados em expedições ocorridas em cada uma das
duas décadas mencionadas, com ênfase nas semelhanças e diferenças entre os praticantes
(incluindo suas representações e autorrepresentações culturais, formas de treinamento, e
repertórios teóricos e práticos) e entre suas operações em campo.
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AS PLANTAS DE FORTIFICAÇÃO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO: ARQUITETURA
MILITAR E AS CONQUISTAS ULTRAMARINAS (1700-1750)
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MATEMÁTICO, DEMARCADOR E POLÍTICO: CONSAGRAÇÃO E CONTROVÉRSIAS NA
TRAJETÓRIA DE ANTÓNIO PIRES DA SILVA PONTES (1749-1805)
António Pires da Silva Pontes nasceu no ano de 1749 na freguesia de Nossa Senhora do
Rosário, Comarca de Mariana, Minas Gerais. Pouco se sabe sobre a sua juventude, mas é
conhecido que foi para Coimbra por volta de 1772 para estudar. Formou-se em Matemática e
Filosofia, e adquiriu o grau de doutor em Matemática no ano de 1778. Recebeu a função de
integrar as comissões de demarcação de limites decorrentes do Tratado de Sto. Ildefonso na
América do Sul como astrônomo, partindo de Lisboa com destino ao Pará em janeiro de 1780.
Ficou responsável pela demarcação das fronteiras na região Oeste da colônia, mais
1
especificamente na capitania do Mato Grosso . Sua vida esteve durante muito tempo
associada a Francisco José de Lacerda e Almeida: além de estudarem juntos em Coimbra e
serem companheiros de demarcação, ambos foram professores na Academia da Marinha, em
Lisboa, no início da década de 1790. A Academia Real das Ciências de Lisboa recebeu os
diários e cartas geográficas de Silva Pontes provenientes de suas atividades na América
Portuguesa e concedeu-lhe a honraria de admiti-lo como sócio. Por volta de 1801 retornou ao
2
Brasil para assumir o governo do Espírito Santo, onde permaneceu até a sua morte, em 1805
3
. Há documentos interessantes que nos revelam outras facetas, muito instigantes, de Silva
Pontes. Alguns deles são de autoria de Lacerda e Almeida e endereçados ao ministro Martinho
de Mello e Castro (datados por volta dos anos de 1785-1786), em que faz duras críticas ao seu
companheiro de viagem com relação ao trabalho que ele desenvolvia, ao comportamento
temperamental e inadequado, além do suposto crime de lesa majestade por conta de um
45
ufanismo mineiro praticado por Pontes . Outro registro importante é um ofício do governador
da capitania do Mato Grosso, Luis de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres (datado de
6
1787), em que faz críticas contundentes aos matemáticos Lacerda e Pontes . Por fim, há os
registros do período em que governou a capitania do Espírito Santo, em que os moradores
reclamam do perfil autoritário e despótico do matemático-astrônomo mineiro na administração
7
a capitania . Essa documentação foi pouco explorada pela historiografia, e alguns deles ainda
permanecem inéditos. O objetivo desta comunicação oral é refletir acerca dos mesmos e tentar
entender como, apesar dessas controvérsias, António Pires da Silva Pontes ainda permaneceu
com tanto prestígio junto aos poderes políticos, sobretudo com a Coroa portuguesa, mantendo-
se com uma carreira de destaque ao longo da década de 1790, recebendo cargos importantes,
culminando com a nomeação para o governo da capitania do Espírito Santo.
Referências
1
DOMINGOS, Flávia Kurunczi. Matemática a Serviço do Império: a trajetória do
demarcador Antonio Pires da Silva Pontes Leme (1777-1790). 2008. 171 f. Dissertação
(Mestrado em História) – Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, 2008.
2
LIMA, Péricles Pedrosa. Homens de ciência a serviço da coroa: os intelectuais do Brasil
na Academia Real de Ciências de Lisboa: 1779/1822. 2009. 251 f. Dissertação de Mestrado
em História dos Descobrimentos e da Expansão. Universidade de Lisboa, Lisboa, 2009.
3
MENDES, I. A. A participação de alguns matemáticos luso-brasileiros nas comissões
demarcadoras das fronteiras brasileiras no século XVIII. V Encontro Luso-Brasileiro de
História da Matemática, 2007.
4
LACERDA E ALMEIDA, Francisco José de. Memória a respeito dos Rios Baures, Branco,
da Conceição, de S. Joaquim, Itonamas e Maxupo, e das três missões de Magdalena, da
Conceição e de S. Joaquim. RIHGB, v. 12, 1849
Fontes Manuscritas
5
AHU, Mato Grosso, Cx. 26 Doc. 1518.
6
AHU, Mato Grosso, Cx. 25, Doc. 1489.
7
AHU, Espírito Santo, Cx. 7 Doc. 490; AHU, Espírito Santo, Cx. 7 Doc. 491; AHU, Rio de
Janeiro, Cx. 223, Doc. 15310.
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OBSERVATÓRIOS ITINERANTES E A CONSTRUÇÃO DA AMÉRICA PORTUGUESA (1750-
1787)
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WOOLF, Harry. "British preparations for Observing the Transit of Venus of 1761". In: The
William and Mary Quarterly. vol 13. n. 4, Out. 1956.
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OS CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS À FORMAÇÃO DO ENGENHEIRO MILITAR NO
SÉCULO XVIII
Nesse trabalho temos por objetivo destacar aspectos da formação do engenheiro militar na
primeira metade do século XVIII em Portugal. Espera-se proporcionar alguma luz sobre a
formação científica, especialmente matemática, de uma profissão que no período estudado era
pouco valorizada nos quadros militares, mas que era essencial para a manutenção do território
português, bem como para os planos de expansão e manutenção das colônias. A Arquitetura
Militar era uma ciência, mas que não se sustentava só com conhecimentos práticos do campo
de trabalho do engenheiro militar. Assim as ciências matemáticas tornaram-se as constituintes
desse saber teórico. Manoel de Azevedo Fortes engenheiro-mor do reino e professor da
instituição que formou a maior parte dos engenheiros que atuou no reino e nas colônias no
século XVIII, denominada por si de “Academia Militar”, definiu os assuntos que considerava
indispensáveis para uma boa formação do engenheiro militar. Entre os conteúdos estão:
Aritmética, Geometria Euclidiana, o que chama de Geometria Prática e a Trigonometria, além
das atividades de desenho, do uso dos instrumentos matemáticos, das atividades na prática
das marcações e medições no terreno e da Artilharia. Excetuando-se as lições sobre Artilharia,
todas as outras estão organizadas nos dois volumes do livro O Engenheiro Português. Sabe-se
também, que era estudado um Tratado da Álgebra, que demorava em torno de dois anos para
ser ditado, conhecido graças ao manuscrito de um aluno da Academia que chegou aos dias de
hoje, no qual se explicita que foi ditado entre 1732 e 1734. Nos nossos estudos posteriores,
outros manuscritos com o mesmo conteúdo também foram encontrados, no entanto alguns
sem precisão na definição da autoria e de datas. Embora nem todo o conteúdo desses
manuscritos versem sobre álgebra pura, não dá para negar que o assunto fez parte da
formação dos engenheiros militares, sendo estudado inclusive antes da geometria e que
Azevedo Fortes, influenciado pelos textos de matemáticos europeus, especialmente, pelos do
padre francês Bernardo Lamy (1640-1715), teve papel decisivo para que a álgebra fosse
ensinada na Academia Militar.
Referências
RIBEIRO, D. M. A formação dos engenheiros militares: Azevedo Fortes, Matemática e
ensino da Engenharia Militar no século XVIII em Portugal e no Brasil. 2009. 213p. Tese
(Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. São Paulo,
2009.
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COMUNICAÇÕES DO SIMPÓSIO TEMÁTICO 4
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A ÁLGEBRA COSSISTA ALEMÃ – SIGNIFICADO E IMPACTOS
Referências
Mahdi Abdeljaouad, Le manuscrit mathématique de Djerba: Une pratique de symboles
algébriques maghrébins en pleine maturité. Em Actes du 7e Colloque Maghrébin sur l’Histoire
dês Mathématiques Árabes, Juin 2002, Marrakech: ENS Marrakech.
Menso Folkerts, Adam Ries und die Algebra. In: Rainer Gehardt (ed.), Rechenmeister und
Mathematiker der frühen Neuzeit. Band 25 der Schriften des Adam-Ries-Bundes. Annaberg-
Buchholz, 2017, 135-151.
Jens Høyrup, Fibonacci - Protagonist or Witness? Who Taught Catholic Christian Europe about
Mediterranean Commercial Arithmetic? Journal of Transcultural Medieval Studies, 2014, 1: 219-
247.
Victor J. Katz & Karen Hunger Parshall, Taming the Unknown. A History of Algebra from
Antiquity to the Early Twentieth Century. Princeton University Press, 2015.
Sabine Rommevaux et al., Pluralité de l’Algèbre à la Renaissance. Paris : Honoré Champion,
2012.
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A CONCEPÇÃO E A CLASSIFICAÇÃO DAS DISCIPLINAS MATEMÁTICAS DE ADRIAAN
VAN ROOMEN
As fronteiras do conhecimento nem sempre foram aquelas que conhecemos hoje. No século
XVII, por exemplo, a matemática ainda não era uma área autônoma e nem unificada. Levando
em consideração concepções filosóficas e outros aspectos que consideraram relevantes,
diversos autores apresentaram concepções diferentes a respeito daqueles conhecimentos que
deveriam ser considerados parte da matemática. Na verdade, normalmente se referiam a um
conjunto de disciplinas denominando-as como matemáticas, no plural. Adriaan van Roomen
(1561-1615) – estudioso que desenvolveu alguns trabalhos sobre geometria e trigonometria,
incluindo o episódico fato de ter calculado π com 15 casas decimais – na obra Universae
Mathesis Idea de 1602 e no liber primus da Mathesis Polemica de 1605 nos apresenta sua
visão filosófica acerca do objeto e dos objetivos de estudo das matemáticas, assim como uma
classificação descrevendo os fundamentos de cada uma das disciplinas. Para o autor, as
matemáticas são conhecimentos que tem as quantidades como objetos de estudo. Ao falar em
quantidades, van Roomen se refere á qualquer objeto com a possibilidade de medida, como
adotada por estudiosos da Antiguidade e da Idade Média. Porém, vai além, considerando os
acidentes, as substâncias e as cosias artificiais, termos derivados da filosofia aristotélica. Sua
classificação das disciplinas está dividida em dois grupos: (i) as matemáticas principais – que
são divididas em matemáticas puras (logística, prima mathesis, aritmética e geometria) e
mistas (astronomia, uranografia, cronologia, cosmografia, geografia, corografia, topografia,
topothesis, astrologia, geodesia, música, óptica e euthymetria) – e (ii) as matemáticas
mecânicas (sphaeropoeia, manganaria, mechanopoetica, organopoetica e thaumatopoetica).
Estas últimas estão relacionadas ao uso e construção de máquinas, tema que está ligado à
instrumentação matemática, que se desenvolveu bastante naquele período. Percebe-se ainda
em ambas aas obras que o autor valoriza uma concepção de matemáticas em que o
aristotelismo é de extrema importância, fundamentando diversos dos princípios de sua
classificação.
Referências
OLIVEIRA, Zaqueu Vieira Oliveira. A classificação das disciplinas matemáticas e a Mathesis
Universalis nos séculos XVI e XVII : um estudo do pensamento de Adriaan van Roomen. Tese
(Doutorado em Educação Matemática). UNESP: Rio Claro, 2015.
VAN ROOMEN, Adriaan. (1602). Universae Mathesis Idea. Wurceburgo: Georgius
Fleischmann.
VAN ROOMEN, Adriaan. (1605). Mathesis Polemica. Frankfurt: Levinus Hulsius.
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A INFLUÊNCIA DAS ÁLGEBRAS DO SÉC. XVI EM DESCARTES
Referências
DESCARTES, René. Œuvres. 12 vol. ADAM, Charles; TANNERY, Paul (Eds.). Paris: Léopold
Cerf, 1897-1913.
GAUKROGER, Stephen. Descartes: uma biografia intelectual. Rio de Janeiro: Contraponto,
1999.
PARSHALL, Karen. A plurality of algebras, 1200-1600: algebraic Europe from Fibonacci to
Clavius. BSHM Bulletin: Journal of the British Society for the History of
Mathematics, vol. 32, n. 1, p. 2-16. 2017.
RODIS-LEWIS, Geneviève. Descartes: uma biografia. Rio de Janeiro: Record, 1996.
ROMMEVAUX, Sabine; SPIESSER, Maryvonne; MASSA ESTEVE, Maria Rosa. Pluralité de
l'algèbre à la renaissance. Paris: H. Champion, 2012.
SHEA, William R. La magia de los numeros y el movimiento. Madrid: Alianza Editorial, 1993.
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A RÉGUA DE CÁLCULO CIRCULAR NA OBRA THE CIRCLES OF PROPORTION AND THE
HORIZONTAL INSTRUMENT..., (1632), DE WILLIAM OUGHTRED: REFLEXÕES INICIAIS
NOS ASPECTOS CONTEXTUAIS
O século XVII foi marcado por um evidente crescimento quanto ao uso de instrumentos de
investigação de fenômenos naturais. (SAITO, DIAS, 2010). Alguns desses instrumentos eram
denotados “matemáticos”, pois, estiveram relacionados a vários fatores quanto a seu uso,
possuindo diversas finalidades práticas e, portanto, estavam fortemente ligadas a Astronomia,
Navegação e Agrimensura. Um desses instrumentos foi o círculo de proporção ou régua de
cálculo circular de William Oughtred (1574-1660), presente na obra The circles of proportion
and the horizontal instrument..., escrita em 1622, porém publicada somente em 1632, cujo
conteúdo aponta diversas situações de uso prático do objeto. Com isso, esse estudo objetiva
apresentar algumas ponderações iniciais sob a ótica da historiografia atualizada, concernentes
aos aspectos contextuais no que se refere ao papel que esse instrumento teve durante o
século XVII. Para isso, essa pesquisa inicialmente é de cunho documental. A obra está dividida
em duas partes, e cada uma em capítulos específicos sobre o tema apresentado. Assim, a
primeira parte refere-se aos “círculos do primeiro lado” (OUGHTRED, 1632) apresentando
alguns exemplos de como manusear o instrumento e é nessa que esse estudo tem enfoque. A
partir disso, vislumbra-se esse estudo como forma de reconstruir as ideias tradicionais
referentes ao processo de construção de alguns conhecimentos matemáticos, através de uma
perspectiva atualizada, renovando as concepções a respeito.
Referências
OUGHTRED, William. The Circles of Proportion and the Horizontal Instrument the former
shewing the maner how to work proportions both simple and compound: and the ready
and easy resolving of quaestions both in arithmetic, geometrie. Londres: Eebo Editions, 2010.
Tradução de: William Forster.
SAITO, Fumikazu; DIAS, Marisa da Silva. História e Ensino de Matemática: construção e uso
de instrumentos de medida do século XVI. História da Ciência e Ensino: construindo
interfaces, v. 2, p. 76-88, nov. 2010. ISSN 2178-2911. Disponível em:
<https://revistas.pucsp.br/index.php/hcensino/article/view/4163/2865>. Acesso em: 28 mar.
2018.
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O USO DE DOCUMENTOS ORIGINAIS EM PESQUISAS QUE ENVOLVEM A HISTÓRIA DA
MATEMÁTICA DOS SÉCULOS XVI E XVII
Referências
SAITO, Fumikazu. História da matemática e suas (re)construções contextuais. São Paulo:
Ed. Livraria da Física/SBHMat, 2015.
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PROBLEMAS DE MEDIÇÃO DE ALTURAS UTILIZANDO O ESQUADRO MÓVEL DE
OTTAVIO FABRI (C.1544-C.1612): UMA ARTICULAÇÃO ENTRE A HISTÓRIA E O ENSINO
DE MATEMÁTICA
Referências
CESANA, Andressa. Textos e contextos dos problemas de medição de alturas em livros
do Renascimento. 2013. 233f. Tese (Doutorado em Educação) - UFES, ES, 2013.
CHARTIER, Roger. A História Cultural entre práticas e representações. 2. ed. Bertrand
Brasil. Rio de Janeiro, 2002.
DYNNIKOV, Circe M. Silva da Silva; SAD, Lígia Arantes. Uma abordagem pedagógica do
uso de fontes em História da Matemática. Guarapuava: SBHMat, 2007.
MENDES, Iran Abreu. Uso da História no Ensino da Matemática: reflexões teóricas e
experiências. Belém: EDUEPA, 2001. 90p. (Série Educação; n.1).
SAITO, Fumikazu; DIAS, Marisa Silva. Articulação de entes matemáticos na construção e
utilização de instrumentos de medida do século XVI. Sergipe, Aracaju, 2011. (Coleção
História da Matemática para Professores).
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UM ESTUDO INICIAL DA OBRA CHRONOGRAPHIA, REPORTORIO DOS TEMPOS...
(1603), DE MANOEL DE FIGUEIREDO E O INSTRUMENTO BALHESTILHA
Referências
FIGUEIREDO, Manoel de. Chronographia Reportorio dos tempos, no qual se contem VI.
partes, f. dos tempos: esphera, cosmographia, e arte da navegação, astrologia rustica, e dos
tempos, e pronosticação dos eclipses, cometas, e sementeiras. O calendario Romano, com os
eclypses ate 630. E no fim o uso, a fabrica da balhestilha, e quadrante gyometrico, com hum
tratado dos relogios. Lisboa. 1603.
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UM ESTUDO PRELIMINAR DA OBRA VIA REGIA AD GEOMETRIAM (1636) DE PETRUS
RAMUS
Referências
RAMUS, Peter. Via Regia ad Geometriam: The way to geometry. Londres: Thomas Cotes,
1636. Tradução de: William Bedwell.
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UM ESTUDO PRELIMINAR SOBRE A GEOMETRIA E A ÓPTICA QUINHENTISTA A PARTIR
DO TRATADO LE SCIENZE MATEMATICHE RIDOTTE IN TAVOLE DE EGNATIO DANTI
Referências
DANTI, E. Le scienze matematiche ridotte in tavole… Bologna: Compagnia della Stampa, 1577.
FRANGENBERG, T. Egnatio Danti optics. Cinquecento Aristotelianism and the Medieval
Tradition. Nuncius, v. III, n. 1, p. 3-38, 1988.
_____. Egnatio Danti on the History of Perspective. In: SINISGALLI, R. (ed.). La prospettiva:
Fondamenti theorici ed esperienze figurative dall’antichità al mondo moderno.Firenze: Cadmo,
1998. p. 213-223.
RAYNAUD, D. Les débats sur les fondements de la perspective linéaire de Piero della
Francesca à Egnatio Danti: un cas de mathématisation à rebours. Early Science and Medicine,
v. 15, p. 474-504, 2010.
RIGHINI-BONELLI, M. L. Danti, Egnatio (Pellegrino Rainaldi). In: GILLESPIE, C. C. (ed.).
Dictionary of Scientific Biography. New York: Charles Scribner’s Son, 1981. V. 3, p. 558-559.
SETTLE, T. B. Egnatio Danti as a Builder of Gnomons. An Introduction. In: BERETTA, M.;
GALLUZZI, P.; TRIARICO, C. (eds.). Musa musaei. Firenze: Leo S. Olschki, 2003. p. 93-115.
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UM ESTUDO PRELIMINAR DA OBRA DE ARTE ATQUE RATIONE NAVIGANDI (1573) DE
PEDRO NUNES
No século XVI, uma das práticas que impulsionava o desenvolvimento das matemáticas era a
navegação, visto que tal arte necessitava do refinamento para se chegar cada vez mais
próximo de uma certa precisão. Nesse contexto, Portugal contribuiu para a ampliação no que
se refere aos conhecimentos envolvendo a prática matemática na navegação e dentre os
estudiosos na área, destaca-se o cosmógrafo-mor Pedro Nunes. Nesse sentido, dentre as
obras que ele publicou, destaca-se a Petri Nonii Salaciensis Opera de 1566 em latim em que
apresenta discussões sobre a arte de marear do período. O tratado ainda foi reeditado e
publicado em 1573, como De Arte Atque Ratione Navigandi e atualmente possui uma tradução
em português, intitulado Sobre a arte e a ciência de navegar (2008). Visto isto, o estudo tem
por finalidade apresentar a descrição do documento, como uma tentativa de elencar elementos
de seu contexto. Assim, sob a perspectiva de uma pesquisa documental, foi observado que
Nunes possivelmente vislumbrou como possíveis leitores a sua obra pessoas com alto nível de
formação e de conhecimentos das matemáticas, visto que a publicação foi realizada em latim e
continha em seu conteúdo um grau de conhecimento bastante avançado. Destaca-se ainda
que o impulso para a publicação da edição de 1573 veio da observação de António Mariz a
obra de 1566 em que notou algumas alterações nos tratados de navegação, as quais segundo
o observador poderiam levar a naufragar quem por tais considerações se orientassem. Nesse
sentido, entende-se que a estrutura e o contexto de desenvolvimento de tal obra podem revelar
interessantes questões tanto no que se refere a náutica como também as matemáticas
praticadas no século XVI.
Referências
NUNES, P. Obras: De Arte Atque Ratione Navigandi. vol. IV, Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 2008.
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UM OLHAR SOBRE A PROPOSIÇÃO XXX II DE JAMES GREGORY
O trabalho tem como objetivo compreender os métodos utilizados por James Gregory,
matemático escocês do século XVII, no desenvolvimento do que hoje conhecemos por
Teorema Fundamental do Cálculo. Para isso, utilizamos como fonte de pesquisa a obra Vera
circuli et hyperbolae quadratura, de 1668, em especial a Proposição XXXII da mesma, na qual
o autor, de acordo com Baron e Bos (1985), apresenta uma demonstração do que
compreendemos hoje serem as funções inversas derivada e integral, ou o Teorema
Fundamental do Cálculo. Para tanto ele utiliza uma linguagem verbal e geométrica, com
estruturas de demonstração baseadas no método de exaustão. No decorrer da pesquisa,
traremos algumas informações referentes às fontes em história da matemática, uma breve
biografia de James Gregory e a tradução da proposição estudada, na qual apresentaremos
uma interpretação de caráter mais algébrico, com o objetivo de tornar mais compreensível para
a linguagem matemática atual e verificar as contribuições do autor para o Cálculo Diferencial e
Integral.
Referências
BARON, Margaret. E; BOS, H. J. M. Curso de história da matemática: origens e
desenvolvimento do cálculo. Vol 2. Trad. de José Raimundo Braga Coelho, Rudolf Maier e M.a
José M. M. Mendes. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1985.
GREGORY, James. Vera circuli et hyperbolae quadratura cui accedit geometria pars
vniuersalis inseruiens quantitatum curuarum transmutationi & mensurae. 1668.
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COMUNICAÇÕES DO SIMPÓSIO TEMÁTICO 5
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A CONCEPÇÃO GEOMÉTRICA DE MOUTARD EM RELAÇÃO AOS ESCRITOS DE
PONCELET
Referências
PONCELET, J.V. Applications d’Analyses et de Geométrie. 1ª ed. Paris: Mallet-Bachelier,
1862, Tome I. 563 p.
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A CONTRIBUIÇÃO INICIAL DE SYLVESTER PARA A TEORIA DOS INVARIANTES: UMA
ANÁLISE DE ASPECTOS ALGÉBRICOS E GEOMÉTRICOS
Em 1852, o matemático James Joseph Sylvester (1814-1897) publica o artigo “on the principles
of the calculus of forms”, no Cambridge and Dublin Journal. Neste trabalho, que apresentou
uma boa recepção da sociedade francesa, o autor apresenta resultados importantes a respeito
da Teoria dos Invariantes, na qual ele trabalha desde 1850 em conjunto com George Salmon
(1819-1904) e Arthur Cayley (1821-1895). No período de 1837 e 1850, a maior parte do
trabalho Sylvester tratou de problemas relacionados com Teoria de Eliminação. Apesar da
historiografia apresentar Sylvester como um algebrista, os trabalhos que sucederam este
período apresentam inferências a respeito de propriedades geométricas de curvas e sua
relação com a Teoria dos Invariantes. Além disso, esse interesse por questões sobre geometria
também se faz presente em correspondências como, por exemplo, as mensagens trocadas
com Salmon sobre o tema e uma carta escrita em 1849 para Henry Peter Brougham (jurista
inglês, 1778-1868) onde Sylvester apresenta suas perspectivas a respeito de novos
direcionamentos para geometria. Com isso, o objetivo deste trabalho é apresentar uma análise
de aspectos algébricos e geométricos das produções científicas de Sylvester no período de
1850 a 1852. A escolha deste período se deve ao fato do mesmo representar datas das
primeiras publicações que tratam da Teoria dos Invariantes, nos quais Sylvester discute o
tratamento analítico de problemas geométricos. Mais especificamente, pretende-se, através de
uma releitura dos artigos publicados neste período, apresentar como estes culminam na
publicação do “on the principles of the calculus of forms” e como os mesmos contribuem não só
para o desenvolvimento de teoria algébricas, mas também geométricas.
Referências
BAKER, H. F. (ed) The Collected Mathematical Papers of James Joseph Sylvester: 1837 –
1853. v. 1. Cambridge: University Press, 1904. 650p.
PARSHALL, K. H. Toward a History of Nineteenth-Century Invariant Theory. In: ROWE, D. E.;
MCCLEARY, J. The History of Modern Mathematics. California, San Diego: Academic Press, v.
1, p. 157-206, 1989.
PARSHALL, K. H. James Joseph Sylvester: Life and Work in Letters. Oxford: Oxford
University Press, 1998. 340p.
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A DISPUTA ENTRE GERGONNE E PONCELET ACERCA DA GEOMETRIA DE SITUAÇÃO
(1827-1828)
A geometria de situação foi uma área de pesquisa praticada coletivamente pelos leitores do
periódico Annales de Gergonne nas décadas de 1810 e 1820. Trata-se de uma geometria cujo
principal problema está em entender a simetria de determinados enunciados, que parece
formar entre si pares duais. Entre os geômetras que contribuíram na geometria de situação,
dois se destacaram por propor explicações para o fenômeno da dualidade. Um deles é Jean
Victor Poncelet (1788-1867), que elaborou a teoria da reciprocidade polar, dentro de uma
perspectiva de renovação da geometria sintética. O outro foi Joseph Diaz Gergonne (1771-
1859), editor dos Annales, que elaborou uma explicação baseado no princípio da dualidade,
dentro de uma perspectiva de reorganização axiomática dos fundamentos da geometria. Em
1824, Poncelet produziu um trabalho que foi lido na Academia de Ciências, mas só foi
publicado integralmente cinco anos depois. A partir daí uma sequência de mal-entendidos
provocou uma disputa pública bastante agressiva, entre os dois geômetras, na qual estiveram
envolvidos diversos textos, episódios e pessoas. O estudo desta querela põe em evidência
uma faceta importante do trabalho do historiador das ciências: a consulta e o cotejamento
cuidadoso das fontes disponíveis, bem como uma boa organização cronológica dos
documentos de fontes primárias, na elucidação de um episódio histórico para além dos textos
exibidos publicamente pelos atores envolvidos.
Referências
GRAY, Jeremy. Worlds Out of Nothing. A Course in the History of Geometry in the 19th
Century. London: Springer (2007).
HAUBRICHS, Cleber. Étienne Bobillier (1798-1840): Percursos Matemático, docente e
profissional. Tese de doutorado. Programa de pós-graduação em História das Ciências e das
Técnicas e Epistemilogia. UFRJ. Rio de Janeiro, 2015.
PONCELET, Jean Victor. Polémique mathématique. Reclamation de M. le Capitaine Poncelet
avec des notes par Gergonne. Note sur divers articles du Bulletin des sciences de 1826 et de
1827, relatifs à la théorie des polaires réciproques, à la dualité des propriétés de situation de
l’étendue, etc. Annales de mathématiques pures et appliqueés, 18 (1827-1828), pp. 125-149.
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A INTERVENÇÃO DE BENTO DE JESUS CARAÇA NA ATUÁRIA
Bento de Jesus Caraça (1901–1948) desenvolveu intensa atividade como atuário junto a várias
empresas – públicas e privadas –, no período de 31 de dezembro de 1927 a 25 de julho de
1947, tendo em vista os relatórios da área encontrados em seu espólio intelectual e cultural. É
desse período que encontramos trabalhos de análise, pareceres, relatórios anuais, estudos e
modelos matemáticos. Esses documentos, em geral, estão consolidados na forma de relatórios
com a sua assinatura e devidamente identificada como Atuário. Manteve contato próximo e
conversações, por correspondência, com alguns atuários espanhóis, bem como participou,
provavelmente desde os anos de 1930, dos iniciais trabalhos para rearticulação do Instituto dos
Actuários Portugueses (IAP). Em 1933, pública “Interpolação e Integração Numérica”, seu
primeiro livro didático, como consolidação de uma série de artigos publicados na Revista de
Economia, do Instituto Superior de Ciências Econômicas e Financeiras (ISCEF), da
Universidade Técnica de Lisboa. A sua atuação pelos caminhos da Economia envolve – a
formação e os primeiros escritos econômicos, a possível investigação científica econômica, a
criação e direção do Centro de Estudos de Matemática Aplicada à Economia (CEMAE), a
econometria, o cálculo atuarial e a segurança social, e, ainda, a Revista de Economia. Na sua
obra póstuma, “Inéditos de Matemática Económica”, organizada por Carlos Bastien,
encontramos artigos de temática econômica publicados em revistas e, ainda alguns escritos
inéditos da área econômica que integram seu espólio intelectual e cultural. Portanto, a
intervenção de Bento de Jesus Caraça na atuária constitui-se numa importante oportunidade
de estudos de investigação para melhor compreendermos esse homem múltiplo, por seus
pensamentos e ações, bem como por representar uma das vultosas e referenciais
personalidades da história da cultura portuguesa.
Referências
AMARAL, J. T. Bento de Jesus Caraça – Uma Visão Sobre o Valor Humano e o Valor
Social da Matemática e Suas Implicações no Ensino. 2014. Tese de Doutorado. Faculdade
de Educação, Universidade de São Paulo – Brasil.
BASTIEN, C. (organização e introdução) Bento de Jesus Caraça – Inéditos de Economia
Matemática. Lisboa: SPM/Gradiva Editora, 2010.
BREDERODE, F. Interpolação e Integração Numérica. Revista Portuguesa de Seguros, nº
17, Lisboa, 1933.
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A RECEPÇÃO DA TEORIA GERAL DAS SUPERFÍCIES DE GAUSS NA FRANÇA DO
SÉCULO XIX
Referências
LIOUVILLE, J. Sur un théorème de M. Gauss concernant le produit des deux rayons de
courbure principaux en chaque point d’une surface. Journal de Mathématiques Pures et
Appliquées, série 1, tome 12, p. 291-304, 1847.
LIOUVILLE, J. Aplication de l’Analyse à la Géométrie. Bacheler: Paris, 1850, p. 638
LÜTZEN, J. Joseph Liouville 1809-1882: Master of Pure and Applied Mathematics.
Springer-Verlag: New York, 1990, p. 884
VOELKE, Jean-Daniel, Renaissance de la géométrie no euclidienne entre 1860 et 1900,
Peter Lang SA, Editions scientifiques européenne, Bern 2005.
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APONTAMENTOS SOBRE A PROFISSÃO DE ACTUÁRIO EM PORTUGAL ATÉ MEADOS
DO SÉCULO XX
Em finais do século XIX, Albert Quiquet, reconhecido actuário francês, descreve um actuário
como um especialista multifacetado – um estatístico, um financeiro e um matemático. A
importância desses profissionais para a longevidade de instituições que lidassem com
contingências da vida é já inquestionável. Em Portugal, desde o primeiro quartel do século XIX
se reconhece que a fundamentação de seguradoras ramo Vida e de montepios de
sobrevivência deveria ser entregue “a pessoa que tenha a profissão das mathematicas”
(Companhia de Seguros Fidelidade, 1836, p. 41). As funções de um actuário foram sendo
desempenhadas por indivíduos com formações distintas, destacando-se os comercialistas e os
matemáticos. Assuntos de actuariado começam a ser ensinados em Portugal na década de
1880, nos Institutos Industriais e Comerciais. E quanto a associações profissionais, é de
assinalar uma primeira tentativa, fracassada, na década de 1920 – a Associação dos Actuários
Portugueses –, sendo somente em 1945 criado o actual Instituto dos Actuários Portugueses.
Nesta comunicação daremos apontamentos sobre o desenvolvimento da profissão de actuário
em Portugal até meados do século XX. Tendo em conta o progresso da Ciência Actuarial em
Portugal e no estrangeiro, procuraremos responder a questões diversas. Quem foi exercendo
as funções de actuário e qual a sua formação? Como evoluiu o ensino de Actuariado em
Portugal? Quando ocorreu a profissionalização da profissão de actuário? Que desafios foram
surgindo no exercício dessa profissão? E, como foi acompanhado pelos profissionais
portugueses o desenvolvimento da profissão no estrangeiro?
Referências
Arquivo financiador e segurador (1934-1945).
Caeiro, Armando; Barroso, Maria de Nazaré Esparteiro. 2005. Instituto dos Actuários
portugueses - Comemoração dos 60 anos. [s.l.]: IAP. (Lisboa: IAP).
Companhia de Seguros Fidelidade. 1836. Considerações submettidas à Assembleia Geral da
Companhia de Seguros Fidelidade sobre seguros de vida pela Direcção de 1835-1836. Lisboa:
Typographia de José Baptista Morando.
Seguros e Finanças (1906-1927?).
Hickman, James. 2004. “History of actuarial profession”, in: Teugels, Jozef L.; Sundt, Bjorn
(eds.). 2004. Encyclopedia of actuarial science, vol. II (New Jersey: John Wiley & Sons), pp.
831-838.
Martins, Ana Patrícia. 2013. Daniel Augusto da Silva e o Cálculo Actuarial em Portugal. Tese
para a obtenção do grau de Doutor em História e Filosofia das Ciências, Universidade de
Lisboa. (http://repositorio.ul.pt/handle/10451/8650)
Porter, Theodore. 1995. Trust in numbers. The Pursuit of Objectivity in Science and Public Life.
Princeton: Princeton University Press.
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EDWIN A. ABBOTT E SUA OBRA PLANOLÂNDIA: A ATUALIDADE SOCIAL DE UM
UNIVERSO MATEMÁTICO-LITERÁRIO
Este trabalho tem por objetivo principal trazer para o cenário da Educação Matemática um
pouco sobre a vida e a obra de Edwin A. Abbott (1838-1926), clérigo inglês do período
vitoriano, que lançou mão da linguagem matemática na composição de uma narrativa
metafórica e crítica à sociedade de sua época, como bem descrita em Chastenet (s/d) e Morais
(2004). A partir de estudos concernentes à sua vida e obra, analisaremos seu livro mais
célebre: Planolândia – Uma Romance de muitas dimensões (1884), a fim de pontuar como os
entes matemáticos, que vêm à vida no livro, são painéis da inferiorização da mulher e da
impossibilidade de ascensão social. As discussões contempladas neste texto dialogam com a
História da Matemática, no sentido de abrir espaços para as produções e ideias matemáticas
de personalidades não tão conhecidas, e com questões relativas à motivação e à
interdisciplinaridade no ensino e aprendizagem de Matemática, uma vez que a literatura aqui é
entendida como uma fonte histórica, conforme apontam Ferreira (2017) e Brito e Ribeiro
(2013), dentre outros.
Referências
ABBOTT, E. A. Planolândia: um romance de muitas dimensões. Editora: Conrad, 2002.
BRITO, A. J; RIBEIRO, M. A. História da Educação e Literatura. Bolema, Rio Claro (SP), v. 27,
n. 45, p. 97-116, abr. 2013.
BRITO, R. B. de. Um elo possível entre matemática e literatura: alguns conteúdos de
geometria do ensino fundamental presentes no livro Planolândia. (Trabalho de conclusão de
curso de Licenciatura em Matemática ). Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2015.
CHASTENET, J. A vida quotidiana em Inglaterra no começo da Era Vitoriana (1837-1851).
Edição Livros do Brasil: Lisboa, s/d.
FERREIRA, A. C. A fonte fecunda. In: PINSKY, C. B.; LUCA, T. R. O historiador e suas
fontes. São Paulo: Contexto, 2017.
MORAIS, F. C. Literatura Vitoriana e Educação Moralizante. Editora: Alínea, 2004.
ROBERTSON, E. F.; O’CONNOR, J. J. Edwin Abbott Abbott. Disponível em: http://www-
history.mcs.st-andrews.ac.uk/Biographies/Abbott.html. Acesso em: 28/10/2017.
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ENSAIOS HISTÓRICOS SOBRE A PRESENÇA DA MATEMÁTICA NA IMPRENSA
CIENTÍFICA MILITAR EM PORTUGAL (1850-1914)
Notas
1
Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso VI, Livro 29, fl. 267.
2
Temática importantíssima que aguarda a incursão dos investigadores. A este respeito
3
Assis, J. L. 2016. Imprensa Militar (1849-1918): Divulgação de Ciência e Técnica. In Militares, Ciência & Técnica:
circulação e trocas internacionais 1850-1918. Casal de Cambra: Caleidoscópio, pp. 39-166. Carolino, L. M. 2012.
Measuring the Heavens to Rule the Territory: Filipe Folque and the Teaching of Astronomy at the Lisbon Polytechnic
School and the Modernisation of the state Apparatus in Nineteenth century Portugal. Sci & Educ, 21, pp. 109-133.
Saraiva, L. 2014. A Decisive Journal in Portuguese Mathematics: Gomes Teixeira’s Jornal de Sciencias Mathematicas
e Astronomicas (1877-1905), « L'émergence de la presse mathématique en Europe au 19ème siècle. Formes
éditoriales et études de cas », Christian Gerini & Norbert Verdier (Eds.). Oxford: Collège Publication, pp. 67-95.
4
Compreende os periódicos técnicos e científicos das diferentes armas e serviços do Exército e da Marinha entre
1849-1918.
5
Temática importantíssima que aguarda a incursão dos investigadores. A este respeito refira o trabalho Loid Navarro,
J. M. 2004. Las Ciencias Matematicas y Las Ensenânzas Militares el Reinado de Carlos II. Vol. I e II. Madrid: Ministerio
de Defensa.
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JOSÉ ANASTÁCIO DA CUNHA (1744-1787) TAMBÉM PROFESSOR DE “QUANTIDADES
NEGATIVAS”
Em matemática há uma anomalia peculiarmente sinuosa: é a antinomia, que desde cedo nos
ensinam a tentar evitar. Todavia, a história da matemática mostra-nos que as contradições, em
particular no caso das “quantidades negativas”, não só não foram evitáveis, como puderam
desempenhar, nomeadamente no Ensino, um papel muito importante. Este trabalho se refere a
parte de nossa pesquisa de doutorado que discorreu sobre José Anastácio da Cunha (JAC), no
contexto das quantidades negativas. Utilizamos como principais documentos algumas cartas
escritas em 1785 que trazem em sua redação um debate a respeito das quantidades negativas.
Reconstruímos a narrativa das cartas, identificando personagens e instituições de ensino, bem
como expomos a postura do professor JAC.
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MATEMÁTICA DAS PENSÕES EM PORTUGAL: A HISTÓRIA RECENTE
Embora apresente os seus aspetos particulares, não se pode dizer que a história da proteção
social em Portugal seja muito diferente da de outros países. Aliás, se se excetuarem os
relativamente mais recentes exemplos pioneiros da Prússia e da Dinamarca, no século
dezanove, e do Reino Unido, já depois da segunda guerra mundial, o que se nota, quando se
aprecia a evolução da proteção social na maior parte dos países europeus, é que muitos traços
comuns podem ser identificados num grande número de casos. Dada a gravidade das
consequências resultantes da sua ocorrência, a preocupação com as situações de morte
prematura, invalidez e velhice esteve presente em todos os esforços realizados no país com o
objetivo de estabelecer um sistema de assistência/proteção/segurança/estado social. Assim, ao
longo dos anos, várias soluções legislativas foram surgindo, com maior ou menor sucesso
prático, tendo o propósito da atribuição de prestações adequadas, na medida das
possibilidades, aos atingidos por tais contingências. Paralelamente a este avanço, desafios de
múltiplas ordens se foram colocando ao longo dos tempos, exigindo um tratamento analítico
adequado das questões. Em especial, nos últimos anos, grande tem sido a apreensão
suscitada pelo duplo envelhecimento evidenciado pelas pirâmides etárias dos países mais
desenvolvidos, devido ao duplo perigo que representa para a sustentabilidade dos sistemas.
Apreensão constatada tanto a nível das prestações públicas como dos planos e fundos
privados.O trabalho presente procura fazer o levantamento dos aspetos de Matemática Atuarial
que acompanharam a evolução observada, com natural particular destaque para o período
mais recente. Sublinha-se o papel principal que aquela tem desempenhado na procura de
soluções que viabilizem a continuidade das prestações.
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NOVAS PERSPETIVAS SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA NA REFORMA POMBALINA
DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA (1772)
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O CÁLCULO INFINITESIMAL EM PORTUGAL ANTES DA REFORMA POMBALINA
Referências
João Caramalho Domingues, “A recepção dos trabalhos de Euler em Portugal”, Boletim da
SPM, número especial Euler (2008), 87–111.
Jacob de Castro Sarmento, Theorica verdadeira das mares, conforme à Philosophia do
incomparavel cavalhero Isaac Newton, Londres, 1737.
Francisco Gomes Teixeira, História das matemáticas em Portugal, Lisboa, Academia das
Ciências de Lisboa, 1934.
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RELAÇÃO ENTRE PRINCÍPIOS VARIACIONAIS E HIDRODINÂMICA ENTRE O SÉCULO 18
E FINAL DO SÉCULO 19
Este trabalho pretende precisar a natureza das relações entre a elaboração dos princípios
variacionais e a evolução da mecânica dos fluidos de Lagrange até Poincaré e Cartan.
Sabemos que o princípio de Ação mínima (na formulação de Maupertuis-Euler) foi aplicado
pela primeira vez em diversos problemas da hidrodinâmica por Lagrange em 1761. Lagrange é
levado desde 1764 a abandonar este princípio variacional para fundamentar a mecânica,
preferindo a este princípio uma versão analítica do princípio de d’Alembert, que fundamenta, na
Méchanique Analitique (1788), a Mecânica do sólido assim como a Mecânica dos fluidos. Os
artigos de Hamilton (1834) entrega uma nova versão do princípio de Ação mínima (que é alias
a versão atual deste princípio), e Jacobi (1837) analisa as equações que derivam deste
princípio, introduzindo as famosas transformações canônicas que representam uma ferramenta
essencial desta teoria. Em dois artigos, Clebsch (1857,1859) é o primeiro a abordar as
soluções das equações de Euler através do princípio de Hamilton-Jacobi. Esta problemática é
retomada por Hankel (1861) que dá uma expressão do Princípio de Hamilton-Jacobi em
coordenadas lagrangianas e publica o teorema que passará a ser chamado de teorema de
Kelvin-Stokes. No final do século 19, H. Poincaré elabora no Volumo 3 de Nouvelles méthodes
de la mécanique céleste (1898) o conceito de invariante integral, baseando este conceito sobre
os invariantes da mecânica dos fluidos, ligando este conceito à análise da natureza das
equações tiradas do Princípio de Hamilton-Jacobi. No início do século 20, E. Cartan utiliza o
conceito de invariante integral par dar conta de fenômenos nos quais a energia varia no
decorrer do tempo, passo essencial, que possibilitará a utilização de princípios variacionais à
mecânica relativista.
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TEORIA DA INFORMAÇÃO: SUAS ORIGENS, DESDOBRAMENTOS E DESAFIOS ATUAIS
A confiabilidade na transmissão de dados (via rádio, via satélite, via internet, etc) é assegurada
pelo emprego de estruturas matemáticas descritas pela Teoria da Informação. Seus conceitos
e parâmetros fundamentais foram estabelecidos em 1948 pelo matemático norte americano
Claude Shannon no célebre artigo “A Mathematical Theory of Communication”. Shannon não
somente estabeleceu as leis básicas para a compressão e transmissão de dados, como
também revolucionou o entendimento do conceito de informação. Mais ainda, sua abordagem
probabilística possibilitou a interação com outras áreas do conhecimento (como a Teoria das
Probabilidades, a Estatística, a Ciência da Computação, a Física, a Economia, a Matemática, a
Biologia e a Química). Em nosso trabalho descrevermos o cenário relativo à transmissão de
dados antes de 1948 (telégrafo (1830), telefone (1876), rádio AM (1900), televisão (1925)) e
depois de 1948, relatando, em particular, o esforço empregado para o entendimento dos
conceitos de informação e semântica da informação. Como veremos, os principais
responsáveis pelo desenvolvimento da teoria foram: Morse, Bell, Nyquist, Hartley, Shannon,
McMillan, Fano, Huffman, Kraft, Kolmogorov, Hamming, Golay, entre outros.
Referências
L. Panek, Codificação na presença do valor semântico da informação, Tese de Doutorado,
UEM (2012).
C. E. Shannon, A mathematical theory of communication, Bell Syst. Tech. J., vol. 27, 379-423,
623-656, July-October (1948).
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S. Verdú, Fifty years of Shannon Theory, IEEE Transactions on Information Theory, vol. 44, n.
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UM BREVE ESTUDO DA CLASSIFICAÇÃO MATEMÁTICA DE D’ALEMBERT
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UM ESTUDO SOBRE OS ÉLÉMENS GÉNÉRAUX DES PRINCIPALES PARTIES DES
MATHÉMATIQUES, DE ABBÉ DEIDIER, DE 1745
Neste trabalho apresento um estudo detalhado sobre um dos livros do acervo dos
matemáticos, astrônomos e cartógrafos da Comissão Demarcadora de Limites Territoriais entre
Portugal e Espanha no Norte da América do Sul, na segunda metade do século XVIII, no
período Pombalino. Trata-se do livro de Abbé Deidier intitulado Eléments généraux des
principales parties des mathématiques, nécessaires à l'artillerie et au génie (elementos gerais
das principais partes da matemática necessária para a artilharia e engenharia), publicado em
1745, para formar um curso completo de Matemática Elementar, destinado aos militares. Após
ser utilizado durante 30 anos, em 1775 houve uma nova edição deste livro, apresentado com
mais organização, reformado e aperfeiçoado pelo autor. Neste trabalho pretendo abordar duas
questões centrais sobre o referido livro: o que há neste livro que o fez ser tomado como uma
referência para uso dos profissionais que pertenceram à comissão que esteve na Amazônia
Brasileira? O que fez o livro permaner em uso durante muitas décadas na formação dos
militares na França do século XVIII? Na sua edição original a obra foi organizada em dois
livros, subdividos em vários capítulos. O livro primeiro é denominado Contendo os elementos
de aritmética, de álgebra, de análise e de proporções e o segundo tem como título Que contém
elementos da geometria teórica e prática das linhas e superfícies e dos sólidos, da
trigonometria, das seções cônicas, da mensuração em alvenaria e madeira e do calculo das
frações decimais. da extensão do comprimento ou das linhas. Neste trabalho farei uma
caracterização descritivo-analítica do livro em busca de compreender e explicar sua
importância para as atividades desenvolvidas pela comissão demarcadora de limites territoriais
na Amazônia na segunda metade do século XVIII.
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COMUNICAÇÕES DO SIMPÓSIO TEMÁTICO 6
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A PRESENÇA DA GEODÉSIA NO CURSO DE MATEMÁTICA DA ACADEMIA MILITAR
BRASILEIRA NO SÉC. XIX
O propósito desse artigo é fomentar discussões históricas sobre o contexto do fazer científico e
de práticas educacionais mescladas na relação conjunta entre conhecimentos da Geodésia e
da matemática. Essa escolha engloba transformações e incidências relativas a importantes
campos epistemológicos da matemática – trigonometria, logaritmo, geometria esférica e
elementos do cálculo diferencial e integral – ao destacar-se como foco histórico a presença da
Geodésia como matéria no Curso Matemático e de Ciências Militares da Academia Militar
brasileira (AM), na primeira metade do séc. XIX. Entre os recursos educacionais utilizados
pelos lentes naquela instituição, estão obras de Puissant, Legendre e Delambre, abordadas
sob práticas educacionais e científicas que as consideravam como referência básica. Na
metodologia exploração documental foi importante agregar, como documento, um caderno
intitulado Geodesia, que compõe uma das seis partes do manuscrito elaborado a partir das
anotações de aula por estudantes da AM e organizado pelo lente e ex-aluno do curso
Matemático – Manoel José de Oliveira (no período de 1814 a 1835). Era propósito dessa
instituição militar de nível superior prover formação de pessoas que pudessem dar suporte ao
governo português na colônia em termos de defesa, engenharia, administração, infraestruturas
de minas e construções de estradas, pontes, fontes de água, etc. Em conformidade, a Carta de
Lei (1810) designava a responsabilidade de formar oficiais de artilharia, engenharia, geógrafos
e topógrafos. Nessa perspectiva, voltada aos meandros do contexto social e educacional, deixa
de existir estranhamento quanto a matéria de Geodésia ter encontrado um lugar tanto na
estrutura oficial dos cursos como nos estudos de matemáticos e engenheiros da escola militar.
Durante as investigações algumas perguntas instigaram as buscas: Que noções e
conhecimentos geofísicos e matemáticos eram entrelaçados e realçados? Em que contextos
do fazer científico e da prática educacional? Existiam teorias e compêndios (ou livros textos)
tidos como base para os estudos? As análises permitiram observar uma matéria Geodésia
bastante matematizada, privilegiando cálculos geométricos e trigonométricos dentro de uma
subdivisão dedicada ao aspecto de posicionamento de pontos na superfície terrestre, estudada
em interrelação direta com as matérias de Trigonometria e Astronomia que também integravam
os “conhecimentos matemáticos”.
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ÁLGEBRA ISLÂMICA MEDIEVAL: CONCEITOS ALGÉBRICOS VS CONCEITOS
GEOMÉTRICOS EM SHARAF AL-DIN AL-TŪSĪ (C.1135-C.1213)
Referências
HOGENDIJK, J. P. Sharaf al-Dīn al-Tūsī: on the number of positive roots of cubic equations.
Historia Mathematica, n. 16, p. 69-85, 1989.
RASHED, R. The development of Arabic mathematics: between arithmetic and algebra.
Translated by Angela Armstrong. Boston: Springer, 1994.
SIDOLI, N.; BRUMMELEN, G. V. (Eds.). From Alexandria, Through Baghdad: Surveys and
Studies in the Ancient Greek and Medieval Islamic Mathematical Sciences. Berlin: Springer,
2014.
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APERFEIÇOAMENTO DOS SISTEMAS DE CONTAGEM E MEDIDA EM UR III
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DA FRANÇA PARA O BRASIL: ARTHUR THIRÉ E A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
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EUCLIDES PITAGÓRICO? NOTAS HISTORIOGRÁFICAS ACERCA DA SECTIO CANONIS
O presente trabalho tem como objetivo discutir a tradição historiográfica da obra musical de
Euclides, Sectio Canonis. Personagens como Ptolomeu (aprox. 85 – aprox.165), Téon de
Smyrna (aprox.70 – aprox.135) e Porfírio (234 – início do séc IV) atribuem a Árquitas de
Tarento (aprox. 428 – aprox. 350 d.C.) os primórdios de uma teoria musical, além do seu
interesse por outras ciências aritméticas, como a geometria e a aritmética. Considerado um
representante do pitagorismo em sua época, as ideias científicas e filosóficas de Árquitas
conectam a arcaica modelagem matemática da harmonia à esta corrente do pensamento.
Desse modo, a consonância se estabelece como uma relação numérica, e os intervalos
musicais obedecem a uma relação entre os elementos da tetraktys. Contudo, a codificação do
que veio a se tornar a referência da música grega é atribuída a Euclides, na obra Sectio
canonis. Esta pesquisa se propõe a colocar essa obra de Euclides em relação com a teoria
desenvolvida por Árquitas, mediante a tradição de seus estudiosos e comentaristas.
Referências
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Bompiani, 2008.
EUCLIDES. Os Elementos. Tradução e introdução de Irineu Bicudo. São Paulo: UNESP, 2009.
BARKER, A. Greek Musical Writings. Volume II: Harmonic and Acoustic Theory. Cambridge:
CUP, 2004.
BARBERA, A. New and Revived Approaches to Text Criticism in Early Music Theory. In: The
Journal of Musicology, Vol. 9, No. 1 (Winter, 1991), pp. 57-73. Disponível em
<http://www.jstor.org/stable/763833 >. Acesso em: 05 mar. 2018.
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NISABA: DEUSA SUMERIANA DA MATEMÁTICA
O objetivo do presente trabalho é mostrar como a deusa sumeriana Nisaba é uma das mais
antigas, senão a mais antiga, divindade protetora das Matemáticas, das suas práticas, bem
como de seus ensinamentos, ou seja, do que hoje é conhecido como Educação Matemática.
Mostraremos como Nisaba passou de uma deusa de grãos, com raízes no Neolítico, para, com
o advento da escrita sumeriana, deusa da escrita, sabedoria, dos números, da Matemática e de
seus ensinamentos. Para isso serão estudados: a epigrafia dos pictogramas de grãos (She), a
evolução do seu nome em cuneiforme, excertos de textos em cuneiforme que atestem como
ela cultuada por sua proteção nessas esferas, bem como comparada com divindades outras
com as mesmas atribuições.
Referências
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ALMEIDA, Manoel de Campos. Origens dos Numerais. In: IV Seminário de História da
Matemática – Anais. S.P: SBHMat, 2001. p. 119-130.
ALMEIDA, Manoel de Campos. Origens da Matemática – A Pré-História da Matemática – O
Neolítico e o Alvorecer da História. Vol. II. Curitiba: Progressiva, 2011.
ALMEIDA, Manoel de Campos. A Matemática na Idade da Pedra – Filosofia, Epistemologia,
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ASCALONE, Enrico. Mesopotamien – Sumerer, Assyrer um Babylonien – Bildlexikon der
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BLACK, Jeremy; GREEN, Anthony. Gods, Demons and Symbols of Ancient Mesopotamia.
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O INFINITO ATUAL COMO OBJETO DE ESTUDO NA MATEMÁTICA
Uma das dificuldades que ainda perdura no meio acadêmico é de se chegar à compreensão
dos conceitos de infinito enquanto processo, e de infinito enquanto objeto, que denominados
respectivamente por infinito potencial e infinito atual. Este trabalho é parte de uma pesquisa
cuja uma das tarefas se traduziu em fazer um estudo epistemológico do conceito de infinito
para identificar e descrever mudanças de significado deste conceito no decorrer da história.
Deste modo, apresentaremos algumas etapas da evolução conceitual de infinito atual ou
infinito real, mais especificamente a conceituação dada por Bernard Bolzano em sua obra Os
Paradoxos do Infinito (1851), que trouxe à tona a discussão acerca da possibilidade de
introduzir o infinito em matemática como objeto de estudo. Foi possível compreender a
necessidade da criação de novos objetos (conceituais) para que houvesse uma mudança
conceitual do infinito. Esses novos objetos são os conjuntos.
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O STATUS EPISTEMOLÓGICO DE CONHECIMENTO MATEMÁTICO
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PARTICULARIDADES HISTÓRICAS DA CONSTITUIÇÃO DE OBJETOS MATEMÁTICOS: O
CASO DO INFINITO
O trabalho se propõe a ingressar numa seara dialógica acerca dos diferentes significados
atribuídos a objetos matemáticos, em distintos contextos históricos, enfocando particularmente
a questão do infinito. A escolha do conceito decorre da posição emblemática assumida, por
ocasião da chamada “segunda crise dos fundamentos da matemática”, também entendida
como uma crise de significados de conceitos matemáticos entre os séculos XVIII e XIX. Como
forma de subsidiar as discussões, a investigação visita algumas enunciações que se prestavam
a atribuir significados ao infinito, em obras de autores considerados clássicos e em livros
destinados ao uso escolar. É intuito do trabalho, à luz dos pressupostos teóricos da história das
mentalidades, caracterizar as formas assumidas pelo infinito em distintos loci, além de
problematizar as abordagens e intencionalidades, considerando as fontes disponíveis e o mote
de pesquisa. A menção do conceito de infinito enquanto “mancha escura”, por parte de
estudiosos, sugestiona que se trata de um componente estratégico, no cerne de uma análise
que se presta a lançar olhares sobre a constituição sócio-histórica de objetos matemáticos.
Referências
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UMA BREVE BIOGRAFIA SOBRE O MATEMÁTICO PERSA OMAR KHAYYAM
Este texto tem como objetivo narrar uma breve história do matemático, filósofo e poeta persa
Omar Khayyam (1048-1131) (BERGGREN, 2016). Para isso, foi necessário realizar uma
exposição do período histórico em que ele viveu e quais funções desempenhou na sociedade
da época, como também o cenário político e social, e como os acontecimentos influenciaram
sua vida e o quanto refletiu em suas obras. Nesse sentido, organizei este texto em duas
seções, além da introdução. A primeira seção leva o leitor aos contextos histórico e geográfico
de Nishapur, cidade localizada ao nordeste da Persa, hoje Irã, terra natal desse matemático, e
de outras cidades por onde ele passou, em especial a de Samarcanda, cidade fundada no
século VIII a. C. Na segunda seção, que é o principal objetivo deste texto, relatei uma breve
biografia desse matemático, tanto no campo da poesia, expresso no Rubaiyat, que o levou a
ficar conhecido no mundo Ocidental, quanto nos campos do conhecimento por ele dominado,
tais como, a filosofia, a matemática, astronomia, jurisprudência, história e medicina, todavia,
por limitação de espaço, destaquei o campo do conhecimento matemática, principalmente o
Tratado sobre a Demonstração de Problemas de Álgebra, sua mais importante obra
(BERLINGOFF; GOUVÊA, 2008).
Referências
BERGGREN, J. L. Episodes in the Mathematics of Medieval Islam. 2. ed. New York:
Springer, 2016.
BERLINGOFF, W. P.; GOUVÊA, F. Q. A matemática através dos tempos: um guia fácil e
prático para professores e entusiastas. São Paulo: Edgard Blücher, 2008.
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COMUNICAÇÕES DO SIMPÓSIO GERAL
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A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA E A COMPOSIÇÃO DO SISTEMA DE NUMERAÇÃO
DECIMAL
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A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA NA OBRA DE IMRE LAKATOS
A obra Proofs and Refutations, de autoria do filósofo e matemático Imre Lakatos foi publicada
como uma série de quatro artigos, entre maio de 1963 e fevereiro de 1964, contendo partes de
seu trabalho de doutoramento. Em 1977, foi impresso como um livro, sob o título Proofs and
Refutations: the Logic of Mathematical Discovery, com o acréscimo de capítulos ainda não
publicados de sua tese, além de comentários dos editores. Proofs and Refutations é um texto
com características pitorescas, pois é escrito na forma de um diálogo em uma sala de aula
fictícia em que um Professor debate com seus estudantes, identificados por letras do alfabeto
grego a respeito do Teorema de Euler-Descartes, sobre poliedros (𝑉+𝐹−𝐴=2). Outra
característica é a efusão de notas de rodapé que contam a “história real” da Matemática,
enquanto a discussão travada pelos personagens realiza sua “reconstrução racional”. Após
apresentar a conjectura devida a Euler, o Professor descreve uma demonstração, publicada
por Cauchy; seguida por uma alternância de questões que colocam, de um lado, as dúvidas
sobre cada etapa da prova ou mesmo contraexemplos que refutam a conjectura e, de outro
lado, as tentativas de manutenção da validade da prova original, pela restrição de seu domínio
de validade ou pelo aperfeiçoamento da prova matemática. Ao longo do debate, são descritas
as contribuições de Lhuilier, Gergonne, Kepler, Möbius, Legendre, Poincaré, Pólya, dentre
outros matemáticos. A linha mestra do estudo de Lakatos é considerar a prova matemática
como um elemento passível de refutações e aprimoramentos, contrariando abordagens que
buscam estabelecer os fundamentos da Matemática, mas descartam o impacto do componente
histórico em seu desenvolvimento.
Referências
__________. Proofs and Refutations: The logic of mathematical discovery. WORRAL, J.;
ZAHAR, E. (eds.) Cambridge: Cambridge University Press, 1977.
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A IMPORTÂNCIA DE O PROFESSOR CONHECER A TRAJETÓRIA DA HISTÓRIA DA
MATEMÁTICA PARA ENSINAR ÁLGEBRA
Referências
DUVAL, R.; CAMPOS, T. M.M.; DIAS, M. A.; BARROS, L. G. X. Ver e ensinar matemática de
outra forma: introduzir a álgebra no ensino: qual o objetivo e como? vol II; org. Tânia M. M.
Campos. 1ª ed. São Paulo: PROEM, 2014.
GARBI, G. G. O romance das equações algébricas. 3 ed. São Paulo: Editora Livraria da
Física, 2009..
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ABU´L – WAFA E OS SABERES E FAZERES NO SÉCULO X
Como muitos estudiosos daquele período, Abu'l-Wafa traduziu e escreveu comentários dos
trabalhos de Euclides, Diophantus e al-Khwarizmi. Entre os anos 961 e 976 escreveu Kitab fi
ma yahtaj ilayh al-kuttab wa’l-ummal min ‘ilm al-hisab ( Livro sobre o que é necessário do
conhecimento da aritimética para escribas e negociantes - tradução livre). Outro livro escrito
para uso prático foi: Kitab f ima yahtahy ilayhi al-sani’ min al-a’mal al-handasiya (O livro sobre
construções geométricas necessárias a um artífices – tradução livre). Estudos recentes têm
revelado que os matematicos teriam exercido papel decisivo na criação dos padrões
geométricos nos trabalhos dos artífices. Na breve incursão que fizemos ao tempo e lugar de
Abu´l – Wafa, percebemos a vastidão de saberes e fazeres que permanecem ocultos aos
nossos olhares. Vislumbramos as conexões entre os estudiosos e os homens da vida prática,
em especial com os homens de negócios (mercadores) e artífices, criadores dos ladrilhos.
Percebemos que a língua, a religião, os simbolismos, os números e as formas se entrelaçam
de forma complexa para compor os mais diversos saberes. Alimentando-se mutuamente de
saberes e fazeres, o rico legado deixado pela cultura islâmica medieval parece reverberar em
outros tempos e lugares, ainda que suas fontes não se apresentem totalmente reveladas.
Referências
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transformou a civilização ocidental; tradução Pedro Maia Soares. Rio de Janeiro, Zahar,
2011.
A. P. Youschkevitch, Biography in Dictionary of Scientific Biography (New York 1970-
1990). http://www.encyclopedia.com/doc/1G2-2830900031.html Acesso: 17/03/2017
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ACERTOS E EQUÍVOCOS NAS TRADUÇÕES PARA A LÍNGUA PORTUGUESA DE
ALGUMAS OBRAS DE LEWIS CARROLL: O QUE A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA TEM A
VER COM ISSO?
O presente trabalho discute alguns acertos e equívocos presentes nas traduções para a língua
portuguesa (do Brasil e de Portugal) de algumas obras de Lewis Carroll, escritor e matemático
inglês do período vitoriano. A argumentação exposta foi construída tendo por base não apenas
teorias sobre Tradução, mas considerando vasta leitura das obras carrollianas, tanto as
literárias e matemáticas quanto suas cartas e diários. Os equívocos, assim considerados como
partes das traduções que desfazem o sentido matemático que o autor queria imprimir aos
excertos analisados, parecem ter passado despercebido a vários leitores e tradutores que
olham Carroll apenas como escritor e dirigem pouca atenção à Matemática subjacente em suas
histórias. Sendo assim, após contextualizar pontos importantes acerca do trabalho do tradutor,
apresentaremos exemplos no quais consideramos que a tradução foi bem feita (quando
preservou o sentido matemático) e, outros, em que não (quando o sentido matemático foi
abandonado ou distorcido). Este trabalho intenciona abrir um debate, ainda que incipiente,
sobre a necessidade de as traduções de obras que envolvem Matemática serem realizadas por
(ou com o apoio de) quem sabe Matemática; é, também, mais um estudo dentre os diversos
que temos realizado nos últimos dez anos a respeito das obras de Carroll, os quais visam,
principalmente, torná-lo mais conhecido nos círculos da Educação Matemática.
Referências
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AS BARRAS DE NAPIER E A OBRA RABDOLOGIAE SEU NUMERATIONIS PER
VIRGULAS ..., (1617), UM ENFOQUE CONTEXTUAL HISTÓRICO
Referências
NAPIER, John. Rabdologiae, Seu Numerationis Per Virgulas Libri Duo: cum appendice de
expeditíssimo Multiplicationes promptuario, quibus acessit e arithmeticea localis liber unus.
Edinburgh: Andrew Hart, 1617.
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AS MATRIZES A PARTIR DO ESTUDO HISTÓRICO EPISTEMOLÓGICO
Neste artigo relatamos resultados de uma investigação em obras originais, referente ao estudo
das matrizes, que evidenciou a problemática referente ao ensino desse objeto no ensino
superior. Objetivamos identificar e analisar a epistemológia das matrizes para uma perspectiva
de ensino de parte da Álgebra Linear. A Teoria de alicerce desse trabalho foi a Teoria
Antropológica do Didático. A metodologia empregada foi pesquisa qualitativa de cunho histórico
e epistemológico. Nesse sentido tal abordagem pode contribuir para um saber, transcendendo
meros processos algorítmicos, pois de um modo geral o professor desconhece o porquê de se
estudar matrizes. Assim reconstruirmos racionalmente as tarefas que pudessem revelar a
gênese do método da Eliminação Gausseana, dos operadores e das operações matriciais.
Essa pesquisa revelou que as atividades propostas na formação de professores de Matemática
pode fornecer subsídios para (re) construir as tarefas com matrizes. Concluímos que o estudo
de sistemas lineares no que diz respeito a técnica referente ao método da substituição e
eliminação, foi primordial para o surgimento da Teoria das Matrizes.
Referências
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CIÊNCIA E MATEMÁTICA NO MUNDO ISLÂMICO MEDIEVAL: VIDA E OBRA DE AVICENA
A ciência e a matemática floresceram mais fortemente nos países islâmicos num período que
vai do século XIII ao século XIV. Dentre muitos estudiosos islâmicos dessa época destaca-se
Abu ‘Ali al-Hussain ibn ‘Abd Allah ibn al-Hassan ibn ‘Ali ibn Sina, nascido em 22 de agosto de
980 d.C., em Bukara, uma das cidades do atual Uzbequistão. Conhecido pelos ocidentais como
Avicena, foi autor de mais de cem livros, nos quais versou sobre lógica, ciências naturais,
matemática, metafísica, teologia e medicina. Sua obra o Kitab al-Shifa (O Livro da Cura) é uma
enciclopédia constituída por livros que tratam das ciências fundamentais, da lógica,
matemática, física e astronomia. Ele iniciou a escrita desta obra em Hamadan, no Irã, em 1014
e só a concluiu em 1023. Nela estão expostas, em língua árabe, as ideias de Platão,
Aristóteles, Plotino, Zenon e Crisipo, entre outros, unificadas pelo estilo próprio do autor. No Al-
Shifa, as ciências matemáticas foram subdivididas em quatro áreas principais e quatro
subáreas. As áreas principais são a aritmética, a geometria (baseado nos teoremas de
Euclides), a astronomia (baseada no Almagesto de Ptolomeu) e a ciência da música. Já as
subáreas são computação e álgebra hindu (incluídas na aritmética), mecânica (considerada
parte da geometria), a confecção de tabelas e calendários astronômicos (colocados sob a
astronomia) e o uso de instrumentos estrangeiros, como o órgão (o domínio da música).
Avicena morreu em 1037 em Hamadã.
Referências
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CONCEITOS GEOMÉTRICOS NA CULTURA GUARANI NO ESPÍRITO SANTO:
CONTEXTOS E HISTÓRIA
O trabalho apresenta e analisa experiências com ideias matemáticas no contexto dos Guarani
no Espírito Santo. Destaca noções de geometria, associadas a elementos da cestaria e da
arquitetura historicamente presentes na língua materna desse povo. Os dados são
apresentados a partir da pesquisa de doutoramento da autora e de um projeto de pesquisa no
Instituto Federal do Espírito Santo – Ifes, campus Vitória. Os povos indígenas possuem uma
pedagogia própria que lhes permite educar suas crianças e manter vivas sua história e sua
cultura. Para eles, a educação escolar tem o papel de contribuir nessa formação da identidade
e da alteridade de cada povo, sendo igualmente um espaço de diálogo intercultural. A
matemática, quer seja por sua aplicação em relações com a sociedade envolvente, quer seja
por sua importância na compreensão do mundo do “branco”, se destaca na construção de uma
educação escolar indígena com propostas interculturais e de preservação cultural. No caso
específico da geometria, os conteúdos podem remeter tanto a um saber geralmente associado
aos gregos da Antiguidade, quanto a práticas históricas de povos culturalmente distintos a eles.
Entre os resultados desta pesquisa, apontam-se ideias como as de reta, transversalidade e
ângulo, associadas, respectivamente, no contexto guarani, à palha usada no trançado, à
disposição de ornamentos na cestaria e ao movimento de animais representado em grafismos.
Com essas e outras informações, o trabalho destaca a importância da identificação e da
apropriação de saberes tradicionais por parte da educação escolar, em diálogo com o papel da
matemática como componente curricular. Além disso, reforça o papel de variados contextos
culturais nas investigações histórico-epistemológicas de elementos geométricos, permitindo
aos pesquisadores certas conexões e compreensões de noções que fundamentam significados
guarani.
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EL MODELO SOCIOEPISTEMOLÓGICO EN LOS INICIOS DEL ÁLGEBRA
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INFINITAMENTE PEQUENO: OS INDIVISÍVEIS DE KEPLER, CAVALIERI E WALLIS
Os caminhos que levam ao conceito de Limite remontam a antiguidade clássica. De fato, foi o
"horror do infinito" grego que impediu o desenvolvimento de uma teoria efetiva dos limites. Uma
discussão deste ponto de vista, pode estar ligada a concepção do conceito de Indivisivel
(infinitamente pequeno). Com o renascimento, ocorre uma valorização, do saber matemático
dos gregos (BARON, 1985a). O método de quadraturas, tratados pelos matemáticos da época,
seguiam o método desenvolvido por Eudoxo de Cnido (408-355) e Arquimedes de Siracusa
(287-212). Associados, o rigor dos métodos gregos e o simbolismo algébrico introduzido pelos
matemáticos franceses no século XVI proporcionam a utilização de novas técnicas que
permitem um uso intuitivo do infinito em uma profusão de métodos infinitesimais para o cálculo
de áreas e volumes (WUSSING, 1998). A influência de Arquimedes se faz presente nos
trabalhos de Johann Kepler (1571-1630) e Bonaventura Cavalieri (1598-1647). Kepler foi um
dos primeiros a fazer uso dos infinitamente pequenos, ao aplicar suas ideias no cálculo de
áreas e volumes enquanto que, Cavalieri, transformou o uso dos “indivisíveis” num poderoso
conjunto de técnicas para comparar áreas e volumes (BARON, 1985b, p. 11-12). Para
Cavalieri, “as figuras planas podem ser pensadas como um tecido de eixos (retas) paralelos; os
sólidos seriam como livros, compostos por folhas (planos) paralelas. No entanto, a diferença
entre uma folha de papel e um indivisível é que elas existem em um número finito e possuem
uma espessura (finita)” (WUSSING, 1998, p. 144). Com base no que vimos argumentando,
visamos comparar as abordagens de Kepler e Cavalieri, e estabelecer relações de semelhança
e diferenças entre as mesmas. Assim, discutimos sua adoção como “método” por influentes
matemáticos dos séculos XVI e XVII, como John Wallis (1616-1703), que resulta em sua
formalização ao final do século XVII (WUSSING, 1998).
Referências
BARON, M. E. A Matemática grega. Curso de História da Matemática Origens e
Desenvolvimento do Cálculo. Unidade 1. Brasília, DF: Universidade de Brasilia, 1985a.
BARON, M. E. Indivisíveis e Infinitésimos. Curso de História da Matemática Origens e
Desenvolvimento do Cálculo. Unidade 2. Brasilia, DF: Universidade de Brasília, 1985b.
WUSSING, H. Lecciones de História de las Matematicas. Espanha: Siglo XXI Editores,
1998.
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ISAÍAS RAW E O IBECC/FUNBEC DE SÃO PAULO: CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO
DE CIÊNCIAS E DE MATEMÁTICA
O objetivo dessa Comunicação Oral é apresentar uma pesquisa histórica bibliográfica, que
analisa as contribuições de Isaías Raw junto ao Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e
Cultura (IBECC) e a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento do Ensino de Ciências
(FUNBEC) em relação ao ensino de ciências e matemática no Brasil. Isaias Raw nasceu em
São Paulo em 1927. Médico, cientista e professor emérito na Universidade de São Paulo
(USP), foi professor visitante em universidades no exterior, fundou as editoras da USP, da
Universidade de Brasília e criou a Fundação Carlos Chagas. Analisa-se neste estudo sua
atuação no IBECC e suas contribuições inovadoras no FUNBEC. Criado no Rio de Janeiro, em
1946, junto Ministério das Relações Exteriores para ser o órgão da UNESCO no Brasil, o
IBECC, em 1950 foi desdobrado em comissões estaduais e, em São Paulo, instalou-se na
Faculdade de Medicina da USP. A seção de São Paulo limitou-se a reuniões esporádicas como
única atividade, mas a partir de 1952, um grupo de professores e cientistas, entre eles Raw,
reconfigura a missão do IBECC voltando-se para o ensino de ciências. Estes professores
tinham o propósito de criar um museu de ciências, incentivar a criação de clubes de ciências,
investir no treinamento de professores, na produção de equipamentos para laboratório de
ciências e publicações de livros, entre outros. Essas ações foram efetivadas e, segundo o
jornal Folha de São Paulo, quando do lançamento do Sputinik, o Pentágono norte-americano,
“convocou cientistas e professores para um esforço conjunto com vistas à ampliação da
pesquisa e do ensino de ciências. Esses homens reuniram-se no MIT-Massachusetts Institute
of Technology - Boston, em 1958. Uma das primeiras conclusões a que chegaram [...] é que o
ensino de ciências no nível secundário deveria sofrer completa reformulação. Foi então que
chamaram os professores do IBECC de São Paulo que há anos, sem recursos, já faziam o que
os norte-americanos começavam a pensar” (Folha de São Paulo, 18/02/1968, p. 106). Na
FUNBEC, criada em 1967, na USP, contribuiu para o desenvolvimento de equipamentos
cardiológicos, tornando-os padrão, tais como o monitor, o eletrocardiógrafo e o desfibrilador e
com a venda desses investia no ensino de ciências. Raw foi exilado durante o período militar,
entre 1969 e 1979, e no retorno dirigiu o Centro de Biotecnologia do Instituto Butantã. Isaías
Raw é um ator que merece ser estudado, considerando-se suas vinculações e resistências nos
jogos de poder que marcaram o desenvolvimento das ciências no Brasil.
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MALBA TAHAN E O ALGEBRISMO: UMA ANÁLISE NA REVISTA AL-KARISMI (1946 –
1951)
Agradecimento: Agradeço à CAPES pelo apoio financeiro para participação neste evento
científico.
Referências
SALLES, P. P.; PEREIRA NETO, A. Julio Cesar & Malba Tahan: criador e criatura. In
OLIVEIRA, C. C.; ANDRADE, M. M.; VIANA, O. A.; MARIM, V. (orgs.) Malba Tahan e a revista
Al-Karismi (1946-1951): diálogos e possibilidades. Jundiaí, Paco Editorial: 2016.
TAHAN, M. Didática da Matemática. Vol 1,São Paulo: Saraiva, 1961
___. Didática da Matemática. Vol 2. São Paulo: Saraiva, 1961.
___. Revista Al-Karismi. Vol 1. Rio de Janeiro: Getúlio Costa, 1946.
___. Revista Al-Karismi. Vol 2. Rio de Janeiro: Getúlio Costa, 1946.
___. Revista Al-Karismi. Vol 3. Rio de Janeiro: Aurora, 1946.
___. Revista Al-Karismi. Vol 4. Rio de Janeiro: Aurora, 1946.
___. Revista Al-Karismi. Vol 5. Rio de Janeiro: Aurora, 1947.
___. Revista Al-Karismi. Vol 6. Rio de Janeiro: Aurora, 1947.
___. Revista Al-Karismi. Vol 7. Rio de Janeiro: Aurora, 1947.
___. Revista Al-Karismi. Vol 8. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1951.
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MATEMÁTICA ISLÂMICA NA FIGURA DE AL-BIRUNI
Referências
SHAH, Zia H; TSCHANNEN, Rafig A.; VIRK, Zakaria. The Muslim Times: Fostering Universal
Brotherhoob in Our Global Village. Disponível em: < https://themuslimtimes.info/>. Acesso em:
18 nov. 2017.
SCHEPPLER, Bill. AL-BIRUNI Master Astronomer and Muslim Scholar of the Elevery
Century. New York: The Rosen Publishing Group, 2006.
O'CONNOR, John J.; ROBERTSON, Edmund F. MacTutor History of Mathematics archive.
University of St Andrews, Escócia. Disponível em: < http://www-history.mcs.st-
andrews.ac.uk/Biographies/Al-Biruni.html>. Acesso em: 23 nov. 2017.
SACHAU, Edward c. ALBERUNI'S INDIA, vol. 1, London: L™ Dryden House, Gerrard Street,
1910. Disponível em:
<https://ia802708.us.archive.org/13/items/alberunisindiaac01biru/alberunisindiaac01biru.pdf>.
Acesso em: 24 nov. 2017.
AHMAD, Abu’l-Raihan Muhammad ibn. The Cronology of índia. Translated and edited, with
notes and index, by Edward Sachau. London: published for the oriental translation fund of great
britain & ireland, 1879. Disponível em:
<http://www.astrologiamedieval.com/tabelas/AlBiruni_The_Chronology_of_Ancient_Nations.pdf
>. Acesso em: 20 nov. 2017.
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O ÁBACO DE GERBERT E O TEXTO HISTÓRICO RÉGULA DE ABACO COMPUTI (976
D.C.) COMO RECURSOS DIDÁTICOS NA ARTICULAÇÃO ENTRE A HISTÓRIA E O
ENSINO DA MATEMÁTICA
O ábaco de Gerbert foi utilizado pelo matemático Gerbert de Aurilac (946 -1003) no final do
século X na França, com o intuito de realizar cálculos aritméticos de forma prática. No entanto,
a complexidade operacional agregada à inserção dos algarismos arábicos na Europa induziu o
professor Gerbert a elaborar um texto didático intitulado Regula De Abaco Computi, na qual
constam as regras de multiplicação e divisão aplicadas no Ábaco, além de imagens ilustrativas
do referido instrumento. Neste estudo será apresentada a dimensão contextual de elaboração
desses vestígios históricos de maneira a dar início ao movimento do pensamento entre o
passado e o presente com o objetivo de compreender os processos de construção do
conhecimento matemático em relação às operações aritméticas em questão. Para isso, foi
realizada uma pesquisa documental, pois tem como ponto de partida a Regula de Abaco
Computi na versão de Olleris (1867). Considerando o Ábaco citado e o texto histórico como
Recursos Didáticos, verificou-se que o contexto de elaboração das ideias matemática no
passado está repleto de possibilidades didáticas para a sala se aula atual. Assim, é
apresentada uma proposta preliminar de articulação entre a História que emerge dessas fontes
e o Ensino de Matemática.
Referências
OLLERIS, A. Oeuvers de Gerbert Pape sous le nom de Sylvestre II: collationnées sur les
manuscrits. Paris: LIBR.-ÉDITEU, 1867.
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O TRATADO DA CIRCUNFERÊNCIA DE AL-KĀSHĪ (1427)
Referências
AZARIAN, Mohammad K. The introduction of al-risala al-muhitiyya: an english translation.
International Journal of Pure and Applied Mathematics. N.57, 2009, 903-914.
AZARIAN, Mohammad K. Al-Risala al-Muritiyya: A summary. Missouri Journal of
Mathematical Sciences. V.22, n.2, 2010, p.64-85.
BERGGREN, J.L. Episodes in the mathematics of medieval islam. Springer-Verlag Inc. New
York, 2003.
ROSENFELD B.A. and YOUSCHKEVITCH A.P., Biography in Dictionary of Scientific
Biography (New York 1970-1990). <http://www.encyclopedia.com/topic/al-Kashi.aspx>
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SIMETRIA: UMA HISTÓRIA DO “CONCEITO MODERNO” E ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
PEDAGÓGICAS
Referências
EUCLIDES. Os Elementos. Tradução: Irineu Bicudo. São Paulo: Editora UNESP, 2009.
HEATH, Thomas Little. The Thirteen Books of Euclid’s Elements, 3v. Cambridge: University
Press, 1956.
HON, Giora; GOLDSTEIN, Bernard R. From Summetria to Symmetry: The Making of A
Revolutionary Scientific Concept. Archimedes: New Studies in The History of Science and
Technology, New York: Springer-Verlag, 2008.
LEGENDRE, Adrien-Marie. Eléments de Géométrie, avec des Notes. Paris: Firmin Didot, 1794.
LEGENDRE, Adrien-Marie. Elementos de Geometria. Tradução: Manoel Ferreira de Araújo
Guimarães. Organização e adaptação: Luiz Carlos Guimarães. Rio de Janeiro: Editora LIMC-
UFRJ, 2009.
PASQUINI, Regina Célia Guapo; BORTOLOSSI, Humberto José. Simetria: história de um
conceito e suas implicações no contexto escolar. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2015. –
(Série História da Matemática para o ensino; v.9).
SIMSON, Robert. The Elements of Euclid, viz. The First Six Books, together with the Eleventh
and Twelfth. In this Edition, the Errors, by which Theon, or others, have long ago Vitiated these
Books, are Corrected, And some of Euclid’s Demonstrations are Restored. Glasgow: Foulis,
1756.
VITRUVIUS. The Ten Books On Architecture. Tradução: Morris Hicky Morgan. London:
Humphrey Milford, 1914.
WEIL, André. History of Mathematics: Why and How. Proceedings of The International
Congress of Mathematics, Helsinki, p. 227-236, 1978.
WEYL, Hermann. Symmetry. Princeton: Princeton University Press, 1952.
YAGLOM, Isaak Moiseevich. Felix Klein and Sophus Lie: Evolution of The Idea of Symmetry in
the Nineteenth Century. Tradução: Sergei Sossinsky. Harrisonburg: Birkhiiuser Boston, 1988.
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SOBRE A NOÇÃO DE FUNCIONALIDADE NOS PERÍODOS DA ANTIGUIDADE, IDADE
MÉDIA E IDADE MODERNA: USO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA E DAS TECNOLOGIAS
DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NO ENSINO DE FUNÇÃO, PARA ALUNOS DA
EDUCAÇÃO BÁSICA
Este artigo divulga alguns dos resultados de uma pesquisa em que se estudaram as
possibilidades de articulação entre História da Matemática (HM) e Tecnologias da Informação e
da Comunicação (TIC), por intermédio da Investigação Matemática (IM), para o estudo sobre a
história do conceito de Função. A proposta é apresentar concepções norteadoras do uso da
HM em sala de aula, recorrendo a elementos da utilização das TIC, via IM, na aplicação de
atividades para estudantes da Educação Básica, abordando o desenvolvimento da noção de
funcionalidade nos períodos: Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna. A pesquisa citada foi
finalizada com a dissertação para o Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em
Ensino de Ciências Naturais e Matemática, da UFRN, intitulada HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
E TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO NO ENSINO DE FUNÇÃO.
Realizou-se, então, um estudo de caráter qualitativo com duas fases: a primeira com pesquisa
bibliográfica e uma segunda fase pautada na metodologia da pesquisa ação. Como resultados
parciais, delineou-se um panorama histórico do conceito de Função − com base na perspectiva
de Youschkevitch (1976) − cujo conteúdo foi referência para o desenvolvimento de um produto
educacional composto por atividades a serem aplicadas com alunos da Educação Básica,
abordando o conceito de Função desenvolvido ao longo da história, aplicadas via software
Geogebra e à luz da IM.
Referências
ALMEIDA, M. de C. (2015). As Mais Antigas Evidências Conhecidas do Emprego de Talhas
Numéricas Associadas a Processos de Contagem. In: XI Seminário Nacional de História da
Matemática – Anais. RN: SNHM
VÁZQUEZ, P. S.; REY, G.; BOUBÉE, C.. (2008) “El concepto de función através de la Historia”.
Revista Iberoamericana de Educação Matemática. v. 4, n. 6, pp. 141-151, Dez..
<http://www.fisem.org/www/union/revistas/2008/16/Union_016_014.pdf>. Consultado em
21/08/2016.
YOUSCHKEVITCH, A. P.. (1976). The Concept of Function up to the Middle of the 19 th
Century. Moscow: Institute for History of Science and Technology.
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UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE O USO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA NA AQUISIÇÃO DO
CONCEITO DE NÚMERO REAL
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PÔSTERES
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A EQUAÇÃO DE PELL SOB UM OLHAR HISTÓRICO
A busca pela solução das mais variadas equações sempre foi um fascínio para os matemáticos
de todas as épocas. Neste trabalho apresentaremos a rica e antiga história da equação de Pell
de forma cronológica desde a Grécia antiga até os dias atuais. Para isso, utilizamos dados
históricos obtidos a partir de pesquisas bibliográficas. Uma equação algébrica com coeficientes
inteiros chama-se uma Equação Diofantina se suas soluções são números inteiros ou
racionais. Historicamente, essas equações apareceram no terceiro século d.C, introduzidas
2 2
pelo matemático grego Diofanto (Alexandria, 250 a.C). A equação diofantina 𝑥 − 𝐴𝑦 = 1, onde,
A é um inteiro não quadrado perfeito, é conhecida como “Equação de Pell”. Curiosamente essa
equação ganhou esse nome quando Euler, “erroneamente”, a denomina assim acreditando que
a solução geral tinha sido descoberta pelo matemático inglês John Pell (1611-1685), contudo,
Pell somente havia organizado os resultados e soluções dos matemáticos da época que já
vinham estudando esse tipo de equação há muito tempo (STILLWELL, 2010). Relatos
históricos indicam que a primeira aparição explicita da equação de Pell se deu na Grécia
2 2
Antiga. Nessa época, os estudos eram voltados para a equação do tipo 𝑥 + 2𝑦 = 1, ou seja,
para 𝐴 = 2. A equação de Pell também foi amplamente estudada pelos matemáticos indianos e
o primeiro avanço na busca de suas soluções se deu pelo matemático Brahmagupta, que além
de resolver alguns casos particulares da equação também procurou solucioná-la de forma
generalizada, no caso em que 𝐴 > 0 não é um quadrado perfeito (STILLWELL, 2010). O
primeiro matemático a desenvolver um método geral para a resolução das equações de Pell foi
o indiano Bhaskara II, em 1150, chamado de método chakravala ou processo cíclico. Os
matemáticos Europeus também tiveram participação no avanço dos estudos da equação de
Pell. A primeira contribuição foi dada pelo matemático Pierre Fermat (1601-1665) quando
afirmou que tinha provado, para o caso em que 𝐴 > 0 não é um quadrado perfeito, que existia
um número infinito de soluções inteiras (𝑥, 𝑦); porém, ele não deu uma prova (SILVA, 2014).
Referências
Equação de Pell. 2014. Disponível em: <http://finslab.com/enciclopedia/letra-a/a-equacao-de-
pell.php>. Acesso em: 10 fev. 2018.
História das Equações Algébricas. 2013. Disponível em:
<https://anacasola.files.wordpress.com/2008/06/historia-das-equacoes-algebricas.doc>. Acesso
em: 05 fev. 2018.
MACHIAVELO, Antônio. A Equação que Nunca foi de Pell. Gazeta de Matemática, Porto,
Portugal, v. 1, n. 0171, p.17-19, nov. 2003. Quadrimestral. Disponível em:
<http://gazeta.spm.pt/getArtigo?gid=422>. Acesso em: 10 fev. 2018.
SILVA, Antônio Andrade. Equação de Pell, João Pessoa, PB, 12p, 2014.
STILLWELL, John. Mathematics and Its History: Undergraduate Texts in Mathematics. 3. ed.
San Francisco: Springer, 2010.
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A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA EM DISCIPLINAS DOS CURSOS DE FORMAÇÃO INICIAL
DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS LOCALIZADAS
NA REGIÃO SUL DO BRASIL
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A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DESENVOLVIDA NO
PIBID-MATEMÁTICA-UEM
O presente trabalho tem como objetivo relatar uma experiência realizada no âmbito do
subprojeto PIBID-Matemática da Universidade Estadual de Maringá (UEM) envolvendo o
estudo da História da Matemática como uma estratégia de ensino e a implementação em sala
de aula seguindo essa perspectiva. Uma das atividades desenvolvidas no PIBID-Matemática-
UEM eram reuniões semanais com a participação dos licenciandos bolsistas, professores
supervisores e coordenação. Nessas reuniões, foi realizado um estudo do livro “História nas
Aulas de Matemática” dos autores Iran Abreu Mendes e Miguel Chaquiam (2016), juntamente
com outras bibliografias pertinentes à área, concedendo subsídios fundamentais para
elaboração, desenvolvimento e aplicação de uma atividade para a sala de aula. Uma atividade
envolvendo aspectos da História da Matemática foi selecionada do livro “Learning Activities
from the History of Mathematics” de Frank J. Swetz (1994), com algumas adaptações, e então
desenvolvida em um colégio parceiro do subprojeto PIBID, em uma turma de 6° ano do Ensino
Fundamental II. O conteúdo trabalhado envolveu sólidos geométricos, mais especificamente,
os “Sólidos Platônicos”. Em meio às discussões que ocorreram durante a implementação,
percebemos que os alunos se mostraram interessados e curiosos com relação às informações
que foram elencadas sobre a Grécia, ao que tange a esta civilização e informações relativas a
Platão, notando que a matemática pode ser entendida de forma humanizada, produzida e
desenvolvida pelos homens. Assim, o uso da história da matemática em sala de aula foi
importante para a construção do conhecimento com os alunos, uma vez que tendo percepção
de sua evolução, houve oportunidade de discutir sobre os motivos pelos quais ela foi
desenvolvida, agregando significado e tornando-a um conhecimento interessante, tanto aos
discentes quanto aos docentes.
Referências
MENDES, Iran Abreu; CHAQUIAM, Miguel. HISTÓRIA NAS AULAS DE MATEMÁTICA:
fundamentos e sugestões didáticas para professores. 1. ed. Belém: SBHMat, 2016.
SWETZ, Frank J. Learning Activities from the History of Mathematics. Portland: J. Weston
Walch Publisher, 1994.
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A LÓGICA FUZZY SOB UM OLHAR HISTÓRICO
Referências
ALBERTOS, P. Fuzzy Controllers - AI Techniques in Control. Pergamon Press, 1992.
D'OTTAVIANO, Í. M. L.; FEITOSA, H. A.. Sobre a história da lógica, a lógica clássica e o
surgimento das lógicas não-clássicas. Página Educacional do Cle, Campinas, p. 1-34, 2003.
FERREIRA, A. B de H. Mini Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. 8ª ed. Curitiba:
Positivo, 2010.
KANDEL, A., 1986, Fuzzy Mathematical Techniques with Applications, U.S.A. Addison-
Weslwy Publishing Company.
KELLER, V; BASTOS, C. L.. Aprendendo Lógica. Petrópolis: Editora Vozes, 2000. 179 p.
SILVA, R. A. C.. Inteligência artificial aplicada à ambientes de Engenharia de Software:
Uma visão geral. Universidade Federal de Viçosa, 2005.
SOUSA, J. N. de P. e. Aplicação de lógica fuzzy em sistemas de controle de tráfego
metropolitano em rodovias dotadas de faixas exclusivas para ônibus. Universidade
Federal do Rio de Janeiro, 2005.
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A RELEVÂNCIA DE EULER NO DESENVOLVIMENTO DAS FUNÇÕES
TRIGONOMÉTRICAS SENO E COSSENO
A partir do século XIV muitos importantes passos foram dados na Europa no desenvolvimento
da matemática, inclusive para a Trigonometria. Mas segundo Costa (1997) somente no século
XVIII que ela assumiu sua forma mais atual quando Leonard Euler toma a medida do raio de
um círculo como unidade e define essas funções aplicadas a um número e não mais a um
ângulo. Costa (1997) afirma também que a transição das razões trigonométricas para funções
periódicas foi iniciada por Viète no século XVI, a qual teve novo impulso com o surgimento do
cálculo infinitesimal no século XVII estudado por Newton e atingiu o seu ponto mais alto com
Euler ao criar a função, conhecida hoje como Função de Euler. Através desta função é possível
definir o 𝑠𝑒𝑛(𝑥) e o cos(𝑥) em função de uma variável 𝑥, com 𝑥 ℝ. A noção desta função foi
fundamental para a análise matemática posteriormente na criação da chamada análise
complexa. Ele ainda exprimiu as funções seno e cosseno no conjunto dos números complexos.
Com isso, o presente trabalho objetiva explicar os pontos nos quais Euler contribuiu no
desenvolvimento das funções seno e cosseno e como ele relacionou os números complexos
com identidades trigonométricas, incluindo a identidade que leva seu nome.
Referências
COSTA, Nielce Meneguelo Lobo da. Funções Seno e Cosseno: uma sequência de ensino a
partir dos contextos do “mundo experimental” e do computador. 1997. 250p. Dissertação.
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
FERREIRA, André Luiz dos Santos. Trigonometria e Funções Trigonométricas, uma
abordagem Didático Metodológica. 2016. 121p. Dissertação. Universidade Federal do
Amapá, Macapá.
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ABORDAGENS HISTÓRICAS E A EQUIVALÊNCIA DE ESTÍMULOS CONTRIBUINDO PARA
O ENSINO DE ESTATÍSTICA E PROBABILIDADE NOS ANOS FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Referências
MIGUEL, A. As potencialidades pedagógicas da história da matemática em questão:
argumentos reforçadores e questionadores. Zetetiké, Campinas, v. 5, n. 8, p. 73-105, 1997.
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ANDRÉ WEIL E A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
Este trabalho está contido na linha de pesquisa que está sendo seguida em torno deste
brilhante matemático francês e sua perspectiva da história da matemática. Weil é reconhecido
principalmente pela sua abordagem no elo entre teoria dos números e a geometria algébrica.
Dentre seus feitos, o mais reputado foi a prova da hipótese de Riemann no que diz respeito às
funções zeta de congruência dos campos de funções algébricas. Sob os atuais amparados
matemáticos, esse célebre resultado alcançado é considerado relativamente fácil. Tendo por
base esse trabalho, em 1949 Weil levanta algumas conjecturas que mais tarde ficaram
conhecidas por conjecturas de Weil, todas demonstradas posteriormente. Vale ressaltar que o
francês desenvolveu diversos outros trabalhos culminando em avanços para outras ciências,
como a física molecular. A vida de André Weil teve alguns percalços ao longo de sua jornada,
inclusive uma passagem pela prisão em meio a Segunda Guerra Mundial quando não se
apresentou às forças armadas francesas, até então o serviço era compulsório. Nessa estadia
na prisão surgem ideias tais como a prova da hipótese de Riemann. Em 1941, depois de solto
e cumprindo com suas obrigações militares, ele encontra uma forma de fugir para os Estados
Unidos e realiza a fuga junto com seus familiares. Na América foi professor em diversas
universidades e deu continuidade em suas pesquisas. Entre 1945 e 1947 foi professor na USP
no Brasil até retornar ao país anglo-saxônica. Sua perspectiva de qual deve ser o agente
contador das histórias por trás da matemática é semelhante ao de Galileo Szabó na física, isto
é, possuem a visão de que a propriedade para estudar a história da matemática ( ou da física
no caso de Szabó) está relacionada a quem produz matemática. Esse olhar levantou algumas
discussões ao longo dos últimos anos e ultrapassou as fronteiras da matemática. Talvez o
debate mais notável nessa linha foi a respeito da impossibilidade de obter provas matemáticas
da correção de um sistema de computador proposto por James Fetzer, onde Fetzer é um
filósofo e não um matemático. Portanto, esse trabalho busca realizar conexões entre o
multiverso em que André Weil está inserido, desde seus aspectos pessoais até sua maneira de
enxergar a história da matemática no qual ele está inserido.
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AS CARTAS DE EULER A UMA PRINCESA ALEMÃ: CORRESPONDÊNCIAS DIDÁTICO-
CIENTÍFICAS ENTRE HISTÓRIA E ENSINO DE MATEMÁTICA
Este ensaio é um dos desdobramentos de nossa pesquisa doutoral, a qual objetivava elaborar
Unidades Básicas de Problematização (UBPs) a partir da perspectiva de que a utilização de
fontes históricas originais podem ser inseridas como materiais auxiliares na implementação de
Metodologias Ativas de ensino nas aulas de matemática da Educação Básica e em cursos de
formação inicial e continuada de professores de matemática. As UBPs integrantes do trabalho
foram elaboradas a partir da leitura, tradução e investigação do potencial didático-pedagógico
do livro Lettres à une princesse d’Allemagne sur divers sujets de physique et de philosophie
publicado pelo matemático e físico Leonhard Paul Euler (1707-1783) em São Petersburgo entre
1768 e 1772. A motivação para a escolha da obra residiu no fato de que a mesma reúne um
conjunto composto por 234 cartas pedagógicas que tratam sobre diversos temas científicos e
filosóficos, fato que a tornou um sucesso imediato, sendo traduzida rapidamente para todos os
principais idiomas da época e, por muito tempo permaneceu como uma obra referência sobre o
modo de como ensinar a cultura científica e filosófica popular na Europa do século XVIII. As
UBPs produzidas sinalizam para possibilidades concretas de entrelaçamento entre os
conteúdos matemáticos extraídos do bojo de uma fonte histórica com metodologias de ensino
atuais a partir do redimensionamento do uso de cartas pedagógicas segundo a perspectiva
freireana da correspondência e, principalmente da utilização de novas vias de comunicação do
século XXI, ambas visando o diálogo e a aproximação entre quem escreve e quem lê.
Referências
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais.
Matemática. Brasília. DF, 1997.
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Orientações curriculares para o Ensino Médio.
Vol. 2. Brasília, 2006.
FELLMANN, E. A. Leonhard Euler. Trad. Érika Gautschi e Walter Gautschi. Basel, Suíça:
Birkhäuser Verlag, 2007.
MIGUEL, A; MENDES, I. A. Mobilizing histories in mathematics teacher education: memories,
social practices and discursive games. In: ZDM Mathematics Education. 2010 42:381 – 392.
PEREIRA, D. E. Correspondências científicas como uma relação didática entre história e
ensino de matemática: o exemplo das cartas de Euler a uma princesa da Alemanha. Tese
(Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Educação. Programa de
Pós-Graduação em Educação. Natal/RN, 2014, 276 f.
PEREIRA, D. E; MENDES, I. A. As correspondências entre Euler e a princesa alemã como
unidades básicas de problematização para as aulas de Matemática. São Paulo: Editora
Livraria da Física, 2015 –(série história da matemática para o ensino; vol.3)
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AS DUAS VISÕES DA “CRISE DOS INCOMENSURÁREIS”
O que ficou conhecido na História da Matemática como “a crise dos incomensuráveis”, para
uns foi um retrocesso, mas para outros a grande oportunidade de extinguir algumas verdades
que levaram à emissão de concepções pitagóricas que eram mais místicas do que científicas:
como, por exemplo, a tese de que no universo “tudo é número”, Tudo pode ser explicado
através dos números (inteiros) e suas razões (números racionais). Acreditava-se também que
dados dois segmentos quaisquer eles eram comensuráveis, isto é, que existia entre eles um
terceiro segmento, menor que os dois primeiros, tal que cada um deles era múltiplo inteiro do
menor (MOREIRA; CABRAL, 2011). Ao estudar os pré-socráticos, percebemos que Pitágoras
era uma figura polêmica dentro da história da matemática, envolto numa névoa de mistério
(EVES, 1990). Durante muito tempo, a descoberta da incomensurabilidade foi mantida em
segredo pelos iniciados da seita pitagórica, até o momento em que Hipaso de Metaponto,
divulga a descoberta. Possivelmente, adotaram o princípio especulativo segundo o qual não é
a teoria que tem de estar em correspondência com a realidade e sim os fatos é que têm de
estar em consonância com a explicação construída com base em conjecturas consideradas
absolutas (GUERREIRO, 2000). Embora seja uma concepção alicerçada no conceito de
número, que era produto de seus estudos matemáticos, está longe de ser uma filosofia
inspirada na matemática (GUERREIRO, 2000). Nosso objetivo é imergir na história de
Pitágoras, e por fim analisar as duas visões do episódio da crise. A primeira e mais conhecida,
reconhece que a descoberta da incomensurabilidade foi seguida de uma crise no pensamento
que atrasou por mais de mil anos o desenvolvimento da aritmética e da álgebra (ÁVILA, 2001),
já a segunda, muito restrita, indica que o estudo do assunto não traz nenhuma evidência de
uma crise, no máximo um conflito no pensamento pitagórico (GONÇAVES; POSSANI, 2009).
Referências
ÁVILA, G. Análise Matemática para Licenciatura. Ed I, SP Editora Edgard Blucher, 2001
EVES, H. Introdução à história da matemática. Tradução: Hygino H. Domingues. Campinas,
SP: Editora da UNICAMP, 2004.
GONÇALVES, C. H. B.; POSSANI, C. Revisitando a descoberta dos incomensuráveis na
Grécia Antiga. In: Revista Matemática Universitária. N° 47, SBM, 2009.
GUERREIRO, M. A. L. Pré-Socráticos: A Invenção da Filosofia. Ed. II. Papirus Editora, 2000.
MOREIRA, C., N.; CABRAL, M. A. P. Curso de Análise Real. 2. ed. V. 2.4. Rio de Janeiro:
Departamento de Matemática Aplicada, Instituto de Matemática, UFRJ, 2011.
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ASPECTOS HISTÓRICOS DAS GEOMETRIAS EUCLIDIANA E ESFÉRICA E SEUS
ESTUDOS NO ENSINO MÉDIO
Referências
COUTINHO, L. Convite às geometrias não-euclidianas. 2 ed. Rio de Janeiro: Interciência,
2001.
EVES, H. Introdução à história da Matemática. Tradução de Hygino H. Domingues.
Campinas: Editora Unicamp, 2004.
GREENBERG, M. J. Euclidean and Non-Euclidean Geometries: Development and History. 4.
ed. NY.: W. H. Freeman and Company, 2008.
KATZ, V. J. A history of mathematics: An Introduction. 3. ed. 2008.
ZANELLA, I. A. Geometria esférica: uma proposta de atividades com aplicações. 2013.
Dissertação (Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional) – Universidade
Estadual de Londrina, Londrina, 2013. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?view=vtls000183037 >. Acesso em: 02 abr.
2018.
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ASTROLÁBIO CASEIRO E TRIGONOMETRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
A palavra astrolábio vem de astro que quer dizer estrela e lábio que significa busca. Assim,
podemos considerar o astrolábio como um instrumento que busca estrelas. Na antiguidade, era
usado para determinar a posição dos astros no céu e serviu como localização marítima para os
navegantes. Trata-se de um instrumento de navegação antigo em que os navegantes
utilizavam para se localizarem em alto mar, medindo, inicialmente, a altura em que se
encontravam da estrela polar, mais visível a olho nu em qualquer período da noite e do Sol,
durante o dia. Ele permitia descobrir a distância que ia do ponto de partida até ao lugar onde a
embarcação se encontrava. Um astrolábio caseiro pode ser construído fixando na base de um
transferidor meia-lua, um canudo de refrigerante ou de caneta e no seu centro, amarra-se um
barbante com um peso na outra extremidade (formando um pêndulo). Para usar em medidas
inacessíveis, olhando o topo de um monumento através do canudo, mede-se o ângulo (o valor
do transferidor onde o pêndulo passa). Com a medida do ângulo e da distância do monumento
até o medidor (observador), forma-se um triângulo retângulo. Usando a fórmula da razão
trigonométrica da tangente (tangente de um ângulo é igual a razão entre o cateto oposto e o
cateto adjacente do triângulo retângulo), descobre-se a altura do monumento (não esquecendo
de somar com a altura do observador). Nesse trabalho vimos relatar a experiência realizada
com turmas da primeira série do Ensino Médio do IFRN com a finalidade de abordar o
conteúdo de razões trigonométricas de forma mais prática e com significado. Os discentes se
dividiram em grupos e cada um escolheu um monumento diferente da cidade para ser medido.
Entre as opções, destacou-se o edifício mais alto de Natal e a árvore de natal do maior
shopping do município. Os grupos apresentaram suas experiências à turma, exibindo
fotografias do momento da medição, justificando a escolha do monumento e relatando suas
dificuldades e cálculos. Os resultados foram os mesmos encontrados com outros instrumentos
de medição e despertou o interesse e a curiosidade da turma pelo estudo das razões do seno,
cosseno e tangente, conteúdos também estudados no nono ano do Ensino Fundamental.
Referências
MENDES, I. A. Matemática e investigação em sala de aula: tecendo redes cognitivas na
aprendizagem. 2. ed. revista e ampliada. São Paulo: Ed. Livraria da Física, 2009a (Coleção
Contextos da Ciência).
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BATTLEMATH: JOGANDO E ENSINANDO COM A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
Referências
CAJORI, Florian. A History of Mathematical Notations: two volumes bound as one. New
York: Dover, 1993.
EVES, Howard. Introdução a História da Matemática. 5 ed. São Paulo: Editora da Unicamp,
2011.
GARBI, Gilberto Geraldo. A Rainha das Ciências: um passeio histórico pelo maravilhoso
mundo da matemática. 3 ed. São paulo: Livraria da Física, 2009.
KATZ, Victor J. A History of Mathematics: an introduction. 3. ed. Boston: Pearson, 2009.
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CONCEPÇÕES SOBRE A MATEMÁTICA E O CONHECIMENTO MATEMÁTICO - UM
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO DE TESES E DISSERTAÇÕES
Referência
LAKATOS, E. M; MARCONI, M. A. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. ed. São
Paulo: Atlas, 2003.
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CONSIDERAÇÕES SOBRE A PARTICIPAÇÃO FEMININA NA MATEMÁTICA NO INÍCIO DO
SÉCULO XX A PARTIR DO ESTUDO DE BIOGRAFIAS
Os esforços para recuperar a trajetória das mulheres na ciência podem ser identificados,
sobretudo, a partir das décadas de 1970 e 1980. Inicialmente, para Schiebinger (2001), as
biografias foram tomadas como objetos de estudo para evidenciar as contribuições femininas e,
posteriormente, como forma de incentivar maior participação das mulheres. Corroborando a
Trindade, Beltran e Tonetto (2016), entendemos que as biografias expressam fatos sobre a
natureza e construção do conhecimento científico, além de integrar a vida individual com os
múltiplos contextos nos quais ela se desenvolve. Assim, esta pesquisa foi guiada pela intenção
de analisar a inserção das mulheres no ambiente acadêmico nos anos iniciais do século XX,
período em que houve um aumento expressivo da presença feminina na Matemática.
Analisamos por meio de técnicas da Análise de Conteúdo, as biografias das matemáticas
Grace Chisholm Young, Amalie Emmy Noether, Anna Johnson Pell Wheeler, Julia Robinson,
Mary Ellen Rudin e Vivienne Malone-Mayes, com vistas a identificar como questões
relacionadas ao gênero influenciaram suas carreiras. A escolha por estas mulheres se baseou
em Henrion (1997), de modo a contemplar uma maior diversidade quanto às áreas de trabalho,
raças, etnias e situações pessoais e profissionais. Podemos afirmar que as análises indicam a
inexistência de um perfil único para esse grupo de mulheres, que varia de questões financeiras
e familiares, à aceitação institucional no ambiente acadêmico. Notamos que os professores e
professoras dessas mulheres foram importantes para incentivar o ingresso e a permanência
destas na carreira acadêmica. Ressaltamos que mesmo após ingressarem nas universidades,
o tradicionalismo masculino da carreira pode ter contribuído para situações de preconceitos,
impedimentos e a invisibilidade de algumas dessas mulheres.
Referências
HENRION, C. Women in Mathematics: The Addition of Difference. Bloomington: Indiana
University Press, 1997.
SCHIEBINGER, L. O feminismo mudou a Ciência? Trad. Raul Fiker. Bauru: EDUSC, 2001.
(Mulher.)
TRINDADE, L. S. P.; BELTRAN, M. H. R.; TONETTO, S. R. Práticas e estratégias femininas:
histórias de mulheres nas ciências da matérias. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2016.
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EXPERIÊNCIAS INTERCULTURAIS COM/NA EDUCAÇÃO (ESCOLAR) INDÍGENA
TUPINIKIM DE ARACRUZ, ESPÍRITO SANTO
Referências
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Congresso Nacional: Brasília, 1988.
FLEURI, Reinaldo Matias (org.). Educação intercultural: mediações necessárias. Rio de
Janeiro: DP&A, 2003.
GRAMSCI, Antonio. Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Editora
Civilização Brasileira, 1988.
MARCILINO, Ozirlei Teresa. Educação escolar Tupinikim e Guarani: experiências de
interculturalidade em aldeias de Aracruz, no estado do Espírito Santo. 2014. 241 f. Tese
(Doutorado) – Curso de Pós-graduação em Educação, Ufes, Vitória, 2014.
SCANDIUZZI, Pedro Paulo. Educação Indígena x Educação Escolar Indígena: uma relação
etnocida em uma pesquisa etnomatemática. 2000.206 f. Tese (Doutorado) – Curso de Pós-
graduação em Educação, Unesp, Marília, 2000.
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FATOS HISTÓRICOS DOS ELEMENTOS DE EUCLIDES E DO PAPIRO DE RHIND
Nosso trabalho faz parte do projeto de pesquisa “A álgebra geométrica ao longo da história da
matemática” do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC-UFAL), cujo
objetivo é trabalhar alguns problemas de álgebra e operações numéricas que foram explicados
geometricamente. Iremos focar neste trabalho em abordar fatos históricos do Papiro de Rhind e
dos Elementos de Euclides, baseados em diversos textos. Iremos coletar informações em
Euclides (2009), Garbi (2010), Martins (2015), Robins y Shute (1987), Gillispie (2007), Eves
(2004), Roque (2012), entre outros. O Papiro de Rhind é uma fonte primária rica sobre a
matemática egípcia antiga, é um texto matemático na forma de um manual prático que contém
85 problemas copiados em escrita hierática pelo escriba Ahmes de um trabalho mais antigo
(EVES, 2004). Sobre os Elementos de Euclides, iremos abordar a influência de Euclides nas
diversas áreas e sua biografia, baseada em seus trabalhos presentes ao longo da história e
através de citações de seus seguidores. outras obras de Euclides: Geometria: Elementos; Os
Dados; Sobre as divisões de figuras; Porismas; Cônicas; Loci da superfície; Livros das falácias;
Phaenomena; Optica, Catróptica; Elementos da música; Mecânica (EUCLIDES, 2009;
GILLISPIE, 2007).
Referências
EUCLIDES. Os elementos. Tradução e introdução de Irineu Bicudo. São Paulo: Editora
UNESP, 2009.
EVES, H. Introdução à história da matemática. Tradução: Hygino H. Domingues. Campinas,
SP: Editora da UNICAMP, 2004.
GARBI, G. G. A Rainha das Ciências: um passeio histórico pelo maravilhoso mundo da
matemática. 5ª edição revisada e ampliada. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2010.
GILLISPIE, C. C. (Organizador). Dicionário de bibliografias científicas. Tradução Carlos
Almeida Pereira... [et al.]. Rio de Janeiro: Contraponto, 2007.
MARTINS, J. O livro que divulgou o papiro Rhind no Brasil. Dissertação de mestrado.
Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, 2015.
ROBINS, G.; SHUTE, C. The Rhind Mathematical Papyrus: na ancient Egyptian text. London:
British Museum Press, 1987.
ROQUE, T. História da matemática: uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas. Rio de
Janeiro: Zahar, 2012.
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FIBONACCI E A FORMAÇÃO DO CONCEITO DE PROPORÇÃO ÁUREA
O número de ouro (Phi) é um número irracional misterioso e enigmático, ele aparece em uma
infinidade de elementos da natureza na forma de uma razão e foi o primeiro número irracional
que se teve consciência que o era, então, dois mil anos depois recebeu o nome de Número de
Ouro. Também nomeado de razão áurea, sua aplicação pode não ser precisa, no Egito antigo
as pirâmides de Gizé foram construídas tendo a razão entre a altura de uma face e metade do
lado da base da grande pirâmide, isso resulta o número de ouro. Construído centenas de ano
depois por Phideas (onde originou-se o nome Phi), o Partenon grego contém a razão de ouro
no retângulo de sua fachada principal, o que revela uma preocupação dos gregos na harmonia
e beleza de suas obras. Contudo, Leonardo Pisano (também conhecido como Fibonacci) foi um
dos grandes matemáticos que contribuiu para a história do número de Ouro com seu estudo
sobre o crescimento da população de coelhos (sequência de Fibonacci). O presente trabalho
tem como objetivo traçar toda a trajetória histórica do experimento de Fibonacci até a
descoberta da proporção áurea em sua sequência, utilizando uma linha do tempo para
distinguir cada parte de sua descoberta e linha de raciocínio. Por fim, a partir do desenvolvido,
analisar o conceito formado de proporção áurea ao longo do tempo em comparação ao estudo
de Fibonacci.
Referência
EVES, Howard. Introdução à história da matemática. Campinas, Editora Unicamp,
2004.ROQUE, Tatiana. História da Matemática: Uma visão crítica, desfazendo mitos e
lendas. Rio de Janeiro, Editora Zahar, 2012.
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FRANCIS GALTON (1822-1911), REGRESSÃO LINEAR (1875) E ESTUDOS
ANTROPOMÉTRICOS BRASILEIROS: USANDO A HISTÓRIA DA MATEMÁTICA PARA
APLICAR FUNÇÕES AFIM
Os filhos herdam todas as características físicas e mentais dos seus pais? Acreditando que
isso era totalmente possível, Francis Galton (1822-1911) criou a Eugenia, um ramo da ciência
que significava, ao pé da letra, bom nascimento. Sua teoria propôs acasalar casais pré-
selecionados por possuírem boas características e, dessa forma, melhorar a raça humana.
Para provar isso, o matemático coletou medidas de 9000 pais e filhos adultos e analisou os
dados por meio da sua criação, a Regressão Linear (1875), que consiste em uma ferramenta
Estatística que relaciona duas variáveis quantitativas de modo que uma variável pode ser
estimada a partir do valor da outra, encontrando a função que melhor se ajusta a um conjunto
de valores (x, y) dados. Ela tem esse nome pelo conjunto de pontos se ajustarem a uma função
linear e gerar um gráfico em forma de linha reta. Com a função de ajuste que relaciona as
alturas dos pais e dos filhos, por exemplo, é possível estimar a altura de um filho que ainda não
nasceu, sabendo apenas a altura dos seus pais. A partir desses tópicos da História da
Matemática e da Estatística, é possível trabalhar conceitos matemáticos como par ordenado,
plano cartesiano, variáveis dependentes, variáveis independentes e função afim. A proposta é
re(construir) os experimentos de Galton, mas não pedindo “que os alunos refaçam os principais
passos do descobrimento (construção) de um conceito matemático de acordo com a
formulação da época em que o referido conceito foi construído, pois esse é um modo estático
de trazer a história para a sala de aula, podendo, até, gerar maiores problemas em vez de
resolver os que já existem. O professor deve, portanto, utilizar a história de um modo mais
aliado às condições reais em que os estudantes se encontram, ou seja, a partir da
incorporação dos aspectos socioculturais pelos quais os estudantes compreendem e explicam
a sua realidade. Além disso, pode lançar mão de outros instrumentos de aprendizagem que
enfatizem no processo de construção histórica, uma dinâmica cultural existente no
conhecimento matemático construído” (MIGUEL; et al, 2009, p. 112). Como Fossa; Mendes e
Valdés (2006, p. 97) explicam: “Na verdade, queremos propor uma abordagem histórica que
provoque no aluno uma reformulação da problematização histórica para o momento atual,
considerando o contexto em que ele está inserido”. Desse modo, é proposto atividades em que
os alunos utilizem a Regressão Linear para resolver um problema atual: o estudo
antropométrico brasileiro que estabelece padrões de numeração de vestuário.
Referências
FOSSA, J. A.; MENDES, I. A.; VALDÉS, J. E. N. A História como um agente de cognição na
Educação Matemática. Porto Alegre: Sulina, 2006.
MIGUEL, A.; et al. História da Matemática em Atividades Matemáticas. São Paulo: Livraria
da Física, 2009.
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HISTÓRIA DA MATEMÁTICA E JOGOS: O MANCALA
Referências
MENDES, I. A. TENDÊNCIAS METODOLÓGICAS NO ENSINO DE MATEMÁTICA. Belém:
EdUFPA, 2008. EDUCIMAT; v.41.
SANTOS, C. J. dos. JOGOS AFRICANOS E A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: SEMEANDO
COM A FAMÍLIA MANCALA. Maringá, 2008. Disponível em: <https://bit.ly/2KID1pD >. Acesso
em: 13 de junho de 2017.
ZEZA, B; FANIZZI, C; BENEDETI, F; NUNES, F. UNIDADE DIDÁTICA: O uso do jogo no
ensino da matemática. São Paulo: 2012. Disponível em: < https://bit.ly/2jDbbyR >. Acesso em
24 de abril de 2018, as 16h51.
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HISTÓRIA DA MATEMÁTICA NOS LIVROS DIDÁTICOS DOS SEXTOS ANOS: UM OLHAR
PARA O PNDL 2014
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IMPRESSÕES DE FUTUROS PROFESSORES ACERCA DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
Neste estudo temos por objetivo discutir as impressões dos alunos, de um curso de
Licenciatura em Matemática, sobre a História da Matemática. Para isso elegemos como foco
de investigação a seguinte questão: o que se evidencia das impressões do futuro professor de
matemática acerca da História da Matemática? Para tanto, assumimos a abordagem qualitativa
conforme Goldemberg (2011) e os pressupostos da Análise de Conteúdo, por Laurence Bardin,
nortearam o processo investigativo. Os dados foram coletados por meio de questionário
aplicado a alunos do 4º ano do curso de Licenciatura em Matemática de uma Instituição
Pública, no início da disciplina de História e Filosofia da Matemática. Da análise identificamos
cinco categorias de impressões dos alunos acerca da História da Matemática no processo de
ensino e aprendizagem, a saber: Compreensão de conceitos/conteúdos, Contextual, Fonte
para novos conhecimentos, Humanal e Motivacional. Os resultados apontam que, mesmo a
maior parte dos alunos tenha cursado disciplinas pedagógicas e específicas, o conhecimento
apresentado ainda vem do senso comum e que, embora os alunos reconheçam a importância
da História da Matemática para o ensino e aprendizagem, eles só conseguem estabelecer a
relação entre elas – história e matemática – quando os termos aparecem juntos. Além disso, as
impressões dos alunos retratam uma fragmentação História-Matemática, que alertam para a
necessidade de pensar práticas capazes de superar esses paradigmas dentro do próprio curso
para que sejamos capazes de formar profissionais que reconheçam na História da Matemática
potencialidades para o ensino e aprendizagem de Matemática. Concluímos, também ser
necessária a abordagem de História da Matemática na formação inicial, visando incentivar a
articulação entre aspectos históricos e conceituais da Matemática, de modo a fortalecer e
explorar discussões e reflexões do futuro professor sobre suas próprias impressões.
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LINHA DO TEMPO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA: UMA EXPERIÊNCIA NUMA ESCOLA
VIVA
Referências
BARONI, R. L. S.; NOBRE, S. A pesquisa em história da matemática e suas relações com
a educação matemática. In: BICUDO, M. A. V. (Org.). Pesquisa em educação matemática:
concepções e perspectivas. São Paulo: UNESP, 1999. p. 129-136.
SILVA, Circe Mary Silva da. Qual o papel da História da Matemática na Educação
Matemática? In: VIII SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MATEMÁTICA, 2009, Belém,
Pará. Anais do VIII Seminário Nacional de História da Matemática. Belém: SNHMat, 2010. p.
167-177.
ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Etnografia da prática escolar. São Paulo: Papirus,
2005
146
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MALBA TAHAN: RELAÇÕES ENTRE HISTÓRIA E O ENSINO
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MULTIPLICAÇÃO MEDIEVAL: ESTUDO E TRADUÇÃO DE UM MATERIAL A PARTIR DA
HISTÓRIA DA MATEMÁTICA VOLTADO PARA A SALA DE AULA
Referências
SWETZ, Frank J. Learning Activities from the History of Mathematics. Portland: J. Weston
Walch Publisher, 1994.
148
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O LIVRO “HISTÓRIA DOS PESOS E MEDIDAS” COMO REFERÊNCIA PARA AULAS DE
GEOMETRIA
Trazer a História da Matemática para dentro da sala, torna a aula mais rica, uma vez que a
turma pode aprender como ocorre a construção do conhecimento matemático. O livro “História
dos Pesos e Medidas”, é uma referência positiva no conceito de medidas, este aborda a
evolução da Metrologia, desde a Antiguidade até os nossos dias, valorizando o seu conteúdo
social e realçando as relações do homem com os pesos e as medidas através do tempo. O
livro mostra, por meio da história, quanto esforço humano foi necessário para que o homem
tenha atualmente um sistema de medidas simples e coerente. Esta referência facilita a
introdução dos conceitos métricos e traz ao professor, aparato para trabalha este conceito na
sala de. A matemática em si, pode ser “respondida” através de sua história, isto é, quando
algum aluno se questiona sobre o que é matemática, a resposta pode estar nos fatos históricos
que há permeiam. É interessante que o aluno se sinta parte da construção da matemática que
conhecemos hoje. Nesta perspectiva, acreditando na afirmação de Freudenthal (apud
BALINHA E MAMEDE, 2016, p. 120) “a Geometria é o agarrar do aprender o espaço.... esse
espaço em que vive, respira e se move a criança”. Conhecer o ambiente em que vive e como a
matemática se constrói nesta configuração, é fundamental para a formação do aluno.
Referências
SILVA, Irineu da. História dos pesos e medidas. São Carlos. EdUFSCar. 190p. 2004.
BALINHA, Filipa; MAMEDE, Ema. Brincar com a geometria na educação pré-escolar.
Revista Saber e Educar ed. 21. p 118- 129. 2016.
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O MÉTODO DE NEWTON-RAPHSON OU SIMPLESMENTE MÉTODO DE NEWTON PARA O
CÁLCULO DE RAÍZES QUADRADAS?
Isaac Newton (1642-1716) criou um método, que permite o cálculo de raízes quadradas não
exatas com aproximações. Além disso, o método de Newton tem a facilidade de ser um
algoritmo bastante simples para uma implementação computacional (ver [3]). O método de
Newton consiste em determinar uma sucessão de intervalos cada vez menores, todos
contendo 𝑎, de modo que as amplitudes dos intervalos tendam a zero. A partir desse método,
Newton deu um primeiro passo para uma outra forma de interpretar a raiz quadrada de um
número, ao invés de procurarmos o lado de um quadrado de área conhecida, agora podemos
procurar um número x tal que 𝑥 ! = 𝑘, ou ainda 𝑥 ! − 𝑘 = 0. Joseph Raphson foi o responsável
em 1960, por “aprimorar” e introduzir a fórmula de iteração hoje empregada na utilização desse
método. O método consiste em iniciar de um valor arbitrário 𝑎, “próximo” de 𝑘 e tomar como a
aproximação da raiz a interseção a´ da tangente ao gráfico de 𝑓 𝑥 = 𝑥 ! − 𝑘 com o eixo das
abcissas. Se repetirmos esse processo, com um novo valor inicial igual a 𝑎′, obtemos uma
sequência de aproximações 𝑎1; 𝑎2; 𝑎3;... tal que lim!→! 𝑎! = 𝑎. Com esta notação podemos
escrever
𝑓(𝑎! )
𝑎!!! = 𝑎! −
𝑓′(𝑎! )
Se aplicarmos este processo à função = 𝑓 𝑥 = 𝑥 ! − 𝑘 teremos,
𝑎!! − 𝑘 1 𝑘
𝑎!!! = 𝑎! − = 𝑎 + .
2𝑎! 2 ! 𝑎!
Que é exatamente o método utilizado pelos mesopotâmios e por Heron. Hodgson (ver [2])
observa que um dos interesses em associar a técnica mesopotâmica com a de Heron ao
método de Newton-Raphson é que pode-se retirar dados conclusivos quanto a eficácia destes
algoritmos. A convergência do método Newton-Raphson é da forma quadrática, isto é o erro
cometido em uma determinada etapa exprime-se em função do quadrado do erro da etapa
anterior.
Referências
[1] CARVALHO, J. B. P. de., A raiz quadrada ao longo dos séculos. V Bienal da SBM, 2010.
João Pessoa, PB, 2010.
[2] HODGSON, B. Uma breve história da quinta operação. Gazeta de Matemática, 2008.
Portugal, n. 156, p. 07?30, 2008. Disponível em: <http://gazeta.spm.pt-/_chagazeta?id=156>.
Acesso em: 2 mar. 2017.
[3] TUNALA, N., Cálculo Aproximado da Raiz Quadrada. Cd-Rom: Revista do Professor de
Matemática. São Paulo, v. 1, 2011.
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O PROBLEMA DA TRISSECÇÃO DO ÂNGULO
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O TEOREMA DE EULER
Considerado o matemático mais produtivo da história, Leonhard Euler (1707-1783) foi uma
figura central na Europa do século XVIII. Uma das numerosas contribuições de Euler na
área da Matemática está seu Teorema para poliedros convexos, que diz que o número de
vértices, somado ao número de faces é igual ao número de arestas mais dois. Mesmo
sendo ensinado este Teorema nas escolas secundárias nos cursos de Geometria, Poincaré,
foi o primeiro matemático que usou a demonstração de Cauchy – considerada a mais
divulgada – para dizer que a relação de Euler para poliedros convexos se trata de um
Teorema de Topologia e não da Geometria. Toda esta confusão, se deve pelo fato de Euler
nunca ter definido o que seria um poliedro. Ao longo da história foram surgindo indagações
quanto a veracidade do tal teorema e sempre houve a preocupação de estabelecer
exemplos em que ele fosse verdadeiro, evitandos sempre que possível, os contraexemplos
que o tronassem mais complicados. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo
estabelecer as condições, além da relação Euler, para a existência de um poliedro.
Referências
D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Euler, um matemático multifacetado. Revista Brasileira de História
da Matemática, v.9, n.17, p 13-31, abr. 2009- set. 2009.
FILHO, Zoroastro Azambuja. Demonstração do teorema de Euler para poliedros convexos.
Revista do Professor de Matemática. 5.ed.1982.
LIMA, Elon Lages. Meu Professor de Matemática. 5.ed. Rio de Janeiro: SBM, 1998.
LIMA, Elon Lages et al. A Matemática do Ensino Médio. Vol.2. 6. ed. Rio de Janeiro:
SBM,2006.
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O USO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA NAS AULAS DE MATEMÁTICA: DISCUSSÕES NA
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES QUE ENSINAM MATEMÁTICA
Referências
BARONI, R. L. S.; BIANCHI, M. I. A História da Matemática como recurso didático. In:
PACHECO, E. R.; VALENTE, W. R. (Orgs.). Coleção História da Matemática para professores.
Guarapuava: UNICENTRO, 2007, pp.25-36.
BITTENCOURT, J. Obstáculos Epistemológicos e a Pesquisa em Didática da Matemática.
Educação Matemática em Revista. Ano V, n. 6, São Paulo, 1998, pp.13-17.
MIGUEL, A. et al. História da Matemática em atividades didáticas. 2. ed. São Paulo: Editora
Livraria da Física, 2009.
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PRINCÍPIO DE CAVALIERI: OS INDIVISÍVEIS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
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RELATIVIDADE DO MOVIMENTO: UMA CAUSA PERSISTENTE DE “REVOLUÇÕES
CIENTÍFICAS”
Referências
BRUNO, G. La cena de le ceneri. Torino, Biblioteca Einaudi, 1955.
GALILEI, G. Lettera a Francesco Ingoli. In: Favaro, A. (Ed.). Edizione nazionale delle opere di
Galileo Galilei. Firenze, Barbèra Editore, 1929-1933.
GALILEI, G. Dialogo sopra i due massimi sistemi del mondo. Torino, Biblioteca Einaudi, 1970.
EINSTEIN, A. Einstein’s manuscript on the special theory of relativity. In: Klein, M.; Kox. A. J.;
Renn, J. & Schulmann, R. (Ed.). The collected papers of Albert Einstein. Princeton: Princeton
University Press, 1995 [1912]. v. 4: The Swiss years: writings 1912-1914. p. 9-108.
EINSTEIN, A. Zur Elektrodynamik bewegter Körper. Annalen der Physik, v. 17, p. 891, 1905.
EINSTEIN, A. Die grundlage der allgemeinen relativitätstheorie. Annalen der Physik, v. 354, p.
769, 1916.
EINSTEIN, A. A Brief Outline of the Development of the Theory of Relativity. Nature, v. 106, p.
782, 1921.
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RESOLUÇÕES GEOMÉTRICAS DE PROBLEMAS ALGÉBRICOS DO PAPIRO DE RHIND
Nosso trabalho faz parte do projeto de pesquisa “A álgebra geométrica ao longo da história da
matemática” do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC-UFAL), cujo
objetivo é trabalhar alguns problemas de álgebra e operações numéricas que foram explicados
geometricamente. Iremos focar neste trabalho problemas do Papiro de Rhind e verificar quais
são de natureza algébrica geométrica. O Papiro de Rhind é considerado uma das principais
fontes para o estudo da matemática egípcia antiga e, por meio dos seus diversos problemas,
foi possível conhecer vários procedimentos e métodos matemáticos utilizados pelos antigos
egípcios (MARTINS, 2015). Encontramos, por exemplo, os problemas algébricos de número 24
até 33 que podem ser resolvidos de forma geométrica com o método da falsa posição. Os
mesmos nos remetem à semelhança de triângulo quando inseridos os dados graficamente.
Para a análise dos problemas, iremos nos basear em fontes como Martins (2015), Eves (2004),
Bissi (2016), Katz (1998), Robins e Shute (1987).
Referências
BISSI, T. Álgebra e História da Matemática: uma proposta de ensino a partir da Matemática do
Antigo Egito. Instituto Federal do Espírito Santo, 2016.
EVES, H. Introdução à História da Matemática. Tradução: Hygino H. Domingues. Campinas,
SP: Editora da UNICAMP, 2004.
KATZ, V. J. A history of mathematics: an introduction. 2. ed., USA: Addison-Wesley Educational
Publishers, 1998.
MARTINS, J. O livro que divulgou o Papiro Rhind no Brasil. Dissertação (Mestrado em
Educação Matemática) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual
Paulista, São Paulo, 2015.
ROBINS, G.; SHUTE, C. The Rhind mathematical papyrus: an ancient Egyptian text. London:
British Museum Publications, 1987.
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SISTEMA DE NUMERAÇÃO BABILÔNICO E JOGOS NO AUXÍLIO AO ENSINO DO
SISTEMA DECIMAL
Referências
EVES, Howard. Introdução à história da matemática. Campinas, Editora Unicamp, 2004.
GRANDO, Regina Célia. O conhecimento matemático e o uso de jogos na sala de aula.
Tese - Universidade de Campinas, Doutorado em Educação, Campinas, 2000.
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SOBRE CINEMA E HISTÓRIA DA MATEMÁTICA: O TRABALHO DESENVOLVIDO NO
GETOM
Referências
ALMEIDA, Milton J. Imagens e sons: a nova cultura oral. São Paulo: Editora Cortez, 2001.
JOGO da imitação, O. Direção: Morten Tyldum. Warner Bross. Los Angeles, USA. 2014. 144
min. Son, Color.
NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Editora Contexto,
2011.
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TEORIA DOS GRAFOS NA VISÃO DO SÉCULO XVIII
A teoria dos grafos, embora recente, tem-se mostrado como um grande potencial para a
resolução de problemas por meio de modelagem matemática. Agregado a isso, vem um
histórico de situações que, quando conflitadas, geravam inquietações na comunidade
matemática da época. Podemos citar como exemplo, o Problemas das Pontes de Königsberg e
o Problema das Quatro Cores. O primeiro foi resolvido pelo matemático e físico Leonhard Euler
(1707-1783) em 1741 na sua publicação Solutio problematis ad geometriam situs pertinentis.
Nesse trabalho, vimos tentar mostrar a visão desse e de outros problemas na história
contemporânea da época (Século XVIII), referente à teoria dos grafos, entendendo suas
dificuldades tanto nos fatores sociais que cercavam esses problemas quanto na matemática
desenvolvida até então. Além disso, é objetivo desse trabalho mostrar como essas
contribuições histórico-matemáticas nos têm dado grande ajuda nas resoluções de problemas
da nossa atualidade. Como por exemplo, o uso da teoria dos grafos em redes de
computadores e em sistemas de informações.
Referências
NETTO, P.O.B; Grafos: Teoria, Modelos, Algorítmos; Blucher; São Paulo, 2011.
LOVÁSZ, L.; PELIKÁN, J.; VESZTERGOMBI, K.; Matemática Discreta; tradução de Rui J.G.B.
de Queiróz; 2.ed. ; Rio de Janeiro: SBM, 2013.
L. Euler, Solutio problematis ad geometriam situs pertinentis, Comment. Acad. Sci. Imp.
Petropol. 8 (1736), 128–140.
ROONEY, A.; A história da Matemática: desde a criação das pirâmides até a explosão do
infinito; São Paulo, 2012.
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UM ESTUDO SOBRE OS ELEMENTOS DE EUCLIDES
Neste trabalho, pretendemos mostrar, para todos os que se interessam pela História da
Matemática, a importância do livro Os Elementos, de Euclides (c. 300 a.E.C.), para a
Matemática e diversas áreas das ciências. Uma obra magistral que, embora apresente
conteúdos elementares, a maneira como suas ideias e argumentações foram expostas
definiram as bases da Matemática lógica dedutiva. Temos como objetivos desenvolver um
estudo histórico sobre Os Elementos, onde apresentamos uma breve biografia e o contexto
histórico de Euclides e da Matemática grega no período que a obra foi escrita, realizamos um
estudo da Geometria Euclidiana na forma apresentada na obra e analisamos a importância da
mesma para a Matemática e para um curso de Licenciatura, desejosos de assim contribuir para
a divulgação dessa importante obra. O trabalho adotou como metodologia a Pesquisa
Histórica-Bibliográfica, cuja principal referência é o livro Os Elementos, de Euclides (2009),
traduzido pelo professor Irineu Bicudo, bem como os livros da História da Matemática, tais
como Boyer (2010), Eves (1995), Roque (2012), Rosa (2012) e Katz (1998).
Referências
BOYER, Carl B. História da Matemática. São Paulo: Edgard Blücher, 2010.
EUCLIDES. Os Elementos. Tradução e Introdução Irineu Bicudo. São Paulo: EDUNESP,
2009.
EVES, Howard. Introdução à História da Matemática. Trad. Hygino H. Domingues.
Campinas: ed. UNICAMP, 1995.
KATZ, Victor. A History of Mathematics: an introduction. 2. ed. New York: Addison-Wesley,
1998.
ROQUE, Tatiana. Tópicos de História da Matemática. Rio de Janeiro: SBM, 2012.
ROSA, Carlos Augusto de Proença. História da Ciência: da antiguidade ao renascimento
científico. 2. ed. Brasília: FUNAG, 2012.
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UM ESTUDO SOBRE PROBLEMAS DE ÁLGEBRA GEOMÉTRICA DOS ELEMENTOS DE
EUCLIDES
Nosso trabalho faz parte do projeto de pesquisa “A álgebra geométrica ao longo da história da
matemática” do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC-UFAL), cujo
objetivo é trabalhar alguns problemas de álgebra e operações numéricas que foram explicados
geometricamente. Iremos focar neste trabalho nos problemas de álgebra geométrica do Livro II
dos Elementos de Euclides, com o objetivo de analisar os problemas resolvidos
geometricamente e que resultam em problemas algébricos. Um dos exemplos que foram
resolvidos é conhecido como “quadrado da soma”: (a+b)² = a² + 2ab + b², a proposição 4 do
Livro II dos Elementos (EUCLIDES, 2009, pp. 137-138). A prova dessa proposição é
geométrica, mas possui relações algébricas conhecidas. Nas demonstrações encontradas nos
Elementos de Euclides, percebemos uma escrita diferente do que usamos atualmente, por
exemplo, “o quadrado AC” é o quadrado ABCD, o “retângulo AB,BC” é o retângulo de lados AB
e BC e, “pelas AB” ou “pelas CD”, é o mesmo que o lado AB ou lado CD. A pesquisa tem o
propósito de interpretar proposições cujos resultados são problemas algébricos, mas que foram
resolvidos de forma geométrica, contribuindo assim para ampliar o conhecimento e a utilização
de técnicas e métodos diferentes. Na análise dos problemas teremos auxílio também de
Commandino (1944) e Segovia (2012-2013), além da utilização de régua e compasso e o
software Geogebra.
Referências
COMMANDINO, F. Euclides - Elementos de Geometria. São Paulo: Edições Cultura, 1944.
EUCLIDES. Os elementos. Tradução e introdução de Irineu Bicudo. São Paulo: Editora
UNESP, 2009.
SEGOVIA, M. d. C. A. Los elementos de Euclides, Libros I y II. Universidad de Granada Máster
en Matemáticas. Curso 2012-2013.
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UMA ANÁLISE A PARTIR DOS TRABALHOS DO 6º ENCONTRO LUSO-BRASILEIRO DE
HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
Referência
ENCONTRO LUSO-BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA MATEMÁTICA, 2011, São João Del Rei –
MG, Anais... Natal - RN: Sociedade Brasileira de História da matemática, 2014.
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UMA ANÁLISE HISTÓRICA DO PERÍODO ANTERIOR À VINDA DO MATEMÁTICO
PORTUGUÊS REMY FREIRE PARA O BRASIL
Este trabalho é parte dos estudos desenvolvidos em uma pesquisa de doutorado iniciada em
março de 2017 pelo Programa de Pós-Graduação em Educação para a Ciência e a Matemática
– PCM da Universidade Estadual de Maringá – UEM e que se encontra, portanto, em fase
inicial. Na pesquisa de doutorado temos por objetivo investigar, historicamente, aspectos
profissionais e a produção acadêmica do matemático português João Remy Teixeira Freire
(Remy Freire) e a sua contribuição para a Educação Matemática no Brasil. Segundo Rezende
(2011), Remy Freire nasceu em 1919, em Lisboa, Portugal. Formou-se em Ciências
Econômicas e Financeiras pela Universidade de Lisboa, onde também obteve seu doutorado
em Ciências Econômicas. Além disso, era doutor em Estatística pela Universidade de Paris.
Foi assistente de Bento de Jesus Caraça que contribuiu para o desenvolvimento do ensino da
Matemática em Portugal. Remy Freire veio de Portugal para o Brasil em 1952 e foi um dos
idealizadores para a criação da Sociedade Paranaense de Matemática (SPM) e grande difusor
da Matemática em Curitiba, onde ficou erradicado até 1959 quando foi para o Chile ocupar uma
posição na Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com Araujo Neto e Trivizoli
(2018), há indícios de que o professor Remy Freire, assim como outros matemáticos
portugueses, viu no Brasil a possibilidade de continuar a desenvolver seus trabalhos pela
proximidade da língua e a abertura por parte da comunidade matemática brasileira e que a
vinda desses matemáticos fortaleceu o desenvolvimento da matemática no Brasil. Neste
contexto, este trabalho tem por objetivo analisar aspectos gerais da situação política,
econômica, cultural, intelectual, institucional, social e do contexto produtivo da matemática do
período anterior à vinda do professor Remy Freire para o Brasil (1952) em Portugal e no Brasil
(com maior atenção em Curitiba). O entendimento do cenário do momento da vinda do
professor Remy para o Brasil, possibilitará a inserção dele enquanto objeto da nossa pesquisa
em um tempo e espaço como um desdobramento de situações ocorridas na época.
Referências
ARAUJO NETO, Antonio Peixoto de; TRIVIZOLI, Lucieli M.. Uma análise dos trabalhos
apresentados no II Encontro Luso-Brasileiro de História da Matemática sobre a vinda de
matemáticos portugueses para o Brasil. In: Seminário Cearense de História da Matemática, 3.,
2018, Juazeiro do Norte. Anais do III Seminário Cearense de História da
Matemática. Juazeiro do Norte: Ifce, 2018. p. 1 - 2.
REZENDE, Jorge. António Aniceto Monteiro. 2011. Blog da Internet. Disponível em:
<http://antonioanicetomonteiro.blogspot.com.br/2011/04/joao-remy-teixeira-freire-remy-
freire.html>. Acesso em: 16 ago. 2016.
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UMA BREVE HISTÓRIA DA ÁLGEBRA DOS QUATÉRNIOS
Referências
BOYER, Carl B. História da Matemática. São Paulo: Blucher, 2010.
HAMILTON, William Rowan (1847). On Quaternions: In Proceedings of the Royal Irish
Academy. Volume 3, páginas 1–16. Editado por David R. Wilkins, 1999.
OLIVEIRA, Sóstenes Souza de. ℝ-álgebras de dimensão finita. São Cristóvão, 2017.
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UTILIZANDO FATOS DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA COMO AUXILIO PARA O ENSINO
DO TEOREMA DE TALES
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