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Processo nº 0805002017/2015

Interessado: Cerâmica Granvalle

PARECER JURÍDICO

1. CONSULTA

A Secretaria de Obras e Serviços Públicos da Prefeitura Municipal de Pindobaçu, formulou


consulta essa Assessoria Jurídica, sobre a legalidade do Processo Administrativo tombado sob
nº. 0460/2014, que trata da realização de desapropriação de uma área, medindo 7 metros de
frente por 104 metros de frente a fundo, totalizando 728 m², área esta, localizada na fazenda
oficina.

Justifica que o objetivo da presente desapropriação é a ampliação de uma rua situada no Bairro
Antônio Jose de Carvalho.

Em anexo, segue oficio de solicitação de abertura de processo administrativo da lavra do Sr.


Secretario Municipal de obras; Portaria nº. 036 de 05 de maio de 2014 que instituiu a Comissão
de Avaliação de Aquisição de Terreno; Relatório da Comissão de Avaliação; Laudo de Avaliação;
Decreto nº. 237, de 07 de maio de 2014, que dispõe sobre a desapropriação de terreno para
ampliação de rua; Errata ao Decreto nº. 233; Recibo de Compra e Venda do Terreno
desapropriado; Matricula do Imóvel; Documentos pessoais do proprietário do terreno e outros;

Com base nos documentos encaminhados, Opina-se.

É o breve relatório

2 – DA ANALISE

2.1 – DA DESAPROPRIAÇÃO

De acordo com os ensinamentos de CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO:

“À luz do Direito Positivo brasileiro, desapropriação se define


como o procedimento através do qual o Poder Público
compulsoriamente despoja alguém de um bem certo,
normalmente adquirindo-o para si, em caráter originário,
mediante indenização prévia, justa e pagável em dinheiro, salvo
no caso de certos imóveis urbanos ou rurais, em que, por estarem
em desacordo com a função social legalmente caracterizada para
eles, a indenização far-se-á em título da dívida pública, resgatáveis
em parcelas anuais e sucessivas, preservado seu valor real.”11

1
Curso de Direito Administrativo, 25ª Edição, São Paulo: Malheiros, 2007
Tem-se também o conceito de JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO:

“Desapropriação é o procedimento de direito público pelo qual o


Poder Público transfere para si a propriedade de terceiro, por razões
de utilidade pública ou de interesse social, normalmente mediante o
pagamento de indenização.

O fato de ser um procedimento de direito público retrata a existência


de uma sequência de atos e atividades do Estado e do proprietário,
desenvolvidos nas esferas administrativa e judicial. Sobre esse
procedimento, incidem normas de direito público, sobretudo quanto
aos aspectos que denotam a supremacia do Estado sobre o
proprietário. O objetivo da desapropriação é a transferência do bem
desapropriado para o acervo do expropriante, sendo que esse fim só
pode ser alcançado se houver os motivos mencionados no conceito,
isto é, a utilidade pública ou o interesse social. (...)”2

O instituto da desapropriação está previsto, primeiramente, na Constituição


Federal, artigo 5º, inciso XXIV, assim:

“A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por


necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante
justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos
nesta Constituição”.

Esta é a regra fundamental para as desapropriações em geral.

A necessidade de regulamentar a norma constitucional acima mencionada, é


atendida por meio de duas leis reguladoras da desapropriação: o Decreto-Lei n.º 3.365,
de 21/06/1941, considerado a lei geral das desapropriações, que dispõe sobre os casos
de desapropriação por utilidade pública; e a Lei n.º 4.132, de 10/09/1962, que define os
casos de desapropriação por interesse social e dispõe sobre sua aplicação.

Além desses dispositivos, a CF/88, no Capítulo dedicado à Política Urbana,


estabelece:

“Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo


Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem
por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes;”

Temos, então, que a desapropriação será efetuada mediante indenização justa e


prévia e em dinheiro, salvo as exceções previstas constitucionalmente.

Assim, temos que a Constituição Federal prevê requisitos que

2
Manual de Direito Administrativo, 21ª edição, Rio de Janeiro: Lumun Júris, 2009, p. 774
autorizam o procedimento de desapropriação. Entre eles, estão elencados os
seguintes: necessidade pública (quando, por algum problema inadiável, a
Administração Pública encontra-se forçada a incorporar o bem do particular
ao seu domínio), utilidade pública (a obtenção do domínio do bem é
vantajoso ao interesse público, entretanto, não chega a ser inadiável), ou
interesse social (quando a desapropriação interferir e for ao encontro dos
interesses da população carente, de forma a aliviar suas condições de vida),
sendo esta última a que retrata e justifica a presente desapropriação.

2.1 - DAS FASES DA DESAPROPRIAÇÃO

Inicialmente, deve-se registrar que a desapropriação ilustra um


procedimento amplo que vai desde a declaração do Estado até a transferência
da propriedade.

Nesse diapasão, temos a competência declaratória é a que declara a


utilidade pública ou o interesse social do bem com vistas à futura
desapropriação.

Aqui é interessante destacar que esta conduta de DECLARAR a utilidade


pública ou o interesse social somente reflete a vontade do Estado no sentido do
interesse público que determinado bem desperta com vistas à transferência
coercitiva a ser processada futuramente. Portanto, não será correto afirmar que,
com a declaração, já existe a desapropriação. A declaração é apenas uma fase do
procedimento, que traçaremos a seguir.

Sobre as fases da desapropriação, transcrevemos os ensinamentos de


JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO:

“O procedimento expropriatório não se exaure num só momento [...].


Trata-se de um procedimento dentro do qual o Poder Público e o
interessado produzem inúmeras manifestações volitivas.

Podemos dividir o procedimento em duas grandes fases: a fase


declaratória e a fase executória. Na fase declaratória, o Poder Público
manifesta sua vontade na futura desapropriação; na fase executória,
adotam-se providências para consumar a transferência do bem.

[...]

Declaração Expropriatória

A lei geral expropriatória consigna que, mediante declaração de


utilidade pública, todos os bens podem ser desapropriados pelas
pessoas da federação (art. 2º). A mesma declaração é exigível para a
desapropriação por interesse social. Urge, pois, que antes das
providências concretas para a transferência do bem o Poder Público
emita essa declaração.
[...]

A regra geral consiste em que essa declaração seja formalizada através


de decreto do Chefe do Executivo.

[...]

Fase Executória

Depois de declarada a utilidade pública do bem, cumpre adotar as


providências para efetivar a desapropriação procedendo-se a
transferência do bem para o patrimônio do expropriante.

A transferência do bem pode ser dar de dois modos: com ação judicial
e sem ela. Na via administrativa (sem ação judicial) a transferência do
bem se dá por intermédio de acordo entre o Poder Público e o
proprietário.” (Obra citada, p. 790.)

HELY LOPES MEIRELLES, em sua obra Direito Municipal Brasileiro, teceu informações
fundamentais sobre o procedimento estudado. Senão vejamos:

“ A ação de desapropriação é promovida perante o juízo da comarca a


que pertencer o Município e segue o procedimento indicado no
Decreto-lei 3.365, de 1941, com a avaliação dos bens por perito
nomeado pelo juiz e assistentes das partes, para a fixação da justa
indenização, que abrange o valor real do imóvel e de suas utilidades,
juros, correção monetária (se o pagamento ocorrer depois de um ano
da avaliação), despesas judiciais, salários de peritos e assistentes e
honorários de advogado. Fixada a indenização e transitada a sentença
em julgado, o pagamento é requisitado ao expropriante, que deverá
atendê-la na ordem rigorosa dos precatórios, sob pena de sequestro
da quantia devida e responsabilização do prefeito ou de quem
descumpriu a ordem judicial. Se não houver dotação orçamentária
para o pagamento deverá o prefeito enviar à Câmara projeto de lei
para abertura do crédito necessário (CF, art. 100, §§ 1º e 2º).

O expropriado, por sua vez, deve provar a propriedade do bem imóvel


para levantar a quantia depositada. Via de regra, essa comprovação é
feita mediante apresentação da escritura pública, devidamente
registrada no cartório competente. Excepcionalmente, diante da
inexistência desse título de propriedade, entendemos que o
expropriado pode se utilizar das provas cabíveis nas ações de
usucapião, sabido que através do usucapião também se adquire o
domínio do imóvel (arts. 1.238 – 1.244 do CC). É admissível a
desistência da desapropriação, a qualquer tempo antes da
adjudicação, desde que seja revogado o ato expropriatório por não
mais subsistirem os motivos de sua expedição, ficando o Município
sujeito à indenização de prejuízos eventualmente acarretados ao
proprietário.

A desapropriação promovida ilegalmente, com irregularidade formal


ou com abuso ou desvio de poder, é anulável por ação direta do
expropriado (inclusive mandado de segurança) ou por ação popular,
se lesiva ao patrimônio público.” (Direito Municipal Brasileiro, 14ª
edição – Malheiros Editores, São Paulo – 2006, p. 428/ 429).

Assim, o procedimento para a desapropriação pode ser dividido em duas fases:


declaratória e executória. Na fase declaratória, como foi possível observar, o Poder Público
manifesta sua vontade na futura desapropriação, e, na fase executória, adotam-se as
providências para consumação da transferência do bem.

Com base em todos os conceitos citados acima, bem como, por todos os
documentos apresentados no Processo Administrativo nº. XXX/XXXX, fica cândido que
a Administração pública teve o zelo de atender a todos os preceitos legais.

Houve a confecção de Laudo de Avaliação, declarando que foi realizada uma


avaliação minuciosa do terreno desapropriado, concluído por unanimidade pela
avaliação do terreno no valor de R$ XXXX (XXXXX).

Com base nessas informações foi expedido Decreto nº. 237, de 07 de maio de
2014, desapropriando o terreno pertencente ao Sr. XXXXXXX, medindo 7 metros de
frente por 104 metros de frente a fundo, totalizando 728 m², área esta, localizada na
fazenda oficina para ampliação de rua;

Nesta esteira, com base na avaliação do imóvel, a administração pública realizou


negociação com o proprietário do terreno, tendo este concordado em receber o valor
descrito na avaliação, em 10 (dez) parcelas mensais no valor de R$ XXXXXX (XXXXXX)
cada, conforme Recibo de Compra e Venda do Terreno desapropriado.

Atendendo ao princípio da legalidade, a Municipalidade realizou a


matricula do Imóvel desapropriado, estando registrado no Livro B-10, Folhas
143, Registro nº. 4280, no Cartório do Registro de Imóveis e Hipotecas, Títulos
e Documentos da Comarca de XXXXXXXX..

4 - CONCLUSÃO

Ante exposto, com base em todos os ensinamentos doutrinários e


substanciado em toda a documentação acostada ao Processo Administrativo,
percebe-se cristalinamente que todo o procedimento realizado por esta
municipalidade trilhou pelos caminhos da legalidade.

Nesta linha, a Assessoria Jurídica emite o presente parecer pela


aprovação de todos os atos realizados

É o parecer

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