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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Número do 1.0024.10.116645-2/001 Númeração 1166452-


Relator: Des.(a) Áurea Brasil
Relator do Acordão: Des.(a) Áurea Brasil
Data do Julgamento: 07/11/2012
Data da Publicação: 19/11/2012

EMENTA: REEXAME NECESSÁRIO E APELAÇÃO CÍVEL -


ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - CONCURSO PÚBLICO
DA POLÍCIA CIVIL - CANDIDATO CONTRAINDICADO APÓS
INVESTIGAÇÃO SOCIAL - ATO ADMINISTRATIVO -
DISCRICIONARIEDADE - PRINCÍPIO DA JURIDICIDADE - CONTROLE
DOS ATOS PELO PODER JUDICIÁRIO - FATOS DESABONADORES
TOMADOS DE FORMA ISOLADA - DESARRAZOABILIDADE DA MEDIDA -
APELO ADESIVO - FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS EM MANDADO DE
SEGURANÇA - DESCABIMENTO - VEDAÇÃO LEGAL - SENTENÇA
MANTIDA.

1. A moderna doutrina do direito administrativo mitiga a intangibilidade dos


atos discricionários, ao estabelecer que sobre os atos administrativos, sem
qualquer distinção, deve pairar a noção de juridicidade, dentro da qual se
agregam os valores da eficiência, moralidade, segurança jurídica,
proporcionalidade e razoabilidade.

2. A interpretação e emprego de conceitos indeterminados pelo administrador


na aplicação das normas encontram-se delimitadas a um senso comum de
adequabilidade da medida adotada, que deve sempre se pautar pela exata
noção de necessidade.

3. É desarrazoado e desproporcional o ato de exclusão do candidato, quando


embasado em acidentes de trânsito nos quais se envolvera no passado, com
processos já encerrados, e baixa ao arquivo, bem como fundamentadas em
dívidas esparsas do impetrante, que desautorizam sua caracterização como
devedor contumaz.

4. Descabido o pedido de fixação de honorários advocatícios, porquanto

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mandado de segurança.

5. Sentença confirmada, em reexame necessário.

AP CÍVEL/REEX NECESSÁRIO Nº 1.0024.10.116645-2/001 - COMARCA


DE BELO HORIZONTE - REMETENTE: JD 6 V FAZ COMARCA BELO
HORIZONTE - APELANTE(S): ESTADO DE MINAS GERAIS - APTE(S)
ADESIV: BRUNO DE ABREU JÁCOME - APELADO(A)(S): ESTADO DE
MINAS GERAIS, BRUNO DE ABREU JÁCOME

ACÓRDÃO

Vistos etc., acorda, em Turma, a 5ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de


Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos,
à unanimidade, em CONFIRMAR A SENTENÇA EM REEXAME
NECESSÁRIO, PREJUDICADO O RECURSO VOLUNTÁRIO PRINCIPAL.
NEGAR PROVIMENTO AO APELO ADESIVO.

DESEMBARGADORA ÁUREA BRASIL

RELATORA

DESA. ÁUREA BRASIL (RELATORA)

VOTO

Cuida-se de reexame necessário e recursos voluntários em face da


r. sentença de f. 109/113, proferida pelo MM. Juiz de Direito Manoel dos Reis
Morais, da 6ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias desta comarca de Belo
Horizonte, que, nos autos do mandado de segurança impetrado por BRUNO
DE ABREU JÁCOME contra ato do DIRETOR GERAL DA ACADEPOL,
julgou procedente o pedido, ratificando a liminar que garantiu a posse do
impetrante no cargo de Agente da Polícia Civil.

Em razões de f. 117/123, o apelante principal - Estado de Minas


Gerais, sustenta que: a) a atuação do Réu encontra-se na mais

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perfeita consonância com o princípio constitucional da legalidade; b) o


candidato deve preencher as condições elencadas na lei e reiteradas no
edital; c) a Administração pode impor ao candidato o preenchimento de
condições específicas necessárias ao desempenho do cargo; d) o candidato
que pretenda ocupar o cargo de Agente de Polícia deve apresentar boa
conduta social, aptidão psicológica, equilíbrio moral e temperamento
adequado.

Em apelo adesivo de f. 270/272, o impetrante se insurge contra a


decisão liminar de f. 82/84, que indeferiu o pleito para pagamento das
remunerações vencidas e vincendas desde a data da sentença e até que o
autor fosse investido na função pública por determinação judicial (sic).
Pugna, ainda, pela fixação de honorários advocatícios.

Contrarrazões às f. 257/260 e f. 277/281.

Remetidos os autos à Procuradoria-Geral de Justiça, manifestou-se


o douto Procurador, Dr. Geraldo de Faria Martins da Costa, pela reforma da
sentença, em reexame necessário, nos termos do recurso voluntário
principal, prejudicado o apelo adesivo (f. 310/314).

Tenho preliminar de preclusão de parte da matéria tratada no apelo


adesivo, que submeto à análise desta Quinta Câmara Cível.

O apelante adesivo Bruno de Abreu Jácome insurge-se contra


decisão liminar proferida pela MMª Juíza de Direito em substituição (f. 82/84),
que, deferindo em parte o pleito urgente, afastou a pretensão ao pagamento
das parcelas vencidas até efetiva posse do candidato no cargo público.

Ora, tratando-se de decisão interlocutória, caberia à parte


interessada ter interposto o recurso próprio - agravo - no prazo de 10 (dez)
dias a contar da sua publicação.

Inerte o impetrante, preclusa a matéria.

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Destarte, conheço do reexame necessário bem como do recurso


voluntário do Estado, porquanto presentes os pressupostos de
admissibilidade. Conheço em parte do apelo adesivo, somente para analisar
o pedido de fixação de honorários advocatícios.

1. DO REEXAME NECESSÁRIO

Cuida-se de mandado de segurança impetrado por BRUNO DE


ABREU JÁCOME contra ato da autoridade dita coatora, que concluiu por sua
contraindicação em concurso público para cargo de Agente da Polícia Civil
deste Estado, atestando a inidoneidade moral do candidato, por possuir
registros negativos no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e SERASA,
além de prontuário no Sistema de Informações Policiais, que aponta
ocorrência de trânsito com vítimas, e declaração da própria parte,
confirmando o envolvimento em outro acidente de trânsito, no ano 2000,
após ingestão de bebida alcóolica.

Quando da sua exclusão, o candidato apresentou recurso


administrativo (f. 57/60). Em relação aos débitos inscritos, informou que iria
quitá-los com o acerto a receber em ação trabalhista. No tocante aos
acidentes de trânsito, aduziu que o primeiro, decorrente de sua embriaguez
ao volante, ocorrera há mais de seis anos atrás (considerando-se a data do
recurso administrativo interposto à época), com o devido cumprimento das
sanções judiciais impostas, e baixa definitiva do processo. Quanto à segunda
ocorrência, alega que consistiu em engavetamento de onze veículos, tendo
quitado os prejuízos causados a terceiro. Assevera que o seu prontuário de
trânsito encontra-se regular, ausente o lançamento de qualquer pontuação
negativa.

As condutas acima destacadas restaram apuradas na fase de


investigação social do candidato, que se instaurou em concomitância com
sua matrícula no Curso de Formação, em conformidade com o disposto no
art. 85 da Lei Estadual n. 5.406/69 e item 10.2 do Edital n. 04/08.

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A possibilidade de exclusão de candidato por incompatibilidade de


suas condutas pregressas às atribuições do cargo postulado tem respaldo no
art. 5º, XIII e art. 37, I e II da Constituição da República.

A controvérsia consiste na possibilidade de o Poder Judiciário


adentrar no exame da razoabilidade do ato administrativo que, firmando juízo
de valor sobre as condutas apontadas, entendeu pela inidoneidade do
candidato, excluindo-o do certame.

A questão ora tratada não se confunde com a simples definição de


condenação penal. Isto porque o candidato, na espécie, teve sua exclusão
fundamentada em suposta incapacidade moral e profissional, assim prevista
no art. 85, "d" da Lei Estadual n. 5.406/69.

A propósito, destaco trechos do relatório final da comissão de


recurso do concurso público em análise:

(...) sendo confesso em haver dirigido sob influência de embriaguês alcóolica,


fato que tem sido responsável por inúmeras mortes no país. Conclui-se que a
relatora entende que tal postura do candidato remete a um estilo de vida que
não condiz com a conduta que se espera de um Agente de Polícia, a quem
se exige um comportamento exemplar e, acima de tudo, em conformidade
com os procedimentos legais.

Em razões de um vasto recurso, veio o candidato alegar, em síntese, que já


cumpriu todas as obrigações referentes às ocorrências envolvendo sua
direção ao volante, bem como que as dívidas que possui serão pagas ou
negociadas, haja vista ter sido acordado em ação trabalhista o recebimento
de um acerto referente a uma relação de emprego anterior.

À luz dessa constatação, verificamos que o candidato não preenche os


requisitos legais a que se condiciona a aprovação no certame. Lastreado
nesse elemento de convicção, afigura-se inconteste a inidoneidade moral do
candidato para integrar o quadro de Agente de

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Polícia Civil de Minas Gerais (f. 101).

No ramo do direito administrativo, tradicionalmente, estabeleceu-se


a divisão dos atos administrativos entre discricionários e vinculados, segundo
a liberdade conferida à Administração Pública para a execução dos
comandos legais preestabelecidos. Desta distinção decorreria a
intangibilidade dos atos discricionários no tocante à oportunidade e
conveniência de suas escolhas.

A moderna doutrina, no entanto, mitiga esta intangibilidade, ao


estabelecer que sobre os atos administrativos, sem qualquer distinção,
devem pairar a noção de juridicidade, dentro da qual se agregam os valores
da eficiência, moralidade, segurança jurídica, proporcionalidade e
razoabilidade.

Segundo Raquel Melo Urbano de Carvalho, (...) o que se busca


com tais entendimentos é obter a máxima efetividade constitucional. Afirma-
se decorrer da própria idéia de juridicidade a necessidade de, ao interpretar
as normas da Constituição, lhes atribuir sentido que lhes empreste maior
eficácia (Curso de Direito Administrativo - Parte Geral, Intervenção do Estado
e Estrutura da Administração. 1. ed. Bahia: Juspoivm, 2008, p. 56).

Pois bem. Os atos administrativos são compostos de elementos


(conteúdo e forma) e pressupostos (sujeito, motivo e finalidade). Tem-se
ainda a motivação, que consiste justamente na exteriorização dos motivos e
fundamentos jurídicos, sendo ela obrigatória em todos os atos, viabilizando,
assim, o seu controle.

O ato sub examine, como se observa, restou devidamente motivado


(f. 100/102), e sua fundamentação se embasou em conceitos
indeterminados, quais sejam, conduta praticada pelo impetrante, que o
compromete moral e profissionalmente (art. 85, "d" da Lei Estadual n.
5.406/69).

Essa indeterminação, entretanto, não confere ao administrador


plena liberdade de decisão.

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Como já exposto, os atos administrativos estão adstritos ao


princípio da juridicidade, que prevê a observância aos valores da
proporcionalidade e razoabilidade.

Daí porque, a interpretação e emprego de conceitos indeterminados


pelo administrador na aplicação das normas encontram-se, sim, delimitadas
a um senso comum de adequabilidade da medida adotada, que deve sempre
se pautar pela exata noção de necessidade.

Celso Antônio Bandeira de Melo, em sua obra Discricionariedade e


Controle Jurisdicional, ao dispor sobre a discricionariedade do administrador,
já previa:

Com efeito, se o poder conferido é meramente instrumental, se é tão-só


serviente de um fim (nada tendo a ver com a idéia de "direito", de "domínio"
ou de "propriedade" do Direito Privado), só se justifica, só existe, na medida
necessária. Ergo, em todo ato desproporcionado, excessivo, há por definição
um excesso em relação à competência, pois não guarda a indispensável
correlação com ela. Em outras palavras: o agente, em tais casos, supera a
demarcação de seu "poder", porque ultrapassa o necessário para se
desincumbir do dever do bem cumprir a lei. Eis porque todo excesso, toda
demasia, é inválida, viciando o ato. Afinal, com disse Jesus Gonzales Peres,
o princípio da proporcionalidade "não postula outra coisa senão uma
adequação entre meios e fins" (2. ed. São Paulo: Malheiros, 2001. p. 98).

Por sua vez, o administrativista Flávio Henrique Unes Pereira,


batendo-se por maior rigorismo no controle dos atos pelo Poder Judiciário,
conclui:

O fato de o legislador - discurso de justificação - ter utilizado um conceito


jurídico indeterminado não implica discricionariedade, pois o discurso de
aplicação sob o senso de adequabilidade, resultará na decisão adequada
para o caso concreto e não em opções para o

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administrador público (Conceitos Jurídicos Indeterminados e


Discricionariedade Administrativa à Luz da Teoria da Adequabilidade
Normativa, Revista CEJ, Brasília, n. 36, p. 30-38, jan./mar. 2007).

No caso presente, a aferição da idoneidade moral do impetrante


deve ter como base todos os elementos probatórios colhidos no curso da
investigação social, com ênfase para sua situação atual.

O documento de f. 51/56 revela que o candidato é considerado por


seus parentes e amigos como pessoa de hábitos tranquilos, trabalhador, de
boa índole e formação.

Em suas conclusões, os agentes responsáveis pelas primeiras


entrevistas destacam:

(...) ficou constatado que Bruno de Abreu Jácome é uma pessoa de ótimo
convívio familiar, boa índole, e sem qualquer conduta que possa desqualificá-
lo como pretenso policial, apesar de ter se envolvido em ocorrências de
acidente de trânsito por motivo de embriagues alcoólica, porém já se
passaram cerca de 09 anos do ocorrido e atualmente o nacional investigado
apresenta boa consciência da sua responsabilidade como condutor.

A questão envolvendo declarações do então superior hierárquico do


postulante em seu antigo emprego já restou finalizada, diante da procedência
da ação de reparação por danos morais por ele proposta na Justiça do
Trabalho (f. 261/269). Tanto é que este fato não veio a ser considerado em
relatório final que concluíra por sua exclusão.

Quanto aos acidentes de trânsito, nota-se que as informações


partiram do próprio candidato, mediante termo de declaração acostado à f.
96/97. O primeiro deles ocorrera em 2000, resultante de embriaguez ao
volante. O segundo data de 2008, consistindo em batida por engavetamento
de veículos. Não há qualquer informação oficial e relevante acerca de
eventuais

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condenações no âmbito criminal, podendo-se aferir, pelos andamentos


processuais anexados à f. 70, que ambos os processos instaurados já se
encontram baixados definitivamente.

A carteira de habilitação do impetrante encontra-se ativa (doc. f.


19), inexistindo notícia de pontuação negativa em seu prontuário.

Em relação às inscrições no SPC e SERASA, estas decorrentes de


débitos com operadora de cartão de crédito e financiamento de veículo (f.
63), entendo que não autorizam a caracterização de um devedor contumaz,
afastando, portanto, o seu enquadramento como circunstância desabonadora
da moral do candidato.

Os fatos apurados na investigação social, a meu sentir, não


permitem que se formule juízo negativo do impetrante, por configurarem
eventos isolados, sendo que o mais grave deles - direção sob influência de
bebida alcoólica, remonta ao ano 2000, com baixa definitiva do processo aos
arquivos em 2003.

À toda vista, o ato administrativo de contraindicação do candidato


afigura-se desarrazoado e, por conseguinte, ilegítimo.

Nesse sentido, merece destaque trecho do voto prolatado pelo Des.


Armando Freire, no julgamento da apelação cível n. 1.0024.08.943558-0/002
em hipótese que muito se assemelha à dos autos:

(...) Aqui, para os fins deste julgamento, o que me chama a atenção é o fato
de que, além do episódio narrado nestes autos e que levou o ora apelado à
transação judicial, nenhum outro fato, em maior ou menor escala, ocorreu
envolvendo o apelado, em condições de desabonar a sua conduta social ou
comprometer a sua idoneidade moral. Foi aquele um fato isolado que, por
sinal, por si só não é identificador de uma personalidade deformada, indício
de alguma periculosidade ou constatação de má índole. Muito pelo contrário,
as informações a respeito da conduta social e moral do apelado não

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sinalizam no sentido de desmerecer a sua aptidão para o exercício do cargo


que almeja. Importa considerar, notadamente no que diz respeito à minha
posição pessoal diante da matéria, que no acórdão colacionado no voto da
em. Relatora (ap.cível n. 1.0394.06.052177-7/002) pesava, ainda, em
desfavor do candidato o seu envolvimento com tóxico, estando ele sob
inquérito criminal. Ou seja, considerei naquela oportunidade e para os fins
daquele julgamento, não o fato isolado da transação penal, mas o somatório
do envolvimento em outro tipo de ilícito, o que estaria a revelar, naquele
contexto, no mínimo um procedimento social desajustado do candidato. É por
isso que, no presente julgamento, não discordo da fundamentação de que se
vale o ilustre sentenciante para julgar procedente a ação. Não me parece,
sempre com respeitosa vênia, o caso de se estar ferindo o princípio da
isonomia, fazendo pouco das regras do edital do certame, cujo teor não foi
questionado a tempo pelo apelado. A questão aqui cinge-se ao campo da
interpretação das regras do edital. Quando se exige, e isso é expresso no
conteúdo do edital, que o candidato não seja portador de uma conduta que
não o recomende, moral e socialmente, não fica afastada a possibilidade de
ser levado à apreciação do Judiciário o motivo que levou à exclusão do
candidato, exatamente por se entender que um determinado fato seria
indicativo de algo desabonador. E, como já considerado em minhas
avaliações a esse respeito, um fato isolado, quase que insignificante na sua
extensão e repercussão, que autorizou o benefício da transação penal, não
pode se sobrepor a tudo mais que é dito em favor da conduta moral e social
do candidato. Quer me parecer, e é exatamente assim que apreendo as
normas do edital, que a avaliação que deve preponderar a respeito do
candidato é aquela que faz uma incursão mais profunda a seu respeito,
investigando em todos os quadrantes o seu modus vivendi, a sua vida social
e familiar, suas origens, o seu desenvolvimento e a sua formação intelectual.
Não se pode obstar a participação em concurso até uma eventual aprovação
nas circunstâncias em que se pretende a exclusão do ora apelado. Não se
pretende aqui fazer qualquer apologia do candidato, o que de resto seria
inadmissível. Busca-se, apenas, dentro de certo contexto que emerge das
provas contidas nestes autos, com o aval de iguais considerações assumidas
no digno Juízo de origem, possibilitar que o

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cidadão tenha a oportunidade de, logrando êxito no concurso para o qual se


fez habilitado, assumir as funções inerentes ao cargo almejado, sonho que,
diga-se, é hoje da maioria dos brasileiros que lutam, desesperadamente, por
um emprego, sem melhores escolhas e maiores oportunidades (j.
08.09.2009).

Nesses termos, a bem lançada sentença de primeiro grau deve ser


confirmada, prejudicado o recurso voluntário.

2. DO APELO ADESIVO

No apelo adesivo, o impetrante pugna pela fixação de honorários


advocatícios.

O pleito não merece acolhida, porquanto existente vedação


expressa a tal condenação nesta ação constitucional, ex vi do art. 25 da Lei
n. 12.016/09.

Com tais considerações, EM REEXAME NECESSÁRIO, confirmo a


r. sentença de primeiro grau, prejudicado o recurso voluntário
principal.NEGO PROVIMENTO ao recurso adesivo.

Custas recursais, na forma da lei.

DES. BARROS LEVENHAGEN (REVISOR)

VOTO

Considerando que a contra-indicação se embasou em simples


acidentes de trânsito, acompanho a E. Relatora.

DES. VERSIANI PENNA - De acordo com o(a) Relator(a).

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SÚMULA: "CONFIRMARAM A SENTENÇA, EM REEXAME


NECESSÁRIO. PREJUDICADO O RECURSO VOLUNTÁRIO PRINCIPAL.
NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO ADESIVO"

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