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7 conceitos essenciais para entender o

pensamento de Judith Butler


January 28, 2016Luisa Bertrami D'AngeloDestaque, Filosofia, Listas, NotaFilosófica

As discussões relacionadas a gênero e sexualidade vêm crescendo cada vez mais e


ganhando espaço na mídia, nas redes sociais e nos debates cotidianos. São muitas as
possibilidades de compreender e o que é gênero e analisá-lo, não sendo possível falar
sobre uma leitura melhor sobre o feminismo e as relações entre homens e mulheres na
sociedade. Entretanto, uma vertente que tem se fortalecido, especialmente na academia, é
a Teoria Queer, que dialoga com as correntes de pensamento pós-estruturalistas.

Um dos principais nomes da Teoria Queer é a filósofa estadunidense Judith Butler,


professora da Universidade de Berkeley. O NotaTerapia elencou 7 conceitos importantes
para compreender o pensamento da autora. Confira:

1- Sujeito
Para Butler, o sujeito não é preexistente; ele é sujeito-em-processo constituído no discurso
pelos atos que executa. Este sujeito, portanto, se constrói e destrói o tempo todo. É,
assim, instável e poroso, sem lugar fixo no mundo. Isto significa dizer que o sujeito é um
construto performativo (conforme explicitado no item 3).

2- Identidade de gênero
Se o sujeito não é estável ou fixo, a única coisa que se pode dizer é que o próprio gênero
é construído na linguagem e pela linguagem, e a noção de identidade não é tomada como
ponto de discussão. Baseando-se em Foucault e Derrida, Butler acredita que “a diferença
e a divergência solapam qualquer tentativa de instaurar uma identidade”.

3- Performatividade
O gênero não é algo que se é, mas algo que se faz. O que tomamos como “identidade de
gênero” é, então, uma “sequência de atos”. Entretanto, não é como se houvesse
um ator por trás dos atos executados, pois é o fazer o ato que, performativamente,
constitui o sujeito. O que acontece é que, uma vez que o gênero é tomado como natural,
ele se cristaliza como tal e produz uma naturalidade aparente. Butler tenta iluminar os
atravessamentos dos discursos de poder por trás desta cristalização, chamando a atenção
para a intenção da manutenção da heteronormatividade.

4- Heteronormatividade
Relaciona-se com o conceito de heterossexualidade compulsória de Adrienne Rich, que
aponta para o fato de que mulheres e homens “se veem solicitados ou forçados a ser
heterossexuais”. A heteronormatividade é a eleição arbitrária da heterossexualidade como
norma de conduta/desejo/afeto.

5- Corpo
Não existe, para Butler, um corpo natural, pré-existente, pois todo corpo está inscrito na
cultura e é, portanto, significado pela linguagem e pelas práticas. Todos os corpos são,
então, generificados e o gênero pode ser entendido como a estilização do corpo a partir da
materialização do sexo. O corpo é, dessa forma, produzido pelos discursos.

6- Sexo
Butler desconstrói o binarismo gênero/sexo segundo o quais afirmamos que o gênero é
social enquanto o sexo é natural. O sexo, tanto quanto o gênero, é discursivamente
produzido e inscrito num conjunto de práticas, moralidades e significados. Sendo assim, a
separação entre sexo e gênero é abandonada e dá uma lugar a uma noção de
sexo/gênero inscritos materialmente no corpo, enquanto construções discursivas em
relação com os movimentos do poder.

7- Subversão
Seguindo a lógica foucaultiana, Butler aponta que não é possível viver fora da norma: o
gênero é limitado pelas estruturas de poder e não há possibilidade de escolha realmente
livre. Há, porém, a possibilidade de subversão, ou seja, criação de espaços de potência e
enfrentamento. Não sendo possível se livrar das estruturas de poder (pois toda relação
social é constituída a partir das mesmas), é possível, ainda que de forma restrita,
interpretar a realidade de modo a burlar as expectativas de gênero.

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