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AGITAÇÃO E MISTURA DE LÍQUIDOS

1. Introdução
Em muitas operações industriais, a agitação e mistura de fluídos tem papéis
fundamentais. O termo agitação usualmente se refere ao ato de forçar a circulação de um
fluído em um recipiente mediante a ação de uma força mecânica. Mistura é a operação
unitária na qual uma mistura homogênea é obtida de dois ou mais componentes, pela
dispersão de um no outro, ou seja, enquanto que o termo mistura é usado quando duas
fases distintas são postas em contato a agitação, causando uma distribuição aleatória de
uma fase na outra. A mistura não possui nenhum efeito de conservação e tem a única
intenção de auxiliar o processamento controlando etapas críticas do processo ou alterar as
qualidades de palatabilidade do alimento. Possui amplas aplicações em muitas indústrias
alimentícias, nas quais é utilizada para combinar ingredientes a fim de alcançar diferentes
propriedades funcionais ou características sensoriais. Exemplos incluem o controle de
parâmetros em reatores fermentativos, no desenvolvimento de textura em massas e
sorvetes, controle da cristalização do açúcar, aeração de coberturas, alguns produtos de
chocolate, vegetais mistos, mistura de nozes-avelãs, castanhas, nozes, etc., salsichas e
outros produtos cárneos (Fellows, 2008).
Dentre as inúmeras aplicações industriais para agitação e mistura, podemos citar:
mistura de dois líquidos miscíveis, dissolução de sólidos em líquidos, dispersão de gases
em líquidos e aumentar a transferência de calor entre o líquido e as paredes do recipiente
(Geankoplis, 2003).
A operação de agitação deve ser analisada de diversos ângulos e em cada caso
deve-se verificar qual é a etapa crítica do processo em estudo. Por exemplo, em um
cristalizador, os parâmetros importantes são o nível de supersaturação, o calor transferido
associado ao controle de temperatura, a suspensão dos cristais, a taxa de crescimento e a
nucleação secundária. Nos fermentadores, outros parâmetros merecem maiores cuidados
como a transferência de oxigênio, a dispersão do ar e a estabilidade dos microorganismos.
Portanto, é vital considerar os diferentes aspectos ligados à agitação nos diversos
processos.
Dentre os sistemas que promovem a agitação, o mais utilizado é aquele provido de
tanques com impelidores que contêm líquidos de viscosidades baixas e moderadas. A
agitação é um processo que fornece movimento ao líquido e auxilia a realização dos
processos químicos e processos físicos de diferentes aplicações. Os processos relacionados

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à agitação podem ser classificados em cinco tipos de aplicações: líquido-sólido (processo
físico: suspensão; processo químico: dissolução); líquido-gás (processo físico: dispersão;
processo químico: absorção); líquidos imiscíveis (processo físico: emulsão; processo
químico: extração); líquidos miscíveis (processo físico: mistura; processo químico:
reação); movimentação de fluído (processo físico: bombeamento; processo químico:
transferência de calor).

1.3. Teoria da mistura de líquidos


Os componentes de velocidade induzidos em um líquido de baixa viscosidade por
um misturador são os seguintes (Figura la): Velocidade longitudinal (paralela ao eixo do
misturador); Velocidade rotacional (tangencial ao eixo do misturador); Velocidade radial
que atua em uma direção perpendicular ao eixo do misturador.
Para alcançar uma mistura correta, as velocidades radial e longitudinal aplicadas
sobre o líquido são maximizadas por chicanas, eixos descentralizados ou em ângulo, ou
lâminas com angulação (Figura l b).
Uma turbulência deve ser provocada através da massa de líquidos de baixa
viscosidade para misturá-los adequadamente, carreando as partes mais lentas para as partes
mais rápidas. Um vórtice deve ser evitado porque as camadas adjacentes de líquido
circulante estão na mesma velocidade e a mistura não ocorre. Os líquidos simplesmente
giram ao redor do misturador.

Figura 1. (a) Componentes de velocidade na mistura de líquidos: A = longitudinal; B = rotacional; C = radial.


(b) posição dos agitadores para a mistura efetiva de líquidos (Fellows, 2008).

A seleção do tipo e do tamanho adequado do agitador/impelidor depende do tipo e


da quantidade do alimento a ser misturado e da velocidade da operação necessária para
atingir o grau de mistura desejado com o menor consumo de energia. Existe uma grande

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variedade de misturadores disponíveis, devido à grande variedade de aplicações e à
natureza empírica do projeto e do desenvolvimento de misturadores.

Agitação

Em geral os líquidos são agitados em tanques cilíndricos contendo um eixo vertical,


sendo os equipamentos usados para esta finalidade denominados agitadores, que podem
adquirir diferentes configurações de acordo com a necessidade requerida. A parte superior
do recipiente pode ser aberta ou fechada. Em muitos casos são usadas ainda chicanas no
interior dos tanques, para promover maior turbulência e conseqüentemente maior agitação
do líquido.
A agitação de líquidos possui como objetivos a suspensão de partículas sólidas em
um líquido; mistura de líquidos imiscíveis, por exemplo, óleo e água, álcool metílico e
água; dispersão de um gás em um líquido na forma de pequenas borbulhas, com no caso do
oxigênio em uma suspensão de microorganismos para fermentação, ou para processos de
ativação de lodo em tratamento de águas residuárias; dissolução de sólidos em líquidos,
como sal em água; dispersão de um segundo líquido imiscível com o primeiro para formar
uma emulsão ou suspensão de pequenas gotas; proporcionar a transferência de calor entre
líquidos e uma serpentina ou uma camisa das paredes de um recipiente.
O fundo dos tanques são arredondados e não planos, a fim de eliminar as regiões
que não penetra as correntes do fluído. A altura do líquido é aproximadamente igual ao
diâmetro do tanque. Os agitadores são instalados em um eixo suspenso associado a um
motor, que é fixado na parte superior do tanque. Os agitadores são divididos em duas
classes: os que geram correntes paralelas ao eixo do agitador e aqueles que geram correntes
em direção tangencial ou radial. O primeiro recebe o nome de agitadores de fluxo axial, e o
segundo de agitadores de fluxo radial. Os tipos mais comuns de agitadores utilizados são:
em hélice, de pás, tipo âncora e turbina (Figura 9).

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Figura 9. Agitadores do tipo (a) hélice marinha de três pás; (b) turbina aberta de pás retas; (c) turbina de
discos com pás; (d) turbina aberta de pás curvas; (e) pás; (f) âncora.

Os agitadores em hélice (Figura 9 a) possuem um formato semelhante a uma hélice


de navio, sendo utilizado para líquidos de baixa viscosidade e alta velocidade de agitação
(400 a 1750 rpm), sendo eficiente na mistura de sólidos e líquidos por causar um forte
fluxo axial de líquido dentro do tanque. Em cada tipo, o agitador é localizado em uma das
posições mostradas na figura 1b para promover o movimento longitudinal e radial dos
líquidos e evitar a formação de vórtice. Em uma outra alternativa, chicanas são adaptadas
às paredes do vaso para aumentar o cisalhamento no líquido e interromper o fluxo
rotacional.
E os agitadores de turbinas (Figura 9 b-d) são utilizados para uma grande faixa de
viscosidades, com alta velocidade de rotação. São compostos de mais de quatro pás (em
geral seis) com tamanho mais curto que as do tipo pá (de 30 % a 50 % do diâmetro do
tanque), podendo ser encontradas retas ou com uma inclinação de 45º, o que aumenta o
fluxo axial de líquido. As pás são chatas, inclinadas ou curvas para aumentar o fluxo radial
e longitudinal.
Os agitadores de pás (Figura 9 e) possuem inúmeras configurações, sendo
utilizados em geral para baixas velocidades de agitação (20 a 200 rpm). O mais simples, o
agitador de pás, consiste de lâminas chatas e largas As lâminas são freqüentemente
inclinadas para promover o fluxo longitudinal em tanques sem chicanas. Normalmente são
utilizados agitadores com 2 ou 4 pás, com o comprimento delas variando entre 60 % e 80
% do diâmetro do tanque e sua altura variando entre 1/6 e 1/10 do comprimento. Não é
efetivo na suspensão de sólidos, uma vez que possui bom fluxo radial de líquido, mas
pequeno fluxo axial.
Os agitadores do tipo âncora (Figura 9 f) são variações dos agitadores de pás.
Possuem normalmente o mesmo diâmetro do tanque em que está instalado, para poder
“raspar” a superfície do tanque evitando que o líquido fique estagnado em sua superfície. É
utilizado com líquidos viscosos onde podem ocorrer depósitos na superfície, formando
incrustações (Geankoplis, 2003; McCabe, 1998).

2.1. Trajetória do fluxo de agitação


O tipo de fluxo que se produz em um tanque agitado, depende do tipo de agitador,
das propriedades do fluido do tamanho, geometria e proporções do tanque e placas

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defletoras. A velocidade do fluido em um ponto do tanque tem três componentes. A
primeira componente de velocidade é radial e atua em direção perpendicular ao eixo do
agitador. A segunda é longitudinal e atua em direção paralela ao eixo. A terceira é
tangencial ou rotacional e atua em direção tangencial a uma trajetória circular descrita pelo
agitador. As componentes radiais e longitudinais são úteis quando elas dão lugar ao fluxo
necessário para que se produza uma mistura.
Quando o eixo é vertical e está disposto no cento do tanque, a componente
tangencial de velocidade é geralmente prejudicial para a mistura. O fluxo tangencial segue
uma trajetória circular ao redor do eixo e cria um vórtice na superfície do líquido (Figura
10). Assim, se partículas sólidas estão presentes as correntes circulatórias tendem a lançar
as partículas contra a parede do tanque, devido a força centrífuga, que caem e acumulam
na parte central do fundo do tanque, ocorrendo assim a separação de fases.

Figura 10. Formação de vórtice e tipo de fluxo em tanque agitado.

Os fluxos circulatórios e os redemoinhos podem ser evitados por um dos três


métodos seguintes. Em tanques pequenos dispõem de agitadores separados do centro do
tanque (Figura 11). O eixo move-se para longe da linha do centro do tanque, inclinando-se
depois, em um plano perpendicular à direção do movimento. Nos tanques grandes, o
agitador pode ser montado na parte lateral do tanque, com o eixo em um plano horizontal e
formando certo ângulo com o raio (Figura 12).

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Figura 11. Agitador não centrado.

Figura 12. Agitador com entrada lateral.

Em tanques grandes com agitadores verticais, o método desejável para reduzir os


vórtices é a instalação de chicanas, o que impede fluxo de rotação sem afetar o fluxo radial
e longitudinal. Um método simples eficaz para destruir os redemoinhos, é conseguido
através da instalação de placas verticais perpendiculares a parede do reservatório. Na
figura 13 estão representados os defletores deste tipo, e o tipo de fluxo que resultam. Em
tanques muito grandes, apenas quatro chicanas servem para evitar a formação de
redemoinhos e vórtice. Para agitadores turbina, a largura da chicana não deve ser superior a
um dozeavos do diâmetro do tanque, e agitadores hélice, apenas um oitavo. Quando o
atleta entra no tanque lateralmente ou deslocada (inclinada) do centro, defletores não são
necessários.

Figura 13. Modelo de fluxo em tanque com placas defletoras e um agitador de turbina instalado centralmente.

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Uma vez que o fluxo circulatório alcança o modelo específico de fluxo no tanque
depende do tipo do agitador. Agitador de hélice normalmente manipulará o líquido no
fundo do tanque, onde a corrente se espalha radialmente em todas as direções para a parede
e retorna a partir do topo até ao ponto de sucção do impulsor. Este padrão de fluxo
mostrado na figura 3. Agitadores da hélice são usados para formar fortes correntes
verticais, por exemplo, quando tem-se que manter partículas sólidos em suspensão. Para
obter um fluxo axial forte turbinas sólidos em suspensão também são usadas com uma
inclinação na placa de 45º.
Agitadores de pás e de turbina com placas planas produzir uma bom fluxo radial no
plano do agitador, dividindo o fluxo na parede para formar dois modelos diferentes de
movimento, como mostrado na figura 10. Uma parte flui ao longo da parede e voltar para o
centro do agitador no fundo, enquanto a outra sobe à superfície e retorna para o agitador na
partir do topo. Em um tanque sem chicanas tem um forte fluxo tangencial e forma vórtices
a velocidades moderadas do agitador. Quando placas defletores são instaladas, aumenta o
fluxo vertical e produz uma mistura mais rápida do líquido.
Em um tanque cilíndrico vertical a profundidade do líquido deve ser igual ou um
pouco maior que o diâmetro do tanque. Em tanques com profundidades maiores é
necessário dois ou mais agitadores no mesmo eixo, cada um atuando com um agitador
separado e gera dois fluxos de circulação, como mostrado na figura 14 (Geankoplis, 2003;
McCabe, 1998).

Figura 14. Agitadores múltiplos em todo o tanque.

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2.2. Potência consumida nos recipientes de agitação
Para estimar a potência necessária para girar um agitador com certa taxa, são
utilizadas correlações empíricas versus outras variáveis do sistema. A forma de tais
correlações pode ser encontrada por análise dimensional, em função das medidas
importantes do tanque e do agitador, a distância do impulsor de agitação do fundo do
tanque, a profundidade do líquido, assim como o tamanho das placas defletoras quando
utilizadas. Também devem ser definido o número e a disposição das chicanas e os números
de pás do agitador. As variáveis envolvidas na análise são medidas importantes do tanque e
do agitador, a viscosidade e densidade do líquido, a velocidade de rotação.
Então, a potência requerida para fazer um agitador funcionar vai depender de suas
características físicas (diâmetro), das características do fluído e da velocidade de agitação
requerida. Para tal determinação são utilizadas correlações empíricas baseadas no número
de Reynolds, que para a agitação em tanques indica escoamento laminar para Re < 10 e
turbulento para Re > 104, sendo seu valor calculado pela equação abaixo.
Da2  N  
Re a 

onde: Da  diâmetro do agitador (m)
N  velocidade de rotação (rev.s-1)

A potência requerida pelo agitador está correlacionada às características do sistema


através do número de potencia (NP).
P
NP 
  N 3  Da5
onde: P  potencia requerida pelo agitador (W)

Através de correlações empíricas entre NP e Rea (Figura 15), é possível a


determinação de NP, e a partir deste é possível se determinar a potência requerida pelo
agitador (Geankoplis, 2003; McCabe, 1998).

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Figura 15. Correlação de potência para vários tipos de agitadores (w é largura da pá de
agitação e Da o diâmetro do agitador).

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