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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA) FEDERAL DA __

VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE ____________________

Prioridade de tramitação: 71 anos

NOME COMPLETO, nacionalidade, estado civil, ocupação, inscrito no CPF/MF sob n°


_____________, RG nº ______, endereço eletrônico ________, residente e domiciliado na
ENDEREÇO COMPLETO, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seus
advogados e procuradores que esta subscrevem (mandato anexo), propor a presente:

AÇÃO ORDINÁRIA PARA TRANSFORMAÇÃO DE APOSENTADORIA (REAPOSENTAÇÃO) POR


TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO, E ATO CONTÍNUO CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR
IDADE URBANA

em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, Autarquia Federal, vinculada ao


Ministério da Previdência Social representado pela Procuradoria Local, com sede na
(endereço completo), pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

PRELIMINARMENTE

I – DA JUSTIÇA GRATUITA

Antes de se adentrar no mérito da presente lide, o requerente requer lhes sejam


deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, por não poder arcar com os ônus financeiros da
presente ação, sem que com isso sacrifique o seu próprio sustento e o de sua família,
conforme declaração que segue em anexo.

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lI – DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO

É assegurado o atendimento prioritário ao idoso com idade igual ou superior a 60 anos


na tramitação dos processos e procedimento e na execução dos atos e diligências judiciais em
qualquer instância. O autor preenche as condições e requer este benefício, conforme artigo
71, § 1° da Lei 10.741/2003, e artigo 1.048, l do Código de Processo Civil, que teve sua redação
alterada pela Lei 13.105/2015.

III – DA AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS ANEXADOS À PEÇA

Os advogados que subscrevem a presente peça declaram autênticas as cópias


reprográficas dos documentos anexados à peça prefacial, nos moldes do artigo 425, inciso IV,
do Código de Processo Civil de 2015.

IV – O PRESENTE PEDIDO NÃO SE TRATA DE DESAPOSENTAÇÃO!

Importante destacar que o presente pedido não se trata de desaposentação. A


desaposentação consiste em retratação do ato anterior de aposentadoria, por uma nova que
envolva os dois períodos de contribuição (somatória da anterior com a nova a ser concedida).

Já a presente ação de transformação se trata de renúncia em seu sentido mais amplo,


pois se requer a desconsideração integral das contribuições anteriores, pois os recolhimentos
posteriores já lhe garantem direito a uma nova e diferente aposentadoria, conforme abaixo
passamos a expor nosso raciocínio tendo como base o livro “O Instituto da Transformação de
Benefícios Previdenciários do RGPS” (Ed. Conceito) do brilhante Professor Hermes Arrais
Alencar e decisões recentes da justiça Federal de São Paulo – Capital e do Tribunal Regional
Federal da 3ª Região.

TRANSFORMAÇÃO DE APOSENTADORIA

Em 26/10/2016 o Supremo Tribunal Federal por 7 votos a 4 julgou improcedente a


possibilidade do aposentado incluir em sua aposentadoria as contribuições vertidas ao INSS
após sua aposentação. A decisão contraria frontalmente o caráter contributivo-retributivo do
sistema da reciprocidade, onde uma contribuição deve reverter em retribuição, e também as

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decisões do Superior Tribunal de Justiça e dos Tribunais Regionais Federais do Brasil,
favoráveis ao direito.

Porém existem aposentados que após sua aposentadoria contribuíram e possuem


direito a uma nova aposentadoria, diferente da atual, não se tratando de acumulação e sim
renúncia da atual com a concessão de uma nova de espécie diferente, chamamos este
instituto de “transformação de aposentadoria”, tese tratada pelo Doutrinador Hermes Arrais
Alencar em sua brilhante obra “O Instituto da Transformação de Benefícios Previdenciários
do RGPS” (Ed. Conceito).

O julgamento do STF é aplicado para os aposentados que contribuíram após sua


aposentadoria e buscam “juntar” os dois benefícios para obter maior tempo de contribuição
e com isso seu recálculo. A desaposentação nada mais era do que a oportunidade de
incorporar o tempo pago posteriormente na aposentadoria atual, COMPLETAMENTE
diferente da transformação.

Na “transformação de aposentadoria” o aposentado não requer a somatória dos


tempos de contribuição e sim que desconsidere em sua aposentadoria o período anterior
pago ao INSS, completamente diferente da desaposentação. Ele atingiu os requisitos para
uma aposentadoria diferente da atual e não a contagem concomitante dos períodos como é
na desaposentação.

Cito um exemplo para melhor compreensão do tema: Um homem com 35 anos de


contribuição e 65 de idade, aposentado por tempo de contribuição, que contribuiu mais 10
anos após sua aposentadoria requer que em seu benefício sejam somados os anos pagos após
aposentar-se, com um total de 45 anos de contribuição e um fator previdenciário superior a
1,00 (em razão da idade e tempo de contribuição).

Neste caso estamos requerendo sua desaposentação, pois o pedido se faz com o
aproveitamento do tempo total contribuído para gerar sua nova aposentadoria.

Neste mesmo caso, se o segurado tivesse contribuído ao invés de 10 por 15 anos,


apenas com o período contribuído após sua aposentadoria ele já preencheria os requisitos de
uma nova aposentadoria por idade (mais de 65 anos de idade e 180 contribuições), sem
qualquer vínculo com a anterior. Como não poderia acumular aposentadorias ele irá
renunciar a sua anterior e requerer a nova.

Podemos citar também no exemplo anterior o aposentado que após 10 anos de


contribuição após aposentar-se se torna totalmente inválido para o trabalho e necessita de
cuidador permanentemente, o que lhe impede de renunciar a aposentadoria atual para obter
o benefício de aposentadoria por invalidez com a majoração de 25%? Todos os requisitos

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legais para a concessão da aposentadoria por invalidez estão preenchidos após sua
aposentação, sem considerar a anterior aposentadoria a ser renunciada.

É assunto pacificado no Superior Tribunal de Justiça a possibilidade de renunciar sua


aposentadoria, por ser um direito patrimonial disponível, podendo o aposentado requerer
judicialmente a renúncia do benefício atual e em ato contínuo o requerimento de seu novo
benefício, que não possui qualquer vínculo com o anterior. Vale destacar que nesta nova ação
encontramos advogados que preferem utilizar-se do termo “retratação” e não “renúncia”,
onde o ato de desfazer-se do benefício atual significa a retirada ou supressão da declaração
feita, que o indivíduo faz por sua livre e espontânea vontade.

Ressalto que em razão de entender os efeitos como “ex nunc” (não retroagem), o
caráter alimentar do benefício, direito adquirido aos recebimentos e boa-fé do segurado, o
Superior Tribunal de Justiça também é contrário à devolução de valores recebidos pelo
aposentado em casos de renúncia. O aposentado pode dispor de seu benefício e obter um
novo, diferente do atual, sem devolver qualquer valor recebido ao INSS.

Na transformação de aposentadoria o segurado se tornará um ex-aposentado e no


mesmo ato após sua renúncia, como já custeou e atingiu os requisitos legais para concessão,
possa desfrutar do direito a obter sua nova aposentadoria, diferente da anterior e sem
qualquer utilização de tempo contribuído na mesma.

A desaposentação em sua maior parte dos casos buscava a troca de benefício


proporcional em integral, seja pelo coeficiente (aposentadorias concedidas de forma
proporcional pelo tempo de contribuição) ou em razão do fator previdenciário inferior a 1,00.
Na transformação existe a desconsideração total da aposentadoria anterior, sem qualquer
utilização da mesma, onde a renúncia se dá não apenas do benefício como também de seus
requisitos legais para a concessão.

De forma muito prática, na desaposentação você pede que: “some na minha atual
aposentadoria o período e as contribuições que fiz após a concessão, gerando com isso um
novo cálculo e um benefício maior que o atual”. Alguns até mesmo entendiam erroneamente
o instituto como revisão.

Na transformação o pedido é “não quero mais nada da atual aposentadoria, nem os


recebimentos e nem o custeio realizado, e quero um novo benefício de modalidade diferente
do atual, onde nenhuma das minhas contribuições foram utilizadas na concessão da
aposentadoria que estou renunciando”.

A própria Autarquia previdenciária aplica de forma administrativa a transformação


de benefício, como nos casos de auxílio-doença que se transformam em aposentadoria por

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invalidez, aposentadorias por invalidez que se transformam em aposentadorias por idade
quando satisfeito o requisito etário e carência. A própria modificação administrativa do
auxílio-doença em auxílio-acidente é caso de transformação.

Concluímos que a transformação de benefício se difere completamente da


desaposentação, pois na primeira existe a renúncia da atual e com isso a posterior concessão
de um novo benefício sem qualquer utilização do anterior, pois o período pós-aposentadoria
por si só já preenche os requisitos legais para sua concessão. Na desaposentação existe o
pedido de retratação da atual, porém com a utilização da mesma para a concessão de um
novo benefício, que some a atual com a posterior.

Recentemente ajuizamos ação de transformação para uma segurada com mais 90


anos, onde o período contribuído após sua aposentadoria foi superior a 180 contribuições,
onde estes pagamentos por si só já lhe garantiam a concessão de uma aposentadoria por
idade, desconsiderando completamente os pagamentos da aposentadoria anterior, ou seja,
ela já havia custeado e preenchido os requisitos legais para a concessão de duas
aposentadorias distintas (porém não poderia acumular as duas).

A ação teve procedência na Justiça Federal da Capital – SP e mantida pelo Tribunal


Regional Federal da 3ª Região. Segue abaixo a justa decisão de 1ª instância, mantida pelo
TRF3 no processo 0007104-11.2014.4.03.6183:

“Vistos em sentença. XXX, devidamente qualificado, ajuizou a presente ação contra


INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pretendendo a RENUNCIA do seu
benefício previdenciário NB 42/XXX DIB/DIP 27/11/1969, posterior averbação de
períodos laborados após 27/11/1969, e concessão de nova aposentadoria por idade.
Requer, ainda, o pagamento dos atrasados com juros e correção monetária. A inicial
foi instruída com os documentos de fls. 10-49. Observa-se que, inicialmente, houve o
declínio de competência em razão do lugar. Contudo, o Tribunal Regional Federal
desta 3ª Região, deu provimento ao agravante para determinar o prosseguimento do
feito nesta Vara Previdenciária (fls. 50-64). Em decisão às fls. 65-67/verso, foi deferida
antecipação dos efeitos da tutela, o que foi cumprida pelo INSS com a implantação do
benefício NB 41/XXXXX. Citado o INSS apresentou contestação às fls. 77-108,
sustentando a improcedência do pedido. Réplica às fls. 115-123. Vieram os autos
conclusos para julgamento nos termo do art. 330, I, CPC.
É o relatório. FUNDAMENTO E DECIDO. Primeiramente, algumas considerações
merecem. O pedido inicial, não se cuida exatamente de uma desaposentação nos
moldes quem tem invadido as diversas instâncias judiciárias. Ou seja, não se trata aqui
de um pedido renúncia ao ato administrativo já constituído e consolidado; mas de
uma novo pedido de aposentadoria a partir da averbação tão somente, destaque-se,
dos períodos laborados posteriormente à concessão daquele primeiro benefício. Ou
seja, independentemente do tempo de contribuição que compôs a CTC da concessão
daquele benefício anterior, aqui o que se pretende e a contagem da contribuição
posterior para, possivelmente, cumprir os requisitos de um novo benefício. A renúncia
aqui será à cobertura previdenciária concedida, com a obtenção de outra, mais

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vantajosa e totalmente distinta da anterior. Não há, nesse caso, uma soma entre as
contribuições anteriores e posteriores à primeira aposentaria.
Conforme raciocínio delineado na decisão de antecipação da tutela "perfeitamente
possível a concessão do benefício de aposentadoria por idade, com renúncia à
aposentadoria por tempo de contribuição, caso o segurado cumpra os requisitos para
a concessão da aposentadoria por idade com as contribuições vertidas no período
posterior à concessão da primeira aposentadoria. Isso porque não se caracterizaria
como desaposentação, para cômputo do mesmo período contributivo, mas de outro
que se formou em data posterior, caracterizando o direito ao benefício mais benéfico
ao segurado".

Nesse sentido tem decidido o TRF desta 3ª Região, que ora repito

APELAÇÃO CÍVEL Nº 0010909-45.2009.4.03.6183/SP (2009.61.83.010909-6/SP)


RELATORA: Desembargadora Federal MARISA SANTOS - D. O. E. 12/4/2012. EMENTA:
PREVIDENCIÁRIO- DESAPOSENTAÇÃO- PEDIDOS ALTERNATIVOS- JULGAMENTO NA
FORMA DO ART. 285-A DO CPC- POSSIBILIDADE- ART. 18, 2º, DA LEI N. 8.213/91 -
ALEGAÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE REJEITADA- APROVETIAMENTO DO PERÍODO
CONTRIBUTIVO POSTERIOR À APOSENTADORIA PARA ELEVAR O VALOR DO
BENEFÍCIO- IMPOSSIBILIDADE- RENÚNCIA Á APOSENTADORIA PROPORCIONAL-
APROVEITAMENTO APENAS DO PERÍODO CONTRIBUTIVO POSTERIOR À
APOSENTADORIA PROPORCIONAL PARA FINS DE APOSENTADORIA POR IDADE-
CARÊNCIA CUMPRIDA- APOSENTADORIA POR IDADE CONCEDIDA.
1- Embora o pedido inicial seja parcialmente diferente dos que comumente requerem
a desaposentação, a sentença foi assentada no fundamento da impossibilidade de
desaposentação nas hipóteses em que não se cogita de contagem recíproca de tempo
de contribuição. Possível o julgamento na forma do art, 285-A do CPC.2-O autor
juntou à inicial a simulação do cálculo do benefício considerando os pedidos
alternativos, o que torna dispensável a produção de outras provas.3- Os arts. 194 e
195 da Constituição, desde sua redação original, comprovam a opção constitucional
por um regime de previdência baseado na solidariedade, onde as contribuições são
destinadas à composição de fundo de custeio geral do sistema, e não a compor fundo
privado com contas individuais.4- O art. 18 da Lei 8213/91, mesmo nas redações
anteriores, sempre proibiu a concessão de qualquer outro benefício que não aqueles
que expressamente relaciona. O 2º proíbe a concessão de benefício ao aposentado
que permanecer em atividade sujeita ao RGPS ou a ele retornar, exceto salário-família
e reabilitação profissional, quando empregado. Impossibilidade de utilização do
período posterior à aposentadoria para elevar o valor da cobertura previdenciária já
concedida.5- As contribuições pagas após a aposentação não se destinam a compor
um fundo próprio e exclusivo do segurado, mas todo o sistema, sendo impróprio falar
em desaposentação e aproveitamento de tais contribuições para obter benefício mais
vantajoso.6- No primeiro pedido, o autor não pretende renunciar ao benefício que
recebe, mas, sim, quer aproveitar o período contributivo posterior à concessão da
aposentadoria proporcional para elevar o valor da renda mensal, o que fere o disposto
no art. 18, 2º, da Lei 8213/91. Não se trata, nessa hipótese, de renúncia, mas, sim, de
revisão do valor de benefício já concedido.7- No segundo pedido, o autor pretende
renunciar à cobertura previdenciária que recebe por ter completado o tempo de
serviço necessário à aposentadoria proporcional. E requer nova aposentadoria, desta
vez por ter completado a idade e a carência, considerando apenas o tempo de
contribuição posterior à primeira aposentação. O pedido, agora, não é de revisão,
uma vez que nada se aproveitará do tempo de serviço/contribuição utilizado para a

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concessão e cálculo da aposentadoria proporcional. Agora sim, trata-se de renúncia à
cobertura previdenciária concedida, com a obtenção de outra, mais vantajosa e
totalmente distinta da anterior. Não há, nesse pedido alternativo, violação a nenhum
dos princípios constitucionais e legais que fundamentam o indeferimento do
primeiro.8- O segurado recebeu a proteção previdenciária a que tinha direito quando
lhe foi concedida a aposentadoria proporcional, porque cumprira a carência e o
tempo de serviço necessários à concessão do benefício. Não pretende, agora, apenas
a modificação do que já recebe, mas, sim, a concessão de outra cobertura
previdenciária mais vantajosa, para a qual contribuiu depois de aposentado, tendo
cumprido os requisitos de idade e carência.9- Trata-se de contingências geradoras de
coberturas previdenciárias diversas - aposentadoria por tempo de
serviço/contribuição e aposentadoria por idade -, com base em períodos de carência
e de contribuição totalmente diversos, onde os cálculos do novo benefício nada
aproveitarão do benefício antigo, de modo que o regime previdenciário nenhum
prejuízo sofrerá.10- A proibição de renúncia contida no art. 181-B do Decreto 3048/99
parte do pressuposto de que a aposentadoria é a proteção previdenciária máxima
dada ao segurado, garantidora de sua subsistência com dignidade quando já não mais
pode trabalhar, que poderia ser comprometida com a renúncia ao recebimento do
benefício.11- Proteção previdenciária é direito social e, por isso, irrenunciável. O que
não se admite é que o segurado renuncie e fique totalmente à mercê da sorte.12- No
segundo pedido, o autor não pretende renunciar a toda e qualquer proteção
previdenciária. Pretende obter outra que lhe é mais vantajosa, para a qual contribuiu
depois de aposentado, chegando a cumprir os requisitos de carência e idade.13-
Renúncia à aposentadoria atual admitida, para obtenção de aposentadoria por idade,
uma vez que a carência e a idade foram cumpridas em período posterior à primeira
aposentação.14- O autor completou 65 anos em 2005.15- Até a propositura da ação,
o autor conta com 19 anos, 9 meses e 20 dias de tempo de contribuição, restando
cumprida a carência para a aposentadoria por idade.16- Termo inicial fixado na data
da citação (14.09.2010).17- A correção monetária das parcelas vencidas incide na
forma das Súmulas 08 deste Tribunal, e 148 do STJ, bem como da Lei 6.899/81 e da
legislação superveniente, descontando-se eventuais valores já pagos.18- Os juros
moratórios são fixados em 0,5% ao mês, contados da citação, na forma dos arts. 1.062
do antigo CC e 219 do CPC, até o dia anterior à vigência do novo CC (11.01.2003); em
1% ao mês a partir da vigência do novo CC, nos termos de seu art. 406 e do art. 161,
1º, do CTN; e, a partir da vigência da Lei 11.960/09 (29.06.2009), na mesma taxa
aplicada aos depósitos da caderneta de poupança, conforme seu art. 5º, que deu nova
redação ao art. 1º-F da Lei 9.494/97. As parcelas vencidas serão acrescidas de juros
moratórios a partir da citação. As parcelas vencidas a partir da citação serão
acrescidas de juros moratórios a partir dos respectivos vencimentos.19- Honorários
advocatícios fixados em 10% das parcelas vencidas até a sentença, conforme Súmula
111 do STJ.20- INSS isento de custas.21- Preliminares rejeitadas. Apelação
parcialmente provida. Isto posto, perfeitamente cabível que, analisando o caso
concreto, seja possível a substituição de benefício já concedido por outro diferente
e/ou mais vantajoso.
No caso concreto, conforme contagem de tempo em anexo, a autora permaneceu
laborando na empresa XXXX de 01/12/1969 a 28/01/2013, completando um total de
518 contribuições e 90 anos de idade. Portanto, cumulando o número de
contribuições superiores à necessária à concessão de aposentadoria por idade.
Verificada a possibilidade de concessão do benefício pleiteado na inicial
(aposentadoria por idade), de rigor seja confirmada a tutela antecipada, nos termos
da decisão às fls. 65-67.

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Dispositivo. Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado, extinguindo o
processo com resolução do mérito, nos termos do artigo 269, inciso I, do Código de
Processo Civil, ratificando a antecipação da tutela concedida nestes autos e CONDENO
o INSS conceder o benefício de aposentadoria por idade à autora (AUTOR:XXX).
CONDENO a parte ré ao pagamento do débito referente às parcelas em atraso do
benefício aposentadoria por idade referentes ao período de 14/09/2010 (DIB) a
13/01/2015(DDB), a ser apurado em liquidação de sentença. O valor apurado deverá
ser atualizado desde a propositura da ação até a data do efetivo pagamento, acrescido
de correção monetária e juros nos termos do art. 454 do Provimento 64 da
Corregedoria-Regional da Justiça Federal, aplicando-se os critérios do Manual de
Cálculos da Justiça Federal, do Conselho da Justiça Federal, vigente na data do cálculo,
respeitada a prescrição quinquenal. Tendo em vista óbito verificado no PLENUS/CNIS,
intime-se com urgência os herdeiros da autora para regularização e habilitação nestes
autos. Pela sucumbência, o réu pagará os honorários advocatícios, que fixo em 10%
sobre o montante da condenação, com incidência até a data da prolação desta
sentença (Súmula nº 111 do STJ). Sem custas ex legis. Não havendo recurso, subam
os autos para reexame necessário. PRI.”

Decisão do TRF3 manteve a sentença em decisão monocrática e após agravo interno


do INSS a manteve em decisão unânime.

Desta forma mostra-se completamente aceitável e justo o instituto da transformação


de aposentadoria, sem qualquer vinculação com a desaposentação, data venia, injustamente
negada pelo Supremo Tribunal Federal.

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V – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

A parte autora declara não haver interesse na realização da audiência de conciliação


ou de mediação, conforme artigo 319, inciso VII, CPC, tendo em vista o fato do INSS não
reconhecer o pedido de renúncia do benefício. Assim, uma vez que não haverá interesse da
autarquia pela conciliação, a parte autora não tem interesse na audiência.

VI – DAS PUBLICAÇÕES

Requer que as intimações / notificações sejam publicadas em nome de ____________,


OAB _________, sob pena de nulidade.

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DOS FATOS

Consta que o autor requereu sua aposentadoria em 14/10/1991, na modalidade


aposentadoria por tempo de serviço, código 42, sendo certo que a partir de então passou a
receber o benefício de número _____________, o qual corresponde hoje ao valor de R$
2.423,71 (dois mil quatrocentos e vinte e três reais e setenta e um centavos) no total.

Assim, o autor vem recebendo o supramencionado benefício previdenciário, de forma


legal, até a presente data.

Ocorre que, mesmo tendo se aposentado, não obteve a renda desejada, e acabou por
fim tendo de continuar no mercado de trabalho.

Continuou desta forma o Requerente, a recolher contribuições ao INSS em


decorrência de ser contribuinte obrigatório da Previdência na forma do artigo 11, I, “a” da Lei
8.213/91.

Analisando as contribuições do demandante, verifica-se que este trabalhou e


continuou a recolher nos seguintes períodos, e deseja aproveitar estas contribuições para
fazer jus à uma nova aposentadoria com Renda Mensal Inicial com valor mais compatível com
suas contribuições e com os padrões monetários e econômicos vistos nos dias de hoje.

Por essa razão, pleiteia o autor a renúncia da atual aposentadoria, uma vez que se
trata de direito patrimonial disponível, e, em ato contínuo, a concessão de uma nova
aposentadoria por idade, sem a utilização do tempo de serviço e de contribuições que
fundamentou a prestação previdenciária originária.

Sendo assim, o requerente busca a tutela jurisdicional do Estado, para que tenha sua
pretensão acolhida de ter reconhecido o direito a uma nova aposentadoria.

DO DIREITO

DA TRANSFORMAÇÃO DA APOSENTADORIA

No caso específico, o requerente deseja optar pela concessão do novo benefício, o


qual leva em consideração a idade e o novo tempo contributivo após sua aposentação. Isto

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porque esta nova prestação previdenciária, conforme se demonstrará no decorrer desta
exordial, certamente lhe é mais vantajosa.

Importante destacar, que no cálculo da nova aposentadoria será utilizado somente às


contribuições posteriores à concessão do primeiro benefício ou ao levantamento do pecúlio.

Conforme veremos mais à frente, não cabe dizer que o pleito confunde-se com o
instituto previdenciário conhecido como DESAPOSENTAÇÃO, pois, não haverá a utilização do
tempo de serviço / contribuição que fundamentou a prestação previdenciária originária para
a obtenção de benefício mais vantajoso.

Cabe apenas a discussão da renúncia do benefício de aposentadoria por tratar-se de


um direito disponível de natureza patrimonial, que não encontra qualquer vedação no nosso
ordenamento jurídico, sendo legítimo, assim como a concessão da nova aposentadoria, pois,
a autora preenche todos os requisitos para sua concessão, como idade, tempo de
contribuição e vontade do agente.

Entretanto, é sabido que para a concessão do novo benefício, o autor deverá


RENUNCIAR à prestação de aposentadoria já concedida (por conta da proibição legal do
percebimento cumulativo de suas aposentadorias).

Ainda com relação às contribuições vertidas pelo autor após a concessão de sua
aposentadoria, nota-se que o artigo 195, § 5º, da CF, determina que não pode haver benefício
ou serviço sem a respectiva fonte de custeio; havendo, por outro lado, novas contribuições
vertidas após a aposentadoria, deve ser concedida uma nova aposentação mais benéfica ao
indivíduo (regra da contrapartida).

Se assim não fosse, estaríamos diante de uma evidente ofensa ao artigo 150, inciso IV,
CF, pois, o não reflexo das contribuições previdenciárias vertidas pelo aposentado na nova
aposentadoria caracteriza confisco tributário.

Neste sentido, o segurado aposentado pode optar pela nova aposentadoria. Assim,
desejando o segurado reconsiderar sua manifestação volitiva, para não mais continuar
aposentado, o binômio constitutivo necessário para concessão da aposentadoria ficará
novamente incompleto, posto que embora exista o preenchimento dos elementos legais
(idade, tempo de contribuição e etc.), inexistirá o elemento vontade do agente; sendo assim,
forçoso concluir que a Administração não poderá continuar a conceder o benefício, eis que o
binômio constitutivo não mais existe.

Desta feita, podemos facilmente concluir que muito embora o direito aos proventos
não exista mais no mundo fenomênico pela ausência de vontade do agente, o mesmo (agente

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/ segurado) continua sendo titular do direito, podendo exercê-lo a qualquer tempo, posto
que o tempo de contribuição por ele realizado está consolidado ao seu patrimônio jurídico.

Inegável o entendimento doutrinário de que o titular de um direito pode dele dispor


mediante renúncia firmado por J. M. DE CARVALHO SANTOS (Repertório Enciclopédico do
Direito Brasileiro, Ed. Borsoi, vol. 17, pág. 351), MEYER (citado por VICENTE RÁO em Direito e
a Vida dos Direitos, São Paulo: Ed. Max Limond, 2º vol. Tomo II, 2ª edição), BERNARDINO
CARNEIRO, mencionado por CARLOS MAXIMILIANO (Hermenêutica e Aplicação do Direito, 5ª
Ed., pág. 288) e CLOVIS BEVILAQUA (Teoria Geral de Direito Civil, 6ª ed., pág. 363).

No mais, ao realizar um estudo um pouco mais aprofundado da matéria de direito


abordada no caso em tela, conclui-se que o sistema previdenciário brasileiro se insere no
grupo dos denominados direitos sociais, que possui previsão constitucional, existindo tão
somente em razão de seus destinatários – beneficiários.

Nesta linha de raciocínio, os limites de sua disponibilidade são balizados pela sua
própria natureza, sendo certo que como se trata de proteção patrimonial ao trabalhador,
cuida-se de interesse material, cabendo, em regra, ao titular do direito correspondente
sopesar suas vantagens ou desvantagens.

Neste sentido, quantos aos direitos com substrato patrimonial, constitui exceção sua
irrenunciabilidade, que como já dito, deve sempre ser prevista expressamente pelo legislador,
não devendo prevalecer desta forma, qualquer alegação da Autarquia-Ré no que condiz a não
previsão legal expressa para o exercício de tal direito ou até mesmo à violação de ato jurídico
perfeito ou direito adquirido.

Como acima demonstrado, já se pacificou no âmbito do Superior Tribunal de Justiça


que o segurado pode renunciar à aposentadoria porque se trata de um direito personalíssimo,
um ato de vontade própria do segurado.

APOSENTADORIA – RENÚNCIA UNILATERAL DO PARTICULAR AO RECEBIMENTO DOS


PROVENTOS RESPECTIVOS – Desnecessidade do consentimento da administração e
de lei a regular a matéria. Incabível a condenação ao pagamento de honorários
advocatícios, em seara mandamental. Súmula nº 105, do STJ. Sentença Confirmada,
em reexame necessário. (TJMG – AC 000.176.343-2/00 – 3ª C.Cív. – Rel. Des. Isalino
Lisbôa – J. 29.06.2000)” (grifo nosso).

PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DECISÃO QUE POSTERGOU


O EXAME DO PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. DIREITO DE RENÚNCIA. CABIMENTO.
CONTAGEM RECÍPROCA. DEVOLUÇÃO DAS PARCELAS RECEBIDAS I - Ao Magistrado
é dada discricionariedade de postergar a análise do pedido de provimento liminar
para após a juntada de outras informações visando, com isto, melhor se apropriar da
matéria abordada e angariar outros elementos para seu juízo de convicção,
convencendo-se do direito postulado. II - No caso em tela, os documentos

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apresentados pela parte agravante são consistentes e suficientes para apreciação do
pedido de antecipação de tutela, sendo a decisão que postergou sua análise suscetível
de causar à parte lesão grave e de difícil reparação. III - Segundo entendimento do
Superior Tribunal de Justiça, ao segurado é conferida a possibilidade de renúncia à
aposentadoria recebida, haja vista tratar-se de um interesse disponível, de natureza
patrimonial. IV - A hipótese de renúncia à aposentadoria não encontra qualquer
vedação no ordenamento jurídico brasileiro, sendo legítimo, (...). V - Não há que se
falar em devolução dos proventos recebidos em razão da aposentadoria renunciada,
pois os pagamentos de tais valores eram devidos à época da percepção do benefício.
VI - Agravo regimental a que se dá provimento. ( AI – Agravo de Instrumento – 363913,
2009.03.00.005888-0, SP, Sétima Turma, 30/03/2009, DJF3 data:15/04/2009, página:
422, Desembargador Federal Walter do Amaral)

Ainda, o Superior Tribunal de Justiça, no ano de 2013, em um julgamento histórico e


unânime rebateu todas as contestações e indagações do INSS como se verifica da ementa no
REsp 1.334.488/SC. Ainda que o processo julgado pelo STJ se trate de Desaposentação, a
pretensão da autora, aqui, é demonstrar que o STJ foi claro ao defender o direito do segurado
à renunciar sua aposentadoria por se tratar de um direito disponível. Segue abaixo a ementa
do julgado:

RECURSO ESPECIAL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E RESOLUÇÃO


STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA.
DESAPOSENTAÇÃO E REAPOSENTAÇÃO. RENÚNCIA A APOSENTADORIA.
CONCESSÃO DE NOVO E POSTERIOR JUBILAMENTO. DEVOLUÇÃO DE
VALORES. DESNECESSIDADE. 1. Trata-se de Recursos Especiais com intuito,
por parte do INSS, de declarar impossibilidade de renúncia a aposentadoria e,
por parte do segurado, de dispensa de devolução de valores recebidos de
aposentadoria a que pretende abdicar. 2. A pretensão do segurado consiste
em renunciar à aposentadoria concedida para computar período contributivo
utilizado, conjuntamente com os salários de contribuição da atividade em que
permaneceu trabalhando, para a concessão de posterior e nova aposentação.
3. Os benefícios previdenciários são direitos patrimoniais disponíveis e,
portanto, suscetíveis de desistência pelos seus titulares, prescindindo-se da
devolução dos valores recebidos da aposentadoria a que o segurado deseja
preterir para a concessão de novo e posterior jubilamento. Precedentes do
STJ. 4. Ressalva do entendimento pessoal do Relator quanto à necessidade de
devolução dos valores para a reaposentação, conforme votos vencidos
proferidos no REsp 1.298.391/RS; nos Agravos Regimentais nos REsp
1.321.667/PR, 1.305.351/RS, 1.321.667/PR, 1.323.464/RS, 1.324.193/PR,
1.324.603/RS, 1.325.300/SC, 1.305.738/RS; e no AgRg no AREsp 103.509/PE.
5. No caso concreto, o Tribunal de origem reconheceu o direito à
Desaposentação, mas condicionou posterior aposentadoria ao ressarcimento
dos valores recebidos do benefício anterior, razão por que deve ser afastada a
imposição de devolução. 6. Recurso Especial do INSS não provido, e Recurso
Especial do segurado provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do
CPC e da Resolução 8/2008 do STJ. (STJ, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN,
Data de Julgamento: 08/05/2013, S1 - PRIMEIRA SEÇÃO) (grifo nosso).

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Dessa maneira, demonstrou com fundamento jurisprudencial e consequente
fundamento legal, tudo que possa respaldar o direito de renúncia à aposentadoria.

DA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR IDADE

O Direito a concessão de aposentadoria por idade está exposto em nossa Carta Magna
no artigo 201 inciso I, além de ser regulado na Lei 8.213/91, em seu artigo 48 e seguintes e no
Decreto 3.048/99, nos artigos 51 a 55.

Em 1991, o autor teve concedida a aposentadoria por tempo de contribuição, com


início em 14/10/1991. Contudo, conforme já informado, o autor continuou trabalhando e
com a volta ao trabalho continuou contribuindo para o INSS.

No ano de 2010 completou 65 anos, e passou a fazer jus à aposentadoria por idade.
Para a nova aposentadoria, agora por idade, após a renúncia da atual, necessário se faz que
seja levado em consideração apenas as contribuições posteriores a concessão do benefício.

A carência exigida para o segurado que estava filiado à Previdência Social antes de
24/07/1991, está estabelecida na tabela constante do art. 142 da Lei 8.213/91, levando-se
em conta o ano em que o segurado implementou todas as condições necessárias à obtenção
do benefício, senão vejamos:

Ano de Implementação das Condições Meses de Contribuição Exigidos

1991 60

1992 60

1993 66

1994 72

1995 78

1996 90

1997 96

1998 102

1999 108

2000 114

14
2001 120

2002 126

2003 132

2004 138

2005 144

2006 150

2007 156

2008 162

2009 138

2010 174

2011 180

Desta forma, temos que no exato ano em que o segurado atingir a idade mínima, o
número de contribuições necessárias, não mais aumentará.

Assim, nota-se – sem maiores esforços – que o requerente, somando-se o seu tempo
de serviço/contribuição posteriores a concessão da aposentadoria ou levantamento do
pecúlio, já possui tempo de contribuição que certamente lhe confere o direito de aposentar-
se por idade.

Por fim, diante de todos os motivos já expostos, conclui-se que o Requerente


preenche todos os requisitos necessários para ter a concessão de uma aposentadoria por
idade urbana no valor de R$ 4.399,82 (quatro mil trezentos e noventa e nove reais e oitenta
e dois centavos), como aqui demonstrado, o que certamente a beneficiará com uma
prestação previdenciária muito mais favorável que a atual de R$ 2.423,71 (dois mil
quatrocentos e vinte e três reais e setenta e um centavos).

DO PREQUESTIONAMENTO

A fim de proporcionar que a presente discussão chegue até as mais elevadas Cortes
do Judiciário, desde já se prequestiona os seguintes dispositivos constitucionais e legais, sob

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pena de nulidade da decisão e ofensa ao artigo 5º, incisos LIV, LV e ao artigo 93, inciso IX,
ambos da Constituição Federal, bem como aos artigos 371 e 489 do Código de Processo Civil.

a) Artigo 5º, caput, incisos II e XXXVI da Constituição Federal: Princípio da isonomia, princípio
da legalidade e correta interpretação do instituto ato jurídico perfeito;
b) Artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição Federal: Eventual improcedência do pedido inicial,
sob o argumento de que sua concessão não afrontaria o disposto no princípio da isonomia,
tendo em vista aquele segurado que optou por se aposentar mais tarde e receber benefício
melhor, ofende o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional, haja vista que o
direito do Autor não pode ser negado em função de um outro segurado não ter tido a mesma
atitude que este;
c) Artigo 7º, caput, da Constituição Federal: Direito fundamental ao trabalho;
d) Artigo 201, caput e parágrafo 11, da Constituição Federal: Aplicação do princípio do caráter
contributivo e necessário reflexo das contribuições no benefício;
e) Artigo 195, parágrafo 5º, da Constituição Federal: Regra de contrapartida;
f) Artigo 150, inciso IV, da Constituição Federal: Vedação ao confisco tributário;
g) Artigo 105, inciso III, alínea c, da Constituição Federal: Função uniformizadora do STJ
quanto à aplicação da lei federal;
h) Artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal: Desnecessidade de devolução dos valores já
recebidos, tendo em vista o princípio da dignidade da pessoa humana e a irrepetibilidade dos
alimentos;
i) Artigo 84, inciso IV, da Constituição Federal: Inconstitucionalidade do artigo 181-B, do RPS;
j) Artigo 6º, parágrafo 1º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro: correta
interpretação do instituto do ato jurídico perfeito;
k) Lei 8.213/91: Ilegalidade do artigo 181-B, do Decreto 3.048/99;
l) Artigo 18, parágrafo 2º, da Lei 8.213/91: Correta interpretação da norma, que trata da
acumulação de benefícios com aposentadoria.

DA TUTELA ANTECIPADA “INAUDITA ALTERA PARS”

O Código de Processo Civil de 2015, em seu art. 300, trata da tutela antecipada, nos
seguintes termos:

“Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo.”

Desta forma, na presente exordial, o autor demonstrou e apontou de forma clara,


fundamenta, direta e com documentos, que possui ordinariamente tempo suficiente para ser

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concedida a nova aposentadoria, possuindo assim, o direito a Concessão da Aposentadoria
por Idade Urbana.

Portanto inexiste óbice na pretensa concessão da tutela antecipada mesmo porque,


repita-se, o direito no presente caso é de fácil percepção quando se analisa a Lei e os
documentos anexos.

Note-se que, se tal provimento somente for concedido em sede de decisão final
transitada em julgado, implicará em denegação de justiça em face do retardamento na
prestação da tutela jurisdicional, até mesmo porque o Superior Tribunal de Justiça
reconheceu o direito à aposentadoria no caso de idêntica situação.

Quanto aos requisitos legais para a concessão da antecipação da tutela, estão


presentes: o “fumus bonis iuris”, que decorre da relevância da LIMINAR e da viabilidade do
direito material ora discutido; o “periculum in mora”, pois inconteste a idade avançada – 71
anos – do autor, o que, por si só já revela a impossibilidade latente de não desfrutar dos
valores, se tiver que aguardar trâmites processuais normais, sem a concessão da liminar,
permanecendo com valor de aposentadoria de R$ 2.423,71 (dois mil quatrocentos e vinte e
três reais e setenta e um centavos).

O autor, além dos gastos fixos que possui, como IPTU, água, luz, naturalmente tem
gastos com remédios, devido ao avanço da idade, além de gastos no mercado para a
alimentação e higiene pessoal.

Assim, sendo esta liminar, o único remédio adequado e eficaz a dar a proteção jurídica
ao Postulante, não sendo a mesma concedida posteriormente, deixará desprovida de
recursos, inclusive de cunho alimentar, ensejando a falta de remuneração mensal respectiva.

DANO IRREPARÁVEL: este decorrerá da impossibilidade da Autora desfrutar de uma


vida mais digna e condizente com o direito que deve lhe ser garantido, se tiver que esperar
até a decisão final do processo, causando danos irreparáveis, profissionais e funcionais; além
do que manter a situação como está é “dar validade a uma situação injusta, abusiva e
arbitrária, caso não seja deferida a liminar de imediato” (J.J. Calmon de Passos – RP, 33/67).

Assim, presentes os pressupostos ensejadores da sua efetividade, e previstos no artigo


300 do Estatuto Processual vigente, há necessidade de imediata concessão desse provimento
de mérito – RENUNCIA À APOSENTADORIA E CONCESSÃO DA APOSENTADORIA POR IDADE
URBANA MAIS VANTAJOSA – pois somente assim, estará satisfeita a tempo esta pretensão
deduzida em Juízo.

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Ao final, requer a manutenção do provimento para se determinar a Concessão da
Aposentadoria na forma e através do direito aqui exaustivamente demonstrado e
comprovado com os documentos anexos.

No caso de descumprimento do provimento jurisdicional, requer seja aplicada multa


diária – astreintes -, na forma do art. 537 do CPC, no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), por se
tratar de obrigação de fazer.

Evidenciou-se a presença do “fumus bonis iuris” decorrente da relevância da LIMINAR,


pois somente assim estará satisfeita a tempo a pretensão deduzida em Juízo e, da viabilidade
do direito material ora discutido e do “periculum in mora”, a qual o deixará desprovido de
recursos, inclusive de cunho alimentar, ocasionando-lhe DANO IRREPARÁVEL se tiver que
aguardar a decisão final.

Por fim, caso o douto Magistrado não conceda a pretensão deduzida em sede de
tutela de evidência conforme anteriormente requerido, requer seja concedida em sede de
sentença a tutela específica disciplinada pelo artigo 497, caput, do Código de Processo Civil,
para que seja revisada a aposentadoria considerando todas as contribuições vertidas e assim
tenha uma melhora financeira.

DAS PROVAS DOS FATOS

Os fatos já estão provados com os inclusos documentos e decorrem das disposições


legais e constitucionais aqui abordadas.

DOS PEDIDOS

Em face do exposto, o requerente requer a este respeitável Juízo:

1. Seja concedido o disposto no art. 300 do CPC, com relação à antecipação dos efeitos
da tutela pretendida;
2. Deferida a tutela antecipada, seja expedido com urgência, oficio ao Instituto Nacional
do Seguro Social e citando o requerido;
3. No caso de descumprimento da tutela antecipada pelo INSS, que seja aplicada multa
diária de R$ 1.000,00 e, que seja oficiada a autoridade policial competente para
apuração do crime de desobediência (art.330, do Código Penal);

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4. Que, em caso de indeferimento do pedido de tutela antecipada, seja concedida, em
sede de sentença, a tutela específica disciplinada pelo artigo 497 do CPC julgando
procedente a presente ação;
5. Citação do requerido;
6. Atendimento Prioritário, nos termos do artigo 71, § 1º da Lei 10.741/2003 (Estatuto
do Idoso) e artigo 1.048 do Código de Processo Civil que teve sua redação alterada
pela Lei 13.105/2015;
7. Que após os tramites normais, seja a presente ação julgada procedente, para
confirmá-la e torná-la definitiva;
8. A condenação do INSS para promover a renúncia do benefício de aposentadoria atual
e em ato continuo também seja averbado por este juízo, o tempo de serviço laborado
e contribuído posteriormente a concessão do primeiro benefício ou ao levantamento
do pecúlio, e seja julgada procedente a presente ação para condenar o INSS a
promover a CONCESSÂO DE APOSENTADORIA POR IDADE URBANA para a Requerente
nos moldes da Legislação vigente, deixando claro que a transformação SOMENTE deve
ocorrer SE O VALOR DO NOVO BENEFICIO FOR MAIS FAVORÁVEL QUE O ATUAL, não
podendo ser concedido de forma diversa, ou seja, com valor menor do que recebe no
momento da sentença;
9. Que seja condenada a Autarquia ao pagamento do requerido benefício previdenciário
desde a data da distribuição da presente ação bem como o pagamento das parcelas
vincendas;
10. Juros e correções legais;
11. Honorários advocatícios de 20% sobre 12 (doze) prestações vincendas;
12. Requer que as intimações/notificações sejam publicadas em nome de
______________, OAB_______, sob pena de nulidade.

Requer, ainda, o deferimento do pedido dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA.

Requer, finalmente, deferida a utilização de todos os meios de provas em direito


admitidos, especialmente a juntada dos documentos que acompanham a inicial, oitiva de
testemunhas e do representante legal do Requerido sob pena de confissão, perícias e
vistorias, e juntada de documentos novos.

Dá-se à presente causa o valor de R$ _____________ (______________________),


nos moldes do disposto no artigo 292, parágrafos 1º e 2º do CPC.

Termos em que pede deferimento.

Local, Data.

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__________________________________
ADVOGADO(A)
OAB

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