Sie sind auf Seite 1von 116

JEAN s t a r o b in s i

RETRATO DEL ARTIS


COMO SALTIMBANQ

¿ .i

■■
■■•-■o

y-

S,

"1
i
t.4 -
b '.<• i— pijmii

Sfesí» OÍJ-j-.
¿Tp líeSC* <¡s. *
LECTURAS
Serie Ha del Arte
DIRECTOR Juan Miguel HERN ÁN DEZ LEÓN y Juan CALATRAVA

T ít u lo o r ig in a l: Portrait de ¡ ’artiste en saítim hanque.

Im agen d e p o rta d a : O d il o n R e d o n , L a flo r de la ciénaga,

© É d it io n s G a l l im a r d , 2 0 0 4
nueva edición revisadaj corregida por el autor

© A j b a d a E d i t o r e s , s . l ., 2 0 0 7
para España

Plaza d e Jesú s, 5
2 8 0 1 4 M a d rid
T e l .: 9 1 4 2 9 6 8 8 2
fa x : 91429730 7

w w w .ab a d aed ito res.co m

P R O H IB ID A SU V E N T A E N A m É R IC A L A T I N A

d iseñ o E s t u d io J o a q u ín G a l l e g o

p r o d u c c ió n G U A D A LU PE G lS B E R T

ISBN 9 7 8 -8 4 -9 6 2 5 8 -9 6 -9
d e p ó sito le g a l M -114 2 5 -2 0 0 7

p r e im p r e s ió n D a l u b e r t A llé

im p r e s ió n EGESA
JEAN STAR0B1NSKE
Retrato del artista
como saltimbanqui

traducción
BELÉN GALA VA LEN CIA

A B A D A EDITORES
LE C T U R A S D E H IST O R IA D E L A RT E
1 . H o n o r é D a u m ie r , Pierrot tocando la m andolina, ca . 18 7 3 *
2. H a n s H o lb e in e l J o v e n , « E in N a r r ,
s e in e K a s p e r l f ig 'u r e n z u b e w u n d e r n s c h e i n t » , 1 5 1 5 *
N o s o n p o c o s lo s e s tu d io s s o b r e lo s o r íg e n e s d e l p a y a so , así
c o m o so b re lo s a sp ecto s m ás a n tig u o s d e A r le q u ín y sus c o m ­
p a ñ e r o s d e la Commedia ; se h a a b o r d a d o la g r a n d e z a y d e c a ­
d e n c ia d e H a n sw u rst; a lg u n o s h is to r ia d o r e s se h a n fija d o e n
e l te a tro a m b u la n te , el c ir c o , e l music-hall; o tra s in v e s tig a c io ­
n e s, a u n q u e e n m e n o r n ú m e r o , se h a n d ir i g i d o h a c ia las
im á g e n e s q u e lo s artistas h a n d ib u ja d o d e lo s tra jes, las m u e ­
cas, las v o lte r e ta s q u e v e ía n e n e l m u n d o d e l e s p e c t á c u lo .
P e ro ¿ c u á l es la n a tu ra le za d e la a tr a c c ió n q u e e je rce so b re los
artistas la im a g in e r ía d e la fa r á n d u la d esd e h a c e casi u n s ig lo ?
N u e s tr o p r o p ó s it o es d e fin ir , d e fo r m a u n p o c o m ás cla ra de
lo q u e se h a h e c h o h a sta a h o r a , la c u a lid a d p a r t ic u la r d e l
in t e r é s q u e i n c i t ó a lo s e s c r it o r e s y p i n t o r e s d e l s ig lo X IX a
m u ltip lic a r —h asta c o n v e r tir lo e n u n t ó p ic o — las im á g e n e s d el
payaso, d e l sa ltim b a n q u i y d e l a m b ie n te d e las fe ria s.
S in d u d a , este in te r é s a d m ite e n p r im e r lu g a r u n a e x p li­
c a c ió n d e o r d e n e x te r n o : e l m u n d o d e l c ir c o y d e las v e r b e -
ñas re p re se n ta b a e n la a tm ó s fe ra g risá ce a d e u n a s o c ie d a d e n
vías d e in d u s t r ia liz a c ió n u n is lo te iris a d o d e m a ra v illa s, u n a
p o r c ió n d e l p a ís d e la in fa n c ia co n serva d a in ta cta , u n d o m i ­
n io e n e l q u e la e s p o n ta n e id a d v ita l, la ilu s ió n , lo s p r o d ig io s
sim p le s d e la h a b ilid a d o la to r p e z a m e z c la b a n sus a tra ctiv o s
p a ra u n e s p e c ta d o r h a r to d e la m o n o t o n ía d e las tareas d e la
v id a fo r m a l. E sto s asp ecto s d e la r e a lid a d , a n tes q u e m u c h o s
o tro s, p a re c ía n a la esp era d e ser fija d o s e n u n a tr a n s c r ip c ió n
p ic tó r ic a o p o é tic a . S in e m b a r g o , estas ra z o n e s —cuya im p li ­
c a c ió n s o c io h is tó r ic a es e v id e n te — n o s o n las ú n ic a s. L a e le c ­
c ió n d e s e m e ja n te te m a n o se e x p lic a d e l t o d o p o r el m e r o
a tr a c tiv o v is u a l q u e p o d ía e je r c e r e l a b ig a r r a m ie n t o d e lo s
ta b la d o s, c o m o u n a m a n c h a cla ra e n la g risa lla d e u n a é p o c a
c e n ic ie n t a . A este g o c e d e la vista se u n e u n a i n c li n a c i ó n d e
o tr o o r d e n , u n v ín c u lo p s ic o ló g ic o q u e h a ce e x p e r im e n ta r al
a rtista m o d e r n o u n c ie r to s e n t im ie n to d e c o n n iv e n c ia n o s ­
tá lg ic a c o n e l m ic r o c o s m o s d e la p a r a d a y d e u n m u n d o
m á g ic o e le m e n t a l. E n la m a y o r ía d e lo s ca so s, se p u e d e
in c lu so lle g a r a h a b la r d e u n a fo r m a p a rtic u la r d e identificación.
A s í p u e s, re su lta m a n ifie s to q u e la e le c c ió n d e la im a g e n d e l
payaso n o es só lo la e le c c ió n d e u n motivo p ic t ó r ic o o p o é t ic o ,
s in o u n a fo r m a in d ir e c ta y p a r ó d ic a d e p la n te a r la c u e s tió n
d e l a r te . D e s d e e l r o m a n t ic is m o ( a u n q u e e x is te n a lg u n o s
p r e c e d e n te s ) , e l b u f ó n , e l s a ltim b a n q u i y e l p ayaso h a n sid o
im á g e n e s h ip e r b ó lic a s y a p r o p ó s it o deformantes, c o n las q u e
lo s a rtista s h a n q u e r id o m o s tr a r s e a sí m is m o s y e x p o n e r la
p r o p ia n a tu ra le za d e l a rte . Se tra ta d e u n a u to r r e tr a to e n c u ­
b ie r t o , cuya in t e n c ió n n o se lim it a a la ca ric a tu ra sarcástica o
d o lo r o s a . M u sse t se p e r fila b a jo lo s rasgos d e F a n tasio ; F la u -
b e r t d ecla ra : Por más que se diga, la esencia de mi naturaleza es el saltim­
banqui (ca rta d e l 8 d e a g o sto d e 1 8 4 6 ) ; J a rry , e n el m o m e n to
d e m o r ir , se id e n tific a c o n su c r ia tu ra p a ró d ic a : El padre Ubú va
a intentar dormir-, J o y c e a fir m a : N o soy más que un payaso irlandés, a
greatjokerattheuniverse; R o u a u lt m u ltip lic a su a u to rr e tr a to b a jo
el d is fra z d e P ie r r o t o el d e lo s payasos trá g ic o s; P icasso a p a ­
re ce e n m e d io d e su in a g o ta b le reserva d e a tu e n d o s y m á sca ­
ras; H e n r y M ille r m e d ita so b re el payaso que esy que siempre ha sido:
u n a a c titu d tan ta s veces r e p e tid a , q u e se r e in v e n ta d e fo r m a
ta n o b s t in a d a a lo la r g o d e tre s o c u a tr o g e n e r a c io n e s , n o
d e b e p a sa r d e s a p e r c ib id a a n u e s t r a a t e n c ió n . E l j u e g o i r ó ­
n ic o se e m p le a c o m o i n t e r p r e t a c i ó n d e u n o m is m o p o r sí
m is m o : es u n a e p ifa n ía r id ic u la d e l a rte y d e l artista . L a c r í ­
tic a a la h o n o r a b ilid a d r e g la d a t ie n e así su e q u iv a le n te e n la
a u to c rític a d ir ig id a c o n tr a la p r o p ia v o c a c ió n estética, u n o d e
lo s c o m p o n e n te s q u e se d e b e r e c o n o c e r c o m o c a ra c te rístic o
d e la « m o d e r n i d a d » , d esd e h a ce a lg o m ás d e c ie n a ñ o s.

E l m ito d e l p ayaso, q u e lo s p in to r e s c e le b r a r á n m ás ta rd e , se
d e s a r r o lla e n p r i m e r lu g a r , e n su s tra z o s fu n d a m e n t a le s ,
e n tr e 1 8 3 0 y 1 8 7 0 e n la lit e r a t u r a . L a lit e r a t u r a d a e n ese
m o m e n t o la v o z d e a la r m a , c r e a u n c lim a d e s e n s ib ilid a d ,
e n se ñ a a o b se rv a r c o n u n a m ira d a n u e v a a lg u n o s e s p e c tá c u ­
lo s a lo s q u e a n tes n a d ie h a b ía p r e s ta d o s u fic ie n te a te n c ió n .
C o n esta a fir m a c ió n n o se p r e t e n d e q u ita r n in g ú n m é r it o a
lo s p in t o r e s d e l c ir c o , s in o r e c o n o c e r lo q u e d e b e n a lo s
p o e ta s q u e le s p r e p a r a r o n p a r a d e ja r s e c o n m o v e r p o r las
a m a z o n a s y lo s p a y a so s. L a lit e r a t u r a , d e s d e s ie m p r e , « e s
r e v e la d o r a » (y, c o m o c o n d ic ió n , p id e a c a m b io a lo s p in to re s
e l m ism o se rv ic io ).
A s í, la in f lu e n c ia d e la lit e r a tu r a se d u p lic a e n u n a c o n ­
v e rs ió n a lo real. S i la « p in t u r a d e tem a h is t ó r ic o » , q u e r e in a
d e f o r m a in d is c u t ib le h a sta m e d ia d o s d e l s ig lo X IX , a p o r ta
u n a ilu s tr a c ió n im a g in a ria a tex to s g lo r io s o s (e p o p e y a , tra g e ­
d ia , c r ó n ic a s n a c io n a le s , e t c .) , la p i n t u r a d e lo s fa sto s d e l
c ir c o y d e la fe r ia va a p r o v e e r s e , e n c a m b io , d e im á g e n e s
3. Parada deferia en Londres, 180 4 *

to m a d a s d e l n a tu ra l: e l p a p e l d e la n u e v a lite r a tu r a será, a n te
to d o , p o e tiz a r esas im á g e n e s, d a rles u n v a lo r a fe ctivo , u n sig ­
n if ic a d o ca si a le g ó r ic o . S i n d u d a , e sto d e b e se r to d a v ía
d em asia d a lite r a tu r a p a ra q u ie n e s, m ás ta rd e, d e se a rá n q u e la
p in t u r a se esta b lezca e n el r e in o a u t ó n o m o d e las cu a lid a d e s
plásticas. E n el caso d e l c ir c o p o r lo m e n o s , se p u e d e in v o c a r
u n a ju s t if ic a c ió n q u e es, p r e c is a m e n te , d e c a r á c te r p lá s tic o :
es e l lu g a r p r e d e s t in a d o e n e l q u e se d a r ie n d a s u e lta a las
fo r m a s y lo s c o lo r e s , e n e l q u e las p o s tu r a s , lo s r o p a je s , lo s
m o v im ie n to s p u e d e n v a r ia r h asta e l i n f in i t o . E stas v a r ia c io ­
n e s, estas c o n t o r s io n e s , estas lib r e s ca b a lg a d a s t e n ía n c o m o
p re te x to , h asta el sig lo X IX , las a ven tu ras d e lo s d io se s y d e lo s
h é r o e s p a g a n o s, y las escen as d e la B ib lia , a n o ser q u e se t r a ­
ta ra d e lo s e p is o d io s d e lo s g r a n d e s c a p r ic h o s é p ic o s d e
A r i o s t o y sus é m u lo s , d o n d e ya se in s in u a b a la i r o n ía . L a
e le c c ió n d e l c ir c o p o r ta n to s p in to r e s d e l fin a l d e l sig lo X IX y
4. G i a n d o m e n i c o T i e p o l o , Pulcinellaenelcirco, balanceándose de uno cuerda, c a . 1 8 0 0 .

c o m ie n z o s d e l X X c o r r e s p o n d e al d e c liv e d e las fu e n te s d e
in s p ir a c ió n tra d ic io n a le s y les o p o n e u n a m ito lo g ía su b s titu ­
tiva, e n la q u e h a y q u e v e r u n a c r ític a im p líc ita a lo s g ra n d e s
tem a s e n t o r n o a lo s cu a le s la c u ltu r a o c c id e n t a l h a b ía d e s ­
p le g a d o su sé q u ito d e im á g e n e s. E sta a d o p c ió n in e s p e ra d a d e
u n tem a d e la p in tu r a d e g é n e r o s u p o n e u n c a m b io d e h é r o e s
y u n a e sp e cie d e a le g re d e sa fío la n z a d o a la n o c i ó n m ism a d e
h é r o e . L as d io sas im a g in a ria s se c o n v ie r te n e n b a ila r in a s r e a ­
les y lo s n o b le s c o r c e le s r e s u lta n c a b a llo s d e d o m a . ¿ Q u é
q u e d a d e la t r a d ic ió n a c a d é m ic a d e lo B e llo y lo S u b lim e ,
c u a n d o se p r e s e n t a el c ir c o y sus ilu s io n e s c o m o c e n t r o d e
v e rd a d ? E l gesto d e l Pulcinella d e G ia n d o m e n ic o T ie p o lo e n la"
V e n e c ia d e c a d e n te d a la p r im e r a s e ñ a l d e este r e le v o d e lo s
d io ses p o r lo s b u fo n e s .
P e r o n o d e b e m o s c r e e r q u e esta m u ta c ió n fu e c o m p le ta ­
m e n te r e p e n tin a n i q u e r e p r e s e n tó u n a r u p tu r a to ta l c o n las
5.Jacques C a l l o t , Los dos Pantalón, c a . 1 6 1 7 .

t r a d ic io n e s d e la c u ltu r a o c c id e n t a l. E l m ito d e l p a ya so se
co n stitu y e a lo la rg o d e l p e r ío d o r o m á n tic o y es sa b id o q u e el
ro m a n tic is m o se c o m p la c ió e n r e u n ir las im ág e n e s d e l pasad o
hasta h a c e r d e la « r e m in is c e n c ia » estética u n e le m e n to d e su
p r o p io d e c o r a d o . L a su e rte d e l b u f ó n y d e l p ayaso, tal c o m o
e v o lu c io n a b a n e n lo s te a tr o s d e v a r ie d a d e s , e n e l « C i r q u e
O ly m p iq u e » o so b re lo s tab lad o s d e las feria s, fu e a tra er h a cia
ello s u n in te ré s, u n a s e n s ib ilid a d h a cia lo s q u e u n a se rie b a s ­
tan te in c o n e x a d e e je m p lo s o fr e c id o s p o r e l arte y la lite ra tu ra
d e l p a sa d o h a b ía c r e a d o ya c ie r ta p r e d is p o s ic ió n : al s in c r e ­
tis m o r o m á n t ic o n o se le p a s a r o n p o r a lto las fig u r a s m ás
an tigu as. E n este a c o g e d o r r e c u e r d o h a y esp acio p a ra lo s v is i­
ta n te s m ás h e t e r ó c lit o s : c ie r ta im a g e n d e l S ó c r a te s i r ó n ic o ,
q u e « b a jo u n a e n v o lt u r a d e S ile n o , o c u lt a a u n d io s » ; lo s
a c to r e s d e las farsas sa tírica s y las a te la n a s; lo s ju g la r e s y lo s
a lb a r d a n e s d e la c o r te e n la E d a d M e d ia ; lo s b u fo n e s d e l
R e n a c im ie n to ; la Locura, a la q u e E r a s m o h iz o se n ta rse e n la
cátedra; lo s ágiles in té rp re te s d e las d an zas m acabras; lo s clowns
d e S h a k esp ea re; lo s p e r s o n a je s g ro te sc o s d e lo s Balli di Sfessania
d e Ja cq u es C a llo t; to d o e l r e p e r to r io d e p e rso n a je s d e la Com -
media dell’Arte ta l c o m o se lo s ve, e n p e r s e c u c ió n d e l p la c e r, en
M a riva u x, e n G o z z i, e n las fiestas g alan tes d e W a ttea u o e n tre
las fig u rita s d e p o r c e la n a d e B u ste lli; se re c o rd a b a e l c in is m o
« a la D ió g e n e s » , d e l cu al n u m e r o s o s artistas d e l sig lo X V III se
h a b ía n crea d o u n a m áscara; las e x ce n tricid a d e s d el s o b r in o de
R a m e a u y su h a b la r c la ro p r o c u r a b a n el t o n o d e u n « e s t ilo »
b u fo v in c u la d o al d e scla sa m ie n to so cia l; la v id a e rra n te d e los
g ita n o s r e s u lta b a a tr a y e n te p o r su t ip is m o o r ie n t a l y p o r el
p re stigio q u e se lig a al d estin o d e l outcast. .. G o m o se ve, n o fa l­
ta n an tep asad o s e n e l re tra to d e fa m ilia d e l clown: p e r o se trata
d e a n te p a s a d o s p u ta tiv o s ; e n esta d in a s tía , las filia c io n e s se
h a c e n sie m p re c o n el c o r a z ó n ...
6. V í c t o r A d am , Atracción, jinete de estilo shakespeariano, 1 8 5 0 .
¿EL REENCUENTRO CON CIERTA GENIALIDAD?

D u r a n t e e l p e r í o d o r o m á n t i c o , lo s « g é n e r o s e le v a d o s »
(líric a , d ra m a , c o m e d ia ) n o c o n o c ía n al h é r o e b u fo m ás q u e
b a jo la f o r m a d e u n se r im a g in a r io , a d o r n a d o c o n las galas
d e Y o r ic k , c o n e l c e tr o d e la lo c u r a e n la m a n o y p la n ta d o e n
m e d io d e u n d e c o r a d o g ó t ic o ; se tra ta d e u n a h e r e n c ia l it e ­
ra ria , q u e h a ce c a b rio la s e n u n esp a c io ir r e a l, e n tr e co rte s a ­
n o s v e stid o s c o n j u b ó n y g o r g u e r a . N o t ie n e n in g ú n e q u iv a ­
le n t e e n e l s e n o d e l m u n d o c o n t e m p o r á n e o , a n o s e r e l
e s c r ito r m is m o , d eseo so d e e r ig ir s e e n p o rta v o z d e su p r o p ia
m e la n c o lía . S u m o d e lo se e n c o n tr a b a e n e l te a tro d e S h a k es­
p e a re , n o h a b ía m ás q u e e x p lo ta r sus re c u rs o s: a llí, e l payaso,
e l b u f ó n r e p r e s e n ta n a la vez lo s p e r s o n a je s q u e c a n ta n ( p o r
e je m p lo , la c a n c ió n d e Feste o la d e A u t ó li c o ) , lo s q u e d ic e n
las v e rd a d e s , lo s a y u d a n te s se c re to s q u e h a c e n g ir a r la r u e d a
d e l d e s tin o . E l p o e ta r o m á n t ic o —d e s c o n te n t o c o n la s o c ie ­
d a d , p e r o d e s e o s o d e j u z g a r la y d e i n t e r v e n i r e n e lla e n su
ca lid a d d e p o e ta — p o d ía id e n tific a r s e e s tr e c h a m e n te c o n este
m o d e lo y h a c e r le r e p r e s e n ta r su p a p e l.
L as r e m in is c e n c ia s sh a k e sp e a ria n a s p r e d is p o n ía n a los
r o m á n t ic o s fr a n c e s e s a e n c o n t r a r a S h a k e s p e a r e fu e r a d e
S h a k e s p e a re . C o m o sus c o n t e m p o r á n e o s a le m a n e s c r e ía n
d e s c u b r ir lo e n e l te a tr o m á g ic o d e G o z z i y e n e l d e T ie c k ,
e llo s c r e y e r o n p e r c i b i r lo e n c ie r to s e s p e c tá c u lo s p o p u la r e s ,
e n lo s q u e se d ab a r ie n d a su e lta a lo m a ra v illo so y la a c r o b a ­
cia, p e r o cu yos a u to re s y a cto re s d is ta b a n m u c h o d e p r e t e n ­
d e r r iv a liz a r c o n S h a k e s p e a r e . S u s a s c e n d ie n t e s s o n lo s
c o m e d ia n te s d e fe r ia .
G a u tie r , e n 1 8 4 2 , e s c rib e u n a r tíc u lo s o b r e D e b u r a u y
so b re el T h é á tre des F u n a m b u le s, cuyo títu lo es « S h a k e sp e a re
e n L es F u n a m b u le s » . D e b u ra u , e n el p a p e l d e P ie rro t, se c o n ­
vierte e n o tr o H a m le t. Este h a ra p ie n to p ú b lic o es, se g ú n G a u ­
tie r , e l ú n ic o q u e p o d r ía c o m p r e n d e r El sueño de una noche de
verano, La tempestad y El cuento de invierno. P ara los escrito res fr a n c e ­
ses d e l sig lo X IX , el S h a k e sp e a re m a r a v illo s o se a lia d e fo r m a
o b s tin a d a c o n lo s e s p e c tá c u lo s d e l c ir c o y d e lo s ta b la d o s .
E d m o n d d e G o n c o u r t , e n su d e s c r ip c ió n d e l n ú m e r o d e lo s
h e rm a n o s Z e m g a n n o , n o o m ite a ñ a d ir q u e suscita en el espíritu de
los espectadores la ideaj el recuerdo de una creación irónica, bañada en el claros­
curo, de una especie de sueño shakespeañano, de algo así como una N o c h e de
veran o , en la que aquéllos parecen acróbataspoéticos. S o b re las pobres tablas
carcomidas del Théátre des Funambules, u n c o m e d ia n te in g e n u o h a ce
revivir el e sp íritu d e S h akespeare: es el p riv ile g io d e l in s tin to y
d e u n a esp e cie d e g ra c ia s e m e ja n te a la d e lo s m é d iu m s . L a
r e s u r re c c ió n d e Sh akesp eare, e n e fe cto , ap arece c o m o la o b ra
d e u n g e n io co le ctiv o . ¿ Q u ié n e s so n lo s a u to re s d e estas p a n ­
to m im a s ? Nadie los conoce —aseg u ra G a u tie r —; se ignoran sus nombres
al igual que los de lospoetas del R o m a n c e ro , al igual que los de quienes levan­
taron las catedrales de la Edad Media. El autor de estas representaciones maravi­
llosas es todo el mundo, ese gran poeta, ese ser colectivo que tiene más ingenio que
Voltaire, Beaumarchais o Byron. S e a p re c ia e n esta id e a u n a d e las
g ra n d e s a ñ o ra n z a s p r im itiv is ta s d e l r o m a n t ic is m o : las a rtes
p o p u la r e s , e n su in g e n u id a d a n ó n im a , p o d r ía n ca p ta r las
fu e n te s vitales d e in s p ir a c ió n ; se ría n la e x p r e s ió n e s p o n tá n e a
7. A d o l p h e M a r t i a l P o t é m o n t , Le Théátre desFunambules,
boulevarddu Temple, 1 8 6 2 .
8 . H o n o r é D a u m i e r , Crispinj) Scapin, ca. 18 6 4 .

d e l g e n io d e la c o m u n id a d . E n ellas h a b ría p e rv iv id o u n resto


d e gran d eza épica y se p o d r ía e n c o n tra r el m u n d o fu e r te y s im ­
p le d e lo s c o m ie n zo s, las g ra n d es p a sio n es elem en tales, la risa y
las lágrim as p rim ig e n ia s. E n ellas to d o tie n e , e n v ir tu d d e u n a
in s p ira c ió n in fa lib le , su c o lo r a p ro p ia d o , el b r illo y la sin g u la ­
r id a d q u e fa sc in a n . P e ro es ta m b ié n u n m u n d o q u e te r m in a ,
u n fe n ó m e n o e n vías d e d e s a p a r ic ió n , p o r lo q u e es p r e c is o
apresu rarse p a ra d is fru ta r d e sus ú ltim o s d estellos. L a Commedia
dell’Arte está m u erta ; p r o n t o n o h a b rá ya m ás P ie rro ts n i e sp e c­
tad o res q u e lo s festeje n . A p a r tir d e la R e sta u ra c ió n , p in to re s y
a rq u ite c to s ( R e d o u té , F o n ta in e ) y lu e g o e s c rito re s ( C h a r le s
N o d ie r y sus a m ig os) fr e c u e n ta n e l T h é á tr e des F u n a m b u le s y
s u e ñ a n c o n salvar ese u n iv e r s o m á g ic o , a m e n a z a d o p o r la
c o m e d ia d e co stu m b re s. E n tr e el p ú b lic o b u r g u é s se p e r c ib e n
p ru eb a s de d esafecto ; e n tr a n gan as d e p re sta r ayuda, e n r iq u e ­
cer y e n n o b le c e r el r e p e r to r io d e la p a n to m im a . N o d ie r c o m ­
p o n e el Sueño de oro e n 18 2 9 ; a c o n tin u a c ió n le lleg a rá el tu r n o
a G a u tie r , d esp u és a C h a m p fle u r y : p o r e x tra ñ o q u e p a re zca ,
estas o b ras lite ra ria s, d estin a d a s a in f u n d ir u n a n u ev a v id a e n
u n a rte p o p u la r e n d e c liv e , s o n tex to s e n lo s q u e se va a c e n ­
tu a n d o el ca rácter m a c a b ro . A l fin a l d e l sig lo , e l te a tro p o p u ­
la r estará d e fin itiv a m e n te m u e r t o , p e r o e l p e r s o n a je d e P ie -
r r o t, c o m o el d e A r le q u í n , h a b r á p a sa d o a m a n o s d e lo s
escrito res « c u lt o s » ; se h a b rá co n v e rtid o e n u n tem a lite r a rio ,
im p reg n a d o a m e n u d o d e u n a ir o n ía fú n e b r e , u n lu g a r c o m ú n
e n poesía y u n disfraz d e b a ile d e m áscaras. Im ágen es residuales.
D e este m o d o , se e fe c tu ó u n a a c lim a ta c ió n c u ltu r a l, q u e
p re fig u ra lo q u e o c u r r ir á e n el siglo X X c o n el « a r te n e g r o » , el
jazz J el music-hall. A r tis ta s cu ltiv a d o s, e n te n d id o s r e fin a d o s se
a p a s io n a n c o n lo q u e q u e d a d e las fo r m a s vivas d e e x p r e s ió n
naif. S e e n tu s ia s m a n c o n u n m u n d o to d a v ía p r im it iv o , e n el
q u e se b u sca la e n e rg ía arcaica, se d e sc u b re n m o tivo s d e in s p i­
r a c ió n q u e p o d r ía n r e ju v e n e c e r e l « g r a n a r t e » . P e ro este
r e e n c u e n tro n o p u e d e c o n d u c ir a la r e c u p e r a c ió n p u r a y s im ­
p le de las fo rm a s de cre a c ió n naif y a su a d o p c ió n in te g ra l p o r el
arte e v o lu c io n a d o . E l artista n o p u e d e o lv id a r la r e fle x ió n n o s ­
tá lg ica q u e lo in v itó a d e s c u b r ir u n a rte p r i m a r i o ; n o p u e d e
za m b u llirse e n la fu e n te d e la J u v e n tu d y d esp o jarse d e to d o su
c o n o c im ie n t o p a ra v iv ir y c r e a r c o n e l e n tu s ia s m o d e u n a
e s p o n ta n e id a d r e c o b r a d a . C o n e l c ir c o , c o n e l a rte n e g r o ,
actu ará c o m o lo h iz o V ir g ilio c o n lo s p a sto res d e la A r c a d ia o
c o m o lo s r o m á n t ic o s c o n la p o e s ía d e O s s iá n : la m e n ta r á la
falta d e e s p o n ta n e id a d o r ig in a l e n u n a r e fle x ió n « s e n t im e n ­
ta l» y tra n s fo rm a d o r a . L as im ág en es arcaicas, in tr o d u c id a s e n
el le n g u a je d e l arte m o d e r n o , a p a re ce rá n c o m o lo s r e fle jo s de
u n m u n d o p e r d id o ; v iv irá n e n u n esp acio r e m e m o r a d o ; lleva­
r á n la m a rc a d e la p a s ió n p o r la v u e lta . S e r á n c r ia tu ra s d el
d eseo regresivo o p erso n a je s revestid os d e fo r m a p a ró d ic a .
9. H enri de T o u lo u se- L au trec , Boum-Boum en el circo Medrarlo, 18 9 3 -
EL DESLUMBRAMIENTO ANTE LA LIGEREZA
O EL TRIUNFO DEL PAYASO

E n el circo , e n el m u n d o d e la feria , la tra n s fo rm a c ió n se p r o ­


d u jo d e fo r m a re la tiv a m e n te le n ta . L a tr a n s p o s ic ió n estética
pasó p o r diversos estad ios. E n p r im e r lu g a r, tie n e la p a la b ra el
cro n ista tea tra l, q u ie n c o n u n estilo c u id a d o rela ta al p ú b lic o
in s tru id o d e lo s p e r ió d ic o s y las revistas e l e n tu sia sm o e x p e r i­
m e n ta d o e n lo s e s ta b le c im ie n to s a ló s q u e h a b itu a lm e n te n o
acu de la « g e n te d e b i e n » . G a u tie r es u n o d e lo s q u e m ás h a n
c o n t r ib u id o a d a r a esto s e s p e c tá c u lo s sus cartas d e n o b le z a
estética. ¿ Q u é le gusta e x p e r im e n ta r e n e llo s ? E n el c ir c o , e n
lo s e s p e c tá c u lo s d e v a r ie d a d e s , d is fr u ta c o n la h a b ilid a d , la
ligereza, e l v u e lo . Se extasía c o n las p ro e za s m aravillo sas.
A s í a c o n t e c e c u a n d o d e s c r ib e a la b a ila r in a d e c u e r d a :
¿ Qué hay más agradable de ver que una chicajoven que, con unafalda de lente -
ju e la sj las estrechas suelas de sus pequeñas zapatillas frotadas con blanco de
España, comprueba con el pie si el cable está suficientemente tenso, luego se lanza
intrépidamente sobre el abismo del auditorioy salta hasta las bambalinas del tea­
tro, como un volante impulsado por una raqueta ? N o existe nada más etéreo,
más ligero, ni de un riesgo tan encantador.
Y lo m ism o su ce d e c u a n d o c e le b r a las p r o e z a s d e A u r i o l ,
e l b u f ó n a c ró b a ta d e l « C i r q u e O li y m p i q u e » : A l lado de Auriol,
los monos son cojosj mancos; ¡as leyes de la gravedad parecen serle desconoci­
das: trepa como una mosca a lo largo de la superficie barnizada de una alta
columna; podría andar por el techo si quisiera; si no vuela es por coquetería. El
talento de Auriol es de una ductilidad maravillosa, es enciclopédico en su arte:
salta, hacejuegos malabares, es equilibrista, anda por la cuerda floja, escaba-
llistay actor bufo,y a todas estas cualidades añade unafuerza prodigiosa. Es un
gracioso Hércules, con piececitos de mujery manosy voz de niño. Es imposible
encontrar músculos mejor dispuestos, un cuello más atlético, una estructura más
ligeraj más fuerte; corona este conjunto una cabeza con una vivaracha cara
oriental, a la que una sola mueca basta para desencadenar la hilaridad de toda
la sala, famás se percibe el esfuerzo en los números del mejor c lo w n ... N o se
admira lo suficiente a los saltimbanquis; necesitan a la vez agilidad, corajey
vigor, tres cualidades inestimables para hacer lo que hace Auriol.
D e ig u a l m a n e ra , e n 18 3 8 , m a n ifie sta su a so m b ra d o e s tu ­
p o r a n te L a w re n c e y R e d is k a , clowns in g le se s, q u e « s e d e s c o ­
y u n t a n » a d e m á s d e a c tu a r c o m o p a ya so s: Todo lo que se puede
conseguir de los músculosj los nervios, ellos lo han conseguido: se dislocan, se
estiran, se comprimen, ruedan como un aro, ¡son prodigiosos! Su traje es de
una tremenda comicidad: el del primero es mitad rojo, mitad negro, con una
peluca pelirroja por una partey castaña por la otra; el del segundo, blanco,
arremangado, guarnecido con botones grandes como naranjas; lleva la cara
enharinada, con coloretesy acentuadas cejas circunflejas totalmente extrava­
gantes; esta combinación es de una fantasía inimaginablej va muy bien con la
actitud discretaj silenciosa del personaje.
Estos hermanos siameses de la pirueta superan todo lo visto hasta hoy: se
ponen los muslos en bandolera, componen sonrisas con las piernas como con un
hermoso lazo; se parten en d o sj las dos partes bailan; se convierten en sapos que
saltan sobre su vientre con las patas recogidas sobre las articulaciones como ver­
daderos sapos ingenuos que saliesen de la charca para tomar el fresco: se p lie­
gan, se despliegan, se hinchan, se deshinchanj hormiguean a la vista como un
nudo de serpientes. La gravedad no existe para ellos. ¡O h, magníficos volatine-
¿

10 . P ie r r e R o c h V i g n e r o n , ParaAuriol, recuerdo de Madrid, 1841*

ros, maravillosos saltadores! Después de veros nos sentimos humillados por


andar con lospiesj nos entran ganas de volver a casa dando volteretas.
E ig u a l o c u r r e c u a n d o e lo g ia lo s ta le n to s d e l P ie r r o t fr a n ­
cés: Deburau había tenido la suerte de cursar sus estudios clásicos sobre el
tapiz, en medio de lasplazasj las encrucijadas. Caminaba cabeza abajo, trans­
portaba escaleras con la punta de la nariz, se tamborileaba en la nuca con los
talones, andaba sobre zancos, se abría de piernas, hacía el salto mortal, era lo
que, en términos artísticos, se llama un hombre de goma, que se quiebraj dis­
loca. L a v ir tu d q u e e stim a p o r e n c im a d e las d em ás es la a g ili­
d a d , e l d e s a fío q u e e l c u e r p o d e l p a y a so a c r ó b a ta la n z a a la
fu e r z a d e g ra v e d a d , la m e ta m o r fo s is q u e le p e r m it e a lc a n za r
el vagabundeo alado de Puck. G a u t i e r , a u n q u e la m e n te v e r a u n
p in t o r in g lé s, P a tó n , r e p r e s e n ta r a O b e r ó n c o n las m allas d e
le n te ju e la s d e u n acropedestrian d e c ir c o , h a ce d e S h a k esp ea re,
rey de los genios, e l p a t r ó n tu t e la r d e l e té r e o e s p e c tá c u lo d e las
m aravillas, d e l v u e lo v a p o ro s o y le p a re ce q u e, e n el arte c o n ­
te m p o r á n e o , la b a ila r in a , e l m im o á g il s o n lo s m e jo r c a p a c i­
ta d o s p a r a r e e n c a r n a r su e s p ír it u a u t é n t ic o . C u e r p o s e n
m o v im ie n t o , s im p le s c u e r p o s , cu y o im p u ls o y lig e r e z a , s in
e m b a r g o , se sa le n d e lo c o m ú n y q u e r e a liz a n a p le n a lu z la
p r o e z a fa n tá stic a , im p o s ib le p a r a el re sto d e la h u m a n id a d .

E se es el e n tu s ia s m o q u e e s p e r a G a u t ie r . S u id e a l d e a rtista
( q u e se h a d e f i n i d o , d e m a n e r a u n ta n to s im p le , c o m o u n
id e a l d e p in t o r ) se v in c u la c o n to d a s las activid ad e s e n las q u e
se s u p e r a n e l s e r c o r p o r a l y la e x is te n c ia c a r n a l, n o p a ra
a b a n d o n a r su c o n d i c i ó n c o r p o r a l y c a r n a l, s in o p a r a p r o ­
p o r c io n a r le u n r e s p la n d o r g lo r io s o . A s í p u e s, el c ir c o p u e d e
ser u n o d e lo s lu g a res e m in e n te s p a ra la re v e la c ió n d e lo h e r ­
m o s o , c u a n d o es e l lu g a r e n q u e se d e s p lie g a n t o d o s lo s
re cu rs o s d e l v ir tu o s is m o m u s c u la r , c u a n d o , e n él, e l h o m b r e
se t r a n s fo r m a t o d o e n t e r o e n a lg o s u p e r io r e i n f e r i o r al
h o m b r e : u n g e n io a la d o , u n sa p o .
Q u e la p r o e z a d e l p a y a so a c r ó b a ta p u e d a s e r e l e q u iv a ­
le n te a le g ó ric o d e l acto p o é t ic o , d e a c u e rd o c o n u n a c o n c e p ­
c ió n d e la p o e s ía q u e h a ce d e l d o m in io t é c n ic o y d e la h a b i­
lid a d u n a v ir t u d e s e n c ia l, s e rá a fir m a d o p o r B a n v ille , d e
m a n e r a a u d az, e n el p o e m a p r e lim in a r y e n e l p o e m a d e c ie ­
r r e d e su a b ig a r r a d o l ib r o Odas funambulescas ( 1 8 5 7 ) . P a r a él,
c o m o p a ra G a u tie r , la d im e n s ió n p r iv ile g ia d a d e l clown es la
a ltu ra v e rtig in o s a : si el a tu e n d o d e l p ayaso s u p o n e u n d isfra z
r id í c u lo , si p a r a e l s e r v id o r d e la M u s a es u n a d e g r a d a c ió n
tocar el violín de pie en la escala del saltimbanqui, al m e n o s p u e d e r e s ­
p o n d e r así, m e d ia n te la ir o n ía , al e n v ile c im ie n to d e u n siglo ,
p re sa d e l p o d e r d e l d in e r o , e n e l q u e no se oye más que la raqueta
de la ruletaj) la banca.
11. M aro C h a g a l l , Acróbata, 19 14 .-19 15-
E l im p u ls o h ip e r b ó lic o h a c ia la a ltu ra c o n f ie r e a la revo ­
lu c ió n d e l p o e ta la a p a r ie n c ia g lo r io s a d e u n a v ic to ria :

... Mais qu’ilsoit


Un héros soublime ou grotesque;
0 Muse! qu ’il chasse aux vautours,
Ou qu’il daignefaire des tours
Sur la cordefunambulesque,
Tribun, prophéte ou baladin,
Toujoursfuyant avec dédain
Les pavés que le passantfoule,
II marche sur lesfiers sommets
Ou sur la corde ignoble, mais
Au-dessus desfronts de lafoule."

E sta s u p e r io r id a d , se e x p r e s a , e n e l p o e m a t it u la d o « E l
clown» m e d ia n te la a ltu ra gan ad a p o r la e lev a ció n q u e p r o c u r a
e l salto . B a n v ille im a g in a u n a c o n q u is ta irr e s is tib le d e l e sp a ­
c io . E l payaso, a p esar d e t e n e r una herida en el costado, se p ro y ecta
h a cia el a b ism o estelar:

De la pesanteur affranchi,
Sansjy voir clair il eütfianchi
Les escaliers de Piranése.
La lumiére qui lefrappait
Faisait resplendir son toupet
Comme un brasier dans lafournaise .**

E n lu g a r d e ser im a g in a d a s c o m o u n a b ism o al fo n d o d e l
cu a l d esa p a re ce la e s p e ra n za , las escaleras de Piranesi s o n a le g r e ­

* « . . . M a s ja sea / un héroe sublime o grotesco; / j O h M u s a !,ja cace buitres, / o se digne a dar


vueltas / sobre el cable funambulesco, / tribuno, saltimbanqui o profeta / siempre rehiriendo con
indiferencia / las aceras que pisa la multitud, / camina sobre las orgullosos cimas / o sobre el cable
innoble, mas / p o r encima de lasfrentes de la m ultitud». [ N . d e l T . ]
** « D e la gravedad liberado, / sin verlo claro hubo atravesado / de Piranesi las escaleras. / La luz
m e n te s u p e ra d a s c o n u n a c a b r io la q u e p r o y e c ta al a c r ó b a ta
d e ab ajo a rrib a . E n este v u e lo d e G á n im e d e s (al q u e n o a r r e ­
b a ta n i n g ú n J ú p i t e r ) , las i n n o b le s r e a lid a d e s a b a n d o n a d a s
c u e n ta n e n v e rd a d ta n to c o m o lo s h o r iz o n te s c o n q u is ta d o s :

«Plus loin!plus hautlje vois encore


Des boursiers á lunettes d ’or,
Des critiques, des demoiselles
Et des réalistes enfeu.
Plus haut!plus loin! de l ’air! du bleu!
Des ailes! des ailes! des ailes! »

Enjin, de son vil échafaud,


Le clown sauta si haut, si haut!
Q u ’il creva leplafond de toiles
Au son du cor et du tambour,
Et, le coeur devoré d ’amour,
Alia rouler dans les étoiles.

E n el p o e m a d e A r io s to , A s to lfo v o la b a p a ra i r a b u sc a r e n
la lu n a la r a z ó n p e r d id a d e O r l a n d o . B a n v ille , a su vez, m ás
o rg u llo s o d e lo q u e p o d r ía p a re c e r , se v a n a g lo r ia d e c o n c lu ir
las Odas funambulescas c o n la p a la b r a q u e p o n e f i n a La divina
comedia: En este último poema he intentado expresar lo que mejor siento: la
atracción por el abismo de las alturas. Y, además, una de las supersticiones que
más aprecio es la que me empuja a terminar un libro, siempre que puedo, con la
palabra que termina L a d iv in a c o m e d ia de Dante, con la divina palabra,
así, escrita en plural:

Estrellas.

que lo golpeó / hizo resplandecer su mechón / como las ascuas de una hoguera^. [N . d e l T . ]
* «■"¡Más lejos!, ¡más alto!, todavía veo / corredores de bolsa con gafas de oro / críticos, señoritas /
y realistas ardorosos. / ¡Más alto!, ¡más lejos!, ¡aire! ¡cielo!, / ¡Alas! ¡alas! ¡alas!” / / A l fin, de su
vil estrado, / el clow n saltó tan alto, tan alto / que reventó el techo de tela / al sonido de la trompa
y eltambor, /y , con el corazón consumido de amor, / fu e a rodar a las estrellas2>. [ N . d e l T . ]
N o c a r e c e d e in t e r é s a d v e r tir q u e u n a d e las p r im e r a s
g ra n d e s o b ra s p ic tó r ic a s in s p ira d a s p o r la v id a d e l c ir c o , Miss
La La d e D ega s, es u n a a d m ir a b le e x p r e s ió n d e la v e rtic a lid a d
y la a s c e n s ió n : la d im e n s i ó n q u e este c u a d r o e x a lta es s in
d u d a a lg u n a la a ltu ra v e r tig in o s a y, d e a c u e rd o c o n la e x p r e ­
s ió n d e B a n v ille , el abismo de ¡as alturas.
L a t r a n s p o s ic ió n p o é t ic a , tal c o m o a p a re ce e n G a u t ie r o
B a n v ille , a te stig u a u n a s im p a tía d in á m ic a y p lá s tic a h a c ia el
p ayaso a c ró b a ta . E l p o e ta se id e n t ific a c o n su p o d e r d e le v i-
t a c ió n ; r e c o n o c e e n é l el d o m i n i o q u e é l m is m o p r e t e n d e
e je r c e r e n el c u e r p o v e rb a l d e l le n g u a je . P e ro la p a r tic ip a c ió n
a fe c tiv a n o va m u c h o m ás a llá : p u r a a g ilid a d e s p e c ta c u la r ,
p r o e z a o p tim ista , e l salto d e l p ayaso a c ró b a ta n o a rra stra a la
im a g in a c ió n p o é t ic a a u n a a v e n tu r a c o m p r o m e t e d o r a . L o s
v u e lo s se q u e d a n , la m a y o ría d e las veces, e n e l im p u ls o i n i ­
c ia l d e l t r a m p o lín . P o r su p r o p i o v ir t u o s is m o , la h a z a ñ a
a c r o b á t ic a se s e p a ra d e la v id a d e lo s d e a b a jo : e l p o e t a , si
p o n e e n p r á c tic a su a p li c a c i ó n a le g ó r ic a , se c o n s a g r a a la
tarea d e a fir m a r su lib e r t a d e n u n j u e g o s u p e r io r y g r a tu ito ,
p o n ie n d o m a la cara a lo s b u r g u e s e s , a lo s « s e n t a d o s » .
B a u d e la ire , e n su re se ñ a so b re B a n v ille , m a n tie n e las d is ­
tan cias b a jo la a p a r ie n c ia d e la a d m ir a c ió n y se ñ a la el d e fe c to
d e su p o e sía : Todo en el mundo lírico, hombres, paisajes, palacios está por
así decir lle v a d o h a sta la a p o t e o s is . U n a lu z d e g lo r ia fá c il se
d if u n d e p o r to d a s p a r te s . L a a d v e r s id a d , e l s u f r im ie n t o , la
horrible vida de aplicaciónj lucha d e s a p a r e c e n c o m o p o r e n c a n to .
E l esp acio p a re c e estar a b ie r to y lib r e , ex p u e sto a to d o s n u e s ­
tro s im p u ls o s : En esos maravillosos instantes, todo el ser interior se eleva en
el aire mediante una ligerezaj una expansión excesivas, como para alcanzflr
una región más alta. P e r o , esta e u f o r ia , este h u m o r ¿ n o s o n
in c o n s is t e n t e s ? ¿ N o le s fa lta lo n e g a t iv o , la s o m b r a y la
m a t e r ia lid a d , s in las c u a le s la p o e s ía n o es m ás q u e u n a
p o m p a d e ja b ó n q u e se p ie r d e e n e l a z u l? E l salto d e l clown d e
12. E d g a r D e g a s , Miss La La en el circo Fernando, ca. l 8 7 9 -
13. Lafunambulista, s/f.

B a n v ille , su h u id a v e rtic a l fu e r a d e la d e c e p c io n a n te r e a lid a d


so n u n o d e lo s m e jo re s e m b le m a s p o sib le s p a ra la e m b ria g u e z
p r o p ia d e la ironía romántica: s o n las gestas d e u n e s p ír it u q u e
a firm a su lib e rta d m e d ia n te e l rech a zo d esesp era d o d e la c o n ­
tin g e n c ia im p e rfe c ta . S e p u e d e a p lica r a q u í e l severo v e re d icto
d e H e g e l: la lib e r ta d ir ó n ic a se vu elve ella m ism a h u e c a y van a
al p r e te n d e r alzarse p o r e n c im a d e l e s p ectá cu lo d e la v a n id a d
h u m a n a . L a h u id a h a c ia las r e g io n e s d e la p u r a id e a lid a d se
p ie r d e e n u n a a b stra c c ió n sin c o n te n id o .

Abrir una ventana en el muro de tela es lo q u e c o n s ig u e e l p ayaso d e


M a lla r m é s ig u ie n d o el e je m p lo d e l clown d e B a n v ille . P e rsig u e
su id e a l n o e n la a lt u r a e s te la r , s in o e n e l a g u a lím p id a d e
u n a m ira d a a m a d a. C o n e l m a y o r p e lig r o , m u e r e p a ra tra ta r
d e r e n a c e r e n el a b s o lu to d e u n a m o r t r a n s fo r m a d o r , p e r o ,
14. M a r i e - A l e x a n d r e A l o p h e , e s c e n a d e LaPeri, a c t o I , 1 8 4 3 *

al revés q u e e l v u e lo h a c ia las estrellas, el b a ñ o fe liz e n e l lago


d e la v id a n o im p lic a u n t r iu n f o d e l a rte . E s, p o r el c o n t r a ­
r io , su n e g a c ió n c u lp a b le . E l clown d e M a lla r m é d e sc u b re q u e
lia tr a ic io n a d o a la « M u s a » , la p o e s ía , al p r e t e n d e r vivir u n a
r e s u r r e c c ió n e x tá tic a ; e l g e n io es in s e p a r a b le d e l disfraz■L a
c o n d e n a d e l payaso es h a ce rse c o n s c ie n te d e e llo . « E l payaso
c a stig a d o » acaba c o n estos tres versos:

Ranee nuit de lapeau quand sur moi vouspassiez,


N e sachantpas, ingrat! que c’était tout mon sacre,
Cefard noyé dans l’eau perfide desglaciers. *

« N oche de la piel, rancia pasabas sobre mí, / s in jo saber, ingrato, que mi apoteosis era / un
afeite ahogado en aguasfelonas de glaciar»-. S . M a lla rm é , Poesía, tra d . d e F. G o r b e a ,
B u e n o s A ir e s , E d ic io n e s L ib r e r ía s d e l F au sto , 1 9 7 5 - [N . d e l T . ]
S e g ú n este p o e m a , c la ra m e n te a le g ó ric o , el artista, a la vez
e x c lu id o d e la v id a y s e p a r a d o d e l id e a l, d e b e p e r m a n e c e r
p r i s i o n e r o d e u n e s p a c io c e r r a d o : histrión o mal Hamlet, n o
d e b e a b a n d o n a r las ta b la s, el u n iv e r s o a r t ific ia l e n el q u e el
h o l l í n d e lo s q u in q u é s sirv e p a r a r e p r e s e n t a r la b a r b a q u e
a d o r n a la m e jilla d e l a c to r . Q u e r e r a b a n d o n a r el lu g a r d e la
f ig u r a c ió n m e ta fó r ic a p a ra c o n q u is ta r lo s p la c e re s d e la v id a
es su s a c r ile g io 1.

I E l te m a d e la c o lis ió n e n tr e e l a rte y la v id a es d e s a rr o lla d o d e fo r m a jo c o s a


y m e lo d r a m á t ic a e n Les Saltimbanques ( 1 8 9 9 ) d e L o u is G a n n e y Los payasos
(1 8 9 2 ) d e L e o n c a v a llo . S o n o b ra s triv ia les, c o n u n e stilo a fa v o r d e la vid a ,
q u e g o z a r o n d e é x ito . T a l v ez, al p ú b lic o le b a y a a g ra d a d o , e n u n e sp e c tá ­
c u lo lír ic o , v e r a l a rte s u c u m b ir b a jo la c o n t r a d ic c ió n v ic to r io s a d e la r e a li­
d ad p a sio n a l. S o b r e IPagíiacci, v éa n se las n o ta s d e M ic h e l L e ir is e n Operrati-
ques, P a rís, P . O . L . , 1 9 9 2 .
o,;,
• •raiCc
íjcT

15. P a b l o P i c a s s o , Salomé, 1905-


DEL ANDRÓGINO A LA MUJER FATAL

C o n c e n t r é m o n o s a h o r a e n a lg u n a s d e las o b s e r v a c io n e s de
T h é o p h i le G a u t i e r . A u r i o l , ta l c o m o lo d e s c r ib e , es u n
a n d r ó g i n o : Es un gracioso Hércules, con piececitos de m ujer... P a r e c e
c o m o si la lig e r e z a a fe m in a s e al a c r ó b a ta . D e l m is m o m o d o
se p o d r ía d e c ir q u e es u n A n t í n o o m u s c u lo s o . L a p le n it u d
d el c u e r p o , c o n la m a ra v illo sa h a b ilid a d q u e d esp lieg a, c o n s ­
titu y e u n a v a r ia n te d in a m iz a d a d e la a c t it u d n a r c is is ta : e l
in d iv id u o se c o n s a g r a a sí m is m o t o d a la a t e n c ió n ; t o d o su
in te ré s lo in v ie rte e n su c u e r p o , e n su m o tr ic id a d exaltad a. A
d if e r e n c ia d e l N a r c is o c o n t e m p la t iv o , i n c l i n a d o s o b r e su
im a g e n in m ó v il, el a cró b a ta , b a jo la m ira d a d e l p ú b lic o an te
el q u e se e x h ib e , p e r s ig u e su p r o p ia p e r f e c c ió n a través d e la
c o n s e c u c ió n d e l a c to p r o d i g i o s o q u e m u e s tr a t o d o s lo s
r ecu rso s d e su c u e r p o . Y se p o d r ía a ñ a d ir q u e la c o n s e c u c ió n
p o é tic a d e l a rte p o r el a rte te s tim o n ia la m ism a s o le d a d n a r ­
cisista. L a B e lle z a q u e se b asta a sí m ism a es u n a n d r ó g in o : su
d eseo es d eseo d e sí m ism a .
L a a n d r o g in ia d e l p a ya so a c r ó b a ta es m e n o s u n a p r u e b a
o b je tiv a q u e u n a p r o y e c c ió n im a g in a tiv a d e l e s p e c t a d o r -
p o e t a . I n c lu s o c u a n d o e l c o m e n t a r io lit e r a r i o r e s u lta b a s ­
ta n te s u p e r fic ia l ( c o m o es e l ca so d e B a n v ille y G a u t ie r ) ,
in c lu s o c u a n d o n o s lim it a m o s a l e s tilo d e la c r ó n i c a y la
a n é c d o ta , u n e x ce s o s o ñ a d o r y m ít ic o v ie n e a d e f o r m a r la
d e s c r ip c ió n . G u a n d o la e la b o r a c ió n lit e r a r ia se v u e lv a m ás
a p a sio n a d a , el c o m p o n e n t e m ític o se irá a c e n tu a n d o .
P a ra el F la u b e r t a d o le s c e n t e , el m u n d o d e la fe r ia es u n
r e in o le ja n o , in a c c e s ib le , c o n u n f u l g o r s e m e ja n te al d e la
alta so c ie d a d . L as d os s o n fra n ja s exó tica s e n lo s c o n fin e s d e l
u n iv e rs o b u r g u é s . E l re a l d e la fe r ia , e n p le n a E u r o p a , revive
u n a é p o c a tr a s n o c h a d a , d e s p lie g a u n o r o p e l o r ie n t a l, u n
u n iv e rs o b á r b a r o y r e fin a d o , se p a ra d o d e la vid a re a l p o r u n a
fr o n t e r a im p a lp a b le q u e h a ce d esea b les tan tas m ara villa s a la
v e z c e r c a n a s y p r o h ib id a s . L a c a b a llis ta , la m u je r a c r ó b a ta
s o n , n o m e n o s q u e las v e r d a d e r a s p r in c e s a s , e x tr a n je r a s
en ig m ática s, q u e p o r su fle x ib ilid a d , su v ig o r, r e su lta n p e r s e ­
g u id o r a s id e a le s . E s c u c h e m o s las c o n f id e n c ia s d e l j o v e n
F la u b e r t; e n ellas e n c o n tr a m o s las im á g e n e s, q u e n o s s o n ya
c o n o c id a s , d e l v u e lo h a c ia la a ltu ra , p e r o c o n u n a p a r t ic ip a ­
c ió n p a sio n a l m ás in ten sa : Yo anhelaba vagamente algo espléndido, que
no habría sabido formular con palabras, ni precisar en mi pensamiento de nin­
guna manera, pero por el que sentía un perenne deseo positivo. Siempre me han
gustado las cosas brillantes. De niño me abría camino entre la muchedumbre
hasta la portezuela de los charlatanes, para ver los galones de sus criadosj las
cintas de la brida de sus caballos; me quedaba largo rato delante de la tienda de
los malabaristas para contemplar sus pantalones bombachosj sus gorgueras
bordadas. ¡ Oh! ¡ Cómo me gustaba, sobre todo, la bailarina de cuerda, con sus
largos pendientes que iba n j venían alrededor de su cabeza,j su largo collar de
piedras que le golpeaba el pecho! ¡C o n qué avidez inquieta la observaba,
cuando se lanzaba hasta la altura de las bombillas suspendidas entre los árbo­
les;,j su vestido, bordado con lentejuelas de oro, crujía al saltary se hinchaba
16. G e o r g e s S e u r a t , El circo, 1891*
17. Palmyre Anoto, amazona de silla plana, ca. 1 8 5 0 .

con el aire! Estas son las primeras mujeres a las que amé. M i espíritu se ator­
mentaba soñando con esos muslos deformas extrañas tan prietos en sus medias
rosas, esos brazosflexibles, ceñidos con brazaletes, que hacían sonar a su espalda
cuando, inclinándose hacia atrás, tocaban el suelo con las plumas de su tur­
bante... L a actriz, la ca n ta n te to m a r o n , sin p ro b le m a s, el relevo
d e la fu n a m b u lis ta e n e l e n s u e ñ o d e l a d o le sce n te . L a f e m i n i ­
d a d id e a l se a so cia p a ra é l ( c o m o p a ra ta n to s d e sus c o n t e m ­
p o rá n e o s ) c o n la ilu m in a c ió n g lo r io s a e in fa m a n te d e u n esce­
nario e n el q u e la m u je r se o fr e c e y se m u e stra esq u iva, t o d o a
la v e z, c o n la fa lta d e p u d o r d e u n a e x h ib ic ió n p o r la q u e se
p a g a . E l e s p e c tá c u lo es t e n t a c ió n y, c o m o san A n t o n i o , el
e s p e c ta d o r s u fr e u n a fa s c in a c ió n c o n t r a la q u e n o p o d r á
d e fe n d e rs e m ás q u e c o n la a u to fla g e la c ió n .
C u a r e n t a a ñ o s d e d is ta n c ia s e p a r a n estas lín e a s d e F la u -
b e r t y lo s ex tra ñ o s e n su e ñ o s d e A contrapelo, d o n d e D e s E s se in -
tes pasa revista a las fig u ra s d e sus a m a n te s. L a p r im e r a q u e le
v ie n e a la m e m o r ia es u n a a cró b a ta d e c ir c o , M iss U r a n ia , una
americana de buena planta, con piernas enérgicas, músculos de aceroy brazos
de hierro. A l c o n te m p la r a esta m u je r , e l h é r o e d e J . - K . H u y s -
m an s se d eja a rra stra r a u n a p r o y e c c ió n im ag in a tiv a, q u e es el
c o n tr a r io exacto d e la fe m in iz a c ió n d e l a c ró b a ta A u r i o l a los
o jo s d e G a u t ie r . M iss U r a n ia se c o n v ie r t e e n u n a d o m i n a ­
d o r a m a s c u lin a , a n te la q u e e l e s p e c t a d o r e x p e r im e n t a u n
s e n t im ie n t o d e d e s v ir iliz a c ió n , p e r o esta in v e r s ió n d e lo s
p a p eles sexu ales, le jo s d e p r o v o c a r la r e p u ls ió n , excita e n D e s
E s s e in te s la c u r io s id a d y e l d e s e o . D e s e a c o n v e r t ir a esta
m u c h a c h a e n la p a r e ja e n é r g ic a d e u n a e x p e r ie n c ia m a s o -
q u ista: A medida que él admiraba suflexibilidady su fuerza, veía producirse
en ella un cambio artificial de sexo; sus graciosos mohínesy sus remilgos de hem­
bra se desdibujaban m á sj más, mientras que en su lugar se desarrollaban los
encantos ágilesj) poderosos de un macho... Entonces, al igual que un robusto
mocetón se prenda de una muchacha flacucha, esta artista debe amar, por ins­
tinto, a una criatura débil, encogida, semejante a mí, exhausto —se dice Des
Esseintes—; afuerza de observarse, de dejar actuar el espíritu de comparación,
acabó, a su vez, teniendo la impresión de que él mismo se feminizabay ansió

18 . H e n r i d e T o u l o u s e - L a u t r e c , En el circo: ejercicio sobre silla plana, 1899*


19. E d g a r D e g a s , Bailarina con ramo saludando (d e ta lle ), 18 7 8 .
20. E d g a r D e g a s , La canción del perro enun café-cantante, 1 8 7 5 - 1 8 7 7 .
21. A u brey V i n c e n t B e a r d s l e y , « T h e C lim a x » ,
ilu s tr a c ió n p a ra Salomé d e O s c a r W ild e , I 8 9 4 1-

decididamente la posesión de esta mujer. .. L a e x p e r ie n c ia d e la r e a li­


d a d —es d e c ir , la s u m is ió n a M iss U r a n ia — d e s t r u ir á e l f a n ­
ta sm a , c o n g r a n d e c e p c i ó n p a r a D e s E s s e in te s . L a im a g e n
q u e su ce d e a M iss U r a n ia e n la m e m o r ia d e l h é r o e será la d e
u n a v e n tr ílo c u a d e c a fé - c a n t a n t e ...
L ig a d o al e x o tis m o d e l e s p e ctá c u lo d e fe r ia , d e F la u b e r t a
H u y s m a n s se h a p r o p a g a d o y a m p lific a d o u n c u r io s o te m a
m ític o . L a m u je r , ta l c o m o se la t ie n e d e r e c h o a c o n te m p la r
pagando, n o es s ó lo d if e r e n t e d e to d a s las d e m á s m u je r e s , es,
a d e m á s, s e c r e ta m e n te d if e r e n t e d e su a p a r e n te f e m in id a d .
22. E d v a r d M u n c h , Elvampiro, 189 4*

P o see u n in m e n s o p o d e r d e m e ta m o rfo s is , a so cia d o a su a g i­


lid a d , d e l q u e su rg e su a p titu d p a ra r e v e s tir u n p a p e l se xu a l
c a m b ia n te a lo s o jo s d e l e s p e c t a d o r . S e p r e s ta a l c a p r ic h o
im a g in a tiv o d e l p r e t e n d i e n t e . A p r i m e r a v ista , n o es m ás
q u e u n o b je t o m a r a v illo s o q u e p a r e c e e sta r e s p e r a n d o q u e
a lg u ie n lo r e c o ja c o m o u n fr u t o . V ir tu a lm e n t e , d a la im p r e ­
s ió n d e p e r te n e c e r al m e jo r p o s to r . Es u n a cosa, casi u n a v íc ­
tim a ; se la r e p r e s e n ta ca u tiv a d e u n a t ir a n ía im p la c a b le : u n
d ir e c t o r c r u e l la s e c u e s tr a y la e x p lo ta , p r in c e s a p r is io n e r a
q u e e s p e r a se r lib e r a d a . P e r o esta v íc tim a , este o b je to v e n a l
tie n e músculos de acero: c o n su fu e r z a , sus re c u rs o s s o b r e h u m a ­
n o s , su m a g n íf ic a a n im a lid a d , e s ca p a a to d a s u je c ió n . D e
a c u e rd o c o n la d ia lé c tic a p o la r d e la im a g in a c ió n , la v íc tim a
id e a l se tr a n s fo r m a r á p id a m e n te e n v e r d u g o : e n la f le x ib ili­
d a d d e ese c u e r p o f e m e n i n o se e s c o n d e , e n r e a lid a d , u n a
v ir ilid a d agresiva y p e lig r o s a . H a y a lg o q u e la u n e c o n las f i e ­
ras q u e se e x h ib e n e n la m is m a p is ta . D e s g r a c ia p a r a el
im p r u d e n t e q u e in t e n t e p o s e e r la . E sta c a b a llista n o es s ó lo
u n a f r ía a m a z o n a , u n a D ia n a i n d i f e r e n t e al a m o r : es u n a
H é c a te fú n e b r e q u e c o n d u c e u n p á lid o c o r t e jo d e d ifu n to s .
P o c o fa lta p a r a q u e se le a tr ib u y a n lo s d ie n t e s a fila d o s d e l
v a m p ir o e n b u sc a d e s a n g re fr e s c a : e l m ito d e la vamp to m a
d e a q u í su o rig e n . U n o d e lo s eje m p lo s m ás so b re co g e d o re s d e
este p e r s o n a je es la L u lu d e F r a n k W e d e k in d , q u e a p a re ce al
c o m ie n z o d e Erdgeist ( 1 8 9 5 ) c o n u n tr a je d e P ie r r o t . E sta
m u je r d e s tr u c tiv a a c a b a r á c o n v ir t ié n d o s e e lla m is m a e n la
v íc tim a d e J a c k el D e s t r ip a d o r : r e ú n e e n sí m is m a lo s d o s
aspectos, activo y p asivo , d e l p a p e l p e rv e rso im a g in a rio q u e el
e s p e c t a d o r d e se a p r o y e c t a r s o b r e la a c tr iz . L a S a lo m é d e
O s c a r W ild e p o d r ía ig u a lm e n t e ilu s t r a r esta f u n c i ó n fa ta l:
H e r o d e s le c o n c e d e to d o a c a m b io d e l e s p e c tá c u lo d e v e r su
c u e r p o b a ila r , y lo q u e e lla p id e , d e sp u é s d e la d a n za d e lo s
siete ve lo s, es la cab eza d e J o k a n a n , el h o m b r e d e D io s .
23. J ea n - I gnace G r a n d v il l e , « L os a m o re s» , 18 4 4 .
E n este n iv e l d e e la b o r a c ió n in te rp re ta tiv a , el t r iu n f o á gil d e l
c u e r p o fe m e n in o se c o n v ie rte e n u n a m a n ife s ta c ió n d e l m a l y
ese t r iu n f o a d q u ie r e la d im e n s ió n d e u n v e rd a d e r o escá n d alo
c o n la p e r d i c i ó n o e l s a c r ific io c o r r e la tiv o s d e u n a p a r e ja
m a s c u lin a . B a sta c o n r e c o r d a r q u e , d e s d e la E d a d M e d ia ,
la d a n z a se h a a s o c ia d o al s im b o lis m o d e la lu j u r i a , p e c a d o
ca p ita l; y q u e , e n la A n t ig ü e d a d p a g a n a , las d an zas y lo s j u e ­
gos d e h a b ilid a d , ta n p r o n t o c o m o d e ja r o n d e te n e r u n v a lo r
r itu a l y vo tiv o , se c o n s id e r a r o n im p ú d ic o s e in fa m a n te s.
M ie n t r a s q u e e n lo s c e r t á m e n e s a tlé t ic o s e l c u e r p o se
s u p e r a c o n la i n t e n c i ó n d e lo g r a r u n a p r o e z a m e n s u r a b le ,
m ie n tr a s q u e e n e l m o v im ie n to r it u a l e l g e sto se t r a s c ie n d e
c o n la m ir a d a p u e s ta e n su s ig n ific a d o s im b ó lic o , la d a n za y
la a c r o b a c ia e sp e c ta c u la re s s ó lo r e m it e n al p r o p io c u e r p o , a
su g r a c ia , a su v ig o r , a su a t r a c c ió n e r ó t ic a . E sta r e fe r e n c ia
d e l c u e r p o a sí m is m o n o es, s in e m b a r g o , d e l m is m o t ip o
q u e la q u e se p r o d u c e c u a n d o el c u e r p o se e n c u e n tr a d e sn u d o
e in m ó v il. L a b a ila r in a —p o r p o c o ve stid a q u e se esté— a su m e
s ie m p r e u n p a p e l i lu s o r io , se c o n v ie r t e e n o tr a , r e p r e s e n ta
u n a flo r , u n p á ja r o , u n a d iv in id a d im a g in a ria , u n p e r s o n a je
d e la t r a d ic ió n c u ltu r a l (u n a s ílfid e , T it a n ia o la P e r i) . P e ro
esta a lie n a c ió n rep resen ta tiva , c u a le s q u ie ra q u e sean su d e c o ­
r a d o y a cce s o rio s d e in d u m e n ta r ia , se su sten ta to d a ella e n el
c u e r p o d e la b a ila r in a e, in c lu s o si se e n c a r n a n c o n éx ito lo s
p e r s o n a je s ev o ca d o s, la p r e s e n c ia c a r n a l p re v a le c e . U n b a t i­
m á n p e r p e tu o alza e l c u e r p o h asta U na s ig n ific a c ió n fic tic ia y
lo re e n v ía d esd e esa s ig n ific a c ió n a la p r e s e n c ia fís ic a lite r a l.
L a a tr a c c ió n q u e e je r c e la b a ila r in a r e sid e e n g r a n m e d id a e n
esa s u p e r a c ió n tru n c a d a , q u e la r o d e a d e u n h a lo d e s ig n ifi­
ca c io n e s limitadas, s ig n ific a c io n e s re to m a d a s y re crea d a s p o r el
se r d e c a r n e . L a e v a s ió n fr u s tr a d a d e l c u e r p o h a c ia u n s e n ­
tid o evan escen te es, a lo s o jo s d e l esteta d e l siglo X IX , la s e d u c ­
c ió n m ás p e r tu r b a d o r a . E n LaFanfarlo, n o v e la q u e B a u d e la ire
t it u la c o n u n n o m b r e d e g u e r r a d e s lu m b r a n t e y f r í v o lo , la
fa s c in a c ió n e je r c id a p o r la h e r o ín a es p r o d u c t o d e lo s p a p e ­
les fa b u lo s o s cuya ilu s ió n m a n tie n e su ce siva m e n te d e m a n e ra
p e r fe c ta . P a r a q u e el c u e r p o d e la F a n fa r lo e je r z a t o d a la
a tr a c c ió n q u e la h a ce d e se a b le , es p r e c is o q u e la p r o ta g o n is ta
d e s e m p e ñ e u n a m u lt ip lic id a d d e p e r s o n a je s p o r m e d io d e l
e je r c ic io m á g ic o d e la p a n t o m im a : Poruña agradable sucesión de
metamorfosis, aparecía bajo el aspecto de Colombina, Margarita, Elviray
Zgfiñnay recibía con la mayor alegría del mundo los besos de varias generacio­
nes de personajes extraídos de diversos paísesy literaturas... La Fanfarlo se
mostró unas veces decente, otras mágica, otras loca, otras alegre; fu e sublime
en su arte, actriztan buena con las piernas como bailarina con los ojos... La
danza puede revelar todo lo que de misterioso encierra la m úsicaj tiene ade­
más el mérito de ser humanoy palpable. La danza es poesía con los brazosy las
piernas, es la materia, graciosay terrible, animada, embellecida por el movi­
miento. L a m u je r d e b e , p u e s , ev a d irse d e la m a te r ia . S i n o es
tr a n s fig u r a d a p o r u n a s ig n ific a c ió n esté tica , q u e e lla m ism a
2 4 .J ohn B r a n d a r d , « K i n g o f t h e C a s tle » , 18 5 8 .
crea o q u e le a trib u y e el e s p e c ta d o r, se c o r r o m p e e n la m a te ­
r ia lid a d l it e r a l d e su c u e r p o , e n e l p e c a d o d e la e x is te n c ia
n a t u r a l. E l h é r o e d e B a u d e la ir e n o d e se a a la F a n fa r lo m ás
q u e e n la m e d id a e n q u e r e c o n o c e e n e lla a las fig u r a s d e l
r e p e r t o r i o lit e r a r i o y t o d o u n p a s a d o d e fi c c i ó n : Fue a la vez
un capricho de Shakespearej una bufonada italiana. Y c u a n d o la F a n ­
fa r lo , d esv estid a , se le o fr e c e , S a m u e l C r a m e r , poseído por un
extraño antojo, se pone a gritar como un niño mimado: —¡Quiero a Colom ­
bina, devuélveme a Colombina; devuélvemela tal como se me apareció la tarde
en que me volvió loco con su atavío estrafalarioj su blusa de saltimbanqui!...
—¡N o olvide el colorete! Q u i e n a q u í a p a r e c e , e l a u t o r d e l e lo g io
d e l m a q u illa je , es e l e n e m ig o d e la n a t u r a le z a . D is p u e s t o a
h in c a rse d e r o d illa s y s u fr ir m il m u e rte s a n te u n íd o lo a r t ifi­
c ia lm e n te a d o r n a d o (y cu ya to ta l fa lse d a d r e c o n o c e p e r fe c ta -
26. F é l i c i e n R o p s , El vicio supremo, 1884-.

m e n te , p o r h a b e r c o n t r ib u id o a ella ), e je rc e rá la m ás d e s p r e ­
c ia b le c r u e ld a d h a c ia la F a n fa r lo c u a n d o ésta n o sea m ás q u e
u n a m u je r , in c a p a z d e h a c e r d u r a r la o s c ila c ió n e n tre la p r e ­
s e n c ia r e a l y la s i g n i f i c a c i ó n e v o c a d a s im b ó lic a m e n t e . L a
a c triz , u n a v e z q u e h a s u c u m b id o a su n a tu r a le z a d e m u je r ,
p ie r d e p a r a s ie m p r e e l p r e s tig io d e su p a p e l, se d e ja in v a d ir
c o m p le ta m e n te p o r la in e r c ia d e la ca r n e . C u a n d o el p o e ta se
aleja, la c a p a c id a d d e v u e lo d e la F a n fa r lo se d isip a , la fa ta li­
d a d a n ta g o n is ta , la g r a v e d a d , t r i u n f a . E l p o e t a se d e s q u ita
d e s c r ib ie n d o d e fo r m a o fe n s iv a el d e s tin o d e esta m u c h a c h a
d esp u és d e la r u p tu r a : En cuanto a ella, cada día está más gorda; se ha
convertido en una beldadgrasienta, reluciente, lustrosaj rosada, una especie
de damisela ministerial. D e s p u é s d e h a b e r s id o , c o n e l v e stid o d e
C o lo m b i n a , e n e l a ta vío d e s a ltim b a n q u i, la s e d u c t o r a m ás
27. C h a r l e s B a u d e l a i r e , Autorretrato con ¡a mirada puesta en una bolsa de escudos
que se aleja volando, 1 8 5 7 - 1 8 5 8 (é p o c a d el p r o c e s o p o r Lasjloresdel mal).

in q u ie t a n t e , n o le q u e d a s in o c o n v e r t ir s e e n u n o d e esos
se res d e lo s q u e B a u d e la ir e e n M i corazón al desnudo h a b la c o n
u n a f r ía a g r e s iv id a d : La mujer es lo contrario del dandy. Debe, pues,
causar horror. La mujer tiene hambrej quiere comer; sed j quiere beber; está en
c e lo j quiere que la folien. ¡Bonito mérito! La mujer es n a t u r a l, es decir,
abominable... La mujer no puede separar el alma del cuerpo. Es simple como
los animales. Un satírico diría que es así porque no tiene más que el cuerpo.
B a u d e la ir e t e s t im o n ia a q u í e l d e sa so sie g o p o r la c o n d i c i ó n
c o r p ó r e a , u n a d e las c a r a c te r ís tic a s p e r s is te n te s d e l e s p ír itu
d e su t ie m p o . E l c u e r p o es e l m a l, es la c o n t in g e n c ia ; el
c ir c o , el re a l d e la fe r ia , la ó p e r a se fr e c u e n ta n p a ra v e r c ó m o
lo s c u e r p o s b u sc a n g lo r io s a m e n te , v a n a m e n te , su r e d e n c ió n
m e d ia n te e l m o v im ie n t o ; a llí se d eg u sta a la vez la t e n t a c ió n
d e l p e c a d o y la p r o m e s a d e u n a l ib e r a c i ó n e s té tic a . ¿ N o se
p r e s ta n lo s c u e r p o s a u n a le c t u r a id e a lis ta ? M a lla r m é r e i n -
tr o d u c ir á la n o c ió n d e l r ito y d e l c u lto p a ra ju s tific a r su gu sto
p o r lo s e s p e c tá c u lo s ; le h e c h iz a n la g r a c ia y el e n m a r a ñ a ­
m ie n to d e lo s m o v im ie n to s , c o n tal d e h a c e r d e ello s el signifi­
cante d ir ig id o h a cia u n a m iste rio sa re v e la ció n : la d an za es p a ra
él e l tex to e n m o v im ie n to d e u n d is cu rso sile n c io s o p r o n u n ­
cia d o c o n el c u e r p o , p e r o e n el q u e e l c u e r p o q u e d a a b o lid o .
E l ballet se c o n v ie r t e e n u n jeroglífico: La bailarina n o es u n a
m u je r q u e b a ila , por los siguientes motivosjuxtapuestos: ella n o es u n a
m u je r , sino una metáfora que compendia uno de los aspectos elementales de
nuestra forma, espada, copa, flor, etc. , j n o b a ila , sugiere con una escritura
corpórea, mediante un prodigio de escoraos e impulsos, lo que requeriría párra­
fos de prosa dialogadaj descriptiva para ser expresado con la escritura: poema
libre de todo instrumento del escriba. E ste e x tr a ñ a m ie n to s e m á n tic o ,
a u n q u e d e p e n d a d e l ta le n to su gestivo d e l a c to r, n o es m e n o s
t r ib u t a r io d e l e s fu e r z o m e n ta l d e l e s p e c ta d o r . E n c u a lq u ie r
m o m e n t o , e l b a ila r ín p u e d e p e r d e r la f u n c i ó n s ig n ific a n t e
q u e , s in s a b e rlo , le h a sid o a tr ib u id a y q u e , p o r así d e c ir , le
p riv a d e su c u e r p o ; se a ju sta rá d e n u e v o a su r e a lid a d m a te ­
ria l: n o a tr a íd o d e fo r m a t o r p e h a c ia e l s u e lo , sin o a b a n d o ­
n a d o p o r la s ig n ific a c ió n id e a l y r e d u c id o a la tris te e v id e n cia
de su p r e s e n c ia c a rn a l.
E sta o s c ila c ió n d e fin e p e r fe c ta m e n te e l c lim a q u e p r e v a ­
le c e , ta n to e n el c ir c o c o m o e n la ó p e r a , a fin a le s d e l sig lo
X IX . E n tr e el t r iu n fo d e la ca rn e y la v ir tu a lid a d d e u n a s ig n i­
fic a c ió n s im b ó lic a su g e r id a p o r el a r g u m e n to d e l ballet, p e r o
c o n m a y o r fr e c u e n c ia a s u m id a p o r e l p o e t a - e s p e c t a d o r , el
esp ectá cu lo o fr e c e al e s p íritu u n a e le c c ió n d e v é rtig o : d ejarse
fa sc in a r p o r la p r e s e n c ia fu e r t e y v u lg a r d e la r e a lid a d vita l o
tra n s ce n d e r, p o r u n d e cre to d e la c o n c ie n c ia in terp reta tiva , la
re a lid a d d e l c u e r p o p a ra lan zarse h a cia el le ja n o h o r iz o n te d e
u n a s ig n ific a c ió n a le g ó r ic a . E n to n c e s , e l e s p ír itu e n c u e n tr a
e n e l salto d e la b a ila r in a o d e l a cró b a ta la im a g e n de su p r o ­
p io salto « h i p e r b ó l i c o » , a p a rta d o d e t o d o se n tid o lite r a l. A
p a r tir d e a h í se e n tie n d e q u e e n esta é p o ca , e n la q u e se d e sa ­
r r o lla n d e fo r m a p a ra lela las c o rr ie n te s d e l rea lism o y d e l sim ­
b o lis m o , el c irco haya p o d id o prestarse altern a tiv am en te a u n a
le c tu r a « r e a lis ta » (Los hermanos Zemganno d e E d m o n d d e G o n -
c o u rt) y « s im b o lis ta » (El circo solar d e G u stave K a h n ) .
S i el c u e r p o es el m a l, lo m e jo r q u e p o d r ía m o s h a c e r sería
e lu d ir lo o t r a n s fig u r a r lo . E l dandy, q u e B a u d e la ire o p o n e a la
m u je r natural, es p r e c is a m e n te e l h o m b r e q u e se e s fu e r z a e n
t r a s c e n d e r e l a c o n t e c im ie n t o c o n t i n g e n t e d e la e x is te n c ia
c o r p o r a l. C o n la m ag ia d e lo s a r tific io s d e l a rre g lo p e r s o n a l,
e l d a n d y in t e n t a a u s e n ta r s e d e su c u e r p o ; y, c o m o b i e n h a
m o s tra d o J e a n - P a u l S a r tr e , se p r e o c u p a ta n to d e su a sp e c to
c o n e l ú n ic o f i n d e n o a ju s ta rse a su p r e s e n c ia c o r p o r a l: es
s o b e r a n o a llí, e n u n r e in o e s p ir itu a l, d o n d e n a d ie lo p u e d e
h e r ir , d o n d e se m u e stra g la c ia l, in v u ln e r a b le , e n m a sc a ra d o ,
h a b ita n te p r o v is io n a l d e su a p a r ie n c ia y r e d u c id o ca si —p o r
v o lu n t a d p r o p ia — al e s ta d o d e e s p e c t r o . C o n v ie n e s e ñ a la r
a h o r a q u e u n a d e las fu n c io n e s h a b itu a le s d e l p a ya so , d esd e
e l R e n a c im ie n t o y e l te a tr o is a b e lin o , es la d e p a r o d ia r al
d an d y: la risa su rg e al v e r a u n c a n d id a to al d a n d is m o q u e d a r
p r e s o e n la tra m p a d e su c u e r p o .
P u e s n a d a c o n d u c e d e v u e lta al c u e r p o c o m o e l fra c a s o
s u frid o al in te n ta r escap ar d e él. Q u i e n q u ie r e c o n v e rtirse e n
á n g el, se c o n v ie rte e n b estia. Esta es la im a g e n q u e n o s o fr e c e
d e fo r m a e je m p la r el h o m b r e d e l sig lo X IX . S i es u n b u r g u é s
s e r io , si n o se u n e a la s o s p e c h o s a c o fr a d ía d e lo s d a n d y s, se
d e fin e de manera abstracta c o m o u n a c o n c ie n c ia y, si es p o s ib le ,
c o m o u n a b u e n a c o n c ie n c ia o c o m o u n e s p íritu ilu s tra d o . S u
a p a r ie n c ia fís ic a , su c u e r p o , es e l m e n o r d e sus a tr ib u to s .
A p a r te in c lu s o d e c u a lq u ie r a sce tism o , e l c u e r p o es c o n s id e ­
r a d o c o m o u n a d ita m e n to fa s t id io s o , q u e ú n ic a m e n t e va le
p a ra c u b r ir c o n v e s tid u r a s o s c u r a s . E stá d e s tin a d o a l a b a n ­
d o n o , o lv id a d o , « c o n f i n a d o » e n las tin ie b la s e x te rio re s. Cave
carnem, e s c rib e s ig n ific a tiv a m e n te A m i e l e n su Diario d e 18 5 7 .
S e h a ce d if íc il la d is t in c ió n e n tr e el clergjiman y el a tu e n d o d e l
b u r g u é s r e s p e ta b le : lo s d o s o c u lt a n d e la m is m a m a n e r a la
m o le s ta a p a r ie n c ia c o r p o r a l. L as b a rb a s patriarcales só lo d e ja n
ya re s p la n d e c e r la m ira d a , espejo del alma. P e ro p o r u n a c u rio s a
c o n s e c u e n c ia , el c u e r p o a b a n d o n a d o se d e fo rm a , se e n co rv a ,
le sale b a rrig a : p o r m ás q u e se q u ie r a o lv id a r, vu elve a la carga
de fo r m a o b sc e n a y g ro tesca . B a u d e la ire exclam a:

0 monstruositéspleurant leur véternent!


0 ridicules troncs! torses dignes des masques!
0 pauvres corps tordus, maigres, ventrus ouflasques,
Que le dieu de l ’ Utile, implacable et serein,
Enfants, emmaillota dans ses langes d ’airain!

P r e s c in d ib le , c o n t i n g e n t e , e l c u e r p o va p o r su c u e n ta ;
cu a n d o d e b e r ía h a b e rse b o r r a d o , re a p a re ce c o m o u n a fa ta li­
d a d r id ic u la . E l b u r g u é s i n c l i n a d o s o b r e sus c u e n ta s , e l
o b r e r o p e g a d o , casi u n c i d o , a su d e sp ia d a d a m á q u in a so n e n
la m ism a m e d id a testigo s d e u n d e s p o s e im ie n to (d e u n a a lie ­
n a c ió n ) e n e l q u e el c u e r p o les es c o n fis c a d o p o r u n a ta re a
q u e se h a c e p a s a r p o r u n a b s o lu t o . D a u m ie r se rá e l te s tig o
g e n ia l d e esta miseria d e la c o n d ic ió n d e la ca rn e . S in d u d a , n o
ta rd a rá e n o írs e la lla m a d a , p o r la p lu m a d e N ie tz sc h e y a lg u ­
n o s o tro s, al d esp e rta r y a la r e h a b ilita c ió n d e l c u e r p o , u n id o s
a la c e le b r a c ió n d e la d an za . P e ro esta lla m a d a n o h a b ría sid o
ta n v e h e m e n te si el c u e r p o n o h u b ie se s u fr id o u n a esp ecie d e
e x ilio : u n e x ilio y u n exceso d e p re se n c ia , p o r q u e el e s p íritu ,
p o r su p a r t e , a u s e n te e n la r e g i ó n d e las le ja n a s fr o n t e r a s ,
d e jó d e t e n e r al c u e r p o c o m o v e rd a d e r o c o m p a ñ e r o .
E s te d e s t in o a fe c ta , e n e l s ig lo X IX , a la m a s c u lin id a d y,
a u n c u a n d o la m a y o r ía d e las m u je r e s c o n o c e n la m is m a

* <<:¡ O h qué monstruosidades llorando sus vestidos! / ¡ Oh ridículos troncos! ¡Torsos dignos de más­
caras! / ¡Pobres cuerpos torcidos, flacos, gordosj fofos, / que, implacabley sereno, fa jó el dios de
lo Útil, / cuando aún eran niños, en pañales de bron ce!» . C h . B a u d e la ir e , Las flores del
mal, tra d . d e L . M a rtín e z d e M e r lo , M a d rid , C á te d r a , 2 0 0 0 . [N . d e l T .3
su e rte , e l h o m b r e d e l sig lo XXX se h a ce u n a im a g e n in v e rsa y
c o m p le m e n ta r ia d e la fe m in id a d id e a l. L a m u je r , se g ú n este
m ito , es la g ra n te n ta d o r a , p o r q u e su n a tu ra le za la co n sa g ra a
n o a u sen tarse d e lo o r g á n ic o . L o q u e la h a ce atractiva y t e m i­
b le es q u e e lla r e p r e s e n t a la t ib ia y c u lp a b le in h e r e n c i a al
c u e r p o , la o p u le n ta in m a n e n c ia c a r n a l. P ara el h o m b r e , q u e
se h a d e s e n t e n d id o d e su a p a r ie n c ia fís ic a , la p le n i t u d v ita l
d e l d e s n u d o f e m e n i n o r e p r e s e n t a u n a sp e c to d e la u n id a d
p r im itiv a q u e n o h a p o d id o d e s t r u ir la c iv iliz a c ió n . N o h ay
m ás q u e r e c o r d a r e l e m b le m á t ic o Almuerzo en ¡a hierba d e
M a n e t. L o s n o s tá lg ic o s e v o c a r á n e l E d é n p e r d id o o i r á n a
b u sc a r lo a la P o lin e s ia . E n ese c u e r p o r e g id o p o r su ley o r g á ­
n ic a , to d a v ía d o r m it a e l e s p ír it u , y la c a r n e está e s t ú p id a ­
m e n te lim ita d a p o r su p r o p io e s p le n d o r . Es u n a riqueza natu­
ral: a h o r a b i e n , e l s ig lo se c o n s a g r a a la e x p lo t a c ió n d e las
r iq u e z a s n a tu r a le s . E ste es e l m o t iv o p o r e l q u e la c r ia t u r a
fe m e n in a p u e d e ser tra tad a c o m o o b je to , ya sea p a ra h a c e r d e
e lla u n íd o lo e m p lu m a d o , ya sea p a r a fo r z a r la a c o n v e r tir s e
e n u n o b je to d e t r á fic o . C o r te s a n a s , e n tr e te n id a s , m o d is t i­
llas y b u s c o n a s so n , e n d iv e rso s g ra d o s d e la escala so c ia l, las
im á g e n e s (reales y m ítica s a la vez) d e la fe m in id a d lo c a d e su
c u e r p o , q u e va a c o n ta m in a r —a fe c c ió n in s id io s a — el im p e r io
a b stra cto d e l d in e r o . E n e l e s c e n a r io , la a m a z o n a , la d o m a ­
d o r a , la b a ila r in a , la a c r ó b a ta v a n a m a n ife s ta r la c o n d ic ió n
c a r n a l d e la m u je r d e m a n e r a m ás i n d e p e n d i e n t e : e je r c e n
s o b r e sus c u e r p o s u n d o m i n i o e s p lé n d id o , m u lt ip lic a n
m e d ia n te el m o v im ie n to to d o s sus atractivos, sa b e n d esp le g a r
tod as sus en erg ía s e n e l t r iu n f o g ra tu ito d e l v ir t u o s is m o : este
t r iu n f o , sin e m b a rg o , o c u p a e l á rea lim ita d a d e la p ista y d e l
te a tr o ; se n o s o fr e c e b a jo la lu z a r t ific ia l d e lo s p r o y e c to r e s ;
la m u je r v e n c e d o r a está ro d e a d a p o r u n d e c o ra d o d e ilu s ió n ,
q u e es a la vez j o y e r o y p r is ió n . P a ra e l v iv id o r , es u n a p re sa
q u e se o fr e c e , q u e se d e ja a r r a s tr a r s in r e s is te n c ia a a lg ú n
'-\a

28. P a b l o P i c a s s o , Parejo cenando, 1 9 0 1 .

« r e s e r v a d o » d e re sta u ra n te fin o . N a d a hay m ás sig n ifica tiv o


q u e esas im á g e n e s d e parejas cenando q u e se m u lt i p li c a n e n
t o r n o a i g o o . E l h o m b r e y la m u je r se e n c u e n tr a n c o n f r o n ­
tad o s a n te las o stras y el c h a m p á n : él, m a g n a te d e las f i n a n ­
zas, panzudo, g ro te sco , con ch aqu é, p r o t e g id o p o r la
e n o r m e p e c h e r a a lm id o n a d a , c o n lo s o jo s e n to r n a d o s ; ella,
p e la n d u s c a o artista, esco ta d a , e s p le n d o r o s a c o m o u n c r is a n ­
te m o , to d a c a r n e y r e fle jo s n a ca ra d o s d e e p id e r m is .
C o m o r e su lta d o d e esta c o n f r o n t a c ió n , a u m e n ta la se p a ­
r a c ió n , e l d e sfa s e d if e r e n c i a l e n tr e e l c u e r p o r id í c u lo d e l
h o m b r e y e l c u e r p o g lo r io s o d e la m u je r , q u e se m o s tr a r á
c o m o E l D o r a d o in a c c e s ib le , c o m o u n a f l o r p r o h i b i d a .
R e le g a d o e n su d é b il a vid ez, e n el v a n o d e se o , e n la d esg ra cia
2 9 . D o s a cto re s, c e rá m ic a á tica, sig lo I V a .C .

d e l c u e r p o y la d e fo r m id a d , e l h o m b r e se c o n v e r tir á e n p o e ta
d e u n a E va a n t ig u a o fu t u r a , a n o s e r q u e se d e d iq u e a
d e n u n c ia r el e n g a ñ o d e la fe m in id a d tr iu n fa n te : e n c u a n to a
su p r o p ia s it u a c ió n , p o d r á a s ig n a r s e u n a r e p r e s e n t a c ió n
m ític a r e c u r r i e n d o a im á g e n e s to m a d a s d e l m u n d o d e la
b u fo n a d a t r a d ic io n a l, p u e s , c o n u n a a n t ig ü e d a d i n m e m o ­
r ia l, el m u n d o d e l te a tr o p o p u la r h a b ía c u ltiv a d o al m is m o
tie m p o las m ara villa s d e la a g ilid a d y la c o m ic id a d d e la t o r ­
p e z a . A m e n u d o se h a n c r e a d o p e r s o n a je s e m p a r e ja d o s ,
p a reja s asim étrica s. S i el clown in g lé s d e l te a tro d e l sig lo XVI es
e l h e r e d e r o d e l d ia b lillo m e d ie v a l V i c i o , cu y a in f a t ig a b le
v iv a c id a d p o s e e a v e c e s, es t a m b ié n ( p o r su e t im o lo g ía q u e
r e m o n ta a clod = t e r r ó n ) , e l r ú s t ic o , e l to s c o , e l se r d e c o m ­
p r e n s ió n le n ta , el t o r p e q u e re a liz a a l revés to d o lo q u e se le
p id e . E n el le n g u a je d e la c a r a c te r o lo g ía a lq u ím ic a , e l payaso
á g il c o r r e s p o n d e a l t ip o mercurial, m ie n t r a s q u e e l p ayaso
t o r p e exp resa el p eso d e la tierra, cuya fr ia ld a d ta m b ié n p o se e .
L a id e a d e l a m o r a p e n a s le r o z a y, c u a n d o se le o fr e c e u n a
c o n q u is ta , la d e ja esca p a r to n ta m e n te . A esta t r a d ic ió n p e r ­
t e n e c e n lo s G ilíe s y lo s P ie r r o ts d e la Commedia. E sto s s o n lo s
h é r o e s d e u n fra c a s o p e r p e t u o , fra c a s o d e l q u e a p en a s e llo s
m ism o s t ie n e n c o n c ie n c ia , h asta tal p u n t o es o b tu s o su e s p í­
r itu . .. E ste tip o tr a d ic io n a l o fr e c ía u n a im a g e n p re d e stin a d a
a la r e p r e s e n t a c ió n d e l h u n d i m i e n t o d e la m a s c u lin id a d
f r e n t e a la fe m i n i d a d t r i u n f a n t e . L o s p in t o r e s —L a u t r e c ,
S e u ra t— m u ltip lic a r á n , a lo s p ie s d e lig era s y g lo rio sa s a m a z o ­
n as c o n tu t ú , la im a g e n d e l A u g u s t o r is u e ñ o , i n d i f e r e n t e ,
t it u b e a n t e ; p o r su p a r t e , lo s e s c r it o r e s (e s c o lta d o s p o r sus
ilu s tr a d o r e s ) t r a z a r á n c o n r e c u e r d o s d e m u s e o la g e sta d e
G ilíe s y P ie r r o t. G e r m a in N o u v e a u p r e g u n ta :
Gilíes, J¡ls de Watteau, grandjrére des Lys blancs,
Debout dans le soleil et tombé de la Lune,
Es-tu sombre, es-tugai, dans tes habits ballants?
L ’áne braít-il? Ou sí le Dodeur t’importune?*

L a fo r g u e c o n fie r e a lo s blancos monaguillos de la Luna to d o s lo s


sa rca sm o s d e u n a fi lo s o f í a m is ó g in a , la d e c e p c ió n a p u r a d a
h asta las h e c e s :

... l ’idée de lafemme


Se prenant au sérieux encor
Dans ce síécle, voilá, les tord
D ’un rire aux déchirantesgammes!

N e leurjetezpas lapierre, o
Vous qu’affecte unejarretiére!
Allez, nejetezpas la pierre
Aux blancs parias, auxpurs pierrots! “

P e ro estos p e rso n a je s ta n lle n o s d e ir o n ía h a cia la m u je r y


el a m o r están e n c o n n iv e n c ia c o n la m u e rte , q u e sa b e n q u e es
la g r a n y v e r d a d e r a t r iu n f a d o r a . E x p r e s a n la m is e r ia d e la
c o n d ic ió n c o r p o r a l hasta co n v e r tir se ello s m ism o s e n fa n ta s­
m as, a p a r ic io n e s , a c to r e s d e d a n za m a c a b r a . V e r la in e , cu y o
p e r s o n a je e v o lu c io n a r á h a cia la a p a r ie n c ia d e l payaso se n su al
a h o g a d o e n a lc o h o l y lá g rim a s, p re se n ta u n r e tra to esp ectra l.

Ce n’estplus le reveur lunaire du vieil air


Q ui riait aux aieux dans les dessus de porte,
Sagaité, commesa chandelle, hélas! estmorte,
Et son spectre aujourd’hui nous hante, minee et clair.

Et voici queparmí l ’ejfroi d ’un longéclair


Sapále blouse a l’air, au ventfroid qui l ’emporte,
D ’un linceul, etsa bouche est béante, de soñé
Q u ’ il semble hurler sous les morsures du ver. ***
c*. -

31. J a m e s E n so r, Pierroty esqueleto vestido de amarillo, 1 8 9 3 .

A l t o m a r ese a s p e c to m a c ile n t o y m a c a b r o , e l P ie r r o t
to r p e a d q u ir ió u n a a g ilid a d su p erlativa. F a n to ch e d e m o n ía c o ,

* «Gilíes, hijo de Watteau,gran hermano de los Lirios blancos, / de pie en elsoly caído de la Luna. /
¿ Estás triste, estás contento con tus vestidos amplios ? / ¿ Rebudia el asno ? ¿ O acaso el Doctor te
im portuna?». [N . d e l T . ]
** « . . . la idea de la m ujer/ que a estas alturas se toma en serio, /le s da tal risa, que es un misterio/
que se puedan contener. / N o les tiréis piedras, no seáis duros, / / no maltratéis a losPierrots, ¡oh
manflota / que una liga alborota! / Ellos son blancos parias, Pierrots p u ro s» . J . L a fo r g u e ,
Imitación de Nuestra Señora la Luna, tr a d . d e A . R o d r íg u e z L ó p e z - V á z q u e z ,
M a d r id , H ip e r ió n , 1 9 9 6 . [N . d e l T . ]
* * * « ¿D ón d e está el soñador de las lunas de antaño / que reía a las gentes desde un alto dintel? / Se
apagaron sus risas, muerta está su candela / y hoy nos ronda su espectro flacoy blanca la tez. // A
la luz del horror de un relámpago vemos / su blusón palidísimo que hincha el viento invernal / cual
m ortaja,y su boca tan abierta, lo mismo / que si aullase al sentir que le muerde el gusano».
P. V e r la in e , Poesía, tra d . d e C . P u jo l, B a rc e lo n a , P la n e ta, 199^ - [N . d e l T .]
q u e re v o lo te a so b re lo s v ie n to s d e u ltr a tu m b a , ya n o es u n ser
am asad o c o n la p esad a pasta te rre stre : se h a c o n v e r tid o e n u n
ser m e r c u ria l, el a zo g u e c o r r e p o r sus ven as, atraviesa c o m o si
fu e r a n u n a ro d e p a p e l las fr o n te r a s d e la v id a y de la m u e rte .
E l P ie r r o t e n ju to d e lo s sim b o lista s y d e W ille tte es u n a fig u r a
s in c r é tic a q u e a m a lg a m a r e c u e r d o s e v id e n te s d e la Commedia,
p e r o ta m b ié n la fig u r a m e d ita b u n d a d e H a m le t, la m u e c a d e l
M e fis tó fe le s d e G o e t h e , la to ta lid a d a d o r n a d a ad ¡ibitum d e la
ca n a lla d e M o n tm a r tr e . P e ro al revés q u e la a g ilid a d v ita l d e l
a cró b a ta y d e la trap ecista, la fle x ib ilid a d m e r c u ria l d e l P ie r r o t
e s p e c tra l n o lo a rra stra h a c ia la a ltu r a g lo r io s a : é l p e r te n e c e
al abismo del mundo inferior. Y a e n la b io g r a fía d e J u le s J a n in , e l
p e r s o n a je s e m ile g e n d a r io d e D e b u r a u a p a r e c ía c o m o u n
artista a co sa d o p o r la d e sv e n tu ra , c o n d e n a d o a lo s a ccid e n te s
y las caídas m ás h u m illa n te s . A d e m á s , J u le s J a n in , al c o n t r a ­
r i o q u e G a u t ie r , h a b ía in t e r p r e t a d o la p a n t o m im a d e L e s
F u n a m b u le s n o c o m o u n a m a n ife s ta c ió n v ig o r o s a d e l g e n io
p o p u la r , s in o , m u y al c o n t r a r io , c o m o fr u to d e la d e s c o m ­
p o s i c i ó n , c o m o u n d iv e r t im e n t o d e B a jo I m p e r i o . E n la
a tm ó s fe r a decadente d e l f i n a l d e s ig lo , lo s P ie r r o ts lu n a r e s se
a c lim a ta rá n s in d ific u lta d . S i o b serv a m o s c o n a te n c ió n , v e r e ­
m o s q u e el p r o p io G a u tie r c o n tr ib u y ó a ilu m in a r a D e b u r a u
c o n esta lu z esp e ctra l.
D e sp e g a d o , fr ío , in s e n s ib le a lo s e n c a n to s d e las m u je re s,
P ie r r o t n o le p a re c e só lo el p e r s o n a je sim p le d e la t r a d ic ió n ,
q u e , a lo s u m o , se in te r e s a p o r lo s p la c e re s d e la g lo t o n e r ía .
T a n to e n sus c o m e n t a r io s , c o m o e n su p r o p io te a tr o , G a u ­
tie r, n o ta rd ó e n h a c e r d e él u n Sonderling, u n ser al margen, cuya
v e rd a d e r a p a tr ia n o es d e este m u n d o . L a d is tr a c c ió n m e ta fí­
sica d e P ie r r o t lo s e p a ra d e lo s viv o s h a sta t r a n s fo r m a r lo e n
p e r s o n a je postumo, sa lid o d e l lim b o y d e s tin a d o a p r e c ip ita r s e
e n é l d e n u e v o . Es u n d e s e r to r d e la v id a te rre s tre (G is e lle , la
P e r i —las h e r o ín a s -e s tr e lla s q u e G a u tie r d e s tin ó a la m ú sica y
a la d an za — s o n ta m b ié n h a b ita n te s d e l m ás a llá ) .
E n la m u y c é le b r e p a n t o m im a d e l Ropavejero, P ie r r o t a se­
sin a a u n tr a p e r o p a ra a seg u ra rse u n b r illa n t e éx ito so cia l; e n
e l m o m e n t o e n e l q u e se d is p o n e a c o n d u c i r al a lta r a la
h e r e d e r a q u e lo h a rá d u q u e , se a p a re ce e l e s p e c tro d e l r o p a ­
v e je r o , estrecha a Pierrot entre sus largos brazosj le obliga a bailar con él un
vals infernal... El asesinado aprieta al asesino contra su pecho, de manera que
la punta del sable penetra en el cuerpo de Pierroty le sale por la espalda. La
víctimay el homicida están ensartados por el mismo hierro como dos abejorros
a los que se hubiera pinchado con el mismo alfiler. La pareja fantástica da
todavía algunas vueltasj se hunde en una trampilla, en medio de una vasta
llama de esencia de trementina... P ie r r o t se c o n v ie r t e a sí e n u n a
fig u r a e je m p la r d e l c r im e n y d e l ca stigo ; es u n p a ra d ig m a d el
33 . H o n o r é D a u m ie r , Traslado de saltimbanquis, c a . l 847" I ^ 5^-
fr a c a s o . G a u tie r d e s c ifra e n él u n a a le g o r ía q u e c o n c ie r n e a
la e s e n c ia d e la h u m a n id a d : Pierrot, que se pasea por la calle con su
sobretodo blanco, su pantalón blancoj su rostro enharinado, preocupado por
vagos deseos, ¿ no es la simbolización del alma humana todavía inocentej
blanca, atormentada por infinitas aspiraciones a las regiones superiores?
E ste c o m e n ta r io d e G a u tie r es, a su vez, la « s im b o liz a c ió n »
d e las c o n v ic c io n e s d e l artista d e 1 8 4 0 , q u e n o p e r c ib e el éx ito
y la r iq u e z a m ás q u e b a jo el aspecto d e l c r im e n , y q u e b u sca la
c o m p lic id a d d e la m u e rte o d e la m a ld ic ió n p a ra p r o t e g e r la
id e a q u e él se h a ce d e su p u re za .
34. O d il o n R ed o n , La flor de la ciénaga, 1885*
E r a f u n c i ó n d e B a u d e la ir e lle v a r a su m ás a lto g ra d o d e c o n ­
c e n t r a c ió n lo s te m a s q u e n o s h a n a p a r e c id o h a sta a h o r a d e
f o r m a d is p e r s a . E sta e la b o r a c i ó n l it e r a r ia n o es s ó lo u n a
v a r ia c ió n b r illa n t e so b re u n tem a p in to r e s c o : c o r r e s p o n d e al
d e s a r r o llo d e u n a d r a m a t u r g ia ín t im a y d e s e m b o c a e n u n a
im a g e n in f in it a m e n t e c o m p le ja d e la c o n d i c i ó n d e l p o e t a y
d e la p o e s ía . B a u d e la ir e , p o e t a d e las « d o s p r e t e n s io n e s
sim u ltá n e a s » , p r o p o r c io n ó al artista, b a jo la fig u r a d e l b u f ó n
y d e l s a ltim b a n q u i, la v o c a c ió n c o n t r a d ic t o r ia d e l v u e lo y la
ca íd a , d e la a ltu ra y e l a b is m o , d e la B e lle z a y la M a la su e rte .

E l p o e m a « E l a lb a tr o s » a sig n a al p o e ta la s u p re m a cía d o m i ­
n a d o r a e n e l a le te o s o lita r io , p e r o al p r e c io d e u n a d e g r a d a ­
c ió n b u fo n e s c a e n tr e lo s h o m b r e s :

Ce vayageur ailé, comme il estgauche et veulel


L uí, naguére si beau, qu’il est comique et laid!

* « ¡Aquel viajero alado qué torpe esy cobarde! / ¡E l tan bello hace poco, qué risibley qué fe o ! » .
C h . B a u d e la ir e , Las flores del mal, t r a d . d e L . M a r t ín e z d e M e r lo , M a d r id ,
C á te d r a , 3 0 0 0 . [ N . d e l T . ]
L a m ise ria h ace d e su Musa venal u n saltimbanqui en ayunas: ella
v ie n e a desplegar su s e n c a n to s , e x h ib e su risa

trempé de pleurs qu ’on ne voitpas,


Pourfaire épanouir la rate du vulgaire. *

B a u d e la ir e r e n u e v a y a h o n d a u n a t r a d ic ió n , q u e se
r e m o n t a p o r lo m e n o s al s ig lo X V III, s e g ú n la c u a l e l a c to r
e s c o n d e b a jo su t r iu n f o y sus a leg ría s fin g id a s u n a lm a d e se s­
p e r a d a . C o n t r ib u y e a f i j a r , m e j o r q u e el T r i b o u l e t y la
G w y n p la in e d e V í c t o r H u g o , el a r q u e tip o d e l p ayaso trá g ic o ,
cuya im a g e n se p e r p e tu a r á a través d e la lite r a tu r a y la p in tu r a
d e va rio s d e c e n io s .
C u a n d o d e scrib e la c o m ic id a d v io le n ta d e lo s clowns in g le ­
ses, B a u d e la ir e se d e m o r a c o n c o m p la c e n c ia e n las im á g e n e s
e n las q u e e l payaso d e s e m p e ñ a e l p a p e l d e u n a v íc tim a g r o ­
tesca: El Pierrot inglés llegaba como la tempestad, caía como un fardoy,
cuando reía, su risa hacía temblar la sala; esa risa se parecía a un jubiloso
trueno. ..P o m o sé quéfechoría, Pierrot debía serfinalmente guillotinado... El
instrumento fúnebre estaba, pues, allí, erigido sobre los tabladosfranceses, pro­
fundamente sorprendidos con esta novedad. Tras haber lu cha d oj bramado
como un buey que presiente el matadero, Pierrot sufría finalmente su destino.
La cabeza se desprendía del cuello, una poderosa cabeza b la n ca j roja, que
rodaba con ruido delante de la concha del apuntador mostrando el disco san­
grante del cuello, la vértebra escindidaj todos los detalles de una pieza de car­
nicería recién cortada para el mostrador. Pero, entonces, de pronto, el torso
decapitado, movido por la monomanía irresistible del vuelo, se enderezaba,
escamoteaba triunfalmente su propia cabeza, como un jamón o una botella de
vin o ,j, mucho más sagazque el gran san Dionisio, ¡se la metía en el bolsillo!
C o n este m a r tirio ch u sco , el payaso r e e n c u e n tra e n su vid a
p o stu m a la fa cu lta d d e v o la r: es u n esp e ctro ju b ilo s o . P e ro e n

* «empapada por un llanto invisible / para hacer que la chusma se parta a carcajadas» . C h . B a u ­
d elaire, Lasflores del mal, op. cit. [N . d e l T .]
la p a rá b o la Una muerte heroica, cu yo t o n o g e n e r a l es ta n ce rca n o
a a lg u n o s c u e n to s d e E d g a r A lia n P o e , el b u f ó n F a n c io u lle va
a ca e r d e cab eza sin r e m is ió n e n la m u e r te .
L a r e la c i ó n d e l b u f ó n y d e l p r í n c i p e es d e n a tu r a le z a
sád ica e n este re la to e n el q u e la c r u e ld a d ca ra cte riza e n ig u a l
m e d id a a ca d a u n o d e lo s d o s h é r o e s . F a n c io u lle está i m p li ­
ca d o e n u n a c o n s p ir a c ió n e n la q u e se p r o y e c ta b a d e r r ib a r al
p r ín c ip e . E l b u fó n , a u n q u e fu e se casi uno de los amigos del príncipe,
se d e jó al f i n a tra e r, c o m o B a u d e la ir e e n 1 8 4 8 , p o r el a r r e ­
b a to d e u n a a ven tu ra r e v o lu c io n a r ia . D e n u n c ia d o , a rresta d o ,
in d u lt a d o e n a p a r ie n c ia , e n las m a n o s d e l p r í n c i p e n o fu e
sin o la v íctim a d e u n a ven g an za re fin a d a . E ste p r ín c ip e artista,
al que un exceso de sensibilidad volvía en muchos casos mas cruely más déspota
que todos sus semejantes, va a p r o c u r a r e n tr e te n e r su a b u r r im ie n to
o r g a n iz a n d o u n a e je c u c ió n fu e r a d e lo c o m ú n . A s í, p r o m e te
salvar la v id a a F a n c io u lle p e r o só lo a c o n d i c i ó n d e q u e éste
r e p r e s e n t e a la p e r f e c c i ó n uno de susprincipalesj mejores papeles.
A u n q u e e l r e la t o e v o q u e u n R e n a c im ie n t o i m a g in a r io , el
a rte d e F a n c io u lle es el d e D e b u r a u : El señor Fancioulle sobresalía
especialmente en los papeles mudos o poco cargados de palabras, que son a
menudo los principales en esos dramas mágicos cuyo objetivo es representar
simbólicamente el misterio de la vida. Entró en el escenario con ligerezflj una
soltura perfecta.
F a n c io u lle se s u p e r a . S i n e m b a r g o , u n n i ñ o , a p o s ta d o
p o r e l p r ín c ip e , d e p r o n t o d a un pitido agudo, prolongado... E ste
s ig n o b r u ta l d e desaprobación in t e r r u m p e a F a n c io u lle en uno de
sus mejores momentos... Fancioulle, sacudido, despertado de su sueño, primero
cerró los ojos, luego los volvió a abrir casi inmediatamente, enormes, a conti­
nuación abrió la boca como para respirar convulsamente.. .y luego cayó muerto
en redondo sobre las tablas.
B a u d e la ir e , d e a c u e r d o c o n su a p tit u d p a r a ser s im u lt á ­
n e a m e n te la h e r id a y el c u c h illo , es a la vez el tira n o d o m in a d o
p o r el spleen y el m im o d e su m a a g ilid a d , q u e , e n e l m o m e n to
e n q u e a lcan za la cim a d e su g e n io , se d e sp lo m a , g o lp e a d o e n
el c o r a z ó n p o r el s ig n o a g u d o d e l re c h a z o q u e se o p o n e a su
a r te . P e r o B a u d e la ir e , d e s d e u n á n g u lo d e l e s c e n a r io , es
ta m b ié n a u n tie m p o el ú n ic o te stig o p a ra e l cu a l es v is ib le la
a u r e o la p o r e n c im a d e la c a b e z a d e l b u f ó n : M i pluma tiem blaj
lágrimas de una emoción siempre presente se asoman a mis ojos mientras p ro ­
curo describirles esta inolvidable noche. T estig o p riv ile g ia d o , v e rd u g o y
c o n d e n a d o , B a u d e la ir e es t o d o eso e n su d r a m a tu r g ia i n t e ­
r i o r . E l b u f ó n se h a c o n v e r tid o e n u n a v íc tim a sa g ra d a —su
a u r e o la lo s a n tific a —, q u e se d e r r u m b a e n la m u e r te p o r u n
c a p r ic h o d e l s e ñ o r y p o r e l a r d id d e u n n iñ o in c o n s c ie n t e y
d ó c il. P ara el testigo p e rsp ic a z, e l e s p le n d o r su p re m o d e l A r te
y la g lo r ia d e l a rtista se p e r f i l a n s o b r e e l f o n d o d e l a b is m o :
Fancioulle me daba pruebas, de una manera perentoria, irrefutable, de que el
arrebato del Arte es más apropiado que cualquier otro para velar los terrores del
precipicio; que el genio puede hacer comedia al borde de la tumba con una
alegría que le impide ver la tumba, perdido como está en un paraíso que excluye
toda idea de tum baj destrucción.
E l a rte , c o m o se ve, n o es u n a e fic a z o p e r a c ió n d e salva­
c ió n , s in o m ás b i e n u n a p a n t o m im a s u b lim e a l b o r d e d e la
tu m b a , q u e v e la , s ó lo p o r u n in s ta n te , los terrores del precipicio.
G o m o h a se ñ a la d o G e o r g e s B li n , B a u d e la ir e , q u e h iz o d e l
a rte su id e a l, d u d a d e l p o d e r r e d e n t o r d e la b e lle z a . S o b r e la
cresta, d esd e d o n d e d o m in a el a b ism o , e l artista, e n su lo g r o
m ás c o n m o v e d o r , es u n a a p a r ic ió n in f in ita m e n t e fr á g il. N o
resiste al p it id o . E l b u fó n , a u to rr e tr a to d isfra za d o d e l p r o p io
B a u d e la ir e , e n c a r n a b a jo u n a fo r m a a p en a s p a r ó d ic a el v é r ­
tig o m o r ta l al q u e está ex p u esto el artista, n o só lo p o r q u e haya
o sa d o a te n ta r c o n t r a la p e r s o n a d e l s e ñ o r (d e l P a d r e ) , s in o
s o b r e t o d o p o r q u e s u fr e la fa lta d e ser lig a d a a la n a tu r a le z a
ilu s o r ia d e l a rte.
L o q u e e n Una muerte heroica se n o s h a p r e s e n t a d o b a jo la
f o r m a p e n e t r a n t e d e u n a n o v e la e je m p la r , B a u d e la ir e lo
35. H o n o r é D a u m ie r , Bajazzo (Unpayaso), s / f .
3 6 . H o n o r é D a u m ie r , Hércules de feria, ca. 18 6 5
r e p e tirá c o n el t o n o d e u n a c r ó n ic a p a ris in a , e n la q u e lo visto
e n e l tra n scu rso d e u n p a seo p o r lo s b a r r io s d e la g ra n ciu d a d
alcan za sú b ita m e n te la d im e n s ió n d e u n a a le g o ría a n g u stio sa.
E n e l p o e m a e n p r o s a El viejo saltimbanqui, el n a r r a d o r r e c o r r e
u n a fiesta d e fe r ia , r u id o s a y m u lt ic o lo r , d o n d e n o fa lta n lo s
p a ya so s y lo s b u f o n e s s a lta r in e s . L a a g ilid a d m e r c u r ia l está
re p re se n ta d a p o r un malabarista, resplandeciente como un dios, m i e n ­
tra s q u e las b a ila r in a s , hermosas como hadas o princesas, saltabanj
hacían cabriolas bajo la luz de los faroles que llenaban sus faldas de destellos.
E l co n tra s te c o n el h is t r ió n v e n id o a m e n o s cu yo r e tra to n o s
tra za c o n d e ta lle B a u d e la ir e se rá d e lo m ás s o r p r e n d e n t e : A l
final, en el último extremo de la hilera de casetas, como si avergonzado se
hubiese exiliado a sí mismo de todos estos esplendores, vi a un pobre saltimban­
qui, encorvado, caduco, decrépito, una ruina de hombre, apoyado en uno de
los postes de su barraca; una barraca más miserable que la del salvaje más
embrutecidoj cuya miseria alumbraban demasiado bien dos cabos de velas, que
se derretíanj humeaban.
Por todas partes, la alegría, el beneficio, el desenfreno; por todas partes, la
certidumbre del pan para el día siguiente; por todas partes, la explosión frené­
tica de la vitalidad. Aquí, la miseria absoluta, la miseria ataviada, en el colmo
de los horrores, con harapos cómicos, donde la necesidad, mucho más que el
arte, había introducido el contraste. El desdichado, ¡no se reía! N o lloraba, no
bailaba, no gesticulaba, no gritaba; no cantaba ninguna canción, ni alegre ni
lamentable, no imploraba. Estaba mudo e inmóvil. Había renunciado, abdi­
cado. Su destino se había cumplido.
Pero, ¡con qué mirada, profunda, inolvidable, dejaba pasear su vista sobre
las lucesj la multitud, cuyo continuo vaivén se detenía a algunos pasos de su
repulsiva miseria! Sentí mi garganta oprimida por la mano terrible de la histe-
r ia j me pareció que unas lágrimas rebeldes, que no querían caer, obstaculiza­
ban mi mirada.
¿ Q u é hacer? ¡Para qué preguntar al infortunado cuál era la curiosidad o
cuál la maravilla que mostraba en esas hediondas tinieblas, detrás de su cortina
hechajirones!
37. F e d e r ic o F e llin i, LaStrada, I 954 1-

M ie n tr a s q u e F a n c io u lle s u c u m b ía al a lc a n z a r la c u m b r e
d e la e x c e le n c ia estética, e l v ie jo s a ltim b a n q u i re p re se n ta o tro
a sp ecto d e l fra ca so (asp ecto q u e g o z a rá d e u n e x c e le n te p o r ­
v e n ir e n las artes y las le tr a s ) : la d e c a d e n c ia sile n cio sa , e l a g o ­
t a m ie n t o d e la v o lu n t a d , la i m p o t e n c ia in s u p e r a b le . S u
s ile n c io a n u n c ia y p r e fig u r a , d e m a n e r a p r o fé tic a , la afasia d e
B a u d e la ir e . P e r o esto s d o s p e r s o n a je s , F a n c io u lle y e l v ie jo
s a ltim b a n q u i, a p e s a r d e t o d o lo q u e le s o p o n e , se p a re c e n :
a m b o s se r e c o r ta n e n u n fo n d o d e a b ism o y d e m u e rte i n m i ­
n e n te . S o n d o s finales de carrera: el u n o e n el p a r o x is m o d e u n
t r iu n f o v a n o , e l o tr o e n la in m o v ilid a d y la p a rá lisis. G a u tie r
e r a e l c r o n is t a d e l v u e lo d e l b u f ó n . B a u d e la ir e , q u e n o
i g n o r a n a d a d e l p o d e r d e l v u e lo , c e n t r ó su a t e n c ió n e n la
c a íd a y el h u n d i m i e n t o . S i la m u e r t e d e F a n c io u lle p u e d e
h a c e r p e n s a r e n la caíd a d e Ic a r o , la su p e rv iv e n c ia e m b o ta d a
d e l v ie jo s a ltim b a n q u i es p e o r q u e la m u e r t e . L a fa n ta s ía
r id ic u la d e l a n d r a jo , la e x h ib ic ió n la m e n ta b le su b s is te n s in
s e n t id o e n m e d io d e la fie s ta , s in q u e la e n e r g ía d e u n a
in v e n tiv a viva sea ca p a z d e a n im a r lo s . E l v ie jo a rtista se h a
s e p a r a d o d e lo s h o m b r e s p a r a s u b ir s e a las ta b la s: e s p e r a
to d a v ía a tr a e r su a te n c ió n ; s in e m b a r g o , h a d e ja d o d e t e n e r
in te r é s y s o n lo s h o m b r e s q u ie n e s se se p a r a n d e él. L a se p a ­
r a c ió n es d o b le , ya q u e c o r r e s p o n d e , e n p r i m e r lu g a r , a la
d ista n cia to m a d a p o r e l artista y, a d em á s, a la le ja n ía e n q u e
se e n c u e n tr a el p ú b lic o .
E n lo s d o s texto s e l d e s tin o d e l b u f ó n - m á r t ir d e p e n d e e n
g r a n m e d id a d e la in t e r v e n c ió n d e u n a a u to r id a d e x te r io r : e l
p r ín c ip e , lo s e sp e cta d o re s. N o es só lo la fa ta lid a d in t e r n a d e
la e x t e n u a c ió n lo q u e m a r c a c o n u n c a r á c te r tr á g ic o e l d e s ­
t in o d e l v ie jo sa ltim b a n q u i: el d e sin te ré s d e la m u c h e d u m b r e
n o es m e n o s d e te r m in a n t e . R e s t r in g ie n d o u n p o c o e l s e n ­
t id o s im b ó lic o d e l p e r s o n a je , B a u d e la ir e hace de él la imagen del
viejo hombre de letras que ha sobrevivido a la generación de la que fu e el bri­
llante animador, del viejo poeta sin amigos, sin familia, sin hijos, degradado
por su m iseriaj por la ingratitud pública, en la caseta en la q u eja no quiere
entrar el público olvidadizo . A s í, e n r e la c i ó n c o n e l v ie jo s a lt im ­
b a n q u i, e l público olvidadizo d e s e m p e ñ a el p a p e l sá d ico q u e e je ­
cu tab a e l tir a n o c r u e l r e sp e cto a F a n c io u lle . E n a m b o s tex to s
el a rtista e n o p o s ic ió n a l p o d e r , e n c a r n a d o p o r el p r ín c ip e
o p o r e l p u e b lo , n o es lo b a sta n te fu e r t e c o m o p a ra s o b r e v i­
v ir a la c o n d e n a q u e se d icta c o n tr a él. S in em b a rg o , m ie n tra s
el tir a n o h a cía d e sfa lle c e r a F a n c io u lle p a ra v e r lo m o r ir e n e l
e je r c ic io su p re m o d e su ta le n to , la c r u e ld a d casi in c o n s c ie n te
d e l p ú b lic o c o n s is te e n n o v e r al v ie jo s a ltim b a n q u i. E n
a m b o s ca so s se p e r p e t r a u n a s e s in a to : e l m a r c o d e la fe r ia ,
e s c e n a rio m o d e r n o , n o s o fr e c e , aislad a e n la v u lg a r id a d d e la
38. Pablo P ic a s s o , El organillero, 1 9 0 6 .
39.J a m es E n so s , La venganza deHopFrog, 1 8 9 8 .
m u c h e d u m b r e , la im a g e n d e u n o d e esos v ie jo s p a té tico s c o n
lo s q u e B a u d e la ir e h a b ía p o b la d o lo s Cuadros parisinos d e la s
Flores del mal; e l v ie jo h is t r ió n m u e r e a fu e g o le n t o e n u n e x i­
lio r id í c u lo . ¿ N o es p e o r su b a r r a c a q u e la d e l salvaje? ¿ N o
agrava su m is e r ia , su c a lid a d d e e x t r a n je r o , e l h e c h o d e q u e
te n g a la va n a p r e t e n s ió n d e se g u ir m o s trá n d o s e , la lo c a e s p e ­
ra n za d e « p r o s t i t u ir s e » ? E l le c to r a te n to d e sc u b rirá q u e, e n
esos p o e m a s e n p r o s a , B a u d e la ir e n o se lim it a a c o n f r o n t a r
u n a v íc tim a y u n v e r d u g o ; el p r o p io p o e t a se p r e s e n ta e n
e scen a , e n u n á n g u lo d e l ta b la d o ; es e l te stig o d e u n a escen a
q u e le im p r e s io n a p r o f u n d a m e n t e h a sta e l p u n t o d e s e n tir
q u e es d o m in a d o p o r las lá g r im a s y q u e la garganta le es oprimida
por la mano terrible de la histeria. D e este m o d o se d e s a r r o lla u n a
r e la c ió n « t r i a n g u l a r » e n la q u e e l t e s t ig o - p o e t a r e c o g e la
im a g e n d e u n a agonía, e n el se n tid o estricto d e l té r m in o , d e la
q u e él m ism o se c o n v ie rte e n a p lic a c ió n sim b ó lic a y p r o fé tic a .
40. G eorges S e t jr a t, El trombón, 1887*
LOS SALVADORES RIDÍCULOS

V u e lo y ca íd a , t r iu n f o y d e c a d e n c ia , a g ilid a d y ataxia, g lo r ia e
in m o la c ió n : e l d e stin o d e la fig u r a d e l payaso o scila e n tre dos
e x tre m o s. E n o c a sio n e s a sistim o s a la c o n d e n s a c ió n co n v u lsa
d e lo s co n tra rio s , c o m o e n el caso d e F a n cio u lle; e n otras, p r e ­
v a le c e la a lt e r n a n c ia d e eso s e sta d o s o p u e s to s ; in c lu s o , e n
o tra s, se e m p le a e l r e c u r s o t r a d ic io n a l d e lo s tip o s a so cia d o s
e n p a reja s d isim é trica s, e n las q u e cada e le m e n to c u m p le u n a
f u n c ió n d ife r e n te .
L as o b ra s d e lo s artistas d e fin a le s d e l sig lo X IX se d e ja r á n
in v a d ir p o r el eco d e las p ro v o c a d o ra s im ág en e s d e B a u d ela ire.
E n las r e p r e s e n t a c io n e s q u e T o u lo u s e - L a u t r e c h a c e d e l
c ir c o y sus vedettes, o p o n e e n c u r io s o c o n tr a s te la g ra cia d e las
e sce n a s d e m o v im ie n t o c o n e l a b a tim ie n t o q u e t r a n s m it e n
lo s p e rso n a je s p in ta d o s e n r e p o s o . En reposo, el cuerpo está sinfu er­
zas, desmadejado; manifiesta el cansancioj el vacío de la angustia. En el gesto
fulgurante o tenso, por el contrario, evoca la ligerezaj la perfecta conformidad
de su arquitectura con las necesidades del acto peligroso2. E sta es la m a n e r a

2 J e a n L a u d e , « L e m o n d e d u c irq u e et ses j e u x » , Revue d’esthétique, 1 9 5 3 ’ VI»


pp. 4H-433-
c o n q u e la p i n t u r a e x p r e s a la d u a lid a d q u e la i m a g in a c ió n
lite r a r ia p r o y e c ta so b re e l h é r o e -p a y a s o . Lapayasa C h a -U -K a o ,
ta l c o m o la in m o v iliz a e l p i n c e l d e L a u t r e c , a p a r e c e c o m o
u n a r é p lic a fe m e n in a d e l v ie jo s a ltim b a n q u i d e B a u d e la ir e .
J e a n L a u d e , cu yo te s tim o n io es in te r e sa n te p o r q u e n o p a re ce
h a b e r p r e t e n d i d o e s ta b le c e r esta r e la c i ó n , d e s c r ib e a sí ese
fa m o s o c u a d r o : Desafortunadamente, C h a -U -K a o , en reposo, parece
exhausta, hundida. Con las piernas abiertas, en un abandono casi obsceno, deja
caer los brazosj encorva la espalda. Su rostro expresa un cansancio inmensoy
la conciencia vacilante de la degradación. P e r o lo c a r a c t e r ís t ic o d e l
u n iv e rs o d e L a u tre c es reserv ar p a ra estas cria tu ra s acabadas la
p o s ib ilid a d d e r e su r g ir : si este a g o ta m ie n to es la o tr a ca ra d e l
e s p e c tá c u lo , p o r su p a r te , e l e s p e c tá c u lo , c o n sus lu c e s y sus
a fe ite s , es e l r e v e r s o d e este a g o t a m ie n t o . S ie m p r e q u e d a n
fu e r z a s s u fic ie n t e s c o m o p a r a h a c e r c a b r io la s e n la a r e n a o
42. H enri de T o u lo u se -L autrec , Payasa sentada, 18 9 6 .
dejarse la piel en el escenario, c o n la e n e r g ía m ila g r o s a q u e esas
c r ia tu r a s d e te z p á lid a y m ir a d a o je r o s a e n c u e n t r a n ( ¿ c o n
q u é p ó c im a s ? ) m ás a llá d e su fatig a.
L o s payasos trá g ic o s d e R o u a u lt g u a r d a n u n a r e la c ió n m ás
estrech a c o n e l v ie jo sa ltim b a n q u i d e B a u d e la ire . M a n ifie sta n
u n a e x p e r ie n c ia a n á lo g a , ta n se m e ja n te q u e cu esta c r e e r q u e
R o u a u lt n o h aya sid o p r e d is p u e s to p o r la le c tu r a d e Elspleen de
París. E n u n a ca rta a su a m ig o S c h u r é , G e o r g e s R o u a u lt d e s ­
c r ib e el e n c u e n t r o d e l q u e s u r g ió la e le c c ió n d e l te m a q u e se
c o n v e r t ir ía e n la c o n s ta n te o b se s iv a d e su a r te . E n c u e n t r o
d e cisiv o , p u e s to q u e p e r m it ió al a lu m n o d e G u stave M o r e a u
a b a n d o n a r la m it o lo g ía le g e n d a r ia d e su m a e s tr o y s u b s t i­
t u ir la c o n u n m ito a la vez m o d e r n o y p e r s o n a l: Desde el atarde­
cer de un buen día en que la primera estrella que brilla en el firmamento, no sé
por qué, me oprimió el corazón, he hecho derivar de ahí, de manera incons­
ciente, toda una poética. Aquel carro de nómada parado en el camino, el viejoj
flaco caballo que pace ¡a escasa hierbay el payaso sentado en un rincón de su
carromato mientras zurce su traje brillantej abigarrado: ese contraste de cosas
brillantes, centelleantes, hechas para divertir,y esa vida de una tristeza infi­
nita. .. si se contempla con cierta distancia.
Luego he a m p lific a d o t o d o a q u e llo . He visto claramente que el
•apayaso» erayo, éramos nosotros... casi todos nosotros... Ese r ic o traje de
le n te ju e la s nos lo da la vida; más o menos todos somos payasos, todos vesti­
mos un «traje de lentejuelas»; pero si nos sorprenden comoyo sorprendí al
viejo payaso, ¡oh!, entonces, ¿ quién se atrevería a decir que no es poseído hasta
el fondo de sus entrañas por una piedad inconmensurable ? Tengo el defecto
(defecto tal vez■
■■para mí, en cualquier caso, un abismo de sufrimientos) de
n o d e ja r n u n c a a n a d ie c o n su tra je d e le n te ju e la s , y a sea rey o
emperador; lo que quiero ver del hombre que tengo delante de mí es el alma.. .y
cuanto más grande esy más se le glorifica humanamente, más temo p or su
alma... Extraer todo su arte de una mirada a un viejo rocín de saltimbanqui
(hombre o caballo) es propio de un orgullo loco, o de una humildad perfecta, si
se está preparado para hacer eso.
44. G e o r g e s R o u a u lt , Cabeza de payaso, c a . 1 9 0 7 .

L o q u e c o n m u e v e a R o u a u lt es la c o lu s i ó n e s c a n d a lo s a
e n tr e lo s a tavío s y e l a lm a . E sta p e r t e n e c e a u n o r d e n c o m ­
p le ta m e n te d ife r e n t e : lo s a n d r a jo s d e l p ayaso r a d ic a liz a n el
c o n tra s te al s im b o liz a r la d e sg ra cia d e u n a e n c a r n a c ió n a b e ­
r r a n t e . R o u a u lt p r e t e n d e e m o c io n a r n o s m e d ia n te e l e fe c to
p a té tic o d e la c o n t r a d i c c i ó n e n tr e e l i n t e r i o r y e l e x t e r io r .
N e c e s it a u n d is fr a z r i d í c u lo , u n t r a je d e le n t e ju e la s , p a ra
h a c e r n o s e x p e r im e n t a r la tr is te z a i n f i n i t a d e l a lm a e x ilia d a
fu e r a d e su v e r d a d e r o lu g a r, e n la c o n d ic ió n « f e r i a l » y e n la
e x is te n c ia e r r a n te . E l p i n t o r se r e se rv a el p r iv ile g io d e le e r
u n a v e r d a d p s íq u ic a e n c u b ie r t a . L o q u e c o n f ie r e a la fig u r a
d e l payaso su lu n á tic a s u p e r io r id a d s o b r e lo s e m p e r a d o r e s y
lo s j u e c e s es q u e , a l c o n t r a r i o q u e lo s p o d e r o s o s , q u e s o n
a p r e s a d o s e n la t r a m p a d e su a p a r ie n c ia y d e lo s a tr ib u to s
e x te rn o s d e u n a tir a n ía van a, el payaso es u n rey de ridiculez-, ve s­
t id o c o n su a tu e n d o p a ra la p a ra d a , está m ás ce rca d e saberse
r id íc u lo y d e, c o n h u m ild a d , r e to m a r p o s e s ió n d e su v e rd a d
in d ig e n t e . A n o s o t r o s n o s c o r r e s p o n d e a d v e r tir q u e é l n o s
está r e p r e s e n t a n d o a t o d o s , q u e t o d o s s o m o s p a ya so s y q u e
to d a n u e s tra d ig n id a d (p u e sto q u e es líc ito p a ra fra se a r a q u í a
P a sca l) c o n s is te e n la c o n f e s i ó n d e n u e s t r a b u f o n a d a . S i
a p r e n d e m o s a m ir a r b ie n , n o s d a re m o s c u e n ta d e q u e n u e s ­
tr o s v e s tid o s s o n t o d o s tra je s d e le n t e ju e la s . Totus mundus agit
histrioniam. L a fó r m u la esto ica , r e p e tid a e n la E d a d M e d ia p o r
J u a n d e S a lis b u r y , lu e g o tra s la d a d a a l f r o n t ó n d e l G lo b e
T h e a t r e , d o n d e r e p r e s e n t a b a S h a k e s p e a r e , r e a p a r e c e e n el
46 . G e o r g e s R o u a u lt , ,
El payaso herido c a . 1 9 3 9 .

c o n t e x t o d e u n e x p r e s io n is m o c r is t ia n o , r ic o e n t o d a la
h e r e n c ia d e l s im b o lis m o . E l p a y a so es la fig u r a r e v e la d o r a
q u e c o n d u c e a la c o n d i c i ó n h u m a n a a la a m a rg a c o n c ie n c ia
d e sí m is m a . E l a rtista d e b e c o n v e r t ir s e e n e l a c t o r q u e se
p r o c la m a a c to r ; h u m illá n d o s e b a jo la f ig u r a d e l g r a c io s o ,
a b rirá lo s o jo s d e l e sp e cta d o r al c o n o c im ie n t o d e l la m e n ta b le
p a p e l q u e cada u n o r e p r e s e n ta s in sa b e rlo e n la c o m e d ia del
m u n d o . A n á lo g o y a la ve z m u y d is p a r, el u n iv e rs o p ic t ó r ic o
d e J a m e s E n s o r m u lt ip lic a las m u c h e d u m b r e s en m a sca ra d a s
a llí d o n d e R o u a u lt p r e fie r e p r e s e n t a r u n p e q u e ñ o n ú m e r o
d e in d iv id u o s so lita r io s.
E s c o m p r e n s ib le d e s d e lu e g o q u e la v is ió n d e l m u n d o
a d o p ta d a p o r R o u a u lt le c o n d u je r a a fo r z a r sus a u to rr e tr a to s
47. G eorges R ouault, c o m p o s ic ió n p a ra « C i r q u e d e l ’É to ile fila n t e » , 1 9 3 4 .

k a sta h a c e r d e e llo s caras d e p a ya so . E l g o r r o d e l p i n t o r y el


c a s q u e te d e l p a ya so (o d e P ie r r o t ) s o n a sí in t e r c a m b ia b le s .
D e b a jo se e n c u e n tr a el m is m o r o s tr o , c ie r to q u e c o n g ra d o s
v a ria b le s d e in t e r p r e ta c ió n s im b ó lic a . N o está d e m ás r e c o r ­
d a r la fó r m u la d e C o s m e d e M é d ic is t r a n s m it id a p o r P o l i ­
c ia n o : Ognipittore dipingesé. R o u a u lt h iz o d e e lla su p r á c tic a
h a b itu a l, a u n q u e a v e c e s se r e c o n o z c a aposteriori e n sus fig u ra s.
E n f e r m o , c o n la ca ra d e fo r m a d a p o r a b sc e so s, e s c r ib e a
A n d r é S u arés: Se me había puesto la cabeza de mis engendros grotescos. E l
r o s tr o d e l artista está h a b ita d o p o r las diversas v irtu a lid a d e s de
la r id ic u le z y d e lo m o n s t r u o s o ; es e l h o g a r d e u n a lm a q u e
b u sc a su lib e r a c ió n a través d e la ca rn e y lo s p e rso n a je s q u e lo
r e t ie n e n p r is io n e r o .
4 8 . F o to g ra fía de M ax J a c o b a n t e r io r a 1 9 3 7 -

L a lu c h a d e l a lm a c o n tr a lo s t o r m e n to s d e su e n c a r n a c ió n
e n c u e n t r a su e x p r e s ió n ú lt im a e n e l r o s t r o d e C r i s t o . E l
h o lo c a u s to d e l payaso tr á g ic o —v íc tim a in o c e n te — o fr e c e u n a
r é p lic a a p e n a s p a r ó d ic a d e la P a s ió n . E l clown, q u e es el que
recibe las tortas, se c o n v ie r t e a sí e n e l d o b le e m b le m á t ic o d e l
C r is t o d e lo s u ltr a je s . D e l m is m o m o d o q u e se p u e d e i n t e r ­
p r e ta r e l a u to rr e tr a to d e a c u e rd o c o n e l t ip o p r e e x is te n te d e l
p ayaso, p u e d e d e ja rse a tr a e r ig u a lm e n te p o r el m o d e lo d e la
S a n ta F az. S e e s ta b le c e u n c i r c u it o d e s ig n ific a c io n e s e n el
cu a l e l C r is t o a d o p ta la m e jilla p á lid a d e l clown, m ie n tra s q u e
e l payaso r e c ib e e l n im b o d e la sa n tid a d . S in in t e n c ió n p a r a ­
d ó jic a es p o s ib le a fir m a r q u e la r e li g i ó n d e R o u a u lt n o es
m e n o s e v id e n te e n sus im á g e n e s d e l c ir c o q u e e n las escen as
49. C h a r lie C h a p lin , El circo, 1 9 2 8 .

in s p ir a d a s p o r la h is t o r ia sa g ra d a . L o s v a lo r e s se in t e r c a m ­
b ia n : la P a s ió n , se g ú n R o u a u lt, se d e s a r ro lla so b re u n fo n d o
d e m is e r ia a r r a b a le r a , m ie n t r a s q u e sus e sc e n a s d e c ir c o
p a r e c e n te n e r c o m o p ista las altu ras d e l G ó lg o ta . A h o r a b ie n ,
si el p ayaso trá g ic o reviste d e este m o d o e l p a p e l d e la víctim a
r e d e n to r a , ¿ n o e sta rem o s a q u í fr e n te a u n o d e lo s s ig n ific a ­
d o s m ás a n tig u o s d e l b u f ó n y d e l l o c o ? A l e v o ca r ciertas fie s ­
tas ce lta s d e o r ig e n p a g a n o , E n id W e ls fo r d r e c u e r d a q u e el
fo lk -fo o l resu lta c o n fr e c u e n c ia muerto y q u e la fig u r a c e n tra l de
lo s r ito s c o n ch ivo e x p ia to r io —ya se tra te d e u n h o m b r e vivo
o d e u n a e fig ie — es a m e n u d o c a lific a d a d e lo c o . ¿ Q u é es ese
payaso o ese lo c o p o r e x c e le n c ia ? ¿Es, como podrían indicar su más­
cara, su rostro negro, su cola de zorro, su vestido hecho de piel de vaca, un des-
cendíente de una antigua víctima destinada al sacrificio ?... La actitud indife­
rente del loco puede deberse al hecho de representar al chivo expiatorio exco­
mulgado. A s í p u es, esta ría m o s a sistie n d o e n la o b ra d e R o u a u lt
al r e su r g ir cristia n iz a d o d e u n e le m e n to d e sa c r ific io y salva­
c ió n , p re se n te e n e l o r ig e n d e la fig u r a d e l clown. E ste v e stig io
p a g a n o , q u e su b sistía d e m a n e r a in c o n s c ie n t e y, p o d r ía m o s
d e c ir, in o c e n te e n la t r a d ic ió n p o p u la r , r e e n c u e n tr a e n este
m o m e n to u n o d e sus s ig n ific a d o s o r ig in a le s , p e r o a la lu z de
u n c r istia n ism o v e h e m e n te y d o lo ris ta .
E ste te m a c o n o c ió su t r a n s c r ip c ió n ir ó n ic a y d e fo r m a d a
e n la v id a y la o b r a d e M a x J a c o b , p a r a q u i e n la a c t u a c ió n
c o m o p a y a so fu e a la v e z m u e c a d e h u m i l l a c i ó n y v a r ia n te
p a r ó d ic a d e la I m ita c ió n d e J e s u c ris to . S e sabe q u e Los peniten­
tes con mallas rosas ta m b ié n p o d r ía h a b e r s e lla m a d o El payaso en el
altar. M ás c e r c a n o a n o s o t r o s se e n c u e n t r a e l caso d e H é n r y
M ille r e n La sonrisa al pie de la escalera, d o n d e e l c lim a d e la o b ra
p ic t ó r ic a d e R o u a u lt r e v iv ir á c o n u n b r i ll o in g e n u o b a jo la
a p a r ie n c ia d e u n a v o c a c ió n d e s a lv a c ió n y m u e r t e a s u m id a
p o r u n clown p a té tic o : El payaso es el poeta en acción. Es la historia lo que
está representando. Tsiempre se trata de la misma sempiterna historia: adora­
ción, oblación, crucifixión. « Crucifixión r o s a d a p o r supuesto.
E c h e m o s d e s d e la p o s i c i ó n q u e h e m o s a lc a n z a d o u n a
m ir a d a r e tro s p e c tiv a a la t r a d ic ió n lit e r a r ia d e lo s b u fo n e s y
lo s p a ya so s: d e s c u b r ir e m o s c o n s o r p r e s a q u e , p o r r a z o n e s
to ta lm e n te in tu itiva s, lo s g ra n d e s a u to re s d ra m á tico s c o n f r e ­
c u e n c ia h a n h e c h o d e l clown o d e l b u f ó n el a g e n te d e sa lva ­
c ió n , el g e n io b u e n o q u e , p e s e a su t o r p e z a y sus sarcasm os,
ech a u n a m a n o al d e stin o y c o n tr ib u y e al re g reso d e la a r m o ­
n ía a u n m u n d o q u e e l m a le fic io h a b ía p e r tu r b a d o . E sta f u n ­
c ió n d e sa lva d o r o d e salvavidas n o está, p o r su p u e s to , c o n s ­
ta n te m e n te lig a d a al s a c r ific io d e l p a ya so , a n o ser p o r q u e el
payaso es sie m p re y e n to d a s p a rte s u n e x c lu id o y, al c o n v e r ­
tirs e e n u n in t r u s o , o b t ie n e e l d e r e c h o a la o m n ip r e s e n c ia .
P o r la lic e n c i a q u e se t o m a o q u e se le c o n c e d e , e l p ayaso
a p a re c e c o m o u n a gu a fiesta s; p e r o e l e le m e n to d e d e s o r d e n
q u e él in t r o d u c e e n el m u n d o es la m e d ic in a c o r r e c to r a qu e
e l m u n d o e n fe r m o n e c e s ita p a ra r e e n c o n t r a r su v e r d a d e r o
o r d e n . Y a sea s im p ló n o m a lic io s o , o a ú n e d e m a n e r a p a r a ­
d ó jic a am b as cu a lid a d es, el payaso se p re se n ta c o m o u n a n ta ­
g o n is t a y su n a tu r a le z a le p e r m it e c o n v e r tir s e e n e l i n s t r u ­
m e n to d e u n a su b v e rsió n : basta c o n r e c o r d a r a q u í La noche de
reyes o el Cuento de invierno. S e p o d r ía m e n c io n a r in c lu s o to d o el
u n iv e r s o d e lo s c u e n to s p o p u la r e s , e n lo s q u e la f u n c i ó n d el
p ayaso reca e s o b re p e r s o n a je s s o b r e n a tu ra le s (Elgato con botas)-,
p e r o la v e n a d e esta t r a d ic ió n in t u it iv a n o está a g o ta d a .
C h a r l i e C h a p l in , e n la m a y o r ía d e sus m e jo r e s p e líc u la s ,
a p a rece e n el m o m e n to p r e c is o p a ra salvar a u n a jo v e n o a u n
n iñ o , s in d e ja r d e s u fr ir é l m ism o las p e o r e s afren tas: su in a ­
g o t a b le p o p u la r id a d se d e b e ta l vez a la f o r m a m a g is tr a l e n
q u e e n c a r n ó al a r q u e tip o d e l sa lv a d o r s a c r ific a d o . A s í p u e s,
r e s p o n d e a u n a e sp e ra n za p s íq u ic a in m e m o r ia l, q u e h a p e r ­
v iv id o e n la c o n c ie n c ia d e l h o m b r e m o d e r n o . L o m is m o se
p o d r í a d e c ir d e lo s h e r m a n o s M a r x , q u e i n t e r v i e n e n ta n a
m e n u d o e n u n a h is to r ia d e a m o r c o n tr a r ia d o c o m o lo s g n o ­
m o s (o lo s p ayasos) q u e a p a r e c e n in e s p e r a d o s e n lo s re la to s
le g e n d a r io s . A p a r e n t e m e n t e lo l ía n t o d o y s ie m b r a n p o r
to d a s p a rtes la c o n fu s ió n ; p e r o , al fin a l, sus to rp eza s resu lta n
se r p r o v id e n c ia le s , p u e s o b e d e c e n a u n a ló g ic a m á g ic a q u e
d e sb a ra ta n tod as las p r e v is io n e s r a z o n a b le s. S o n lo s b i e n h e ­
c h o re s d e la v id a y e l a m o r a m e n a za d o s.
50 . Bailarina acróbata, ó s t r a c o n e g i p c i o , c a . 1 3 0 0 a . C .
PASADORES Y DIFUNTOS

¿ D e b e m o s s o r p r e n d e r n o s d e q u e la lib r e e la b o r a c ió n lit e r a ­
r ia y p i c t ó r i c a d e la im a g e n d e l p a y a so b a y a c o n d u c id o a la
r e v e la c ió n d e v a lo r e s p r im it iv o s o d e f u n c io n e s a rc a ic a s? E s
p o s ib le q u e la r e f le x ió n p r o lo n g a d a s o b r e u n te m a e n c o n ­
cre to te r m in e p o r fa v o re c e r y fa c ilita r lo q u e lo s p sicoan alistas
lla m a r ía n el retomo de lo suprimido... N o c o n v ie n e ta m p o c o o lv i­
d a r q u e e l c o m ie n z o d e l sig lo XX es e l m o m e n to e n e l q u e el
h o m b r e civ iliza d o e m p ie za a in teresa rse n o só lo p o r la id e a d e
la n a tu r a le z a y d e l o r ig e n , co sa q u e h a b ía o c u r r i d o d e sd e la
s e g u n d a m ita d d e l s ig lo X V III, s in o p o r las im á g e n e s y lo s
d o c u m e n to s c o n c re to s d e la h u m a n id a d p r im itiv a . E n n u m e ­
r o s o s á m b ito s e l p r o g r e s o d e l a rte se r e a liz a , c o n u n r o d e o ,
m e d ia n t e e l retiro d e las fo r m a s d e l p a sa d o in m e m o r ia l: se
r e d e s c u b r e n to d o s lo s p e r ío d o s a rca ico s, se r e c o n o c e e l v a lo r
d e l arte a fric a n o y d e las p in tu ra s p reh istó rica s; se p r o c u r a c o n
a h ín c o r e m e d a r lo s g esto s p r im itiv o s y lo s m ito s fu n d a m e n ta ­
le s . D e este m o d o la c u ltu r a m ás avanzada, q u e se c o n s id e r a
e x te n u a d a , b u s c a u n a f u e n t e d e e n e r g ía e n e l p r im it iv is m o .
51. P a b lo P ic a s s o , La muerte de Arlequín, 1 9 0 5 .
V
~V'V

tf: '

T:ií
Í 'I

£
*
$

' fiw
T r i u n f a la c o n c e p c i ó n d e u n p a sa d o q u e , le jo s d e estar
c a d u c o , esta ría p id ie n d o r e s u r g ir e n n o s o t r o s c o n la c o n d i ­
c ió n de q u e a p ren d iésem o s a p e r c ib ir lo y a re c o n o c e r su p re cio .
L a te n d e n c ia a rcaiza n te se h a tra n s m u ta d o así e n u n a lla m ad a
a las p r o fu n d id a d e s d e l in c o n s c ie n te : e l s u e ñ o n o s p r o p o r ­
c io n a u n fr a g m e n to d e l m u n d o p r im it iv o . A h o r a b i e n , el
m u n d o d e l c ir c o y la fe r ia es c o m o s o ñ a r d e s p ie r to s c o n la
e v id e n c ia d e lo im p o s ib le a p le n a lu z . G a u t ie r lo h a b ía p r e ­
s e n tid o , p e r o n o h a b ía id o m u c h o m ás a llá d e l p la c e r visu a l
d e l esp e ctá c u lo ; B a n v ille , s in ex tra e r to d a s sus co n se cu e n cia s,
d e jó escrito acerca d e l m im o a c ró b a ta estas p a la b ra s s o r p r e n ­
d e n te s : Entre el adjetivo p o s ib le j; el adjetivo im p o s ib le , el mimo ha
hecho su elección. Ha elegido el adjetivo imposible. Vive en lo imposible. Hace lo
imposible. L o s p in to r e s y lo s e scrito res d e c o m ie n z o s d e l siglo X X
ir á n a la fu e n te : e x p lo ta rá n d e fo r m a activa lo im p o s ib le .

Es u n e s p e c tá c u lo s in g u la r v e r c ó m o la s e rie d e lo s Saltimban­
quis d e la é p o c a a zu l d e P icasso sale p o c o a p o c o d e la a tm ó s ­
fe r a d e c a n s a n c io y s o m b r ía r e s ig n a c ió n , e n la q u e lo s h a b ía
c o n f in a d o al p r i n c i p i o el p i n t o r , p a r a e n t r a r , si n o e n u n a
a le g ría lu m in o s a , al m e n o s sí e n u n a e s p e cie d e grave y m is ­
te rio sa se re n id a d . Es e v id e n te q u e P icasso fu e se d u c id o e n u n
p r i m e r m o m e n t o p o r la im a g e n p i c t ó r i c a y lit e r a r ia d e l
p a y a s o -v íctim a . L a so m b r a d e l V ie jo s a ltim b a n q u i d e B a u d e ­
la ir e p a só p r im e r o p o r su p in t u r a y lo s P ie r r o ts lu n a r e s d e l
s im b o lis m o p o b la r o n , s in d u d a , d u r a n te u n t ie m p o su im a ­
g in a c ió n . P e r o P ic a s so t e n ía a lg o m ás q u e d e c ir , a lg o q u e
su scita ría o r ig in a le s eco s e n la p a la b r a d e lo s e s c rito re s .

A p o ll i n a i r e , e n u n a r t íc u lo d e I 9 C>5 > e s b o z a u n a t r a n s c r ip ­
c i ó n p o é tic a d e lo s Saltimbanquis q u e P icasso acab ab a d e e x p o ­
n e r . E l e s c r ito r se a b a n d o n a a u n a d e esas e n s o ñ a c io n e s in s ­
p ir a d a s q u e a lc a n z a n m e jo r su o b je tiv o q u e la c r ític a s e ria y
52. Pa blo P ic a s s o , Joven acróbata con unapelota, 1 9 0 5 .
q u e , e n el caso e n c u e s tió n , c o n t r ib u y e m a r a v illo s a m e n te a
d e f in ir u n u n iv e rs o m ític o . Es p r o b a b le q u e P icasso n o p r e ­
te n d ie s e ex p resa r to d o lo q u e A p o llin a ir e d e s c ifró e n su p i n ­
tu ra , p e r o , a u n así, su in t e r p r e ta c ió n n o s o fr e c e u n a p o s ib le
p r o lo n g a c ió n d e la p in tu r a , u n o d e lo s m ú ltip le s sig n ifica d o s
c o n lo s q u e la o b r a p ic t ó r ic a tie n e a b ie n r o d e a rs e : Las madres
primíparasja no esperaban a su hijo, debido tal veza ciertos cuervos gárrulosj
de mal agüero. ¡Navidad! Alumbraron futuros acróbatas entre monos domés­
ticos, caballos blancosj perros semejantes a osos.
Las hermanas adolescentes, manteniendo el equilibrio sobre los grandes
balones de los saltimbanquis, imprimen a esas esferas el movimiento resplande­
ciente de los mundos. Estas adolescentes, impúberes, tienen las inquietudes de la
inocencia, los animales les enseñan el misterio religioso. Los arlequines acom­
pañan la gloria de las mujeres, se les parecen, ni machos, ni hembras... Anima­
les híbridos, tienen la conciencia de los semidioses de Egipto... N o es posible
confundir a esos saltimbanquis con los histriones. Su espectador debe ser p ia ­
doso, pues celebran ritos mudos con una difícil agilidad...

A q u í e l ta b la d o se tr a n s fo r m a d e n u e v o e n u n lu g a r d e c u l t o .
S i n e m b a r g o , al p a is a je c r is t ia n o d e R o u a u lt le s u c e d e u n a
e s c e n a e s o té r ic a , d o n d e , d e a c u e r d o c o n u n s in c r e tis m o d e
t ip o alejandrino, se m e z c la n lo s m is te r io s d e d ife r e n te s t r a d i ­
c io n e s r e lig io s a s : fe c u n d id a d e s m ila g r o s a s , h e r m a fr o d it a s ,
s ile n c io s a c r a m e n ta l, n a t iv id a d e s ... L a i n t e r p r e t a c i ó n d e l
p o e t a , a ñ a d id a a la c o m p o s i c i ó n im a g in a tiv a d e l p i n t o r ,
t r a n s fo r m a e l e s p e c tá c u lo d e l t a b la d o e n u n a c e r e m o n ia
g n ó s t ic a . L a r e p r e s e n t a c ió n n o es g r a tu ita : se tr a ta d e u n
r it o , la r e v e la c ió n d e u n a s a b id u r ía s e c r e ta . L a difícil agilidad
q u e A p o lli n a i r e a so cia a ritos mudos n o s r e c u e r d a q u e la a c r o ­
b a c ia a n tig u a esta b a c o n fr e c u e n c ia lig a d a a las c e r e m o n ia s
fu n e r a r ia s : el sa lto d e l a c r ó b a ta , la h a b ilid a d d e l c o n t o r s i o ­
n ista t ie n e n c o m o f u n c ió n c o n ju r a r la m u e r te r e m e d a n d o la
m a n if e s t a c ió n i r r e p r i m ib le d e la v id a . L a t r a n s m u t a c ió n
a fe c ta s ig n ific a t iv a m e n t e a lo s p r o p io s a n im a le s , q u e , c o n ­
fo r m e a u n o r fis m o in v e rs o , se c o n v ir t ie r o n e n lo s m a e stro s
in ic iá tic o s d e lo s h o m b r e s . L a v id a i n f e r i o r se c o n v ie rte e n la
vía d e a cceso a u n sa b e r s u p e r io r . U n c o r t o c ir c u it o r e ú n e la
a n im a lid a d y la s o b e r a n ía . N o s e n c o n t r a m o s e n u n u m b r a l
in ic iá tic o : lo s sa ltim b a n q u is c o n o c e n la c o n tr a s e ñ a q u e c o n ­
d u c e h a c ia el m u n d o s o b r e h u m a n o d e la d iv in id a d y h a cia el
m u n d o in fr a h u m a n o d e la v id a a n im a l.

E n « C r e p ú s c u l o » , u n o d e lo s p o e m a s d e Alcoholes in s p ira d o s
p o r lo s s a ltim b a n q u is d e P ic a s so y p o r la p i n t u r a d e M a r ie
L a u r e n c in , A p o l l i n a i r e sitú a a la c o m p a ñ ía c ir c e n s e e n u n
lu g a r v a g o , e n tr e la v id a y la m u e r te , e n tr e el d ía y la n o c h e ,
e n tr e la m e n tir a y la v e rd a d , e n tr e la tie r r a y e l c ie lo : a l fin a l
d e l p o e m a , el Arlequín trimegisto crece b a jo la m ira d a triste d e u n
e n a n o . O t r a vez n o s e n c o n t r a m o s e n u n u m b r a l t e m ib le ,
p e r o e n e l q u e lo s c o n t r a r io s t ie n d e n a c o n c ilia r s e . E n e l
p r im e r v e rso d e « C r e p ú s c u lo » las sombras de los muertos p a sa n ,
m ie n tra s q u e e n la ú ltim a e s tro fa a p a re ce u n hermoso niño3. D a
la i m p r e s i ó n d e q u e e l p o d e r s o b r e n a t u r a l d e c r e c im ie n t o
a tr ib u id o al a r le q u ín le v ie n e d e su fa m ilia r id a d c o n e l r e in o
d e la m u e r te . E l e p íte to d e trim e g is to q u e se le h a a p lica d o le
c o n fie r e u n a id e n tid a d q u e a lu d e a H e r m e s , el d io s q u e tra s­
p a sa las p u e r ta s d e l o t r o m u n d o y c o n d u c e a las a lm a s a lo s
r e in o s s u b te r r á n e o s . E s t a m b ié n e l d io s d e lo s se cre to s d e la
a lq u im ia , al q u e lo s g n ó s tic o s e m p a r e n t a r o n c o n el T h o t d e

3 E l p e q u e ñ o s a ltim b a n q u i —n iñ o m ila g r o s o — a p a re c e rá u n a vez m ás al fin a l


d e u n p o e m a d e A p o llin a ir e e n « U n a ilu s ió n d e v a g u e d a d e s » .
r o s tr o sim ie s c o d e lo s e g ip c io s . A l d e s c o lg a r u n a e s tre lla , al
a c e rc a r c ie lo y tie r r a , A r le q u í n r e ú n e d e m a n e r a s o b r e n a tu ­
r a l lo q u e p o r n a tu r a le z a está s e p a r a d o . S e n o s a n u n c ia u n
re g re s o m á g ico a la u n id a d có sm ica .
E n e l s in c r e tis m o m ít ic o q u e se d e s a r r o lla a q u í, c ie r ta s
a n a lo g ía s j u s t if ic a n la a p r o x im a c ió n q u e se p r o d u c e e n tr e
H e r m e s y A r le q u í n p o r o b r a d e A p o ll i n a i r e . H e r m e s n o es
só lo u n c o n d u c to r d e alm as, c o n o c e d o r d e secreto s, n o es só lo
el p a t r ó n e m b le m á tic o d e la a g ilid a d m e r c u r ia l, es ta m b ié n
u n d io s g ra n u ja , q u e b r a n ta d o r d e las p r o h ib ic io n e s . Es fá c il
lle g a r a la id e a d e q u e su p a p e l d e p a s a d o r p r o v id e n c ia l va
p a r e jo c o n sus a u d a cias d e tra n s g re s o r: e n a m b o s casos, tra s­
p asa lo s c o n fin e s sa g ra d o s q u e d e lim ita n r e g io n e s so m e tid a s
a leye s c o n t r a r ia s y q u e a lo s m o r ta le s n o le s está p e r m it id o
s o b r e p a s a r im p u n e m e n t e . A h o r a b i e n , se sa b e q u e , e n sus
o r íg e n e s , s e g ú n lo s p r im e r o s d o c u m e n t o s m e d ie v a le s q u e
n o s h a b la n d e é l, A r le q u í n (b a jo e l n o m b r e d e H e lle k in ) es
u n a d iv in id a d c o n r o s t r o d e a n im a l, q u e g u ía a su mesnada
a u lla d o r a d e D ifu n to s . D e n in g ú n m o d o se tra ta, p u e s, d e la
fig u r a d e u n s a lv a d o r , s in o , p o r e l c o n t r a r i o , d e la d e u n a
c r ia t u r a d ia b ó lic a . S ó lo c o n e l c u r s o d e lo s sig lo s , la r e p r e ­
s e n ta c ió n te a tra l, la p a r o d ia lo g r a r á n c o n ju r a r su m a le fic io :
d e ese g e n io q u e h a a tra v e sa d o lo s lím it e s d e l i n f i e r n o p a r a
v e n ir a v is ita rn o s se t e r m in a r á p o r h a c e r u n a fig u r a c ó m ic a ,
cu y o c a r á c te r e s e n c ia l d e tr a n s g r e s ió n se va a r e la c io n a r c o n
lo s tabúes d e l o r d e n so cia l y d e la d is c ip lin a d e las c o stu m b re s.
E sta tr a n s fo r m a c ió n su b stitu y e el h o r r o r p o r la b u r la , a b a n ­
d o n a la im a g e n d e l g e n io al c a p r ic h o d e l a c to r e n m a sc a ra d o
y d e s c o m p o n e e n ch u sca p a la b r e r ía lo q u e fu e a u llid o i n h u ­
m a n o . E l esp a n to se c o n v ie rte e n risa ; lo s te r r o r e s p r im itiv o s
se p ie r d e n e n la farsa p r o fa n a : las m u e ca s o b sc e n a s y g r o t e s ­
cas e je c u t a n u n e x o r c is m o q u e t r a n s fo r m a la s fu e r z a s d e
m u e r t e e n p o t e n c ia d e fe c u n d id a d . D a r u n n o m b r e al
53 . R o b e r t C apa, fo to g r a fía de P ica sso , I 951 '

h o r r o r s in n o m b r e , c o n v e r tir lo e n u n o b je to d e r e p r e s e n ta ­
c ió n es t r a n s fo r m a r lo q u e n o s su p e ra e n a lg o q u e d o m in a ­
m o s , es d a r a lo i n d e c ib le u n a fig u r a d e f in id a , d e la q u e e l
le n g u a je se b u r la r á e n p o c o tie m p o c o n to ta l lib e rta d . E l v i r ­
tu o s is m o lo c u a z , e l sa lto d e la d a n za , c o n lo s q u e se r e p r e ­
sen ta la p o s e s ió n d e l a cto r p o r u n a p o te n c ia s o b r e n a tu ra l q u e
se a p o d e r a d e é l, s o n a l m is m o t ie m p o u n a o p e r a c i ó n d e
d o m in io . T r a n s fo r m a d o d u r a n te lo s « m is te r io s » e n u n d ia ­
b lo b u e n o , u n d ia b lo p e c u lia r , H e lle k in d e jó s e n tir to d a v ía
d u r a n te m u c h o tie m p o q u e él era e l su stitu to p a r ó d ic o d e u n
r iv a l m u c h o m á s t e m ib le . D e esto da fe la r u d a m á s c a ra d e
homo silvestris q u e co n s e r v ó h asta el sig lo X V I I I , é p o c a e n q u e el
a m o r fin a lm e n te lo p u lió . G u a n d o G o e th e , e n el p r ó lo g o d e
Fausto, p re se n ta a M e fistó fe le s c o n la a p a rie n c ia d e la lustigePer-
son, p o n e d e m a n ifie s to esa m a e stría ju g u e t o n a d e l le n g u a je
p o é tic o q u e n o s p e r m it e c o n v e r tir la s o m b r a a m e n a za n te d e l
g e n io e n u n p e r so n a je e lo c u e n te , p e r o q u e tra n s m ite la a g re ­
siv id a d d e la n a d a a lo m ás r e c ó n d ito d e n u e s tra risa.
L o s payasos y lo s A r le q u in e s d e P icasso , c o m o lo s d e A p o ­
llin a ir e , n o h a n p e r d id o ese v ín c u lo o r ig in a l c o n e l r e in o de
la m u e r t e . A u n q u e sus r o s tr o s se h a y a n d e s p o ja d o d e to d a
a n im a lid a d , el m o n o , el p e r r o , la cierva, el ca b a llo p e r m a n e ­
c e n m u y cerca n o s: r e p re se n ta n u n a d e las p r o lo n g a c io n e s d el
m u n d o d e lo s s a ltim b a n q u is , u n a a m is ta d c ó m p lic e . E s o s
d ib u jo s d e P icasso , m u c h o an tes d e q u e el artista h u b ie r a e le ­
g id o e x p r e s a m e n te r e p r e s e n ta r al M in o t a u r o o al c e n ta u r o ,
m u e s tra n la ex tra ñ a sim b io sis d e l s a ltim b a n q u i y d e l a n im a l.
R ilk e , al ca n ta r e n la q u in ta Elegía deDuino a lo s sa ltim b a n q u is
d e Picasso, n o olvid a c o m p a ra r el e je rcicio d e lo s jó v e n e s a c r ó ­
b a ta s , to d a v ía p o c o d ie s tr o s , c o n lo s sa lto s d e lo s jó v e n e s
« a n im a le s q u e se c u b r e n s in esta r b i e n a p a r e a d o s » . L o q u e
m ás m e s o r p r e n d e e n la r e f l e x i ó n lír i c a d e R ilk e es q u e , a
p esa r d e la p r o f u n d a d ife r e n c ia e n el sistem a d e im á g e n e s, su
m u n d o d e lo s sa ltim b a n q u is , c o m o el d e A p o lli n a i r e , es u n
m u n d o situ a d o s im b ó lic a m e n te e n tre la v id a y la m u e rte , m ás
c e r c a n o a la m u e r te q u e a la v id a , y e n e l q u e t o d o se o r d e n a
e n t o r n o a l s e c r e to d e u n p a s o . N o o b s ta n te , este p a so n o
c o n d u c e a u n a v e r d a d e r a lib e r a c ió n . P o r e l m o m e n to n o es
m ás q u e el p a so d e la im p e r ic ia a la h a b ilid a d , d e l e je r c ic io
im p e r fe c to a la p ir á m id e a d m ira b le : s ím b o lo d e u n trá n s ito a
la o b ra y al éxito d e l arte. Este ú ltim o , sin e m b a rg o , n o es sin o
la a n t ic ip a c ió n a le g ó r ic a , q u e a n u n c ia , a u n q u e d e m a n e r a
in s u fic ie n t e , o tr o p a so q u e p o d r ía a se g u ra r, e n e l se n o d e la
m u e rte , la v e rd a d e ra c o n s u m a c ió n d e l a m o r.

Wo, o w o, ist der Ort, — ich trag ihn im Herzen— ,


wo sie noch lange nicht k o n n te n , noch von einander
abfieln, wie sich bespringende, nicht recht
paarige Tiere;—
wo die Gewichte noch schwersind;
wo noch von ihren vergeblich
wirbelnden Stáben die Teiler
torkeln...

Undplotzlich in díesem mühsamen Nirgends, plótzJich


die unsagliche Stelle, wo sich das reine Xjiwenig
unbegreiflich verwandelt— , umspringt
injenes leere ¿¿iviel.
Wo die vielstelíige Rechnung
Zflhlenlos aufgeht.

EngeU: es wáre ein Platz, den wir nicht wissen, und dorten,
auf unságlichem Teppich, zsigten die Liebenden, die’s hier
bis zum Kónnen nie bringen, ihre kühnen
hohen Figuren des Herzschwungs,
ihre Türme aus Lust, ihre
langst, wo Boden nie war, nur an einander
lehnenden Leitem, bebend, — und k o n n te n s ,
vor den Qischauem rings, unzahligen lautlosen Toten:
Würfen die dann ihre letzten, immer ersparten,
immer verborgenen, die wir nicht kennen, ewig
gültigen Münzpn des Glücks vor das endlich
wahrhafi lachelnde Paar aufgestilltem
Teppich?*

«¡D ónde, oh, d ó n d e está el lugar —¡o llevo en mi corazón—, / donde ellos aún estaban lejos de
p o d e r ,y seguían / desprendiéndose el uno del otro, como anímales que se cubren / sin estar bien
apareados!, / donde los pesos pesan todavía / donde aún, de las varas que siguen / girando en vano,
losplatos / se caen... / / Y depronto, en estefatigoso no-lugar, depronto/ este lugar inefable donde
la pura escasez/incomprensiblemente se transforma—, se vuelve / abundancia vacía. / Donde la
cuenta de muchas columnas / da como suma cero. / . . . / Angel: si hubiese una plaza que no conoce -
54. Pa b l o P ic a s s o , La familia del saltimbanqui, 1954-

G o m o se ve, p a ra R ilk e , el p a so d e la to r p e z a a la a g ilid a d


a c r o b á tic a n o es m ás q u e la t r a n s ic ió n q u e c o n d u c e d e u n a
insuficiencia pura a u n a sobreabundancia vacía. L a h a za ñ a a c ro b á tic a
n o es to d a vía sin o u n p o d e r s in su sta n cia : la c o n q u is ta m a r a ­
v illo sa se q u e d a e n u n t r iu n f o r id íc u lo .
T a l es, e n la o b ra d e P icasso, la p e c u lia r co n sta n cia d e c ie r ­
tas c o n s te la c io n e s tem ática s, q u e tal vez s o n ta m b ié n p r o y e c -

mos, / y allí, sobre una alfombra inefable mostraran los amantes / lo que aquí nunca llegaron a
poder: sus audaces / y altasfiguras de corozpn impetuoso, / sus atalayas de placer, sus escalas/ que
haceya mucho tan sólo se apoyaban entre sí, temblando, / donde nunca hubo sueloy p u d ie s e n
hacerlo, ante un corro / de espectadores, de innumerables muertos sin sonido: / ¿Arrojarían éstos
sus últimas monedas, / las siempre ahorradasy ocultas, que no conocemos, / las eternamente válidas
de la felicidad, ante aquella pareja / que por fin sonríe de verdad sobre la apaciguada / alfom­
bra? » . R . M . R ilk e , Elegías de Duino O,*]. [N . d e l T .]
c io n e s m ítica s d e la p e r s o n a lid a d d e l p in t o r . C o n fr e c u e n c ia
e l artista reh ú sa e le g ir e n tre la im a g e n d e l d io s y la d e l an im al:
fo r ja a n im a le s d iv in o s o d io s e s a n im a liz a d o s . P e r o fr e n te al
a n im a l, e l p in t o r es ta m b ié n e l d o m a d o r ágil, e l to r e r o m a ta ­
d o r , el s a ltim b a n q u i q u e ju e g a c o n la m u e r te ; y fr e n t e al
a b a n d o n o fe m e n in o d e l « m o d e l o » , se tra s fo r m a u n a s veces
e n J ú p i t e r y o tra s e n p a y a s o . E n la é p o c a d e Parade, P icasso
p a r tic ip ó e n lo s escá n d alo s so ciales q u e o rg a n iza b a J e a n C o c -
te a u , c o n e l e s p ír it u u n p o c o lig e r o d e u n o r f is m o d e music-
hall, q u e p r o p o n ía e l tra p e c io c o m o el c a m in o m ás c o rto h a cia
el p a ra íso . E n tod as las b ú sq u e d a s y las m e ta m o rfo s is q u e ates­
tig u a el a rte d e P icasso , n o d e ja m o s d e e n c o n t r a r la o b s e s ió n
p o r lo s pasos: in te r c a m b io e n tr e la c o n c ie n c ia d iv in a y el in s ­
tin t o s o m b r ío d e l a n im a l, p a so d e u n a « f o r m a » a la o tr a , es
d e c ir , p a so d e u n n o - p o d e r a u n n u e v o p o d e r , cu y a « v a c ía
s o b r e a b u n d a n c ia » in q u ie ta r á al artista y le in c ita rá a a cech a r
n u ev o s h a lla zg o s. T o d o e n la o b ra d e P icasso evoca la c ir c u la ­
c ió n m is te r io s a e n tr e lo s d iv e rso s n iv e le s d e la e x is te n c ia , la
travesía de u m b ra les p r o h ib id o s , la tra n s g re s ió n de lo s lím ites,
e l e s ta b le cim ie n to d e c o n ta c to e n tr e c o n tr a r io s . L o s a trib u to s
r e iv in d ic a d o s p o r e l p i n t o r s o n e x a c ta m e n te lo s q u e h e m o s
visto r e u n irs e e n la p e r s o n a d e l payaso.

D e este m o d o , el payaso h a b rá c r e c id o a n u e s tra vista c o m o el


A r le q u í n d e l p o e m a d e A p o llin a ir e . H a b r á a d q u ir id o s ig n i­
fic a c io n e s m ú ltip le s , sie m p r e m ás ric a s y m ás in q u ie ta n te s .
P e r o , ¿ n o s o n c o n tr a d ic to r ia s estas s ig n ific a c io n e s ? ¿ N o
se e x clu y en u n a a la o tr a ? S e g u r a m e n te . E l payaso p a lu r d o n o
se p a re ce e n n a d a al b u f ó n ágil. E l A u g u s to n o es A r le q u ín . E l
p a ya so -víctim a , sim u la c ro d e C r is t o , n o p a re ce t e n e r n a d a e n
c o m ú n c o n e l A r l e q u í n tr a n s g r e s o r , s u c e d á n e o d e l d ia b lo .
P e ro al id e n t ific a r s e , ya c o n u n o , ya c o n o tr o , e l a rtista n o s
se ñ a la u n a p o s ib le s e m e ja n z a , e n la m is m a m e d id a e n q u e
a n g e lis m o y sa tan ism o se a se m e ja n . E stas s o n las d ir e c c io n e s
inversas y c o m p le m e n ta ria s q u e to m a e l d e se o d e d e ja r atrás el
m u n d o , o c o n m a y o r p r e c is ió n , d e i n t r o d u c i r e n el m u n d o
e l t e s t im o n io d e u n a p a s ió n procedente de otro lugar o que se dirige
hacia otro lugar. B a jo e l a s p e c to d e la v íc tim a e x p ia to r ia , e l
payaso es ex p u lsa d o d e l m u n d o , ca rga c o n n u e s tro s p e c a d o s y
n u e s tra v e rg ü e n z a , p e n e t r a e n la m u e r te ; m e d ia n te su p a so ,
n o s in t r o d u c e a n o s o tr o s e n la sa lv a c ió n . B a jo e l asp ecto d e l
g e n io tra n sg reso r, su rge e n tre n o s o tr o s c o m o u n in tr u s o , l l e ­
g ad o d e las tin ie b la s e x te rio re s. E s tal vez a q u é l q u e h a b ía sid o
exp u lsa d o al p r in c ip io , la a m en aza q u e n o s o p o rta p o r m u c h o
t ie m p o p e r m a n e c e r e n e l o lv id o o a p a r ta d a fu e r a . Y e n la
m e d id a e n q u e lo g r a e n c a r n a r en su interpretación el avance d e la
p o te n c ia s o m b r ía q u e reg resa , n o s o t r o s p e r c ib im o s c ó m o se
56. Pa u l K lee , Pierrotprisionero, 1923-
57.J ean D u buffet , Tres personajes, 19 6 1 .

a lig e ra la « a n tig u a c a la m id a d » , c ó m o se m u d a e n fu e r z a vita l


y se lib e r a c o n el p u r o d e r r o c h e d e risa . E sto n o im p id e q u e
la fig u r a d ia b ó lic a se vu elva a m e n a za n te y se m u e stre capaz d e
a rra stra r a lo s d é b ile s a la p e r d ic ió n : e l D ia b lo g ro te sc o d e la
Historia del soldado tie n e d o m in io to ta l s o b re el so ld a d o c o n v e r ­
t id o e n p r í n c i p e , ta n p r o n t o c o m o éste h a ya c o m e t id o la
lo c u r a d e atravesar lo s lím ite s d e su r e i n o . ..
S i el payaso es a q u e l q u e h a v e n id o d e o tr o lu g a r, e l s e ñ o r
d e u n p a so m is t e r io s o , e l c o n t r a b a n d is t a q u e a tra v ie sa las
fr o n t e r a s p r o h ib id a s , p o d e m o s c o m p r e n d e r p o r q u é e n el
c ir c o , s o b r e e l e s c e n a r io , se le h a c o n c e d i d o s ie m p r e ta n ta
im p o r t a n c ia a su entrada. N o es s ó lo , c o m o se h a c r e íd o p o r
p e r e z a , u n a c u e s t ió n d e t é c n ic a d e c o m e d ia n t e . E se p r o -
58 . L y le B o n g é , Mardi Gras — Clown in Window, 1 9 6 4 *

b le m a t é c n ic o , d e l q u e d e p e n d e la a u t o r id a d c o n la q u e e l
a c to r se im p o n e d esd e el p r im e r in s ta n te a su p ú b lic o , n o es
s in o e l a n v e rs o r a c io n a liz a d o d e u n a e x ig e n c ia m u c h o m ás
im p e r io s a . T o d o payaso v e r d a d e r o su rg e d e o tr o e sp a c io , d e
o tr o u n iv e r s o : su e n tr a d a d e b e r e p r e s e n ta r u n a tr a n s g r e s ió n
d e lo s lím ite s d e la r e a lid a d e, in c lu s o c o n la m a y o r j o v i a l i ­
d a d , se n o s d e b e m o s tr a r c o m o u n espectro. L a p u e r ta p o r la
q u e e n tr a e n la p is ta n o es m e n o s fa t íd ic a q u e la p u e r ta d e
m a r fil d e la q u e h a b la V i r g i l i o , q u e atravesab an e n su c a m in o
d e lo s I n f i e r n o s lo s s u e ñ o s e n g a ñ o s o s . S u a p a r ic ió n tie n e
c o m o fo n d o u n a b ism o a b ie rto d esd e e l q u e se p r o y e c ta h a cia
n o s o t r o s . L a e n tr a d a d e l p a ya so d e b e h a c e r n o s a p r e c ia b le
este fatigoso no-lugar e v o c a d o p o r R ilk e , q u e es e l lu g a r d e su
p a r tid a y q u e é l ya h a d e ja d o a trá s. E n el caso d e l a c r ó b a ta ,
n o h a y a p en a s d ife r e n c ia : e l fatigoso no-lugar está b a jo su ta ló n
y e l p a so se e fe c t ú a a n te n u e s t r o s o jo s e n e l m o m e n t o d e l
sa lto , d e l sa lto p e lig r o s o , d e l o b s tá c u lo s u p e r a d o . M e i n c l i ­
n a r ía a r e c o n o c e r u n v a lo r s im b ó lic o a n á lo g o e n lo s a ro s d e
p a p e l q u e atra viesan lo s v o lte a d o r e s y lo s a n im a le s a m a e stra ­
d os: u n lím ite a p a re n te es so b re p a sa d o c o n é x ito , u n a f r o n ­
te r a h a s id o a tra vesad a c o n fa c ilid a d . E l a c r ó b a ta t r iu n f a n te
e m e r g e m ás allá, e n u n a n u e v a r e g ió n d e l ser.
S e p o d r í a n m u lt i p li c a r las in t e r p r e t a c io n e s s im b ó lic a s :
¿ n o es la p is ta c ir c u la r u n a r e p r e s e n t a c ió n d e l m u n d o ? Y
p a ra r e t o m a r e n c o n ju n t o u n a in s in u a c ió n d e B a n v ille y d e
R ilk e , ¿ lo s e s p e c ta d o r e s q u e f o r m a n la a m p lia « r o s a d e la
c o n t e m p l a c ió n » n o se p a r e c e n a la r o s a c e le s te , u n a d e las
ú ltim a s v is io n e s d e l P a ra íso d e D a n t e ? P e r o c o n v ie n e e v ita r
s e m e ja n te s o b r e c a r g a a le g ó r ic a : eso s u p o n d r ía a s ig n a r a l
p a ya so , a lo s s a ltim b a n q u is , al m u n d o d e l c ir c o u n a s i g n i f i ­
c a c ió n d e f in id a , u n a f u n c i ó n e s ta b le y, s in e m b a r g o , p a r a
q u e p u e d a n v iv ir , d e b e n , e n p r i m e r lu g a r , d is fr u ta r d e u n a
lib e r t a d p le n a . N o h a y q u e a p r e s u r a r s e , p u e s , e n a sig n a rle s
u n p a p e l, u n a f u n c i ó n , u n a r a z ó n d e se r; es p r e c is o c o n c e ­
d e rle s la lic e n c ia d e n o ser m ás q u e u n j u e g o s in s e n tid o . L a
a r b it r a r ie d a d , la fa lta d e s i g n i f i c a c i ó n es e n e llo s , p o r así
d e c ir , u n r a s g o d e n a c im ie n t o . P e r o s ó lo a l p r e c i o d e esta
ausencia, d e este vacío p r im a r io p u e d e n lle g a r a la s ig n ific a c ió n
q u e les h e m o s d e ja d o a l d e s c u b ie r to . N e c e s ita n u n a e n o r m e
r e s e r v a d e s in s e n t id o p a r a p o d e r p a s a r a l s e n t id o . E n u n
m u n d o u tilita r io , c u b ie r to p o r u n a tu p id a r e d d e se ñ ales, e n
u n u n iv e r s o p r á c tic o e n e l q u e a to d o se le h a a sig n a d o u n a
f u n c ió n , u n v a lo r d e u so o d e c a m b io , la e n tr a d a d e l p ayaso
r o m p e a lg u n o s h ilo s d e la r e d y, e n la s o fo c a n te p le n it u d d e
las sig n ific a c io n e s aceptadas, a q u él abre u n a b r e c h a p o r la q u e
p o d r á c o r r e r u n v ie n to d e in q u ie t u d y d e v id a . E l sin s e n tid o
5 9 . M ásca ra d e c u e ro de u n zanni, sig lo X V II.
q u e tra n s m ite el payaso a d q u ie r e e n to n c e s u n s e g u n d o v a lo r:
s e m b r a r la d u d a . Es u n d e s a fío la n z a d o c o n t r a la s o lid e z d e
n u estra s certezas. E sta b o c a n a d a d e g ra tu id a d o b lig a a r e c o n ­
s id e r a r to d o lo q u e se te n ía p o r n e c e s a r io . A s í, p u e s to q u e e n
p r im e r lu g a r es a u sen cia d e s ig n ific a c ió n , e l payaso a cced e a la
elevad a s ig n ific a c ió n d e o p o n e n te : n ie g a to d o s lo s sistem as d e
a fir m a c ió n p reex isten tes, in tr o d u c e e n la c o m p a c ta c o h e r e n ­
cia d e l o r d e n e s ta b le cid o el v a cío m e d ia n te el c u a l e l e s p e cta ­
d o r , s e p a r a d o fin a lm e n t e d e sí m is m o , p u e d e r e ír s e d e su
p r o p ia g ra v e d a d . E l p u r o a b s u r d o a ce p ta c o n v e r tir s e e n u n a
fig u r a p o liv a le n te : r e p r e s e n ta c ió n d e l in tr u s o q u e se im p o n e
o al q u e se ex p u lsa ; d e la v íc tim a e x p ia to r ia o d e l g e n io b u r ­
l ó n ; d e l sa lto o p tim is t a h a c ia lo a lto o d e la c a íd a e n e l
a b is m o . S e p r o p a g a u n a c a d e n a d e e c o s c u y o s d e s a r r o llo s
d e s b o r d a n a l c ir c o , p u e s la f u n c i ó n d e l p a y a s o , ta l c o m o la
a ca b o d e d e s c r ib ir , p r e s u p o n e la e x is te n c ia d e u n a so c ie d a d
o rg á n ic a m e n te estru ctu ra d a e n la q u e es p o s ib le in t r o d u c ir la
c o n t r a d i c c i ó n b a jo u n a f o r m a y u n d is fr a z r it u a liz a d o s .
G u a n d o este v ín c u lo so cia l se d esh a ce, la p r e s e n c ia d e l payaso
se a te n ú a so b re el e s c e n a rio y s o b re la tela . E l b u fó n , n o o b s ­
ta n te , b a ja a l a ca lle , o c u p a d o , o c io s o , e m b a d u r n a d o - e m b a -
d u r n a d o r , m u d o e n su c la m o r , v io le n t o p a ra nada. Y a n o h a y
lím ite s , así p u e s, ta m p o c o tra n s g r e s ió n .
Q u e d a la b u r la .
REPERTORIO DE ILUSTRACIONES
Y CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS

1. H o n o ré D au m ier, Pierrot tocando Iq mandolina, ca. 1873» óleo sobre m adera, 35 x 27 cm.
W in terth ou r, co lecció n O skar R ein h art « A m R o m e rh o lz» . Fotografía de la colección.

2 . H an s H o lb e in el Joven , « E in N a rr, d er sein e K a sp e rlfig u re n zu b ew u n d ern


sch e in t» , detalle, ilu stració n para el Elogio delalocura, B asilea, 15 15 , d ib u jo a la plum a.
Basilea, O ffe n tlich e K unstsam m lung, Kupferstichlcabinett. Fotografía d el m u seo .

3. Porada deferia en Londres, 1804* T om ado de La MerueiUeuse Histoire du cirque de H en ry T h é -


tard, París, Prism a, 1947 * P* ^8. F o to g ra fía D .R .

4 . G ia n d o m e n ico T ie p o lo , Pulcineüa en el circo, balanceándose de una cuerda, ca. 18 0 0 , plum a,


aguada m arrón y carboncillo, 29 X 4 J c m - París, antigua colección Richard O w en . F oto­
grafía D .R .

5. Jacques C allo t, Los dos Pantalón, ca. 1617, aguafuerte, 9>45 x I 4>2 cm . G in eb ra, Musée
d ’art et d ’h istoire, C ab in et des estampes. Fotografía del m useo.

6 . V ic to r A d a m , Atracción, jinete de estilo shakespeariano, detalle, 18 5 0 , lito g ra fía . París,


B ib lio th équ e de 1 A rsen al. Fotografía B ib lioth équ e N ation ale de France.

7 - A d o lp h e M artial P otém ont, Le Théatre desFunambules, boulevarddu Temple, mayo 1862, gra­
b ad o, 20 x IO cm . París, B ib lioth éq u e de 1’A rsen al. F otografía B ib lioth éq u e N ationale
de France.

8. H o n o ré D au m ier, CrispinetScapin, ca. 18 6 4 , óleo sobre lie n zo , 6 0 ,5 x 82 cm . París,


M usée d ’ O rsay. Fotografía © R M N — H ervé Lew andow ski.

9 . H e n ri de T o u lo u se-L a u tre c, Boum-Boum en el circo Medrano, 1893» óleo y aguada sobre


cartón, 56 x 37 cm . C h icago, co lección particular. Fotografía D .R .

10 . P ierre R o ch V ig n e ro n , ParaAuriol, recuerdo de Madrid, detalle, en ero 1841, litografía.


París, B ib lioth équ e de rA rse n al. Fotografía D .R .

11. M arc C h agall, Acróbata, I 9 I 4 - I 9 I 5 ’ óleo sobre cartón , 5 1 x 37 cm * París, colección


particular. Fotografía D .R . © A d agp, París 2 0 0 4 -

12. E dgar Degas, M issLaLaen el circo Femando, ca. 1879» óleo sobre lien zo, 117 x 77’ 5 cm *
L o nd res, T h e N ation al G allery. Fotografía d el m useo.

13. Lafunambulista, s/f, litografía de G h arpen tier, N antes, 37 x 5°>5 cm - París, B ib lioth é­
que de 1*A rsen al. Fotografía B ib lioth équ e N ationale de France.

14. M arie-A lex an d re A lo p h e , escena de La Peri, acto I, « E l trov ad or» e n el que se ve a


C a rlo ta G risi ejecutando su fam oso salto en el «Paso d el su e ñ o » , l 8 4 3 >litografía, 18,5
x 2 2 ,3 cm . París, B ibliothéque de 1’O p era. Fotografía B ibliothéque N ationale de France.

15. Pablo Picasso, Salomé, 1905» pu n ta seca, 4 0 x 3 4 »8 cm . Fotografía © R M N — G érard


B lo t. © Succession Picasso 2 0 0 4 .
1 6 . G e o r g e s S e u r a t, El circo, 18 9 1, ó le o s o b r e lie n z o , 1 8 5 ,5 x I 5 2 , 5 c m - P a rís, M u s é e
d ’ O rs a y . F o to g ra fía © R M N — H e rv é L ew a n d o w sk i.

17. Palmyre Anato, amazona de siüaplana, ca. 1850 . T om ado de La Merueilleuse Histoire du cirque de
Hei\ry T h étard, París, Prisma, 194-7 ’ ^ p* &2 . Fotografía D .R .

18. H e n ri de To ulo use-L au trec, En el circo: ejercicio sobre silla plana, 1899, lápices de colores,
22 x 31 cm . C o lecció n particular. Fotografía D .R .

19. E d gar D egas, Bailarina con ramo saludando, detalle, 1878, pastel, papel pegado sobre
lie n zo , 72 x 7 7 ,5 cm . París, M usée d u L o uvre, D .A .G . (fo n d o s O rsay). F otografía ©
R M N —Jean Schorm ans.

2 0 . E d gar D egas, La canción del perro en un café-cantante, , gu ache, pastel sobre


papel, 55 x 45 cm * Nueva Y ork , colección particular. Fotografía D .R .

21. A u b rey V in cen t Beardsley, « T h e G lim a x» , ilu stración para Salomé de O scar W ilde,
1894, d ib ujo . Fotografía © A K G París.

2 2 . Edvard M u n cb , £í i>amj)¿ro, 1894-, punta seca, 2 8,5 x 21,5 cm. O slo, M un ch -m u seet.
F oto grafía del m useo (A n d ersen /d e J o n g ). © T b e M u n c h M useu m / T h e M u n ch -
E llingsen G ro u p / A dagp, París 2 0 0 4 -

23. Jean-Ign ace G randville, « L o s am ores», ilustración para Unautremonde: transformations,


visions, incarnations... París, H . F o u rn ie r, 1844* p- 10 2, xilografía, 1 1 x 1 3 cm . F otografía
B iblioth équ e N ationale de France.

2 4 - J ° h n B ran dard , « K in g o f the Castle, o r H arleq u in P rince D ia m o n d and Princess


B righteyes», T h e H arlequinade fro m the Pantom im e at the Princess’ Th eatre, Londres,
1858 , L ito g rafía e n c o lo r. L o n d re s, R a ym on d M an d er an d J o e M itch e n so n T h eatre
C o lle ctio n . Fotografía de la colección.

2 5 ' Jean-Ign ace Grandville, Viaje hacia la Eternidad, «¿Quiere subir a mi casa, caballero? No quedará
descontento, anímese>>, s/f, grabado, 17,8 x 2 0 ,6 cm . Bruselas, B ib lio th éq u e Royale de B e l-
gique, C ab in et des estampes. Fotografía de la biblioteca.

2 6. F é lic ie n R o p s , El vicio supremo, 1 8 8 4 , ca lc o g ra fía , 1 1 ,8 x 7 *9 c m . B ru se las, B i b lio th é ­


q u e R o yale d e B e lg iq u e , C a b in e t d es esta m p es. F o to g ra fía d e la b ib lio te c a .

2 7 - C h a r le s B a u d e la ire , Autorretrato con la mirada puesta en una bolsa de escudos que se aleja volando,
l 8 5 7 ~ I 8 5 8 (é p o c a d e l p r o c e s o p o r Lasflores del mal), p lu m a . C o le c c ió n p a r tic u la r . F o to ­
g ra fía © c o lle c tio n R o g e r - V io lle t.

28. Pablo Picasso, Pareja cenando, 19OI, óleo sobre cartón, 4 7 x 6 2 ,2 cm . M useum o f A rt,
R h o d e ísla n d S ch o o l o f D esig n , d o n ació n de G eo rg e P ierce M etcalf. F otografía E rik
G o u ld . © Succession Picasso 2 0 0 4 .

2 9 - D o s a c to re s , s ig lo IV a . C . , c e r á m ic a átic a . P a rís , M u s é e d u L o u v r e . F o to g r a fía ©


R M N — H e rv é L ew an d o w ski.

3 0 . G eorges R ouault, Muñecos de caseta de tiro (Fantoches o La casada), 19 0 7 , óleo sobre papel
pegado sobre lie n z o , 75 x cm . L o n d res, Tate G allery. Fotografía © Tate, Lond res
2 0 0 3 . © A dagp, París 2 0 0 4 .

31. Jam es E n so r, Pierrotj esqueleto vestido de amarillo, 18 9 3 , ó le o sob re tela, 38 X 4 6 cm .


C o le c c ió n J e ff de Lange. Fotografía D .R . © A dagp, París 2 0 0 4 .
3 2. M arcel C a rn é, escena de la película Les enfants duparadis-. la m uerte del ropavejero, con
J e a n -L o u is B a rra u lty Pierre R en o ir, I 9 4 3 ~I 9 4 5 - Fotografía D .R .

3 3. H o n o ré D au m ier, Traslado de saltimbanquis, ca. l 8 4 7 ~i 8 5 0 * óleo sobre m adera, 3 2 ,6 x


24>8 cm . W ashington, N ation al G allery o f A rt, Ch ester D ale G o llectio n . Fotografía ©
2 0 0 3 B oard o fT ru stees, N ational G allery o f A rt, W ashington.

3 4 . O d ilo n R ed on , Laflor de la ciénaga, ilustración para el álbum Hommage á Goya, lám ina II,
1885, litografía, 118 x IOO cm . Basilea, O ffe n tlich e K unstsam m lung, K u pferstich kabi-
nett. Fotografía del m useo.

3 5 . H o n o r é D a u m ie r, Bajado (Unpayaso), s/f, c a rb o n c illo y acuarela, 3 6 ,5 x 26 cm .


Nueva Y o rk , T h e M etropo litan M useum o f A rts, Rogers F und, 1927 - Fotografía © T h e
M etropolitan M useum o f A rt.

3 6. H o n o ré D au m ier, Hércules deferia (El luchador — Una parada de saltimbanquis), ca. 1865, óleo
sob re m ad era, 2 6 ,6 x 35 cm . W ashin gton , T h e P h illip s C o lle c tio n . F otografía de la
colección.

3 7 . F ed erico F ellin i, escena de la p elícu la , La Strada, c o n G iu lie tta M asina y A n th o n y


Q u in n , 1954 - Fotografía D .R .

38. Pablo Picasso, El organillero, 19 0 6 , tém pera sobre cartón, 1 0 0 ,5 x 7°»5 cm. Z ú rich ,
K unsthaus. Fotografía del m useo. © Succession Picasso 2 0 0 4 -

3 9 . Jam es E n so r, La venganza de Hop Frog, 1898, a guafu erte, 35>9 x 2 5 -1 cm . Bruselas,


B ib lio th é q u e R oyale de B e lgiq u e , C a b ín e t des estam pes. F otografía de la b ib lio te ca.
© A d agp, París 2 0 0 4 -

4 0 . G eorges Seurat, El trombón, estudio para La parada, l 8 8 j , lápiz y guache, 32 x 24 cm.


F ilad elfia, P h ila d e lp h ia M u seu m o f A r t, T h e H e n ry P. M c llh e n n y C o lle c tio n in
m em o iy o f Francés P. M cllh en n y, 198 6 . Fotografía del m useo.

4 1. H e n r i d e T o u lo u s e - L a u tr e c , Lapayasa Cha-U~Kao, 1 8 9 5 , ó le o so b re tela, 75 x 5 5 cm *


W in t e r d io u r , c o le c c ió n O s k a r R e in h a r t « A m R ó m e r h o lz » . F o to g ra fía d e la c o le c c ió n .

4 2 . H e n r i de T o u lo u s e -L a u tre c , Payasa o Payaso sentada, lá m in a I de la serie « E lle s » ,


18 9 6 , lito g ra fía a colores, 5 o x 4 0 c m - N ueva Y o rk , T h e M useu m o f M o d e rn A rt,
d on ación de A b b y A ld ric h Rockefeller. Fotografía © 2 0 0 3 , D igital image, T h e M useum
o f M o d e rn A rt, Nueva Y o r k / Scala, F lorencia.

4 3 . G eorges R ou ault, Cabeza de payaso trágico, 19 0 4 , acuarela, pastel y guache, 3 7 x 2 6 ,5


cm . Z ú rich , K unsthaus. Fotografía del m useo. © A dagp, París 2 0 0 4 -

4 4 - G eorges R ouault, Cabeza de payaso, ca. 19 0 7 , óleo sobre tela, 39 x 3 1 ctn - C o le cció n
p articular. Fotografía D .R . © A dagp, París 2 0 0 4 -

4 5 - J o s e f v o n Sternberg» escena de la p e líc u la El ángel azul, c o n E m il Ja n n in gs, 193 o -


Fotografía D .R .

4 6 . G eorges Rouault, El payaso herido, 19 39 * Fotografía D .R . © A dagp, París 2 0 0 4 -

4 7 - G eorges Rouault, co m p osición para « C ir q u e de T É toile filan te » (Elpequeño enano),


193 4 , xilografía, $1 x 21,5 cm - Fotografía D .R . © A dagp, París 2 0 0 4 -

48 . M ax Jacob, probab lem en te en la calle N o lle t en París, fotografía, an te rio r a 1937 '
Fotografía D .R .
4 9 . C h arlie C h ap lin , escena de la película El circo, con el autor y M erna K en n edy, 1928.
Fotografía D .R .

5 0 . Bailarina acróbata, óstraco n e gip cio, ca. 13 0 0 a .C ., caliza, 1 0 ,5 * 16 ,8 cm . T u rín ,


M useo E gizio. Fotografía © A K G París / W e rn e r Form an.

51. Pablo Picasso, La muerte de Arlequín, 190 5 , guache sobre cartón, 65 x 95 cm. W ashing­
to n , N atio n a l G a llery o f A r t, C o lle c tio n o f M r. an d M rs. P au l M e llo n . F otografía ©
2 0 0 3 B o a rd o f Trustees, N atio n a l G allery o f A r t, W ash in gton . © Succession Picasso
2004-
5 2 . Pablo Picasso, Joven acróbata con una pelota, 19 0 5 , óleo sobre tela, 147 x 95 cm * M oscú,
M useo Pushldn. Fotografía © A K G París / E rich Lessing. © Succession Picasso 2 0 0 4 .

5 3 . R ob ert C ap a, Picasso e n A n tib e s e n I 9 5 1 » fo to g rafía. F otografía © R ob ert C a p a /


M agn um Photos, París.

54 . Pablo Picasso, La familia del saltimbanqui, 16 de feb rero de 1954 »litografía, 50 x 6 5 cm .


Fotografía © C rh istie’s Images L td 2 0 0 4 - © Succession Picasso 2 0 0 4 -

5 5 - Paul K le e , Narrder Tiefe, 1927 . óleo sobre cartón , 37 x 4 1 cm . Z ú rich , K u n sth au s.


Fotografía del m useo. © A dagp, París 2 0 0 4 .

56. Paul K lee, Pierrotprisionero, 1923 ’ acuarela y ó leo sobre papel coloread o, 4 0 x 3 ° cm .
D e tro it, T h e D e tro it Institute o f A rts, d on ació n de R o b ert H . Tan n ah ill. Fotografía ©
1986 T h e D etro it Institute o f A rts. © A dagp, París 2 0 0 4 .

57. Jean D u bu ffet, Trespersonajes, 17 de octubre de 1961, guache y tinta china, 50 x 6 7 cm.
C o le c c ió n particular. Fotografía D .R . © A dagp, París 2 0 0 4 .

5 8 . L yle B o n g é , Marcfí Gras — Cfoujn in Windoit), 1964» fo to g ra fía . N ueva O rle a n s , T h e


O g d en M u se u m o f S outhern A rt, University o f N ew O rleans, G ift o fP a u l Bongé. Foto­
grafía del m useo.

5 9 - Máscara deun^anni, siglo X V I I , cuero y crin, 23 x 17 x 7»5 cm - París, M usée d e l’O péra.
Fotografía B ib lioth équ e N ationale de France.
ÍNDICE

L as m u ecas d el d o ble 7

¿E l r e e n c u e n t r o c o n c ie r t a g e n ia l id a d ? 15

El d e s l u m b r a m ie n t o a n t e l a l ig e r e z a

o e l t r iu n f o d e l payaso 21

D e l a n d r ó g in o a l a m u je r fa ta l 35

C u e r p o s d e s e a b le s y c u e r p o s h u m illa d o s 47

N a c im ie n t o d e l pa y a so t r á g ic o 67

Los sa l v a d o r e s r id íc u l o s 81

P a sa d o res y d ifu n to s 95

R e p e r t o r io d e il u s t r a c io n e s
Y C R É D IT O S F O T O G R Á F IC O S 115

Das könnte Ihnen auch gefallen