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Noções gerais
Obs: o CPC 1973 falava em "fiscal da lei"; já o CPC 2015 preferiu a expressão "fiscal da
ordem jurídica".
Prazo em dobro
O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá
início a partir de sua intimação pessoal, que pode ser feita por carga, remessa ou meio
eletrônico.
Responsabilidade
O membro do Ministério Público será civil e regressivamente responsável quando agir com
dolo ou fraude no exercício de suas funções (art. 181 do CPC 2015).
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MP COMO CUSTOS LEGIS
Hipóteses
O CPC prevê as hipóteses em que o Ministério Público deverá atuar mesmo não sendo o
autor:
Atentem para a redação do art. 178 do CPC 2015 porque será exaustivamente exigida em
provas, especialmente o parágrafo único.
Atuação
I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo;
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Obs: findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de
parecer, o juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo (art. 180, § 1º do CPC
2015).
É nulo o processo quando o membro do Ministério Público não for intimado a acompanhar
o feito em que deva intervir (art. 279 do CPC 2015 / art. 246 do CPC 1973).
Determinado banco ajuizou ação de reintegração de posse contra Maria pedindo que o
imóvel onde ela reside com seus dois filhos menores fosse desocupado, já que ela não
teria pago as prestações do financiamento realizado.
No caso concreto, o pedido do MP deve ser aceito? O fato de morarem menores de idade
no imóvel faz com que seja obrigatória a intervenção do MP na ação reintegração de
posse?
NÃO. O fato de a ré residir com seus filhos menores no imóvel não torna, por si só,
obrigatória a intervenção do Ministério Público (MP) em ação de reintegração de posse.
Segundo prevê o CPC, o MP deve intervir nas causas em que houver interesse de
incapazes, hipótese em que deve diligenciar pelos direitos daqueles que não podem agir
sozinhos em juízo. Logo, o que legitima a intervenção do MP nessas situações é a
possibilidade de desequilíbrio da relação jurídica e eventual comprometimento do
contraditório em função da existência de parte absoluta ou relativamente incapaz. Nesses
casos, cabe ao MP aferir se os interesses do incapaz estão sendo assegurados e
respeitados a contento, seja do ponto de vista processual ou material.
Na hipótese em tela, a ação de reintegração de posse foi ajuizada tão somente contra a
genitora dos menores, não veiculando, portanto, pretensão em desfavor dos incapazes, já
que a relação jurídica subjacente em nada tangencia a estes. A simples possibilidade de
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os filhos - de idade inferior a dezoito anos - virem a ser atingidos pelas consequências
fáticas oriundas da ação de reintegração de posse não justifica a intervenção do MP no
processo como custos legis.
O STJ entendeu que o interesse dos menores na causa é meramente reflexo. Não são
partes ou intervenientes no processo, tampouco compuseram qualquer relação negocial.
Se a tese do MP fosse aceita, ele deveria intervir em toda e qualquer ação judicial
relacionada a imóveis em que residem crianças ou adolescentes, o que seria um
desvirtuamento da sua missão constitucional.
Dessa maneira, não havia, no caso concreto, razão jurídica para intervenção do MP.
STJ. 3ª Turma. REsp 1.243.425-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em
18/8/2015 (Info 567).
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