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PÓS-GRADUAÇÃO DE DIREITO CONSTITUCIONAL

MÓDULO DIREITOS E GARANTAIS FUNDAMENTAIS

Professora: Catarina Santos Botelho

1. Material pré-aula

a. Tema

Direitos Sociais.

b. Noções Gerais

O Capítulo II do Título I da Constituição dispõe, em seus artigos 6º ao


11, sobre os Direitos Sociais.

Neste contexto, conforme disposto no art. 6º da Constituição Federal,


são direitos sociais “a educação, a saúde, a alimentação, o
trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados”, na forma da Constituição.

No mais, assim dispõem os demais artigos supra citados:

“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de


outros que visem à melhoria de sua condição social:

I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem


justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá
indenização compensatória, dentre outros direitos;

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de


atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com
moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene,
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe

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preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para
qualquer fim;

V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do


trabalho;

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou


acordo coletivo;

VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que


percebem remuneração variável;

VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou


no valor da aposentadoria;

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua


retenção dolosa;

XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da


remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da
empresa, conforme definido em lei;

XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de


baixa renda nos termos da lei; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e


quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e
a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos


ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em


cinqüenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço


a mais do que o salário normal;

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XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário,
com a duração de cento e vinte dias;

XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante


incentivos específicos, nos termos da lei;

XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no


mínimo de trinta dias, nos termos da lei;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas


de saúde, higiene e segurança;

XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas,


insalubres ou perigosas, na forma da lei;

XXIV - aposentadoria;

XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o


nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de


trabalho;

XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do


empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado,
quando incorrer em dolo ou culpa;

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de


trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores
urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do
contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
28, de 25/05/2000)

a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de


25/05/2000)

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b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
25/05/2000)

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de


critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e


critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;

XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e


intelectual ou entre os profissionais respectivos;

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a


menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis
anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo


empregatício permanente e o trabalhador avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores


domésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII,
XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII
e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e
acessórias, decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades,
os previstos nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a
sua integração à previdência social. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 72, de 2013)

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o


seguinte:

I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de


sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao
Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical;

II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em


qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica,
na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou
empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um
Município;

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III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas;

IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de


categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do
sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei;

V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a


sindicato;

VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações


coletivas de trabalho;

VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas


organizações sindicais;

VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do


registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical
e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato,
salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização


de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as
condições que a lei estabelecer.

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos


trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os
interesses que devam por meio dele defender.

§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre


o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.

§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.

Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e


empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus
interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão
e deliberação.

Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é


assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade

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exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os
empregadores.

c. Legislação

CF: artigo 6º ao 11.

Os arts. 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/1998), da Constituição


referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.
[Súmula Vinculante 16.]

O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não


incide sobre o abono utilizado para se atingir o salário mínimo.
[Súmula Vinculante 15.]

Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior


ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar
inicial.
[Súmula Vinculante 6.]

Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode


ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de
servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão
judicial.
[Súmula Vinculante 4.]

Até que lei venha a dispor a respeito, incumbe ao Ministério do


Trabalho proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela
observância do princípio da unicidade.
[Súmula 677.]

A simples adesão à greve não constitui falta grave.


[Súmula 316.]

d. Julgados/Informativos

(íntegra dos respectivos acórdãos proferidos pelo STF em:


http://stf.jus.br/portal/inteiroTeor/pesquisarInteiroTeor.asp
- informar apenas o número do processo sem ponto ou dígito
verificador e serão listadas as classes relacionadas ao número)

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Suspensão de inclusão de novos beneficiários. Operadora de plano de
saúde. GEAP. Óbice ao ingresso de servidor do poder executivo
cedido à Justiça Federal, que, acometido de doença grave, retornou
ao órgão de origem para aposentaria por invalidez. Impossibilidade
de interrupção do tratamento da doença iniciado durante período de
cessão. Vedação administrativa excepcionada pelas peculiaridades da
espécie em exame. Princípio da dignidade da pessoa humana e do
direito à saúde. Mandado de segurança concedido.[MS 33.619, rel.
min. Cármen Lúcia, j. 23-8-2016, 2ª T, DJE de 6-9-2016.]

Programa Universidade para Todos (PROUNI). Ações afirmativas do


Estado. Cumprimento do princípio constitucional da isonomia. (...) A
educação, notadamente a escolar ou formal, é direito social que a
todos deve alcançar. Por isso mesmo, dever do Estado e uma de suas
políticas públicas de primeiríssima prioridade. A Lei 11.096/2005 não
laborou no campo material reservado à lei complementar. Tratou, tão
somente, de erigir um critério objetivo de contabilidade
compensatória da aplicação financeira em gratuidade por parte das
instituições educacionais. Critério que, se atendido, possibilita o gozo
integral da isenção quanto aos impostos e contribuições mencionados
no art. 8º do texto impugnado. (...) Toda a axiologia constitucional é
tutelar de segmentos sociais brasileiros historicamente
desfavorecidos, culturalmente sacrificados e até perseguidos, como,
verbi gratia, o segmento dos negros e dos índios. Não por
coincidência os que mais se alocam nos patamares patrimonialmente
inferiores da pirâmide social. A desigualação em favor dos estudantes
que cursaram o ensino médio em escolas públicas e os egressos de
escolas privadas que hajam sido contemplados com bolsa integral
não ofende a Constituição pátria, porquanto se trata de um
descrímen que acompanha a toada da compensação de uma anterior
e factual inferioridade ("ciclos cumulativos de desvantagens
competitivas"). Com o que se homenageia a insuperável máxima
aristotélica de que a verdadeira igualdade consiste em tratar
igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, máxima que Ruy
Barbosa interpretou como o ideal de tratar igualmente os iguais,
porém na medida em que se igualem; e tratar desigualmente os
desiguais, também na medida em que se desigualem.[ADI 3.330, rel.
min. Ayres Britto, j. 3-5-2012, P, DJE de 22-3-2013.]

O direito a segurança é prerrogativa constitucional indisponível,


garantido mediante a implementação de políticas públicas, impondo

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ao Estado a obrigação de criar condições objetivas que possibilitem o
efetivo acesso a tal serviço. É possível ao Poder Judiciário determinar
a implementação pelo Estado, quando inadimplente, de políticas
públicas constitucionalmente previstas, sem que haja ingerência em
questão que envolve o poder discricionário do Poder Executivo.[RE
559.646 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 7-6-2011, 2ª T, DJE de 24-6-
2011.]= ARE 654.823 AgR, rel. min. Dias Toffoli, j. 12-11-2013, 1ª T,
DJE de 5-12-2013

É constitucional o art. 5º da Lei 11.901/2009 [“A jornada do


Bombeiro Civil é de 12 (doze) horas de trabalho por 36 (trinta e seis)
horas de descanso, num total de 36 (trinta e seis) horas semanais”].
Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, julgou
improcedente o pedido formulado em ação direta que questionava o
referido dispositivo. Segundo o Tribunal, a norma impugnada não
viola o art. 7º, XIII, da CF/1988 (...). A jornada de 12 horas de
trabalho por 36 horas de descanso encontra respaldo na faculdade
conferida pelo legislador constituinte para as hipóteses de
compensação de horário. Embora não exista previsão de reserva legal
expressa no referido preceito, há a possibilidade de negociação
coletiva. Isso permite inferir que a exceção estabelecida na legislação
questionada garante aos bombeiros civis, em proporção razoável,
descanso de 36 horas para cada 12 horas trabalhadas, bem como
jornada semanal de trabalho não superior a 36 horas. Da mesma
forma, não haveria ofensa ao art. 196 da CF/1988. A jornada de
trabalho que ultrapassa a 8ª hora diária pode ser compensada com
36 horas de descanso e o limite de 36 horas semanais. Ademais, não
houve comprovação, com dados técnicos e periciais consistentes, de
que essa jornada causasse danos à saúde do trabalhador, o que
afasta a suposta afronta ao art. 7º, XXII, da CF/1988.[ADI 4.842, rel.
min. Edson Fachin, j. 14-9-2016, P, Informativo 839.]

A Segunda Turma denegou a ordem em mandado de segurança


impetrado em face de ato do CNJ, consistente na declaração de
ilegalidade da fixação de férias de 60 dias para os servidores de
tribunal de justiça estadual. (...) No mérito, a Turma asseverou que
as normas estaduais infirmadas na decisão do CNJ assegurariam 60
dias de férias aos servidores da Justiça estadual como decorrência da
associação entre esse direito e o período de férias coletivas
concedidas nos tribunais. Todavia, essa forma de usufruto do direito
às férias já teria a sua inconstitucionalidade declarada pelo STF. (...)
Assim, se a Constituição veda a concessão de férias coletivas aos
magistrados, com vista a garantir que a atividade jurisdicional seja

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ininterrupta, seria também inadmissível o gozo coletivo de férias
pelos servidores de tribunal de justiça local.[MS 26.739, rel. min.
Dias Toffoli, j. 1º-3-2016, 2ª T, Informativo 816.] Vide ADI 3.085,
rel. min. Eros Grau, j. 17-2-2005, P, DJ de 28-4-2006

A licença maternidade prevista no artigo 7º, XVIII, da Constituição


abrange tanto a licença gestante quanto a licença adotante, ambas
asseguradas pelo prazo mínimo de 120 dias. Interpretação
sistemática da Constituição à luz da dignidade da pessoa humana, da
igualdade entre filhos biológicos e adotados, da doutrina da proteção
integral, do princípio da prioridade e do interesse superior do menor.
[RE 778.889, rel. min. Roberto Barroso, j. 10-3-2016, P, DJE de 1º-
8-2016, com repercussão geral.]

Sindicato. Desmembramento. Alegação de afronta ao princípio da


unicidade sindical. Improcedência. Caso em que determinada
categoria profissional – até então filiada a sindicato que representava
diversas categorias, em bases territoriais diferentes – forma
organização sindical específica, em base territorial de menor
abrangência.[RE 433.195 AgR, rel. min. Ayres Britto, j.20-5-2008, 1ª
T, DJE de 19-9-2008.]= RMS 24.288 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j.
8-3-2016, 2ª T, DJE de 14-4-2016= RE 608.304 AgR, rel. min. Dias
Toffoli, j. 28-8-2012, 1ª T, DJE de 13-9-2012.

e. Leitura sugerida

- BOTELHO, Catarina Santos. Os Direitos Sociais em Tempos de


Crise. Editora Almedina: 2015.

- SARLET, Ingo Wolfgang. Regime jurídico dos direitos fundamentais


sociais na Constituição (parte I). Disponível em:
http://www.conjur.com.br/2016-ago-05/direitos-fundamentais-
regime-direitos-fundamentais-sociais-constituicao-parte

f. Leitura complementar

- BOTELHO, Catarina Santos. "Haja uma nova jurisdição


constitucional". Disponivel em:
https://www.oa.pt/Conteudos/Artigos/detalhe_artigo.aspx?idc=3077
7&idsc=112472&ida=112724

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- BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo:
Malheiros.

- FERNANDES, Bernardo Gonçalves. Curso de Direito Constitucional.


Editora Juspodivm:2017.

- LAFER, Celso. A Reconstrução dos Direitos Humanos: um diálogo


com o pensamento de Hannah Arendt. São Paulo: Cia das Letras,
2009.

- MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO,


Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito constitucional. São Paulo:
Saraiva.

- SARLET, Ingo Wolfgang. A Eficácia dos Direitos Fundamentais. 12ª


ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2015.

- SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo.


São Paulo: Malheiros.

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