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1. Material pré-aula
a. Tema
b. Noções Gerais
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estabelecendo como princípios norteadores da República Federativa
do Brasil a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III), a solidariedade
social (art. 3º) e a igualdade substancial (arts. 3º e 5º), além da
erradicação da pobreza e redução das desigualdades sociais,
promovendo o bem de todos (art. 3º, III e IV), a Lex Fundamentallis
de 1988 realizou uma interpenetração do direito público e do
direito privado, redefinindo os seus espaços, até então estanques e
isolados. Tanto o direito público quanto o privado devem obediência
aos princípios fundamentais constitucionais, que deixam de ser
neutros, visando ressaltar a prevalência do bem-estar da pessoa
humana” (3).
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no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à
imagem;
(...)
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação;
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos
direitos e liberdades fundamentais;
(...)
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm
aplicação imediata.
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão
equivalentes às emendas constitucionais.
(...).
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comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, XIII e
XIV.
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Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em
publicações ou representações que a exponham ao desprezo público,
ainda quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em
propaganda comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da
proteção que se dá ao nome.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da
justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos,
a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização
da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento
e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra,
a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins
comerciais. ( ADIN 4815)
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes
legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou
os descendentes.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a
requerimento do interessado, adotará as providências necessárias
para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma”.
(1) MOARES, Maria Celina Bodin de. A caminho de um Direito Civil Constitucional. Revista de
Direito Civil. São Paulo, v. 17, n. 65, p. 28-9, jul./set. 1993.
(2) TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil - Volume Único. São Paulo: Saraiva, 2016.
(3) ROSENVALD, Nelson; Chaves de Farias, Cristiano. Curso de Direito Civil - Parte Geral e
LINDB – 14ª Ed. 2016. Juspodivm.
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c. Legislação
d. Julgados/Informativos
(íntegra dos respectivos acórdãos em:
http://stf.jus.br/portal/inteiroTeor/pesquisarInteiroTeor.asp - informar apenas o
número do processo sem ponto ou dígito verificador e serão listadas as classes
relacionadas ao número)
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sanados os problemas de superlotação e de falta de condições
mínimas de saúde e de higiene do estabelecimento penal. Além disso,
não sendo assegurado o mínimo existencial, seria inaplicável a teoria
da reserva do possível”. [RE 580.252, rel. p/ o ac. min. Gilmar
Mendes, j. 16-2-2017, P, Informativo 854, com repercussão geral.]
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encarecida dignidade da pessoa humana, assim como do mais
evoluído estado de civilização. (...) O art. 220 da Constituição
radicaliza e alarga o regime de plena liberdade de atuação da
imprensa, porquanto fala: a) que os mencionados direitos de
personalidade (liberdade de pensamento, criação, expressão e
informação) estão a salvo de qualquer restrição em seu exercício,
seja qual for o suporte físico ou tecnológico de sua veiculação; b) que
tal exercício não se sujeita a outras disposições que não sejam as
figurantes dela própria, Constituição. A liberdade de informação
jornalística é versada pela CF como expressão sinônima de liberdade
de imprensa. Os direitos que dão conteúdo à liberdade de imprensa
são bens de personalidade que se qualificam como sobredireitos. Daí
que, no limite, as relações de imprensa e as relações de intimidade,
vida privada, imagem e honra são de mútua excludência, no sentido
de que as primeiras se antecipam, no tempo, às segundas; ou seja,
antes de tudo prevalecem as relações de imprensa como superiores
bens jurídicos e natural forma de controle social sobre o poder do
Estado, sobrevindo as demais relações como eventual
responsabilização ou consequência do pleno gozo das primeiras. A
expressão constitucional ‘observado o disposto nesta Constituição’
(parte final do art. 220) traduz a incidência dos dispositivos tutelares
de outros bens de personalidade, é certo, mas como consequência ou
responsabilização pelo desfrute da ‘plena liberdade de informação
jornalística’ (§ 1º do mesmo art. 220 da CF). Não há liberdade de
imprensa pela metade ou sob as tenazes da censura prévia, inclusive
a procedente do Poder Judiciário, pena de se resvalar para o espaço
inconstitucional da prestidigitação jurídica. Silenciando a Constituição
quanto ao regime da internet (rede mundial de computadores), não
há como se lhe recusar a qualificação de território virtual livremente
veiculador de ideias e opiniões, debates, notícias e tudo o mais que
signifique plenitude de comunicação." (ADPF 130, rel. min. Ayres
Britto, julgamento em 30-4-2009, Plenário, DJE de 6-11-2009.) No
mesmo sentido: Rcl 18.566-MC, rel. min. Celso de Mello, decisão
monocrática, julgamento em 12-9-2014, DJE de 17-9-2014.
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“Ação direta de inconstitucionalidade. §1º do art. 28 da Lei
12.663/2012 (‘Lei Geral da Copa’). Violação da liberdade de
expressão. Inexistência. Aplicação do princípio da proporcionalidade.
Juízo de ponderação do legislador para limitar manifestações que
tenderiam a gerar maiores conflitos e atentar contra a segurança dos
participantes de evento de grande porte.” (ADI 5.136-MC, rel.
min. Gilmar Mendes, julgamento em 1º-7-2014, Plenário, DJE de
30-10-2014.)
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"Eficácia dos direitos fundamentais nas relações privadas. As
violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito
das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações
travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os
direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam
diretamente não apenas os poderes públicos, estando direcionados
também à proteção dos particulares em face dos poderes privados.
Os princípios constitucionais como limites à autonomia privada das
associações. A ordem jurídico-constitucional brasileira não conferiu a
qualquer associação civil a possibilidade de agir à revelia dos
princípios inscritos nas leis e, em especial, dos postulados que têm
por fundamento direto o próprio texto da Constituição da República,
notadamente em tema de proteção às liberdades e garantias
fundamentais. O espaço de autonomia privada garantido pela
Constituição às associações não está imune à incidência dos
princípios constitucionais que asseguram o respeito aos direitos
fundamentais de seus associados. A autonomia privada, que encontra
claras limitações de ordem jurídica, não pode ser exercida em
detrimento ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros,
especialmente aqueles positivados em sede constitucional, pois a
autonomia da vontade não confere aos particulares, no domínio de
sua incidência e atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as
restrições postas e definidas pela própria Constituição, cuja eficácia e
força normativa também se impõem, aos particulares, no âmbito de
suas relações privadas, em tema de liberdades fundamentais." (RE
201.819, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 11-10-
2005, Segunda Turma, DJ de 27-10-2006.)
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estatal. A União Brasileira de Compositores (UBC), sociedade civil
sem fins lucrativos, integra a estrutura do Ecad e, portanto, assume
posição privilegiada para determinar a extensão do gozo e fruição dos
direitos autorais de seus associados. A exclusão de sócio do quadro
social da UBC, sem qualquer garantia de ampla defesa, do
contraditório ou do devido processo constitucional, onera
consideravelmente o recorrido, o qual fica impossibilitado de perceber
os direitos autorais relativos à execução de suas obras. A vedação
das garantias constitucionais do devido processo legal acaba por
restringir a própria liberdade de exercício profissional do sócio. O
caráter público da atividade exercida pela sociedade e a dependência
do vínculo associativo para o exercício profissional de seus sócios
legitimam, no caso concreto, a aplicação direta dos direitos
fundamentais concernentes ao devido processo legal, ao contraditório
e à ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, CF/1988)." (RE 201.819, Rel. p/
o ac. Min.Gilmar Mendes, julgamento em 11-10-2005, Segunda
Turma, DJ de 27-10-2006.)
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Min.Celso de Mello, julgamento em 2-6-2009, Segunda
Turma, DJE de 1º-7-2009.
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contemplados com bolsa integral não ofende a Constituição pátria,
porquanto se trata de um descrímen que acompanha a toada da
compensação de uma anterior e factual inferioridade (‘ciclos
cumulativos de desvantagens competitivas’). Com o que se
homenageia a insuperável máxima aristotélica de que a verdadeira
igualdade consiste em tratar igualmente os iguais e desigualmente os
desiguais, máxima que Ruy Barbosa interpretou como o ideal de
tratar igualmente os iguais, porém na medida em que se igualem; e
tratar desigualmente os desiguais, também na medida em que se
desigualem." (ADI 3.330, rel. min. Ayres Britto, julgamento em 3-
5-2012, Plenário, DJE de 22-3-2013.)
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possibilidade de receber indenização ‘por dano material, moral ou à
imagem’ (CF, art. 5º, incisos V e X). Se é certo que o direito de
informar, considerado o que prescreve o art. 220 da Carta Política,
tem fundamento constitucional (HC 85.629/RS, Rel. Min. Ellen
Gracie), não é menos exato que o exercício abusivo da liberdade de
informação, que deriva do desrespeito aos vetores subordinantes
referidos no § 1º do art. 220 da própria Constituição, ‘caracteriza ato
ilícito e, como tal, gera o dever de indenizar’, (...), tal como pude
decidir em julgamento proferido no STF: ‘(...) A CF, embora garanta
o exercício da liberdade de informação jornalística, impõe-lhe, no
entanto, como requisito legitimador de sua prática, a necessária
observância de parâmetros – entre os quais avultam, por seu relevo,
os direitos da personalidade – expressamente referidos no próprio
texto constitucional (CF, art. 220, § 1º), cabendo ao Poder Judiciário,
mediante ponderada avaliação das prerrogativas constitucionais em
conflito (direito de informar, de um lado, e direitos da personalidade,
de outro), definir, em cada situação ocorrente, uma vez configurado
esse contexto de tensão dialética, a liberdade que deve prevalecer no
caso concreto.’ (AI 595.395/SP, Rel. Min. Celso de Mello).” (ADPF
130, Rel. Min. Ayres Britto, voto do Min. Celso de Mello,
julgamento em 30-4-2009, Plenário, DJE de 6-11-2009.) No mesmo
sentido:AC 2.695-MC, Rel. Min. Celso de Mello, decisão
monocrática, julgamento em 25-11-2010, DJE de 1º-12-
2010. Vide: Rcl 9.428, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 10-
12-2009, Plenário, DJE de 25-6-2010.
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e. Leitura sugerida
f. Leitura complementar
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- LÔBO, Paulo. Constitucionalização do Direito Civil. Jus Navigandi,
Teresina, ano 4, n. 33, 1 jul. 1999. Disponível em:
http://jus.com.br/artigos/507/constitucionalizacao-do-direito-civil
16
- TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 14ª ed.
São Paulo: Saraiva, 2016.
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