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Direitos Humanos e Cidadania – PRF 2017
teoria e questões
Aula 00 - Prof. Ricardo Torques
AULA 00
APRESENTAÇÃO DO CURSO
CRONOGRAMA DE AULA
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS DIREITOS
HUMANOS
Sumário
Concurso da PRF e Direitos Humanos e Cidadania ............................................................... 3
Metodologia .................................................................................................................... 3
Apresentação Pessoal ...................................................................................................... 6
Cronograma de Aulas ...................................................................................................... 7
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 9
2 - Teoria Geral dos Direitos Humanos ............................................................................... 9
2.1 - Conceito e terminologia ........................................................................................ 9
2.2 - Estrutura Normativa ........................................................................................... 12
2.3 - Classificação dos Direitos Humanos ...................................................................... 16
2.4 - Fundamentos dos Direitos Humanos ..................................................................... 19
3 – Questões ................................................................................................................ 23
3.1 - Questões sem Comentários ................................................................................. 24
3.2 - Gabarito ........................................................................................................... 28
3.3 - Questões com Comentários ................................................................................. 28
4 - Lista de Questões de Aula ......................................................................................... 37
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5 – Resumo .................................................................................................................. 38
6 - Considerações Finais ................................................................................................ 41
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Direitos Humanos e Cidadania – PRF 2017
teoria e questões
Aula 00 - Prof. Ricardo Torques
APRESENTAÇÃO DO CURSO
Concurso da PRF e Direitos Humanos e Cidadania
Iniciamos hoje nosso Curso de Direitos Humanos e Cidadania para PRF,
abrangendo teoria e questões, para o cargo de Policial Rodoviário Federal.
Trata-se de um curso pré-edital, estruturado e organizado com base no edital de
2013.
Inicialmente, destaca-se a remuneração que, reajustada pela Lei 13.371/2016,
inicia em R$ 9.043,98, com final de carreira em R$ 16.552,34. Atualmente
(1º/jan), está em andamento a elaboração da minuta do edital por intermédio da
Portaria 2.374/2016. Além disso, há dotação orçamentária específica aprovada
para realização do concurso na LOA 2017. Logo, é grande expectativa pela
realização de novo concurso.
Em relação ao número de vagas, temos atualmente mais de 3 mil cargos vagos,
dos 13 mil cargos totais do órgão.
Trata de um concurso completo, com várias fases. Além da prova objetiva – que
é o nosso interesse aqui – temos provas discursivas, exame de capacidade física,
avaliação de saúde física e psicológica, investigação social e funcional, bem como
avaliação de títulos. De todas essas fases, apenas a última não é eliminatória.
Ao que tudo indica, o edital vindouro será muito semelhante ao anterior e, muito
provavelmente, a banca será a mesma, ou seja, o CESPE. Desse modo
priorizaremos em nosso curso o conteúdo do edital anterior, voltado para a
“metodologia” do CESPE.
A nossa disciplina consta da parte específica da prova objetiva. Juntamente
com Direito Administrativo, Noções de Direito Penal, Noções de Direito Processual
Penal, Legislação Especial e Legislação relativa à PRF está a nossa matéria,
denominada de Direitos Humanos e Cidadania. Das 70 questões destinadas à
prova objetiva anterior 9 versaram sobre a nossa matéria.
Isso indica a relevância conferida à disciplina, que compôs 13% da prova
específica. Desse modo, devemos tratar de forma completa, porém, objetiva da
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Metodologia
Provas anteriores
Não sabemos qual será a banca do próximo certamente. Existem boatos,
contudo, o órgão não tem uma posição clara a respeito. Somente com a
autorização pelo Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (MPOG), a
Polícia Rodoviária Federal (PRF) dará sinais de qual será a banca do concurso, o
que se confirmará com a publicação da dispensa de licitação.
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Conteúdos
Considerando o edital passado, bem como a importância da disciplina é
necessário que com foco e objetividade naquilo que será cobrado em prova.
Em razão disso:
É essencial tratar da legislação e tratados internacionais
atualizados. Aqui, ao contrário do curso anterior, não vamos citar a
integralidade das Convenções Internacionais no corpo do Curso, mas
deixaremos links, para que você tenha acesso a toda legislação nacional e
internacional necessária de forma esquematizada.
Os conteúdos terão enfoque primordial no entendimento da legislação,
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haja vista que a maioria das questões cobram a literalidade das leis.
Em alguns pontos é importante o conhecimento de assuntos teóricos
e doutrinários, de professores de Direitos Humanos consagrados na área.
A jurisprudência dos tribunais superiores – especialmente STF e STJ –
, bem como de cortes internacionais – como a Corte Interamericana de
Direitos Humanos – serão mencionados quando relevantes para a nossa
prova.
Não trataremos da doutrina e da jurisprudência em excesso, mas na medida do
necessário para fins de prova. Caso contrário, tornaríamos o curso
demasiadamente extenso e improfícuo.
De todo foram, podemos afirmar que as aulas serão baseadas em várias “fontes”.
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FONTES
Jurisprudência
Doutrina quando Assuntos
Legislação (em relevante dos
essencial e relevantes no
sentido amplo) Tribunais
majoritária cenário jurídico
Superiores
Questões de concurso
Há inúmeros estudos que discutem as melhores técnicas e metodologias para
absorção do conhecimento. Entre as diversas técnicas, a resolução de questões
é, cientificamente, uma das mais eficazes.
Somada à escrita de forma facilitada, esquematização dos conteúdos,
priorizaremos questões anteriores de concurso público. Além das questões
anteriores da PRF, vamos trazer questões de outros cargos e áreas,
especialmente da área policial e da área jurídica. Sempre que necessário,
adaptaremos à nossa realidade.
Diferentemente de versões anteriores do nosso Curso, traremos questões ao
longo do conteúdo, que demonstrarão como o assunto é abordado em prova.
Além disso, ao final, haverá a tradicional bateria de questões ao final da
aula para que vocês possam treinar suficientemente os principais
assuntos da matéria.
Teremos também, uma espécie de estatística das questões, por meio do qual,
a cada aula, vocês poderão identificar quais os temas são preferidos pelas bancas
de concurso. Esses dados são fundamentais para revisões ulteriores. Não
podemos esquecer que o nosso estudo pré-edital. Assim, em um estudo
organizado e por ciclos, é importante identificar os principais temas para as
revisões.
Não custa registrar, todas as questões do material serão comentadas de
forma analítica. Sempre explicaremos o porquê da assertiva estar correta ou
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incorreta. Isso é relevante, pois o aluno poderá analisar cada uma delas, perceber
eventuais erros de compreensão e revisar os assuntos tratados.
Vídeo aulas
O foco no Estratégia Concursos são os materiais em .pdf. É por este instrumento
que você irá absorver a maior parte do conteúdo ou que você irá treinar a maior
gama de questões.
Contudo, desde há algum tempo as vídeos-aulas tem sido disponibilizadas como
um instrumento adicional. Não é recomendado estudar apenas pelos vídeos, pois
é impossível tratar dos assuntos com necessária profundidade em um número
limitado de aulas. Ademais, seria demasiadamente extenso e pouco produtivo,
cursos em vídeo com toda a matéria.
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Apresentação Pessoal
Por fim, resta uma breve apresentação pessoal. Meu nome é Ricardo Strapasson
Torques! Sou graduado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e
pós-graduado em Direito Processual.
Estou envolvido com concurso público há 08 anos, aproximadamente, quando
ainda na faculdade. Trabalhei no Ministério da Fazenda, no cargo de ATA. Fui
aprovado para o cargo Fiscal de Tributos na Prefeitura de São José dos Pinhais/PR
e para os cargos de Técnico Administrativo e Analista Judiciário nos TRT 4ª, 1º e
9º Regiões. Atualmente, resido em Cascavel/PR e me dedico exclusivamente a
atividade de professor.
Já trabalhei em outros cursinhos, presenciais e on-line e, atualmente, em
parceria com o Estratégia Concursos lançamos diversos cursos,
notadamente nas áreas de Direito Eleitoral e de Direitos Humanos. Além
disso, temos diversas parcerias para cursos de discursivas com foco
jurídico.
Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dúvidas ou sugestões. Será um
prazer orientá-los da melhor forma possível nesta caminhada que se inicia hoje.
rst.estrategia@gmail.com
https://www.facebook.com/direitoshumanosparaconcursos
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Cronograma de Aulas
AULA 00 – INTRODUÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS – 02.01
1 Teoria geral dos direitos humanos.
1.1 Conceito, terminologia, estrutura normativa, fundamentação.
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1
PERES LUÑO, Antônio. Derechos humanos, Estado de derecho y Constitución. 5. edição.
Madrid: Editora Tecnos, 1995, p. 48.
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2
COMPARATO, Fábio Konder. Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. 7ª edição, rev.,
ampl. e atual., São Paulo: Editora Saraiva, 2010, p. 13.
3
SARLET, Ingo Wolfgang. Eficácia dos Diretos Fundamentais. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2004, p. 110.
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Comentários
4
BARRETTO, Rafael. Direitos Humanos. 2ª edição, rev., ampl., Salvador: Editora JusPodvim,
2012, p. 25.
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tratar de princípio, deve-se procurar, na melhor forma possível, fazer com que o
processo se desenvolva de forma rápida e satisfatória às partes.
Por conta disso, um processo trabalhista, que comumente envolve direito de
caráter alimentar, deve tramitar mais rápido (mais célere) quando comparado a
um processo-crime, por exemplo. É importante resolvê-lo rapidamente, para que
o empregado tenha acesso aos créditos decorrentes em razão da natureza
alimentícia. No processo penal, para uma completa defesa do réu, é necessário
que o processo seja burocrático, atentando-se a diversos detalhes que tornam o
procedimento mais demorado. É importante decidir com cuidado, para evitar
injustiça, porque uma condenação infundada é muito prejudicial.
Não há, portanto, como definir um prazo, a priori, no qual o processo seja
considerado tempestivo. Assim, fala-se em mandado de otimização, uma vez que
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REGRAS PRINCÍPIOS
NORMAS
JURÍDICAS
regras princípios
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5
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos, São Paulo: Editora Saraiva, 2014
(versão digital).
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Democracia
A democracia também é fundamental na estrutura principiológica dos Direitos
Humanos, na medida em que somente em Estados democráticos é possível
cogitar o exercício de direitos.
A democracia relaciona-se com o exercício da soberania popular, sendo
conceituada pela doutrina7 como:
A qualidade máxima do poder extraída a da soma dos atributos de cada membro na
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6
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos, São Paulo: Editora Saraiva, 2014
(versão digital).
7
BULOS, Uadi Lammêgo; Constituição Anotada, 5º edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2003,
p. 480.
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Razoabilidade-proporcionalidade
A inclusão da razoabilidade e da proporcionalidade como critério interpretativo
proporciona uma abertura de valores na aplicação do Direito. O operador do
Direito não deve se limitar à subsunção (aplicação do fato à norma). Há,
evidentemente, uma série de princípios e valores a serem aplicados ao caso
concreto que irão reclamar um juízo de ponderação. Esse juízo tão melhor será
quanto mais razoável e proporcional for a interpretação. Não é uma tarefa fácil,
mas que releva a pretensão de se conferir real importância aqueles direitos que
possuem fundamental relevância, ante o emaranhado de normas jurídicas do
ordenamento.
Além de conduzirem a melhor opção do intérprete, a razoabilidade e
proporcionalidade evitam interpretações esdrúxulas, contrária aos
fundamentos do ordenamento jurídico.
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Com base nos quatro status acima, é possível delinear uma classificação dos
Direitos Humanos em:
direitos humanos de defesa;
direitos humanos prestacionais;
direitos humanos de participação.
Os direitos humanos de defesa caracterizam-se por constituir uma prerrogativa
que poderá ser utilizada pela pessoa contra eventuais arbítrios estatais.
Constituem, portanto, direitos de cunho negativo, que resguardam a liberdade
dos indivíduos.
Os direitos humanos prestacionais relacionam-se com a prerrogativa de a pessoa
exigir uma conduta ativa do Estado a fim promover os direitos mais básicos.
Esses direitos, de cunho positivo, tutelam os direitos de igualdade.
Note que as duas primeiras classificações se relacionam com um assunto
“corriqueiro” em Direitos Humanos (e, também, em Direito Constitucional): as
dimensões. Realmente é uma visão muito próxima! Pela primeira classificação
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viabilizam a exigem, ao
DIREITOS DE participação do mesmo tempo,
misto
PARTICIPAÇÃO indivíduo na abstenção e
sociedade prestação
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Comentários
O direito à saúde constitui um direito prestacional, por meio do qual a pessoa
poderá exigir do Estado os meios e instrumentos necessários a fim de lhe garantir
uma vida saudável. Portanto, trata-se de direito positivo, de modo que a
alternativa D é a correta e gabarito da questão.
interesses.
Para outros doutrinadores, como o autor espanhol Peres Luño, não é possível
identificar o fundamento dos Direitos Humanos porque esses direitos são
consagrados a partir de juízos de valor. Vale dizer, são consagrados por
opções morais que, por definição, não podem ser comprovadas ou
justificadas, mas apenas aceitas por convicção pessoal.
O que significa isso?
Consiste no fato de que não existe uma norma, como é o texto constitucional de
um Estado, que seja fundamento de validade para as demais normas de
determinado ordenamento jurídico. Em Direito Constitucional estudamos que a
Constituição é fundamento de validade para todas as normas infraconstitucionais.
Já na seara dos Direitos Humanos, como inexiste um referencial (como a
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Fundamentos
Paralelamente à corrente que nega a possibilidade de delimitação dos Direitos
Humanos, foi construída pela doutrina uma série de fundamentos que somados
constituem os fundamentos dos Direitos Humanos.
Estudaremos fundamentos principais:
o jusnaturalista;
o positivista; e
o moral.
Fundamento Jusnaturalista
Para a corrente jusnaturalista, o fundamento dos Direitos Humanos está em
normas anteriores e superiores ao direito estatal posto, decorrente de
um conjunto de ideias, de origem divina ou fruto da razão humana.
Assim, para essa corrente de pensamento, os Direitos Humanos seriam
equivalentes aos direitos naturais, consequência da afirmação dos ideais
jusnaturalistas.
Uma característica importante da corrente jusnaturalista é o cunho metafísico,
uma vez que os Direitos Humanos encontram fundamento na existência de um
direito pré-existente ao direito produzido pelo homem, oriundo de:
Deus escola de direito natural de razão divina; ou
da natureza inerente do ser humano escola de direito natural
moderna.
Em crítica a esse fundamento, argui-se que os direitos humanos são históricos,
ou seja, conquistados pela sociedade em razão das confluências sociais e
culturais, de forma que os Direitos Humanos não são pré-existentes a tudo que
existe de normativo. 00000000000
8
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos, São Paulo: Editora Saraiva, 2014
(versão digital).
9
ADI 595/ES, Rel. Celso de Mello, 2002, DJU de 26-2-2002.
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Os julgados acima bem exemplificam que embora não seja a tese prevalente para
a defesa de direitos humanos, por vezes, é reportado como um dos fundamentos
da nossa disciplina.
Fundamento positivista
Segundo o fundamento positivista, a formação dos Estados Constitucionais
de Direito, como é o caso do Brasil, levou à inserção de Direitos Humanos nas
constituições.
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10
SS 2.061 AgR/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, Presidente, DJU 30-10-2001.
11
RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional.
2ª edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2012 (versão eletrônica).
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Fundamento Moral
Para finalizar, vejamos a fundamentação moral, segundo a qual os direitos
humanos consistem no conjunto de direitos subjetivos originados diretamente
dos princípios, independentemente da existência de regras prévias. Assim, os
direitos humanos podem ser considerados direitos morais que não
aferem sua validade por normas positivadas, mas extraem validade
diretamente de valores morais da coletividade humana. Entende-se que a
moralidade integra o ordenamento jurídico por meio de princípios, referindo-se
às exigências de justiça, de equidade ou de qualquer outra dimensão da moral.
Existe, portanto, um conteúdo ético na fundamentação dos Direitos
Humanos, no que se refere à necessidade de assegurar uma vida digna
às pessoas.
Quadro sinótico
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FUNDAMENTO JUSNATURALISTA
FUNDAMENTO POSITIVISTA
FUNDAMENTO MORAL
•Os direitos humanos podem ser considerados direitos morais que não aferem
sua validade por normas positivadas, mas diretamente de valores morais da
coletividade humana.
Em suma:
3 – Questões
Considerando as questões analisadas no decorrer da aula (10 questões), mais as
43 questões que compõem a bateria abaixo, temos a seguinte distribuição de
questões, que denota a importância dos assuntos para fins de prova:
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e) soberania.
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3.2 - Gabarito
Questão 01 – CORRETA Questão 02 – CORRETA
Questão 11 – A Questão 12 – B
Comentários
A assertiva está correta e demonstra justamente o fato de que a distinção entre
direitos humanos e direitos fundamentais reside apenas no plano da positivação,
não havendo se falar em diferença de conteúdo.
questão adaptada
Considerando a teoria geral dos direitos humanos, julgue o item a seguir.
O princípio da proibição do retrocesso social é uma cláusula de defesa do
cidadão em face de possíveis arbítrios impostos pelo legislador no sentido de
desconstituir as normas de direitos fundamentais.
Comentários
A assertiva correta e explica bem a razão da existência do princípio. Em Direitos
Humanos deve ser observado o princípio da proibição do retrocesso, que visa a
impedir a redução de direitos humanos no âmbito jurídico.
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Comentários
Trouxemos essa questão a fim de expor uma curiosidade
sobre a teoria geral dos direitos humanos. A Teoria da
Margem de Apreciação surgiu em um julgamento da
Corte Europeia, mais especificamente no caso Handyside v. Reino Unido, e é
frequentemente utilizada em casos nos quais há uma ponderação de direitos.
De acordo com essa teoria, os Estados europeus possuem certa margem de
apreciação para tomar decisões quanto a assuntos internos, pois as autoridades
locais teriam melhor entendimento da situação analisada. Tratando-se de uma
teoria de relativização. Essa teoria representa um meio de solução de conflitos
concretos existentes entre o sistema internacional de direitos humanos e a
legislação interna de cada nação.
Na verdade, a teoria de margem de apreciação é vista no sentido oposto ao
enunciado da questão.
A assertiva está incorreta.
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e) status activus.
Comentários
Questão simples que cobra a classificação dos Direitos Humanos de acordo a
partir da relação entre o homem e o Estado. Essa classificação fixa 4 status, quais
sejam:
4 status de
Jellinek
status status
status civitatis status activus
subjectionis negativus
Comentários
Está incorreta a assertiva, pois no status negativo temos a pessoa na condição
de exigir a abstenção estatal. Equivoca-se, portanto, a questão ao confundir o
status negativo com o status de sujeição.
Comentários
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dignidade da pessoa humana.” (RE 477.554-AgR, rel. min. Celso de Mello, julgamento
em 16-8-2011, Segunda Turma, DJE de 26-8-2011.) Vide: ADI 4.277 e ADPF 132, rel. min.
Ayres Britto, julgamento em 5-5-2011, Plenário, DJE de 14-10-2011.
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Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A é a correta e gabarito da questão.
Aqui temos uma questão introdutória da matéria, que cobra posicionamento
específicos acerca da estrutura dos Direitos Humanos.
De acordo com a doutrina de André Ramos de Carvalho a estrutura dos Direitos
Humanos é variada, podendo se caracterizar em:
segundo André
de Carvalho
Ramos
direito-
direito-pretensão direito-liberdade direito-poder
imunidade
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direito à vedação à
direito à liberdade de
assistência prisão, salvo
educação credo
jurídica flagrante
Comentários
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Comentários
A questão acima confunde as teorias que fundamentam os Direitos Humanos.
Para a teoria jusnaturalista os Direitos Humanos são superiores, universais,
imutáveis e inderrogáveis.
Podemos distinguir ambas as teorias da seguinte forma:
Comentário
Embora a questão faça um pouco de confusão entre direitos humanos e direitos
fundamentais, é exatamente isso: o poder político é responsável para,
internamente, editar normas de direitos fundamentais e, externamente, normas
direitos humanos, ambas objetivando à proteção da dignidade da pessoa.
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Lembre-se:
Comentários
Temos aqui uma questão que envolve o conceito de Direitos Humanos. Se
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Comentários
Questão tranquila, que pode ser resolvida por intermédio de interpretação.
Afirma-se que os direitos humanos surgem do reconhecimento do
reconhecimento do valor e da dignidade das pessoas. Isso significa dizer que há
uma grande valorização da pessoa. O simples fato de existir lhe confere uma
série de direitos humanos, de suma importância, em reconhecimento à dignidade
e ao valor humanos.
Dessa forma o entendimento acima é expresso na alternativa B, que é o
gabarito da questão. 00000000000
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nem sequer, distinção entre aqueles que vivem sob a legalidade e aqueles que
comentem ilícitos. Todos, absolutamente todos, devem ter seus direitos humanos
respeitados.
Comentários
Perfeita a assertiva. Como vimos em aula não há diferenças substanciais entre
Direitos Fundamentais e Direitos Humanos. Há, inclusive, autores que sustentam
que os termos deveriam ser unificados, sugerindo-se a expressão Direitos
Humanos Fundamentais ou Direitos Fundamentais Humanos.
De todo modo, podemos distingui-los do seguinte modo:
DIREITOS HUMANOS – direitos protetivos à pessoa na órbita internacional.
DIREITOS FUNDAMENTAIS – direitos protetivos à pessoa na órbita interna
Está correta, portanto, a assertiva.
Comentários
Essa é uma questão bastante difícil e que está incorreta. A doutrina
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Gabarito: Incorreta
Gabarito: D
5 – Resumo
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização
de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informação, não deixem de retornar à
aula.
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ESTRUTURA NORMATIVA
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viabilizam a exigem, ao
DIREITOS DE participação do mesmo tempo,
misto
PARTICIPAÇÃO indivíduo na abstenção e
sociedade prestação
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Direitos Humanos e Cidadania – PRF 2017
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Aula 00 - Prof. Ricardo Torques
FUNDAMENTO JUSNATURALISTA
FUNDAMENTO POSITIVISTA
FUNDAMENTO MORAL
•Os direitos humanos podem ser considerados direitos morais que não aferem
sua validade por normas positivadas, mas diretamente de valores morais da
coletividade humana.
Em suma:
6 - Considerações Finais
00000000000
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Direitos Humanos e Cidadania – PRF 2017
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Direitos Humanos e Cidadania – PRF 2017
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Aula 01 - Prof. Ricardo Torques
AULA 01
TEORIA GERAL DOS
DIREITOS HUMANOS
Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 4
2 - Afirmação histórica dos Direitos Humanos ..................................................................... 4
2.1 – Afirmação do conceito de pessoa na história ........................................................... 5
2.2 - Grandes etapas históricas na afirmação dos Direitos Humanos ................................... 6
3 - Proteção Internacional dos Direitos Humanos .............................................................. 14
3.1 - Precedentes Históricos ........................................................................................ 14
3.2 - Internacionalização dos Direitos Humanos ............................................................. 16
3.3 - Sistemas de Proteção Internacional dos Direitos Humanos ...................................... 18
3.4 - As Três Vertentes de Proteção Internacional .......................................................... 21
4 - Direitos Humanos e Responsabilização Estatal ............................................................. 28
4.1 - Nota Histórica e o Projeto da Comissão de Direito Internacional das Nações Unidas sobre
Responsabilidade Internacional dos Estados .................................................................. 28
4.2 - Conceito e Elementos ......................................................................................... 29
4.3 - Finalidade da responsabilidade internacional .......................................................... 31
4.4 - Sujeitos passivo e ativo ...................................................................................... 32
4.5 - Pré-requisitos para a responsabilização ................................................................. 33
4.6 - Consequências ............................................................................................... 34
4.7 - Responsabilidade e normas de jus cogens ............................................................. 35
5 - Direitos Humanos e Globalização ................................................................................ 36
5.1 - Consequências Negativas .................................................................................... 37
5.2 - Consequências positivas dos Direitos Humanos ...................................................... 39
6 – Questões ................................................................................................................ 40
6.1 - Questões sem Comentários ................................................................................. 41
6.2 - Gabarito ........................................................................................................... 51
6.3 - Questões com Comentários ................................................................................. 52
7 - Lista de Questões de Aula ......................................................................................... 80
8 – Resumo .................................................................................................................. 83
9 - Considerações Finais ................................................................................................ 94
1
COMPARATO, Fábio Konder. Afirmação Histórica dos Direitos Humanos, p. 13.
Período Axial
Primeiramente vamos compreender o termo “axial”. Axial refere-se a eixo. Vale
dizer que o período axial dos direitos humanos é o eixo sobre o qual se
desenvolve a disciplina Direitos Humanos.
Compreendido entre VIII a.C e II a.C., esse período levou à formação
daquilo que conhecemos por humanidade.
O século VIII a.C. marca o INÍCIO do período axial, quando os estudiosos
estabeleceram princípios e diretrizes fundamentais da vida.
Em seguida, no século V a.C. nasce a filosofia, que marca uma evolução: a
passagem do saber mitológico para o saber da razão. Antes, as coisas eram
fantásticas, tudo o que existia era fruto da criação dos deuses. Com a filosofia, o
homem passou a exercer um papel crítico e racional na realidade, não mais
apegado à mitologia.
Em razão dessa mudança de postura, o homem passou a ser o centro das
discussões. Dito de outra forma: as pessoas passaram a ser objeto de análise
e de reflexão.
Isso não quer dizer que deixou de existir a mitologia ou religião, mas com o
tempo ela foi adaptada, de modo que passou a se cultuar, por exemplo,
2
COMPARATO, Fábio Konder. Afirmação Histórica dos Direitos Humanos, p. 19.
Século XVII
Esse período é caracterizado pelo que a doutrina denomina de “crise de
consciência”, no qual os estudiosos e pensadores da época passaram a
questionar o poder político.
Ao lado das revoluções científicas da época, houve o renascimento dos ideais
republicanos e democráticos, intensificando-se o sentimento de
liberdade e de resistência ao poder absolutista.
Por conta disso, esse período é marcado pelo estatuto das liberdades pessoais,
com destaque para:
1. criação do habeas corpus; e
2. Bill of Rights.
Em suma: nesse período despontou o ESTATUTO DAS LIBERDADES
PESSOAIS, guardando íntima relação com a temática dos Direitos Humanos.
Comentários
Essa questão é extremamente maldosa!
Sabemos que o Bill Of Rights constitui uma declaração de direitos de liberdade
(de expressão, política e de tolerância religiosa). Trata-se de um documento que
surgiu no Reino Unido em 1689 e possui grande relevância para a afirmação
histórica dos Direitos Humanos.
Contudo, não é desse documento que trata a questão. Ela refere-se ao Bill of
Rights DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, que é o nome dado às primeiras
10 emendas à Constituição dos EUA de 1787. Esse documento caracteriza-se por
conter direitos básicos do cidadão em face do Estado, porém não se confunde
com Bill os Rigths que estudamos acima.
Portanto, a alternativa C é a correta e gabarito da questão.
3
COMPARATO, Fábio Konder. Afirmação Histórica dos Direitos Humanos, p. 62.
Comentários
Temos aqui uma questão dificílima, mas que ilustra bem o nosso estudo. Em face
disso, vamos comentá-la no material. A Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão marca a Revolução Francesa e é fundamental na afirmação histórica dos
Direitos Humanos.
Embora seja reconhecido como documento fundamental de Direitos Humanos, há
autores que criticam o documento. Na questão, a FCC explorou justamente isso.
Ela quer saber, em cada um dos itens, quais são os críticos referidos.
Acreditamos que uma questão tal como essa é difícil de aparecer em provas. As
provas de Defensor Público do Estado de São Paulo caracterizam-se por serem
as mais difíceis do Brasil na matéria. Assim, se nós soubermos até o que eles
estão cobrando lá, não teremos dificuldade nenhuma em nossa prova.
No primeiro item temos um excerto de Karl Marx crítico ferrenho da burguesia e
do sistema capitalista desenvolvido após a Revolução Francesa. Notem que o
excerto deixa claro que a Declaração de Direitos do Homem é feita para “uma
espécie de homem”, o burguês.
Em relação ao segundo item, temos uma citação de Gouges. Sem necessidade
de nos aprofundarmos muito a respeito do tema, Marie Gouze (conhecida como
Gouges) foi uma feminista revolucionária. Defendia os direitos das mulheres e
criou uma obra denominada “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã”, em
crítica à autoridade masculina e à relação desigual travada na Declaração.
Desse modo, a alternativa C é a correta e gabarito da questão.
6
RAMOS, André de Carvalho. Teoria Geral dos Direitos Humanos na Ordem Internacional.
2ª edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2012 (versão eletrônica).
Comentários
Ao ler a questão tendemos a marcá-la como incorreta por referir que as vertentes
“foram consagradas nas conferências mundiais da última década de 90”.
Contudo, está correta a assertiva.
A questão aqui envolve uma discussão interessante.
Primeiramente, cumpre observar que, de fato, as três vertentes são:
direitos humanos
direito humanitário
direito dos refugiados
Até aqui sem problemas.
Vimos, contudo, que a vertente dos Direitos Humanos (stricto sensu) tem como
referenciais a ONU, criada em 1945, e a OEA, fundada em 1948.
Sabemos também que o Direito Humanitário surge em razão das Grandes
Guerras Mundiais, surgindo na década de 50, após conferências realizadas em
Genebra, em Haia e em Nova Iorque.
Por fim, o Direitos dos Refugiados tem como marco o período pós 2ª Guerra
Mundial, com destaque para o Estatuto dos Refugiados, de 1951.
Então, como pode estar correta a afirmação de que essas vertentes se
consagraram nas conferências da década de 90?
Justamente aqui está o diferencial da questão. Muito embora esses eixos tenham
surgido anteriormente, foi com a Convenção de Viena de 1993 que esses eixos
foram consagrados internacionalmente, conferindo impulso à internacionalização
dos Direitos Humanos. A Convenção de Viena de 1993 é fundamental por
consolidar os rumos dos Direitos Humanos e por fortalecer os sistemas
internacionais de proteção. Portanto, está correta a assertiva. Notem que o
enunciado não fala em "surgimento", mas em "consagração".
Vejamos, por fim, um esquema que resume as três vertentes acima estudadas.
16
MELLO, Celso Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público, p. 158.
A nova ordem mundial deve se opor às irracionalidades causadas, por vezes, pelo
mercado, não deixando de considerar as diversidades históricas e culturais, bem
como eventuais compensações e reparações dos grupos vulneráveis e
marginalizados, historicamente excluídos da sociedade. Caso contrário, todo o
processo de afirmação e de consolidação histórica dos Direitos Humanos, que
18
CANÇADO TRINDADE, Augusto. O Brasil e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais. Brasília: Cordenações de Publicações, 2000 (versão eletrônica).
Comentários
Novamente temos uma questão complexa, recentemente abordada pela FCC. Ela
ilustra bem os aspectos negativos impostos aos Direitos Humanos em face do
movimento globalizatório.
Há pensadores, tais como Eric Hobsbawn, que falam em “imperialismo dos
Direitos Humanos”.
E o que seria isso?
Em termos simples, seria uma forma de impor vontades e concepções ocidentais
a países com outras concepções, sob o argumento de que tais países violam
sistematicamente os direitos mais básicos das pessoas, bem como adotam
governos ditatoriais.
Argumenta-se que, em tais situações, apenas a força armada poderia assegurar
minimamente o respeito a direitos humanos.
Comentários
Trata-se de questão bastante interessante acerca da evolução e afirmação
histórica dos Direitos Humanos.
A alternativa A está incorreta, posto que os ideais de liberdade, igualdade e
fraternidade são discutidos antes da 2ª Guerra Mundial. É com a Revolução
Francesa que tais direitos são aventados e defendidos pela sociedade.
A alternativa B poderia gerar certa dúvida, pois, de fato, a Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão constituem importante documento histórico na
afirmação dos Direitos Humanos. Entretanto, ao contrário do que fora afirmado,
a referida declaração é do século XVIII – de 1789 – e não do século XIX conforme
trouxe a questão.
A alternativa C está totalmente incorreta. A concepção filosófica racionalista
afirma a razão como única fonte para propiciar o conhecimento adequado da
realidade. Por decorrência, ao contrário do que mencionou a alternativa, esse
pensamento despoja-se do divino. Segundo essa corrente do pensamento
filosófico, o direito é compreendido como processo racional.
A alternativa D também está incorreta. O positivismo teve papel fundamental
para que os direitos assumissem caráter vinculativo, gerando efeitos jurídicos
perante toda a sociedade. Nesse contexto, à medida que foram positivados, os
direitos humanos passaram a ser exigíveis. Logo, contribuíram de modo
significativo para a afirmação e evolução histórica dos Direitos Humanos.
A alternativa E é a correta e gabarito da presente questão. Entre outros
pensamento filosóficos – como os mencionados pensamentos racionalista e
Comentários
A questão está incorreta e faz confusão entre os períodos de evolução dos
direitos humanos.
A Revolução Francesa lançou os pilares de liberdade, igualdade e fraternidade e
estabeleceu uma série de direitos inéditos para o povo e dela se originou a
“Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão”.
Já a Declaração Universal dos Direitos Humanos é um documento completamente
diferente, que surgiu somente no século XX, após a criação da ONU.
Comentários
A Constituição Mexicana de 1917 e a Constituição de Weimar de 1919 declararam
o surgimento de Estado de Bem Estar Social (Welfare State) e estabeleceram
uma série de direitos sociais que ampliaram a perspectiva em relação às
dimensões dos direitos e às atuações estatais, notadamente, no que se refere à
proteção dos direitos econômicos, sociais e culturais (direitos de segunda
dimensão).
A assertiva está correta.
Comentários
A assertiva está incorreta, tendo em vista que foi a Magna Carta, de 1215, que
representou a primeira carta de garantias e liberdades individuais concedidas aos
nobres da Inglaterra pelo rei “João sem Terra”.
A finalidade principal do documento foi a submissão do rei às suas regras a sim
de evitar arbitrariedades e excessiva cobrança de impostos, além de reconhecer
direitos civis como a propriedade privada e o direito de ir e vir.
Comentários
A evolução e afirmação histórica dos Direitos Humanos é recente, tendo como
marco fulcral a 2ª Guerra Mundial, que despertou a comunidade internacional
para a importância de se proteger os direitos humanos, em razão das atrocidades
ocorridas durante o conflito armado com inúmeras violações à dignidade das
pessoas.
Logo, é possível afirmar que o Direito Internacional dos Direitos Humanos surgiu
após o referido conflito bélico e, portanto, está correta a assertiva.
Comentários
A primeira vez em que houve declaração de direitos em documento escritos
remonta da baixa idade média, com a elaboração da Magna Carta, de 1215,
quando houve a previsão para assegurar direitos de liberdade como manifestação
inicial dos Direito Humanos.
Logo a assertiva está incorreta.
Comentários
Como vimos a consolidação dos Direitos Humanos é algo que ocorreu
paulatinamente, expandindo-se a cada confluência social. De todo modo, o
registro marcante a despertar a preocupação da comunidade internacional
quanto a temática protetiva dos direitos humanos, foi a 2ª Guerra Mundial.
Logo, a assertiva está incorreta.
Comentários
A questão acima é comum em provas de concurso público, tendo em vista que
em Direitos Humanos algumas datas e eventos históricos são cruciais. Entre eles
o ano de 1948, que marca a edição pela ONU da Declaração Universal dos Direitos
do Homem, também conhecida como Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Vejamos, rapidamente, as alternativas.
A alternativa A está incorreta, posto que não existe tecnicamente uma “Corte
Internacional de Direitos Humanos”. Existe, por outro lado, conforme veremos ao
longo do Curso, a Corte Internacional de Justiça – que integra a ONU – e que foi
criada em 1945. Existe, também, a Corte Interamericana de Direitos humanos,
que integra a Organização dos Estados Americano, cuja criação remonta 1969.
A alternativa B está incorreta, pois a independência dos EUA – marco histórico
dos Direitos Humanos – data de 1776.
A alternativa C está incorreta, posto que a Revolução Francesa data de 1789.
A alternativa D está incorreta, pois a assinatura da Carta Magna ocorreu no
Século XVII, especificamente, em 1215.
Finalmente, a alternativa E é a alternativa correta e gabarito da questão
conforme comentários acima.
Comentários
O documento a que se refere a questão é a Magna Carta!
O referido documento foi assinado em 1215 e constituiu um acordo entre o rei e
barões a época. A Magna Carta se destinou à proteção dos direitos dos ingleses,
originários da law of the land (lei da terra). Devido à importância do documento
e disseminação ao longo da Europa, pode ser considerada como nascedouro de
direitos, influenciado inúmeros outros documentos posteriores. A principal
finalidade da Carta Magna foi a limitação do poder do rei, que assim como
qualquer cidadão, encontrava-se vinculado às leis. Ademais, neste documentos
foram assegurados direitos civis, como a propriedade privada e o direito de ir e
vir.
Logo a alternativa D é a correta a gabarito da questão.
A Lei do Habeas Corpus (Habeas Corpus Act) é um documento legislado de
1969, que foi editado para dar efetividade ao direito de ir e vir previsto na Magna
Carta. Tratou a referida lei de regulamentar formal processual para proteger
judicialmente o direito de liberdade. Logo, a alternativa A está incorreta.
A alternativa B está igualmente incorreta, posto que a Declaração de Direitos
da Inglaterra, embora documento importante na evolução histórica dos Direitos
Humanos. O Bill of Rigths foi imposto a Guilherme de Orange ao ser empossa rei
na Inglaterra em 1969. Em síntese, o referido documento prescreveu, além de
maiores poderes ao Parlamento Inglês, direitos de liberdade, à vida e à
propriedade privada.
A Declaração de Independência dos EUA, que data de 1776, acentuou direitos de
liberdade, bem como direitos de revolução, de acordo com a doutrina. Logo, está
incorreta a alternativa D.
Finalmente, a alternativa E está incorreta, pois a Declaração de Direitos do
Homem e do Cidadão data de 1789, foi criada no auge da Revolução Francesa e
caracteriza-se pela defesa dos direitos de liberdade, igualdade e fraternidade.
Comentários
Para resolver a presente questão devemos ter em mente a evolução história das
três clássicas dimensões de direitos.
Após a Revolução Francesa foi editada a Constituição de 1791 que firmou direitos
civis e políticos, mais especificamente, garantiu os direitos de liberdade,
impondo limites ao Estado Absolutista anteriormente imperante.
Entretanto, a tão só garantia de direitos negativos não foi suficiente para
suplantar as mazelas sociais presentes na sociedade à época. Em razão disso,
novo momento inicia-se para agregar, para além da proteção dos direitos civis e
políticos, outra dimensão de direitos. Passa-se a defender direitos que propiciem
condições de igualdade material, efetivados por intermédio de uma atuação
estatal ostensiva. Esta corrente do pensamento é explorada substancialmente
pela corrente filosófico-política comunista, que se portou de forma
veementemente contrária às explorações à classe trabalhadora decorrente da
Revolução Industrial.
Deste modo, os Estados passaram a legislar sobre direitos de segunda dimensão
e, notadamente sobre direito do trabalho, que constou pioneiramente da
Constituição do México de 1917 e da Constituição de Weimar de 1919.
Logo a alternativa C é a correta e gabarito da questão.
Comentários
A Declaração Universal dos Direitos Humanos será estudada integralmente em
aula futura, pois constitui o documento mais importante dos Direitos Humanos.
Aprovada em 1948 por intermédio da Resolução 217A (III) da Assembleia Geral
da ONU estabeleceu, pela primeira vez, a proteção internacional dos Direitos
Humanos.
Logo, a alternativa B é a correta e gabarito da questão.
Comentários
Conforme vimos em questão anterior, a Magna Carta foi assinada em 1215 e
constituiu um acordo rei e barões da Inglaterra, que se destinou à proteção dos
direitos individuais, originários da law of the land (lei da terra). A finalidade
principal do documento foi a submissão do rei às suas regras a sim de evitar
arbitrariedades e excessiva cobrança de impostos, além de reconhecer direitos
civis como a propriedade privada e o direito de ir e vir.
Assim, a alternativa B é a correta e gabarito da questão.
Apenas por curiosidade:
O Talmude é uma compilação, que data de 499 d.C., de leis e tradições judaicas,
consistindo-se em 63 (sessenta e três) tratados de assuntos legais, éticos e
históricos20.
O Alcorão, também conhecido por Corão, é o livro sagrado do Islã. Os
muçulmanos acreditam que o Corão é a palavra literal de Deus (Alá) revelada ao
Profeta Maomé ao longo de um período de 22 anos. O seu título significa
"Recitação" ou "Leitura"21.
Comentários
A questão está incorreta, uma vez que a internacionalização dos direitos
humanos é uma construção pós Segunda Guerra Mundial. Após a Primeira Guerra
Mundial falava-se apenas em Direito Humanitário e não de forma
internacionalizada.
Comentários
Correto. Tal afirmação consta da doutrina de Fábio Konder Comparato. Isso fica
evidente, especialmente no que tange à criação da ONU, que é decorrência direta
a mobilização internacional contra as barbáries da 2ª Guerra Mundial.
Logo, a assertiva está correta.
20
Extraído de http://pt.wikiquote.org/wiki/Alcor%C3%A3o, acesso em 09.10.2014.
21
Extraído de http://pt.wikiquote.org/wiki/Talmude, acesso em 09.10.2014.
Comentários
O movimento socialista defende maior intervenção estatal, de modo que ao
Estado compete prover, na medida de suas possibilidades as necessidades da
sociedade. Essas necessidades caracterizam-se pelos direitos de segunda
dimensão.
Logo, está incorreta a assertiva.
Comentários
Quando da análise da afirmação histórica, vimos que o cristianismo foi essencial
para firmar a compreensão de que a pessoa é o centro das ações humanas,
contribuindo com o desenvolvimento dos Direitos Humanos.
Logo, a assertiva está incorreta.
Comentários
Está perfeita a questão, exceto pelo fato de que é necessário o consentimento do
Tribunal Penal Permanente Conforme estudamos na aula de hoje, a soberania
estatal manifesta-se justamente na celebração dos tratados internacionais de
direitos humanos.
Logo, a assertiva está incorreta.
Comentários
Fácil, não? Existe, para além dos sistemas citados, o Sistema Africano de Direitos
Humanos, conforme vimos em questões anteriores.
Logo, a assertiva está incorreta.
Comentários
Vimos que a estrutura do Direito Internacional de direitos humanos engloba
sistemas globais e sistemas regionais. O sistema global atualmente compreende
a ONU, ao passo que o sistema regional compreende sistema europeu, africano
e americano.
Logo, a assertiva está incorreta, pois a ONU concentra apenas o sistema global.
Comentários
Ao lado do Sistema Global dos direitos humanos, capitaneado pela ONU, estão
presentes os sistemas regionais. No âmbito do Estado brasileiro é aplicável o
Sistema Americano, que é coordenado pela Organização dos Estados Americanos
(OEA).
Logo, a assertiva está correta.
Comentários
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (Déclaration des Droits de
l'Homme et du Citoyen, ao lado), que data de 1789, é documento culminante da
Revolução Francesa, que definiu diversos direitos fundamentais de caráter
universal.
Como se vê a questão tentou confundir o documento acima com a Declaração
Universal dos Direitos Humanos (DUDH), que data de 1948, a marca a
internacionalização dos Direitos Humanos.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE
DIREITOS HUMANOS
1948
Resolução editada no pós-2ª
Guerra Mundial voltada para a
proteção dos direitos humanos.
Foram expressados e discriminados
direitos de primeira e de segunda
dimensão. Além disso, há
referência aos direitos de terceira
dimensão.
Comentários
Estudaremos adiante cada um desses tratados internacionais de forma detalhada.
Por ora devemos lembrar que ao lado da DUDH, o Pacto Internacional de Direitos
Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais constituem os principais documentos internacionais do Sistema Global.
A assertiva está correta.
Comentários
Dicotômico significa a cisão, divisão. Assim, questiona a assertiva se os sistemas
são separados, cindidos em global e regional. Ficou fácil, não?!
Está incorreta a assertiva uma vez que os sistemas de Direitos Humanos são
complementares e objetivam a integral proteção dos direitos humanos.
Podemos estabelecer uma relação entre o Sistema Global com o sistema regional
respectivo e sistema interno de proteção aos direitos humanos.
Cada país possui uma organização específica em relação ao tema, denominados
sistemas nacionais de proteção aos Direitos Humanos.
Portanto, com influência sobre as relações jurídicas no Brasil temos um sistema
interno de proteção aos direitos humanos, que convivem com o sistema
americano de direitos humanos e com o sistema global de direitos humanos.
Comentários
Como a proteção dos direitos humanos deve ser estendida aos nacionais e aos
estrangeiros, de forma que interessa apenas o fato de ser humano, não
interessando a nacionalidade do indivíduo.
Sobre o assunto, leciona André de Carvalho Ramos22:
O fundamento da proteção diplomática está no suposto dever internacional de todos os
estados de fornecer um tratamento considerado internacionalmente adequado aos
estrangeiros em seu território. Então, o dano ao estrangeiro é um dano indireto ao Estado
de sua nacionalidade.
22
RAMOS, André de Carvalho. Responsabilidade Internacional por Violação dos Direitos
Humanos. 1ª ed. Rio de Janeiro: Editora Renovar, 2004, p. 44/45.
texto do art. 5º, caput, o estrangeiro não residente não gozaria de nenhum dos
direitos e garantias enunciados.
Cuidado, esse entendimento não é correto! O entendimento atual é no
sentido de que todas as pessoas que estivem em nosso território, tão somente
pela condição de pessoa, devem ter seus direitos e garantias fundamentais
respeitados.
Comentários
A assertiva parece estar correta, contudo, como vimos na parte de limitação dos
direitos humanos, a proteção dos direitos humanos não está limitada à soberania.
Na realidade, a soberania é cada vez mais mitigada para uma implementação
integral dos direitos humanos.
Outra informação importante desta questão e que está correta é o fato de que a
proteção internacional é subsidiária. Vale dizer, somente haverá
responsabilização do Estado, caso os mecanismos internos forem omissos ou
insuficientes.
Logo, a assertiva está incorreta.
Comentários
Muito são os documentos que regem a proteção internacional global dos direitos
humanos. Assim, integram o sistema global de proteção, além da Declaração
Universal dos direitos Humanos, os seguintes documentos internacionais: Carta
das Nações Unidas; Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos; Pacto
Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais; Convenção contra a
Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes;
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a
Comentários
De fato, quando adotada e promulgada pela ONU, em 1948, a Declaração
Universal de Direitos Humanos não foi aceita por todos os países. Não obstante
isso, sua importância histórica é incontestável, uma vez que serviu de base para
a expansão dos direitos humanos como um todo e para a criação de vários outros
tratados internacionais sobre o tema, como o Pacto Internacional dos Direitos
Civis e Políticos, e o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais, que serão estudados nas próximas aulas.
Assim, correta a assertiva.
Comentários
A ONU foi criada após a 2ª Grande Guerra, em 1945, justamente pela
necessidade articulação de um órgão internacional que coordenasse a proteção
dos direitos humanos, tendo em vista as barbaridades perpetradas contra a
humanidade durante os combates armados. A expansão dos Direitos Humanos
ocorre justamente após a 2ª Guerra e a criação da ONU.
Portanto, a assertiva está totalmente correta.
Comentários
Comentários
A questão é doutrinária e segue, em grande medida, o entendimento de Augusto
Cançado Trindade, a respeito das vertentes dos Direitos Humanos. Contudo, para
resolver à questão não seria necessário conhecer o pensamento do autor. Após
o estudo da aula de hoje, com bom senso e razoabilidade era possível se chegar
à resposta correta.
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está errada. Em regra, questões que afirmam ou excluem
peremptoriamente determinadas regras, noções e conceitos tendem a serem a
erradas. É o que ocorre nesta alternativa.
Afirma-se que a visão compartimentalizada das três vertentes encontra-se
“definitivamente implantada na realidade”. Embora sem conhecer o
pensamento do autor acima citado não pudéssemos concluir com certeza a
respeito da alternativa pela forma como foi redigida poderíamos, ao menos,
acreditar que o examinador tentou nos induzir a erro.
De fato, a alternativa está incorreta. Assim leciona o autor 23:
A visão compartimentalizada das três grandes vertentes da proteção internacional da
pessoa humana encontra-se hoje definitivamente superada. A doutrina e a prática
contemporâneas admitem, por exemplo, a aplicação simultânea ou concomitante de normas
de proteção, seja do direito internacional dos direitos humanos, seja do direito internacional
dos refugiados, seja do direito internacional humanitário. Passamos da
compartimentalização à convergência.
23
TRINDADE, Augusto Cançado. Direito Internacional dos Direitos Humanos, Direito
Internacional Humanitário e Direito Internacional dos Refugiados: Aproximações ou
Convergências. Disponível em:
http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/cancadotrindade/cancado ver.htm, acesso em
19.10.2014, (versão eletrônica).
24
TRINDADE, Augusto Cançado. Direito Internacional dos Direitos Humanos, Direito
Internacional Humanitário e Direito Internacional dos Refugiados: Aproximações ou
Convergências, (versão eletrônica).
25
TRINDADE, Augusto Cançado. Direito Internacional dos Direitos Humanos, Direito
Internacional Humanitário e Direito Internacional dos Refugiados: Aproximações ou
Convergências, (versão eletrônica).
26
TRINDADE, Augusto Cançado. Direito Internacional dos Direitos Humanos, Direito
Internacional Humanitário e Direito Internacional dos Refugiados: Aproximações ou
Convergências, (versão eletrônica).
Comentários
As questões de Defensoria Pública sempre são ótimas para aprofundarmos o
estudo. Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está correta. As vertentes que estudamos atuam no sentido de
proteger de forma integral os direitos humanos. Assim, a pessoa estiver envolvida
em conflitos armados, será protegida pelo Direito Humanitário, se for o caso de
refugiado a proteção ocorrerá pelas regras dos Direitos dos Refugiados. Em
relação às demais pessoas, a proteção observará os Direitos Humanos (stricto
sensu), ou segundo a questão Direito Internacional dos Direitos Humanos.
É justamente em face dessa completude almejada pelas vertentes, que a visão
compartimentalizada é criticada pela doutrina.
A alternativa B está correta. Especialmente em relação aos refugiados, busca-
se criar um arcabouço jurídico protetivo, com vistas a protegê-los caso sejam
inseridos na condição de refugiados. Ademais, toda a proteção internacional dos
Comentários
A primeira vez em que houve declaração de direitos em documento escritos
remonta da baixa idade média, com a elaboração da Magna Carta, de 1215,
quando houve a previsão para assegurar direitos de liberdade como manifestação
inicial dos Direito Humanos.
Logo a assertiva está incorreta.
Comentários
Como vimos a consolidação dos Direitos Humanos é algo que ocorreu
paulatinamente, expandindo-se a cada confluência social. De todo modo, o
registro marcante a despertar a preocupação da comunidade internacional
quanto a temática protetiva dos direitos humanos, foi a 2ª Guerra Mundial e não
com a 1ª Guerra Mundial.
Para facilitar, podemos fazer a seguinte associação:
DA 1ª GUERRA MUNDIAL – LIGA DAS NAÇÕES fracassou
DA 2ª GUERRA MUNDAL – ONU consolidou a proteção
internacional dos Direitos Humanos.
Logo, a assertiva está incorreta.
Comentários
Trata-se de questão simples, que envolve tão somente o conhecimento dos
sistemas internacionais de Direitos Humanos.
Como estudamos, o Sistema Global de Direitos Humanos convive com os
sistemas regionais, entre os quais destacam-se o Sistema Europeu, o Sistema
Americano e o Sistema Africano.
Comentários
Agora sim! Está correta a assertiva acima, que elenca as vertentes de proteção
internacional dos Direitos Humanos.
Correta a assertiva.
Comentários
Segundo estudado, são dois os marcos da vertente do Direito Humanitário:
Tribunal Penal Internacional e o Movimento Internacional da Cruz Vermelha.
Logo, está incorreta a assertiva.
Comentários
O estudo da limitação internacional da proteção dos Direitos Humanos passa pela
análise da soberania dos Estados. Jean Bodin definiu soberania como poder
que o Estado detém de impor, dentro de seu território, suas decisões,
Comentários
As matérias enunciadas são normas de direitos fundamentais e, logo, constituem
obrigação dos Estados observá-los.
Ademais, os direitos humanos constituem a vertente internacional dos direitos
fundamentais. Ambos os aspectos de proteção (interno e internacional) devem
atuar conjuntamente para a proteção dos Direitos Humanos.
Ao Estado, por sua vez, a responsabilidade é qualificada, uma vez que não poderá
se exigir das responsabilidades assumidas internacionalmente, em função dos
tratados internacionais que assina. Do mesmo modo, vincula-se internamente,
segundo as leis respectivas, com o dever de assegurar os direitos fundamentais.
Comentários
O Brasil já foi acionado em diversos casos perante a Corte Interamericana de
Direitos Humanos. Destacam-se os seguintes casos:
Caso Ximenes Lopes (Caso n° 12.237);
Caso Nogueira de Carvalho e outros (Caso nº 12.058);
Caso Escher e outros Caso Gomes Lund e outros ("Guerrilha do Araguaia");
e
Caso Sétimo Garibaldi (Caso 12.478).
Assim, está incorreta a assertiva.
Comentários
A assertiva está incorreta. Embora uma das consequências geradas pelo
processo de globalização seja a universalização dos Direitos Humanos, os
diversos sistemas de proteção devem coexistir.
No âmbito do Brasil, por exemplo, respeitamos as regras do Sistema Global,
capitaneado pela ONU, e do Sistema Interamericano de Direitos Humanos, que é
conduzido pela OEA.
GABARITO: C
GABARITO: C
GABARITO: C
GABARITO: CORRETA
GABARITO: CORRETA
GABARITO: C
8 – Resumo
Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugestão é a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao início da aula seguinte, como forma de
“refrescar” a memória. Além disso, segundo a organização
de estudos de vocês, a cada ciclo de estudos é fundamental
retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em
compreender alguma informação, não deixem de retornar à
aula.
9 - Considerações Finais
Chegamos ao final de mais uma aula. Essa é uma aula muito importante para
firmar as bases sobre as quais nosso conhecimento de Direitos Humanos irá se
firmar.
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou
disponível no fórum no Curso, por e-mail e, inclusive, pelo Facebook.
Aguardo vocês na próxima aula. Até lá!
Ricardo Torques
rst.estrategia@gmail.com
https://www.facebook.com/direitoshumanosparaconcursos
AULA 02
DIREITOS HUMANOS NA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
(PARTE 01)
Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 3
2 - Histórico dos Direitos Humanos no Brasil ....................................................................... 3
2.1 - Direitos Humanos e as Constituições Anteriores ....................................................... 4
2.2 - Direitos Humanos e a Legislação Infraconstitucional ................................................. 9
3 - Direitos Humanos na Constituição da República de 1988 ............................................... 11
3.1 - Princípios Fundamentais ...................................................................................... 11
3.2 - Positivação dos Direitos e Garantias ..................................................................... 23
3.3 - Aplicação imediata e catálogo aberto dos direitos e garantias fundamentais .............. 24
3.4 - Afirmação dos Direitos Sociais como verdadeiros Direitos Fundamentais ................... 24
3.5 - Direitos e Garantias Individuais como Cláusulas Pétreas ......................................... 26
3.6 - Regramento diferenciado dos tratados e convenções internacionais de direitos Humanos
............................................................................................................................... 27
3.7 - Possibilidade de submissão ao Tribunal Penal Internacional ..................................... 27
3.8 - Incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal em caso de grave
violação a direito humano ........................................................................................... 28
3.9 - Síntese das Modificações perpetradas na CRFB/1988 .............................................. 29
4 - Noções de Teoria Geral dos Direitos Fundamentais ....................................................... 30
4.1 - Origem e Conceito.............................................................................................. 30
4.2 - Direitos Fundamentais versus Garantias Fundamentais ........................................... 32
4.3 - Fundamentos ..................................................................................................... 33
4.4 - Classificação ...................................................................................................... 34
4.5 - Titularidade ....................................................................................................... 34
4.6 - Características ................................................................................................... 35
4.7 - Limitações aos Direitos Fundamentais ................................................................... 35
5 - Direitos Fundamentais em Espécie ............................................................................. 36
1
COMPARATO, Fábio Konder. Direitos Humanos no Brasil: o Passado e o Futuro. Artigo
disponível em:
http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/dh/volume%20i/artigo%20compar
ato.htm, acesso em 19.08.2013.
Cidadania
Sem necessidade de maior aprofundamento, devemos compreender a cidadania
como participação política dos cidadãos nos negócios do Estado e nas
áreas de interesse público.
Vejamos como a temática foi explorada em provas de concurso público:
Comentários
Nessa questão, a cidadania é abordada como “estatuto de pertencimento” da
pessoa à comunidade.
A partir do momento em que a pessoa é inserida na comunidade, ela alcança a
cidadania, assume direitos e obrigações perante toda a comunidade,
especialmente em relação à participação nas áreas de interesse do Estado.
Logo, a alternativa D é a correta e gabarito da questão.
Comentários
Questão simples. Ao contrário do que afirmou a assertiva, a regulação do
mercado e a defesa do consumidor são limitações à iniciativa privada. Como
sabemos, não são princípios absolutos. Todos eles são interpretados de forma
ponderada com outros princípios.
Assim, está incorreta a assertiva.
Ademais, vejamos entendimento exarado no STF5:
O princípio da livre iniciativa não pode ser invocado para afastar regras de regulamentação
do mercado e de defesa do consumidor.
Pluralismo político
Para nós interessa saber que o pluralismo exige o respeito à diversidade e às
liberdades. O pluralismo político engloba o pluralismo político, social, econômico,
partidário, religioso de ideias, cultural etc. O pluralismo pressupõe o respeito à
diversidade.
Encerramos, com isso, o estudo dos fundamentos da República.
5
RE 349.686, rel. min.Ellen Gracie, julgamento em 14-6-2005, Segunda Turma, DJ de 5-8-2005.)
No mesmo sentido: AI 636.883-AgR, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 8-2-2011, Primeira
Turma, DJE de 1º-3-2011.
Comentários
No art. 3º, III, da CF, fala-se em “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir
as desigualdades sociais e regionais”. Embora incompleta, a assertiva não está
incorreta. Ela fala apenas em redução das desigualdades sociais.
6
BARRETTO, Rafael. Direitos Humanos, 2ª ed., rev., ampl. e atual., Bahia: Editora Juspodvim,
2012, p. 56.
7
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos, versão eletrônica.
Independência nacional
O princípio da independência nacional refere-se, em verdade, ao respeito ao
sentido externo de soberania, que se manifesta no poder próprio de regência do
Estado.
Atualmente, por conta da globalização e da aproximação dos Estados por
intermédio dos organismos internacionais e respectivas convenções e acordos
internacionais, o conceito de soberania é cada vez mais mitigado.
Não intervenção
De acordo com o princípio da não intervenção entende-se que o Estado brasileiro
evitará qualquer forma de ameaça ou uso da força contra qualquer outro Estado.
Ademais, propugna-se pela não intervenção em assuntos relativos ao domínio
interno dos Estados.
Sobre a importância desse princípio, leciona Flávia Piovesan 9:
Eis a grande potencialidade que o princípio constitucional da não intervenção abre para o
Brasil: poder discutir, no plano internacional, medidas para evitar qualquer tipo de
intervenção, enfatizando o papel da prevenção a violações de direitos humanos. E se,
mesmo com a prevenção, a comunidade internacional precisar agir militarmente em um
Estado, que isso seja feito nos limites do sistema de segurança coletiva de que o Brasil faz
parte há mais de cinquenta anos: o sistema da Carta das Nações Unidas.
8
PIOVESAN, Flávia. In: CANOTILHO, J. J. Gomes [et al]. Comentários à Constituição do
Brasil, São Paulo: Editora Saraiva e Almedina, 2013, versão eletrônica.
9
PIOVESAN, Flávia. In: CANOTILHO, J. J. Gomes [et al]. Comentários à Constituição do
Brasil, versão eletrônica.
Defesa da paz
O princípio em comento abrange não apenas a proibição da guerra de conquista,
mas também uma série de responsabilidade do Estado brasileiro, no sentido de
adotar medidas para fortalecer e manter a paz entre os Estados em suas relações
internacionais, tal como podemos observar em relação à condução da política
nuclear brasileira.
Sobre o referido princípio leciona Flavia Piovesan10:
O art. 4º, VI, possui uma conotação internacional extremamente importante. A proibição
do uso ou da ameaça do uso da força no plano internacional não é uma simples norma de
direito internacional, mas uma norma de natureza jus cogens, ou seja, uma norma
internacional que não permite qualquer derrogação. Ao estabelecer o princípio da defesa da
paz, a Constituição brasileira abre um canal direto com o desenvolvimento do direito
internacional, porque não apenas reforça o sentido da importância da norma, alçando-a ao
nível constitucional no âmbito nacional, mas também estimula a ideia de
constitucionalização do direito internacional, no sentido da consagração de normas que
possuem uma hierarquia privilegiada internacionalmente.
10
PIOVESAN, Flávia. In: CANOTILHO, J. J. Gomes [et al]. Comentários à Constituição do
Brasil, versão eletrônica.
11
PIOVESAN, Flávia. In: CANOTILHO, J. J. Gomes [et al]. Comentários à Constituição do
Brasil, versão eletrônica.
12
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 13ª edição, São Paulo:
Malheiros Editores, 1997, p. 325-326.
13
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 31º ed., São Paulo:
Malheiros Editores, 2008, p. 184.
Comentários
Nessa questão devemos encontrar a alternativa incorreta, ou seja, a que não
representa a postura da CF de 1988 em relação ao tratamento conferido aos
direitos humanos.
Como vimos, a Constituição de 1988 ampliou significativamente o tratamento
conferido aos direitos e garantias fundamentais. Portanto, a alternativa A está
correta.
Está correta a alternativa B, pois as constituições anteriores não estabeleciam
objetivos para o Estado brasileiro. Foi apenas na CF de 1988 que foi estabelecido
um dispositivo tal como o art. 3º.
A alternativa C também está correta, pois os direitos sociais, direitos de
nacionalidade e direitos políticos são espécies de direitos fundamentais.
Já alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão. Justamente ao
contrário do afirmado, a CF é apontada pela doutrina como um marco jurídico na
proteção dos direitos e garantias fundamentais, de superação a um momento
anterior de exceção. Em face disso, a CF é considerada pela doutrina – a exemplo
de Flávia Piovesan – como uma das mais avançadas do mundo na matéria.
Ainda com relação aos direitos humanos, julgue o próximo item à luz da CF.
O Brasil não se submete à jurisdição do Tribunal Penal Internacional.
Comentários
Questão tranquila, não é mesmo? A CF é expressa em afirmar que o Brasil se
submete à jurisdição do TPI. Portanto, incorreta a assertiva.
O sujeito passivo desses direitos são todos os indivíduos, que não o seu titular,
incluindo, portanto, as pessoas jurídicas e os entes públicos. Com efeito, o Estado
era visto como o inimigo das liberdades e seguramente ainda o é potencialmente
ao menos. Isso porque é o Estado quem, na prática diuturna, pode prender,
censurar, confiscar a propriedade etc.
No que tange ao sujeito ativo, o art. 5º da Constituição assegura os direitos ali
indicados tanto aos brasileiros como aos estrangeiros residentes no País.
Em regra tais direitos dizem respeito apenas às pessoas físicas, ao indivíduo. Esse
é o princípio geral. Entretanto, como vimos acima aplica-se também aos entes
jurídicos públicos e privado. Há, inclusive, vários direitos arrolados nos incisos do
art. 5º se estendem às pessoas jurídicas, tais como o princípio da isonomia, o
princípio da legalidade, o direito de resposta, o direito de propriedade, o sigilo da
correspondência e das comunicações em geral, a inviolabilidade do domicílio, a
garantia do direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada, assim
como a proteção jurisdicional e o direito de impetrar mandado de segurança.
A posição do estrangeiro não residente em face dos direitos e garantias
assegurados no art. 5º não é fácil de se depreender. Vejamos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...).
Comentários
Embora pareça difícil, podemos resolvê-la com facilidade. Vamos lá!
Embora não tenhamos estudado esses assuntos especificamente, existem
diversas regras ao longo do ordenamento que dispensam tratamento diferenciado
para determinados grupos de pessoas, prevendo, para isso, ações afirmativas.
Como exemplo, cite-se o ECA, o Estatuto da Igualdade Racial, o Estatuto do
Idoso, entre outros diplomas. Desse modo, a alternativa A está incorreta.
Do mesmo modo, a alternativa B também está errada. Conforme estudamos, a
CF adota ambas as dimensões do princípio da igualdade, justificando-se a adoção
de ações afirmativas, pelo princípio da igualdade material.
A alternativa C é a correta e gabarito da questão, pois traz o conceito de ações
afirmativas. A fim de facilitar a absorção do conceito, vejamos as principais
características que o delineiam:
medidas especiais;
medidas de caráter provisório;
visam alcançar a igualdade material (isonomia).
Toda alternativa que adotar uma redação restritiva ou ampliativa deve ser lida
com reservas. Notem que a alternativa D afirma que o reconhecimento das ações
afirmativas se dá EXCLUSIVAMENTE pela jurisprudência do STF. Evidentemente
que não! Há diversos doutrinadores que defendem a aplicação das ações
afirmativas. Além disso, conforme fundamentado na primeira alternativa, há
regras expressas prevendo a adoção de ações afirmativas. Portanto, incorreta a
alternativa D.
A alternativa E, pelo mesmo motivo das alternativas A e D, também está
incorreta.
Direito à vida
Trata-se de direito fundamental previsto no caput do art. 5º, CF. Em termos de
conteúdo, o direito à vida constitui pressuposto para a titularidade e exercício dos
direitos fundamentais.
Mais importante que o conceito do direito, são as várias repercussões que o
direito à vida acarreta em nosso ordenamento. Vejamos de forma objetiva.
(i) Quando começa a vida?
Segundo a ordenação internacional, a proteção à vida inicia-se com a concepção.
É o que prevê o art. 4º, I, do Pacto de San José da Costa Rica:
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido
pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida
arbitrariamente.
Comentários
Aqui temos uma questão que aborda diretamente a jurisprudência do STF a
respeito do tema.
Na ADPF 187, o STF entendeu que a denominada “Marcha da Maconha” constitui
manifestação legítima, de exercício do direito de reunião (liberdade-meio) e o
direito à livre expressão do pensamento (liberdade-fim).
Logo, está incorreta a assertiva.
Sigamos!
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem;
Esse inciso constitui uma garantia fundamental que tem por objetivo delimitar a
liberdade de manifestação, justificando constitucionalmente a possibilidade de
indenização para quem causar dano a outrem ao exercer a sua liberdade de
expressão.
Importante mencionar que o dispositivo constitucional traz a previsão de
indenização por dano material, que pressupõe uma lesão concreta que afeta
um interesse relativo ao patrimônio da vítima. Além dessa forma de indenização,
poderá ocorrer o que se denomina de dano moral, em razão de ofensa à honra,
à liberdade, à psique, ao nome, ao crédito, ao bem estar e à vida, sem
necessidade de ocorrência de prejuízo econômico.
Por fim, é possível vislumbrar ainda o dano à imagem, que ocorre quando há
dano decorrente da exposição indevida ou não autorizada da imagem das pessoas
ou pela sua utilização indevida.
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
Comentários
Comentários
Questão simples. Não podemos confundir censura com classificação indicativa de
conteúdo. A classificação indicativa é competência da União. Vejamos:
Art. 21. Compete à União: (...)
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas
de rádio e televisão; (...)
Comentário
Comentários
Conforme jurisprudência do STF14, o conceito normativo de ‘casa’ é abrangente
e estende-se a qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde
alguém exerce profissão ou atividade, incluindo escritórios profissionais.
Logo, está incorreta a assertiva.
Sigamos!
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas, SALVO, no último caso [comunicações telefônicas], por
ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação
criminal ou instrução processual penal;
Esse é um dos mais importantes incisos do art. 5º, da CF, devido à sua incidência
em provas. Aqui está consagrado o que se denomina de sigilo das
correspondências, comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas. Contudo, assim como reiteradamente estamos
vendo ao longo dos incisos analisados, todos os direitos previstos na CF podem
ser relativizados. Nesse contexto, por exemplo, o sigilo das correspondências
e das comunicações poderá ser restringido em caso de estado de sítio e
de defesa (art. 139, III, e art. 136, §1º, I, ambos da CF).
Além de eventuais mitigações previstas ao longo da CF, o próprio inciso XII traz
um caso em que as comunicações poderão ser relativizadas, conforme
esquema abaixo:
14
HC 93.050, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 10-6-2008, Segunda Turma, DJE de 1º-8-
2008.
Comentários
Analisando as alternativas concluímos que a alternativa D é a correta e gabarito
da questão. Não houve revogação da norma, mas a internalização do tratado
como norma supralegal, que impôs “efeito paralisante” sobre a norma
constitucional, impedindo-a de ser regulamentada.
Logo, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
Sigamos!
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder;
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, NÃO
amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança COLETIVO pode ser impetrado por:
a) partido político COM REPRESENTAÇÃO NO CONGRESSO NACIONAL;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em
funcionamento há pelo menos um ano, EM DEFESA DOS INTERESSES DE SEUS MEMBROS
OU ASSOCIADOS;
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
Com isso finalizamos o estudo integral do art. 5º. Conforme dissemos no início,
não vamos aqui tecer considerações aprofundadas em nossa disciplina, coube
apenas analisar o presente dispositivo e, tão somente, ressaltar a importância
que tem a matéria de Direitos Humanos dentro de nossa Constituição, revestida
sob a denominação de direitos fundamentais.
Embora o art. 5º seja o principal dispositivo relativo aos direitos humanos, para
além dele temos outras “espécies” de direitos humanos: direitos sociais,
direitos de nacionalidade e direitos políticos. Na sequência vamos analisar alguns
aspectos em relação aos direitos sociais antes de passarmos ao estudo da Política
Nacional de Direitos Humanos e do Programa de Direitos Humanos. Não iremos
dedicar tópico específico à disciplina dos direitos de nacionalidade e dos direitos
políticos, pois, embora sejam direitos fundamentais e, portanto, direitos
humanos, são matérias que se relacionam intrinsecamente com a disciplina de
Direito Constitucional. Perfeito?
No CPP, o habeas corpus está disciplinado nos art. 647 ao art. 667.
Em relação ao cabimento, a primeira coisa que se pensa é a proteção à liberdade
(de ir, vir ou permanecer). Essa ação constitucional é utilizada para os casos de
ofensa direta (ex. preso) e indireta ou reflexa (ex. decisão judicial que autorize a
quebra de sigilo fiscal ou bancário em procedimento criminal).
Devemos saber, ainda, algumas hipóteses em que não será cabível o habeas
corpus:
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo;
Existe lei própria para aplicação do habeas data, qual seja, a Lei nº 9.507/1997.
No que tange ao cabimento, o habeas data será utilizado para a) assegurar
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constante de
registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
ou b) para retificação de dados, quando o demandante não prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo.
Devemos analisar a Súmula 2, do STF, que prevê condição especial para o
cabimento do habeas data.
Súmula 2, STJ. Cabimento - Habeas Data. Não cabe o habeas data (CF, Art. 5º, LXXII, letra
a) se não houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa.
dos demais princípios constitucionais. Nesse contexto, não se pode alegar, por
exemplo, a liberdade de expressão para incitar o racismo, dado que um direito
individual não pode constituir-se em salvaguarda de condutas ilícitas ou
violadoras da dignidade alheia.
A alternativa C está incorreta. O direito de reunião vem disciplinado no art. 5º
do seguinte modo:
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
INDEPENDENTEMENTE de autorização, DESDE QUE não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente;
Comentários
O torna um Estado de Direito democrático é justamente a condução dos
interesses do Estado pela comunidade que a compõe. Essa comunidade é
soberana para definir como o Estado brasileiro.
Nesse contexto, o Estado deveria assegurar os direitos e garantias fundamentais.
Portanto, a alternativa D é a correta e o gabarito da questão.
Comentários
A Súmula Vinculante a que se refere a questão é a nº 25:
Súmula Vinculante 25
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está incorreta, pois o art. 5º, XVI, da CF, exige o prévio aviso à
autoridade competente.
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
16
ARE 652777, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 23/04/2015,
ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-128 DIVULG 30-06-2015 PUBLIC
01-07-2015.
mantido pela Administração Pública, dos nomes dos seus servidores e do valor dos
correspondentes vencimentos e vantagens pecuniárias. 2. Recurso extraordinário conhecido
e provido.
17
RE 511961, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 17/06/2009, DJe-
213 DIVULG 12-11-2009 PUBLIC 13-11-2009 EMENT VOL-02382-04 PP-00692 RTJ VOL-00213-
PP-00605.
Comentários
É justamente essa pretensão das ações afirmativas. Elas visam superar a mera
igualdade formal para, na prática, se chegar à isonomia. Para tanto, são criadas
prerrogativas temporárias, com vistas igualar pessoas que estejam em condições
desiguais.
Portanto, está correta a assertiva.
Comentários
O art. 5º, XVI, da CF, assegura o direito de reunião e estabelece que todos podem
ser reunir pacificamente, desde que ser armas, em locais aberto ao público. Tal
direito poderá ser exercido sem necessidade de autorização de entidades
públicas, desde que não frustre outra reunião marcada anteriormente, para o
mesmo local. Para tanto, exige-se apenas a prévia comunicação às autoridades
competente que, entre outras coisas, providenciará a segurança do local.
Segundo Marcelo Novelino18:
Trata-se de um direito de aspecto eminentemente instrumental, que visa a assegurar a livre
expressão das ideias, incluindo-se, em seu âmbito de proteção, o direito de protestar.
18
NOVELINO, Marcelo. Manual de Direito Constitucional. 9ª edição, rev. e atual., Rio de
Janeiro: Editora Forense, versão eletrônica.
Ainda com relação aos direitos humanos, julgue o próximo item à luz da CF.
Como regra, não se admite a privação de liberdade de locomoção em razão
de dívidas.
Comentários
Objetivamente temos:
CF a prisão civil somente poderá ocorrer em caso inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário
infiel.
Pacto de San José a prisão civil somente poderá ocorrer em caso
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia.
Logo o Pacto não prevê a possibilidade de prisão civil do depositário infiel.
Nesse contexto, como a CF exige a edição de norma para regulamentar a prisão
civil nas duas hipóteses mencionadas e ante o status supralegal do Pacto de San
José da Costa Rica, o STF entendeu que é ilícita a edição de norma a regulamentar
a prisão do depositário infiel.
Embora não seja inconstitucional porque a CF prevê a hipótese, é ilícita, pois
violaria o Pacto, que possui status normativo superior à legislação
infraconstitucional, porém inferior à Constituição.
Logo, correta a assertiva.
Comentários
Está incorreta a assertiva, pois a associação com finalidade paramilitar é
vedada.
Vejamos o art. 5º, XVII, da CF:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, VEDADA a de caráter paramilitar;
Comentários
Está incorreta assertiva. A CF, no art. 5º, IV, vedado o anonimato.
Vejamos:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo VEDADO o anonimato;
Comentários
Essa assertiva é maldosa. O CESPE considerou-a incorreta com fundamento nos
incisos abaixo do art. 5º:
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter
paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu
funcionamento;
Argumentou-se que a liberdade de associação não é ampla, pois a CF prevê que
é “plena” essa liberdade, mas a restringe em determinadas situações, como no
caso de associação paramilitar.
Comentários
A presente questão envolve a regra contida no art. 109, §5º, da CRFB, que trata
do incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal, em casos
de grave violação aos Direitos Humanos. Vejamos o dispositivo:
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República,
com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados
internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o
Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de
deslocamento de competência para a Justiça Federal.
Comentários
A assertiva está incorreta. Para identificar o erro basta lembrar que o ingresso
sem autorização em caso de ordem judicial poderá ocorrer apenas durante o dia.
De acordo com o inc. X do art. 5º, a relativização da inviolabilidade domiciliar
poderá ocorrer:
Comentários
A questão cobra o conhecimento do inciso LXIII:
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado,
sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado. O preso não é obrigado a
colaborar com as investigações.
Comentários
A questão está correta, tendo em vista que a dignidade da pessoa humana é
fundamento da República, conforme prevê o art. 1, da CF:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
Comentários
Note que a questão inverteu os conceitos de cidadania e nacionalidade. Cidadão
é a pessoa titular de direitos políticos e Nacionalidade trata-se do vínculo entre a
pessoa e o Estado. Por isso, está incorreta a assertiva.
Comentários
A Constituição Federal prevê em seu Art. 4 os princípios que regem o Brasil em
suas relações internacionais, dentre eles:
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios: (...) II - prevalência dos direitos humanos.
Comentários
Conforme prevê o art. 60, da Constituição Federal, os direitos e garantias
individuais podem ser alterados por emenda constitucional, contudo, essas
emendas não podem ter por objeto a abolição dos direitos fundamentais.
Vejamos o dispositivo:
Artigo 60 (...) § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
[...] IV - os direitos e garantias individuais.
Comentários
Por tratar-se de normas de status superior no ordenamento jurídico, os direitos
fundamentais somente podem ser restringidos por normas de hierarquia
constitucional ou por normas infraconstitucionais, quando o próprio texto
constitucional assim autorizar de forma expressa a restrição. É os casos das
normas de eficácia contida, aquelas normas que possuem plena aplicabilidade,
mas podem ser restringidas por norma infraconstitucional que as regulamente.
Deste modo, está correta a assertiva.
Comentários
O caput do art. 5º da Constituição Federal de 1988 prescreve que os direitos
fundamentais são assegurados aos “brasileiros e estrangeiros residentes no País”.
Trata-se da cobrança literal do dispositivo, não obstante, a Constituição não pode
Comentários
De fato, a Constituição federal proíbe a prisão por dívidas, conforme dispõe o
seguinte inciso do art. 5:
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.
Comentários
O erro do enunciado está em dizer que o Art. 5 concentra os direitos e garantias
fundamentais. Como sabemos, esses direitos estão previstos, principalmente, do
Art. 5 ao 17. Além disso, há previsões de direitos e garantias por todo o texto
constitucional, de forma que o art. 5 não é taxativo sequer ao prever os direitos
e garantias individuas e coletivos, quiçá todos os direitos fundamentais.
Assim, está incorreta a questão.
Comentários
O enunciado está correto, pois se trata da previsão do inciso LXI, do art. 5:
“ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei”.
Comentários
Conforme dito em aula, a diferença entre os direitos humanos e direitos
fundamentais reside no fato de que os primeiros operam no âmbito internacional,
enquanto os segundos são positivados no direito interno de cada país. Por isso,
está correta a assertiva.
Comentários
Trata-se da previsão do seguinte inciso:
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial.
Comentários
Como sabemos, o preso não é obrigado colaborar com a investigação policial,
uma vez que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. Ademais, o
preso não deve colaborar com o interrogatório, tendo em vista que a CF prevê o
direito de ficar calado.
Desta forma, está incorreto o enunciado.
Comentários
O erro da questão está em dizer que o brasileiro naturalizado será extraditado
em caso de crime político. Como já estudado nas aulas anteriores há proteção
nos casos de crimes políticos, ademais, o texto da CF não prescreve a extradição
em caso de crime políticos. Vejamos o que dispõe o inciso LI:
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.
Comentários
É exatamente o que foi explicado na questão anterior. Vejamos, agora, o que
estabelece o inciso LII:
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.
Comentários
A Constituição proíbe, expressamente, a pena de banimento em qualquer
situação. Vejamos:
Art. 5º (...) XLVII - não haverá penas: (...) d) de banimento.
Comentários
Como dito em aula, a Constituição Federal prescreve direitos e primeira dimensão
(direitos de liberdade); direitos de segunda dimensão (direitos de igualdade); e
direitos de terceira dimensão (direitos de solidariedade). Cita-se como exemplo
de direito de terceira dimensão o direito ao meio ambiente - direito humano de
terceira dimensão – presente no texto constitucional na parte relativa à ordem
social.
Pelo exposto considera-se incorreto o enunciado.
Comentários
A questão está correta, tendo em vista que exige o conhecimento do inciso VIII,
do art. 5:
VII - Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta
e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
Comentários
A privação de liberdade é medida de exceção, consoante diz a questão, porém, a
sua tutela constitucional não se limita à possibilidade legal de concessão de fiança
ou de liberdade provisória. Vejamos o seguinte inciso: “LXVI - ninguém será
levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com
ou sem fiança”. Note que o texto constitucional fala em com ou sem fiança.
Assim, está incorreta a assertiva.
Comentários
Conforme dito na aula anterior, o Brasil reconheceu a competência da Corte
Interamericana de Direitos Humanos e da Corte Internacional de Justiça. Para
tanto, é necessário que o Brasil tenha reconhecido expressamente a competência
desses tribunais internacionais nos termos de seus documentos originários.
Portanto, está correta a questão.
Comentários
Comentários
Essa é uma questãozinha complicada. Não exige apenas conhecimento, mas
muita atenção. O erro da assertiva está em trocar o tipo de pena, em vez de
detenção seria reclusão. Vejamos o artigo constitucional que traz essa
informação: “Art. 5º, XLII da CF: a prática de racismo constitui crime inafiançável
e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”.
Consequentemente, está incorreta a questão.
Comentários
Como sabemos, não há supremacia de um direito humano ou fundamental sobre
outro. Mesmo o direito a vida não pode ser considerado superior que os demais.
Os direitos humanos se aplicam a partir do princípio da ponderação. Deste modo,
está incorreta a assertiva.
Comentários
A assertiva está correta e é o gabarito da questão.
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Comentários
Muito cuidado com esse tipo que assertiva na hora da prova. Está incorreta!
Num primeiro momento podemos marcar essa assertiva como correta pensando
em termos de lógica. Não é mesmo? O que seria mais fundamental que a
vida se todos os direitos fundamentais são direta ou indiretamente
voltados à proteção da pessoa? Esse questionamento por mais válido que
possa ser, pode nos induzir a erro no momento da prova.
De toda forma, vale para fins de prova a teoria, o que está escrito. Teoricamente
sabemos que não existe hierarquia entre direitos fundamentais. Não há nada que
indique peremptoriamente em nossa CF que o direito à vida é superior. Portanto,
Comentário
A assertiva está incorreta e é o gabarito da questão. O erro da questão está em
dizer que haverá a gratuidade, ainda que a pessoa possui suficiência de recursos.
Na realidade, a insuficiência de recursos é requisito para a gratuidade. Vejamos:
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;
Comentários
Está correta a assertiva. De acordo com o art. 5º, IX: “a casa é asilo inviolável
do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial;”.
Considerando que escritório profissional também é considerado como casa, não
qualquer equívoco na questão.
Comentários
Está incorreta a assertiva. Como vimos em aula, os direitos sociais, consagrados
em nossa CF/1998 como legítimos direitos fundamentais, caracterizam-se por
serem prestacionais.
Comentários
A assertiva está correta. Entre as características dos direitos humanos, destaca-
se a historicidade. A forma mais fácil de acerta essa questão é lembrar das
dimensões dos direitos humanos.
Vimos que as dimensões de direito são fruto da lenta evolução dos direitos
fundamentais na comunidade internacional, de modo que a cada período foram
sendo acrescidos uma gama nova de direitos que se convencionou denominar de
dimensões.
Essa evolução denotada a característica da historicidade exigida na questão.
Comentários
A assertiva está correta. De acordo com o art. 5°, XIII, da CF, é livre o exercício
de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais
que a lei estabelecer.
Em razão desse dispositivo o STF no RE nº 414.426
entendeu que a regra é a liberdade profissional e que
somente em situações excepcionais haveria limitação a tal direito.
Comentários
Está correta a assertiva. É o que se extrai do art. 5º, XXXIII, da CF:
XXXIII - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestados no prazo da lei, sob pena
de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da
sociedade e do Estado.
Comentários
A assertiva está correta em razão do que prevê o art. 5º, XII:
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
19
RE 414426, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2011, DJe- 194
DIVULG 07-10-2011 PUBLIC 10-10-2011 EMENTA VOL-02604-01 PP-00076 RT v. 101, n. 917,
2012, p. 409-434.
Comentários
A assertiva está correta. A questão envolve o catálogo aberto do Texto
Constitucional, ou seja, permite-se que outros diplomas, tais como os tratados
internacionais de direitos humanos internalizados com quórum de emenda,
integrem nosso texto como normas fundamentais constitucionais.
Comentários
A questão trata dos chamados remédios constitucionais, previstos na parte final
do art. 5º, da CF.
A alternativa A está incorreta, pois o habeas corpus é o remédio hábil
para proteger o direito de locomoção. Quanto ao mandado de injunção, ele
vem disciplinado no art. 5º, inciso LXXI.
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora
torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
A alternativa B está incorreta, com base no inciso LXIX, do art. 5º. O mandado
de segurança será cabível se o direito líquido e certo não for amparado por habeas
corpus ou habeas data.
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
A alternativa C está incorreta. Para que o partido político seja legitimado para
impetrar mandado de segurança coletivo é necessário que possua representação
no Congresso Nacional. Vejamos o dispositivo correspondente.
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
Comentário
As alternativas A e B estão corretas, com base no dispositivo abaixo do art. 5º:
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento
de situações de interesse pessoal;
Comentários
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista o que
dispõe o inciso LII, do art. 5º.
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
Comentários
A questão exige o conhecimento do art. 5º, inciso XVI.
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso
à autoridade competente;
Comentários
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. Assim, todas as
assertivas estão corretas, vejamos quais os fundamentos constitucionais.
O item I está correto com base no art. 5º, inciso LXXII, a:
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante,
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter
público;
c) não poderá adentrar o imóvel, pois mesmo que buscasse prestar socorro,
somente é possível a entrada de pessoa cuja função pública seja afastar o
perigo, como o bombeiro.
d) poderá adentrar o imóvel, sem configurar violação de domicílio, mesmo
sem consentimento do morador, se sua intenção for prestar socorro.
e) não poderá adentrar o imóvel, já que, com a evasão do criminoso do local,
não há mais flagrante delito, única hipótese que dispensa o consentimento
do morador.
Comentários
A questão exige o conhecimento das hipóteses em que é possível a violação de
domicílio. Tal regrativa está prevista no art. 5º, inciso XI.
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;
Comentários
A alternativa A está incorreta. Não há previsão constitucional para julgamento
de crime de exceção pelo Tribunal do Júri.
A alternativa B está incorreta, pois o dispositivo constitucional é redigido no
sentido de não ser julgado por autoridade incompetente. Vejamos o inciso do at.
5º.
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão.
Somente essa alternativa contempla somente direitos individuais. As demais
alternativas arrolam direitos sociais ou coletivos.
Vejamos o art. que respalda a questão.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
Comentários
Os incisos LXVI e LXVII do artigo 5º trazem as penas permitidas e proibidas pela
Constituição.
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
Comentário
A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão, uma vez que não é
permitido o anonimato na manifestação de pensamento.
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Comentários
A alternativa A está incorreta e é o gabarito da questão. A prisão somente
pode ser relaxada pela autoridade judiciária, que no caso é o juiz de direito.
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
Comentários
A questão exige o conhecimento do inciso LXVIII, do art. 5º
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de
poder;
Comentários
A questão exige o conhecimento do princípio constitucional de que não há
crime sem pena anterior que o defina.
Portanto, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Vejamos
o inciso do art. 5º que respalda a resposta.
XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
c) legalidade
d) moralidade
e) autonomia
Comentários
Essa é fácil pessoal! O princípio mencionado no enunciado da questão é o
princípio da igualdade ou isonomia.
Portanto, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.
Comentários
A alternativa A está incorreta por mencionar que é permitida a violação do sigilo
para instrução do processo civil. Na realidade, o inciso XII, do art. 5º, menciona
somente o processo penal.
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
A alternativa B está incorreta, pois tal direito não admite censura ou requer
qualquer licença específica.
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
GABARITO: INCORRETO
GABARITO: C
GABARITO: D
GABARITO: D
GABARITO: D
GABARITO: D
GABARITO: INCORRETO
GABARITO: CORRETO
GABARITO: INCORRETO
GABARITO: CORRETO
GABARITO: INCORRETO
GABARITO: INCORRETO
GABARITO: CORRETO
GABARITO: CORRETO
GABARITO: CORRETO
GABARITO: CORRETO
GABARITO: INCORRETO
10 - Considerações Finais
Chegamos ao final da nossa terceira aula. Foi uma aula extensa, com muita
informação. Contudo, é uma das aulas mais importantes do curso e que
certamente será exigida em prova no dia do certame.
Quaisquer dúvidas em relação à aula, não deixe de entrar em contato conosco.
Estamos disponíveis no fórum, por e-mail e, inclusive, pelo Facebook.
Bons estudos a todos!
Ricardo Torques
rst.estrategia@gmail.com
https://www.facebook.com/direitoshumanosparaconcursos
AULA 03
DIREITOS HUMANOS NA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
(PARTE 02)
Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 3
2 - Direitos Sociais .......................................................................................................... 3
2.1 - Vedação do Retrocesso ......................................................................................... 5
2.2 - Ordem Social ....................................................................................................... 6
3 - Direitos dos trabalhadores ........................................................................................... 7
3.1 - Introdução .......................................................................................................... 7
3.2 - Caput do art. 7º, da CRFB ................................................................................... 10
3.3 - Direitos dos Trabalhadores em espécie (incisos do art. 7º) ...................................... 11
3.4 - Proteção constitucional aos empregados domésticos (§ único do art. 7º, da CF) ........ 38
3.5 - Liberdade de associação e liberdade sindical .......................................................... 41
3.6 – Direito de Greve ................................................................................................ 43
4 - Direitos de Nacionalidade .......................................................................................... 43
4.1 - Nacionalidade brasileira ...................................................................................... 45
4.2 - Quase-nacionalidade .......................................................................................... 56
4.3 - Tratamento jurídico do brasileiro nato e naturalizado .............................................. 59
5 - Direitos Políticos....................................................................................................... 67
5.1 - Introdução ........................................................................................................ 67
5.2 - Democracia ....................................................................................................... 68
5.3 - Voto, sufrágio e escrutínio ................................................................................... 69
5.4 - Democracia Representativa ................................................................................. 72
5.5 - Democracia Participativa ..................................................................................... 73
5.6 - Aquisição dos Direitos Políticos ............................................................................ 76
5.7 - Capacidade eleitoral passiva e ativa ..................................................................... 77
5.8 - Impugnação ao Mandato Eletivo........................................................................... 91
5.9 - Perda e suspensão dos Direitos Políticos ............................................................... 94
Comentários
Entre os direitos sociais prescritos no art. 6º, caput, da CF, está a proteção à
maternidade, o que torna a alternativa B a correta e gabarito da questão.
Em que pese essa construção teórica em torno dos direitos sociais, como
contraponto, desenvolveu-se o princípio da reserva do possível. Argumenta-
se que, para que os direitos sociais possam exigir o dispêndio de recursos por
parte do Estado, visando sua implementação, deverão ser aplicados na medida
do possível, em razão de interesses superiores. Assim, se o Estado demonstrar
objetivamente a impossibilidade financeira de concretização de um direito social,
poderia deixar de fazê-lo.
Esse ponto revela a importância da compreensão de que os direitos sociais
devem ser implementados de forma progressiva. Estudamos ao longo do
Curso que os direitos de segunda dimensão – direitos sociais, econômicos e
culturais – não são exigíveis internacionalmente de pronto. São, em verdade,
positivados no texto de tratados e convenções internacionais para que os
2
CANOTILHO, Joaquim José Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 3. ed.
Coimbra: Editora Almedina, p. 336/7.
Comentários
A assertiva está corretíssima. Argumenta-se que as necessidades da população
são infinitas, ao passo que os recursos públicos são finitos. Em razão disso,
devem ser priorizadas as ações e as políticas públicas a fim de atender às
necessidades mais urgentes. Essa é a base sob a qual se formou o princípio da
reserva do possível.
Sigamos!
De acordo com Marcelo Novelino3:
A reserva do possível pode ser compreendida como uma limitação fática e jurídica oponível,
ainda que de forma relativa, à realização dos direitos fundamentais, sobretudo os de cunho
prestacional.
3
NOVELINO, Marcelo. Manual de Direito Constitucional, versão eletrônica.
o transporte; e
o previdência social.
O salário mínimo é definido anualmente pelo Presidente da República,
precedido estudos realizados pelo Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos – DIEESE – afim de garantir a reposição monetária e o
mínimo existencial. O salário mínimo reflete, também, a situação econômica do
país.
Segundo Renato Saraiva6:
O salário mínimo constitui intervenção do Estado no contrato de trabalho. O salário mínimo
corresponde, assim, ao patamar abaixo do qual não pode prevalece a vontade dos
contratantes, sendo nula de pleno direito qualquer estipulação em contrário, mesmo
advinda de negociação coletiva.
2. sentença normativa; ou
6
SARAIVA, Renato. Direito do Trabalho, 15ª edição. rev. e atual., São Paulo: Editora Método,
2013, p. 112.
7
RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho Esquematizado. Rio de Janeiro: Editora Método,
2011, p. 1072.
Vamos em frente:
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
Assim:
13
SARAIVA, Renato. Direito do Trabalho, p. 119.
Assim, para empregados com até um ano de serviço, o aviso prévio será de 30
dias. Após, para cada ano de serviço a mais, o empregado terá direito - além dos
trinta – mais três dias de aviso prévio.
Sigamos:
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos
de idade em creches e pré-escolas;
Além disso, a CRFB, no art. 114, §2º, facultou o ajuizamento do dissídio coletivo
pelas partes que se recusarem à negociação coletiva.
19
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho, p. 1406.
20
SARAIVA, Renato. Direito do Trabalho, p. 130.
24
SARAIVA, Renato. Direito do Trabalho, p. 132.
Lembre-se, por fim, que caso o contrato não esteja extinto, o empregado não há
que se falar em prescrição bienal, mas apenas em prescrição quinquenal.
Por exemplo, empregado, cujo contrato está vigente, embora tenha prestado 5
horas extraordinárias no mês de janeiro de 2015, não as recebeu. Neste caso,
surge para o empregado a pretensão de exigi-la judicialmente após o quinto dia
do mês subsequente, ou seja, após 05.02.2015. Neste caso, o empregado poderá
até 05.02.2020 – desde que mantido o contrato de trabalho – intentar
reclamatória trabalhista para cobrar as horas extraordinárias de janeiro de 2015.
Esse assunto é complexo e cheio de detalhes. O importante, nessa fase inicial do
curso, é vermos apenas a distinção entre ambos os prazos prescricionais. Em
aula futura retomaremos o assunto com bastante detalhe.
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
Sigamos:
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência;
25
RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho Esquematizado, p. 1083.
Além disso, diversas outras políticas públicas são estabelecidas pelo Governo com
o fito de minimizar as desigualdades. É comum o Poder Público conceder isenções
ou reduções de alíquotas de impostos, para as empresas que contratem
determinado número de empregados deficientes.
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos;
A CLT dedica capítulo inteiro à proteção do trabalho do menor (IV), nos art. 402
e seguintes que, dentre outras regras, prevê a proibição de trabalho em locais
prejudiciais à moralidade do menor ou em locais perigosos e insalubres; exige a
prévia autorização judicial para o trabalho de menores em logradouros públicos,
tais como praças e ruas; ou, até mesmo, a vedação do gozo de períodos de
descansos nas instalações da empresa, por determinação da autoridade
fiscalizadora.
Outra questão importante relativa ao trabalho do menor e que será estudada
detidamente em aula específica neste Curso refere-se à aprendizagem,
importante veículo de inserção do jovem no mercado de trabalho formal.
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e
o trabalhador avulso.
Avulso é o trabalhador eventual que oferece sua energia de trabalho por curtos
períodos de tempo, a distintos tomadores, sem se fixar especificamente a
nenhum deles, havendo a intermediação de órgãos especiais (OGMO ou
sindicato).
Conforme tratamos acima, o referido dispositivo enuncia igualdade entre
trabalhadores com vínculo empregatício e trabalhadores avulsos.
26
RESENDE, Ricardo. Direito do Trabalho Esquematizado, p. 817.
Comentários
A assertiva está incorreta. Notem que o inciso acima refere expressamente que
a base territorial não poderá ser inferior a um município. Portanto, não é possível
a criação de mais de uma organização sindical representativa dentro do mesmo
município, ainda que em bairros diferentes.
Sigamos!
Quanto ao inc. III destaca-se o papel de substituto processual atribuído ao
sindicato na defesa dos interesses da categoria. Isso, todavia, não impede a ação
do sindicado como representante da parte em eventual ação individual. Assim,
legitima-se tanto a possibilidade de o sindicato ingressar em nome da categoria,
beneficiando sindicalizados ou não, quanto a atuação em defesa dos interesses
individuais dos empregados sindicalizados.
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da
categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
4 - Direitos de Nacionalidade
A Constituição Federal, nos primeiros dispositivos, trata dos direitos e garantais
fundamentais. Entre esses direitos estão os direitos de nacionalidade, espécie
de direitos políticos, que estão tratados no art. 12 da CF. A nacionalidade constitui
condição de elegibilidade (art. 14, §3º, I, da CF), ou seja, constitui um requisito
a ser observado por aqueles que pretendem concorrer a cargos político-eletivos
em nosso País.
Comentários
Para responder à questão é necessário conhecer a jurisprudência do STF acerca
dos direitos de nacionalidade. Estuda-se que são dois os modos de aferição da
nacionalidade originária: ius soli ou ius sanguini. Por essas informações já
poderíamos nos questionar se a assertiva estaria efetivamente verdadeira.
Contudo, somente teríamos segurança em marcá-la caso conhecêssemos a
decisão do STF proferida no Ext. nº 1.121/2010.
Vejamos um excerto da ementa:
Não se revela possível, em nosso sistema jurídico-constitucional, a aquisição da
nacionalidade brasileira jure matrimonii, vale dizer, como efeito direto e imediato resultante
do casamento civil.
Ext nº 1.121, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 18.12.2009, Plenário, DJE de
25.06.2010.
Firmou o STF, portanto, posição no sentido de que o casamento não tem o condão
de atribuir a nacionalidade à pessoa, o que torna a assertiva incorreta.
Sigamos!
Brasileiro Nato
Como vimos, o brasileiro nato é aquele que por aplicação dos critérios do ius soli
ou do ius sanguini adquire originariamente a nacionalidade brasileira.
São três as hipóteses constitucionais:
NASCIDOS NO BRASIL (art. 12, I, a, da CF).
Trata-se de nacionalidade nata brasileira definida em função do critério territorial
(ius soli). Desse modo, independentemente da nacionalidade dos genitores, se a
pessoa nascer no território brasileiro será brasileiro nato.
Como tudo em direito, as exceções existem para confirmar a regra. Aqui, a
própria CF delimita uma exceção que é fundamental:
SE OS PAIS ESTIVEREM NO BRASIL A SERVIÇO DO
ESTADO DE ORIGEM, AINDA QUE NASCIDA EM NOSSO
TERRITÓRIO, A PESSOA NÃO SERÁ BRASILEIRA
NATA.
Vejamos algumas hipóteses e exemplos para facilitar a assimilação dos
conteúdos.
1 - Se os pais forem brasileiros e a pessoa nascer aqui, será brasileira.
Quanto a essa hipótese não resta qualquer dúvida!
Por exemplo, os brasileiros João e Maria têm um filho, no Brasil, chamado
Ricardo. Ricardo será brasileiro nato.
2 - Se um dos pais for brasileiro, nascendo em nosso território, a pessoa
será brasileira nata igualmente.
Por exemplo, o brasileiro João tem um filho com Mary, norte americana,
que está em nosso país. Ricardo, filho do casal, será brasileiro nato,
independentemente do motivo pelo qual Mary esteja no Brasil.
28
HC nº 83.113-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 26.06.2003, 2ª Turma, DJ de
29.08.2003.
Comentários
A assertiva está incorreta.
De acordo com art. 12, I, b, da CF:
Art. 12. São brasileiros:
I - natos: (...)
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil; (...).
31
AC nº 70-QO, rel. min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 25.09.2003, Plenário, DJ de
12.03.2004.
32
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público, 10ª edição, São Paulo: Editora Saraiva,
2005, p. 188.
39
HC nº 83.113-QO, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 26.06.2003, Plenário, DJ de
29.08.2003.
Comentários
A assertiva está incorreta. Não se trata exatamente de uma questão de
nacionalidade do art. 12, da CF, mas envolve o tema. O brasileiro nato NUNCA
será extraditado, quanto o brasileiro naturalizado poderá ser extraditado em duas
situações. Vejamos o que dispõe o art. 5º.
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
43
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 19ª edição, São Paulo:
Malheiros Editores, p. 314.
c) universal
d) capacitaria
Comentários
O direito ao sufrágio constituí a capacidade de eleger e ser eleito. Na realidade,
o direito ao sufrágio corresponde ao direito de participar da vida política do Estado
que poderá ocorrer por intermédio do voto.
Vejamos o conceito de sufrágio, segundo José Afonso da Silva44:
Direito Público de natureza política, que tem o cidadão de eleger, ser eleito e de participar
da organização e da atividade do poder estatal.
44
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 19ª edição, São Paulo:
Malheiros Editores, p. 314.
Iniciativa Popular
A disciplina da iniciativa popular consta dos arts. 14, III, art. 27, §4º, art. 29,
XIII e art. 61, §2º, todos da CF.
Começamos com o conceito de iniciativa popular. A iniciativa popular é uma
forma de apresentação de projetos de leis aos órgãos parlamentares
brasileiros.
As leis são propostas, analisadas e votadas pelos órgãos legislativos: Congresso
Nacional (a nível federal), Assembleia Legislativa (a nível estadual) e Câmara
Municipal (a nível municipal). Em regra, detentores de mandato eletivo e algumas
autoridades possuem a prerrogativa de apresentar projetos de leis.
A iniciativa popular constitui uma exceção à regra, pois permite aos cidadãos, de
forma organizada, que apresentem projetos de leis a serem analisados e votados
pelos órgãos legislativos. Como a edição de leis compete às três esferas da
federação, as leis poderão ser no Congresso Nacional, nas assembleias
legislativas e nas câmaras municipais.
45
NOVELINO, Marcelo. Manual de Direito Constitucional, versão eletrônica.
Comentários
Está correta a assertiva. A capacidade eleitoral é classificada em ativa e passiva.
A capacidade eleitoral ativa consiste na prerrogativa de o cidadão participar da
democracia representativa, cujo exercício se realiza por meio do voto em
eleições, plebiscitos e referendos, e, inclusive da iniciativa popular. A capacidade
eleitora ativa é adquirida com o alistamento realizado perante a Justiça Eleitoral.
A capacidade eleitoral passiva, por sua vez, consiste no direito de concorrer,
mediante eleição a mandatos políticos. Desde que preenchidos os requisitos de
elegibilidade, o cidadão poderá ser votado.
Em relação à ação popular devemos saber que se trata de uma das ações
constitucionais, no qual o cidadão tem legitimidade para anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Devemos nos atentar para o fato de que a legitimidade é conferida ao cidadão,
não aos brasileiros tão somente. Isso significa dizer que somente poderá
ingressar com a ação popular o nacional, que tiver inscrição eleitoral.
É o que se extrai da Lei nº 4.717/1965, art. 1º:
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a declaração
de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos
Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia mista (Constituição, art.
141, § 38), (...).
48
Ext 890, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 5-8-2004, Primeira Turma, DJ de 28-10-
2004.
49
É o entendimento de José Afonso da Silva, extraído de SILVA, José Afonso da. Comentário
Contextual à Constituição, 7ª edição, atual., São Paulo: Malheiros Editores, 2010, p. 224.
50
Resolução TSE nº 15.099/1989.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Verifica-se, na hipótese, a inelegibilidade de
Marcos Silva, que embora seja opositor político de Jorge Silva, estão ligados por
relação de parentesco até segundo grau.
O fundamento da alternativa é extraído do art. 14, §7º, da CF:
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo
e candidato à reeleição.
Comentários
A presente questão envolve o conhecimento do assunto desincompatibilização.
Os cargos do Poder Executivo permitem apenas uma reeleição consecutiva.
Contudo, quando se trata de candidatura para outro cargo, aplica-se a regra
prevista no art. 14, §6º, da CF, que trata do instituto da
desincompatibilização:
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até
seis meses antes do pleito.
6 - Partidos Políticos
6.1 - Noções Gerais
Essa instituição fundamental do nosso sistema eleitoral é disciplinada
expressamente no art. 17 da CF, nos seguintes termos:
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos,
resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos
fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos: Regulamento
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros
ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de
Aqui a ideia é bem simples, o partido político, na medida em que elege membros
políticos, deve possuir passagem nas Casas Legislativas para apresentação e
defesa de seus ideais. Assim, não apenas o candidato eleito, mas também o
partido político ao qual está filiado, deverão ter amplo acesso para discussão e
formação de consenso, de modo que os ideais defendidos pelos partidos sejam
levados em consideração na aprovação de leis.
Vejamos como o assunto foi explorado em provas de concurso público:
7 – Questões
Na sequência vamos treinar várias questões de prova.
Procuramos trazer questões envolvendo os mais diversos
assuntos relativos ao que estudamos, com destaque para
as questões que exigem a literalidade dos dispositivos da CF. São 65 questões,
além das 16 que comentamos ao longo do conteúdo teórico.
c) trinta anos.
d) vinte e um anos.
Comentários
Comentários
O caso disposto acima não se enquadra na regrativa da inelegibilidade reflexa,
posto que Simone já era detentora de mandato político e quem passou a postular
o cargo de Presidente foi Gabriel seu irmão.
Vejamos a regra contida no § 7º, do art. 14, da CF.
Comentários
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Como sabemos, o
Deputado Estadual e Federal precisa ter, no mínimo, 21 anos para tomar posse
no cargo, assim, todas as pessoas citadas acima podem concorrer ao cargo.
Comentários
Conforme dispõe o art. 14, § 1º, II, a, b e c, da CF, que institui o alistamento
facultativo para os analfabetos, para os maiores de dezesseis anos e menores de
dezoito e para os maiores de setenta anos, dessa forma estão corretos os itens
I, II e IV. Vejamos o dispositivo.
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Comentários
O item I está correto, tendo em vista o art. 6º, da CF.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência
aos desamparados, na forma desta Constituição.
Notem que o inciso XIII está previsto no rol acima, vejamos o inciso.
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo
ou convenção coletiva de trabalho;
O item III está incorreto, pois o limite para propor ação após a extinção do
contrato é de 02 anos.
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
após a extinção do contrato de trabalho;
Comentários
A alternativa A está correta, tendo em vista o art. 8º, inciso VII, da CF.
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
A alternativa B está correta pelo que prevê o inciso III, do art. 8º.
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas;
A alternativa E está correta, tendo em vista o caput do art. 8ª, citado acima.
Comentários
Essa questão solicitou o conhecimento do art. 7º. Dessa forma, o único direito
que não está previsto no art. 7º, ou no título dos direitos sociais é o direito ao
auxílio doença.
Assim, a alternativa D está incorreta e é o gabarito da questão.
Comentários
O art. 9º, da CF, disciplina o direito de greve.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a
oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois o art. 7º, XIX, da CF, prevê a licença
paternidade deixando ao cargo da legislação infraconstitucional a regulamentação
do direito. Até a regulamentação do dispositivo, foi estabelecida regra transitória
nos ADCT, art. 10, §1º, que estabelece que a licença paternidade será de cinco
dias.
A alternativa B reproduz o art. 7º, XXVIII, da CF.
A alternativa C está incorreta, pois o RSR será preferencialmente aos
domingos, conforme dispõe art. 7º, XV, CF.
A alternativa D está incorreta. A participação nos lucros é direito constitucional
previsto no art. 7º, XI, e, atualmente, é regulamentado pela Lei 10.101/2000. O
erro da alternativa reside na menção de que o cálculo do valor estaria vinculado
à remuneração. Pelo contrário, o texto constitucional, é expresso em mencionar
que a participação nos lucros será desvinculada da remuneração do
empregado.
A alternativa E, finalmente, também está incorreta, pois a assistência gratuita
aos filhos e dependentes será desde o nascimento até os cinco anos de idade.
Comentários
Para responder a essa questão devemos ter atenção e conhecer o art. 7º, XXIX,
da CF, que prevê que a ação, quanto aos créditos resultantes das relações de
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores
urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de
trabalho.
A alternativa E é a correta.
Comentários
Está incorreta a assertiva, pois o salário-família é um dos direitos constitucionais
previstos no art. 7º, que dependem de regulamentação para serem aplicados aos
empregados domésticos, conforme § único do art. 7º, com redação pela EC
72/2013.
São direitos constitucionais dos trabalhadores que dependem de
regulamentação:
Proteção contra despedida arbitrária (inc. I);
Seguro-Desemprego (inc. II);
FGTS (inc. III);
Remuneração do trabalho noturno superior ao diurno (inc. IX);
Salário-família (inc. XII);
Auxílio aos filhos e dependentes em creches e pré-escolas (inc. XXV);
Seguro contra acidentes de trabalho (inc. XXVIII).
Cumpre registrar que esses direitos foram regulamentados pela Lei
Complementar nº 150/2015.
Comentários
A alternativa A está correta, pois reproduz exatamente o que prevê o art. 7º ,
XXVII, da CF.
A alternativa B está incorreta, pois ao contrário do que prevê a CF, art. 7º,
XXXII, vedam-se distinções entre o trabalho manual, técnico e
intelectual.
A alternativa C está incorreta, pois a CF expressamente equipara a proteção do
trabalhador avulso aos urbanos.
A alternativa D está incorreta, pois não há previsão deste direito na CF. O
assunto será analisado no decorrer do curso, contudo, para deixarmos bem
explicado a CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – é formada por
representantes dos empregados e dos empregadores que tem por
finalidade adotar medidas preventivas de acidentes de trabalho.
Os representantes do empregados são eleitos entre os empregados ativos da
empresa, portanto, não faz sentido a afirmação de que os empregados
aposentados tem direito de participar na CIPA se filiado ao sindicado.
A alternativa E está incorreta, pois o art. 7º, XXIII, da CF, veda o trabalho de
menores em atividades insalubres, admitindo-se o trabalho de adolescentes,
a partir dos 14 anos, apenas como aprendizes.
Comentários
A alternativa B é a correta.
Entre os novos direitos assegurados às empregadas domésticas, em razão da EC
72/2013, está a garantia de horas extraordinárias, que independe de
regulamentação, conforme dispõe o art. 7º, § único, da CF.
Comentários
Vejamos cada uma das alternativas
Alternativa A: distinção entre o trabalho técnico, manual e intelectual,
aposentadoria e repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos.
Já vimos nesta bateria de questões que é vedada a distinção entre o trabalho
técnico, manual e intelectual.
Alternativa B: seguro-desemprego, irredutibilidade do salário, salvo exceção
prevista em convenção ou acordo coletivo, e anotação do contrato de emprego
na CTPS.
Não há tal previsão na CF, mas apenas na CLT.
Comentários
A questão foi anulada pela FCC, vejamos o porquê!
Após a EC 72/2013 o § único do art. 7º previu entre outros direitos o
reconhecimento das convenções coletivas (inc. XXVI), irredutibilidade salarial,
salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo (VI), garantia de salário nunca
inferior ao mínimo para aqueles que recebem remuneração variável (VII).
A alternativa D está incorreta pois a CF prevê expressamente a redução dos riscos
inerentes ao trabalho (e não em relação ao tempo de serviço), por meio de
normas e saúda, higiene e segurança.
Por fim, prevê o art. 7º, XX, a proteção do mercado de trabalho da mulher,
mediante incentivos específicos, nos termos da lei. Esse direito, contudo, é
assegurado a todos a todas as mulheres, não aos empregados domésticos, em
razão do que prevê o art. 7º, § único.
Em razão disso, tanto a alternativa D como a alternativa E estão incorreta. Logo,
correta a banca em anular a questão.
Comentários
Embora a alternativa A extrapole o assunto abordado na presente aula está
correta, pois segue a orientação da Súmula 444, do TST: é valida, em caráter
excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso,
prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho
ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos
feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional
referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas.
A alternativa B está incorreta, pois a proteção contra despedida arbitrária, sem
justa causa. Contudo a prática de ato faltoso pelo empregado, é considerado
hipótese de demissão por justa causa, de modo que praticado, o empregado
perde o direito à tal proteção.
A alternativa C está incorreta, pois o seguro-desemprego tem por finalidade
prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em
virtude de:
- dispensa sem justa causa
- despedida indireta, quando o empregador comete falta grave.
Comentários
A alternativa A é a correta, conforme art. 7º, § único, da CF. Se restar dúvidas
quanto à questão retorne ao esquema de aula.
Comentários
A alternativa A está correta, pois reproduz o teor do art. 7º, I, da CF, que
prescreve entre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, a “relação de
emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros
direitos”.
A alternativa B está incorreta, porque o seguro-desemprego será devido apenas
nas hipóteses de desemprego involuntário, como prevê o inc. II, do art. 7º, da
CF.
A alternativa C está incorreta, porque a irredutibilidade salarial somente poderá
ser excepcionada por ACT ou CCT, não por lei, como prevê a literalidade do art.
7º, VI, da CF.
A alternativa D está incorreta, pois a remuneração noturna será majorada nos
termos do art. 7º, IX, da CF.
A alternativa E também está incorreta, pois a Constituição prevê, no art. 7º, X,
crime somente no caso de modalidade dolosa, não na forma culposa.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a Constituição estabeleceu percentual
mínimo de remuneração pela atividade extraordinária, não patamar máximo. O
art. 7º, XVI, da CF que prevê o direito a remuneração do serviço extraordinário
superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal.
A alternativa B está incorreta, pois nos termos do art. 7º, caput, da CF, os
direitos constitucionais dos trabalhadores são aplicados, sem distinção aos
empregados urbanos e rurais.
Comentários
Questão tranquila que cobra o caput do art. 6º, da CF, que assim dispõe: são
direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o
Comentários
Comentários
A assertiva está errada.
Conforme dispõe o texto constitucional no art. 7º, caput, os direitos assegurados
em seus incisos são aplicados tantos aos empregados urbanos como aos
empregados rurais. Assim, tendo em vista que o benefício é previsto no art. 7º,
II, da CF, será assegurado a ambas as espécies de empregados.
Comentários
Está incorreta a assertiva.
O art. 7º, da CF, concentra os direitos constitucionais dos trabalhadores, contudo,
o rol desse dispositivo é exemplificativo, podendo ser ampliado por norma
infraconstitucional.
Nesse sentido, ainda, cumpre mencionar que os direitos constitucionais dos
trabalhadores constituem um núcleo mínimo protetivo desejado. Competindo,
assim, ao Poder Legislativo, bem como aos sujeitos da relação de trabalho (por
intermédio da negociação coletiva) estabelecerem um patamar superior de
direitos para tutelar a relação.
Comentários
Está correta a assertiva.
A questão em si é fácil de responder, pois envolve tão somente o conhecimento
do art. 6º da CF.
Pretende-se, contudo, alertar o aluno para outro fato, não tão evidente assim.
Embora seja assunto propriamente de Direito Constitucional, devemos saber –
aqui em Direito do Trabalho – que os direitos fundamentais abrangem diversas
“espécies”, quais sejam: direitos fundamentais individuais e coletivos (previstos
essencialmente no art. 5º, da CF), direitos sociais (art. 6º e 7º), direitos de
nacionalidade e os direitos políticos.
Dentro do rol dos direitos sociais, o trabalho aparece como um deles, sendo
tratado analiticamente no art. 7º.
Portanto, devemos ter em mente os direitos trabalhistas são direitos
fundamentais sociais.
Comentários
Está incorreta a assertiva.
Quanto aos destinatários dos direitos constitucionais trabalhistas lembre-se que
todos os direitos previstos no art. 7º aplicam-se integralmente aos empregados
urbanos e rurais, bem como, por previsão expressa, aos empregados bem como
aos trabalhadores avulsos.
Além dos empregados e avulsos, por força do § único do art. 7º, aplicam-se parte
dos direitos previstos aos empregados domésticos.
Comentários
Está incorreta a assertiva.
Conforme dispõe o inc. XIV do art. 7º a jornada em turnos ininterrupto de
revezamento será de 6 horas, podendo, contudo, ser disciplinada diversamente
por negociação coletiva.
Comentários
Está correta a assertiva, pois reproduz o teor do art. 7º, XXIX da CF.
Comentários
Está incorreta a assertiva.
Do rol elencado na assertiva, não há previsão apenas das horas in itinere, que é
disciplina pela CLT.
Comentários
Comentários
Notem que Sipriano é filho de brasileiro, nascido no exterior e que opta por residir
no Brasil pelo resto de sua vida. Nesse caso ele será considerado brasileiro nato,
se assim optar, com base no art. 12, inciso I, alínea c.
Portanto, a alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
Lembre-se:
Comentários
A assertiva está correta.
Nessa questão é exigido o conhecimento dos cargos privativos para brasileiro
nato. Vejamos o art. 12, § 3º, da CF.
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
Comentários
A assertiva está correta e exige tão somente interpretação e conhecimento do
art. 12, inciso I, alínea B. As pessoas nascidas no exterior, filhos de brasileiros a
sérvio do país, serão considerados brasileiros natos.
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
Comentários
A assertiva está correta e cobra o disposto no art. 12, inciso I, alínea a.
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que
estes não estejam a serviço de seu país;
Notem que a lei fala que são brasileiros natos os nascidos na República Federativa
do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço
de seu país. No caso em tela, os pais do recém-nascido não estão a serviço de
seus países, mas de um terceiro, por isso o nascido em território brasileiro é
considerado nato.
Comentários
A assertiva está incorreta, tendo em vista que somente serão atribuídos aos
portugueses os mesmos direitos dos brasileiros se houver reciprocidade.
Vejamos:
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em
favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
previstos nesta Constituição.
Comentários
A assertiva está correta e é o gabarito da questão, com base no art. 13, da CF.
Qualquer dos Estados-membros, o DF e os Municípios poderão ter símbolos
próprios tais como bandeira, hino, armas e selos.
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo
nacionais.
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.
Comentários
A assertiva está incorreta, pois o cargo de juiz de direito não está incluso no rol
de cargos privativos do art. 12, § 3º.
Comentários
A assertiva está incorreta, uma vez que se trata de um caso de brasileiro nato.
O filho de brasileiro, cujos pais estejam a serviço do país, será brasileiro nato,
mesmo que nasça no exterior.
A alternativa C está incorreta, pois de acordo com o art. 8º, VI, “é obrigatória
a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho”.
A alternativa D está incorreta, pois embora nas empresas com mais de 200
empregados seja assegurada a eleição de um representante destes com a
finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os
empregadores, tal representante não goza de estabilidade.
O que a CF veda é a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da
candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave.
Por fim, a alternativa E também está incorreta, pois o direito de greve poderá
ser regulamentado por lei ordinária. Notem que o §1º do art. 9º da CF:
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.
Comentários
A assertiva está correta. O analfabeto é inelegível, ou seja, não pode concorrer
a cargos políticos. Além disso, o analfabetismo pode ser suscitado inclusive após
a diplomação, por se tratar de uma espécie de inelegibilidade constitucional, que
não se sujeita à preclusão.
Lembrem-se desde logo que as inelegibilidades devem ser arguidas, em regra,
até a data da diplomação, sob pena de preclusão, com exceção das
inelegibilidades constitucionais, que não precluem.
Vejam o esquema que traz todas as inelegibilidades absolutas.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Conforme citado acima,
o art. 15, da CF, proíbe, expressamente, a cassação dos direitos políticos.
Lembrem-se:
A cassação consiste na suspensão arbitrária e unilateral dos direitos
políticos por ato do poder público, sem observância dos princípios
processuais, notadamente o princípio da ampla defesa e contraditório.
A alternativa B está incorreta, pois os brasileiros naturalizados podem concorrer
a todos os cargos públicos, EXCETO aqueles previstos no texto constitucional
como vedados.
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa
A alternativa D está incorreta, pois a idade mínima para ser vereador é 18 anos.
Segue abaixo as idades mínimas para cada cargo previstas na CF.
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a idade mínima para concorrer ao cargo de
vereador é 18 anos.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista o que
prevê o art. 15, da CF. As provas repetem muito esse informação, por isso
memorizem essa simples ideia.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
Comentários
A assertiva está incorreta, com base no que prevê o art. 14, § 11.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e
secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o
autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Comentários
A assertiva está incorreta.
A banca fez uma pegadinha ao escrever os números por extenso e esperar que o
candidato leia rapidamente a questão sem atentar para o erro.
Vejamos o dispositivo legal pertinente.
§ 1º - O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
Note que o voto é facultativo para maiores de 70 anos e não de 60 como diz a
questão.
Comentários
Mais uma vez a questão exige o conhecimento do art. 15, citado acima.
A alternativa A está correta e representa um caso de perda ou suspensão dos
direitos políticos conforme o caso. Como dito em aula, se a incapacidade civil for
permanente e irrecuperável, tal como a interdição decorrente de mal de
Alzheimer, haverá propriamente a perda dos direitos políticos. Por outro lado, se
a incapacitação for transitória, com possibilidade de recuperação, a hipótese será
de suspensão dos direitos políticos.
A alternativa B está incorreta, pois não representa um caso de perda ou
suspensão de direitos políticos. É, portanto, o gabarito da questão.
A alternativa C está correta e representa um caso de perda dos direitos políticos.
A alternativa D está correta, pois uma vez que cita um caso de suspensão dos
direitos políticos.
Comentários
Comentários
A questão trata da regra de desincompatibilização. Vejamos o art. 14, § 6º para
responder adequadamente.
§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores
de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos
até seis meses antes do pleito.
Comentários
Conforme o inciso VI, do art. 14, o Deputado Federal deve possuir, no mínimo,
21 anos quando eleito. Assim, a letra correta é a alternativa D.
Vamos ver mais uma vez o esquema que trata de todas as condições de
elegibilidade, inclusive a idade mínima. Memorizem!
GABARITO: INCORRETO
GABARITO: CORRETO
GABARITO: INCORRETO
GABARITO: INCORRETA
GABARITO: INCORRETA
GABARITO: INCORRETA
GABARITO: CORRETA
GABARITO: C
GABARITO: D
GABARITO: D
GABARITO: C
GABARITO: INCORRETA
GABARITO: B
GABARITO: CORRETO
Aula 04
Política e Programa
Nacional de Direitos
Humanos
Sumário
1 – Considerações Iniciais ................................................................................................ 2
2 – Programa e Políticas Nacionais de Direitos Humanos: Noções Gerais ................................ 2
2.1 - Objetivos Específicos do PNDHs ............................................................................. 5
3 - PNDH 3 ..................................................................................................................... 9
3.1 - Competência Normativa ........................................................................................ 9
3.2- Estrutura ........................................................................................................... 10
3.3 - Decreto............................................................................................................. 17
4 - Questões ................................................................................................................. 23
4.1 - Questões sem Comentários ................................................................................. 23
4.2 – Gabarito ........................................................................................................... 29
4.4 - Questões Comentadas ........................................................................................ 29
5 - Lista de Questões de Aula ......................................................................................... 41
6 – Resumo .................................................................................................................. 43
7 – Considerações Finais ................................................................................................ 49
Vejamos cada uma das 25 diretrizes distribuídas ao longo dos seis eixos
orientadores:
Eixo Orientador I: Interação democrática entre Estado e sociedade civil:
Diretriz 1: Interação democrática entre Estado e sociedade civil como
instrumento de fortalecimento da democracia participativa;
Diretriz 2: Fortalecimento dos Direitos Humanos como instrumento
transversal das políticas públicas e de interação democrática; e
Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas de informações em Direitos
Humanos e construção de mecanismos de avaliação e monitoramento de
sua efetivação;
Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos Humanos:
Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvimento sustentável, com
inclusão social e econômica, ambientalmente equilibrado e
tecnologicamente responsável, cultural e regionalmente diverso,
participativo e não discriminatório;
Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como sujeito central do processo
de desenvolvimento; e
Diretriz 6: Promover e proteger os direitos ambientais como Direitos
Humanos, incluindo as gerações futuras como sujeitos de direitos;
Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um contexto de desigualdades:
Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e
interdependente, assegurando a cidadania plena;
Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e adolescentes para o seu
desenvolvimento integral, de forma não discriminatória, assegurando seu
direito de opinião e participação;
Diretriz 9: Combate às desigualdades estruturais; e
Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade;
Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência:
Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança
pública;
Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de segurança
pública e justiça criminal;
Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização
da investigação de atos criminosos;
Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação
da tortura e na redução da letalidade policial e carcerária;
Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das
pessoas ameaçadas;
Comentários
A assertiva está correta. A questão cobra um dos eixos orientadores do PNDH –
3/2009, aquele que se refere à Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à
violência. Vejamos todas as diretrizes desse eixo orientador.
IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência:
a) Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública;
b) Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e
justiça criminal;
c) Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização da investigação
de atos criminosos;
d) Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na
redução da letalidade policial e carcerária;
e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das pessoas
ameaçadas;
f) Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de penas
e medidas alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário; e
g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o
conhecimento, a garantia e a defesa de direitos;
Notem que é importante ler o Decreto nº 7.037/2009, que está anexo a esta
aula.
De acordo com o art. 3º, do PNDH 3, duas vezes por ano serão fixados e
aprovados Planos de Ação de Direitos Humanos.
Vejamos uma questão sobre um dos artigos acima.
Comentários
A assertiva está incorreta, pois nem todas as diretrizes pertencem ao primeiro
eixo orientador.
A primeira parte da questão está correta, pois refere-se ao eixo I. Contudo, a
segunda parte refere-se ao eixo II, que trata do desenvolvimento e dos Direitos
Humanos. Já a parte final da questão menciona o eixo orientador III, que trata
da Universalização dos Direitos Humanos em um contexto de desigualdade.
Notem que é essencial conhecer os eixos orientadores. Dentro de cada eixo há
várias diretrizes, porém, essas são intuitivas, uma vez que você conhece quais
são os eixos orientadores.
Na sequência, o art. 4º disciplina a criação de um Comitê de Acompanhamento e
Monitoramento do PNDH 3 que terá por finalidade promover a articulação entre
os órgãos e entidades envolvidos, elaborar os Planos de Ação – conforme o art.
3º acima –, estabelecer indicadores para o acompanhamento, monitoramento e
avaliação dos Planos, acompanhar as recomendações e instituir um regimento
interno.
Vejamos o dispositivo:
Art. 4o Fica instituído o Comitê de Acompanhamento e Monitoramento do PNDH-3,
com a finalidade de:
I - promover a articulação entre os órgãos e entidades envolvidos na implementação das
suas ações programáticas;
II - elaborar os Planos de Ação dos Direitos Humanos;
Comentários
Vamos analisar cada uma das alternativas.
e) sindicatos
Por fim, a alternativa E está correta. Apenas a título ilustrativo, saibamos alguns
dados relevantes:
O PNDH 3 foi fruto de 137 encontros que envolveram cerca de 14 mil
participantes, bem como de conferências livres, territoriais e regionais, estaduais
e distrital.
O PNDH 3 incorporou as proposições oriundas da 11ª Convenção Nacional de
Direitos Humanos, na qual participação 1.200 delegados.
Ademais, participou da elaboração do PNDH 3 a Sociedade Civil, Ministérios
Públicos, Consultores e a Secretaria de Direitos Humanos.
Comentários
Comentários
A alternativa A está incorreta. O PNDH 1 conferiu ênfase aos direitos civis,
direitos de primeira dimensão.
A alternativa B também está incorreta. O PNDH 3 representa uma evolução dos
dois primeiros programas, mais amplos e mais abrangente que os programas
anteriores. Constitui um Programa que considera a indivisibilidade e
interdependência dos direitos humanos em todas as suas dimensões, bem como
estabelece eixos temáticos estruturantes, que dispõe sobre os principais desafios
para a efetivação dos direitos em nosso país.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Entre outros direitos o
PNDH 2 previu direito à educação, à previdência e assistência social, ao trabalho,
à moradia, ao meio ambiente, à alimentação, à cultura e ao lazer, entre outros.
A alternativa D está incorreta, pois a visão transversal é adotada pelo PNDH 3.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois trata da Diretriz 7, do Eixo Orientador III:
Eixo Orientador III: Universalizar direitos em um contexto de desigualdades:
Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de forma universal, indivisível e interdependente,
assegurando a cidadania plena;
A alternativa B está incorreta, pois trata da Diretriz 12, do Eixo Orientador IV:
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão:
Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência: (...)
A alternativa E está incorreta, pois trata da Diretriz 23, do Eixo Orientador VI:
Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à Verdade:
Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da verdade como Direito Humano
da cidadania e dever do Estado;
Comentários
Comentários
Vejamos o Eixo Orientador IV:
Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência:
Diretriz 11: Democratização e modernização do sistema de segurança pública;
Diretriz 12: Transparência e participação popular no sistema de segurança pública e
justiça criminal;
Diretriz 13: Prevenção da violência e da criminalidade e profissionalização da investigação
de atos criminosos;
Diretriz 14: Combate à violência institucional, com ênfase na erradicação da tortura e na
redução da letalidade policial e carcerária;
Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de crimes e de proteção das pessoas
ameaçadas;
Diretriz 16: Modernização da política de execução penal, priorizando a aplicação de penas
e medidas alternativas à privação de liberdade e melhoria do sistema penitenciário; e
Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para o
conhecimento, a garantia e a defesa de direitos;
Comentários
Comentários
Está incorreta a assertiva. Pelo contrário, conforme se extrai do anexo referente
ao Eixo Orientador II o PIB é um recurso limitado, pois não leva em consideração
os direitos humanos. Em substituição sugere-se a adoção do IDH como índice
utilizado para aferir o desenvolvimento do Brasil.
Comentários
A assertiva está correta. Entre as ações programáticas previstas, no Objetivo
Estratégico está prevista a ação acima:
Objetivo estratégico I:
Implementação de políticas públicas de desenvolvimento com inclusão social.
Ações programáticas: (...)
j)Integrar políticas de geração de emprego e renda e políticas sociais para o combate à
pobreza rural dos agricultores familiares, assentados da reforma agrária, quilombolas,
indígenas, famílias de pescadores e comunidades tradicionais.
Comentários
Está correta a assertiva. É justamente isso que se extraí do título do Eixo,
vejamos:
Eixo Orientador III:
Universalizar direitos em um contexto de desigualdades
Comentários
A assertiva está correta. É a ação programática que se extrai do Objetivo
Estratégico IV, do Eixo Orientador II:
Objetivo estratégico VI:
Garantia do trabalho decente, adequadamente remunerado, exercido em condições de
equidade e segurança.
Ações programáticas:
a) Apoiar a agenda nacional de trabalho decente por meio do fortalecimento do seu comitê
executivo e da efetivação de suas ações.
Responsável: Ministério do Trabalho e Emprego
Comentários
Está correta a assertiva. Vejamos:
i)Realizar campanhas envolvendo a sociedade civil organizada sobre paternidade
responsável, bem como ampliar a licença-paternidade, como forma de contribuir para a
corresponsabilidade e para o combate ao preconceito quanto à inserção das mulheres no
mercado de trabalho.
Gabarito: Correta
Gabarito: Incorreta
Gabarito: A
Gabarito: Correta
Gabarito: Incorreta
Aula 05
Tratados Internacionais de
Direitos Humanos no
Ordenamento Jurídico
Brasileiro (parte 01)
Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 3
2 - Declaração Universal de Direitos Humanos .................................................................... 3
2.1 - Introdução .......................................................................................................... 3
2.2 - Direitos albergados .............................................................................................. 6
2.3 - Natureza jurídica .................................................................................................. 7
2.4 - Estrutura ............................................................................................................ 8
2.5 - Principais disposições da DUDH .............................................................................. 9
3 - Os pactos de 1966 ................................................................................................... 27
3.1 - Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos ...................................................... 30
3.2 - Pacto Internacional dos Direitos Sociais, Econômicos e Culturais .............................. 53
4 – Questões ................................................................................................................ 61
4.1 - Questões sem Comentários ................................................................................. 61
4.2 – Gabarito ........................................................................................................... 74
4.3 - Questões com Comentários ................................................................................. 75
5 - Lista das Questões de Aula ...................................................................................... 109
6 – Resumo ................................................................................................................ 115
7 - Considerações Finais .............................................................................................. 133
Seu texto consagra diversos direitos. Durante sua elaboração houve consenso
da comunidade internacional quanto aos direitos de primeira dimensão,
os seja, os direitos de liberdade, abrangendo os direitos civis e políticos. Contudo,
no que diz respeito aos direitos sociais, econômicos e culturais – inseridos
na segunda dimensão dos Direitos Humanos – houve grande embate político
à época.
Estudamos, em História, que EUA e URSS, aliados na Segunda Guerra Mundial,
saíram fortalecidos da Guerra, porém guardavam concepções políticas distintas.
Os EUA – seguindo concepção capitalista – acreditam num Estado não-
intervencionista, que defende a mínima regulação de direitos, deixando para
as relações privadas o desenvolvimento da comunidade como um todo. A URSS,
por outro lado, – adotando um regime comunista – acreditava na necessidade de
intervir ostensivamente na sociedade para regular diversos temas,
especialmente os atinentes aos direitos sociais, econômicos e culturais. Assim,
os EUA procuraram impor restrições às garantias de direitos de segunda
dimensão, ao passo que a URSS defendia a máxima garantia dos direitos
prestacionais. Esse confronto intensifica-se com o passar dos anos, cujo ápice é
a Guerra Fria.
De toda forma, acabou prevalecendo a ideia de que os direitos de liberdade (de
primeira dimensão) e os direitos de igualdade (de segunda dimensão) possuem
igual valor e devem ser assegurados com a maior efetividade possível.
Segundo Rafael Barretto1:
Acabou prevalecendo a concepção, que é hoje dominante, da inexistência de categorias de
direitos humanos, se reconhecendo que direitos liberais e sociais integrariam um todo único,
indivisível e interdependente, de modo que os direitos humanos deveriam ser
compreendidos em sua unidade.
1
BARRETTO, Rafael. Direitos Humanos. 2ª edição, rev., ampl. e atual., Bahia: Editora
Juspodvim, 2012, p. 129.
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Direitos Humanos e Cidadania – PRF 2017
teoria e questões
Aula 05 - Prof. Ricardo Torques
Comentários
A assertiva está correta, uma vez que reproduz excerto do preâmbulo da DUDH:
Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a desenvolver, em cooperação
com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades
fundamentais e a observância desses direitos e liberdades,
Comentários
A assertiva está correta. É o que se extrai do excerto do preâmbulo abaixo
citado:
Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de
Direito, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra
tirania e a opressão,
Comentários
A assertiva está correta, em razão do que prevê o art. 9º, da DUDH:
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
O dispositivo acima traz uma garantia penal de que a prisão, detenção ou exílio
somente ocorrerá por intermédio do devido processo penal, de modo que
ninguém será privado da liberdade de modo arbitrário.
Sigamos com o conteúdo teórico.
Na CF esse dispositivo é tratado de forma semelhante no art. 5º, LXI:
LXI - Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada
de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei.
Comentários
Para responder a essa questão devemos conhecer o disciplinado no artigo 24,
item 2, da DUDH, o qual citamos ressaltando a relevância de se estudar a
literalidade do documento para fins de prova:
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações
determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e
respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral,
da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
Comentários
O direito de asilo é disciplinado pela DUDH, no artigo 14, do seguinte modo:
Artigo XIV
1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros
países.
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente
motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e
princípios das Nações Unidas.
Direito de Nacionalidade
A DUDH, no art. XV, assegura a todas as pessoas uma nacionalidade. Desse
modo, repudia-se toda e qualquer medida que implique na condição de apátrida
do sujeito.
Para tanto, veda a cassação da nacionalidade de forma arbitrária. Além disso,
assegura o direito de mudar de nacionalidade, se assim quiser o cidadão.
Os direitos de nacionalidade são descritos de forma analítica nos arts. 12 e 13,
da CF.
Vejamos a seguir uma questão do assunto.
Comentários
Essa é uma assertiva que poderíamos responder sem mesmo conhecer a
literalidade dos dispositivos. Privar alguém arbitrariamente de determinado
direito não é tolerável num Estado de Direito.
De todo modo, quanto aos direitos de nacionalidade, o art. 15, da DUDH, traça
apenas uma diretriz geral, enunciando que todos têm o direito a uma
nacionalidade, de modo que ninguém será arbitrariamente privado da sua, muito
menos obrigado a mudá-la. Vejamos:
Artigo XV
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de
mudar de nacionalidade.
Comentários
Sobre o assunto, a DUDH disciplina dois artigos:
Artigo XVIII
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito
inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião
ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente,
em público ou em particular.
Artigo XIX
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade
de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias
por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
Direito de reunião
Também relacionado com a liberdade, o art. XX, da DUDH, disciplina o direito de
reunião. Destaca o Documento Internacional que o direito de reunião é
assegurado para fins pacíficos e a adesão deve ser voluntária.
Direitos políticos
Em relação aos direitos políticos, o art. XXI, da DUDH, assegura expressamente
o direito de participar do governo, pelo exercício democrático direito ou indireto.
Em relação ao exercício indireto destaca-se o voto, por meio do qual o eleitor
escolhe os representantes políticos em eleições periódicas.
A Declaração refere-se aos direitos políticos, considerados a partir do princípio
da soberania popular, reforçando o papel da soberania como legitimador à
atuação estatal.
Direitos trabalhista
Na esteira dos direitos de segunda dimensão, a DUDH traz um rol de direitos
trabalhistas.
O art. XXIII consagra diversos direitos fundamentais dos trabalhadores,
objetivando assegurar a liberdade de desempenho de qualquer atividade. Além
disso, prevê base para a defesa da equiparação salarial estuda em Direito do
Trabalho e a possibilidade de organização das empresas e atividades profissionais
em sindicatos
O art. XXIV, da DUDH, prevê outros direitos dos trabalhadores. O dispositivo
postula, em verdade, diversos direitos socais, entre eles o direito ao lazer, a uma
jornada regulamentada e a férias periódicas remuneradas. Esses direitos
encontram-se plenamente contemplados entre os arts. 7º, 11 e 217, todos da
Constituição.
Nesse contexto, nossa Constituição prevê o descanso semanal remunerado, a
limitação de jornada a 8 horas diárias e 44 horas semanais, bem como o direito
às férias anuais acrescidas e, no mínimo, 1/3, a título de décimo terceiro.
Para fins de prova é relevante saber quais os direitos trabalhistas estão
expressamente previstos na DUDH.
Desde logo é bom referir que essa previsão é repetida no Pacto Internacional dos
Direitos Sociais, Econômicos e Culturais, o que indica que, tanto no que diz
respeito à garantia dos direitos civis e políticos quanto dos direitos econômicos,
sociais e culturais, o respeito às diversidades de cada Nação é imprescindível.
De toda forma existe um rol de direitos, previstos no item 2, que NÃO poderão
ser suspensos, ainda que seja decretado o estado de emergência:
direito à vida;
Como vimos acima, a pena de morte continua sendo possível nos países que já
adotavam esse tipo de pena, mas, ainda assim, aplica-se somente aos crimes
mais graves. Ressalta-se que o Pacto consentiu com a manutenção desse tipo de
pena apenas para os países que à época da assinatura do Pacto já a tivessem
estabelecido na legislação interna. Assim, após a assinatura do Pacto, os Estados-
partes nos tratados não podem mais instituir a pena de morte, o que implicaria
a violação das regras do PIDCP.
Nesse sentido, vejamos os ensinamentos de André de Carvalho Ramos 9:
Em razão disso, no Brasil o Congresso Nacional, por intermédio do Decreto 331/2009, o
primeiro dos direitos garantidos é a vida (art. 6º), porém há hipóteses em que a pena de
morte poderá ser imposta: nos países em que ainda não tenha sido abolida, poderá ser
aplicada apenas em decorrência de uma sentença transitada em julgado e proferida por
tribunal competente, nos casos de crimes mais graves, em conformidade com legislação
vigente na época em que o crime foi cometido e que não esteja em conflito com as
disposições do presente Pacto, nem com a Convenção sobre a Prevenção e a Punição do
Crime de Genocídio. Ou seja, países que já a tenham abolido não poderão aplicá-la mais.
9
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos, versão eletrônica.
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Direitos Humanos e Cidadania – PRF 2017
teoria e questões
Aula 05 - Prof. Ricardo Torques
Direitos de Família
Em relação aos direitos de família, nota-se a preocupação do Pacto com a
proteção da instituição. Em razão disso, o Estado deve empreender meios e
instrumentos a fim de proteger a instituição.
Assegura-se o direito ao casamento, desde que seja de consentimento
espontâneo e livre, sem quaisquer vícios.
Além disso, o Pacto reforça que os Estados devem adotar medidas a fim de que
a relação entre o casal seja isonômica (igualdade em sentido material).
No contexto de proteção à família, o PIDCP trata da criança, no art. 24. Destaca-
se, inicialmente, o dever de o Estado adotar medidas de proteção. Contudo, a
responsabilidade por cuidar das crianças é compartilhada. Além das políticas a
serem adotadas pelo Estado, a família e a sociedade também possuem direitos
em relação aos cuidados com as crianças.
Por fim, o art. 24 assegura dois direitos pontuais às crianças, quais sejam:
direito ao nome e registro imediatos;
direito a adquirir uma nacionalidade.
Direitos Políticos
Em relação aos direitos políticos, o PIDCP estabelece três espécies de direitos
políticos:
1) direito de participar da condenação dos assuntos estatais, seja
diretamente, como ocorre em relação ao ajuizamento de ação popular,
plebiscito e referendos, seja indiretamente por intermédio do voto.
2) direito de votar e ser votado. Aqui temos o exercício da capacidade
eleitoral, tanto ativa, que constitui a capacidade de escolher
representantes, como passiva, que envolve a prerrogativa de receber
votos.
3) direito de acessar as funções públicas do Estado, seja pela eleição,
nomeação (como, por exemplo, por concurso público) ou designação (em
relação a cargos em comissão).
Para fins de prova:
Comentários
Vejamos cada uma das alternativas:
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista que o
PIDCP prescreve, expressamente em seu art. 31, que o Comitê não poderá ter
mais de um nacional de cada estado.
ARTIGO 31
1. O Comitê não poderá ter mais de uma nacional de um mesmo Estado.
A alternativa D está incorreta, uma vez que o mandato dos membros do Comitê
será de 04 anos.
ARTIGO 32
1. Os membros do Comitê serão eleitos para um mandato de quatro anos. Poderão,
caso suas candidaturas sejam apresentadas novamente, ser reeleitos. Entretanto, o
mandato de nove dos membros eleitos na primeira eleição expirará ao final de dois anos;
imediatamente após a primeira eleição, o presidente da reunião a que se refere o parágrafo
4 do artigo 30 indicará, por sorteio, os nomes desses nove membros.
Protocolos Facultativos
São dois os protocolos facultativos, cujos assuntos principais
envolvem instrumentos de implementação e disciplina referente
à pena de morte.
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Direitos Humanos e Cidadania – PRF 2017
teoria e questões
Aula 05 - Prof. Ricardo Torques
Comentários
Essa questão possui alguns assuntos já vistos e outros que ainda veremos.
Trouxemos essa questão aqui, pois ela cobra o Pacto Internacional dos Direitos
Sociais, Econômicos e Culturais.
Assim, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o
artigo 1°, item 2, do Pacto Internacional de Direitos Sociais, Econômicos e
Culturais:
2. Para a consecução de seus objetivos, todos os povos podem dispor livremente de suas
riquezas e de seus recursos naturais, sem prejuízo das obrigações decorrentes da
cooperação econômica internacional, baseada no princípio do proveito mútuo, e do Direito
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Direitos Humanos e Cidadania – PRF 2017
teoria e questões
Aula 05 - Prof. Ricardo Torques
Mecanismos de Fiscalização
Ao contrário do pacto anteriormente estudado, no Pacto de Direitos Sociais não
houve constituição de comitê, sendo previsto inicialmente apenas o
mecanismo de relatórios, em decorrência da natureza programática do
PIDSEC.
Os relatórios devem consignar as medidas adotadas pelo Estado que
assinou o tratado internacional, no que se refere aos direitos reconhecidos do
Pacto, expressando fatores e dificuldades no processo de implementação das
obrigações decorrentes. Esses relatórios são encaminhados ao Secretário-
Geral das Nações Unidas, que encaminhará ao Conselho Econômico
Social, uma vez que não há, no âmbito desse Pacto, a criação de Comitê para
recebimento dos relatórios.
Em dezembro de 2008 foi assinado o Protocolo Facultativo ao Pacto
Internacional de Direitos Sociais, Econômicos e Culturais, de modo que
foram introduzidos os mecanismos das petições individuais, das medidas de
urgência, das comunicações interestatais e das investigações in loco em
caso de graves e sistemáticas violações aos seus direitos e obrigações.
O referido Protocolo Facultativo criou o Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais, que é responsável pelo recebimento e pela análise das petições
individuais, submetidas por indivíduos ou grupos de indivíduos, sob alegação de
serem vítimas de violação dos direitos consubstanciados no Pacto.
Além disso, poderá o referido Comitê requisitar, ao Estado que assinou o Pacto,
a adoção de medidas de urgência para evitar danos irreparáveis às vítimas de
violação de direitos humanos.
Da mesma forma como vimos no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos,
o sistema de comunicações interestatais foi implementado no âmbito dos
direitos sociais, econômicos e culturais. Por esse mecanismo um Estado notifica
outro visando à superação da violação a Direitos Humanos.
Por fim, foi estabelecida a possibilidade de o Comitê realizar investigações “in
loco”, na hipótese de graves e sistemáticas violações de um direito assegurado
do Pacto por um Estado.
raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem
nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
a) V - V - V - V - V - V - V
b) F - V - F - V - F - V - F
c) F - F - V - F - V - F - V
d) V - F - V - F - V - F - V
e) V - F - V - V - V - V – V
Comentários
A banca considerou a assertiva incorreta sob o fundamento de que todos os
direitos previstos na DUDH estão positivados em nosso texto constitucional e, por
isso, integram nosso ordenamento jurídico.
Portanto, incorreta a assertiva.
Comentários
Está correta assertiva, uma vez que a atuação estatal deve ser autorizada nos
estritos limites legais, ainda mais quando se trata de atos que atentam contra a
vida.
Logo, a assertiva está correta.
Comentários
Está perfeita a assertiva. A DUDH contempla direitos de primeira (direitos civis e
políticos) e direitos de segunda dimensão (direitos sociais, econômicos e
culturais).
Logo, está correta a assertiva.
Comentários
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é apenas e tão somente uma
enunciação dos principais direitos humanos. Sua força normativa decorre da
importância dos direitos tratados, tendo em vista que o documento não prevê
nenhum instrumento ou órgão próprio para tornar compulsória sua aplicação.
Esses instrumentos e órgãos são previstos em cada um dos pactos que tratam
de matérias específicas.
A assertiva esta, desta maneira, correta.
Comentários
A assertiva está correta, tendo em vista o que prevê o Artigo 4º da DUDH.
Vejamos:
Artigo IV
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos
serão PROIBIDOS EM TODAS AS SUAS FORMAS.
Comentários
Qualquer violação a direito humano é considerada como ato de barbárie, assim
como foram as reiteradas violações de Direitos Humanos em decorrência das
Guerras Mundiais.
Assim, está correta a assertiva.
Comentários
Constitui questão de simples atenção. Conforme estudamos a DUDH foi editada
sobre a forma de resolução. O Brasil fez parte e votou pela sua aprovação no
âmbito da Assembleia-Geral da ONU. Todavia, em razão de não possui natureza
de tratado internacional, a DUDH não foi internalizada no direito brasileiro.
Portanto, a assertiva está incorreta.
Comentários
Como vimos, a DUDH constitui uma resolução aprovada no âmbito da Assembleia
Geral da ONU, razão pela qual não precisa ser incorporada ao ordenamento
interno dos países que participaram de sua elaboração. Não obstante, é cediço
na doutrina internacional que esse documento possui juridicidade e força
vinculante.
Assim, a assertiva está correta.
Comentários
Assim prevê o artigo 19 da DUDH:
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade
de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias
Comentários
É uma questão difícil e que exige certo devaneio na hora de resolvê-la. Vejamos:
o genoma humano nada mais é do que representação de determinado ser
humano e, por isso, a ele estende a proteção à dignidade. Assim, é possível
afirmar que o genoma humano encontra-se protegido pela DUDH.
Logo, está correta a assertiva.
Comentários
A assertiva está incorreta, uma vez que é assegurada a remuneração
equivalente para trabalhos iguais no artigo 23, II da DUDH:
Artigo XXIII
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a DUDH data 1948 e não do século XVIII.
Embora propugne dois dos lemas da Revolução Francesa (liberdade e igualdade),
o documento de consagração dos direitos humanos foi editado como Resolução
da ONU (criada somente em 1945), tendo 48 votos favoráveis e 8 abstenções. A
alternativa chega a ser absurda.
A alternativa B está incorreta, uma vez que o primeiro documento do qual se
extrair o princípio da vedação ao retrocesso foi o Pacto Internacional dos Direitos
Sociais, Econômicos e Políticos.
A alternativa C está incorreta, pois, como mencionado em aula, no quadro
esquemático, o direito de propriedade é um dos direitos previstos na DUDH.
Trata-se de um direito de 1ª dimensão, pertencente à categoria dos direitos de
liberdade e está expressamente previsto na Declaração no Artigo 17.
1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Comentários
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois o meio ambiente é direito de terceira
dimensão e, por isso, não está tratado na DUDH.
A alternativa B está incorreta. Sem sentido o questionamento. Sem conhecer o
texto da DUDH é possível acertar a questão partindo da ideia de que a DUDH
constitui um rol de direitos relacionados à dignidade da pessoa, não prevendo
maiores regramentos, muito menos previsão de empréstimos financeiros.
Comentários
A alternativa A está incorreta, uma vez que é assegurada a remuneração
equivalente para trabalhos iguais no artigo 23, II da DUDH:
Artigo XXIII
2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
Comentários
Sobre os sindicatos, assim prevê o artigo 23 da DUDH:
Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus
interesses.
Logo, a assertiva está incorreta, uma vez que não há previsão da regra de
unicidade sindical.
Comentários
Comentários
Pelo contrário, há disposição expressa no artigo 26 da DUDH, tratando do
casamento nos seguintes termos:
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou
religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos
em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
Comentários
Pelo que prevê o artigo 26 da DUDH podemos concluir que ao ensino fundamental
é assegurada a gratuidade. Veja-se:
Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-
profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
Deste modo:
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por
crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações
Unidas.
Comentários
É exatamente o que prevê o art. 19 da DUDH:
1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente
até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento
público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento,
não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será
imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato
delituoso.
Comentários
O direito referido na questão, está consubstanciado no artigo 11, 2, da DUDH, e
é disciplinado nos seguintes termos:
Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não
constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena
mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Comentários
A questão limitou-se a reproduzir o artigo 9º da DUDH:
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Direitos Humanos e Cidadania – PRF 2017
teoria e questões
Aula 05 - Prof. Ricardo Torques
Comentários
O artigo 11 DUDH prevê o princípio da presunção de inocência, ao dispor que:
Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que
a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual
lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
Comentários
A assertiva está correta, com base no que prevê o artigo 24.
Artigo XXIV
1.Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno
desenvolvimento de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações
determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e
respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral,
da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos
contrariamente aos propósitos e princípios das Nações Unidas.
Comentários
A assertiva está incorreta, tendo em vista a redação contrária ao que prevê o
art. 14.
Artigo XIV
1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros
países.
2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada
por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações
Unidas.
Comentários
A alternativa B é a correta e o gabarito da questão, tendo em vista o que prevê
o artigo XII, da DUDH.
Artigo XII
"Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na
sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à
proteção da lei contra tais interferências ou ataques."
Comentários
A alternativa E é a correta e o gabarito da questão. Vamos comentar cada uma
das assertivas.
O item 1 está correto de acordo com o art. 26 da DUDH.
Artigo XXVI
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-
profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade
humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades
Por fim, o item 7 está correto, pois reproduz o que prevê o artigo 2º.
Artigo II
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta
Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião,
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou
qualquer outra condição.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois o direito à presunção de inocência é muito
mais amplo e não se limita até o momento da apresentação à autoridade
judiciária. Vejamos o art. 11, I, da DUDH, que disciplina o assunto.
Artigo 11
I) Todo o homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser
presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de
acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido
asseguradas todas as garantias necessárias a sua defesa.
A alternativa B está incorreta, pois limita o direito de proteção de suas fronteiras
que cada país soberano possui. Assim, a pessoa tem direito a locomoção apenas
dentro das fronteiras de cada Estado. É o que disciplina o art. 13, da DUDH.
Artigo 13
I) Todo homem tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das
fronteiras de cada Estado.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz exatamente
o art. 5 da DUDH.
Artigo 5
Comentários
A questão exigiu o conhecimento da DUDH!
A Declaração Universal de Direitos Humanos (DUDH ou UDHR pela sigla em
inglês), editada em 1948, é o principal instrumento do Sistema Global e a
principal contribuição para a universalização da proteção ao ser humano.
A partir do seu texto, extrai-se que a proteção à dignidade da pessoa decorre
da simples condição humana.
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está correta, pois reproduz exatamente o art. 2º, a, da DUDH,
que retrata o princípio da igualdade.
Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos
nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo,
língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza,
nascimento, ou qualquer outra condição.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, pois reproduz o art. 11,
da DUDH.
Artigo 11. 1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido
inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento
público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, de acordo com o art. 21,
I, da DUDH.
Artigo 21. 1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país
diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
A alternativa B está incorreta, pois a instrução gratuita será pelo menos nos
graus elementares e fundamentais. Vejamos o art. 26.
Artigo 26. 1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo
menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória.
A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta
baseada no mérito.
A alternativa D está incorreta, uma vez que as crianças, seja, elas nascidas
dentro ou fora do casamento, gozam da mesma proteção social desde o
nascimento. Vejamos o art. 25, 2.
Artigo 25. 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais.
Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção
social.
Comentários
A assertiva está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o artigo 21,
do Pacto, o direito de reunião poderá ser restringido nos seguintes casos:
• interesse da segurança nacional
• segurança ou da ordem pública
• para proteger a saúde ou a moral pública ou os direitos e as liberdades das
demais pessoas
O direito de reunião pacifica será reconhecido. O exercício desse direito estará
sujeito apenas às restrições previstas em lei e que se façam necessárias, em uma
sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da
ordem pública, ou para proteger a saúde ou a moral pública ou os direitos e as
liberdades das demais pessoas.
Comentários
A assertiva está incorreta, uma vez que a liberdade de expressão encontra
limitações no item 3, do artigo 19. Vejamos:
ARTIGO 19
1. Ninguém poderá ser molestado por suas opiniões.
2. Toda pessoa terá direito à liberdade de expressão; esse direito incluirá a liberdade de
procurar, receber e difundir informações e ideias de qualquer natureza, independentemente
de considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, em forma impressa ou artística,
ou por qualquer outro meio de sua escolha.
3. O exercício do direito previsto no parágrafo 2 do presente artigo implicará deveres e
responsabilidades especiais. Consequentemente, poderá estar sujeito a certas restrições,
que devem, entretanto, ser expressamente previstas em lei e que se façam necessárias
para:
a) assegurar o respeito dos direitos e da reputação das demais pessoas;
b) proteger a segurança nacional, a ordem, a saúde ou a moral públicas.
Comentários
A assertiva está correta e é o gabarito da questão. A proibição da tortura está
prevista expressamente no artigo 7, do Pacto.
Ninguém poderá ser submetido à tortura, nem a penas ou tratamento cruéis, desumanos
ou degradantes. Será proibido sobretudo, submeter uma pessoa, sem seu livre
consentimento, a experiências médias ou cientificas.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois o Pacto dispõe expressamente sobre o
consentimento dos nubentes no artigo 23, 2 e 3, da Convenção:
2. Será reconhecido o direito do homem e da mulher de, em idade núbil, contrair casamento
e constituir família.
3. Casamento algum será celebrado sem o consentimento livre e pleno dos futuros esposos.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois ressalva-se a execução de trabalhos
forçados, que será permitido nos países que tenham esta prática instituída para
aqueles que cometem crime comum.
A questão envolve o conhecimento do artigo 8, da Convenção:
1. Ninguém poderá ser submetido á escravidão; a escravidão e o tráfico de escravos, em
todos as suas formas, ficam proibidos.
2. Ninguém poderá ser submetido à servidão.
3. a) Ninguém poderá ser obrigado a executar trabalhos forçados ou obrigatórios;
b) A alínea a) do presente parágrafo não poderá ser interpretada no sentido de proibir, nos
países em que certos crimes sejam punidos com prisão e trabalhos forçados, o cumprimento
de uma pena de trabalhos forçados, imposta por um tribunal competente; (...).
Está correta a assertiva uma vez que o Pacto relaciona o direito ao trabalho (pelo
item 1) e o gozo das liberdades políticas (pelo item 2).
Comentários
De acordo com o artigo 10, 2, do Pacto:
2. Deve-se conceder proteção especial às mães por um período de tempo razoável antes e
depois do parto. Durante esse período, deve-se conceder às mães que trabalham licença
remunerada ou licença acompanhada de benefícios previdenciários adequados.
Comentários
O referido Pacto previu originariamente apenas o mecanismo de relatórios. As
petições individuais são previstas apenas no Protocolo Facultativo, conforme
estudamos na presente aula. Assim, está correta a assertiva.
Comentários
A assertiva está incorreta, uma vez que o ensino primário deverá ser gratuito,
ao passo que o ensino secundário e superior deverão ser implementados
progressivamente pelos Estados, na medida de suas possibilidades.
O tema está disciplinado no artigo 13, 2, do Pacto.
2. Os Estados partes do Presente Pacto reconhecem que, com o objetivo de assegurar o
pleno exercício desse direito:
a) a educação primária deverá ser obrigatória e acessível gratuitamente a todos;
b) a educação secundária em suas diferentes formas, inclusive a educação secundária
técnica e profissional, deverá ser generalizada e tornar-se acessível a todos, por todos os
meios apropriados e, principalmente, pela implementação progressiva do ensino gratuito;
c) educação de nível superior deverá igualmente tronar-se acessível a todos, com base na
capacidade de cada um, por todos os meios apropriados e, principalmente, pela
implementação progressiva do ensino gratuito;
Comentários
A alternativa A está incorreta, conforme o que prevê o artigo 10, item 3 do
Pacto.
3. Devem-se adotar medidas especiais de proteção e de assistência em prol de todas
as crianças e adolescentes, sem distinção por motivo de filiação ou qualquer outra
condição. Devem-se proteger as crianças e adolescentes contra a exploração econômica e
social e o emprego de crianças e adolescentes em trabalhos que lhes sejam nocivos à saúde
ou que lhes façam correr perigo de vida, ou ainda que lhes venham a prejudicar o
desenvolvimento normal, será punido por lei.
Por fim, a alternativa E está incorreta por contrariar o previsto no artigo 13,
uma vez que apenas a educação primária deverá ser obrigatória. A educação de
nível superior deverá apenas ser acessível a todos, com base na capacidade de
cada um, por todos os meios apropriados e, principalmente, pela implementação
progressiva do ensino gratuito.
GABARITO: CORRETA
GABARITO: CORRETA
GABARITO: INCORRETA
GABARITO: INCORRETA
GABARITO: CORRETA
GABARITO: INCORRETA
GABARITO: CORRETA
GABARITO: INCORRETA
GABARITO: INCORRETA
GABARITO: CORRETA
GABARITO: CORRETA
GABARITO: CORRETA
GABARITO: B
GABARITO: B
a) não poderá ser restringido por lei, ainda que em função de proteção à
saúde ou à moral públicas.
b) permite que a lei preveja as restrições necessárias, em uma sociedade
democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da ordem
pública.
c) condiciona o exercício desse direito à comunicação prévia e à autorização
da autoridade competente.
d) não impedirá que se submeta a restrições legais o exercício desse direito
por membros das forças armadas e da polícia.
e) poderá ser restringido, no entanto, em períodos de legalidade
extraordinária ou de guerra externa.
GABARITO: B
GABARITO: A
Econômico Social, uma vez que não há no âmbito desse Pacto a criação de
Comitê para recebimento dos relatórios.
Em dezembro de 2008 foi assinado o Protocolo Facultativo ao Pacto
Internacional de Direitos Sociais, Econômicos e Culturais, de modo que
foram introduzidos os mecanismos das petições individuais, das medidas de
urgência, das comunicações interestatais e das investigações in loco em
caso de graves e sistemáticas violações aos seus direitos e obrigações.
7 - Considerações Finais
Foi uma aula extensa e de suma importância. Estude a DUDH com muito cuidado.
Esse é um documento essencial para qualquer prova de Direitos Humanos.
Seguem os links dos textos internacionais esquematizados:
DUDH:
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/declaracao-universal-de-direitos-
humanos-esquematizada-para-concurso/
Pactos:
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/32974-2/
Aula 06
Tratados Internacionais
de Direitos Humanos no
Ordenamento Jurídico
brasileiro (parte 02)
Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 3
2 - Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial ... 3
2.1 - Introdução .......................................................................................................... 3
2.2 - A Convenção ....................................................................................................... 4
2.3 - Direitos Albergados .............................................................................................. 8
2.4 - Mecanismos de Fiscalização ................................................................................... 9
3 - Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher ....... 10
3.1 - Introdução ........................................................................................................ 10
3.2 - Direitos Albergados ............................................................................................ 13
3.3 - Mecanismos de Fiscalização ................................................................................. 17
4 - Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou
Degradantes ................................................................................................................. 20
4.1 - Introdução ........................................................................................................ 20
4.2 - Mecanismos de Fiscalização ................................................................................. 25
4.3 - Protocolo Adicional ............................................................................................. 28
5 – Questões ................................................................................................................ 29
5.1 - Questões sem Comentários ................................................................................. 30
5.2 – Gabarito ........................................................................................................... 36
5.3 - Questões com Comentários ................................................................................. 37
6 - Lista das Questões de Aula ........................................................................................ 53
7 – Resumo .................................................................................................................. 56
8 - Considerações Finais ................................................................................................ 64
Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. De acordo com o art. 4º,
a, da Convenção Internacional sobre todas as Formas de Discriminação Racial, o
Estado-parte deve condenar todas as organizações que encorajem qualquer
forma de ódio racial e declarar tais atos puníveis como delitos.
Artigo 4º - Os Estados-partes condenam toda propaganda e todas as organizações que se
inspirem em idéias ou teorias baseadas na superioridade de uma raça ou de um grupo de
pessoas de uma certa cor ou de uma certa origem étnica ou que pretendam justificar ou
encorajar qualquer forma de ódio e de discriminação raciais, e comprometem-se a adotar
imediatamente medidas positivas destinadas a eliminar qualquer incitação a uma tal
discriminação, ou quaisquer atos de discriminação com este objetivo, tendo em vista os
princípios formulados na Declaração Universal dos Direitos do Homem e os direitos
expressamente enunciados no artigo V da presente Convenção, inter alia:
a) a declarar como delitos puníveis por lei, qualquer difusão de idéias baseadas na
superioridade ou ódio raciais, qualquer incitamento à discriminação racial, assim
como quaisquer atos de violência ou provocação a tais atos, dirigidos contra qualquer
raça ou qualquer grupo de pessoas de outra cor ou de outra origem étnica, como também
qualquer assistência prestada a atividades racistas, inclusive seu financiamento;
Comentários
Note que a questão aborda alguns conhecimentos ainda não ministrados em
nossa aula. Não trataremos desse tema agora. Trouxemos a questão aqui, pois,
para respondê-la corretamente, basta conhecer a Convenção Internacional sobre
todas as Formas de Discriminação contra a mulher.
Assim, a alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Ao ler a CEDAW
não encontramos dispositivos acerca da fiscalização dos direitos lá
consubstanciados. Há a enunciação apenas do mecanismo de relatórios. Desse
modo, coube ao Protocolo Facultativo a ampliação dos mecanismos de
fiscalização da Convenção, ao prever as petições individuais e as investigações in
loco.
Vejamos os arts. 1º e 2º, do Protocolo Facultativo da CEDAW.
Artigo 1
Cada Estado Parte do presente Protocolo (doravante denominado "Estado Parte") reconhece
a competência do Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (doravante
denominado “o Comitê") para receber e considerar comunicações apresentadas de acordo
com o Artigo 2 deste Protocolo.
Artigo 2
As comunicações podem ser apresentadas por indivíduos ou grupos de indivíduos,
que se encontrem sob a jurisdição do Estado Parte e aleguem ser vítimas de violação de
quaisquer dos direitos estabelecidos na Convenção por aquele Estado Parte, ou em
nome desses indivíduos ou grupos de indivíduos. Sempre que for apresentada em nome de
indivíduos ou grupos de indivíduos, a comunicação deverá contar com seu consentimento,
a menos que o autor possa justificar estar agindo em nome deles sem o seu consentimento.
Comentários
Vejamos cada uma das alternativas.
A alternativa A está incorreta. A denúncia ao texto da convenção somente exime
ações ou omissão ocorrida após da data da denúncia e não antes, como diz a
questão. Vejamos o art. 31, 2, da Convenção.
Artigo 31.º
1. Qualquer Estado parte poderá denunciar a presente Convenção mediante notificação
escrita dirigida ao Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. A denúncia produzirá
efeitos um ano após a data em que o Secretário-Geral tenha recebido a notificação.
2. Tal denúncia não desobrigará o Estado parte das obrigações que lhe incumbam em
virtude da presente Convenção, no que se refere a qualquer acto ou omissão cometidos
antes da data em que a denúncia produzir efeitos, nem obstará à continuação da análise de
qualquer questão já apresentada ao Comité à data em que a denúncia produzir efeitos.
A alternativa C está incorreta, com base no art. 31, 1, citado acima. A denúncia
produzirá efeitos um ano após a data do recebimento da notificação e não por 30
dias como diz a questão.
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista o que
prescreve o art. 29.
Artigo 29.º
1. Qualquer Estado parte na presente Convenção poderá propor uma alteração e depositar
a sua proposta junto do Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas. O Secretário-
Geral transmitirá a proposta de alteração aos Estados partes, solicitando-lhes que
comuniquem se são favoráveis à realização de uma conferência de Estados partes para
analisarem a proposta e para a votarem. Se, nos quatro meses que se seguirem à referida
comunicação, pelo menos um terço dos Estados partes se pronunciarem a favor da
realização da referida conferência, o Secretário-Geral organizará a conferência sob os
auspícios da Organização das Nações Unidas. Qualquer alteração adoptada pela maioria dos
Estados partes presentes e votantes na conferência será submetida pelo Secretário-Geral à
aceitação de todos os Estados partes.
2. Qualquer alteração adoptada de acordo com disposições do n.º 1 do presente artigo
entrará em vigor logo que dois terços dos Estados partes na presente Convenção tenham
informado o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas de que a aceitam, em
conformidade com o procedimento estabelecido nas suas constituições.
3. Logo que as alterações entrem em vigor, terão carácter obrigatório para todos os Estados
partes que as aceitaram, ficando os outros Estados partes vinculados pelas disposições da
presente Convenção e por quaisquer alterações anteriores que tenham aceite.
Comentários
Assim prevê o artigo I, 1, da Convenção:
Nesta Convenção, a expressão "discriminação racial" significará qualquer distinção,
exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional
ou étnica que tem por objetivo ou efeito anula ou restringir o reconhecimento, gozo ou
exercício num mesmo plano, (em igualdade de condição), de direitos humanos e liberdades
fundamentais no domínio político econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio
de sua vida.
Comentários
De acordo com o art. IX, 1, da Convenção, os Estados-parte devem submeter
relatórios a cada 2 anos ao Secretário Geral da ONU, que o encaminhará ao
Comitê, sobre as medidas adotada para tornarem efetivas as disposições do texto
convencional.
1. os estados partes comprometem-se a apresentar ao Secretário Geral, para exame do
Comitê, m relatório sobre as medidas legislativas, judiciárias, administrativas ou outras que
tomarem para tornarem efetivas as disposições da presente convenção: a) dentro do prazo
de um ano a partir da entrada em vigor da convenção, para cada Estado interessado no que
lhe diz respeito, e posteriormente, cada dois anos, e toda vez que o Comitê solicitar
informações complementares aos Estados Partes.
Comentários
Pelo que prevê artigo I, 4, da Convenção, medidas especiais poderão ser
praticadas em favor de grupos raciais, desde que objetivem a igualdade material
e não conduzam à segregação entre etnias, razão pela qual deve ser temporária.
4. Não serão consideradas discriminações racial as medidas especiais tomadas como o
único objetivo de assegurar progresso adequado de certos grupos raciais ou étnicos ou
indivíduos que necessitem da proteção que possa ser necessária para proporcionar a tais
grupos ou indivíduos igual gozo ou exercício de direitos humanos e liberdades fundamentais,
contanto que, tais medidas não conduzam, em consequência , á manutenção de direitos
separados para diferentes grupos raciais e não prossigam após terem sidos alcançados os
seus objetivos.
Comentários
De acordo com o artigo IV, a, da Convenção:
Os Estados partes condenam toda propaganda e toda as organizações que se inspirem em
ideias ou teorias baseadas na superioridade de uma raça ou de um grupo de pessoas de
uma certa cor ou de uma certa origem étnica ou que pretendem justificar ou encorajar
qualquer forma de ódio e de discriminação raciais e comprometem-se a adotar
imediatamente medidas positivas destinadas a eliminar qualquer incitação a uma tal
discriminação, ou quaisquer atos de discriminação com este objetivo, tendo em vista os
princípios formulados na Declaração universal dos direitos do homem e os direitos
expressamente enunciados no artigo 5 da presente convenção, eles se comprometem
principalmente:
a) a declarar delitos puníveis por lei, qualquer difusão de ideias baseadas na superioridade
ou ódio raciais, qualquer incitamento à discriminação racial, assim como quaisquer atos de
violência ou provocação a tais atos, dirigidos contra qualquer raça ou qualquer grupo de
pessoas de outra cor ou de outra origem étnica, como também qualquer assistência
prestada a atividades racistas, inclusive seu financiamento; (...).
Logo, existe previsão expressa para que os Estados-parte declarem como delito
a difusão de ideias baseadas na superioridade e ódio raciais.
Assim, a assertiva está correta.
Comentários
Nos termos do artigo I, 1, da Convenção, discriminação com fundamento na
origem nacional constitui discriminação racial.
1. Nesta Convenção, a expressão "discriminação racial" significará qualquer distinção,
exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional
ou étnica que tem por objetivo ou efeito anula ou restringir o reconhecimento, gozo ou
exercício num mesmo plano, (em igualdade de condição), de direitos humanos e liberdades
fundamentais no domínio político econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio
de sua vida.
Comentários
As comunicações interestatais constituem o que a doutrina denomina de cláusula
facultativa, de modo que o Comitê somente poderá atuar nesse sentido,
recebendo e solicitando informações, por intermédio dessas comunicações caso
haja declaração expressa do Estado notificante e do Estado notificado aceitando
submeter-se à referida comunicação.
É o que se estrai do art. XIV, 1 e 2, da Convenção:
1. Todo Estado Parte poderá declarar a qualquer momento que reconhece a competência
do Comitê para receber e examinar comunicações de indivíduos ou grupos de indivíduos
sob sua jurisdição que se consideram vítimas de uma violação pelo referido Estado Parte,
de qualquer um dos direitos enunciados na presente Convenção. O Comitê não receberá
qualquer comunicação de um Estado Parte que não houver feito tal declaração
2. Qualquer Estado Parte que fizer uma declaração de conformidade com o parágrafo do
presente artigo, poderá criar ou designar um órgão dentro d sua ordem jurídica nacional,
que terá competência para receber e examinar As petições de pessoas ou grupos de pessoas
sob sua jurisdição que alegarem ser vítimas de uma violação de qualquer um dos direitos
enunciados na presente Convenção e que esgotaram os outros recursos locais disponíveis.
Comentários
A questão acima é recorrente em provas. Já vimos, inclusive, nesta bateria de
exercício uma relacionada ao tema.
Nos termos do artigo I, 1, da Convenção, discriminação com fundamento na
origem nacional constitui discriminação racial.
1. Nesta Convenção, a expressão "discriminação racial" significará qualquer distinção,
exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional
ou étnica que tem por objetivo ou efeito anula ou restringir o reconhecimento, gozo ou
exercício num mesmo plano, (em igualdade de condição), de direitos humanos e liberdades
fundamentais no domínio político econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio
de sua vida.
Comentários
Conforme se depreende o artigo I, 1, da Convenção, a interpretação conferida à
discriminação racial é bastante ampla, não se esgotando nas hipóteses de
discriminação por raça, cor, descendência ou origem étnica. Outro exemplo é a
discriminação por origem nacional.
Logo, a assertiva está incorreta.
Comentários
O esgotamento ou inefetividade dos recursos internos é previsto expressamente
no texto da Convenção.
Artigo XI, 3. O Comitê só poderá tomar conhecimento de uma questão, de acordo com o
2.° do presente artigo, após ter constatado que todos os recursos internos disponíveis foram
interpostos ou esgotados, de conformidade com os princípios de direito internacional
geralmente reconhecidos. Esta regra não se aplicará se os procedimentos de recurso
excedem prazos razoáveis.
Comentários
Está correta a assertiva, uma vez que o Decreto nº 4.738/2003 reconhece o
referido Comitê.
Vejamos a emenda do decreto supracitado:
Promulga a Declaração Facultativa prevista no art. 14 da Convenção Internacional sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, reconhecendo a competência do
Comitê Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial para receber e analisar
denúncias de violação dos direitos humanos cobertos na mencionada Convenção.
Comentários
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, tendo em vista o que
prevê o art. 2, item 2.
ARTIGO II
2. Os Estados Parte tomarão, se as circunstâncias o exigirem, nos campos social,
econômico, cultural e outros, as medidas especiais e concretos para assegurar como convier
o desenvolvimento ou a proteção de certos grupos raciais de indivíduos pertencentes a estes
grupos com o objetivo de garantir-lhes, em condições de igualdade, o pleno exercício dos
direitos do homem e das liberdades fundamentais.
Essas medidas não deverão, em caso algum, ter a finalidade de manter direitos desiguais
ou distintos para os diversos grupos raciais, depois de alcançados os objetivos em razão
dos quais foram tomadas.
A alternativa B está incorreta, uma vez que contradiz o que prevê o artigo
acima.
A alternativa C está incorreta, pois não há nenhuma previsão nesse sentido.
Comentários
Não existe tal previsão na Convenção, razão pela qual a questão está incorreta.
Comentários
Não há, na Convenção, limitação aos direitos da mulher em razão de segurança
Nacional ou ordem pública. Medidas excepcionais só podem ser adotadas para
ACELERAR o processo de igualdade de fato entre homem e mulher. É o que fixa
o Artigo 4º:
A adoção pelos Estados Membros de medidas especiais de caráter temporário destinadas a
acelerar a igualdade de fato entre o homem e a mulher não se considerará discriminação
na forma definida nesta Convenção, mas de nenhuma maneira implicará, como
consequência, a manutenção de normas desiguais ou separadas; essas medidas cessarão
quando os objetivos de igualdade de oportunidade e tratamento houverem sido alcançados.
Comentários
Conforme vimos, o Protocolo Facultativo da Convenção sobre a Eliminação de
Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher estabeleceu o sistema de
Comentários
Trata-se de previsão do Artigo V da Convenção Internacional sobre a Eliminação
de Todas as Formas de Discriminação Racial.
ARTIGO V
De conformidade com as obrigações fundamentais enunciadas no artigo 2, os Estados Partes
comprometem-se a proibir e a eliminar a discriminação racial em todas suas formas e a
garantir o direito de cada um à igualdade perante a lei sem distinção de raça, de cor ou de
origem nacional ou étnica, principalmente no gozo dos seguintes direitos:
b) direito à segurança da pessoa ou á proteção do Estado contra violência ou lesão corporal
cometida, quer por funcionários de Governo, que por qualquer indivíduo, grupo ou
instituição;
Comentários
A alternativa A está incorreta, tendo em vista que as ações afirmativas devem
ser temporárias, de acordo com o art. 4º, §1º, da Convenção, as quais irão cessar
quando os objetivos de igualdade forem alcançados.
A alternativa B está incorreta, uma vez que a Convenção previa tão somente a
análise dos relatórios enviados pelos Estados sobre as medidas legislativas,
judiciárias, administrativas ou outras que adotarem para tornarem efetivas as
disposições da Convenção e sobre os progressos alcançados a esse respeito, pelo
Comitê sobre a Eliminação da Discriminação da Mulher - art. 17, §1º e art. 18,
§1º, da Convenção.
A alternativa C está correta e é o gabarito da questão, de acordo com o art. 2º
do Protocolo Facultativo à Convenção.
A alternativa D está incorreta, tendo em vista que os Estados irão adotar todas
as medidas adequadas para eliminar a discriminação contra a mulher, nos
assuntos relativos ao casamento e às relações familiares. Com base na igualdade
entre homens e mulheres, assegurarão, entre outras coisas, os mesmos direitos
e responsabilidades durante o casamento e por ocasião de sua dissolução - art.
16, §1º, c, da Convenção.
A alternativa E está incorreta, pois os Estados deverão adotar medidas para
eliminar a discriminação contra a mulher, tendo por fim assegurar-lhe igualdade
de direitos em relação ao homem na esfera da educação. Para isso procurarão
eliminar todo conceito estereotipado dos papéis masculino e feminino em todos
os níveis e em todas as formas de ensino mediante o estímulo a educação mista
e a outros tipos de educação que contribuam para alcançar esse objetivo - art.
Comentários
A questão está duplamente correta, pois há necessidade de o Estado-parte
reconhecer a competência do Comitê para que sejam recebidas e processadas as
petições e essas petições são inadmissíveis se forem anônimas. É o que prevê o
Artigo 22, da referida Convenção:
1. Todo Estado-parte na presente Convenção poderá declarar, em virtude do presente
artigo, a qualquer momento, que reconhece a competência do Comitê para receber e
examinar as comunicações enviadas por pessoas sob sua jurisdição, ou em nome delas, que
aleguem ser vítimas de violação, por um Estado-parte, das disposições da Convenção. O
Comitê não receberá comunicação alguma relativa a um Estado-parte que não houver feito
declaração dessa natureza. 2. O Comitê considerará inadmissível qualquer comunicação
recebida em conformidade com o presente artigo que seja anônima, ou que, a seu juízo,
constitua abuso do direito de apresentar as referidas comunicações, ou que seja
incompatível com as disposições da presente Convenção.
Comentários
O conceito de tortura está previsto já no Artigo 1º da Convenção, todavia, ao
contrário do que diz a questão, não se considera tortura se tais dores e
Comentários
A assertiva está incorreta, uma vez que o artigo 8 da Convenção dispõe que os
crimes nela previstos serão extraditáveis nos termos dos tratados assinados pelos
Estados-parte. Inclusive, poderá ocorrer a extradição por crime de tortura com
base na própria convenção se não houver tratado de extradição entre os Estados
envolvidos no caso de tortura.
A fim de bem disciplinar o assunto, cita-se o Artigo 8º na íntegra:
1. Os crimes a que se refere o artigo 4º serão considerados como extraditáveis em qualquer
tratado de extradição existente entre os Estados-partes. Os Estados-partes obrigar-se-ão a
incluir tais crimes como extraditáveis em todo tratado de extradição que vierem a concluir
entre si.
2. Se um Estado-parte que condiciona a extradição à existência de tratado receber um
pedido de extradição por parte de outro Estado-parte com o qual não mantém tratado de
extradição, poderá considerar a presente Convenção como base legal para a extradição com
respeito a tais crimes. A extradição sujeitar-se-á às outras condições estabelecidas pela lei
do Estado que receber a solicitação.
3. Os Estados-partes que não condicionam a extradição à existência de um tratado
reconhecerão, entre si, tais crimes como extraditáveis, dentro das condições estabelecidas
pela lei do Estado que receber a solicitação.
4. O crime será considerado, para o fim de extradição entre os Estados-partes, como se
tivesse ocorrido não apenas no lugar em que ocorreu, mas também nos territórios dos
Estados chamados a estabelecerem sua jurisdição, de acordo com o parágrafo 1º do artigo
5º.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Embora o conceito de tortura esteja correto, não
se considera tortura as dores ou sofrimentos decorrentes de sanções legítimas.
Vejamos o dispositivo.
Artigo 1
1. Para os fins desta Convenção, o termo "tortura" designa qualquer ato pelo qual uma
violenta dor ou sofrimento, físico ou mental, é infligido intencionalmente a uma pessoa, com
o fim de se obter dela ou de uma terceira pessoa informações ou confissão (...). Não se
considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência, inerentes ou
decorrentes de sanções legítimas.
3. Qualquer pessoa detida de acordo com o parágrafo 1º terá asseguradas facilidades para
comunicar-se imediatamente com o representante mais próximo do Estado de que é
nacional ou, se for apátrida, com o representante de sua residência habitual.
4. Quando o Estado, em virtude deste artigo, houver detido uma pessoa, notificará
imediatamente os Estados mencionados no artigo 5º, parágrafo 1º, sobre tal detenção e
sobre as circunstâncias que a justificam. O Estado que proceder à investigação preliminar,
a que se refere o parágrafo 2º do presente artigo, comunicará sem demora os resultados
aos Estados antes mencionados e indicará se pretende exercer sua jurisdição.
Comentários
Trata-se de reprodução literal do que prevê o art. 3º item 1 da Convenção:
“Nenhum Estado parte procederá à expulsão, devolução ou extradição de uma
pessoa para outro Estado quando houver razões substanciais para crer que a
mesma corre perigo de ali ser submetida a tortura”.
Portanto, correta a questão.
Comentários
O conceito de tortura está previsto já no artigo primeiro da Convenção, o qual
estabelece expressamente que “não se considerará como tortura as dores ou
sofrimentos consequência unicamente de sanções legítimas, ou que sejam
inerentes a tais sanções ou delas decorram”.
Desta forma, está incorreta a assertiva.
GABARITO: A
GABARITO: E
GABARITO: INCORRETA
GABARITO: D
8 - Considerações Finais
Concluímos nossa sexta aula do curso.
Seguem os links dos textos internacionais esquematizados:
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/convencoesespecificasp1/
Na próxima aula seguiremos com o estudo das Convenções Internacionais
específicas. Até lá!
Bons estudos a todos!
Ricardo Torques
rst.estrategia@gmail.com
https://www.facebook.com/direitoshumanosparaconcursos
Aula 07
Tratados
Internacionais de
Direitos Humanos
no Ordenamento
Jurídico brasileiro
(parte 03)
Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 3
2 - Convenções sobre o Direito das Crianças ....................................................................... 3
2.1 - Direitos Albergados .............................................................................................. 4
2.2 - Principais Direitos e Garantias da Convenção ........................................................... 5
2.3 - Mecanismos de Fiscalização ................................................................................... 7
2.4 - Protocolos Facultativos ......................................................................................... 8
3 - Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes
e dos Membros das suas Famílias .................................................................................... 10
3.1 - Introdução ........................................................................................................ 10
3.2 - Direitos Albergados ............................................................................................ 14
3.3 - Principais Direitos e Garantias previstos na Convenção ........................................... 15
3.4 - Mecanismos de Fiscalização ................................................................................. 17
4 - Proteção às Pessoas Deficientes ................................................................................. 18
4.1 - Norma Constitucional e Cláusula Pétrea ................................................................ 19
4.2 - Terminologia ..................................................................................................... 22
4.3 - Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência ....................................... 24
4.4 - Mecanismos de Implementação ........................................................................... 34
4.5 - Protocolo Facultativo .......................................................................................... 34
4.6 - Contextualização – Libras e a Convenção .............................................................. 36
5 – Questões ................................................................................................................ 37
5.1 - Questões sem Comentários ................................................................................. 37
5.2 – Gabarito ........................................................................................................... 46
5.3 - Questões com Comentários ................................................................................. 47
6 - Lista das Questões de Aula ........................................................................................ 68
7 – Resumo .................................................................................................................. 72
8 - Considerações Finais ................................................................................................ 81
Comentários
A questão cobra o art. 24 da Convenção sobre os Direitos das Crianças. Vejamos
o dispositivo e depois vamos analisar as alternativas.
Artigo 24
1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança de gozar do melhor padrão
possível de saúde e dos serviços destinados ao tratamento das doenças e à
recuperação da saúde. Os Estados Partes envidarão esforços no sentido de assegurar que
nenhuma criança se veja privada de seu direito de usufruir desses serviços sanitários.
2. Os Estados Partes garantirão a plena aplicação desse direito e, em especial, adotarão as
medidas apropriadas com vistas a:
a) reduzir a mortalidade infantil;
b) assegurar a prestação de assistência médica e cuidados sanitários necessários a todas
as crianças, dando ênfase aos cuidados básicos de saúde;
c) combater as doenças e a desnutrição dentro do contexto dos cuidados básicos de saúde
mediante, inter alia, a aplicação de tecnologia disponível e o fornecimento de alimentos
nutritivos e de água potável, tendo em vista os perigos e riscos da poluição ambiental;
d) assegurar às mães adequada assistência pré-natal e pós-natal;
e) assegurar que todos os setores da sociedade, e em especial os pais e as crianças,
conheçam os princípios básicos de saúde e nutrição das crianças, as vantagens da
amamentação, da higiene e do saneamento ambiental e das medidas de prevenção de
acidentes, e tenham acesso à educação pertinente e recebam apoio para a aplicação desses
conhecimentos;
f) desenvolver a assistência médica preventiva, a orientação aos pais e a educação e
serviços de planejamento familiar.
3. Os Estados Partes adotarão todas as medidas eficazes e adequadas para abolir práticas
tradicionais que sejam prejudicais à saúde da criança.
4. Os Estados Partes se comprometem a promover e incentivar a cooperação internacional
com vistas a lograr, progressivamente, a plena efetivação do direito reconhecido no
presente artigo. Nesse sentido, será dada atenção especial às necessidades dos países em
desenvolvimento.
Comentários
Como mencionamos, o Brasil assinou a Convenção Internacional sobre a Proteção
dos Direitos de Todos os Trabalhadores Migrantes e dos Membros das suas
Famílias em 1990, data de sua edição. Contudo, a Convenção pende de
internacionalização no direito interno brasileiro.
Portanto, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.
Como essa Convenção é uma das poucas não ratificada pelo Brasil, esse tipo de
pergunta é recorrente em provas. Vejamos mais uma questão.
Comentários
A questão é enorme e parece complicadíssima, todavia, para responder
corretamente ao questionamento basta saber que o Brasil não ratificou a
Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Trabalhadores
Migrantes e dos Membros das suas Famílias, ou seja, não internalizou o texto da
Convenção em seu ordenamento interno. Dessa forma, a convenção não pode
ser aplicada ao caso em comento no enunciado da questão.
Simples não é!
Assim, a alternativa B está correta e é o gabarito da questão.
Sigamos com o conteúdo teórico.
4
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e Direito Constitucional Internacional. 13º edição,
rev. e atual., São Paulo: Editora Saraiva: 2013, p. 289/290.
5
PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos. 6º edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2013,
p. 429.
Comentários
O art. 5º, §3º, da CF, determina o status constitucional dos tratados e convenções
internacionais de direitos humanos, quando aprovados com quórum especial das
emendas constitucionais.
Desse modo, se aprovado por 3/5 dos votos, em dois turnos, em ambas as Casas
do Congresso Nacional, o tratado ou a convenção ingressam em nosso
ordenamento jurídico com forma de norma constitucional.
A Convenção sobre as Pessoas com Deficiência e o Protocolo Facultativo foram
aprovados pelo Congresso Nacional com o quórum específico. Vejamos o introito
do Decreto nº 186/2008:
Faço saber que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Garibaldi Alves Filho, Presidente do
Senado Federal, conforme o disposto no art. 5º, § 3º, da Constituição Federal e nos
termos do art. 48, inciso XXVIII, do Regimento Interno, promulgo o seguinte
DECRETO LEGISLATIVO Nº 186, de 2008
Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu
Protocolo Facultativo, assinados em Nova Iorque, em 30 de março de 2007.
4.2 - Terminologia
Comumente adota-se a terminologia “pessoa portadora de deficiência” para se
referir àqueles que possuem alguma limitação física ou psíquica.
É a terminologia adotada pela CF. Vejamos alguns exemplos:
art. 7º, XXXI:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social: (...)
6
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos, 1º edição, São Paulo: Editora
Saraiva, versão eletrônica.
7
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos, versão eletrônica.
Princípios Gerais
8
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos, versão eletrônica.
9
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos, versão eletrônica.
10
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Internacional Constitucional, p. 292.
Comentários
Essa questão nos serve para estudar a Convenção ora em comento e para revisar
alguns assuntos já abordados.
A alternativa A está incorreta, pois o PIDCP prevê, em seu artigo 20, que será
proibida por lei qualquer apologia ao ódio nacional, racial ou religioso.
A alternativa B está correta e é o gabarito da questão. O artigo 24, item 1 da
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, reconhece o direito
das pessoas com deficiência à educação. Vejamos o dispositivo.
Artigo 24
Educação
1.Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência à educação. Para
efetivar esse direito sem discriminação e com base na igualdade de oportunidades, os
Estados Partes assegurarão sistema educacional inclusivo em todos os níveis, bem como
o aprendizado ao longo de toda a vida, com os seguintes objetivos:
a) O pleno desenvolvimento do potencial humano e do senso de dignidade e auto-estima,
além do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos, pelas liberdades fundamentais
e pela diversidade humana;
b) O máximo desenvolvimento possível da personalidade e dos talentos e da criatividade
das pessoas com deficiência, assim como de suas habilidades físicas e intelectuais;
c) A participação efetiva das pessoas com deficiência em uma sociedade livre.
Comentários
A Convenção sobre os Direitos da Criança prevê expressamente o direito à
liberdade de associação em seu Artigo 15:
Os Estados Partes reconhecem os direitos da criança à liberdade de associação e à liberdade
de realizar reuniões pacíficas.
Comentários
Muito excepcionalmente a separação entre adultos e crianças não será
obrigatória. A única possibilidade de não separação será se isso for no melhor
interesse da criança, conforme dispõe a Convenção:
Os Estados Partes zelarão para que: (...) c) toda criança privada da liberdade seja tratada
com a humanidade e o respeito que merece a dignidade inerente à pessoa humana, e
levando-se em consideração as necessidades de uma pessoa de sua idade. Em especial,
toda criança privada de sua liberdade ficará separada dos adultos, a não ser que tal fato
seja considerado contrário aos melhores interesses da criança, e terá direito a manter
contato com sua família por meio de correspondência ou de visitas, salvo em circunstâncias
excepcionais.
Comentários
A questão está correta nos termos do Artigo 13. O direito à liberdade de
expressão da criança encontra restrição, conforme consta na assertiva, no
respeito ao direito e reputação de outrem, bem como na salvaguarda da
segurança nacional, da ordem pública, saúde ou moral pública. Vejamos o inteiro
teor do Artigo 13:
1 – A criança tem direito à liberdade de expressão. Este direito compreende a liberdade de
procurar, receber e expandir informações e ideias de toda a espécie, sem considerações de
fronteiras, sob forma oral, escrita, impressa ou artística ou por qualquer outro meio à
escolha da criança. 2 – O exercício deste direito só pode ser objeto de restrições previstas
Comentários
A Convenção sobre os direitos da criança menciona em seu artigo 9 que a criança
não deve ser separada dos pais contra a vontade deles, todavia, essa separação
de um dos pais pode ocorrer em caso de pais que vivem separados. Assim há
menção de guarda compartilhada na Convenção. Vejamos o Artigo 9:
Os Estados Partes deverão zelar para que a criança não seja separada dos pais contra a
vontade dos mesmos, exceto quando, sujeita à revisão judicial, as autoridades competentes
determinarem, em conformidade com a lei e os procedimentos legais cabíveis, que tal
separação é necessária ao interesse maior da criança. Tal determinação pode ser necessária
em casos específicos, por exemplo, nos casos em que a criança sofre maus tratos ou
descuido por parte de seus pais ou quando estes vivem separados e uma decisão deve ser
tomada a respeito do local da residência da criança.
Comentários
Cuidado com as afirmações absolutas! Sempre e nunca são palavras de alerta.
Na verdade, a criança será ouvida pessoalmente em processo judicial se puder
manifestar livremente sua opinião e, ainda assim, em conformidade com as
regras processuais da legislação nacional. É o que prevê o Artigo 12, da
Convenção sobre os Direitos da Criança:
Os Estados Partes assegurarão à criança que estiver capacitada a formular seus próprios
juízos o direito de expressar suas opiniões livremente sobre todos os assuntos relacionados
com a criança, levando-se devidamente em consideração essas opiniões, em função da
idade e maturidade da criança. Com tal propósito, se proporcionará à criança, em particular,
a oportunidade de ser ouvida em todo processo judicial ou administrativo que afete a
mesma, quer diretamente quer por intermédio de um representante ou órgão apropriado,
em conformidade com as regras processuais da legislação nacional.
Comentários
Já no Artigo 1º da Convenção há a definição de quem é considerado criança.
Vejamos:
ARTIGO 1.º Nos termos da presente Convenção, criança é todo o ser humano menor de 18
anos, salvo se, nos termos da lei que lhe for aplicável, atingir a maioridade mais cedo.
Assim, REGRA GERAL – criança é o ser humano com menos de 18 anos, por essa
razão está correta a questão. A exceção é se, em conformidade com a lei aplicável
à criança, a maioridade seja alcançada antes.
Mesmo havendo uma exceção à regra, a questão menciona a expressão “em
regra”, por isso está correta a questão.
Comentários
A incorporação ao direito brasileiro não se dá de forma direta, como dissemos
anteriormente, a incorporação da Convenção sobre os Direitos da Criança se deu
através do Decreto nº 99.710/1990.
Assim, está incorreta a questão.
Comentários
A assertiva está incorreta, pois a Convenção sobe os Diretos da Criança
menciona expressamente o direito ao registro imediatamente após o nascimento.
Assim prevê o Artigo 7:
A criança será registrada imediatamente após seu nascimento e terá direito, desde o
momento em que nasce, a um nome, a uma nacionalidade e, na medida do possível, a
conhecer seus pais e a ser cuidada por eles.
Comentários
Como já mencionado anteriormente, a Convenção de Direitos Humanos
internalizada no direito brasileiro possui status supralegal e, dessa forma, serve
como fonte de direito interno. A referida Convenção foi internalizada pelo Decreto
nº 99.710/1990, faz parte do direito interno e possui caráter coercitivo.
Portanto, está incorreta a questão.
Comentários
Ao contrário do que mencionou a questão, a Convenção sobre os Direitos da
Criança não foi o primeiro documento a prever direito à proteção contra o
abandono e a exploração no trabalho, uma vez que em 1959, foi editada pela
UNICEF a Declaração Universal dos Direitos da Criança, consubstanciando a
primeira proteção.
Logo, a assertiva está incorreta.
Comentários
Como sabemos, a Convenção mencionada foi incorporada pelo direito brasileiro
através do Decreto nº 99.710/1990. Portanto, incorreta a questão.
Comentários
A assertiva se trata de cópia literal do artigo 13 da Convenção sobre os Direitos
da Criança, o qual prevê:
A criança terá direito à liberdade de expressão. Esse direito incluirá a liberdade de procurar,
receber e divulgar informações e ideias de todo tipo, independentemente de fronteiras, de
forma oral, escrita ou impressa, por meio das artes ou por qualquer outro meio escolhido
pela criança.
Comentários
A assertiva está correta. A previsão está no art. 32.
Artigo 32
1. Os Estados Partes reconhecem o direito da criança de estar protegida contra a exploração
econômica e contra o desempenho de qualquer trabalho que possa ser perigoso ou interferir
em sua educação, ou que seja nocivo para sua saúde ou para seu desenvolvimento físico,
mental, espiritual, moral ou social.
Comentários
A alternativa A está incorreta, tendo em vista que há previsão da liberdade de
expressão em seu art. 15.
A alternativa B está incorreta, pois a criança deverá ter capacidade para se
manifestar em juízo para que isso seja possível. Vejamos o que prevê o art. 12.
Artigo 12:
1. Os Estados Partes assegurarão à criança que estiver capacitada a formular seus próprios
juízos o direito de expressar suas opiniões livremente sobre todos os assuntos relacionados
com a criança, levando-se devidamente em consideração essas opiniões, em função da
idade e maturidade da criança.
2. Com tal propósito, se proporcionará à criança, em particular, a oportunidade de ser
ouvida em todo processo judicial ou administrativo que afete a mesma, quer diretamente
quer por intermédio de um representante ou órgão apropriado, em conformidade com as
regras processuais da legislação nacional.
Comentários
A questão está incorreta, uma vez que o passaporte não poderá ser destruído,
conforme consta da ressalva ao final do dispositivo. É o que prevê o artigo 21 da
Convenção:
Ninguém, exceto os funcionários públicos devidamente autorizados por lei para este efeito,
tem o direito de apreender, destruir ou tentar destruir documentos de identidade,
documentos de autorização de entrada, permanência, residência ou de estabelecimento no
território nacional, ou documentos relativos à autorização de trabalho. Se for autorizada a
apreensão e perda desses documentos, será emitido um recibo pormenorizado. Em caso
algum é permitido destruir o passaporte ou documento equivalente de um
trabalhador migrante ou de um membro da sua família.
Comentários
O art. 3º da Convenção prevê, taxativamente, à quais casos não se aplicam os
termos do documento e os estagiários estão lá mencionados, na alínea e.
Vejamos o Artigo 3º:
A presente Convenção não se aplica: [...]
e) Aos estudantes e estagiários.
Comentários
É exatamente o que prevê o art. 3º, alínea c, da Convenção:
A presente Convenção não se aplica:[...] c) Às pessoas que se instalam num Estado
diferente do seu Estado de origem na qualidade de investidores.
Comentários
Nesta Convenção não há previsão para que o indivíduo peticione ao Comitê. Não
previsão do mecanismo de petições.
Assim, está incorreta a assertiva.
Comentários
Há previsão de restrições à saída do trabalhador estrangeiro do Estado-parte para
o qual migrou em caso de necessária para a proteção nacional, ordem pública,
saúde ou moral publicas ou os direitos e liberdades de outrem. Isso está disposto
no Artigo 8º, da Convenção sobre a Proteção dos Direitos de Todos os
Trabalhadores Migrantes e dos Membros de suas famílias:
1.Os trabalhadores migrantes e os membros das suas famílias podem sair livremente de
qualquer Estado, incluindo o seu Estado de origem. Este direito só pode ser objeto de
restrições que, sendo previstas na lei, constituam disposições necessárias para proteger a
segurança nacional, a ordem pública, a saúde ou moral públicas, ou os direitos e liberdades
Comentários
Está correta a assertiva. O artigo ao qual se refere a questão é o art. 227 da CF:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao
jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, de acordo com o art. 3º,
inciso c.
Comentários
Segundo o art. 20 da Convenção:
ARTIGO 20
1. Nenhum trabalhador migrante será detido pela única razão de não poder cumprir uma
obrigação contratual.
2. Nenhum trabalhador migrante ou um membro da sua família poderá ser privado da sua
autorização de residência ou de trabalho, nem expulso, pela única razão de não ter cumprido
uma obrigação decorrente de um contrato de trabalho, SALVO SE A EXECUÇÃO DESSA
OBRIGAÇÃO CONSTITUIR UMA CONDIÇÃO DE TAIS AUTORIZAÇÕES.
Comentários
Vejamos o que dispõe o art. 25 da Convenção
ARTIGO 25
a) Outras condições de trabalho, como trabalho suplementar, horário de trabalho, descanso
semanal, férias remuneradas, segurança, saúde, suspensão do vínculo empregatício e
quaisquer outras condições de trabalho que, de acordo com o direito e a prática nacionais,
se incluam na regulamentação das condições de trabalho; (...)
Comentários
O principal objetivo da Convenção dos Migrante é conferir proteção àqueles que
estão fora do país da nacionalidade, junto com familiares, em razão do exercício
de atividades laborativas. Ademais, deve-se conferir especial proteção àqueles
que cestão em situação irregular, posto que são mais suscetíveis a sofrer
violações aos seus direitos mais básicos.
O art. 3º, contudo, restringe a aplicação nos seguintes casos:
ARTIGO 3º
A presente Convenção NÃO se aplicará:
a) Às pessoas enviadas ou empregadas por organizações e organismos
internacionais, nem às pessoas enviadas ou empregadas por um Estado fora do seu
território para desempenharem funções oficiais, cuja admissão e estatuto estejam
regulados pelo direito internacional geral ou por acordos internacionais ou convenções
internacionais específicas;
b) Às pessoas enviadas ou empregadas por um Estado ou por conta desse Estado fora do
seu território que participam em programas de desenvolvimento e noutros
programas de cooperação, cuja admissão e estatuto estejam regulados por acordo
celebrado com o Estado de emprego e que, nos termos deste acordo, não sejam
consideradas trabalhadores migrantes;
c) Às pessoas que se instalam num Estado diferente do seu Estado de origem na
qualidade de investidores;
d) Aos refugiados e apátridas, SALVO disposição em contrário da legislação
nacional pertinente do Estado Parte interessado ou de instrumentos internacionais
em vigor para esse Estado;
e) Aos estudantes e estagiários;
f) Aos marítimos e aos trabalhadores de estruturas marítimas que não tenham sido
autorizados a residir ou a exercer uma atividade remunerada no Estado de emprego.
Comentários
A Convenção Internacional sobre a Proteção dos Direitos de Todos os
Trabalhadores Migrantes prevê diversos direitos de liberdade, entre eles, os
citados na assertiva.
Entre os principais direitos assegurados nesta Convenção, destacam-se: • direito
à vida; • direito de não ser submetido à tortura, nem a penas ou tratamentos
cruéis, desumanos ou degradantes; • direito de não ser constrangido a realizar
trabalhos forçados; • liberdade de pensamento, de consciência e de religião; •
liberdade de expressão; • vida privada e familiar; • liberdade e segurança
pessoal; • direito a ser tratado com humanidade, dignidade e respeito à sua
identidade cultural, quando privados de liberdade; • proibição de medidas de
expulsão coletiva; • proteção e assistência das autoridades diplomáticas e
consulares do seu Estado de origem; • reconhecimento da sua personalidade
jurídica; e • direito a um tratamento não menos favorável àquele que for
concedido aos nacionais do Estado de emprego em matéria de retribuição.
Portanto, está correta a assertiva.
lhe confere condição de cláusula constitucional pétrea (art. 60, § 4.º, IV, da
Constituição Federal).
Comentários
A assertiva também está correta. Note que essa questão menciona a questão da
vigência ou não da Convenção, após a denúncia formulada pelo Brasil, nos termos
o art. 48, citado acima.
Como dito em aula e na questão acima, a Convenção das Pessoas com deficiência
foi internalizada em nosso ordenamento jurídico com quórum de emenda
constitucional e, por tratar-se de direitos que envolvem a dignidade da pessoa
humana, tornou-se cláusula pétrea e não poderá ser abolida de nosso
ordenamento jurídico.
Comentários
A assertiva está correta. A matéria de igualdade e não discriminação está
prevista no art. 5º, da Convenção. Vejamos seus termos.
Artigo 5
Igualdade e não-discriminação
1.Os Estados Partes reconhecem que todas as pessoas são iguais perante e sob a lei e que
fazem jus, sem qualquer discriminação, a igual proteção e igual benefício da lei.
2.Os Estados Partes proibirão qualquer discriminação baseada na deficiência e garantirão
às pessoas com deficiência igual e efetiva proteção legal contra a discriminação por qualquer
motivo.
3.A fim de promover a igualdade e eliminar a discriminação, os Estados Partes adotarão
todas as medidas apropriadas para garantir que a adaptação razoável seja oferecida.
4.Nos termos da presente Convenção, as medidas específicas que forem necessárias para
acelerar ou alcançar a efetiva igualdade das pessoas com deficiência não serão consideradas
discriminatórias.
Comentários
A assertiva está correta, uma vez eu o conceito acima corresponde ao que
estabelece o art. 2º, da Convenção.
“Adaptação razoável” significa as modificações e os ajustes necessários e
adequados que não acarretem ônus desproporcional ou indevido, quando
requeridos em cada caso, a fim de assegurar que as pessoas com deficiência
possam gozar ou exercer, em igualdade de oportunidades com as demais
pessoas, todos os direitos humanos e liberdades fundamentais;
Comentários
A assertiva está incorreta. A questão inverte a aplicação do desenho universal,
na verdade, o desenho universal é usado para todas as pessoas, sem necessidade
de adaptação. O a Convenção prevê é que o desenho universal não deverá excluir
ajudas técnicas para grupos de pessoas com deficiência se for necessário.
Vejamos a definição dada pelo art. 2º.
“Desenho universal” significa a concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a
serem usados, na maior medida possível, por todas as pessoas, sem necessidade de
adaptação ou projeto específico. O “desenho universal” não excluirá as ajudas técnicas para
grupos específicos de pessoas com deficiência, quando necessárias.
Comentários
Comentários
A assertiva está correta e reproduz o conceito de língua presento no art. 2º, da
Convenção das Pessoas com Deficiência.
Comentários
A assertiva está correta. Vejamos o art. 1º que trata do tema.
Artigo 1
Propósito
O propósito da presente Convenção é promover, proteger e assegurar o exercício pleno e
eqüitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas
com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente.
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras,
podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições
com as demais pessoas.
Comentários
A assertiva está incorreta. O protocolo Facultativo estabelece a submissão ao
Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Vejamos o art. 1º, do
Protocolo Facultativo:
Artigo 1
1.Qualquer Estado Parte do presente Protocolo (“Estado Parte”) reconhece a competência
do Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (“Comitê”) para receber e
considerar comunicações submetidas por pessoas ou grupos de pessoas, ou em nome deles,
sujeitos à sua jurisdição, alegando serem vítimas de violação das disposições da Convenção
pelo referido Estado Parte.
2.O Comitê não receberá comunicação referente a qualquer Estado Parte que não seja
signatário do presente Protocolo.
Comentários
A assertiva está correta. As hipóteses nas quais não é admitida a comunicação
estão elencadas no art. 2º, do Protocolo Facultativo, vejamos:
Artigo 2
O Comitê considerará inadmissível a comunicação quando:
a) A comunicação for anônima;
b) A comunicação constituir abuso do direito de submeter tais comunicações ou for
incompatível com as disposições da Convenção;
c) A mesma matéria já tenha sido examinada pelo Comitê ou tenha sido ou estiver sendo
examinada sob outro procedimento de investigação ou resolução internacional;
d) Não tenham sido esgotados todos os recursos internos disponíveis, salvo no caso em que
a tramitação desses recursos se prolongue injustificadamente, ou seja improvável que se
obtenha com eles solução efetiva;
e) A comunicação estiver precariamente fundamentada ou não for suficientemente
substanciada; ou
f) Os fatos que motivaram a comunicação tenham ocorrido antes da entrada em
vigor do presente Protocolo para o Estado Parte em apreço, salvo se os fatos
continuaram ocorrendo após aquela data.
Comentários
A assertiva está incorreta. Não foi somente o protocolo facultativo que foi
internalizado com status de emenda constitucional. O Decreto nº 6949/2009
promulgou a Convenção das Pessoas com Deficiência e o Protocolo Facultativo de
Nova York no mesmo documento legal. Além disso, ambos foram aprovados com
quórum especial de emenda.
Comentários
Está incorreta a assertiva ao mencionar a previsão das comunicações
interestatais. Devemos lembrar que os relatórios de fato são previstos na
Convenção e as comunicações individuais no Protocolo. Não, para além desses
dois, outros mecanismos de fiscalização de aplicação das regras de proteção aos
deficientes.
GABARITO: E
GABARITO: B
GABARITO: B
GABARITO: E
GABARITO: B
GABARITO: B
MECANISMOS DE FISCALIZAÇÃO
Para implementação dos direitos assegurados na Convenção foi criado o
Comitê para a proteção dos Direitos de todos os Trabalhadores Migrantes
e dos membros de suas Famílias, no artigo 72. Esse Comitê será composto
por 14 peritos, eleitos para o período de 4 anos.
mecanismo de relatórios para a implementação de seus direitos: Esses
relatórios, enviados a cada cinco anos e sempre que o Comitê solicitar,
devem indicar os fatores e dificuldades de implementação dos direitos
assegurados na Convenção.
Além dos relatórios prevê as comunicações interestatais.
Aula 08
Principais Tratados
Internacionais (parte 04)
Sumário
1 – Considerações Iniciais ................................................................................................ 2
2 - Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica) ............. 2
2.1 - Introdução .......................................................................................................... 2
2.2 - Direitos Albergados .............................................................................................. 3
2.3 - Mecanismos de Implementação ........................................................................... 11
2.4 - Comissão Interamericana de Direitos Humanos ...................................................... 17
2.5 - Corte Interamericana de Direitos Humanos ........................................................... 20
2.6 - Resumos dos Principais Casos envolvendo o Brasil no Sistema Interamericano .......... 26
3 - Protocolo Adicional à Convenção Americana de Direitos Humanos (Protocolo de San Salvador)
................................................................................................................................... 28
3.1 - Direitos Albergados ............................................................................................ 29
3.2 - Mecanismos fiscalizatórios ................................................................................... 30
4 - Outras Convenções................................................................................................... 31
5 - Questões ................................................................................................................. 31
5.1 - Questões sem Comentários ................................................................................. 32
5.2 - Gabarito ........................................................................................................... 39
5.3 - Questões com Comentários ................................................................................. 40
6 - Lista de Questões de Aula ......................................................................................... 59
7 - Resumo .................................................................................................................. 62
8 - Considerações Finais ................................................................................................ 72
O artigo prevê, dentre seus direitos, que não poderá haver prisão por dívidas,
exceto no caso de inadimplemento de obrigação alimentar. Na época da
internalização desse documento, o Brasil ainda adotava a prisão civil do
depositário infiel. Segundo prevê o art. 5º, LXVII, da Constitucional Federal:
LXVII - Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.
3. Quando dois ou mais Estados-partes decidirem constituir entre eles uma federação ou
outro tipo de associação, diligenciarão no sentido de que o pacto comunitário respectivo
contenha as disposições necessárias para que continuem sendo efetivas no novo Estado,
assim organizado, as normas da presente Convenção.
2
BARRETO, Rafael. Direitos Humanos, rev., ampl. e atual. Bahia; Editora JusPodvim, 2012, p.
167.
Vejamos:
1º. Esgotamento ou inexistência de recursos internos
para reparação do direito humano violado ou quando os
recursos disponíveis forem inefetivos;
2º. Apresentação do expediente internacional no prazo de 6 meses a
contar da decisão interna insatisfatória;
3º. Não haja outro procedimento internacional apurando a questão
(litispendência internacional); e
4º. Identificação com nome, nacionalidade, domicílio e assinatura
(não são aceitas petições individuais apócrifas).
No que tange ao esgotamento dos recursos internos devemos tecer alguns
comentários adicionais. Leciona Flávia Piovesan5 que “se deve dar ao Estado a
oportunidade de reparar um suposto dano no âmbito de seu próprio ordenamento
jurídico interno, antes que se possa invocar sua responsabilidade internacional”.
Esse dispositivo, portanto, coaduna com a ideia de atuação subsidiária da
proteção internacional dos Direitos Humanos.
Além disso, o artigo acima referido, no item 2,
expressamente excepciona a regra de esgotamento
dos recursos internos e o prazo de 6 meses, nos
seguintes casos:
•Se não houver, na legislação interna do Estado de que se tratar, o devido
processo legal para a proteção do direito que se alegue violados;
• Se não houver permitido ao prejudicado, em seus direitos, o acesso aos
recursos da jurisdição interna; e
• Se houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados recursos.
Essas seriam as hipóteses em que os recursos internos foram inefetivos, sem
efeitos concretos à pessoa que teve seus direitos violados.
Pelo artigo 47 o Pacto prevê outra regra procedimental importante:
Artigo 47 - A Comissão declarará inadmissível toda petição ou comunicação
apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 quando:
a) não preencher algum dos requisitos estabelecidos no artigo 46;
b) não expuser fatos que caracterizem violação dos direitos garantidos por esta
Convenção;
c) pela exposição do próprio peticionário ou do Estado, for manifestamente infundada a
petição ou comunicação ou for evidente sua total improcedência; ou
d) for substancialmente reprodução de petição ou comunicação anterior, já
examinada pela Comissão ou por outro organismo internacional.
5
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e o Direito Constitucional Internacional, p. 330.
Para além das atribuições acima, com a edição do Protocolo de San Salvador, a
Comissão assumiu novo papel. Nesse sentido, leciona Sidney Guerra8:
Hodiernamente, possui também competência para a efetiva proteção dos direitos humanos
em razão do conhecimento de petições individuais e de comunicações interestatais que
contenham denúncias de violações aos direitos previstos na Convenção Americana.
8
GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: curso elementar. 2ª edição, São Paulo: Editora Saraiva,
2014, p 153.
Para que um caso possa ser submetido à decisão da Corte, é necessário que
ele seja apresentado
a) pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos ou por entidade de
direitos humanos sediada no país onde o caso ocorreu.
b) por um dos Estados-Partes ou pela Comissão Interamericana de Direitos
Humanos.
c) pelo próprio interessado ou por uma entidade internacional de direitos
humanos devidamente reconhecida como tal pela Corte.
d) por um dos Estados-Parte, pela Comissão Interamericana de Direitos
Humanos, ou pelo interessado ou seus sucessores.
e) por um Estado-Nação, integrante ou não do Sistema Internacional de
Proteção aos Direitos Humanos.
Comentários
Nos termos do artigo 61 do Pacto de San José da Costa Rica, somente os Estados-
partes e a Comissão Interamericana poderão submeter um caso à decisão da
Corte. Não se confere, portanto, legitimidade às pessoas, aos grupos ou às
entidades.
Vejamos:
Artigo 61 - 1. Somente os Estados-partes e a Comissão têm direito de submeter um
caso à decisão da Corte.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois a Corte Interamericana possui competência
consultiva e interpretativa. Além da jurisdicional.
A alternativa B está incorreta, pois a Comissão interamericana possui diversas
competências além da política, tais como as competências consultiva e
fiscalizatória.
A alternativa C está incorreta, pois a Corte não recebe petições de indivíduos,
essa é competência da Comissão.
A alternativa D está incorreta, pois se trata de competência da Corte
Interamericana.
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Vejamos o art. 67 que
lhe dá fundamento.
Artigo 67 - A sentença da Corte será definitiva e inapelável. Em caso de divergência
sobre o sentido ou alcance da sentença, a Corte interpretá-la-á, a pedido de qualquer das
partes, desde que o pedido seja apresentado dentro de noventa dias a partir da data da
notificação da sentença.
Comentários
A assertiva está incorreta.
Comentários
A assertiva está correta, vez que a Corte Interamericana possui função
jurisdicional desde que o Estado-parte reconheça sua competência e possui,
também, competência consultiva quanto à interpretação das regras previstas n
Convenção, de acordo com o que dispõe o Artigo 64, item 1:
Os Estados-membros da Organização poderão consultar a Corte sobre a interpretação desta
Convenção ou de outros tratados concernentes à proteção dos direitos humanos nos Estados
americanos. Também poderão consultá-la, no que lhes compete, os órgãos enumerados no
capítulo X da Carta da Organização dos Estados Americanos, reformada pelo Protocolo de
Buenos Aires.
Comentários
Não há qualquer previsão quanto a recursos cabíveis das decisões da Corte
Interamericana de Direitos Humanos, inclusive, o texto convencionado é
expresso em dizer que a decisão da Corte é inapelável. Vejamos:
Artigo 67. A sentença da Corte será definitiva e inapelável. Em caso de divergência sobre o
sentido ou alcance da sentença, a Corte interpretá-la-á, a pedido de qualquer das partes,
desde que o pedido seja apresentado dentro de noventa dias a partir da data da notificação
da sentença.
Assim, está incorreta a assertiva, na medida em que diz que da decisão da Corte
cabe recurso à Assembleia Geral da OEA.
Comentários
De fato o princípio do “ne bis in idem” não está expresso com esses termos em
nenhum diploma legal internacional, vez que decorre de disciplina doutrinária.
Não obstante, existem diversos dispositivos convencionados nos quais é possível
Desta forma, a assertiva está incorreta, uma vez que há previsão desse princípio
na Convenção Americana sobre Direitos Humanos.
Comentários
Trata-se, mais uma vez, do previsto no artigo 64, item 1 da Convenção. Como
dito anteriormente, os Estados membros da OEA podem consultar a Corte
Interamericana quanto à interpretação da Convenção Americana de Direitos
Humanos ou de outros tratados concernentes à proteção dos Direitos Humanos
no âmbito dos Estados americanos. Além disso, podem consultá-la, também, os
órgãos da Organização dos Estados Americanos.
A competência consultiva da Corte se pauta, essencialmente, na interpretação e
aplicação de tratados aplicáveis no âmbito dos Estados americanos.
Assim, está correta a questão.
Comentários
No que se refere à convenção internacional, todos os entes que compõem a federação deverão
cumprir suas disposições, respeitada a repartição de competências previstas na Constituição. Essa
questão exige o conhecimento do disposto no Artigo 28 da Convenção Americana sobre Direitos
Humanos:
12
PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos, p. 337.
Comentários
A assertiva está incorreta, pois, conforme já explicitado nessas questões, a
decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos é INAPELÁVEL, de acordo
com o que prevê o artigo 67.
Comentários
Pessoal, questão bastante tranquila. Para tanto devemos lembrar as garantias
judiciais estabelecidas no art. 8º do Pacto de San José da Costa Rica. Vejamos o
dispositivo abaixo e atentem-se para os destacados:
Artigo 8º - Garantias judiciais
1. Toda pessoa terá o direito de ser ouvida, com as devidas garantias e dentro de um prazo
razoável, por um juiz ou Tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido
anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal formulada contra ela, ou na
determinação de seus direitos e obrigações de caráter civil, trabalhista, fiscal ou de qualquer
outra natureza.
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto
não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em
plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
a) direito do acusado de ser assistido gratuitamente por um tradutor ou intérprete, caso
não compreenda ou não fale a língua do juízo ou tribunal;
b) comunicação prévia e pormenorizada ao acusado da acusação formulada;
c) concessão ao acusado do tempo e dos meios necessários à preparação de sua
defesa;
d) direito do acusado de defender-se pessoalmente ou de ser assistido por um defensor de
sua escolha e de comunicar-se, livremente e em particular, com seu defensor;
e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo Estado,
remunerado ou não, segundo a legislação interna, se o acusado não se defender ele próprio,
nem nomear defensor dentro do prazo estabelecido pela lei;
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no Tribunal e de obter o
comparecimento, como testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam lançar luz
sobre os fatos;
g) direito de não ser obrigada a depor contra si mesma, nem a confessar-se
culpada; e
h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior.
Comentários
Para responder à questão vejamos o que dispõe o art. 33 do Pacto de San José
da Costa Rica:
Artigo 33º
São competentes para conhecer dos assuntos relacionados com o cumprimento dos
compromissos assumidos pelos Estados Partes nesta Convenção:
a) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, doravante denominada a Comissão; e
b) a Corte Interamericana de Direitos Humanos, doravante denominada a Corte.
Comentários
A convenção não prevê que outro órgão seja responsável por verificar o
cumprimento das decisões da Corte Interamericana. Os Estados-membros
comprometem-se a cumprir autonomamente as decisões com base no previsto
no Artigo 68, item 1:
“Os Estados-partes na Convenção comprometem-se a cumprir a decisão da Corte em todo
caso em que forem partes”.
Comentários
Conforme mencionado em Aula, o caso no Escher foi declarada a violação ao
direito à privacidade e honra, liberdade de associação, garantias judiciais,
difamação e impunidade, devido à aplicação da interceptação eletrônica fora do
que prevê a Lei, de modo que a interceptação foi considerada ilegal. Não
obstante, a Corte não decidiu que o Brasil deveria adequar sua lei de
interceptação das comunicações telefônicas, mas tão somente que naquele caso
não foram observadas as formalidades legais.
Assim, foi considerada incorreta a questão.
Comentários
Conforme mencionado anteriormente, apenas o estado federal possui capacidade
jurídica de direito internacional, por essa razão apenas ele poderá realizar as
Comentários
Como estudamos na Aula 01, os Direitos Humanos são considerados como norma
imperativa em sentido estrito (“jus cogens”), o que significa que contém um
conjunto de valores considerados essenciais para a comunidade, de maneira que
possuem superioridade normativa em relação às demais normas internacionais.
Por conta disso, a norma cogente de direitos humanos não pode ser alterada pela
vontade um Estado. Desta forma, a suspensão de garantias não poderá atingir
os direitos considerados como “jus cogens”, o que torna correta a assertiva.
Comentários
A questão diz que em caso de guerra, perigo público ou outra emergência que
ameace a independência ou segurança do Estado-parte é possível a suspensão
total de direitos. Na verdade, a assertiva cobra o conhecimento do Artigo 27 da
Convenção, o qual prevê, em seu item 2, vários direitos que não podem ser
suprimidos nas situações citadas acima. Vejamos o Artigo citado:
Artigo 27 - Suspensão de garantias - 1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra
emergência que ameace a independência ou segurança do Estado-parte, este poderá adotar
as disposições que, na medida e pelo tempo estritamente limitados às exigências da
situação, suspendam as obrigações contraídas em virtude desta Convenção, desde que tais
disposições não sejam incompatíveis com as demais obrigações que lhe impõe o Direito
Internacional e não encerrem discriminação alguma fundada em motivos de raça, cor, sexo,
idioma, religião ou origem social. 2. A disposição precedente não autoriza a suspensão dos
direitos determinados nos seguintes artigos: 3 (direito ao reconhecimento da personalidade
jurídica), 4 (direito à vida), 5 (direito à integridade pessoal), 6 (proibição da escravidão e
da servidão), 9 (princípio da legalidade e da retroatividade), 12 (liberdade de consciência e
religião), 17 (proteção da família), 18 (direito ao nome), 19 (direitos da criança), 20 (direito
à nacionalidade) e 23 (direitos políticos), nem das garantias indispensáveis para a proteção
de tais direitos.
Comentários
A questão está incorreta, uma vez que para a suspensão de garantias é
necessária a comunicação aos Estados-parte, consoante dispõe o item 3 do Artigo
27:
Artigo 27 - Suspensão de garantias - 3. Todo Estado-parte no presente Pacto que fizer uso
do direito de suspensão deverá comunicar imediatamente aos outros Estados-partes na
presente Convenção, por intermédio do Secretário Geral da Organização dos Estados
Americanos, as disposições cuja aplicação haja suspendido, os motivos determinantes da
suspensão e a data em que haja dado por terminada tal suspensão.
Comentários
De acordo com o Artigo 44 da Convenção é possível que qualquer pessoa
apresente à Comissão petições que contenham denúncias ou queixas de violação,
sendo, portanto, possível o mecanismo de petição individual. Citamos o Artigo
44:
Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou entidade não-governamental legalmente
reconhecida em um ou mais Estados-membros da Organização, pode apresentar à Comissão
petições que contenham denúncias ou queixas de violação desta Convenção por um Estado-
parte.
Comentários
A questão exige o conhecimento do Artigo 36, item 2:
Não pode fazer parte da Comissão mais de um nacional de um mesmo país.
Assim, a assertiva está correta, tendo em vista que a Comissão pode ser
composta de apenas um nacional de um mesmo país.
Comentários
De fato, os membros da Comissão Interamericana de Direitos Humanos serão
eleitos a título pessoal, pela Assembleia Geral da OEA. Todavia, a lista de
candidatos será apresentada pelos Estados-membros, de acordo com o exposto
no Artigo 36, item 1: “Os membros da Comissão serão eleitos a título pessoal,
pela Assembleia Geral da Organização, a partir de uma lista de candidatos
propostos pelos governos dos Estados-membros”.
Deste modo, considera-se incorreta a assertiva.
Comentários
É exatamente o contrário do que prevê o Artigo 63, item 2:
Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando se fizer necessário evitar danos
irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver conhecendo, poderá tomar as
medidas provisórias que considerar pertinentes. Se se tratar de assuntos que ainda não
estiverem submetidos ao seu conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão.
Assim, a Corte poderá atuar nos assuntos que ainda não tenha processado, desde
que a pedido da Comissão.
Pelo exposto, está incorreta a assertiva.
Comentários
A questão está correta devido a previsão do seguinte artigo:
Artigo 61 - 1. Somente os Estados-partes e a Comissão têm direito de submeter um caso à
decisão da Corte”. Já a Comissão Interamericana, como órgão integrante da OEA e
composta pelos Estados-membros, também pode submeter casos à Corte, conforme a
Convenção.
Comentários
A assertiva foi considerada correta, tendo em vista as previsões contidas no
Artigo 17, da Convenção, e seus diversos itens, que trata da Proteção à família.
Vejamos:
Artigo 17 - Proteção da família - 1. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade
e deve ser protegida pela sociedade e pelo Estado. 2. É reconhecido o direito do homem e
da mulher de contraírem casamento e de constituírem uma família, se tiverem a idade e as
condições para isso exigidas pelas leis internas, na medida em que não afetem estas o
princípio da não-discriminação estabelecido nesta Convenção. 3. O casamento não pode ser
celebrado sem o consentimento livre e pleno dos contraentes. 4. Os Estados-partes devem
adotar as medidas apropriadas para assegurar a igualdade de direitos e a adequada
equivalência de responsabilidades dos cônjuges quanto ao casamento, durante o mesmo e
por ocasião de sua dissolução. Em caso de dissolução, serão adotadas as disposições que
assegurem a proteção necessária aos filhos, com base unicamente no interesse e
conveniência dos mesmos. 5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos nascidos
fora do casamento, como aos nascidos dentro do casamento.
Comentários
A questão está incorreta, uma vez que é ADMISSÍVEL a limitação de direitos
estabelecidos na convenção em certos casos, consoante expõe o Artigo 27, item
1:
Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra emergência que ameace a independência
ou segurança do Estado-parte, este poderá adotar as disposições que, na medida e pelo
tempo estritamente limitados às exigências da situação, suspendam as obrigações
contraídas em virtude desta Convenção, desde que tais disposições não sejam incompatíveis
com as demais obrigações que lhe impõe o Direito Internacional e não encerrem
discriminação alguma fundada em motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião ou origem
social.
O que ocorre é que há núcleo mínimo de direitos que não podem ser suprimidos
previstos no item 2 do mesmo Artigo, já citado nesses comentários.
Comentários
O Estado-membros somente pode retirar o reconhecimento da jurisdição da Corte
nos termos do seguinte Artigo da Convenção:
Artigo 78 - 1. Os Estados-partes poderão denunciar esta Convenção depois de expirado o
prazo de cinco anos, a partir da data em vigor da mesma e mediante aviso prévio de um
ano, notificando o Secretário Geral da Organização, o qual deve informar as outras partes.2.
Tal denúncia não terá o efeito de desligar o Estado-parte interessado das obrigações
contidas nesta Convenção, no que diz respeito a qualquer ato que, podendo constituir
violação dessas obrigações, houver sido cometido por ele anteriormente à data na qual a
denúncia produzir efeito.
Comentários
A questão está incorreta devido à previsão do Artigo 60:
A Corte elaborará seu Estatuto e submetê-lo-á à aprovação da Assembleia Geral e expedirá
seu Regimento.
Comentários
É exatamente o contrário do que foi dito em questão anterior. Como vimos, é
necessária a denúncia da Convenção para que seja afastada a competência
jurisdicional da Corte, de acordo com o que expõe o Artigo 78, item 1.
Assim, está correta a assertiva.
Comentários
A questão está incorreta pelo exposto no item 2 do Artigo 6º:
Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório. Nos países em
que se prescreve, para certos delitos, pena privativa de liberdade acompanhada de
trabalhos forçados, esta disposição não pode ser interpretada no sentido de proibir o
cumprimento da dita pena, imposta por um juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado
não deve afetar a dignidade, nem a capacidade física e intelectual do recluso.
Comentários
A decisão da Corte Interamericana é exatamente nesse sentido como exposto em
aula. Por isso está correta a questão.
Comentários
Essa é uma questão muito cobrada nas provas do CESPE e exige o conhecimento
do seguinte dispositivo da Convenção Interamericana:
Artigo 4º - Direito à vida - 1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua
vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da
concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
A vida é protegida desde o momento da concepção, o que torna o enunciado
correto.
Comentários
Conforme vimos, em caso de grave e urgência, nos termos do artigo 25, a
Comissão poderá, por conta própria ou mediante petição da parte interessada,
solicitar ao Estado-parte a adoção de medidas cautelares para evitar danos
irreparáveis a direito humano.
Logo, está incorreta a assertiva.
Comentários
O Pacto San José da Costa Rica NÃO é o único documento de proteção dos direitos
humanos no continente americano, uma vez que foi editado, em 1988, o
Protocolo Adicional ao Pacto San José, também denominado Protocolo de San
Salvador, o qual prevê direitos de segunda dimensão.
Portanto, está incorreta a assertiva.
Comentários
A questão está correta, tendo em vista o Artigo 39:
A Comissão elaborará seu estatuto e submetê-lo-á à aprovação da Assembleia Geral e
expedirá seu próprio Regulamento.
Comentários
A exceção ao não esgotamento dos recursos internos é fruto de decisão
jurisprudencial da Corte Interamericana em dois casos: o "caso Damião Ximenes"
e "caso Nogueira de Carvalho".
Comentários
Mais uma vez uma questão decorrente da jurisprudência da Corte
Interamericana. Tendo em vista os precedentes da Corte no caso Viviana Gallardo
e outras:
É POSSÍVEL, quando o Estado-parte tome a iniciativa do procedimento, a renúncia à regra
que exige o prévio esgotamento dos recursos internos, pois ela é concebida no interesse do
Estado, dispensando-o de responder perante um órgão internacional por atos que lhes
sejam imputados, antes de ter tido oportunidade de remediá-los por seus próprios meios.
Comentários
A questão está incorreta, uma vez que o Brasil ratificou a Convenção Americana,
em 25 de setembro de 1992, todavia, reconheceu a jurisdição obrigatória da
Corte Internacional somente em 10 de dezembro de 1998.
Comentários
Em caso de solução amistosa das queixas o procedimento se dará de acordo com
o prescrito no seguinte artigo:
Artigo 49: Se se houver chegado a uma solução amistosa de acordo com as disposições do
inciso 1, "f", do artigo 48, a Comissão redigirá um relatório que será encaminhado ao
peticionário e aos Estados-partes nesta Convenção e posteriormente transmitido, para sua
publicação, ao Secretário Geral da Organização dos Estados Americanos. O referido relatório
conterá uma breve exposição dos fatos e da solução alcançada. Se qualquer das partes no
caso o solicitar, ser-lhe-á proporcionada a mais ampla informação possível.
Comentários
É exatamente esse o teor do artigo 1º do referido Protocolo:
Os Estados Partes neste Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos
comprometem se a adotar as medidas necessárias, tanto de ordem interna como por meio
da cooperação entre os Estados, especialmente econômica e técnica, até o máximo dos
recursos disponíveis e levando em conta seu grau de desenvolvimento, a fim de conseguir,
progressivamente e de acordo com a legislação interna, a plena efetividade dos direitos
reconhecidos neste Protocolo.
Comentários
Como vimos acima, existem vários casos nos quais o Brasil foi réu na Corte
Interamericana, um exemplo é o caso Escher e o caso da Guerrilha do Araguaia.
Assim, está incorreta a questão.
Comentários
Como sabemos a principal função da Comissão Interamericana de Direitos
Humanos é a defesa desses direitos. Ademais, uma de suas atribuições é formular
recomendações aos Estados-membros da OEA.
Deste modo, está correta a assertiva.
Comentários
A questão é bastante tranquila e refere-se à seguinte Súmula:
Súmula Vinculante 25
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.
13
HC 95.967 (DJe 28.11.2008) - Relatora Ministra Ellen Gracie - Segunda Turma.
Comentários
Estabelece a Convenção que em caso de demora injustificada na tramitação dos
recursos dos internos é possível a denúncia para a Comissão Interamericana.
Essa é uma flexibilização do princípio do esgotamento dos recursos internos. Essa
regra está prevista no Artigo 46, item 2, alínea c, da referida convenção:
Para que uma petição ou comunicação apresentada de acordo com os artigos 44 ou 45 seja
admitida pela Comissão, será necessário: a) que hajam sido interpostos e esgotados os
recursos da jurisdição interna, de acordo com os princípios de Direito Internacional
geralmente reconhecidos; b) que seja apresentada dentro do prazo de seis meses, a partir
da data em que o presumido prejudicado em seus direitos tenha sido notificado da decisão
definitiva [...];
2. As disposições das alíneas "a" e "b" do inciso 1 deste artigo não se aplicarão quando:
[...] c) houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados recursos.
Gabarito: C
Gabarito B
Gabarito: Correta
Gabarito: Incorreta
Gabarito: D
Gabarito: E
Aula 09
Direitos Humanos
sob a Perspectiva
Sociológica e
Conflitos no Espaço
Público
Sumário
1 – Considerações Iniciais ................................................................................................ 2
2 - Aplicações da perspectiva sociológica a temas e problemas contemporâneos da sociedade
brasileira ........................................................................................................................ 2
2.1 - Igualdade jurídica ................................................................................................ 3
2.2 - Direitos de cidadania ............................................................................................ 5
2.3 - Pluralismo jurídico ................................................................................................ 7
2.4 - Acesso à justiça ................................................................................................... 8
3 - Administração institucional de conflitos no espaço público e Práticas judiciárias e policiais no
espaço público .............................................................................................................. 10
4 - Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública .............................. 12
4.1 - Preâmbulo ......................................................................................................... 13
4.2 - Artigos .............................................................................................................. 14
4.3 - Anexo I ............................................................................................................. 16
4.4 - Anexo II ........................................................................................................... 27
5 - Questões ................................................................................................................. 28
5.1 - Questões sem Comentários ................................................................................. 28
5.2 - Gabarito ....................................... ................................................................... 34
5.3 - Questões com Comentários ................................................................................. 34
6 - Lista de Questões de Aula ......................................................................................... 47
7 – Resumo .................................................................................................................. 48
8 – Considerações Finais ................................................................................................ 58
4.3 - Anexo I
DIRETRIZES SOBRE O USO DA FORÇA E ARMAS DE FOGO PELOS AGENTES DE SEGURANÇA
PÚBLICA
Essa primeira diretriz não tem muita relevância, pois enuncia diversas normas,
nacionais e internacionais, que serviram de fundamento para a edição da portaria
que estamos estudando.
2. O uso da força por agentes de segurança pública deverá obedecer aos PRINCÍPIOS da
legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência.
A 2ª diretriz, por sua vez, tem especial importância para a nossa prova, pois
estabelece princípios a serem utilizados quando do uso da força.
(iv) Pelo princípio da moderação compreende-se que o uso da força deve ser
utilizado com prudência e comedimento.
É o conceito trazido no Anexo II:
Princípio da Moderação: O emprego da força pelos agentes de segurança pública deve
sempre que possível, além de proporcional, ser moderado, visando sempre reduzir o
emprego da força.
BALAS DE BORRACHA
CASSETETES
GÁS LACRIMOGÊNEO
SPRAY DE PIMENTA
Vejamos a diretriz:
8. Todo agente de segurança pública que, em razão da sua função, possa vir a se envolver
em situações de uso da força, deverá portar no mínimo 2 (dois) instrumentos de
menor potencial ofensivo e equipamentos de proteção necessários à atuação
específica, independentemente de portar ou não arma de fogo.
Comentários
Está incorreta a assertiva, pois os instrutores - na dicção da 15ª diretriz –
deverão ser submetidos à aferição de conhecimentos teóricos e práticos:
15. A seleção de instrutores para ministrarem aula em qualquer assunto que englobe o
uso da força deverá levar em conta análise rigorosa de seu currículo formal e tempo
de serviço, áreas de atuação, experiências anteriores em atividades fim, registros
funcionais, formação em direitos humanos e nivelamento em ensino. Os instrutores
deverão ser submetidos à aferição de conhecimentos teóricos e práticos e sua atuação deve
ser avaliada.
Comentários
A assertiva está incorreta pois todo armamento, ainda que de menor potencial
ofensivo, exige treinamento específico e habilitação para o regular manejo.
Sigamos com o conteúdo teórico!
18. A renovação da habilitação para uso de armas de fogo em serviço deve ser feita com
periodicidade mínima de 1 (um) ano.
19. Deverá ser estimulado e priorizado, sempre que possível, o uso de técnicas e
instrumentos de menor potencial ofensivo pelos agentes de segurança pública, de
acordo com a especificidade da função operacional e sem se restringir às unidades
especializadas.
20. Deverão ser incluídos nos currículos dos cursos de formação e programas de educação
continuada conteúdos sobre técnicas e instrumentos de menor potencial ofensivo.
21. As armas de menor potencial ofensivo deverão ser separadas e identificadas
de forma diferenciada, conforme a necessidade operacional.
22. O uso de técnicas de menor potencial ofensivo deve ser constantemente avaliado.
f) quantidade de feridos e/ou mortos atingidos pelos disparos efetuados pelo(s) agente(s)
de segurança pública;
g) número de feridos e/ou mortos atingidos pelos instrumentos de menor potencial ofensivo
utilizados pelo(s) agente(s) de segurança pública;
h) número total de feridos e/ou mortos durante a missão;
i) quantidade de projéteis disparados que atingiram pessoas e as respectivas regiões
corporais atingidas;
j) quantidade de pessoas atingidas pelos instrumentos de menor potencial ofensivo e as
respectivas regiões corporais atingidas;
k) ações realizadas para facilitar a assistência e/ou auxílio médico, quando for o caso; e
l) se houve preservação do local e, em caso negativo, apresentar justificativa.
Por fim, estabelece a diretriz 25, que aos agentes de segurança que adquirirem
enfermidades em razão do desempenho de suas atividades será ofertado
tratamento para reabilitação e reintegração ao trabalho.
25. Os órgãos de segurança pública deverão, observada a legislação pertinente, oferecer
possibilidades de reabilitação e reintegração ao trabalho aos agentes de segurança pública
que adquirirem deficiência física em decorrência do desempenho de suas atividades.
4.4 - Anexo II
O Anexo II à Portaria traz o um rol de conceitos. Aqui não tem segredo, devemos
ler e reler esses conceitos com o fim de compreendê-los.
Glossário
Armas de menor potencial ofensivo: Armas projetadas e/ou empregadas,
especificamente, com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente
pessoas, preservando vidas e minimizando danos à sua integridade.
Equipamentos de menor potencial ofensivo: Todos os artefatos, excluindo armas e
munições, desenvolvidos e empregados com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar
temporariamente pessoas, para preservar vidas e minimizar danos à sua integridade.
Equipamentos de proteção: Todo dispositivo ou produto, de uso individual (EPI) ou
coletivo (EPC) destinado a redução de riscos à integridade física ou à vida dos agentes de
segurança pública.
Força: Intervenção coercitiva imposta à pessoa ou grupo de pessoas por parte do agente
de segurança pública com a finalidade de preservar a ordem pública e a lei.
Instrumentos de menor potencial ofensivo: Conjunto de armas, munições e
equipamentos desenvolvidos com a finalidade de preservar vidas e minimizar danos à
integridade das pessoas.
Munições de menor potencial ofensivo: Munições projetadas e empregadas,
especificamente, para conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas,
preservando vidas e minimizando danos a integridade das pessoas envolvidas.
Nível do Uso da Força: Intensidade da força escolhida pelo agente de segurança pública
em resposta a uma ameaça real ou potencial.
Princípio da Conveniência: A força não poderá ser empregada quando, em função do
contexto, possa ocasionar danos de maior relevância do que os objetivos legais pretendidos.
5.2 - Gabarito
Questão 01 – CORRETA Questão 02 – INCORRETA
Acerca dos direitos de cidadania e do pluralismo jurídico, julgue os itens que se seguem.
No Brasil, o pluralismo jurídico configura-se, por exemplo, quando da aplicação de regras
criadas por membros de organizações criminosas, distintas das regras jurídicas
estabelecidas pelo Estado.
Comentários
A assertiva está correta. Dada a pluralidade de fontes jurídicas, argumenta-se
que toda produção de regras destinadas a regular um grupo de pessoas possuem
caráter jurídico.
Desse modo, em que pese além de não serem estatais e contrárias aos preceitos
estatais, as regras criadas por organizações criminosas configuram um exemple
de regras de caráter jurígeno.
Desse modo, por serem regras dotadas de eficácia em um mesmo espaço e tempo
encaixa-se na acepção de pluralismo jurídico.
Comentários
Está correta a assertiva. A assertiva aproxima-se da noção de cidadania em
sentido material que está a associada à titularidade e efetividade dos direitos
civis, políticos e sociais.
Comentários
Está correta a assertiva. O primeiro obstáculo a efetivação do acesso à justiça é
o custo do processo. O processo deve ser o menos custoso possível para as
partes. O processo judicial é caracterizado pelo alto custo, o que restringe a
materialização do direito especialmente às camadas menos abastadas da
sociedade.
Comentários
Está correta a assertiva. Conforme vimos, a consequência direta da aquisição da
cidadania em sentido formal é a titularidade de direitos civis, políticos e sociais,
assegurados àquela comunidade.
Comentários
Está correta assertiva. A questão é importante para compreender a questão da
PRF que considerou correta as normas estabelecidas por organizações
criminosas.
De fato, uma das dificuldades da sociologia jurídica é justamente a delimitação
de definições claras e objetivas.
Comentários
A assertiva está incorreta. Como a própria expressão indica “pluralismo” refere-
se à consideração de diversos grupos específicos produtores de normas jurídicas.
Dessa forma, não constitui característica própria de movimentos de esquerda.
Comentários
Está correta a assertiva. O monismo jurídico é superado pela existência de
diversas correntes do pensamento, que também edital normas de caráter geral
e cogente para os respectivos grupos.
Comentários
Está correta a assertiva. A Escola Monista, fundamentada na soberania estatal,
compreende que somente o direito positivado em normas jurídicas estatais são
fontes jurígenas.
Comentários
Está incorreta a assertiva. Ao contrário da expressão difundida de que “bandido
bom é bandido morto”, as Diretrizes têm por objetivo reduzir a letalidade das
ações policiais. É fundamental para a nossa prova conhecer os dois objetivos
principais, quais sejam:
Orientação e padronização dos procedimentos para atuação dos agentes de
Segurança Pública
Reduzir os índices de letalidade decorrentes da ação pelos agentes de
Segurança Pública.
Comentários
A assertiva está correta, pois retrata a diretriz 12, segundo a qual:
12. Os critérios de recrutamento e seleção para os agentes de segurança pública deverão
levar em consideração o perfil psicológico necessário para lidar com situações de
estresse e uso da força e arma de fogo.
Comentários
A assertiva está incorreta. Segundo a diretriz 18 a renovação da habilitação
deverá ocorrer com periodicidade mínima de um ano. Vejamos:
18. A renovação da habilitação para uso de armas de fogo em serviço deve ser feita com
periodicidade mínima de 1 (um) ano.
Comentários
A assertiva está incorreta. De acordo com a diretriz 19 a utilização de técnicas
e de instrumentos de menor potencial ofensivo deverá ser estimulada e
priorizada.
Em momento algum no texto das Diretrizes há referência de que tais
instrumentos são subsidiários. Pelo contrário, do que se extrai da leitura da
íntegra do documento a utilização das técnicas e dos instrumentos de menor
Comentários
A assertiva está correta, pois constitui a literalidade do princípio da
proporcionalidade. A 2ª diretriz estabelece:
2. O uso da força por agentes de segurança pública deverá obedecer aos PRINCÍPIOS da
legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência.
Comentários
A assertiva está flagrantemente incorreta, tendo em vista o que disciplina
diretriz 2, que expressamente elenca a legalidade entre os princípios:
2. O uso da força por agentes de segurança pública deverá obedecer aos PRINCÍPIOS da
legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência.
Lembre-se:
Comentários
A assertiva está incorreta, pois a inserção de conteúdos de Direitos Humanos é
obrigatória e não “sempre que possível”. Vejamos a diretriz 13:
13. Os processos seletivos para ingresso nas instituições de segurança pública e os cursos
de formação e especialização dos agentes de segurança pública devem incluir conteúdos
relativos a direitos humanos.
Comentários
Está incorreta a assertiva, que reproduz a diretriz 14:
14. As atividades de treinamento fazem parte do trabalho rotineiro do agente de
segurança pública e não deverão ser realizadas em seu horário de folga, de maneira a serem
preservados os períodos de descanso, lazer e convivência sócio-familiar.
8 – Considerações Finais
Chegamos ao final das nossas aulas regulares. Passamos por todos os tópicos do
edital com a profundidade necessária para vocês não errarem questões relativas
à nossa disciplina na prova.
Disponibilizaremos, ainda, uma aula em forma de resumo. Os resumos foram
feitos ao final de cada aula, contudo, sintetizaremos todos em um único arquivo
para facilitar o estudo de vocês.
Um forte abraço e bons estudos a todos!
Ricardo Torques
ricardotorques@estrategiaconcursos.com.br
https://www.facebook.com/ricardo.s.torques
AULA 10
RESUMO
Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 3
2 - Teoria Geral dos Direitos Humanos ............................................................................... 3
2.1 - Características dos Direitos Humanos ..................................................................... 4
2.2 - Dimensões dos Direitos Humanos ........................................................................... 9
2.3 - Natureza Objetiva da Proteção Internacional de Direitos Humanos ........................... 11
2.4 - Esgotamento dos Recursos Internos na Proteção dos Direitos Humanos .................... 11
2.5 - Noções sobre Limites dos Direitos Humanos na Ordem Internacional ........................ 12
3 - Afirmação histórica dos Direitos Humanos ................................................................... 12
4 - Direitos Humanos e Responsabilização Estatal ............................................................. 14
5 - Direitos Humanos e Globalização ................................................................................ 17
6 - Proteção Internacional dos Direitos Humanos .............................................................. 18
7 - Direitos Humanos na Constituição da República de 1988 ............................................... 22
7.1 - Noções de Teoria Geral dos Direitos Fundamentais ................................................. 26
7.2 - Direitos Fundamentais em Espécie ....................................................................... 29
7.3 - Tutelas Constitucionais das Liberdades ................................................................. 34
7.4 - Direitos Sociais .................................................................................................. 35
7.5 - Direitos de Nacionalidade na Constituição Federal .................................................. 39
7.6 - Direitos Políticos ................................................................................................ 44
7.7 - Partidos Políticos ................................................................................................ 53
8 - Programa e Políticas Nacionais de Direitos Humanos: Noções Gerais ............................... 54
8.1 - PNDH 3 ............................................................................................................. 57
9 - Núcleo do Sistema Global .......................................................................................... 60
10 - Declaração Universal de Direitos Humanos ................................................................ 61
11 - Pactos de 1966 ...................................................................................................... 66
11.1 - Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos .................................................... 67