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Por meio da biomassa é possível se obter energia, sendo que ela pode se apresentar em
diversas formas, como por exemplo: etanol, biodiesel, carvão vegetal, lenha, biogás,
entre outros.
A seguir serão descritos os principais resultados energéticos obtidos a partir das fontes
de biomassa existentes:
Etanol
Biodiesel
Dendroenergia
Biogás
Etanol
A participação nas vendas de veículos leves movidos somente a etanol chegou a 96% do
mercado em 1985, porém no final desta década, devido aos preços mais atraentes do
açúcar no mercado internacional, a produção de álcool etílico foi reduzida
drasticamente, e o país passou por uma séria crise de abastecimento. A venda destes
veículos foi praticamente extinta, chegando ao valor mínimo de 0,07% em 1997
(BAJAY; FERREIRA, 2005).
Atualmente, a cultura da cana alcança quase todos os estados brasileiros e ocupa cerca
de 9% da superfície agrícola do país, sendo o terceiro cultivo mais importante em
superfície ocupada, depois da soja e do milho. Em 2008, a área colhida foi da ordem de
7,29 milhões de hectares, para uma área plantada de mais de 8,36 milhões de hectares e
produção total de 558,1 milhões de toneladas (MAPA, 2008).
Quanto ao perfil de produção, as usinas brasileiras podem ser classificadas em três tipos
de instalações: as usinas açucareiras, que produzem exclusivamente açúcar; as usinas de
açúcar com destilarias anexas, que produzem açúcar e etanol; e as instalações que só
produzem etanol, chamadas destilarias autônomas. A grande maioria das instalações é
formada por usinas de açúcar com destilarias anexas (por volta de 60%), seguidas por
um considerável montante de destilarias autônomas (aproximadamente 35%) e por
algumas unidades de processamento exclusivo de açúcar (os 5% restantes) (BNDES,
2008).
Há diversos entraves ainda a serem enfrentados por essa tecnologia, porém espera-se
que além da matéria-prima de cana de açúcar, outros materiais lignocelulósicos também
sejam utilizados para produção de etanol, aumentando a eficiência do processo e
favorecendo a dispersão da biomassa em diferentes regiões para fins energéticos.
Biodiesel
O biodiesel é um combustível que pode ser produzido a partir de uma série de matérias-
primas (óleos vegetais diversos, gordura animal, óleo de fritura) através dos processos
de transesterificação e craqueamento. O processo que tem apresentado resultados
técnico-econômicos mais satisfatórios é a transesterificação, no qual ocorre uma reação
entre o óleo vegetal e um álcool (metílico ou etílico), na presença de um catalisador, e
cujos produtos são um éster de ácido graxo (biodiesel) e glicerina.
Segundo Ramos et al. (2003) e Ramos & Wilhelm (2005), dentre as fontes de biomassa
mais adequadas e disponíveis para a consolidação de programas de energia renovável,
os óleos vegetais têm sido investigados não só pelas suas propriedades, mas também por
representarem alternativa para a geração descentralizada de energia, atuando como forte
apoio à agricultura familiar, criando melhores condições de vida (infraestrutura) em
regiões carentes, valorizando potencialidades regionais e oferecendo alternativas a
problemas econômicos e sócio-ambientais de difícil solução (CAMARA, 2006).
Segundo Saad et al. (2006), nem todo óleo vegetal pode ou deve ser utilizado como
matéria-prima para a produção de biodiesel. Isso porque alguns óleos vegetais
apresentam propriedades inadequadas que podem ser transferidas para o
biocombustível, tornando-o inadequado para uso direto em motores do ciclo diesel.
Exemplos: a) uma propriedade indesejada é o alto índice de iodo, que torna o biodiesel
mais susceptível à oxidação e inadequado para uso direto em motores do ciclo diesel; b)
viscosidades muito altas são tecnicamente indesejáveis; por exemplo, o óleo de mamona
é muito viscoso (~239 mm2/s) e, por consequência, produz ésteres de viscosidade (~14
mm2/s) superior aos limites estabelecidos pela especificação do motor.
Além disso, o balanço energético depende dos fatores considerados pelos autores, que
pode somar à energia do biocombustível a energia contida em subprodutos, como o
farelo da soja, por exemplo, o que diminui as perdas do processo. A mão-de-obra é um
fator muitas vezes desconsiderado no gasto energético (SILVA e FREITAS, 2008).
De acordo com Zhang et al. (2003), um dos principais obstáculos para implementação
dos programas de biodiesel é o alto custo de produção. Em geral o custo é bastante
variável, pois depende principalmente da matéria-prima, do processo utilizado e local de
produção do biocombustível. Com o aumento da demanda pelo biocombustível é
esperado que a aumente a produção de oleaginosas, propiciando com esse ganho de
escala, uma redução nos custos de produção. Porém, se a questão de competição entre
produção de alimentos e combustível prevalecer, haverá a valorização da produção de
grãos e aumento nos custos de produção.
A venda de diesel B4 é obrigatória em todos os postos que revendem óleo diesel, sem
haver necessidade de qualquer ajuste ou alteração nos motores e veículos que utilizem
essa mistura.
Dendroenergia
O aproveitamento da madeira como fonte de energia pode ser considerado a forma mais
antiga de utilização de biomassa, pois a partir dela é produzida a lenha, ainda hoje
empregada para cocção e calefação.
Três segmentos industriais que usam madeira podem ser destacados: serrarias,
movelarias e indústrias de papel e celulose, sendo que a madeira utilizada para produção
de energia deriva dos próprios processos industriais.
A madeira aproveitada para a geração de energia deriva das cascas e aparas das árvores
processadas. Ainda pode ser considerado, neste segmento, um outro tipo de biomassa
denominado lixívia ou licor negro, obtido através do processo de cozimento da madeira
para produção de celulose, denominado processo sulfato ou “kraft” (VELÁZQUEZ,
2000).
O aproveitamento mais comum dos resíduos gerados neste segmento industrial consiste
em transformar a lenha em carvão vegetal, que pode ser consumido em indústrias
siderúrgicas, ou mesmo no setor residencial.
Carvão vegetal
O carvão vegetal é mais calórico do que a lenha e, quando queimado, libera menos
fumaça. As tecnologias de carbonização sofreram muitos avanços. O processo de
produção do carvão vegetal ocorre em altas temperaturas, na faixa de 450 a 600ºC na
ausência de oxigênio.
Os dois fornos mais comuns no Brasil são o forno rabo-quente, construído de tijolos
comuns, geralmente sem chaminé com uma porta e volume efetivo de 4,5 e 250
toneladas de madeira com diâmetro de 3 a 7 metros, e o forno superfície ou colmeia,
também construído com tijolos comuns, possui de 1 a 6 chaminés, uma ou duas portas e
capacidade entre 17,5 e 75 toneladas de madeira. Nesses fornos a carbonização da
madeira é simétrica, o custo de construção é baixo e podem ser construídos próximo às
florestas; entretanto, não é possível controlar a temperatura e a concentração de
oxigênio (ROSILLO-CALLE; BEZZON 2005).
Existem também os fornos retangulares, nos quais os caminhões podem entrar para
carregar e descarregar madeira e carvão, possibilitando maior controle da temperatura e
aumentando o rendimento de carvão vegetal e derivados. Estes fornos foram testados
por algumas empresas no Brasil (ACESITA e MAFLA) e os resultados apontaram
redução nos custos de produção entre 7% e 15%, além de maiores eficiências, devido
aos grandes volumes e qualidade equivalente ou superior, que podem ser produzidos em
cada batelada.
Biogás
A conversão energética do biogás pode ser apresentada como uma solução para o
grande volume de resíduos produzidos por atividades agrícolas e pecuárias, destilarias,
tratamento de esgotos domésticos e aterros sanitários, visto que reduz o potencial tóxico
das emissões de metano ao mesmo tempo em que produz energia elétrica, agregando,
desta forma, ganho ambiental e redução de custos (COSTA, 2002).
O biogás pode substituir outros combustíveis utilizados na indústria. Como pode ser
verificado na Tabela 6.1, com 1Nm³ de biogás obtem-se a energia equivalente à de 1,5
kg de lenha ou 0,74 kg de carvão mineral, por exemplo.
Visto que é uma fonte primária de energia, o biogás pode ser utilizado para iluminação
de residências, aquecimento de água, além de aquecimento de caldeiras e fornos em
usos industriais. O biogás não é tóxico, porém atua sobre o organismo humano diluindo
o oxigênio, o que pode provocar morte por asfixia. Não é solúvel em água e sua
combustão não libera resíduos (LIMA, 2005).
Conversão do biogás
A geração de energia elétrica com biogás pode ser feita com grupos moto-geradores
semelhantes àqueles conhecidos comercialmente, através de motores de combustão
interna a diesel, gasolina ou gás ou turbinas a gás, todos adaptados para queimar biogás.
Uma das barreiras para a recuperação da energia do biogás foi a necessidade de grandes
quantidades de resíduos, gerando grandes quantidades de biogás para alimentar
máquinas com potências maiores, em geral a partir de 500 kW. Entretanto,
recentemente foi introduzida no mercado norte-americano a tecnologia de
microturbinas, equipamentos fornecidos com potências para escalas inferiores a 100 kW
e já disponíveis para utilização de biogás.
Nesta faixa de potência estão 24% da população dos municípios (entre 50 mil e 230 mil
habitantes), representando cerca de 150 MW de potência descentralizada. Podem ser
encontradas instalações para geração de energia elétrica por microturbinas alimentadas
por com biogás nos EUA já neste ano de 2001. O pequeno porte destes sistemas
aumenta a flexibilidade da operação, possibilitando a geração de energia em pequenas
localidades, o que amplia o espectro de localidades com potencial para a recuperação de
biogás, principalmente no Brasil.
Uma vez que apenas aterros bem gerenciados e estações de tratamento de esgoto têm
condições de implementar tal ação, essa geração de energia também servirá como
incentivo ao bom gerenciamento sanitário.
Considerando-se as 60.000 toneladas de lixo de lixo geradas no país por dia e a taxa de
coleta de 80 %, tem-se a geração de 650.000 toneladas de metano por ano.
Considerando-se o fator de 2.000 t de metano/ano.MW, pode-se estimar que o potencial
de geração de energia elétrica pelos resíduos sólidos urbanos no Brasil seja de 300 a 500
MW.
O biogás é uma fonte de energia renovável e, portanto, sua recuperação e seu uso
energético apresentam vantagens ambientais, sociais, estratégicas e tecnológicas
significativas. Considerando que os lixões apresentam geração de biogás (metano) e
que, sem captação/utilização, esta emissão tem impactos importantes no aquecimento
global do planeta e na contaminação do lençol freático em nível regional, a utilização do
biogás para geração de energia acaba por ser um forte candidato a projetos de
comercialização de créditos de carbono. Tanto este fato é verdade que muitos países da
União Europeia comprometidos com a redução das emissões de gases efeito estufa estão
investindo significativamente em projetos de geração de energia com biogás.
A tecnologia da digestão anaeróbia foi trazida para o Brasil com a crise do petróleo na
década de 1970. Diversos programas de difusão foram implantados no nordeste, porém
os resultados não foram satisfatórios e os benefícios obtidos não foram suficientes para
dar continuidade ao programa (COELHO et al., 2001).
De acordo com Pecora (2006), com o choque do petróleo, diversos países buscaram
alternativas para sua substituição, acarretando em um grande impulso na recuperação de
energia gerada pelos processos de tratamento anaeróbio. Porém, as soluções para os
problemas de desenvolvimento devem ser apropriadas às necessidades, capacidades e
recursos humanos, recursos financeiros e cultura. Deste modo, o impulso recebido
durante a crise não chegou a substituir os recursos não renováveis por fontes
renováveis.
http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/biodiesel.htm
Biodiesel
O que é biodiesel, materias-primas (grãos, soja, mamona, dendê,
girassol), produção, combustível,
utilização, vantagens do biodiesel, desvantagens, etanol
O que é o biodiesel
Vantagens do biodiesel:
Desvantagens do biodiesel
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
40422009000300004
Química Nova
Print version ISSN 0100-4042
Quím. Nova vol.32 no.3 São Paulo 2009
doi: 10.1590/S0100-40422009000300004
ARTIGO
Biomassa e energia
ABSTRACT
Biomass was the dominating source of energy for human activities until the middle
19th century, when coal, oil, gas and other energy sources became increasingly
important but it still represents ca. 10% of the worldwide energy supply. The major
part of biomass for energy is still "traditional biomass" used as wood and coal
extracted from native forests and thus non-sustainable, used with low efficiency for
cooking and home heating, causing pollution problems. This use is largely done in
rural areas and it is usually not supported by trading activities. There is now a
strong trend to the modernization of biomass use, especially making alcohol from
sugar cane thus replacing gasoline, or biodiesel to replace Diesel oil, beyond the
production of electricity and vegetable coal using wood from planted forests. As
recently as in 2004, sustainable "modern biomass" represented 2% of worldwide
energy consumption. This article discusses the perspectives of the "first" and
"second" technology generations for liquid fuel production, as well as biomass
gaseification to make electricity or syngas that is in turn used in the Fischer-
Tropsch process.
INTRODUÇÃO
Com a Revolução Industrial que se iniciou com o uso das máquinas a vapor no fim
do século 18, a importância do carvão, que era pequena, usado principalmente
para aquecimento residencial, aumentou para 15% em 1850 e cresceu rapidamente
para 50% no fim do século 19.3 A Figura 3 mostra duas das projeções existentes
indicando também a importância crescente da energia solar e o declínio da
contribuição das fontes fósseis de energia.
Daí para frente petróleo e gás se tornaram dominantes. Há duas explicações para
isso: em primeiro lugar, líquidos como petróleo e gás eram mais fáceis de
transportar e deram origem a novas formas de utilização de combustíveis, como
motores de combustão interna (ciclos Otto ou Diesel). Além disso, o uso de
biomassa na forma primitiva e freqüentemente predatória com que era usada
causava desmatamento e degradação do solo é, portanto, desaconselhável. Por
essa razão tornou-se conhecido como o combustível dos mais pobres e
subdesenvolvidos. O que ocorreu, contudo é que, a partir das últimas décadas do
século 20, a "biomassa moderna" começou a representar uma contribuição
crescente e está, portanto, em plena recuperação.
Assim como outras opções de energia renovável, o potencial teórico para a energia
da biomassa é enorme. Dos aproximadamente 100.000 Terawatts de fluxo de
energia solar que atingem a superfície da Terra, cerca de 4.000 Terawatts atingem
os 1,5 bilhões de hectares de plantações existentes no mundo. Admitindo que as
tecnologias de biomassa moderna possam atingir uma eficiência da conversão
energética de 1%, essas plantações poderiam, em teoria, produzir 40 Terawatts de
fluxo de energia, ou mais de 3 vezes o atual fluxo de abastecimento global de
energia primária de 14 Terawatts. Essa comparação não tem a intenção de sugerir
que todas as terras cultiváveis deveriam ser usadas para a produção de energia,
mas somente para ilustrar que há espaço para uma expansão significativa da
contribuição energética da biomassa moderna, dado que essa contribuição foi
estimada em somente 0,17 Gigawatts em 2003.11,12
Com o crescente aumento dos preços de óleo e gás natural, e com os novos
incentivos gerados pela emergência do mercado de carbono, o gás de aterros
sanitários, bagaço da cana-de-açúcar, biodiesel, madeira de reflorestamento, e
esquemas resíduo-energia estão também se tornando opções atrativas. Baseado
nas atuais tendências no desenvolvimento tecnológico, espera-se que os custos de
recuperação da energia de biomassa se reduzam em até dois terços em 20 anos.12
REFERÊNCIAS
4. Larson, D. E.; Biofuel production technologies: status and prospect. In: United
Nations Conference on Trade and Development.
http://r0.unctad.org/ghg/events/biofuels/LarsonAHEM19%20June%202007.pdf,
acessada em Novembro 2007. [ Links ]
9. USDA, 1995; Estimating the Net Energy Balance of Corn Ethanol. Report by
Shapouri, H., Duffield, J.A., Graboski, M.S. U.S. Department of Agriculture,
Economic Research Service, Office of Energy. Agricultural Economic Report No. 721.
July, 1995. Available at:
http://www.ers.usda.gov/publications/aer721/AER721.PDF, acessada em
Novembro 2008. [ Links ]
10. Goldemberg, J.; Coelho, S. T.; Energy Policy 2004, 32, 711. [ Links ]
11. Somerville, C.; Energy from Biomass. Workshop presentation for the
InterAcademy Council study report, Lighting the Way: Toward a Sustainable Energy
Future, 2005, IAC, Amsterdam. [ Links ]
http://www.renabio.org.br/arquivos/p_biodiesel_etanol_25930.pdf