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INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA

MARIA KARINE GUASSELLI DE SOUZA

RESENHA SOBRE O LIVRO PEDAGOGIA DA AUTONOMIA DE PAULO FREIRE

LAGES
2018
MARIA KARINE GUASSELLI DE SOUZA

RESENHA SOBRE O LIVRO PEDAGOGIA DA AUTONOMIA DE PAULO FREIRE

Resenha apresentada à disciplina de:


Gestão do Projeto Pedagógico do curso de
Pós-graduação, Lato Sensu: Especialização
em gestão Escolar do Instituto Federal de
Santa Catarina. Professora: Ana Maria
Roeber.
.

LAGES
2018
Resenha sobre o livro Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire

Paulo Freire foi um educador, pedagogo e filósofo brasileiro. É considerado


um dos pensadores mais célebre na história da pedagogia mundial, tendo
influenciado o movimento chamado pedagogia crítica. Paulo Freire Construiu, no
início do ano de 1960, um revolucionário método de alfabetização com empenho em
ensinar os mais pobres, especialmente jovens e adultos.

O referido autor escreveu inúmeras obras direcionadas a educação, dentre


elas destaca-se Pedagogia da Autonomia Saberes Necessários à Prática Educativa.
As ideias retomadas nesta obra resgatam de forma atualizada e provocativa
questões que no dia a dia do professor continuam a instigar o conflito e o debate
entre os educadores e as educadoras.

Nas Primeiras Palavras do livro Paulo Freire faz um convite para que o leitor
crítico interfira no texto incorporando novos elementos na análise. Ao justificar a
retomada de temas, utilizados em textos anteriores, Freire explica que o que faz não
é repetir o que ele já havia escrito, pois o seu próprio pensamento se transformou
levando a rever suas próprias reflexões, a partir de novos ângulos. Freire deixa
explicita a sua consciência de que todo conhecimento é inacabado, no sentido de
que é, um processo que se desenvolve continuamente, incorporando novos
elementos. Jamais deixando de questionar a si mesmo, essa visão freiriana parte da
ideia de que o próprio ser humano é um projeto ainda incluso.

No Capítulo 1 Paulo Freire apresenta uma primeira reflexão sobre a prática


docente, nesse sentido ele defende a tese de que não há docência sem discência,
pois ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua
produção ou a sua construção, com humildade e amorosidade, diminuindo a
distância entre a teoria e a prática.

Para o referido autor ensinar exige rigorosidade metódica no sentido de que é


preciso: instigar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade; estimulá-lo para
que ele compreenda que o mundo se transforma e que ele pode ser um dos
principais agentes de transformação desse mundo, mas que primeiro é necessário
compreender de forma crítica e reflexiva a própria realidade. Nesse sentido para
estabelecer verdadeiras condições de aprendizagem o professor (a) não pode
apresentar-se didaticamente tradicional, mas possibilitar aos educandos a
emancipação social, considerando que além do conhecimento existente, existem
outros a serem construídos.

Ensinar exige pesquisa. Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem


ensino. Todo professor tem que se assumir como pesquisador, pois a pesquisa é
essencial para desconstruirmos e construirmos novos conceitos, e assim evoluir
pessoalmente, profissionalmente e socialmente.

Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos. Nesse sentido o


professor deve sempre partir da realidade concreta, da vivência, das características
sociais, políticas e culturais de onde o educando vive. Por exemplo, discutir a
poluição a partir dos riscos que os lixões trazem à saúde. O fundamental é sempre
articular o conteúdo a vivência do aluno, para que ele dê significado ao que aprende
Por isso é preciso estabelecer uma necessária “intimidade” entre os saberes
curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como
indivíduos.

Ensinar exige criticidade. Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos
move e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos,
acrescentando a ele algo que fazemos. Sendo assim, temos o dever como
educadores de instigar esta curiosidade nos educandos, para que os mesmos
passem da curiosidade ingênua para a epistemológica.

Ensinar exige estética e ética / A corporificação das palavras pelo exemplo.


Nesse sentido a prática educativa tem de ser, em si, um testemunho rigoroso de
decência e de pureza, onde, oensino dos conteúdos não pode dar-se alheio à
formação moral do educando não é possível mudar e fazer de conta que não
mudou. É que todo pensar certo é radicalmente coerente (p.34); Que podem pensar
alunos sérios de um professor que, há dois semestres, falava com quase ardor
sobre a necessidade da luta pela autonomia das classes populares e, dizem que não
mudou, faz discurso pragmático contra os sonhos e pratica a transferência de saber
do professor para o aluno?! Que dizer da professora que, de esquerda ontem,
defendia a formação da classe trabalhadora e que, pragmática hoje, se satisfaz,
curvada ao fatalismo neoliberal, com o puro treinamento do operário, insistindo,
porém, que é progressista?
Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de
discriminação. A tarefa coerente do educador que pensa certo é, desafiar o
educando á produzir sua compreensão do que vem sendo comunicado. Ensinar com
igualdade, pois a grande tarefa de quem pensa certo não é transferir, depositar
conhecimentos, mas sim desafiar o outro á buscar sua própria compreensão.

Ensinar exige reflexão crítica sobre a prática, nesse sentido, o professor


progressista é aquele que aceita criticas e aceita a mudança, por isso, estabelece
uma formação permanente, que lhe permite rever conceitos e ideias sempre em prol
de melhorar a qualidade do ensino, pois é pensando criticamente a prática de hoje
ou de ontem que se pode melhorar a própria prática.

Ensinar exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural. Às


vezes, mal se imagina o que pode representar na vida de um aluno um simples
gesto do professor. O mais importante numa escola não é o material, o espaço
físico, mas sim a docência, o olhar do professor com o indivíduo.

No capítulo 2 Paulo Freire destaca que ensinar não é transferir conhecimento,


mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.
Quando entro em uma sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, à
curiosidade, às perguntas dos alunos, a suas inibições.

Ensinar exige consciência do inacabado, pois é preciso ter clareza de que o


conhecimento nunca é estanque, mas que sofre modificação, pois o próprio homem
se transforma. O conhecimento que se afirma hoje, daqui há alguns anos, meses ou
dias pode ser visto de outra maneira, somos seres em um planeta em constante
imutabilidade. Na verdade, o inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da
experiência vital, o inacabamento de que nos tornamos conscientes nos fez seres
éticos. Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei que minha passagem pelo
mundo não é predeterminada, preestabelecida. Que meu “destino” não é um dado,
mas algo que precisa ser feito e de cuja responsabilidade não posso me eximir.
Gosto de ser gente porque a História em que me faço com os outros e de cuja
feitura tomo parte é um tempo de possibilidades e não de determinismo. Daí que
insista tanto na problematização do futuro e recuse sua inexorabilidade.
Ensinar exige o reconhecimento de ser condicionado. Gosto de ser gente
porque, mesmo sabendo que as condições materiais, econômicas, sociais e
políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre
barreiras de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar
o mundo, sei também que os obstáculos não se eternizam.

Ensinar exige respeito à autonomia do ser do educando. O professor


autoritário, afoga a liberdade do educando, amesquinhando o seu direito de estar
sendo curioso e inquieto. Ter respeito por aquilo que o outro pensa, não é um favor
que estamos fazendo, mas um dever enquanto seres humanos éticos, o
conhecimento enquanto inacabado se desenvolve assim, por meio do diálogo e da
criticidade.

Ensinar exige bom senso. O professor autoritário, o professor licencioso, o


professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor
amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo
e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum desses passa pelos alunos
sem deixar sua marca. Nesse sentido, respeitar os conhecimentos prévios dos
alunos e utilizar uma linguagem de acordo com o público a ser atingido são funções
que um bom professor deve desempenhar.

Ensinar exige humildade, tolerância e luta em defesa dos direitos dos


educandos. Lutar por uma educação de qualidade em prol dos direitos dos
educandos e dos professores é um direito e dever, é uma prática ética. Para Freire o
que não pode acontecer é o professor cansado com o descaso de políticas públicas
com a educação, deixar de fazer um bom trabalho, o ideal seria então que ele deixe
de ser professor, ao invés de fazer um trabalho ruim. A luta dos professores em
defesa de seus direitos e de sua dignidade deve ser entendida como um momento
importante de sua prática docente, enquanto prática ética. Uma das formas de luta
contra o desrespeito dos poderes públicos pela educação, de um lado, é a nossa
recusa a transformar nossa atividade docente em puro bico, e de outro, a nossa
rejeição a entendê-la e a exercê-la como prática afetiva de “tias e tios”.
Reconhecendo-se que a luta é uma categoria histórica, deve-se reinventar a forma
também histórica de lutar.
Ensinar exige apreensão da realidade. Aprender para nós é construir,
reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à
aventura do espírito. Aprender é uma aventura prazerosa e a única coisa que não
podemos tirar de um indivíduo é o conhecimento adquirido, portanto a prática
educativa não pode ser neutra.

Ensinar exige alegria e esperança. A esperança de professor e alunos juntos


podermos aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos igualmente resistir aos
obstáculos à nossa alegria, por isso uma das nossas brigas como seres humanos
deva ser dada no sentido de diminuir as razões objetivas para a desesperança que
nos imobiliza.

Ensinar exige a convicção de que a mudança é possível. Programados para


aprender e impossibilitados de viver sem a referência de um amanhã, onde quer que
haja mulheres e homens há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar, há
sempre o que aprender. Como diz Paulo Freire o mundo não é, o mundo está sendo,
as mudanças acontecem rapidamente e nosso desafio é tomar partido, sem nunca
ficar de forma neutra, deixar clara nossa opinião e tentar mudar o mundo por meio
de nossos atos.

Ensinar exige curiosidade, nesse sentido nenhuma curiosidade se sustenta


eticamente no exercício da negação da outra curiosidade; minha curiosidade não
tem o direito de invadir a privacidade do outro e expô-lo aos demais (p.84). O
fundamental é que o professor e alunos saibam que a postura deles, do professor e
dos alunos, é dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não apassivada, enquanto fala
ou enquanto ouve. O que importa é que professor e alunos se assumam
epistemologicamente curiosos.

No capítulo 3 Paulo Freire apresenta a reflexão de que ensinar é uma


especificidade humana. Como professor não me é possível ajudar o educando a
superar sua ignorância se não supero a minha. Representamos como educadores
uma autoridade em sala de aula, porém o respeito e a liberdade de expressão, são
fundamentais para o desenvolvimento de alunos autônomos.

Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade. A


autoridade do professor deve ser estabelecida, mas com competência, generosidade
e democracia e sem arrogância, mandonismo e ignorância, compreendo o "outro" e
o olhar que ele possui da vida.

Ensinar exige comprometimento: Pelo Exemplo; Falar a verdade; Ser


coerente com o que diz; Ser solidário; Agir politicamente. Por isso o educador
progressista deve ter clara a ideia de que ensinar exige compreender que a
educação é uma forma de intervenção no mundo e que a sua postura não deve
jamais levar a reprodução da ideologia dominante, mas a busca da verdade, do
desmascaramento.

Ensinar exige liberdade e autoridade. O grande problema que se coloca ao


educador ou à educadora de opção democrática é como trabalhar no sentido de
fazer possível que a necessidade do limite seja assumida eticamente pela liberdade.
Por isso, para ter autoridade em sala de aula o professor tem que cobrar limites, ao
mesmo tempo em que compreende as necessidades dos alunos e estimular a
curiosidade com afetividade.

Ensinar exige tomada de consciência das decisões, pois sozinhos não


podemos transformar o país, mas é possível tentar mudar, com nossa forma de agir
na escola que lecionamos, com nossos alunos.

Ensinar exige saber escutar, respeitar a leitura de mundo do outro, possibilitar


o diálogo, a reflexão, pois a educação se dá de forma horizontal onde professor e
aluno constroem conhecimento juntos, e não de maneira vertical, de cima para
baixo. Escutar vai além da possibilidade auditiva, é saber ouvir o outro para abordar
um ponto de vista diferente, respeitando a leitura do mundo do outro. Não é falando
dos outros, de cima para baixo, sobretudo, como se fôssemos os portadores da
verdade a ser transmitida aos demais, que aprendemos a escutar, mas é escutando
que aprendemos a falar com eles.

Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica. O discurso ideológico


nos ameaça de anestesiar a mente, de confundir, das coisas, dos acontecimentos.
Por isso, Não podemos escutar, sem um mínimo de reação crítica, discursos como
estes: "O negro é geneticamente inferior ao branco. É uma pena, mas é isso o que a
ciência nos diz"; "Nós já sabemos o que o povo quer e do que precisa. Perguntar-lhe
seria uma perda de tempo"; "O saber erudito a ser entregue às massas incultas é a
sua salvação"; "Maria é negra, mas é bondosa e competente"; "Você sabe com
quem está falando?"; "Que vergonha, homem se casar com homem, mulher se casar
com mulher"; "O governo tem que investir mesmo é nas áreas onde mora gente que
paga imposto" "Você não precisa pensar. Vote em fulano, que pensa por você"
"Você, desempregado, seja grato. Vote em quem ajudou você. Vote em fulano de
tal.". O que os dominadores querem é justamente isso, a reprodução do que eles
dizem e fazem, para que a população continue sendo dominada, excluída e
segregada. Nesse caso a educação emancipadora deve justamente se contrapor a
tudo isso, ensinado o aluno a pensar certo, com respeito, análise e criticidade.

Ensinar exige disponibilidade para o diálogo. Não sou o redentor do saber,


mas procuro dialogar com quem quer ouvir e falar, praticando assim os saberes
necessários as práticas educativas. Porque é na troca destes diferentes saberes que
enriquecemos nossas práticas pedagógicas e obtemos discernimento para observar
o que é certo e errado e agir conforme nossos conhecimentos. Sendo assim, como
educadores e educadoras progressistas não apenas não podemos desconhecer a
televisão, mas devemos usá-la , sobretudo, discuti-la.

Condenar a televisão como um todo deve estar fora do contexto, pois ainda é
a ferramenta mais utilizada pelos indivíduos da sociedade atual, mas quando nos
dispusermos á assistir temos que fazer de maneira crítica; vigiando o que
absorvemos desse meio de comunicação tão popular, mas formador de opinião e
muitas vezes devastador.

Ensinar exige querer bem aos educandos. Lido com gente e não com coisas.
O educador progressista precisa estar convencido como de suas conseqüências é o
de ser o seu trabalho uma especificidade humana. Por isso Freire destaca que o
professor deve sim, ajudar o aluno quando ele estiver passando por problemas,
desde que não prejudique o tempo de aula, porque quando o educador acolhe as
necessidades que o aluno está passando, ele não está sendo assistente social ou
psicólogo, ele está sendo humano, condição indispensável para um educador
progressista e emancipador.

Considera-se que neste livro ficou evidente o respeito, o diálogo e o amor que
todo educador deve dispor com seus educandos, no processo de ensinar e
aprender, a fim de formar um cidadão com autonomia e criticidade, capaz de superar
as dificuldades encontradas no caminho e transformar o mundo por meio do
conhecimento.
Referência

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática


educativa. 50. ed., São Paulo: Paz e Terra, 2015.

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