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ESTUDO DE CASO

Volkswagen: do Fusquinha aos ônibus e caminhões


É possível existir uma fábrica que não fabrique nada? Estudos feitos alguns
anos após a instalação do Consórcio Modular mostram que nem tudo foi fácil e que
alguns problemas aconteceram, levando a Volkswagen a corrigir alguns deles.

O Volkswagen (sedã), apelidado carinhosamente de Fusca, é um dos carros mais


populares do Brasil. Ele surgiu na década de 1930 a partir da concepção de um carro
que fugisse dos padrões dos automóveis caros, feitos por encomenda, vigentes à época.
O “Volks Wagen” (expressão alemã para carro popular) acabou sendo o embrião de
um dos gigantes mundiais na fabricação de veículos.
Com sede em Wolfsburg, na Alemanha, o Grupo Volkswagen tem 47 fábricas
distribuídas em 19 países, sendo que cinco dessas unidades estão no Brasil. Conta com
quase 350 mil funcionários, distribui sua marca por 150 países e entrega mais de 5
milhões de carros novos por ano. O famoso Fusca, que já não é mais fabricado desde
2003, é parte da história de uma empresa que tem mais de 30 modelos de automóveis
circulando pelos diversos mercados mundiais, dentre eles a série de carros com a
marca Audi, reconhecidos como carros de luxo.
Embora a Volkswagen tenha destaque mundial na produção de veículos e de
motores, a marca inovou ao introduzir, em uma de suas fábricas, um novo conceito para
a fabricação de ônibus e caminhões: o Consórcio Modular, instalado na fábrica de
Resende, no Rio de Janeiro. Essa fábrica, certificada segundo as normas ISO TS e
ISO 14000, representou um investimento de 250 milhões de dólares para o Grupo
Volkswagen e teve como novidade o fato de trazer para dentro da fábrica os principais
fornecedores para a montagem de veículos. Dez anos após a inauguração, a fábrica já
produziu mais de 100 mil caminhões e ônibus, mantendo uma capacidade para
produção de quase 58 mil veículos por ano, distribuídos em 24 modelos de caminhões e
oito chassis de ônibus, produtos estes que são exportados para 31 países.
A linha de montagem da fábrica foi construída em apenas 153 dias e ocupa uma
área de um milhão de metros quadrados, com 110 mil metros quadrados de prédios.
Atuam na planta sete parceiros que montam conjuntos completos de produtos ou
componentes (kits) que são utilizados na fabricação dos produtos: a Maxion
(montagem do chassi), a Remon (rodas e pneus), a Arvin Meritor (eixos e
suspensão), a Powertrain (motores), a AKC (armação da cabina), a Carese (pintura)
e a VDO (tapeçaria). Cabe a esses fornecedores atuar diretamente na linha de
produção dos ônibus e caminhões, e não somente entregar seus produtos no sistema
just-in-time.
Entretanto, esses parceiros não participam do lucro final da produção;
continuam atuando e recebendo como fornecedores, mas com a incumbência adicional
de montar (ou aplicar) os produtos que vendem. Tem como vantagem, dentre outras,
o compartilhamento das instalações com a Volkswagen (inclusive restaurante e
ambulatório médico). À Volkswagen cabe o controle de qualidade da produção e a
atividade de desenvolvimento do produto; ela tem como vantagens a redução nos
custos de produção e a redução da necessidade de investimentos em estoque. Além
disso, sua linha de montagem climatizada (a primeira no Brasil) opera com esteiras
mecânicas, pontes rolantes e talhas, o que gera diminuição do tempo de produção e
maior produtividade por empregado.
Mas... nem tudo foram flores! Esperava-se que o Consórcio Modular fosse um
novo marco na manufatura de veículos. Acreditava-se que não haveria mais problemas
de produção e que a produtividade seria exemplar. Grande engano! As dificuldades
foram de várias naturezas: estabelecer um padrão único de trabalho dentro de uma
mesma planta, definir responsabilidades, equalizar contratos com os diferentes
fornecedores, definir compartilhamento de perdas em caso de greve de algum módulo da
linha de produção, dentre outros. Isso sem falar no risco de transferência de vantagem
competitiva da Volkswagen para seus fornecedores: a expertise de montagem de carros
seria passada para aqueles que, potencialmente, teriam condições de criar um novo
negócio concorrente ou aproveitar a expertise com outros clientes. A verdade é que
novas fábricas da Volkswagen foram abertas no Brasil, após a de Resende, e em
nenhuma delas foi adotado o Consórcio Modular; o mais perto que se chegou desse
sistema foi a implantação, em algumas fábricas, de um sistema híbrido, com linha de
produção convencional mesclada a módulos.

Caso elaborado por Ana Maria Roux Cesar.


Fontes:< http://www.vw.com.br/universite/conteudo/assuntos/fabricas.htm;
<http://www.correa.com.br/biblioteca/artigos/A22_Simpoi_III_Resende.pdf>.

Questões
1. A fábrica de ônibus e caminhões da Volkswagen, em Resende, ilustra uma
organização mecanística ou orgânica? Explique.
2. Quais são os problemas mais prováveis em um Consórcio Modular?
3. O que pode ser feito para evitar esses problemas?
4. O que a Volkswagen fez? (Essa resposta envolve uma pesquisa em artigos
publicados sobre o tema. Há vários publicados).
5. Quais alternativas você sugeriria para esse tipo de organização?

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