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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 8º VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE LONDRINA-PR

Autos nº.

THIAGO, já devidamente qualificado nos autos em


epigrafe, por seu advogado que está subscreve (procuração anexa), não se
conformando com a respeitável sentença que a condenou o apelante às penas do art.
157, §2º, incisos I e II do Código Penal, vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência, dentro do prazo legal, com fundamento no art. 593, inciso I, do Código de
Processo Pena, interpor

RECURSO DE APELAÇÃO

Requer seja recebida e processada a presente apelação e


encaminhada, com as inclusas razões, ao Egrégio Tribunal de Justiça.

Termos em que,
pede deferimento.

LONDRINA, 30 DE OUTUBRO DE 2017

Advogado
OAB Nº...

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR DO EGRÉGIO


TRIBRUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

APELANTE: Thiago
APELADO: Justiça Pública

PROCESSO: N.º...

Egrégio Tribunal de Justiça,

Colenda Câmara,

Douto Procurador de Justiça.

Em que pese o indiscutível saber jurídico do Meritíssimo


Juiz a quo, impõe-se a reforma da respeitável sentença proferida contra o Apelante,
pelas razões de fato e de fato e de direito a seguir expostas.

I- DOS FATOS

Thiago, ora Apelante, foi acusado por crime de roubo


qualificado pelo emprego de arma de fogo e concurso de agentes, previsto no artigo
157, §2º, incisos I e II do Código Penal, vez que juntamente com o seu companheiro
BENEDITO, subtraíram uma bateria de caminhão a qual pertencia a vítima, NILTON,
sob a mira de uma arma de fogo.

A suposta arma de fogo usada utilizada NÃO FOI


APREENDIDA.

Sendo assim, ao ser realizado a dosimetria da pena, o


apelante foi condenado por uma pena de 08 (oito) anos e 04 (quatro) meses de reclusão
e 185 (cento e oitenta e cinco) dias-multa, levando em consideração os antecedentes,
as condições pessoais as quais se apresentaram como “desfavoráveis”, bem como de
que os fatos teriam ocorridos sobre a premissa de que a obtenção do objeto teria sido
para a manutenção de vicio em sustâncias entorpecentes, além de os acontecimentos
teriam ocorridos no período avançado (madrugada), objetivando a diminuição de
resguardo e a capacidade defensiva da vítima. Vale ressaltar ainda, que a pena final foi
agravada em 1/3, vez que a pena base seria de 06 (seis) anos e 06 (seis) meses de
reclusão e 139 (cento e trinta e nove) dias -multas.
Portanto tal decisão não se mostra correta, devendo,
portanto, ser reformada.

II- DO MÉRITO

Preliminarmente, no que consta a autoria do crime, não


nega o réu ter subtraído o objeto pertencente à vítima, Nilton, vez que em seu
depoimento perante as autoridades policiais confessa ter praticado a conduta delituosa.

Contudo, ao analisar a sentença proferida pelo juízo a quo


e pela denúncia oferecida, podemos observar que o ocorrido não se encontra de acordo
com o disposto no nosso sistema jurídico, como podemos observar melhor o disposto
no artigo 157, caput do Código Penal

“Art. 157– Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para


outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou
depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa”.

No entanto, no que tange ao depoimento dos policias, os


mesmo o narrado na denúncia pela vítima. Ora pois, a própria vítima na esfera judicial
acaba por se contradizer em relação ao seu primeiro depoimento, passando a não
confirmar a suposta ameaça narrada, já que naquela oportunidade, relata der decido
do caminhão e começado a gritar, quando um dos indivíduos desce da motocicleta e o
faz deitar no chão, o ameaçando de morte, não fazendo nenhuma menção ao uso de
arma de fogo.

A simples ameaça de morte não pode se configurar como


grave ameaça, uma vez que não impede a vítima de esboçar uma reação e assim, não
se enquadrando na tipificação do crime de roubo.

Frisa-se ainda, que a suposta arma de fogo não foi


apreendida, deixando então se ser realizada uma perícia técnica para que fosse
comprovada a materialidade delitiva, a qual é indispensável para a comprovação dos
fatos. Além do mais, o acusado tão somente confessou o furto, como negou a prática
de qualquer tipo de ameaça.
Desta forma resta-se evidente que a conduta não se
enquadra no disposto no artigo 157 do Código Penal e sim nos ditames do artigo 155,
também do Código Penal. Requer-se, portanto, que haja a desclassificação do crime
de roubou (art. 157) para o crime de furto (art. 155).

Assim, podemos destacar o posicionamento dos Tribunais, conforme o que foi dito
anteriormente:

"Inexistência de grave ameaça – TACRSP: "Sem fazer o autor qualquer gesto


insinuando que esteja armado ao exigir dinheiro, nem encostar na vítima, o
temor desta, por si só, não se presta para a perfeita tipificação do delito de
roubo, que reclama a ocorrência da violência ou grave ameaça" (RJDTACRIM
91/300).(grifos e negritos nossos).

TACRSP: "Para que se configure a grave ameaça, é preciso que ela seja
séria e efetiva, a fim e impedir que as vítimas resistam, sendo certo que, a
simples ordem de entrega de objetos, ainda que aliada ao número de agentes,
não se mostra bastante e suficiente para configurar o crime de roubo"
(RJDTACRIM 23/298). (grifos e negritos nossos).

TACRSP: "Para fins de tipificação de roubo, não se pode considerar


grave uma ameaça verbal de morte recebida de agente visivelmente embriagado,
que afinal, foi até apontado como dependente do álcool" (JTACRIM 98/281). (grifos e
negritos nossos).

TACRSP: Temor da vítima por outra razão: inexistência de roubo – "O


temor da vítima, no roubo, deve ser produzido pelo sujeito ativo. Se ela se achar
aterrorizada por motivos que são estranhos ao agente, não haverá roubo, mas
furto"(RT 523/401). (grifos e negritos nossos).

Ainda, podemos observar conforme o entendimento do


Supremo Tribunal Federal no julgamento do HC 117.819/MG:

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS


CORPUS. SUBTRAÇÃO DE COISA ALHEIA MÓVEL.
CONDENAÇÃO PELA PRÁTICA DO CRIME DE ROUBO.
GRAVE AMEAÇA NÃO CONFIGURADA.
DESCLASSIFICAÇÃO PARA O DELITO DE FURTO.
ORDEM CONCEDIDA. 1. A conduta típica no crime de roubo
é composta pela subtração da coisa alheia móvel, conjugada
com o emprego de grave ameaça ou violência à pessoa, nos
termos do artigo 157 do CP. 2. A grave ameaça é o
constrangimento ou a intimidação provocada na vítima a fim de
subtrair um bem móvel de sua propriedade. Trata-se de um
elemento subjetivo, tendo em vista a necessidade de se analisar,
no caso concreto, se o ato praticado pelo agente foi realmente
capaz de incutir na vítima um temor fundado e real. Contudo, o
caráter subjetivo da grave ameaça não dispensa a correlação de
proporcionalidade e razoabilidade que deve existir entre a
conduta praticada pelo agente e a ameaça sentida pela vítima.

Caso Vossa Excelência se posicione no mesmo sentido


de que o magistrado, entendendo que há o crime de roubo e não o de furto, pede-se
que seja analisada o uso de arma de fogo, previsto no artigo 157 §2º , inciso I do
Código Penal, devendo ser afastada a agravante, vez que não existe provas de que a
mesma foi utilizada e nem apreendida.

Quanto a dosimetria da pena, vejamos o que dispõe o


artigo 68 do Código Penal:

“Art. 68. A pena-base será fixada atendendo-se ao critério


do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas
as circunstâncias atenuante e agravantes; por último, as
causas de diminuição e de aumento”.

Diante isso, podemos observar que o juízo de primeira


instância antes de aplicar a pena definitiva, ele considera primeiramente os
circunstancias previstas no artigo 59 do Código Penal, o que faz com que a dosimetria
da pena, visto que o disposto no artigo mencionado deveria ser aplicado ao final.

Além disso, ao meu ver, por ser leigo no assunto, não


cabe ao juiz analisar sobre os seus critérios se uma pessoa possui ou não um estado
mental saudável. Ainda, o fato do réu ter frequentado intuição de ensino escolar, bem
como praticar atividades laborais lícitas se caracteriza como considerações favoráveis
a ele, bem como não há provas de que o réu influenciou o corréu e não devendo ser
levado em conta no atual andamento do processo. Portanto pede-se o afastamento da
culpabilidade prevista no artigo 59 do Código Penal.

Não obstante, requer-se, ainda, que seja reconhecida a


atenuante da confissão do réu, com fulcro no artigo 65, III, d do Código Penal, uma
vez que o agente confirma a subtração da bateria do caminhão, a qual foi avaliada às
folhas 20 em R$ 400,00 (quatrocentos reais).
III- DOS PEDIDOS

Ante o exposto requer:

a) Seja reconhecido e provido o presente recurso, sendo reformada a referida


sentença, com base na inexistência de ameaça com emprego de arma de fogo,
bem como a desclassificação do crime de roubo para furto;
b) Subsidiariamente, seja afastada a agravante do emprego de arma de fogo, por
não haver indícios de materialidade;
c) Caso não haja aceitação das hipóteses anteriores, reconhecer o afastamento
das circunstâncias de culpabilidade previstas no artigo 59 do Código Penal;
d) O reconhecimento da atenuante da confissão do réu, com base no artigo 65,
III, d do Código Penal;

Termos em que,
pede deferimento.

LONDRINA, 30 DE OUTUBRO DE 2017

Advogado
OAB Nº...

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