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O AUDIOVISUAL NO TURISMO BRASILEIRO

RESUMO
Os avanços tecnológicos conquistados pós revolução industrial foram responsáveis pela motivação do
lazer na sociedade moderna, tendo como um dos frutos, na atualidade, a busca pelo entretenimento
audiovisual nas horas vagas. O audiovisual tem grande influência na formação de imaginários, por isso,
exerce importância para a motivação turística. Observa-se que os impactos do audiovisual no
turismo é mais difícil de se mensurar em cidades grandes e nos sítios históricos, pois as pessoas
podem visita-los por muitos motivos. A partir deste contexto surge o questionamento alvo deste
estudo: Quais os impactos do audiovisual no desenvolvimento do turismo no Brasil? Para responde-lo
o objetivo geral é: Compreender os impactos do audiovisual no turismo do Brasil. Para atingi-lo é seguida
a metodologia da pesquisa bibliográfica. Obteve-se o resultado que a relação entre turismo e
audiovisual é dicotômica, podendo ter como resultado a valorização de um destino ou a sua
insustentabilidade ambiental.

Palavras-chave: Turismo. Audiovisual. Imagem turística

INTRODUÇÃO
O audiovisual reúne recursos de vídeo e áudio em uma mesma mídia, tendo a
capacidade de captar e transmitir experiências, cultura e saberes. Porém, ao espectador
possibilita apenas a arte de admirar e não de vivenciar o que está sendo retratado, sendo
nessa limitação a sua convergência com o turismo.

A revolução industrial é um importante marco para a compreensão da confluência


entre turismo e o audiovisual. Nessa época viagens a turismo começaram a ser mais
procuradas em função do advento dos primeiros meios de transportes de massa, como o trem,
o qual possibilitou percorrer grandes distancias em um menor tempo. Outra característica
desse período é a diminuição da jornada de trabalho em decorrência da implementação
maquinaria. Tal fato, segundo Dumazedier (1976), motivou a procura pelo lazer na sociedade
moderna, a qual se perpetua até os dias atuais com a busca por filmes, séries, novelas, redes
sociais e etc.

Segundo Hoffmann (2015), os impactos de um filme ou série sobre uma localidade é


mais evidente quando o mesmo é realizado em uma área menor e menos povoada, como por
exemplo a rural. Os impactos do audiovisual no turismo é mais difícil de mensurar em cidades
grandes e nos sítios históricos, pois as pessoas podem visita-lo por muitos motivos. Para
Siqueira (2009), o turismo constrói ou se apropria de imagens e de seus significados, sendo o
audiovisual um ótimo meio para dar configuração as imagens.
A partir deste contexto surge o questionamento alvo deste estudo que é: Quais os
impactos do audiovisual no desenvolvimento do turismo no Brasil? Para responde-lo o objetivo
geral será: Compreender o audiovisual no turismo do Brasil e os específicos: contextualizar o
audiovisual no turismo; identificar exemplos de construção de imagens turísticas brasileiras e
apontar exemplos de impactos do audiovisual no turismo brasileiro.

METODOLOGIA
O processo de desenvolvimento se baseou na metodologia da pesquisa bibliográfica, a qual
consiste em produzir um estudo utilizando-se de fontes estritamente secundárias.

[...] registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos


impressos, como livros, artigos, teses etc. Utilizam-se dados de categorias teóricas já
trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-
se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir de
contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos (SEVERINO,
2007, p.122).

A análise e interpretação dos resultados deste estudo corresponderão a alguns autores


relacionados a temática do lazer, turismo, audiovisual e comunicação.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para Coutinho (2006), o audiovisual é um artefato da cultura que afeta a visão e
audição e tem importância social porque os humanos necessitam de histórias para se
constituir como pessoas, sendo o cinema e a televisão elementos que respaldam essa
carência. Porém, como produtos do capitalismo, o entretenimento também tem os seus
impactos.
As informações recebidas pelas mais diferentes mídias, principalmente pela
televisão, exercem forte influência nos hábitos e costumes da população com grande
poder de manipulação, ditando regras de conduta e de consumo, constituindo-se
num importante veículo de transmissão de informação e de formação de opinião,
pois sabe-se que o seu grande papel não é apenas noticiar um novo produto, mas
fazê-lo uma nova necessidade TONET; MELO (2014, p. 2).

Em uma pesquisa do Statista (2015), 75 % dos brasileiros acreditam que a televisão e


os filmes têm grande influência no modo como as pessoas pensam e agem e para a motivação
de uma viagem não seria diferente. Para La Torre (2014), tanto o audiovisual como o turismo
pertencem ao conjunto da indústria cultural, que é composta por 3 dimensões. Sendo elas:
culturalidade forte, híbrida e funcional (ver anexo A).

A partir da concepção de La Torre (2014) sobre a indústria cultural, percebe-se que o


audiovisual e o turismo se encontram em categorias distintas dentro da mesma, enquanto o
primeiro pertence a culturalidade forte, no qual é presente uma grande criatividade e a
ausência de funções essenciais, podendo ser abordado de múltiplas maneiras perante a
sociedade; o segundo está englobado a culturalidade híbrida, que possui uma função essencial
dentro da cultura, como a arquitetura, publicidade e também as funções recreativas, a qual
não se compõe como uma cultura em si, mas está completamente ligado a ela.

O audiovisual consegue captar com grande propriedade a imagem que deseja


transmitir, podendo através disso levar um indivíduo a conhecer dado local. Porém, para
Siqueira (2009) apenas a imagem não consegue dizer tudo sobre o objeto, sendo que a sua
representação é trabalha por um ângulo específico, sobre a influência de preferências. No
âmbito nacional, o Brasil tem sua imagem em construção desde os primeiros relatos
portugueses enaltecendo a flora, fauna e os nativos.

Segundo De Sá (2002), em âmbito nacional, nas décadas de 1940 com o objetivo de


promover a imagem do país no exterior foi produzido filmes por Walt Disney como: “Alô
amigos” (1941) e “Você já foi a Bahia?” (1944). Nesses filmes são apresentados a flora, a fauna,
alguns clássicos da música e o carnaval brasileiro pelo estereotipado personagem “Zé
Carioca”. Kotler, Haiden e Rein (1994), discriminam imagem de estereótipo no ponto em que
o primeiro demonstra uma imagem simplificada e distorcida, podendo ser favorável ou
desfavorável. Já a imagem é mais pessoal, podendo variar de pessoa para pessoa.

Um exemplo onde se identifica a influência das mídias comunicativas no


desenvolvimento do turismo no Brasil, é quando se analisa a mudança nos processos de
relevância social das praias, um dos mais reconhecidos atrativos nacionais. Segundo Huguenin
(2011), nem sempre as praias foram vistas com o intuito de lazer e na época da colonização
muitas eram locais de proteção militar, servindo também como depósito de rejeitos humanos.
Na Europa, começou-se a utilizar a água salgada como elemento terapêutico, mas essa visão
só chegou no Brasil posteriormente.
[...] um dia Sarah Bernhardt apareceu em Copacabana, caiu n’água e passou horas
sentada na areia. Copacabana ficou badaladíssima. Imediatamente os ricos
abandonaram seus preconceitos e foram para a praia. Todos procuravam imitar a
postura da atriz francesa. Foi aí que os cariocas começaram a criar um estilo de
comportamento à beira-mar. Ainda hoje as mulheres do Rio, mesmo sem saberem,
fazem a linha Divina Sarah nas areias da Zona Sul (HUGUENIN, apud VIEIRA, 2011, p.
18).
A procura estrangeira pelo “favela tour”, também pode ser considerado um reflexo do
audiovisual no turismo, que de acordo com Freire-Medeiros (2006), teve ascensão no ano de
1996 quando o artista Michael Jackson lançou o videoclipe de “They Don’t Care About Us”, o
qual foi gravado no Pelourinho (BA) e no Moro Dona Marte (RJ), mostrando a realidade social
enfrentada pelos mais pobres no país. Ainda segundo a autora, na época da veiculação do
material em diversos países, o governo pedia direito de edição, acusando o vídeo de denegrir
a imagem do Rio de Janeiro. Mas as ao contrário do que se esperava, um novo público foi
instigado a visitar os locais inerentes a segregação brasileira.

No ano de 2011 o país também serviu para a ambientação de grandes produções


audiovisuais internacionais, como os Filmes "Rio" de Carlos Saldanha, " A Saga Crepúsculo
Amanhecer parte 1" de Bil Conton e "Velozes e Furiosos 5: Operação Rio" de Justin Lin.
Aplicando esse conhecimento aos dados do Ministério do Turismo (2015), verifica-se que o
número de desembarques internacionais marcava 6.510.953 em 2009, chegando a 7.902.531
no ano seguinte, alcançando 9.018.507 no ano de 2011, antes disso, não se verificava uma
crescimento expressivo.

E a influência do audiovisual no turismo brasileiro não se atém à esfera receptiva.


Como se verifica, por exemplo, a partir de 2008, ano que se deram início as gravações da
novela “Caminho das Índias”, a quantidade de brasileiros que chegaram ao país aumentou de
forma significativa, de 10.788 em 2007 para 13.140 no ano de 2008 (Ministry of Tourism India,
2011).

Ressalta-se que não se encontra em quantidade expressiva obras que contemplem


aspectos singulares às diferentes culturas presentes no país, por ser um trade muito comercial
e concentrado nos grandes centros urbanos. Porém, deve-se atentar que qualquer divulgação
dos aspectos positivos de um local, tende a atrair mais pessoas para o mesmo e muitas vezes
não se é levado em consideração a sustentabilidade em vários estudos que mostram em
números os benefícios do audiovisual para um destino ou região. Por isso, alerta-se sobre o
cuidado e a preparação que deve haver antes da realização de produções, ainda mais quando
se envolve ambientes naturais e com aspectos socioculturais impares.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
O audiovisual como um fenômeno de grande influência social, tem a capacidade de
direcionar fluxos turísticos. Verificou-se, no Brasil, que o audiovisual foi importante para
mudança de padrões sociais, como a utilização das praias para a pratica de lazer e a
valorização das favelas com os “favelas tour”. A partir desse estudo se pôde perceber a
dicotomia presente no elo do audiovisual e o desenvolvimento sustentável do turismo. No
que tange os objetivos, encontrou-se percalços ao obter estudos com exemplos concretos
sobre o audiovisual e sua influência na motivação turística brasileira. Porém, considera-se que
o pouco conhecimento aqui compartilhado, é relevante para o desenvolvimento de
acadêmicos, para ambos os trades e para a formulação e aplicação de políticas públicas que
favoreçam a convergência sociocultural existentes entre os dois setores. Sugere-se maiores
pesquisas que abordem a temática da sustentabilidade turística e a divulgação midiática.

REFERÊNCIAS

COUTINHO, L. M. Audiovisuais: arte, técnica e linguagem. Brasília: Universidade de Brasília, 2006.


DE SÁ, R. B. V. A imagem do Brasil no turismo. São Paulo: Aleph, 2002, p. 133.
DUMAZEDIER, Joffre. Lazer e cultura popular. São Paulo: Perspectiva, 1976
FREIRE-MEDEIROS, Bianca. O Rio de Janeiro de Holywood em quatro takes. Rio de Janeiro, 2005.
HOFFMANN, N. B. On location film-induced tourism: Sucess and sustainability. 2015. 264 f. Dissertação
(HEREDITATUS CULTURAEQUE SCIENTIAE ) Department of Historical and Heritage Studies
Faculty of Humanities, University of Pretoria. Pretoria, 2015.
HUGUENIN, F. P. S. As praias de Ipanema: liminaridade e proxemia à beira-mar. 2001. 267 f. Tese
(Antropologia Social) - Programa de Pós-graduação em Antropologia Social do Departamento de
Antropologia da UNB. Brasília, Distrito Federal, 2001.
KOTLER, PHILIP; HAIDER, DONALD H.; REIN, IRVING. Mercadotecnia de localidades: Cómo atraer
inversiones, industrias y turismo a ciudades, regiones, estados y países. México: Diana, 1994.
LA TORRE, M.
The Economics of the Audiovisual Industry: Financing TV, Film and Web. Basingstoke: Palgrave
Macmillan, 2014.
MINISTÉRIO DO TURISMO. Desembarques internacionais no país
Disponível em:< http://www.turismo.gov.br/assuntos/15-editoria-c/4909-painel-do-turismo.html>.
Acesso em: 12/12/2017.
MINISTRY OF TOURISM INDIA. Chegada de turistas brasileiros na índia 2009 - 2011. Disponível em:
<http://tourism.gov.in/market-research-and-statistics>. Acesos em: 12 dez. 2017.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo: Cortez, 2007.
SIQUEIRA, E. D. TURISMO, IMAGEM E CULTURA: Representações sociais do Estado e do Poder nos
cartões-postais da cidade do Rio de Janeiro. Revista Rosa dos Ventos, Caxias do Sul – RJ, v. 1, nº
0, p. 11, 2009.
STATISTA. 2015. Do you agree with the statement 'Brazilian TV and movies have much influence on
how people think and act?. Disponível em
:<https://www.statista.com/statistics/723249/attitudes-social-influence-tv-movies-brazil/>.
Acesso em: 14 dez. 2017.
TONET, E. R.; MELO, A. R. A globalização e a influência da mídia na sociedade. Estado do Paraná, Paraná,
vol. 1, p. 16, 2014.
ANEXOS

ANEXO A – DIMENSÕES DA INDÚSTRIA CULTURAL

Culturalidade Forte Culturalidade Híbrida Culturalidade Funcional


Os setores fortemente culturais Os setores híbridos-culturais Os setores funcionalmente
abrangem produtos incluem dois tipos peculiares de culturais é composto
tradicionalmente reconhecidos, produtos e setores: aqueles particularmente de produtos
caracterizados por um que geralmente são úteis para a produção e
elemento criativo original, bem caracterizados por possuir distribuição de produtos
como por sua unicidade e a funções essenciais, podendo culturais. Nesta perspectiva,
ausência de funções essenciais envolver características são produtos trans-
(como performances artísticas, criativas, sendo aquelas de setoriais (definido como
artes visuais, patrimônio quase impossível reprodução patrimônio cultural intangível,
cultural, livros e imprensa, (ou seja, arquitetura, design, história e preservação,
música, rádio, moda e publicidade). Este setor educação e treinamento,
cinema, televisão, DVD, vídeo, também pode englobar equipamentos de suporte.
videogames e novas mídias). produtos ligados à cultura,
visando a realização
de funções recreativas e de
entretenimento (ou seja,
esporte, recreação e turismo).

Fonte: La Torre, 2014

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