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Este relatório é a analise sobre o tema da “Segunda Guerra Mundial” nos livros
didáticos de história, referentes às quinze coleções utilizadas na pesquisa do projeto
“Narrativas nos Livros Didáticos de História: entre diálogos e tensões”. Aqui
poderemos observar recorrências e singularidades apresentadas nos livros didáticos. As
narrativas apresentam pequenas variações em suas apresentações a respeito do tema, e
apontaremos não apenas as semelhanças, mas também vamos observar as pequenas
nuances presentes nas narrativas dos livros didáticos.
Coleção 5 - BOULOS JR, A. História sociedade e cidadania 9º ano. São Paulo. Editora
FTD, 2009.
Coleção 12 - BOULOS JR, A. Projeto radix. 9º ano. Rio de Janeiro. Editora: Scipione.
2009.
FATOR DETONADOR
Das quinze coleções analisadas aqui, cinco delas apresentam como fator
detonador para a Segunda Guerra Mundial a insatisfação da Alemanha com Tratado de
Versalhes e suas cláusulas. Entretanto somente em quatro delas o tema é trabalhado
dentro de capítulos específicos sobre a Segunda Guerra Mundial. Estas quatro narrativas
são: coleção 2 – “História das cavernas”, coleção 7 – “Navegando pela história,
coleção 14 – “Tudo é história” e coleção 15 – “Vontade de saber história”.
A narrativa “História das Cavernas”, afirma que as determinações dos tratados,
especialmente o Tratado de Versalhes, acirraram os sentimentos revanchistas e
nacionalistas na Alemanha e na Itália.
Entre as coleções analisadas uma delas também apresenta como fator detonador
da Segunda Guerra Mundial a insatisfação com o Tratado de Versalhes, porém o tema
não é apresentado em um capítulo sozinho, ele é apresentado em um capítulo junto com
a Primeira Guerra Mundial. Um capítulo conjunto denominado “As duas guerras
mundiais: nacionalismos e preconceitos”. Essa é a coleção 6 – “História temática”.
A narrativa “Para Viver Juntos”, aponta que o Partido nazista ganhou muitos
adeptos na sociedade alemã, pois esta estava abalada pela crise de 1929. A narrativa
enfatiza também, que os nazistas se baseavam na teoria do “espaço vital”, isto é, na
ideia de que a nação alemã devia ocupar uma área de maior tamanho e riquezas naturais
compatíveis com a capacidade de desenvolvimento de sua população. Hitler acreditava
que o povo alemão, “ariano”, era superior aos demais e que, portanto deveria ocupar o
espaço pertencente a seus vizinhos, usufruindo de suas terras férteis e da riqueza
mineral.
INVASÃO DA POLÔNIA
A Narrativa “História das Cavernas”, diz que o início da Guerra foi no dia 1º de
setembro de 1939, quando o exército alemão invade a Polônia.
A narrativa “Para Entender a História”, diz que a Polônia tinha sido o maior
beneficiário dos territórios cedidos pela Alemanha após sua derrota na Primeira Guerra
Mundial. O tratado de Versalhes decidiu que a Polônia deveria ter uma saída para o mar
Báltico, o corredor polonês, que atravessava a Alemanha e isolava uma pequena parte
de seu território. Hitler passou a exigir o fim do corredor e ameaçou entrar em guerra,
em caso de negativa. França e Grã Bretanha prometeram apoio aos poloneses, porém
Hitler não se intimidou e ordenou a invasão à Polônia em 1º de setembro de 1939. Dois
dias depois Grã - Bretanha e França declaram guerra à Alemanha, dando início a
Segunda Guerra Mundial.
A narrativa “Para Viver Juntos”, afirma que Hitler invadiu a Polônia sob o
pretexto da recusa polonesa em entregar ao Reich a cidade de Dantzig, território de
população majoritariamente alemã que servia de ligação com a Prússia Oriental. Diante
dessa agressão, a Inglaterra e a França cumpriram sua ameaça e declaram guerra à
Alemanha, iniciando o conflito que ficaria conhecido como Segunda Guerra Mundial.
A narrativa “Tudo é história”, ressalta que com base no tratado de não agressão
entre a Alemanha e a União Soviética, a Alemanha anexou uma parte da Polônia e a
União Soviética anexou outra parte. Como França e Alemanha mantinham com a
Polônia um acordo de proteção militar, declararam guerra à Alemanha dando inicio a
Segunda Guerra Mundial.
A narrativa “Para Viver Juntos”, apresenta Adolf Hitler como líder do Partido
Nazista, ex- combatente da Primeira Guerra, de tendência conservadora e nacionalista.
CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO
A narrativa “Para Entender a História”, Estima que aos judeus foram dados
tratamento de violência extrema, incluindo o envio para campos de concentração
existentes na Alemanha e nas regiões ocupadas pelos nazistas. A narrativa a firma que a
principio os campos pretendiam explorar os prisioneiros como mão de obra escrava.
Porém em janeiro de 1942, os nazistas decidiram adotar a solução final, um plano que
previa o extermínio completo dos judeus da Europa. Para isso, os nazistas
providenciaram a construção de vários campos com o intuito de exterminar essa
população, esse campos possuíam câmaras de gás e forno crematório. Segundo a
narrativa por volta de seis milhões de judeus foram mortos pelos nazistas.
A narrativa “Projeto Araribá” afirma que foi a Polônia ocupada que os alemães
aplicaram com mais ferocidade a política da “solução final”, ou seja, de extermínio para
judeus. A narrativa cita campos de concentração que forma construídos especialmente
para essa finalidade como Auschwitz e Treblinka.
A narrativa “Navegando pela História”, diz que milhões de judeus foram presos
em campos de concentração e exterminados de diferentes formas como fomes, doenças,
asfixiados nas câmaras de gás, executados por fuzilamento, sendo o número de mortos
por volta de seis milhões.
A narrativa "Navegando pela História" diz que entre 1941 e 1942, o Japão
ganhou posições no Oriente, tomando a Indochina dos franceses, a Birmânia dos
ingleses e ocupando parte da China. Sua investida mais significativa foi em dezembro
de 1941, quando atacou a base norte-americana Pearl Harbor no Havaí.
Sentindo-se ameaçados pelas conquistas japonesas no Pacífico, os Estados Unidos
entraram na guerra.
A narrativa "Para entender a História" relata que como quase todas as ações de
expansão japonesas eram feitas no Pacífico e isso poderia resultar em problemas com os
Estados Unidos, comandantes japoneses decidiram destruir a frota naval que os Estados
Unidos mantinham no Pacífico pois acreditavam que, sem essa frota eles ficariam sem
condições de impedir o expansionismo alemão no Pacífico. Após chegarem a essa
conclusão, os estrategistas japoneses resolveram tomar a iniciativa da guerra. O alvo
escolhido foi a base naval norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí.
O ataque ocorreu no dia 7 de dezembro de 1941. Morreram 2.330 militares norte-
americanos e 100 civis. Em resposta, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a
proposta do presidente Roosevelt de enviar forças para lutar contra o Eixo.
A narrativa "Projeto araribá" relata que até 1941, os Estados Unidos tentavam
resolver pela diplomacia os conflitos com o Japão. No entanto, o governo japonês que
estava disposto a afastar a influência norte - americana na Ásia, tomou a decisão que
levou à guerra. Em dezembro daquele ano, a marinha e a aviação japonesa atacaram à
base militar de Pearl Harbor, no Havaí. No dia seguinte, os Estados unidos entrariam na
guerra.
A narrativa "Saber e fazer História" conclui que no caso dos Estados Unidos, a
decisão de entrar na guerra foi tomada após o ataque japonês à base militar naval de
Pearl Harbor, no oceano Pacífico, no final de 1941.
A narrativa "História e vida integrada", conclui que após a vitória contra Itália e
Alemanha, restava derrotar o Japão. Apesar da superioridade dos Estados Unidos, o
Japão contava com os pilotos japoneses suicidas que se lançavam em ataques contra
alvos estadunidenses no Pacífico. Eram conhecidos como Kamikazes. O governo
japonês recusava-se a se render. Para convencê-los os Estados Unidos ordenaram o
bombardeio das cidades de Hiroshima e Nagasaki, utilizando uma arma poderosa: a
bomba atômica. Foram duas explosões devastadoras a primeira no dia 6 na cidade de
Hiroshima e a outra no dia 8 de agosto na cidade de Nagasaki. Mais de 200 mil pessoas
morreram instantaneamente. No dia 2 de setembro, representantes do governo japonês
assinavam a rendição incondicional.
A narrativa "Para viver juntos" relata que a solução encontrada pelos estados
Unidos para encerrar a guerra rapidamente e com o menor número de baixas possível
em seu exército foi utilizar a nova arma que havia acabado de criar: a Bomba atômica.
Desenvolvida por cientistas norte- americanos e alemães que haviam fugido do
nazismo, uma bomba atômica tinha poder destrutivo equivalente a milhares de bombas
comuns. A narrativa lança uma estimativa de que pelo menos 60 mil pessoas morreram
no ataque a Hiroshima e 70 mil em Nagasaki.
A narrativa "Novo História" cita brevemente o Japão como último país do Eixo
a se render, somente após ser alvo das bombas norte-americanas.
A narrativa "História" conta que nos dias 6 e 9 de agosto de 1945, por ordem do
presidente Truman, os norte-americanos, num ato covarde, utilizaram bombas atômicas
contra o Japão, um país que já estava praticamente derrotado. As cidades de Hiroshima
e Nagasaki foram totalmente destruídas, e a maioria de seus habitantes, exterminada.
Em 2 de setembro o Japão assina sua rendição e estaria terminada a guerra.
A narrativa "Historia sociedade e cidadania" afirma que com o objetivo de
apressar a rendição japonesa e demonstrar ao mundo seu enorme poderio bélico, os
Estados Unidos lançaram duas bombas atômicas sobre o Japão: a primeira em
Hiroshima em 6 de agosto e a segunda em Nagasaki em 9 de agosto. A narrativa
descreve que os efeitos causados pelas bombas foram desastrosos, entre eles, queda de
cabelo, queimaduras, leucemia e vários tipos de câncer, principalmente de pele. Em 2 de
setembro de 1945, o Japão assinou a rendição incondicional. Era o fim da Segunda
Guerra no Extremo Oriente.
A Narrativa “História”, Afirma que no ano de 1942, Getúlio Vargas se aliou aos
Estados Unidos e, em troca de ajuda financeira e compensações econômicas, rompeu
relações diplomáticas com as potências do Eixo. Logo depois, o Brasil declarou guerra
ao Eixo e deu permissão para a instalação de bases militares norte-americanas no litoral
do nordeste brasileiro. A participação direta na guerra ocorreu com a formação da Força
Expedicionária Brasileira (FEB), comandada pelo Marechal Mascarenhas de Morais.
Em 1944, mais de 23 mil soldados brasileiros, os chamados pracinhas, embarcaram para
combater os nazistas.
A Narrativa “Projeto araribá" diz que a entrada dos Estados unidos na guerra
arrastou muitos outros países, incluindo o Brasil, fortalecendo o bloco dos Aliados. Na
Europa, Bulgária, Hungria e Romênia, aliados da Alemanha, declararam guerra aos
Estados Unidos. A guerra tornou-se mundial à partir desse momento.
A DIVISÃO DA ALEMANHA
ÊNFASE NARRATIVA
As ênfases narrativas que se mostram com maior frequência nas narrativas sobre
o tema Segunda Guerra Mundial nas coleções analisadas são as ênfases descritiva,
explicativa e factual. Existe uma variação da presença de uma ênfase ou outra,
dependendo do assunto que a narrativa aborda a ênfase varia, por exemplo, quando se
fala a respeito dos avanços da guerra, inicio e causas, as ênfases narrativas
predominantes são explicativa e descritiva, já quando as narrativas abordam as batalhas
que ocorreram durante a guerra, acontecimentos políticos, fatos com grande predomínio
de datas e locais entre outros, a narrativa dominante é a factual.
CONCEITOS APRESENTADOS
SUJEITOS RECORRENTES
BIBLIOGRAFIA
COLEÇÃO 1 – HISTÓRIA
MELLO, L. I. de A. e COSTA, L. C. A. História. 9º ano. Rio de Janeiro. Editora:
Scipione. 2009.
ALMEIDA, Â .M. de. A República de Weimar e a ascensão do nazismo. São Paulo:
Brasiliense, 1982.
RECOMENDADA:
LIVROS:
CHIARETTI, Marco. A Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Ática, 1998.
FRANK, Anne. O diário de Anne Frank. Rio de Janeiro: Record, 2000.
MORAES, Fernando. Olga. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
FILMES:
A noite de São Lourenço. (La notte di San Lorenzo) . Direção: Paolo Taviani e Vittorio
Tavianni. Itália: CIC vídeo, 1982. 105 minutos.
O Pianista. (Le pianiste). Direção: Roman Polanski. França: Europa Filmes, 2002. 148
minutos.
Olga. Direção: Jayme Monjardim. Brasil: Lumière, 2004. 141 minutos.
COLEÇÃO 2 - HISTÓRIA DAS CAVERNAS
FERRO, Marc. História da Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Ática, 1995.
HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos: o breve século XX(1914-1991). São Paulo:
Companhia das Letras, 1995.
BIBLIOGRAFIA DO PROFESSOR
HENIG, Ruth. As origens da Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Ática, 1991.
MANDEL, Ernest. O significado da Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Ática, 1989.
SPEER, Albert. Por dentro do Terceiro Albert. Por dentro do Terceiro Reich. São
Paulo: Círculo do Livro, s/d.
FERRO, Marc. História da Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Ática, 1994. (Coleção
Século XX.)
HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos: o breve século XX(1914-1991). São Paulo:
Companhia das Letras, 1995.
RECOMENDADA:
ALVES, Vagner Camilo. O Brasil na Segunda Guerra Mundial: história de um
envolvimento forçado. São Paulo: Loyola, 2002.
PEDRO, Antonio. A Segunda Guerra Mundial. São Paulo: Campinas: Atual, 1994. (col.
Discutindo a História)
LIVROS:
Atlas da Segunda Guerra Mundial. David Jordan; Andrew Wiest. São Paulo: Larousse
do Brasil, 2008.
Hiroshima. John Hershey. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. (Col. Jornalismo
Literário)