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Aula 01

Peças Práticas p/ Delegado Polícia Civil-PE (com videoaulas)

Professor: Vinicius Silva


Peça Prática para Delegado de Polícia de
Pernambuco
Prof. Vinícius Silva – Aula 01
AULA 01: Representação pela Prisão
Temporária.

SUMÁRIO PÁGINA
1. Apresentação 1
2. Representação por prisão preventiva 2
3. Modelo de representação por prisão temporária 16
4. Questão de prova 20
5. Questões propostas 30
6. Respostas das questões propostas na aula 00 33

1. Apresentação

Olá futuro Delegado de Polícia,

Em primeiro lugar gostaria de agradecer a você pela confiança no meu


trabalho. Se você depositou esse crédito no meu curso de peças práticas
pode ter certeza de que fez uma ótima escolha e provavelmente, caso siga
todas as instruções do curso, obterá uma excelente nota na sua peça
prática.
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Na aula de hoje, vamos continuar estudando cautelares pessoais, o tema é


a representação por prisão temporária, regulada pela Lei n°. 7.960/89.

Trata-se de uma lei curta, que busca regular essa cautelar pessoal, mas
também vamos utilizar subsidiariamente as disposições do CPP, da CF/88
e do CP.

Outra coisa que quero mencionar é que a prisão temporária é uma prisão
muito comum no dia a dia da investigação policial e em virtude disso temos
uma grande probabilidade de estar presente em sua prova.

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Professor, quer dizer


que a temporária é
preferível em relação
à preventiva.

Aderbal, é mais ou menos isso, na verdade a


temporária é a prisão por excelência da
autoridade policial, inclusive pelo fato ser
decretada apenas durante a investigação
policial

2. Representação por Prisão Temporária

Conceitualmente, podemos dizer que a prisão temporária é uma


modalidade de cautelar pessoal, ou seja, é uma prisão cautelar, diferente
de prisão pena, é claro, que visa privar o investigado de sua liberdade
ambulatorial, com a finalidade de possibilitar a continuidade das
investigações e eventuais diligências que busquem a conclusão das
investigações policiais.

Existe uma controvérsia doutrinária quanto à origem da Lei de prisão


temporária (7960/89), uma vez que ela é oriunda de uma medida
provisória, que, nos termos da CF/88, art. 62, §1°, b, que veda a edição
de medida provisória sobre direito processual penal. O problema é que a
medida provisória é de 1989 (MP111/89) e a vedação constitucional
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nasceu (no texto da CF) em 2001, por meio da EC 32/2001.

Sem entrar em discussões que não são salutares para o nosso curso, que
visa primordialmente ensinar você a produzir as peças práticas, vou lhe
dizer apenas que o STF, na ADIN 162, declarou a constitucionalidade da
referida lei.

Primeiramente, cumpre ressaltar que a Temporária pode ser decretada no


bojo de qualquer investigação preliminar e não apenas no inquérito policial.
No entanto, acredito que pelo tipo de concurso para o qual você está se
preparando, seja mais comum a representação e sua decretação nos casos
de inquérito policial.

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Ou seja, o momento da decretação da temporária é o no curso da
investigação.

Outro detalhe conceitual acerca dessa medida é que ela tem prazo fixado
em lei, nos termos do art. 2°, da Lei 7.960/89:

Art. 2° A prisão temporária será


decretada pelo Juiz, em face da
representação da autoridade policial ou
de requerimento do Ministério Público, e
terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável
por igual período em caso de extrema e
comprovada necessidade.

Veja que, diferentemente da primeira medida cautelar que vimos, que foi
a prisão preventiva, a prisão temporária possui prazo certo.

Por esse motivo que o Delegado de Polícia geralmente prefere essa


modalidade inicialmente no curso da investigação, pois a temporária só
pode ser decretada pelo juiz no curso do inquérito e a preventiva pode ser
decretada até o transito em julgado da ação penal.

Assim, o delegado primeiramente utiliza-se da temporária para daí então,


caso seja cabível e necessária, cumprindo os requisitos de cautelaridade,
seja representado pela decretação da preventiva.

Professor, como a temporária pode


ser melhor que a preventiva se o
prazo dela é só de 5 dias?

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Aderbal, geralmente nas questões de


temporária o crime cometido é hediondo
ou equiparado a hediondo, e nesse caso o
prazo será de 30 dias, prorrogável por
mais 30, isso já é um indício de que é
melhor que a preventiva. Mas não é só
isso.

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Veja bem, se no caso concreto for cabível as duas, é melhor você pedir
temporária por conta do fato de que depois você poderá pedir a preventiva
e esta não possui prazo certo. Ou seja, enquanto perdurarem os motivos
ela será mantida.

Enfim, a título de dica, acredito ser melhor a temporária do que a


preventiva e é o que geralmente acontece no dia a dia da atividade policial.

Outro fator importante do conceito é que a temporária é cabível apenas


para alguns crimes, prevalece o entendimento de que o rol é taxativo e
está previsto no art. 1°, III, da lei 7.960/89.

Assim como em toda medida cautelar de natureza pessoal, restringindo a


liberdade de locomoção, só poderá ser determinada pelo juiz competente,
não sendo admitida a prisão temporária decretada pela autoridade policial.

Não poderá o juiz decretar a temporária de ofício, pois ela está adstrita à
fase de investigação. Na preventiva, lembre-se de que o juiz só poderá
decretar de ofício na fase processual.

Quando do decurso do prazo concedido pelo juiz em sua decisão deverá o


indiciado ser posto em liberdade, a menos que já tenha sido requerida a
sua prisão preventiva e ela tenha sido deferida pelo juízo competente, que
se torna prevento quando da análise da representação pela temporária.

Visto esse conceito inicial de prisão temporária vamos iniciar a compor a


peça.

2.1 Legitimação

A legitimação da autoridade policial para representar pela temporária está


prevista no art. 2°, caput, da Lei n° 7.960/89. Você, que será Delegado de
Polícia, quando no desempenho das suas atribuições de polícia judiciária
será um dos dois legitimados a assinar em baixo de uma representação
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pela decretação da prisão temporária.

Além do delegado, o membro do MP também tem legitimidade para, no


caso, requerer pela decretação da temporária em face do indiciado.

Art. 2° A prisão temporária será


decretada pelo Juiz, em face da
representação da autoridade policial ou
de requerimento do Ministério Público, e
terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável
por igual período em caso de extrema e
comprovada necessidade.

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Lembre-se de que essa legitimação fará parte do seu preâmbulo, que é
aquela parte iniciada sua peça, que vem após o endereçamento e a
referencia que você fará ao inquérito policial ou investigação que estiver
presidindo, na qualidade de Delegado de Polícia.

Ademais, vale ressaltar que cabe a você mencionar no seu preâmbulo


outros dispositivos legais que lhe dão atribuições investigativas como, por
exemplo, a Lei 12.830/2013, assim como o estatuto da polícia civil do
estado para o qual você está prestando concurso, pois certamente nele
constará entre as atribuições do delegado a de requerer medidas cautelares
no decorrer da investigação preliminar.

2.2 Fundamentos de fato ou Fatos

Aqui é a mesma coisa da aula anterior, ou seja, você vai resumir com suas
próprias palavras os fatos ocorridos, sempre destacando aqueles que vão
servir de base para a sua fundamentação jurídica.

Lembre de que para lhe dar um norte de como narrar os fatos sem ser
repetitivo em relação ao que já foi mencionado no enunciado, vale a pena
utilizar a regrinha da resposta às perguntas abaixo:

O que?

Quem?

Quando? ACONTECEU

Onde?

Por que?

Se você conseguir responder a essas perguntas com um texto bem


objetivo, sua narrativa dos fatos certamente ficará muito boa e a pontuação
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dessa parte estará garantida.

Procure treinar essa parte quando estiver escrevendo um e-mail, ou até


quando estiver contando uma história a algum colega.

2.3 Fundamentos jurídicos

A fundamentação jurídica é realmente a parte que vai lhe dar mais pontos,
nela você vai mostrar todo seu conhecimento jurídico sobre a medida
cautelar.

É bom sempre dar uma olhadinha na lei que regulamenta e nas


controvérsias jurisprudenciais e doutrinárias. Como o objetivo do nosso

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curso é lhe passar sempre a posição majoritária e aquela que deve ser
colocada na peça, remeto você a um curso teórico de Processo Penal para
que você conheça todas as nuances possível, inclusive a que colocamos na
nossa aula.

Antes de adentrar na parte específica da fundamentação da medida, vai


uma dica muito boa que é colocar em jogo sempre a garantia da liberdade
como direito constitucionalmente previsto, ou seja, vale a pena escrever
um parágrafo mencionando que não se pode invocar a liberdade
ambulatorial para o cometimento de crimes.

Devemos ter uma ponderação de direitos, e em prol da sociedade livre e


segura pensando sempre na garantia do interesse da sociedade em prejuízo
da liberdade pessoal de um indivíduo.

2.3.1 Cabimento ou admissibilidade

Pessoal, assim como na preventiva, devemos inicialmente provar que a


medida é cabível, ou seja, será sempre necessário aquilo que inicialmente
é cabível, não podendo ser necessário aquilo que não se admite no caso
concreto.

Você deve sempre lembrar-se dessa sequência, que deve ser a mesma da
sua peça, ou seja, primeiramente você vai provar que a medida é cabível
para depois mostrar a sua necessidade.

Nesse ponto você examinará se é cabível a temporária. Você encontra


essas possiblidades no art. 1°, III, da Lei 7.960/89, ou seja, será cabível
a temporária se o crime em questão estiver presente no rol taxativo da lei.
Vejamos:

Art. 1° Caberá prisão temporária:


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(...)

III - quando houver fundadas razões, de


acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou
participação do indiciado nos seguintes
crimes:

a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu


§ 2°);

b) sequestro ou cárcere privado (art. 148,


caput, e seus §§ 1° e 2°);

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c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2°


e 3°);

d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1°


e 2°);

e) extorsão mediante sequestro (art. 159,


caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);

f) estupro (art. 213, caput, e sua


combinação com o art. 223, caput, e
parágrafo único);

g) atentado violento ao pudor (art. 214,


caput, e sua combinação com o art. 223,
caput, e parágrafo único);

h) rapto violento (art. 219, e sua


combinação com o art. 223 caput, e
parágrafo único);

i) epidemia com resultado de morte (art.


267, § 1°);

j) envenenamento de água potável ou


substância alimentícia ou medicinal
qualificado pela morte (art. 270, caput,
combinado com art. 285);

l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do


Código Penal;

m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n°


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2.889, de 1° de outubro de 1956), em


qualquer de sua formas típicas;

n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n°


6.368, de 21 de outubro de 1976);

o) crimes contra o sistema financeiro (Lei


n° 7.492, de 16 de junho de 1986).

O rol acima é taxativo, mas não é exaustivo.

Professor, não entendi essa história


de rol taxativo, mas não exaustivo.
Me ajude!

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Calma Aderbal, aqui a ideia é simples, é que


tem outras hipóteses em que é cabível a
temporária, ou seja, outros crimes que não
estão no rol do art. 1°, III, da Lei n°. 7.690/89,
em que cabe a temporária.

Antes de adentrar, nesse mérito, vou mencionar alguns crimes muito


comuns em que não cabe a temporária. Ou seja, nunca admitem a
temporária os crimes de furto, apropriação indébita, estelionato.

Mencionei os crimes acima, porque são muito comuns no dia a dia da


atividade policial, mas que não cabe temporária.

Detalhe importante deve ser ressaltado, acerca do art. 1°, III, l:

(...)
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do
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Código Penal;

Primeiramente esse crime foi modificado em 2013, pela Lei n° 12.850:

Associação Criminosa

Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais


pessoas, para o fim específico de cometer
crimes: (Redação dada pela Lei nº
12.850, de 2013) (Vigência)

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Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
(Redação dada pela Lei nº 12.850, de
2013)

Logo, o tipo penal teve sua redação alterada e o crime agora se chama
associação criminosa, ou seja, 3 ou mais pessoas devem associar-se
para o fim específico de cometer crimes, logo caso algum daqueles crimes
que não foram previstos no rol taxativo da lei de prisão temporária for
cometido em típica situação de associação criminosa, caberá a
temporária.

Professor, então
cabe temporária
em caso de furto?

Qualquer crime que for


cometido em situação de
associação criminosa caberá
nele a decretação de
temporária.

Voltando à questão da não exaustividade do rol da Lei 7.960/89, veja que


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na Lei 8.072/90 nos traz um dispositivo por do meio do qual podemos


concluir que é cabível a temporária em qualquer crime hediondo ou
equiparado a hediondo.

§ 4o A prisão temporária, sobre a qual


dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro
de 1989, nos crimes previstos neste
artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias,
prorrogável por igual período em caso de
extrema e comprovada necessidade.
(Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)

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Assim, podemos concluir que se foi prevista na lei um prazo específico para
a temporária em casos de cometimento de crimes hediondos, não teria
sentido nenhum o tal dispositivo se não fosse possível a referida prisão para
esses crimes.

Sem medo de estar fazendo uma interpretação extensiva em prejuízo do


direito fundamental de liberdade de locomoção, pode ter certeza que além
dos crimes do rol da ei 7.960/89, também é cabível a prisão temporária
para qualquer crime previsto na Lei n° 8.072/90.
Resumindo:

art.1, III , Lei n 7.960 / 89


art.1, Lei 8.072 / 90 cabetemporária
TTT (tortura , tráfico, terrorismo).

Entendido o cabimento, vamos passar à segunda parte da fundamentação


jurídica da sua peça, que é o preenchimento dos requisitos cautelares.

2.3.2 Requisitos Cautelares (fumus commissi delicti e periculum


libertatis)

Lembrem-se de que o preenchimento dos requisitos cautelares devem ser


demonstrados após o cabimento.

a) o fumus comissi delicti

É simples e basta que haja a presença de indícios de autoria em crime em


que se admite a temporária. É o que chamamos do binômio prova da
existência do crime + indícios de autoria.

Essa é a previsão normativa contida na própria lei (art. 1°, I):


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III - quando houver fundadas razões, de


acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou
participação do indiciado nos seguintes
crimes(...)

Esse requisito você vai verificar encontrar no enunciado. Lembre-se de que


eu já afirmei que a leitura do problema e a exposição escorreita dos fatos
são de extrema relevância para a fundamentação. Geralmente a questão
apresenta alguma dica de que há uma aparência do cometimento do delito,
quando não afirma que o crime realmente ocorreu e indica inclusive uma
prova de que ele foi consumado.

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Por exemplo, em uma questão que envolva o crime de homicídio, o laudo
de exame cadavérico assinado pelo legista ou apenas a presença do corpo
e um depoimento de uma testemunha ocular afirmando que viu o autor do
crime e pode reconhecê-lo.

A existência do laudo e do depoimento da testemunha preenchem esse


requisito e assim podemos passar para o segundo requisito que é o
periculum libertatis.

b) periculum libertatis

A presença desse requisito está prevista no art. 1°, I:

(...)
I - quando imprescindível para as
investigações do inquérito policial;(...)

Veja no mesmo caso explicitado acima que a testemunha foi apenas ouvida
pelo delegado, mas é necessário ainda que esteja comprovado cabalmente
que o indiciado foi o autor do crime, para que os indícios de autoria se
fortaleçam e possam subsidiar o oferecimento da denúncia.

Lembre-se, o seu inquérito sendo bem feito e bem conduzido leva à


facilitação do trabalho do MP e possivelmente à condenação do autor do
delito.

Assim, é necessário o reconhecimento do autor através do procedimento


chamado de reconhecimento de pessoas, que só poderá ser efetivado caso
o indiciado seja preso.

Assim, nesse caso resta comprovada a imprescindibilidade para o decorrer


das investigações da provação da liberdade do indiciado.
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Por outro lado, quando o indiciado não possui residência fixa ou então
quando houver dúvida quanto a sua identidade e ele não fornece elementos
para que ela seja feita.

II - quando o indicado não tiver residência


fixa ou não fornecer elementos
necessários ao esclarecimento de sua
identidade;

Os casos de periculum mencionados acima são alternativos, ou seja, basta


a presença de um deles para que o requisito de cautelaridade seja
preenchido.

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Não esqueça de que na sua peça essa parte tem a finalidade de mostrar ao
juiz que o seu pedido é necessário. O tema aqui é a necessidade da prisão
para resguardar algum perecimento, que seria o perecimento da própria
investigação.

Nesse ponto, para chegarmos ao fim da fundamentação jurídica, menciono


a você que há uma eterna controvérsia doutrinária em que os autores
divergem acerca dos requisitos da temporária, mas aqui a minha função é
mostrar-lhe a posição majoritária e que deve ser adotada em uma prova
discursiva de peça prática. A ideia aqui é utilizar a posição mais aceita
dentre os tribunais e majoritária na doutrina.

O preenchimento dos requisitos aqui é o seguinte:

Cometimento de crime previsto


no inciso III do art. 1°, da Lei
7.960/89.

Inciso I, do art. 1°, da Lei n° Inciso II, do art. 1°, da Lei n°


7.690/89. OU 7.960/89.

PRISÃO TEMPORÁRIA
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Há muitas posições doutrinárias diversas, mais prevalece a que foi


esquematizada acima por meio do esquema matemático de preenchimento
dos requisitos cautelares.

2.4. Pedido

Vamos agora falar um pouco mais sobre o pedido que deverá estar na sua
peça, você já esta chegando ao final da sua representação.

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Aqui temos um detalhe importante, que é referente ao prazo da prisão, ou
seja, dependendo do crime teremos dois prazos diferentes, a depender do
crime cometido.

Se o crime for qualquer um dos previstos no inciso III, do art. 1°, da Lei n°
7.960/89, o prazo será aquele previsto na mesma lei, no seu art. 2°:

Art. 2° A prisão temporária será


decretada pelo Juiz, em face da
representação da autoridade policial ou
de requerimento do Ministério Público, e
terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável
por igual período em caso de extrema e
comprovada necessidade.

O prazo então é fixo, conforme já mostramos no início da nossa aula. A


questão da prorrogação você não deve colocar na peça, eu não recomendo,
pois só haverá prorrogação em casos de extrema e comprovada
necessidade, ou seja, isso só vai ser perceptível com o decorrer das
diligências, não dá para prever que será preciso prorrogar o prazo da
temporária.

Então recomendo que você não peça a prorrogação na peça, pois isso será
requerido em outra peça que seria o caso de uma representação pela
prorrogação de prisão temporária.

Por outro lado, na mesma toada, caso tenhamos um crime hediondo ou


equiparado a hediondo, então teremos um prazo diferenciado, ou seja,
aquele previsto no art. 2°, §4°, da Lei 8.072/90:

§ 4o A prisão temporária, sobre a qual


dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro
de 1989, nos crimes previstos neste
artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias,
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prorrogável por igual período em caso de


extrema e comprovada necessidade.
(Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)

Vejam que o prazo aqui é de 30 dias, então muita atenção na prova no


momento de fazer o seu pedido, pois a banca geralmente vai pontuar o
prazo de 30 dias diferenciado no caso de cometimento de crimes hediondos.

Professor, se o crime for hediondo e


eu pedir pelo prazo de 5 dias a
temporária, eu zero a peça?

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Calma Aderbal, você vai apenas


perder alguns pontinhos valiosos. No
concurso da PCCE havia pontuação
acerca desse detalhe do prazo,
portanto, cuidado.

Esse prazo, inclusive, é importante para a escolha da peça. Por exemplo,


digamos que você esteja no meio do inquérito que apura um crime de
latrocínio, e o com o réu solto, você sabe que deve concluir o inquérito no
prazo de 30(trinta) dias. Se você tiver no 26° dia da investigação, você tem
apenas 4 dias para concluir, se você tiver uma série de diligências ainda
por concluir, vale a pena pedir uma temporária, para ganhar o prazo fixo
de prisão de 30(trinta) dias.

Portanto, vale mais a pena pedir a temporária se estiverem presentes os


requisitos de cabimento e necessidade, pois o prazo será de 30 (trinta)
dias, o que dará ao delegado de polícia mais prazo para realizar diligências
no intuito de elucidar o crime.

Essa foi a ideia do concurso da Polícia Civil da Bahia, lá cabiam tanto a


preventiva, quanto a temporária, mas foi aceita apenas esta última,
justamente em razão do prazo maior de segregação da liberdade do
indiciado.

Professor, eu posso pedir a


temporária por prazo menor
que o máximo?

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Aderbal, o ideal é sempre


pelo prazo máximo, uma vez
que você deve utilizar-se de
uma medida sempre amis
favorável à polícia judiciária.

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Na doutrina não há problemas de ser solicitada a temporária por tempo
inferior, mas isso na prática é quase impossível, o delegado vai se valer do
maior tempo possível para concluir suas diligências.

Outro detalhe acerca do prazo é o fato de que a liberdade do preso dar-se-


á ao final do prazo, automaticamente, o juiz geralmente coloca no bojo do
mandado de prisão que decorrido o prazo concedido, se, por outro motivo,
não tiver de ser mantido preso, ao indiciado deve ser garantida a liberdade.

Superada essa parte do prazo, outro detalhe deve ser mencionado no seu
pedido. Trata-se do deferimento da medida sem a oitiva ou manifestação
do indiciado, justamente por conta da natureza da medida.

Professor, se o juiz for ouvir


o indiciado antes de decretar
sua prisão ele vai é fugir pra
não ser preso!

Com certeza Aderbal, por


isso vale a pena mencionar
aquela expressão: inaudita
altera parte.

Um último detalhe acerca dessa peça é a oitiva do MP, que é obrigatória,


nos termos do art. 2°, §1°, da Lei n° 7.690/89:
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(...)

§ 1° Na hipótese de representação da
autoridade policial, o Juiz, antes de
decidir, ouvirá o Ministério Público.

A hipótese que estamos trabalhando, que é a decretação por representação


do Delegado de Polícia, é necessária a manifestação do membro do MP,
antes de decidir.

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No mais, a ideia do pedido é mesma da preventiva, portanto, vamos apenas
adaptar essas questões pontuais que mencionei, pois são particulares da
temporária.

3. Modelo de representação por prisão temporária

Vamos agora estruturar o nosso modelo, que você deve memorizar. Poucas
coisas vão mudar em relação ao pedido de preventiva, pois a estrutura não
muda muita coisa.

3.1 Endereçamento

O endereçamento continua sendo muito importante, no caso de temporária,


geralmente ela é endereçada ao juízo de direito da comarca onde ocorreu
o delito. Lembrando mais uma vez que você só deve colocar a cidade se for
mencionado isso no enunciado, no concurso da PCCE era possível saber,
quem conhecia a cidade de Fortaleza, que o crime havia sido cometido na
cidade de Fortaleza, mas a melhor ideia seria endereçar genericamente.

EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA


CRIMINAL DA COMARCA DE __________.

3.2 Preâmbulo

Após o endereçamento você vai saltar algumas linhas, no máximo 3, e


colocar o preâmbulo cujo modelo segue abaixo, no entanto, acho
interessante você mencionar a referência do inquérito policial no bojo do
qual se representa pela temporária:

“A Polícia Civil do estado do _________, por meio do seu Delegado


de Polícia, ao final assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são
conferidas, dentre outros dispositivos, pelo art. 2°, ‘caput’, da Lei
7.960/89, bem como no art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013, bem
assim pela (citar a lei que regulamenta as atribuições da polícia civil
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do estado para o qual está prestando concurso), vem, mui


respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, representar pela
decretação da prisão temporária de (citar o nome do
investigado/indiciado), pelos fundamentos de fato e de direito que
a seguir passa a expor”.

Se estiver diante de um crime hediondo, vale a pena ainda mencionar o


art. 2°, §4°, da Lei 8.072/90.

Um bom preâmbulo já mostra conhecimento. Citar a lei 12.830/2013,


comprova que você tem sangue de delegado e que vai procurar valorizar
as suas atribuições quando no exercício delas.

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3.3 Fatos

Mais uma vez não temos muito a acrescentar ao que já foi dito acima, você
vai ser medido pelo poder de síntese que pode apresentar. Não
negligencie esse ponto, pois o examinador pode já não gostar muito da sua
peça, caso os fatos não sejam corretamente narrados.

Procure parafrasear o enunciado, tentando não ser tão repetitivo.


Responder àquelas perguntas que já mencionei anteriormente pode ser um
bom norte a ser seguido.

3.4 Fundamentos jurídicos

Na parte dos fundamentos o ideal é você desdobrá-la em 2 pontos, quais


sejam, do cabimento, dos requisitos cautelares. Diferentemente da
preventiva não precisa mencionar que a medida é a última cabível, dentre
as outras cautelares, a temporária possui fundamento distinto das medidas
cautelares previstas no CPP.

Vale a pena ainda, para dar aquele capricho na peça, mencionar a


tipificação do crime, pois isso vai fundamentar até o prazo que você vai
mencionar no pedido, caso esteja diante de um crime hediondo ou
equiparado.

3.5 Do Pedido.

No pedido já foi mencionado que você deve representar pela medida


sempre de forma objetiva, cuidado com o verbo, pois o delegado de polícia
representa e não requer, quem requer é o membro do MP.

Lembre-se de pedir a oitiva do MP e de pedir o deferimento sem a oitiva da


parte contrária.

“Ante do exposto, com base nos fundamentos de fato e de direito


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já expostos, representa, essa autoridade policial, pela decretação


da prisão temporária de (fulano de tal) sem a oitiva da parte
contrária, pela própria natureza da medida e urgência
características, pelo prazo de (5 ou 30 dias) após a competente
manifestação do membro do Ministério Público.

Nestes Termos. Pede Deferimento.

Local, data.

Delegado de Polícia
Matrícula.”

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Vamos agora colocar tudo isso em um modelo:

EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO da _____ª VARA


CRIMINAL DA COMARCA DE __________.

Ref. Inquérito policial n°___

A Polícia Civil do estado do _________, por meio do seu Delegado


de Polícia, ao final assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são
conferidas, dentre outros dispositivos, pelo art. 2°, ‘caput’, da Lei
7.960/89, bem como no art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013, bem
assim pela (citar a lei que regulamenta as atribuições da polícia civil
do estado para o qual está prestando concurso), vem, mui
respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, representar pela
decretação da prisão temporária de (citar o nome do
investigado/indiciado), pelos fundamentos de fato e de direito que
a seguir passa a expor.

1. Dos fatos

Narrativa dos fatos, conforme instruções já mencionadas

2. Dos fundamentos jurídicos

2.1 Da Prática delituosa

Vale a pena demonstrar a tipificação do crime cometido.

2.2 Do cabimento
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Retome o crime já mencionado no item 2.1 e sua previsão no rol


taxativo da Lei n° 7.960/89 ou da Lei n° 8.072/90.

2.3 Dos requisitos cautelares

Demonstrar que estão presentes as possíveis combinações


normativas no caso concreto:


Incisos I e III, do art. 1° da Lei n° 7.960/89

Incisos II e III, do art. 1°, da Lei n° 7.960/89
3. Do pedido
Essas combinações são suficientes, essa é a posição majoritária na
doutrina e que recomendo vocês utilizarem na peça prática.

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Ante do exposto, com base nos fundamentos de fato e de direito já
expostos, representa, essa autoridade policial, pela decretação da
prisão temporária de (fulano de tal) sem a oitiva da parte contrária,
pela própria natureza da medida e urgência características, pelo
prazo de (5 ou 30 dias), a depender do crime cometido) após a
competente manifestação do membro do Ministério Público.

Nestes Termos. Pede Deferimento.

Local, data.

Delegado de Polícia
Matrícula

Vejam que não é muito longa e não requer muitos detalhes a produção da
representação por prisão temporária.

Vamos agora ao exercício de prova, que para mim é especial, uma vez que
é a prova que fiz e consegui aprovação para o cargo de delegado de polícia,
trata-se da prova discursiva para delegado de polícia do Ceará.

Vou colocar depois da minha sugestão de peça, o que foi a resposta


da banca, o espelho que a banca apresentou, mencionando os
pontos que atribuiu para cada requisito da peça.

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4. Questão de prova

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Delegado de Polícia - Concurso: PCCE - Ano: 2015 - Banca: VUNESP


- Disciplina: Direito Processual Penal - Assunto: Prisão - PEÇA
TÉCNICO-PROFISSIONAL.

No dia 10 de outubro de 2014, às 21 horas, a viatura de patrimônio 22356,


da Polícia Militar, foi acionada para atender um início de tumulto na Avenida
Beira-Mar, altura do no 3800. Os soldados, Francis e Deodato, ao chegarem
ao local encontraram alguns populares, que imediatamente se dispersaram,
restando Anita Medeiros e Renato de Oliveira, contido pelo policial Francis,
ao tentar se evadir, em razão dos gritos de “foi ele, foi ele que matou meu
pai”, pronunciados por Anita.

As partes foram conduzidas ao plantão do 8o Distrito Policial, ocasião em


que Anita relatou que no dia 5 de setembro de 2014 estava com seu pai,
Alfredo Medeiros, no carro da família dirigido por ele e, por volta das 22
horas, ao pararem no sinal vermelho, na Avenida Bernardo Manuel, esquina
com a Rua Cristo Redentor, foram abordados por Renato, que anunciou o
assalto e mandou que ambos saíssem do carro. Assustado, Alfredo fez um
movimento imediato para tirar o cinto de segurança, quando Renato
disparou a arma de fogo que apontava todo o tempo para Alfredo. O tiro
acertou a cabeça do pai de Anita, que morreu na hora. Renato, antes de
fugir, ainda pegou o celular que estava no bolso da camisa de Alfredo.

Nesta data, ao sair de uma feirinha de artesanato, Anita avistou Renato em


meio a um grupo de pessoas que parecia usar drogas, reconheceu-o e
começou a gritar para que alguém o detivesse, quando então algumas
pessoas o seguraram até a polícia chegar.

O boletim de ocorrência havia sido registrado nessa unidade policial, mas


o apuratório penal não havia sido deflagrado ainda.

Renato de Oliveira, ao ser interrogado, negou ter cometido qualquer crime,


bem como qualquer envolvimento com drogas. Não soube ou não quis
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informar seu endereço residencial, afirmando que dorme nos locais onde
faz “bicos” como pintor, pois não tem emprego fixo.

Maria de Oliveira, ao ser avisada sobre a detenção de seu filho, Renato,


compareceu à Delegacia de Polícia e garantiu a inocência dele,
complementou que ele não mora mais com ela, é viciado em drogas, porém
não é ladrão.

A pesquisa relativa aos antecedentes criminais apontou que Renato já


cumpriu pena pelo crime de tráfico de entorpecentes e foi posto em
liberdade em dezembro de 2013.

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Formalizadas a portaria inaugural, as declarações da filha da vítima, de
Maria de Oliveira, o auto de reconhecimento, o interrogatório e o
indiciamento de Renato, no inquérito policial, como Delegado de Polícia
responsável pelas atividades de Polícia Judiciária, redija a peça processual
adequada à continuidade das investigações do crime que vitimou Alfredo
Medeiros, fundamente e motive.

4.1 Comentário e modelo de peça proposto.

A questão apresentada como já mencionado foi retirada do último concurso


de delegado de polícia do estado do Ceará. Uma prova boa, que ao
meu ver, foi muito tranquila para o candidato. Na verdade essa prova pode
ser considerada modelo para outras provas de Delegado de Polícia Civil.
E o que foi muito interessante nesse problema é que houve uma celeuma
na internet, nas redes sociais, em relação a qual seria a peça cabível e se
a banca iria atribuir nota zero às provas que contivessem representação
por prisão preventiva.

Ao final a banca considerou apenas a temporária e zerou as provas


que continham a preventiva.

Vou apresentar a vocês o espelho de correção da banca e um dos pontos


abordados no documento foi a justificativa pela atribuição de nota zero às
provas que representaram pela preventiva.

Vamos aos comentários.

Alguns pontos foram cruciais para verificar que se tratava de uma


representação por prisão temporária e não uma preventiva.

Primeiramente vamos verificar qual a peça cabível.

Alguns pontos ressaltam o cabimento da temporária.


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O crime cometido foi o de latrocínio, previsto no art. 157, §3°, do CP:

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia,


para si ou para outrem, mediante grave
ameaça ou violência a pessoa, ou depois
de havê-la, por qualquer meio, reduzido à
impossibilidade de resistência:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e


multa.

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal


grave, a pena é de reclusão, de sete a

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quinze anos, além da multa; se resulta
morte, a reclusão é de vinte a trinta anos,
sem prejuízo da multa. (Redação dada
pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº
8.072, de 25.7.90

Isso é comprovado pelos trechos

(...) Anita relatou que no dia 5 de setembro de 2014 estava com seu pai,
Alfredo Medeiros, no carro da família dirigido por ele e, por volta das 22
horas, ao pararem no sinal vermelho, na Avenida Bernardo Manuel, esquina
com a Rua Cristo Redentor, foram abordados por Renato, que anunciou o
assalto e mandou que ambos saíssem do carro. Assustado, Alfredo fez um
movimento imediato para tirar o cinto de segurança, quando Renato
disparou a arma de fogo que apontava todo o tempo para Alfredo.
O tiro acertou a cabeça do pai de Anita, que morreu na hora. Renato,
antes de fugir, ainda pegou o celular que estava no bolso da camisa de
Alfredo.(...)

Ou seja, podemos afirmar que Renato tinha a intenção de roubar e depois,


por conta da ação da vítima, acabou ceifando a vida da vítima do roubo,
portanto, estamos diante de um crime em que cabe a temporária, nos
termos do art. 1°, III:

Art. 1° Caberá prisão temporária:

III - quando houver fundadas razões, de


acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou
participação do indiciado nos seguintes
crimes:
(...)
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2°
e 3°); 13601418207

Ou seja, a temporária é cabível, mas a preventiva até aqui também era


cabível, por conta da pena máxima em abstrato para o crime em
questão, que é nitidamente superior a 4 anos.

Como ambas eram cabíveis, vamos agora verificar os requisitos de


cautelaridade, se presentes em ambas as medidas.

Na questão não consigo vislumbrar nenhum requisito previsto no art.


312, do CPP, uma vez que não é latente a possibilidade de ele voltar a
cometer crimes, pelo menos pelo enunciado não ficou claro a intenção de
Renato voltar a cometer crimes. Não podemos afirmar isso apenas por

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conta dos seus antecedentes, uma vez que a presunção de inocência é a
regra em nosso direito constitucional.

Não foi dito ainda que o indiciado estava ameaçando testemunhas,


tampouco há risco de se furtar a aplicação da lei penal, uma vez que não
possui recursos para fuga, pelo menos em tese.

Noutro giro, podemos perceber claramente que a questão quis mostrar o


requisito cautelar do art. 1°, II, da Lei n° 7.960/89.

Perceba os trechos:

(...)Renato de Oliveira, ao ser interrogado, negou ter cometido qualquer


crime, bem como qualquer envolvimento com drogas. Não soube ou não
quis informar seu endereço residencial, afirmando que dorme nos
locais onde faz “bicos” como pintor, pois não tem emprego fixo. (...)

Ou seja, fica claro que o indiciado não possui residência fixa.

Poderíamos ainda, ao meu ver, vislumbrar a presença do requisito


cautelar do art. 1°, I, da Lei n° 7.960/89, pois ainda restam algumas
diligências a serem cumpridas e a restrição da liberdade do indiciado é
fundamental para o sucesso delas.

A arma utilizada no crime ainda não foi encontrada e a liberdade do


indiciado pode prejudicar as diligências, uma vez que o indiciado pode
escondê-la, destruí-la, desmontá-la, etc.

Portanto, consigo vislumbrar tanto o cabimento, quanto o preenchimento


de todos os requisitos cautelares. Lembre-se de que bastaria dois requisitos
cautelares: incisos I + III, II + III. No entanto, na questão consigo enxergar
elementos que garantem a presença dos três requisitos, tano o do inciso I,
como o do II. Lembrando que o inciso III é requisito de cabimento.
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Outro detalhe que mencionei na parte teórica que está presente nessa
questão é o fato de o crime ser hediondo, nos termos do art. 1°, II, da Lei
n° 8.072/90:

Art. 1o São considerados hediondos os


seguintes crimes, todos tipificados no
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 - Código Penal, consumados ou
tentados: (Redação dada pela Lei nº
8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de
1984)

II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);

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Assim, o prazo para a temporária nesse caso é de 30 dias, o que nos mostra
mais ainda ser a medida cautelar mais adequada. Veja que em questões
de prova quando você vir um crime hediondo, é sinal forte de que a peça
pode ser uma temporária.

Outro detalhe ainda salutar é o fato de que no final do enunciado o


examinador requer a peça mais cabível para o prosseguimento das
diligências, ou seja, podemos perceber claramente que o examinador
solicita a feitura da peça mais adequada à atividade de polícia investigativa.
Já mencionamos que essa peça é a Temporária, por excelência, a medida
cautelar investigativa mais adequada.

Por fim, para colocarmos a cereja no bolo, cumpre relembrar que o


inquérito ainda está em curso, não tendo sido finalizada a fase
investigativa, ou seja, a temporária não foi aniquilada pela conclusão da
investigação preliminar, muito pelo contrário, ela é relevante para o seu
prosseguimento.

Definida a peça que vamos produzir, mãos à obra.

Quanto à competência para julgar esse tipo de delito, não confunda, pois o
latrocínio é um crime contra o patrimônio, e cabe ao juízo de direito
e não ao tribunal do júri o julgamento de tais crimes.

EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ____ª vara


CRIMINAL DA COMARCA DE __________.

Ref. Inquérito policial n°___

A Polícia Civil do Estado do Ceará, por meio do seu Delegado de


Polícia, ao final assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são
conferidas, dentre outros dispositivos, pelo art. 2°, caput, da Lei
7.960/89, bem como no art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013, bem
13601418207

assim pela (citar a lei que regulamenta as atribuições da polícia civil


do estado para o qual está prestando concurso), vem, mui
respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, representar pela
decretação da prisão temporária de Renato de Oliveira, pelos
fundamentos de fato e de direito que a seguir passa a expor

1. Dos fatos

Tratam os autos do inquérito em epígrafe de peça investigativa no bojo da


qual busca-se elementos de informação acerca do cometimento de crime

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de latrocínio, ocorrido na cidade de Fortaleza-CE, no dia 5 de setembro de
2014, por volta das 22 horas, no qual foi ceifada a vida de Alfredo, após
ter sido abordado pelo representando, que exigiu a entrega do veículo que
ele conduzia.

Em meio a ação delituosa a vítima efetuou movimento que assustou o


executor do crime, razão pela qual ele teria modificado seu animus e
matado Alfredo. Por fim, Renato ainda levou o aparelho celular da vítima e
após empreendeu fuga.

Toda a ação foi presenciada pela filha da vítima, Anita Medeiros, tendo
saído esta ilesa da ação criminosa.

Dias depois, mais precisamente no dia 10 de outubro do mesmo ano, Anita


identificou o autor do crime na Avenida Beira-Mar, altura do no 3800,
ocasião em que a polícia foi acionada e todos foram conduzidos até esta
autoridade policial que subscreve.

Ouvido, Renato de Oliveira, afirmou que não possuía envolvimento com


drogas e negou a autoria do crime que vitimara Alfredo; não informou seu
endereço, afirmando ainda que dorme em locais onde consegue empregos
informais como pintor.

A mãe do representando também foi ouvida e confirmou que Renato não


mora mais com ela, tendo dito que seu filho é usuário de drogas, contudo
não é ladrão.

Juntada aos autos foi a folha de antecedentes criminais de Renato, por maio
da qual se pode afirmar que ele já cumpriu pena por tráfico de drogas,
tendo sido colocado em liberdade em dezembro de 2013.

2. Dos fundamentos jurídicos

2.1 Da Prática delituosa


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Da narrativa dos fatos acima, podemos confirmar que houve crime de


latrocínio consumado, uma vez que a vítima teve sua vida ceifada por
ocasião da conduta delituosa do agente.

Portanto, no caso em tela, podemos afirmar que o agente cometeu o crime


previsto no art. 157, §3°, do CP (parte final).

Cumpre salientar ainda que esse crime está previsto no rol de crimes
hediondos, do art. 1°, II, da Lei n° 8.072/90.

Tratando-se de delito onde cabe a prisão temporária pelo prazo de


30(trinta) dias, conforme combinação das leis acima citadas.

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2.2 Do cabimento

O cabimento da prisão temporária encontra guarida no art. 1°, III, da Lei


n° 7.960/89. Portanto, para que seja cabível a medida cautelar pessoal
em baila, basta que o crime esteja previsto no rol de crimes em que cabe
a prisão temporária.

Conforme item 2.1, a conduta delituosa cometida foi o crime de latrocínio,


previsto na alínea “c”, do referido inciso do art. 1°.

Assim, cabível é a prisão temporária para o caso concreto sob luzes.

2.3 Dos requisitos cautelares

Uma vez que é cabível, devemos demonstrar os requisitos de cautelaridade


para que seja deferida a medida.

Não restam dúvidas quanto à presença do fumus commissi delicti e do


perículum libertatis. Vejamos.

A fumaça do cometimento do delito deve ser dividida em prova da


existência do crime e indícios de autoria que permitam atribuir ao
representando a responsabilidade pelo delito cometido. Esse requisito
encontra-se provado pela morte da vítima que está comprovada
notoriamente, ou seja, ocorreu o crime de latrocínio, uma vez que há um
cadáver que prova a ocorrência da morte.

Quanto aos indícios de autoria, podemos afirmar que eles também estão
satisfeitos no caso concreto, pois o depoimento da testemunha ocular do
crime fortalece a autoria atribuída a Renato.

Por outro lado, a investigação pela polícia judiciária ainda requer a


realização de algumas diligências, como, por exemplo, encontrar a arma
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utilizada no crime, o objeto roubado (aparelho celular), entre outras


diligências que possam auxiliar o Ministério Público a se convencer da
autoria e materialidade do delito.

Assim, comprova-se que a prisão de Renato é imprescindível para as


investigações do inquérito policial, bem como há fortes indícios que o ele
cometeu crime previsto no rol de crimes onde cabe a prisão temporária.

Na mesma toada, está presente o requisito cautelar do art. 1°, II, da Lei
n°. 7.960/89, pois em seu depoimento Renato afirmou não ter residência
fixa, morando em lugares onde encontra trabalho. Assim, vislumbra-se
claramente que o requisito está presente.

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O periculum libertatis assim está demonstrado, pois a liberdade do
indiciado pode vir a atrapalhar a colheita de elementos de informação, uma
vez que não possui residência fixa, nem trabalho formal.

3. Do pedido

Ante do exposto, com base nos fundamentos de fato e de direito já


expostos, representa, essa autoridade policial, pela decretação da prisão
temporária de Renato de Oliveira, sem a oitiva da parte contrária, pela
própria natureza da medida, após a competente manifestação do membro
do Ministério Público, pelo prazo de 30(trinta) dias, nos termos do art. 2°,
§ 4°, da Lei n° 8.072/90.

Nestes Termos. Pede Deferimento.

Local, data.

Delegado de Polícia
Matrícula

Agora vou propor a você dois exercícios de peças para você treinar e
qualquer coisa pode me procurar no fórum de dúvidas.

A primeira questão abaixo é oriunda da prova de Delegado de Polícia da


Bahia. A segunda questão é adaptada de um caso concreto pesquisado por
min na mídia nacional, onde o delegado de polícia representou pela
temporária.

Porém, antes vamos dar uma olhadinha no espelho apresentado pela banca
examinadora para a questão que acabamos de comentar e produzir a peça.
A banca organizadora era a Fundação para o Vestibular da Universidade de
São Paulo, ou seja, a conhecida VUNESP-SP, que tem costume de realizar
13601418207

provas para a polícia civil de São Paulo.

PCCE1401 – POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DO CEARÁ PROVA 04 – Peça


Processual

CRITÉRIOS E GRADE DE CORREÇÃO

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A peça processual solicitou que o Delegado de Polícia (candidato)
responsável pelas atividades de Polícia Judiciária redigisse a peça
processual adequada à continuidade das investigações do crime
que vitimou Alfredo Medeiros, com fundamentos e motivação. A
resposta correta é a representação pela Prisão Temporária, pelo
período de 30 dias, por se tratar de crime hediondo (o latrocínio),
para a continuidade das investigações, coleta de provas e
comprovação de autoria.

Essa modalidade de prisão, que tem prazo determinado, só pode


ser decretada durante o desenvolvimento do inquérito policial, é
utilizada durante a investigação e para assegurar o sucesso de
determinada (s) diligência (s). A situação apresentada na peça
processual preenche os requisitos da Lei 7.960/1989 (Prisão
Temporária), combinada com a Lei 8.072/1990 (Crimes
Hediondos).

Em razão disso, não foram consideradas corretas as respostas que


apresentaram representação pela prisão preventiva, uma vez que,
nesse caso, a cautelar se mostrava inadequada.

Dessa forma, os critérios utilizados para correção e atribuição de


pontos foram:

1) Lei 7.960/1989, artigo 1º, incisos I, II, III e alínea “c” (2


pontos)

2) Lei 8.072/1990, artigo 1º, inciso II, e artigo 2º parágrafo 4º (2


pontos)

3) Período da prisão - 30 dias – crime hediondo (1 ponto)

4) A prisão temporária é imprescindível para a continuidade das


investigações e para a conclusão do Inquérito Policial (1 ponto)
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5) O indiciado não tem emprego, tampouco residência fixa,


podendo furtar-se a ação da Justiça (1 ponto)
6) Fundadas razões sobre a autoria do crime, consistente no
reconhecimento da filha da vítima (1 ponto)

7) Raciocínio jurídico, objetividade e clareza na redação da peça (1


ponto)

8) Ortografia e gramática utilizadas na redação da peça (1 ponto)

Agora você volta na peça que foi produzida e confira cada ponto desse e
verifique que abordamos todos eles. A forma com que se faz isso é peculiar

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de cada um e numa prova discursiva o critério de correção deve ser o mais
objetivo possível, por isso não se prenda ao meu modelo, produza a sua
peça e verifique a presença de cada ponto requerido pela banca, se você
mencioná-los com o mínimo de clareza e raciocínio jurídico, e sem cometer
grandes erros de português, sua peça terá nota máxima.

Lembrando que eu consegui nota 8 na minha peça, que produzi no dia da


prova. É lógico que ela tem algumas diferenças em relação a essa que
produzi na aula de hoje.

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5. Questões propostas

1. Delegado - Concurso: PCBA - Ano: 2013 - Banca: CESPE -


Disciplina: Direito Processual Penal - Assunto: Prisão -

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Em 17/9/2012 (segunda-feira), por volta de 0 h 50 min, Douglas
Aparecido da Silva foi alvejado por três disparos de arma de fogo
quando se encontrava em frente à casa de sua namorada, Fernanda
Maria Souza, na rua Serafim, casa 12, no bairro Boa Prudência, em
Salvador – BA. A ação teria sido intentada por quatro indivíduos
que, em um veículo sedã de cor prata, placa ABS 2222/BA,
abordaram o casal e cobraram, mediante a ameaça de armas de
fogo portadas por dois deles, determinada dívida de Douglas,
proveniente de certa quantidade de crack que este teria adquirido
dias antes, sem efetuar o devido pagamento. Foi instaurado o
competente inquérito policial, tombado, no 21.º Distrito Policial,
sob o n.º 0021/2012, para apurar a autoria e as circunstâncias da
morte de Douglas, constando no expediente que, na noite de
16/9/2012, por volta das 21 h, a vítima se encontrou com a
namorada, Fernanda, e, após passarem em determinada festa de
amigos, seguiram para a casa de Fernanda, no bairro Boa
Prudência, onde Douglas a deixaria; o casal estava em um veículo
utilitário de cor branca, placa JEL 9601/BA, de propriedade da
vítima; na madrugada do dia seguinte, por volta de 0 h 40 min,
quando já estavam parados em frente à casa de Fernanda, apareceu
na rua um veículo sedã de cor prata, em que se encontravam quatro
rapazes, que cobraram Douglas pelo "bagulho" e ameaçaram o
casal com armas nas mãos, quando um dos rapazes deu dois tiros
para o alto, momento em que Douglas e Fernanda se deitaram no
chão. Em ato contínuo, um dos rapazes desceu do carro, chutou a
cabeça de Douglas e, em seguida, desferiu três disparos em sua
direção, atingindo-lhe fatalmente a cabeça e o tórax. Douglas
faleceu ainda no local e os autores se evadiram logo após a conduta,
lá deixando Fernanda a gritar por socorro. Nos autos do inquérito,
consta que foram ouvidos dois vizinhos de Fernanda que se
encontravam, na ocasião dos fatos, na janela do prédio vizinho e
narraram, em auto próprio, a conduta do grupo, indicando a placa
do veículo sedã de cor prata (ABS 2222/BA) e a descrição física dos
quatro indivíduos. Na ocasião, foram apresentadas fotografias de
13601418207

possíveis suspeitos às duas testemunhas, que reconheceram


formalmente, conforme auto de reconhecimento fotográfico, dois
dos rapazes envolvidos nos fatos: Ricardo Madeira e Cristiano
Madeira. Fernanda foi ouvida em termo de declarações e alegou
conhecer dois dos autores, em específico os que empunhavam
armas: Cristiano Madeira, vulgo Pinga, que portava um revólver e
teria desferido dois tiros para o alto; e o irmão de Cristiano, Ricardo
Madeira, vulgo Caveira, que, portando uma pistola niquelada,
desferira os três tiros que atingiram a vítima. Fernanda afirmou
desconhecer os outros dois elementos e esclareceu que poderia
reconhecê-los formalmente, se fosse necessário. Ao final, noticiou
que se sentia ameaçada, relatando que, logo após o crime, em
frente à sua residência, um rapaz descera de uma moto e, com o

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rosto coberto pelo capacete, fizera menção que a machucaria caso
relatasse à polícia o que sabia. Em complementação à apuração da
autoria, buscou-se identificar, embora sem êxito, os outros dois
indivíduos que acompanhavam Ricardo e Cristiano na ocasião dos
fatos. Juntaram-se aos autos o laudo de exame de local de morte
violenta, que evidencia terem sido recolhidos do asfalto dois
projéteis de calibre 38, e o laudo de perícia papiloscópica, realizada
em lata de cerveja encontrada nas proximidades do local, na qual
foram constatados fragmentos digitais de uma palmar. Lançadas as
digitais em banco de dados, confirmou-se pertencerem a Ricardo
Madeira. Também juntou-se ao feito o laudo cadavérico da vítima,
no qual se constata a retirada de três projéteis de calibre 380 do
cadáver: um alojado no tórax e dois, no crânio. Durante as
diligências, apurou-se que o veículo sedã de cor prata, placa ABS
2222/BA, estava registrado em nome da genitora dos irmãos
Cristiano Madeira e Ricardo Madeira, Maria Aparecida Madeira,
residente na rua Querubim, casa 32, no bairro Boa Prudência, em
Salvador – BA, onde morava na companhia dos filhos. Nos registros
criminais de Cristiano, constam várias passagens por roubo e
tráfico de drogas. No formulário de antecedentes criminais de
Ricardo Madeira, também anexado aos autos, consta a prática de
inúmeros delitos, entre os quais dois homicídios. Procurados pela
polícia para esclarecerem os fatos, Cristiano e Ricardo não foram
localizados, tampouco seus familiares forneceram quaisquer
notícias de seus paradeiros, embora houvesse informações de que
eles estariam na residência de seu tio, Roberval Madeira, situada
na rua Bom Tempero, s/n, no bairro Nova Esperança, em Salvador
– A. Ambos foram indiciados nos autos como incursos nas sanções
previstas no art. 121, § 2.º, II e IV, do CP. O inquérito policial
tramitou pela delegacia, em diligências, durante vinte e cinco dias,
encontrando se conclusos para a autoridade policial que preside o
feito, restando a complementação de inúmeras diligências visando
identificar os outros dois autores e evidenciar, através de novas
provas, a conduta dos indiciados. Em face do relato acima
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apresentado, proceda, na condição de delegado de polícia que


preside o feito, à remessa dos autos ao Poder Judiciário,
representando pela(s) medida(s) pertinente(s) ao caso.
Fundamente suas explanações e não crie fatos novos.

Questão 2:

(VINÍCIUS SILVA) No dia 23 de julho de 2014, na cidade litorânea


de Praia Verde – SP, a polícia encontrou um corpo de uma pessoa
do sexo feminino, sem vida, que aparentemente havia sofrido
várias agressões físicas antes de ter sua vida ceifada.

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O laudo de exame cadavérico concluiu que houve um homicídio e
que este se deu mediante asfixia, tudo conforme a analise técnica
do corpo de peritos da Polícia Civil de São Paulo.

Alguns documentos foram encontrados junto à vítima e


comprovaram que se tratava de uma turista francesa, que estava
passando o final de semana no litoral paulista, conhecendo as
belezas das praias.

Posteriormente, mediante o depoimento de moradores que residem


próximos ao local do crime, chegou ao conhecimento da autoridade
policial titular da delegacia de proteção ao turista a informação de
que a vítima estava acompanhada de um suposto guia turístico, que
lhe mostrara algumas das belezas da região, essa pessoa seria o Sr.
Antônio da Silva.

No decorrer das investigações ficou demonstrado pela perícia que


no corpo da vítima, na região do pescoço havia diversas marcas
digitais, que foram juntadas ao laudo pericial.

Posteriormente, foi feito um batimento entre as impressões digitais


encontradas na vítima e o banco de dados da Secretaria de
Segurança Pública, no entanto, não foi possível nenhuma
coincidência entre as informações.

Após empreender diligências, Antônio dos santos foi intimado a


comparecer a delegacia para ser ouvido e ele negou a autoria do
crime.

No entanto ficou comprovado que ele não era guia turístico e sim
um morador da cidade que já havia sido acusado de vários delitos
de estupro, conforme registros de ocorrência do próprio banco de
dados da Polícia Civil.
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Ouvido ele informou que não possuía residência fixa e que durante
o dia, a fim de recolher dinheiro fazia “bicos” como guia. Dormindo
em locais incertos. Não apresentou qualquer documento de
identidade e negou a autoria do crime.

Na qualidade de titular da delegacia de proteção ao turista,


represente pela medida cautelar cabível, visando à conclusão das
investigações.

Bom, agora que vimos as nossas duas questões propostas da aula de hoje,
vamos verificar as minhas propostas de peças para os dois casos propostos
na aula 00.

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6. Respostas dos exercícios da aula 00.

1. (VINÍCIUS SILVA). Em uma cidade do interior paulista, no dia 15


de abril de 2015, Fábio da Silva, que já havia sido condenado pelo
delito de furto simples (art. 155, do CP) e já havia cumprido pena
tendo a extinção da punibilidade sido decretada em julho de 2013,
desacatou um policial durante uma intervenção da Polícia Militar de
São Paulo e foi conduzido ao distrito policial. Lá chegando o
delegado ouviu o condutor e tomou todas as providências de praxe.
O infrator respondia ao inquérito em liberdade e ficou sabendo, por
intermédio de um amigo que “as coisas não andavam muito boas
para ele” no inquérito e passou a divulgar nas redes sociais seu ódio
aos policiais militares da cidade, ameaçando a todos e bradando
aos quatro cantos que voltaria a cometer crimes contra os policiais,
pois estava solto, possuía arma de fogo, munição e coragem para a
prática delituosa. A equipe operacional da delegacia conseguiu
colher todas as postagens de Fábio e uma testemunha prestou
depoimento afirmando ter ouvido Fábio proferir as citadas ameaças
em um conhecido bar da cidade.

Baseado nos fatos acima, na qualidade de delegado de polícia que


conduz a investigação, represente ao juiz pela medida cabível no
caso acima.

Comentário e sugestão de peça:

Bom, nessa questão foi colocado o crime de desacato, em que, a priori, não
caberia a decretação da prisão preventiva, pois se trata de crime punido
com pena privativa de liberdade máxima de 2 anos de detenção.

No entanto, se vocês lerem detidamente o enunciado, verificarão que o


agente delituoso é reincidente em crime doloso, uma vez que praticou furto
simples e ainda não decorrido o período depurador, pois a extinção da
punibilidade foi decretada há pouco mais de um ano.
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Assim, podemos afirmar que cabe a preventiva no caso em tela, pois o


agente delituoso é reincidente em crime doloso dentro de período
depurador de 5(cinco) anos.

Sendo cabível, a prisão preventiva, vamos verificar se estão presentes


os requisitos de cautelaridade.

A autoria já está provada, uma vez que o agente confessou o crime e


menciona publicamente que voltará a cometer crimes.

O crime existe, pois houve desacato comprovado por meio dos depoimentos
da vítima.

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No que concerne ao periculum libertatis, também encontra-se satisfeito


o requisito, pois o agente nitidamente ameaça a ordem pública, pois
promete cometer crimes, inclusive mediante o uso de arma de fogo, que
potencializa a sua conduta.

Assim, é necessário o recolhimento do indiciado por meio da decretação de


sua prisão preventiva.

Portanto, vamos à peça:

EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL


DA COMARCA DE __________.

Ref. Termo Circunstanciado de Ocorrência n°___

A Polícia Civil do estado de ________, por meio do seu Delegado de


Polícia, ao final assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são
conferidas, dentre outros dispositivos, pelos arts. 13, IV; 282, §2°
e 311, todos do CPP, bem como no art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013,
bem assim pela (citar a lei que regulamenta as atribuições da
polícia civil), vem, mui respeitosamente, a presença de Vossa
Excelência, representar pela decretação da prisão preventiva de
Fábio da Silva, pelos fundamentos de fato e de direito que a seguir
passa a expor.

1. Dos fatos
Narram os autos, que o representando cometera delito de
desacato em face de policial militar.

Conduzido ao distrito policial o foram tomadas todas as


providências de 2. Dos fundamentos
praxe e o indiciadojurídicos
respondia ao crime em
liberdade.
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No entanto, posteriormente, o indiciado passou a se comportar


2.1 Da Prática
agressivamente e mediante delituosa
ameaças em redes sociais e em
locais públicos, comprometera-se a praticar novamente crimes
contra agentes públicos, tendo inclusive mencionado em uma
das oportunidades que possui arma de fogo em seu poder.
2. Da fundamentação jurídica
Ouvidas as testemunhas, ficou ratificado o comportamento do
2.1 Do crime cometido
indiciado citado acima.
Da análise dos autos e dos depoimentos e elementos de informação
já coligidos nos autos, percebe-se que ocorreu o crime de
DESACATO na sua forma consumada, estando os elementos de
informação referente à comprovação da ocorrência do delito
juntados aos autos do inquérito policial em epígrafe.

Assim, resta claro o crime tipificado ao teor do art. 331, caput, do


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CP.
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2.2 Do cabimento

A medida cautelar requerida é cabível, uma vez que apesar de o


crime cometido possuir pena em abstrato cominada máxima inferior
a 4 anos, o agente é reincidente em crime doloso, portanto, nos
termos do art. 313, II, do CPP é cabível a segregação cautelar nesta
modalidade.

2.3 Dos requisitos cautelares

Os requisitos cautelares da prisão preventiva igualmente


encontram-se satisfeitos, uma vez que o fumus comissi delicti se
prova pela existência do crime. Os depoimentos das testemunhas e
as declarações do agente delituoso comprovam a existência do
crime e os indícios de autoria atribuída a Fábio da Silva.

Por outro lado, o periculum libertatis nesse caso também está


demonstrado, pela garantia da ordem pública, uma vez que o
indiciado afirma que continuará a cometer crimes contra os
policiais, inclusive por meio da utilização de arma de fogo, que
mencionou possuir.

Assim, estão comprovados os requisitos autorizadores da


concessão da cautelar.

3. Do pedido

Ante do exposto, com base nos fundamentos de fato e de direito já


expostos, representa, essa autoridade policial, pela decretação da
prisão preventiva de Fábio da Silva, sem a oitiva da parte contrária,
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pela própria natureza da medida, após a competente manifestação


do membro do Ministério Público.

Nestes Termos. Pede Deferimento.

Local, data.

Delegado de Polícia
Matrícula

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2. (VINÍCIUS SILVA) No dia 18 de fevereiro de 2013 Márcio foi


conduzido à delegacia após cometer uma lesão corporal de
natureza leve em face de sua esposa, que foi levada ao IML e lá
ficou comprovada a natureza das lesões.

Márcio era primário e de bons antecedentes e nunca havia sido


levado à delegacia de polícia.

Márcio foi então liberado e estava respondendo ao inquérito em


liberdade. No entanto ficou altamente transtornado com a situação
de ter sido preso e a partir de então passou a se comunicar com
amigos que moravam fora do país, contando o ocorrido e pedindo
que fosse possível recebe-lo em suas respectivas casas nos EUA e
Canadá.

Márcio então decidido que estava passou a proceder à venda de


seus bens, comprou roupas características do clima frio e estava
iniciando um procedimento para a expedição de passaporte, visto e
demais documentações necessárias à viagem para fora do país.

A esposa de Márcio então diante de todos esses fatos e convicta de


que queria ver Márcio responder pelos seus atos foi até a delegacia
e contou todo o ocorrido ao delegado.

Assim, diante dos fatos acima, produza a peça prática conveniente


para o caso exposto, sem criar fatos.

Comentário e sugestão de peça:

O problema apresentado é de fácil resolução, uma vez que o crime de lesão


corporal em ambiente familiar é uma das hipóteses de cabimento da prisão
preventiva, nos termos do art. 313, III, do CPP.
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O requisito de cautelaridade também está satisfeito, pois ficou nítido, pela


narrativa dos fatos que o agente delituoso está prestes a deixar o país, o
que caracteriza a possibilidade de se furtar a aplicação da lei penal, por
conta da iminente fuga que está sendo programada.

Assim, vamos à produção da peça:

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EXCELENTÍSSIMO SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE


__________.

Ref. Inquérito policial n°___

A Polícia Civil do estado de ________, por meio do seu Delegado de


Polícia, ao final assinado, no uso de suas atribuições, que lhe são
conferidas, dentre outros dispositivos, pelos arts. 13, IV; 282, §2°
e 311, todos do CPP, bem como no art. 2°, §1°, da Lei 12.830/2013,
bem assim pela (citar a lei que regulamenta as atribuições da
polícia civil), vem, mui respeitosamente, a presença de Vossa
Excelência, representar pela decretação da prisão preventiva de
Fábio da Silva, pelos fundamentos de fato e de direito que a seguir
passa a expor.

1. Dos fatos

Narram os autos do inquérito policial em epígrafe que houve


crime de lesão corporal no dia 18 de fevereiro de 2013,
oportunidade em que o representando cometeu delito previsto
no art. 129, §9°, 2.
doDos
CP.fundamentos jurídicos

O indiciado estava respondendo a acusação em liberdade,


quando chegou a esta autoridade que subscreve a informação
2.1 Da
de que ele estaria em Prática
situação delituosa
caracterizadora de fuga, uma
vez que já havia comprado enxoval típico de regiões frias, bem
como amigos que moram nos EUA e Canadá já haviam sido
contatados para auxiliar na sua moradia.

A vítima prestou depoimento ratificando as informações


acima, e solicitou providências da autoridade policial, uma vez
que manifestou interesse de ver seu ex-marido punido n forma
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da lei.

2. Da fundamentação jurídica

2.1 Do crime cometido

Da análise dos autos e dos depoimentos e elementos de informação


já coligidos nos autos, percebe-se que ocorreu o crime de lesões
corporais leves na sua forma consumada, estando os elementos de
informação referentes à comprovação da ocorrência do delito
juntados aos autos do inquérito policial em epígrafe, conforme
laudo pericial do IML local.

Assim, resta claro o crime tipificado ao teor do art. 129, §9°, caput,
do CP.
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2.2 Do cabimento

A medida cautelar requerida é cabível, uma vez que se trata da


hipótese elencada no inciso III, do art. 313, do CPP, sendo,
portanto, cabível a prisão preventiva, caso seja necessária.

2.3 Dos requisitos cautelares

Os requisitos cautelares da prisão preventiva igualmente


encontram-se satisfeitos, uma vez que o fumus comissi delicti se
prova pela existência do crime. O laudo de exame de corpo de delito
da lavra do IML local comprova que houve lesões de natureza leve
suportadas pela vítima, a qual teve sua integridade física afetada
por conta da ação delituosa.

Por outro lado, o periculum libertatis nesse caso também está


demonstrado, pela garantia da aplicação da lei penal, uma vez que
o indiciado já está prestes a empreender fuga para o exterior, fato
esse comprovado mediante o protocolamento de requerimento de
expedição de visto, passaporte e demais expedientes necessários à
viagens internacionais.

Assim, estão comprovados os requisitos autorizadores da


concessão da prisão preventiva.
3. Do pedido

3. Do pedido

Ante do exposto, com base nos fundamentos de fato e de direito já


expostos, representa, essa autoridade policial, pela decretação da
prisão preventiva de Márcio, sem a oitiva da parte contrária, pela
própria natureza da medida, após a competente manifestação do
membro do Ministério Público.
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Nestes Termos. Pede Deferimento.

Local, data.

Delegado de Polícia
Matrícula

Por hoje é só, espero que tenham gostado da aula 01, onde você
comprovou o nível de profundidade do material e o de comprometimento
do professor que conduz o curso. Espero que você tenha bastante sucesso
no curso e aprenda a não só produzir a sua peça, mas também a identificar

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no caso concreto a peça cabível e fique bem tranquilo na realização da sua
prova.

Abraços.

Bons Estudos.

Prof. Vinícius Silva.

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