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Ac. 00652.

231/96-9 RO

EQUIPARAÇÃO SALARIAL. Quadro de Pessoal Reestruturado da CEEE, implantado em julho


de 1991. Prescinde-se da chancela do Ministério do Trabalho diante de quadro de pessoal de cuja
elaboração a categoria profissional foi partícipe, em prolongadas negociações. Fato impeditivo
que afasta o direito, sem embargo da presunção em favor do A., quanto à matéria de fato.
Recurso provido.

(...) EQUIPARAÇÃO SALARIAL. Uma vez mais em exame pleito de equiparação salarial, no
âmbito da CIA. ESTADUAL DE ENERGIA ELÉTRICA, sob o fundamento de, a par de
preenchidos os requisitos fáticos do art. 461 da CLT, não se emprestar validade ao quadro de
pessoal organizado em carreira da estatal, instituído em 1991 sem a chancela do Ministério do
Trabalho, como preconizado na orientação jurisprudencial consagrada no ENUNCIADO-06/TST.
A sentença consagra a tese dos AA.
Data venia, prospera o recurso.
Irrelevante a situação de fato cuja presunção de veracidade milita em favor do A., diante da
inexistência de qualquer inconformidade da R., cuja contestação assenta-se, apenas, e na alegação
do fato impeditivo da existência de quadro de carreira.
Admitido em 1961 e afastado, pela aposentadoria, em 1994, o A., "por mais de dez anos",
presumivelmente os últimos da execução contratual, teria exercido as mesmas funções afetas ao
paradigma apontado, não obstante estarem ambos, A. e modelo, posicionados de forma diversa no
quadro de carreira. Este, a partir de 1991, é apontado como inócuo para os fins de obstaculizar a
equiparação.
O pleito é de, exclusivamente, equiparação salarial.
O A. não questiona o enquadramento, nem fundamenta qualquer pedido em desvio de função.
A ação foi ajuizada em 18.04.96, ainda no biênio posterior à dissolução do contrato (01.07.94).
Alegada prescrição na defesa (fl. 20), esta fulmina eventuais prestações vencidas ou exigíveis
anteriormente a 18.04.91.
Portanto, o contraditório pressupõe, basicamente, enfrentar o fato impeditivo contemplado no art.
461, 2º, da CLT: "Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver
pessoal organizado em quadro de carreira, hipótese em que as promoções deverão obedecer aos
critérios de antiguidade e merecimento."
Inexiste qualquer questionamento quando ao quadro vigente até junho/91, sendo fato notório a
respectiva regularidade, à luz da orientação contida no ENUNCIADO-06/TST.
O próprio A. assim o admite, implicitamente, ao apontar irregularidades apenas em relação ao
quadro implantado em 01.07.91. Ao que se depreende dos termos da petição inicial, a par da
identidade de funções e do trabalho de igual valor, o pleito de equiparação salarial fundamenta-se,
basicamente, na ausência do fato impeditivo a partir da implantação do quadro de 1991, a título
de restruturação do quadro anterior, sem a homologação do Ministério do Trabalho.
A matéria tem sido amiúde trazida a discussão neste Tribunal. A CEEE implantou o Quadro de
Pessoal Reestruturado - QPR, em 01/07/91, sem submetê-lo à chancela do Ministério do Trabalho.
Isso é claramente destacado na petição inicial e toda a tese do A. alicerça-se nessa premissa.
A jurisprudência do Colendo TST, consolidada no seu ENUNCIADO-06, erigiu a condição de
eficácia, para configurar fato impeditivo ao direito à equiparação salarial (art. 461, 2º, da CLT),
dita chancela.
Inicialmente, cabe referir que a lei não exige qualquer formalidade especial para emprestar validade
ao quadro de pessoal organizado em carreira, enquanto fato impeditivo ao direito à equiparação
salarial. Cogita-se da exigência de homologação, em situação específica, mais precisamente,
quando em causa a isonomia salarial entre empregados nacionais e estrangeiros. O art. 358, alínea
b, da CLT, dispõe que nenhuma empresa poderá pagar a brasileiro que exerça função análoga à
exercida por estrangeiro a seu serviço, salário inferior ao deste, salvo, entre outras exceções,
"quando, mediante aprovação do Ministério do Trabalho, houver quadro organizado em carreira
em que seja garantido acesso por antiguidade ...". O Colendo TST, dando interpretação ao
contido no 2º do art, 461 da CLT, entendeu de exigir, quando em discussão isonomia salarial,
independentemente das circunstâncias especiais de que trata o Capítulo II do Título III da CLT
(Nacionalização do Trabalho), a homologação do Ministério do Trabalho, certamente no intuito de
preservar a publicidade dos quadros de carreira das empresas e, destarte, impedir que estes deles
lançassem mão, oportunisticamente, sempre que diante de pretensão a equiparação salarial.
No caso em exame, contudo, afigura-se despicienda a referida homologação, presentes as
peculiaridades de que se revestiu a implantação do quadro reestruturado, em 01.07.91. Não é dado
ignorar fato notório: desde a década de oitenta, em todas as negociações coletivas, na data-base,
constou clausulamento expresso, tendente à ação conjunta da R. e do sindicato dos eletricitários,
na busca da reestruturação do quadro de pessoal da empresa. Houve a criação de sucessivas
comissões paritárias, visando à implementação do novo quadro. A discussão em seu torno envolveu
toda a categoria profissional, uma das mais politizadas e participativas na defesa de seus interesses
corporativos, pelo menos, durante uma década. Tais fatos prescindem de prova (art. 334-I, CPC),
porque do conhecimento comum. De se concluir, portanto, que o regramento constante do quadro
reestruturado em julho de 1991 é do conhecimento geral da comunidade de empregados da
recorrente. Tal particularidade a coloca em situação diferenciada quanto às demais empresas,
porquanto, no caso concreto, inexiste o mínimo risco de restarem fraudadas as normas de
hierarquização de cargos e salários ali estabelecidas, tal a publicidade que se deu às mesmas. A
situação de desigualdade de tratamento em relação à generalidade dos empregadores, é impositiva
no caso concreto, diante do princípio da eqüidade que deve presidir o julgamento.
Sem que de tal convicção decorra qualquer oposição à orientação do ENUNCIADO-06/TST, é
curial que se considere a total desnecessidade de qualquer registro do Quadro de Pessoal de 1991,
perante o MTb. A exigência formal cede, no exame da espécie, ao notório conhecimento das regras
ali estabelecidas.
Ad argumentum, colocar em dúvida a eficácia vinculativa do quadro de pessoal da R. implicaria
desestruturar toda a sua organização interna, em detrimento de interesse coletivo de seus
empregados, partícipes da sua elaboração, através da atuação da entidade sindical.
O regramento contido no novo quadro atende ao contido no art. 461, 2º-CLT.
Dessa sorte, há fato impeditivo a afastar o pleito de equiparação salarial.
Dou provimento ao recurso para absolver a recorrente da condenação imposta.
Custas pelo recorrido em reversão.

Ac. 00652.231/96-9 RO
Julg.: 09.06.99 – 1ª Turma
Publ. DOE-RS: 02.08.99
Relatora: Carmen Camino

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