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O significado da nova estratégia de desenvolvimento Luiz Marcelo

Michelon Zardo
chinesa para a economia brasileira

Enquanto o mundo desenvolvido 2. Com a eclosão da crise de 2008 e a


amargava forte recessão em 2009, no falta de dinamismo dos países da OCDE
ponto mais agudo da crise internacional, cogitou-se um redirecionamento dos
a China ostentava um invejável investimentos chineses em direção ao
crescimento de 9%. Por trás desse mundo emergente, inclusive ao Brasil.
resultado, encerra-se uma lógica de Afinal, apesar dos esforços de maior
planejamento que visava a um dinamismo interno, no curto prazo a
crescimento sustentado e menos China ainda precisa do drive
vulnerável aos movimentos da economia exportador e do recurso ao
internacional. Acentuaram-se as políticas investimento direto externo (IDE)
monetárias e fiscais expansionistas, e para acessar fontes de matérias-
consagrou-se uma estratégia econômica primas. Efetivamente, referida hipótese
com maior ênfase no dinamismo inicialmente se concretizou. No
interno. entanto, a deterioração da situação
A preocupação com a sustentação do macroeconômica brasileira a partir de
crescimento - mesmo que a taxas mais 2012 implicou uma reversão dessa
moderadas - estendeu-se ao 13º Plano tendência: os dados indicam um
Quinquenal (2015-2020) do país. Previu- redirecionamento de investimentos
se o fortalecimento da atuação do do Brasil para o Sudeste Asiático,
governo através de políticas concorrente na oferta de recursos
expansionistas, e manteve-se a ênfase primários a Pequim.
na demanda doméstica. Além disso, o
projeto de um poderoso núcleo 3. A estratégia chinesa tende a
endógeno de inovação passou a posição acentuar a especialização de sua
de protagonismo ainda maior. economia em bens de alto valor
Nesse contexto, pergunta-se: quais as agregado e acentuar o caráter norte-sul
implicações desse projeto de de suas relações comerciais com a
desenvolvimento à economia brasileira? periferia. Essa tendência, identificada
com o fortalecimento da dimensão
interindustrial do comércio, associa-se
a uma dessincronização dos ciclos
Metodologia: Recorreu-se à análise de de negócios, segundo Calderón,
fontes primárias (como discursos e Chong e Stein (2007). Assim, o caráter
documentos oficiais) e secundárias no dos fluxos comerciais pode arrefecer a
que tange à estratégia econômica correlação de ciclos entre Brasil e China
recente da República Popular da China e percebida por Cunha et al. (2011).
aos seus fluxos com o Brasil. Para além
disso, compilaram-se dados comerciais Conclusão: A estratégia chinesa do pós-
(Comtrade) e de investimento (Banco crise, acentuada com o 13º Plano
Mundial; Heritage Foundation) que Quinquenal, per se, não implicou
ajudassem no exame da evolução das mudanças acentuadas nas relações
relações econômicas entre os dois China-Brasil. Fomentou uma tendência
países. (já existente antes da crise) à acentuação
do caráter norte-sul do comércio com o
1. Identifica-se uma tendência à país americano e a consequente
especialização cada vez maior da dessincronização entre os ciclos de
economia chinesa em bens de alto negócios de ambas as nações ; não
valor agregado, em cuja produção implicou no curto prazo uma redução dos
cada vez tem mais relevância a IDEs chineses, cuja distribuição foi
tecnologia própria. Esse processo, cuja alterada apenas por fatores terceiros
continuidade se identifica com o projeto (crise do mundo desenvolvido, problemas
“Made in China 2025”, deve seguir macroeconômicos no Brasil).
amplificando o caráter norte-sul das
relações econômicas China - Brasil.

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