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Curso de Eletrodinâmica Clássica I. 2005.

1 Departamento de Fı́sica - UFPE 1

Aula 14 - 18/05/2005

Magnetoestática: Lei de Biot-Savart e Lei Ampère


Ref: Jackson §5.1 e 5.5

Objetivos:

• Discutir os aspectos gerais da Magnetostática em comparação com a Elet-


rostática. Discutir a Lei de Biot-Savart.
• Obter a equação diferencial para a Magnetostática e a Lei de Ampère.
• Definir Potencial vector e obter a equação de Laplace para problemas e mag-
netostática.
• Resolver o problema de uma espira de corrente circular calculando o potencial
vetor e o campo de indução magnética.

Magnetostática e a Lei de Biot-Savart

Diferenças mais importantes entre a Magnetostática e a Eletrostática:

- Inexistência de monopolos magnéticos (ou “car- ~


B
gas magnéticas”livres).
V
- Dipolo magnético como fonte magnética elemen- ~µ
tar. ~τ b
- Em presença de materiais magnéticos, os dipo-
los tendem a se alinhar entre si em certa
direção determinada pela densidade de fluxo
magnético B ~ ou indução magnética.
- A densidade de fluxo magnético é determinada
localmente pelo torque mecânico τ sofrido
por um dipolo magnético µ, segundo a ex-
pressão:

~
~τ = ~µ × B Indução Magnética (1)

Obs:
~ (externo).
• ~µ é suficientemente fraco para não causar variações em B
• ~µ é definido de forma a ter unidades compatı́veis.

Lei de Conservação da Carga Elétrica


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~ como será visto adiante, é gerado pelo movimento


A densidade de fluxo magnético B,
~ é especificado, ou seja depende de correntes
de cargas em relação ao referencial onde B
elétricas.
Conceito de Densidade de corrente J: ~ carga (positiva) por unidade de área/por
unidade de tempo cruzando uma superfı́cie elementar.

~ = (∆Q/∆t) Coulomb Ampère


|J| ou (SI) (2)
∆S m2 seg m2

A Lei de Conservação da Carga → equação de continuidade para a densidade de carga


em todo espaço:
∂ρ
+ ∇ · J~ = 0 (3)
∂t
ou

A taxa de variação da carga total em um volume elementar corre-


sponde ao fluxo lı́quido de cargas através da superfı́cie do elemento
de volume.

Obs: na ausência de criação ou aniquilação de cargas.

Magnetoestática: não há variação local na densidade de carga ρ(~x, t) = ρ(~x).

∂ρ
=0 ρ = constante no tempo → ∇ · J~ = 0 (4)
∂t

~ e as correntes elétricas:
Relação entre B

Considerar densidades de correntes J~ confinadas em regiões finitas (fios, barramentos,


etc). Somar a contribuição sobre a seção transversal dos condutores e definir a corrente
elétrica (Ampère).
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Densidade de corrente em fio de seção transver-


sal φ pequenaR em relação a |~x| corresponde a uma
I
corrente I = φ J~ · n̂da.

d~l × ~x
~ = kI
dB (5) d~l
|x|3
~
dB
~x
sendo d~l é o elemento infinitesimal (orientado) do b
P
condutor localizado no ponto ~x onde a contribuição
dB~ para a indução magnética é computada e

1
k = c = velocidade da luz (Sistema Gaussiano)
c  
µ0 −7 N
k = = 10 (Sistema Internacional)
4π A2

Atenção: Não comparar Idl como uma carga elementar. É necessário que o circuito
seja fechado para haver conservação da carga.

No caso de um circuito fechado


   
C L
[Id~l] → L= C → [q~v ]
seg seg

~ = kq ~v × ~x
B (baixas velocidades v ≪ c e ~a ≃ 0) (6)
|x|3

Obs: no Sistema SI:


µ0
k = = 10−7 N/A2

N
[B] =
Am
N m
[E] = → [B] ×
C seg
~ e cB
Obs.: Na formulação relativı́stica E ~ formam o tensor F µν (campo-tensão) (field-
strength)

~ produzido por um fio reto infinito com corrente I.


Exemplo Simples: Calcular B

Por simetria o campo é normal ao plano do papel, saindo. As linhas de forças são
cı́rculos concêntricos ao fio. Usando (5)
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Z ∞
~ = µ0 I
|B|
|x| sin θdl
I
4π −∞ |x|3
→ |x| = (R2 + l ) , 2 1/2
R = |x| sin θ d~l θ
Z ∞ ∞
~ = µ 0 dl µ 0 IR 1 l
|B| IR 2 2 3/2
= 2 2 2 1/2
= ~x
4π −∞ (R + l ) 4π R (R + l ) −∞
b
P
R

~ = µ0 I
B Lei de Biot-Savart (7)
2π R

~ ∼ R−1 (análogo ao campo eletrostático de


Obs.: |B| ~
B
um fio de cargas) → caráter vetorial diferente!

Lei de Ampère:

Força sofrida por uma corrente elementar I1 dl1 em presença de um campo de indução
~
B produzido pela espira de corrente #2.

dF~ = I1 (d~l1 × B)
~ Força de Lorentz (lembrar): F~m = q~v × B
~ (8)
I1
Substituindo o valor de B ~ produzido por uma corrente #1
fechada I2 , resulta:
d~l1
I I !
µ 0 (d~l2 × ~x12 ) ~x12
F~12 = I1 d~l1 × I2 =
#1 #2 4π |x12 |3 d~l2
I I
~ µ0 d~l1 × (d~l2 × ~x12 )
F12 = I1 I2 (9)
4π #1 #2 |x12 |3
#2
onde F~12 : força sobre circuito #1 causada pelo circuito I2
#2.

Mas

~a × (~b × ~c) = (~a · ~c)~b − (~a · ~b)~c


d~l1 × (d~l2 × ~x12 ) = −(d~l1 · d~l2 )~x12 + d~l2 (d~l1 · ~x12 )

logo " #
I I
µ 0 I1 I2 (d~l1 · d~l2 ) ~
~l2 (dl1 × ~x12 )
F~12 = − ~
x 12 + d (10)
4π #1 #2 |x12 |3 |x12 |3
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O segundo termo na integral acima é da forma


1
[xdlx + ydly + zdlz ] (11)
(x2 + y 2 + z 2 )3/2
que corresponde a uma diferencial exata, cuja integral em trajetória fechada #1 é nula.
Logo resta:

I I
µ0 (d~l1 · d~l2 )~x12
F~12 = − I1 I2 Lei de Ampère (12)
4π #1 #2 |x12 |3

Obs: Simétrica com respeito à troca de ı́ndices.

Caso simples: Força entre dois fios paralelos infinitos:

Considerando a figura ao lado podemos escrever, usando a Lei de Ampère, a força sobre
o fio #1 exercida pelo campo B ~ gerado por #2. Na figura ao lado especificamos uma
geometria particular onde ~x12 = −dx̂ + (l1 − l2 )ŷ.

Portanto a força sobre o circuito #1 terá, em I1 I2


princı́pio, duas componentes: F~12 |x e F~12 |y : d~l1
Z L/2 Z
µ0 (±)dl1 dl2 (−d)
F~12 |x = − I1 I2 ~x12
4π −L/2 [d2 + (l1 − l2 )2 ]3/2 L/2
Z L/2 Z L/2
µ0 d dy d~l2
= (±) I1 I2 dl2 2 2 3/2
4π −L/2 −L/2 [d + y ] d
  Z L/2
µ0 L/d
= (±) I1 I2 dl2 0 x̂
4π [d2 + L2 /4]1/2 −L/2
µ0 L2
= (±) I1 I2
4π d [d2 + L2 /4]1/2
−L/2
(F12 )x µ 0 I1 I2 L µ 0 I 1 I2
∴ = (±) lim h i1/2 → (±) = I1 B2 = I2 B1
L L→∞ L→∞ 4π d L

2d 2 2π d
1+ L 2
onde B2 é o campo de indução gerado por #2 sobre #1 e vice-versa.
A componente F12 |y se anula por simetria. Temos integrais na forma:
Z L/2 Z L/2
~ µ0 dl1 (l1 − l2 )
F12 = − I1 I2 dl2 2 2 3/2
=0
y 4π −L/2 −L/2 [d + (l1 − l2 ) ]
| {z }
0

Obs: O sinal (±) da força é dado pelo sinal de d~l1 · d~l2 onde a direção de d~li (i = 1, 2) é
determinada pela direção do fluxo da corrente. Portanto:
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• Correntes paralelas → Força atrativa.


• Correntes opostas → Força repulsiva.

Obs.: Importante!

1. A força entre correntes pode ser usada para definir a unidade de corrente (Ampére).
2. Pode ser usada para definir B ~ (densidade de fluxo magnético) independente da
~
existência de dipolos magnéticos permanentes (~τ = ~µ × B).

Força sobre uma densidade de corrente J~ em presença de campo externo B:


~

Z
F~ = ~ x) × B(~
(J(~ ~ x))d3 x ~ x) 6= 0
V = volume onde J(~ (13)
V

Torque correspondente:

Z
τ= ~ x) × B(~
~x × (J(~ ~ x))d3 x Torque (14)

Equações Diferenciais para a Magnetoestática:


Vimos que para o caso de uma densidade de cor-
rente confinada em um fio #:
I I
~ = µ0 d~l × ~x
B I (15)
# 4π |x|3
d~l
No caso geral de uma densidade de corrente não ~
dB
necessariamente confinada: ~x
b
P
Z
~ x) = µ0 ~ x1 ) × (~x − ~x ) d3 x′

B(~ J(~ (16)
4π |~x − ~x′ |3
~ x′)
J(~ b
P
Lembrar: Campo eletrostático de uma densi- ~x
dade de carga ρ(~x′ ) ~x′
0
Z
~ 1 ~x − ~x′ 3 ′
E(~x) ρ(~x′ ) dx (17)
4πǫ0 |~x − ~x′ |3
Usando
~x − ~x′ ~x 1
3
= −∇
|~x − ~x |
′ |~x − ~x′ |
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em (16) resulta:
Z   Z ~ x′ )
~ = − µ0
B ~ x′ ) × ∇x
J(~
1 3 ′
dx =
µ0 ~
∇x ×
J(~
d3 x′ (18)
4π |~x − ~x′ | 4π |~x − ~x′ |
| {z }
~
A

~ ·B
Logo, ∇ ~ ∝∇
~ · (∇ × A)
~ ≡ 0, ou seja

~ ·B
∇ ~ =0 1a. equação diferencial da magnetoestática (19)

~ = 0 na Eletrostática!
Obs.: análoga a ∇ × E

~ × B:
Cálculo de ∇ ~
Z !
~ x′ )
∇ ~ = µ0 ∇
~x×B ~x× ~x×

J(~
d3 x′ (20)
4π |~x − ~x′ |

~x×∇
Mas, ∇ ~x×A ~=∇~ x (∇~ x · A)
~ −∇ ~ 2x A.
~ Logo:
Z   Z  
~ ~ µ0 ~ ~ ~ 1 3 ′ µ0 ~ ′ ~2 1
∇x × B = ′
∇x J(~x ) · ∇x dx − J(x )∇x d3 x′
4π |~x − ~x′ | 4π |~x − ~x′ |

Usando:
   
~x 1 ~ 1
∇ = −∇x′
|~x − ~x′ | |~x − ~x′ |
 
~ 2x 1
∇ = −4πδ(~x − ~x′ )
|~x − ~x′ |
Z  
~x×B µ
~ = − ∇0 ~ x d x J(~
3 ′ ~ x)·∇
′ ~ x′ 1 ~ x)
∇ + µ0 J(~
4π |~x − ~x′ |
Z ~ ~ ′)
~ ~ µ0 ~ ∇x′ · J(x ~ x) = µ0 J(~
~ x)
∇x × B = − ∇x d3 x′ + µ0 J(~
4π |~x − ~x′ |

onde na última passagem foi feita uma integração por partes (o termo de superfı́cie se anula
se a distribuição de correntes for limitada) Para o caso dos fenômenos magnetostáticos
onde ∇~ · J~ = 0 resulta:

~ = µ0 J~
∇×B 2a. Equação para Magnetoestática (21)

~ = ρ/ǫ0 na Eletrostática!
Obs.: análoga a ∇ · E

Forma diferencial da Lei de Ampére: usar o teorema de Stokes.


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Z I
~ · ~n da =
(∇ × A) ~ · d~l
A
S c
Z Z I
~ · ~n da =
(∇ × B) µ0 J~ · n̂ da = ~ · d~l
B
S S c

ou
I Z
~ · d~l = µ0
B J~ · n̂ da = µ0 I Análogo da Lei de Gauss (22)
c S

Obs.:

1. Tirar proveito das simetrias.


2. Usar regra de mão direita para definir n̂!

Vetor Potencial:

~ ×B
∇ ~ = µ0 J~ ~ ·B
∇ ~ =0

Caso particular: J~ = 0 (ausência de corrente)

~ =0 → B
∇×B ~ = −∇ΦM → ∇2 ΦM = 0 Equação de Laplace (23)

Problemas de contorno para um potencial magnético ΦM análogos aos da eletrostática,


mas com condições de contorno diferentes e meios com propriedades magnéticas diferentes
(deixar para mais adiante).

~ ·B
Problema Geral: Como ∇ ~ = 0, temos:

~ · (∇
∇ ~ × A)
~ ≡0 → ~ =∇
B ~ × A(~
~ x) (24)
~ pode ser escrito como em (18), isto é:
Mas, B
Z
~ µ0 ~ J(~x′ ) 3 ′
B = ∇× dx
4π |~x − ~x′ |

Logo

Z ~ x′ )
~ x) = µ0
A(~
J(~
d3 x′ + ∇Ψ(~x) desde que ∇ × (∇Ψ) ≡ 0 (25)
4π |~x − ~x′ |
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~ pode ser definido a menos de ∇Ψ ou seja


Portanto, A

~→A
A ~ + ∇Φ(~x) Transformação de calibre (26)

Mas,
~ = ∇ × (∇ × A)
∇×B ~ = ∇(∇ · A)
~ − ∇2 A
~ = µ0 J~
~ = 0 (dito Calibre de Coulomb), resulta1 :
Escolhendo Ψ(~x) tal que ∇ · A

~ = −µ0 J~
∇2 A Eqs. de Poisson para (Ax , Ay e Az ). (27)

~ =0→∇·A
Mas, ∇ · A ~ + ∇ · (∇Ψ) = ∇ · A
~ + ∇2 Ψ = 0, logo

~ 2Ψ = 0
∇ (em todo espaço) (28)

Esta condição pode ser obtida diretamente calculando-se ∇ ~ ·A ~ e usando que ∇ ~ · J~ = 0


em problemas de eletrostática, isto é:
Z      
~ ·A~ = µ 0 ~x 1 ~ x)+
′ 1 ~ x · J(~
~ x ) d3 x′ + ∇
′ ~ 2x Ψ
∇ ∇ · J(~ ∇
4π |~x − ~x |
′ |x − x |

Z
µ0 ~ x′ )∇~′ 1 ~ 2Ψ = 0
= − J(~ x d3 x′ + ∇ x
4π |x − x′ |
Integrando por partes em espaço não-limitado, resulta:
0
z }| {
Z ~′ ~ ′
µ0 ∇x · J(~x ) 3 ′ ~ 2 ~ 2x Ψ = 0
d x + ∇x Ψ = 0 → ∇ em todo espaço (29)
4π |~x − ~x′ |

~ ·A
Portanto a escolha do calibre ∇ ~ = 0 resulta ∇~ 2 Φ = 0. Neste caso, uma possibilidade
é ter Φ=constante considerando a ausência de fontes do infinito. Assim, a solução para
A~ é dada por:
Z ~ ′
~ µ0 J(~x ) 3 ′
A(~x) = dx (30)
4π |~x − ~x′ |

Exemplo: Corrente em Espira Circular

Cálculo do campo B ~ produzido por uma corrente circular I, de raio a no plano x − y cen-
trada na origem. Densidade de corrente pode ser escrita em coordenadas esféricas como:
J~ = Jφ φ̂, onde Jφ é proporcional a δ(cos θ)δ(r − a). A constante de proporcionalidade é
1
Outras escolhas são possı́veis de acordo com suas conveniências como será visto mais adiante (Cap.
6 do Jackson)
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calculada integrando-se a densidade de corrente no plano φ=constante para se obter com


resultado a corrente I.

b
P
Lembrar que [J] = [Q/T L2 ]. Assim,
~x
Z ∞Z π r
I θ
I=C δ(cos θ)δ(r−a)rdθdr = Ca → C =
0 0 a
ou seja:

δ(r − a)
′ I
Jφ = I sin θ′ δ(cos θ′ ) (31) x̂
a
Em coordenadas cartesianas terı́amos: ẑ
Jr
J~ = −Jφ sin φ î + Jφ cosφĵ (32) b Jφ

r
Como o problema tem simetria azimutal em
relação ao eixo ẑ, é suficiente calcular o potencial θ
vetor A ~ no plano (x − z) (φ = 0) →. Substituindo
(32) em (30) resulta:
Z 0 ŷ
~ µ0 Jφ cos φ 3 ′
A(~x)|φ=0 = Aφ = d x ĵ (33) φ
4π |~x − ~x′ | x̂

ou seja componente Jx não contribui!
Portanto, substituindo a expressão de J~ teremos
Z
µ0 I dr′ dΩ′ r′2 sin θ′ cos φ′
Aφ (r, θ) = δ(cos θ′ )δ(r − a′ )
4πa |~x − ~x |

1
Usando |x − x′ | = [r2 + r′2 − 2rr′ (cos θ cos θ′ + sin θ sin θ′ cos φ′ )] 2 obtemos:

Z 2π
µ0 Ia cos φ′ dφ′
Aφ (r, θ) = 1 (34)
4π 0 (a2 + r2 − 2ar sin θ cos φ′ ) 2

que pode ser reescrito como

 
µ0 4Ia (2 − k)2 K(k) − 2E(k)
Aφ (r, θ) = (35)
4π (a2 + r2 + 2ar sin θ)1/2 k2

onde
4ar sin θ
k= (36)
a2 + r2 + 2ar sin θ
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e K(k) e E(k) são Integrais Elı́pticas completas2 dadas por:


Z 1 Z π/2
 2

2 1/2
K(m) = (1 − t ) (1 − mt ) dt = (1 − m sin2 θ)−1/2 dθ (37)
0 0
Z 1 Z π/2
2 1/2
 2 1/2

E(m) = (1 − t ) (1 − mt) ) dt = (1 − m sin2 θ)−1/2 dθ (38)
0 0

~
Cálculo das Componentes de B



 1 ∂


 Br = r sin θ ∂θ
(sin θ Aφ )


Bθ = − 1r ∂r

(r Aφ ) (39)






 Bφ = 0

O cálculo pode ser efetuado diretamente, mas é complicado embora útil para com-
putação. É interessante analisar os comportamentos assintóticos.

Expandir (34) em potências de


a2 r2 sin2 θ
(a2 + r2 )2
e proceder a integração obtendo:
 
µ0 Ia2 r sin θ 15a2 r2 sin2 θ
Aφ = 1+ + ··· (40)
4(a2 + r2 )3/2 8(a2 + r2 )2

Usar a expressão acima em (39) para obter expressões análogas para as componentes do
campo, a saber:  
µ0 Ia2 cos θ 15a2 r2 sin2 θ
Br = 1+ + ··· (41)
2(a2 + r2 )3/2 4(a2 + r2 )2
 
µ0 Ia2 sin θ 2 2 15a2 r2 sin2 θ(4a2 − 3r2 )
Bθ = − 2 2a − r + + ··· (42)
4(a + r2 )5/2 4(a2 + r2 )2
Comportamentos Assintóticos:
1. Longe da corrente: r ≫ a:

 µ0

 Br =

(Iπa2 ) cos
r3
θ

(43)
 µ0

 Bθ =

(Iπa2 ) sin
r3
θ

que é um campo de dipolo (magnético) com momento dipolo m = Iπa2 .


2
Ver Abramowitz & Segun, pag. 590, §17.3.1 e 17.3.3
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2. Sobre o eixo: θ = 0
µ0 Ia2
Br = Bθ = 0 (44)
2(a2 + r2 )3/2
3. Nas proximidades do centro da espira: r ≪ a
  r 2 
µ0 I 3 4
Br = 1 + [3 + 5 cos(2θ)] + O(r/a) (45)
2a 16 a
  r 2 
µ0 I sin θ 3 2 4
Bθ = 1 + [−2 + 5 sin θ] + O(r/a) (46)
2a 2 a
Comparação com problemas de eletrostática:

Considerar a expressão geral para Aφ (r, θ) antes das integrações, isto é:
Z
µ0 I sin θ′ cos φ′ δ(cos θ)δ(r′ − a)
Aφ (r, θ) = r′2 dr′ dΩ′ (47)
4πa |~x − ~x′ |
Expandir |~x − ~x′ |−1 em harmônicos esféricos.
l
1 X 1 r<
= 4π Y (θ, φ)Ylm (θ′ , φ′ )
l+1 lm
(48)
|~x − ~x′ | lm
2l + 1 r>

" #
µ0 I X Ylm (θ, 0) Z r l
< ′
Aφ = ℜ r′2 dr′ dΩ′ sin θ′ δ(cos θ)δ(r′ − a) l+1 Ylm (θ′ , φ′ )e−iφ (49)
a lm
2l + 1 r >

A integral em φ′ impõe a restrição que apenas os termos com m = 1 são não nulos pelas
condições de ortogonalidade. Logo, realizando as integrais usando as funções δ-Dirac e
usando
s Z 2π
2l + 1 (l − m)! m imφ ′ ′
Ylm (θ, φ) = Pl (cos θ)e , eimφ e−φ = 2πδm,1
4π (l + m)! 0

obtém-se: "s #
X Yl,1 (θ, 0) rl 2l + 1
<
Aφ = 2π µ0 Ia P 1 (0) (50)
l
(2l + 1) l+1
r> 4π l(l + 1) l
Mas, 
√ 

 0;
2l + 1 se l é par
1
p Pl (0) = q h i (51)
4πl(l + 1) 
 2l+1 (−1)
n+1 Γ(n+3/2)

4πl(l+1) Γ(n+1)Γ(3/2)
; se l = 2n + 1

Finalmente, usando Γ(n + 3/2) = (2n + 1)!! π/2n+1 e Γ(n + 1) = n! obtemos:

∞ 2n+1
µ0 Ia X (−1)n (2n − 1)!! r< 1
Aφ = − 2n+2 P2n+1 (cos θ) (52)
4 n=0 2n (n + 1)! r>
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onde (2n + 1)!! = (2n + 1)(2n − 1)(2n − 3) · · · 5.3.1 é o duplo fatorial.


Para calcular os campos será necessário usar
d h√ 2 1
i
1 − x Pl (x) = l(l + 1)Pl (x) (53)
dx
para obter

µ0 Ia X (−1)n (2n + 1)!!r<2n+1
Br = 2n+2 P2n+1 (cos θ) (54)
2r n=0 2n n!r>
 

 2n+2
 1 r 2n 
µ0 Ia2 X (−1)n (2n + 1)!!  − 2n+1 a3 a
∞ 
1
Bθ = − P2n+1 (cos θ) (55)
4 n=0 2n (n + 1)!   2n 
 13 a
 

r r

onde no colchete o termo superior é para r < a e o inferior para r > a.


Para r ≫ a apenas o termo n = 0 é dominante! Como P11 (cos θ) = − sin θ, teremos:

µ0
Br ≃ 2π
(Iπa2 ) cos
r3
θ

Campo de dipolo! (56)


µ0
Bθ ≃ 4π
(Iπa2 ) sin
r3
θ

Obs:

• A simetria cilı́ndrica do problema (aparecimento dos Polinômios de Legendre As-


sociados) é uma decorrência do caráter vetorial da corrente e do potencial vetor.
Lembrar dos problemas de condições de contorno e/ou distribuições de cargas com
simetria cilı́ndrica em problemas eletrostáticos.
• O problema pode também ser atacado de outras formas, usando, por exemplo,
expansão em ondas cilı́ndricas, isto é, a expansão de |~x − ~x′ |−1 em termos das
funções de Bessel Modificadas, como visto no final do cap.3 do Jackson (eq. 3.148
e 3.149).

Lembrar:
dm
Plm (x) = (−1)m (1 − x2 )m/2 Pl (x) (57)
dxm
l
1 XX 1 r< ∗
= 4π l+1
Ylm (θ′ , φ′ )Ylm (θ, φ) (58)
|~x − ~x |

l m
(2l + 1) r>

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