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Uma das mais belas heranças que recebemos de nossa fé é a certeza de que vivemos numa
comunhão profunda no corpo de Cristo, que é a Igreja. Somos sustentados pelo amor e pela
intercessão uns dos outros. Não só entre nós que estamos ainda peregrinando nesse mundo
em direção à Casa do Pai, mas também com aqueles que nos precedem na glória e que já
contemplam sua Santa Face e que, por isso, muito mais eficazmente podem interceder por
nós.
O próprio Jesus insiste para que oremos uns pelos outros: "Digo-vos ainda isto: se dois de vós
se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos
céus. Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou no meio deles" (Mt.
18, 19).
O intercessor é alguém que não só é aberto a essa consciência da força da oração, mas quer
dar um passo a mais. Ele quer dar uma resposta ao apelo do Senhor que nos chega através do
profeta Ezequiel: "Tenho procurado entre eles alguém que construísse o muro e se detivesse
sobre a brecha diante de mim, a favor da terra, a fim de prevenir a sua destruição, mas não
encontrei ninguém" (Ez. 22, 30). Esse ministério de colocar-se "na brecha" foi cumprido
absolutamente em Jesus, como nos atesta a carta aos Hebreus: "É por isso que lhe é possível
levar a termo a salvação daqueles que por ele vão a Deus, porque vive sempre para
interceder em seu favor" (Hb. 7, 25). Jesus é o único mediador entre Deus e os homens (1Tim.
2, 5), mas somos chamados a nos unirmos ao Seu ministério, como intercessores.
Maria ocupa um lugar único como intercessora, devido ao seu papel também único na história
da salvação; por isso recorremos à sua intercessão. E quantas graças têm sido derramadas
sobre nós pela intercessão de nossa doce Mãe.
Entretanto, Maria não só intercede por nós, como nos ensina por sua vida a sermos
intercessores. Ela é o grande modelo do intercessor. Vejamos algumas características que
marcam o perfil do intercessor:
d) O intercessor é alguém que tem os olhos abertos para as situações, muitas vezes não
aparentes
"Como viesse a faltar vinho, a Mãe de Jesus disse-lhe..." (Jo. 2, 3). Maria certamente
percebeu a falta do vinho, antes que os convidados o percebessem. Seu olhar estava atento ao
que se passava nos "bastidores" da festa. O intercessor desenvolve, pela ação do Espírito
Santo, a sensibilidade diante do que acontece ao redor, mesmo que as pessoas ainda não
percebam. Muitas dessas realidades são até mesmo sutis, no campo espiritual e exercem sua
influência no campo físico-psíquico-social, como nos alerta São Paulo a respeito da batalha
espiritual (cf. Ef. 6, 12; Dn. 10, 7). E o intercessor não só leva a Deus estas situações, mas
também procura agir na prática para encaminhá-las.
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Maria seja exemplo da perfeita discípula, suscitando entre nós aqueles que queiram se
colocar "na brecha". Nossa Senhora do Rosário, Mãe da Igreja, rogai por nós!