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1. Introdução
O melhoramento genético das abelhas (Apis mellifera) é uma ferramenta que
auxilia no processo de aperfeiçoamento da produção da espécie. As características a
serem melhoradas podem ser morfológicas, fisiológicas ou comportamentais. Estas
características consideradas fenotípicas resultam da ação do genótipo mais o meio
ambiente (GRAMACHO, 2004). De acordo com Martinez & Soares (2012), práticas de
manejo, troca das rainhas e inseminação instrumental constituem os pilares
fundamentais de um programa que vise o aumento de determinada característica
quantitativamente.
Segundo Gramacho (2004) o melhoramento genético em abelhas, possui como
objetivo principal a obtenção, por meio de seleção, de linhagens que apresentem
características desejáveis escolhidas pelos apicultores. As características de maior
interesse para os apicultores são: aumento da produtividade de mel, própolis, geléia real,
pólen ou cera, aumento da resistência a doenças, redução da atividade enxameatória,
boa atividade de postura das rainhas, baixa agressividade. Todavia, consideramos como
mais importante a resistência a doenças e defesa contra parasitas.
2. Seleção
A seleção para o melhoramento genético em abelhas existe em quatro vertentes,
sendo essas a seleção dentro da família, seleção em massa, seleção em massa
combinada e seleção ao acaso, onde essas técnicas consistem na seleção de novas
rainhas matrizes visando parâmetros como longevidade, capacidade de postura, cria
homogênea e resistências a doenças (MARTINEZ, 2012). Em relação à seleção dos
machos é realizada conforme o desempenho das suas irmãs, as operárias, a finalidade do
programa de seleção de zangões é obter machos de boa qualidade, aumentando
consequentemente o número de acasalamentos com a fêmea (VENCOVSKY E KERR,
1982).
O melhoramento genético de abelhas difere-se das demais espécies de produção,
visto que parâmetros como a herdabilidade, semelhança entre parentes e endogamia são
difíceis na mensuração, uma vez que os acasalamentos ocorrem de forma natural,
levando ao desconhecimento dos zangões que realmente fecundaram a rainha. As
avaliações genéticas na apicultura baseiam-se em características produtivas da colônia,
usando dos parâmetros de seleção para produção de geleia real, comportamento
higiênico e produção de mel (MARTINEZ, 2012).
3. Comportamento Higiênico
As abelhas possuem comportamento higiênico que consiste em uma defesa
natural contra principalmente as doenças de crias, como a Cria Pútrida Americana, Cria
Pútrida Européia, Cria Giz e contra parasitas como a Varroa destructor. Os genes para o
comportamento higiênico possuem a capacidade de detectar as crias mortas, enfermas,
com danos ou com parasitas que se encontram no interior de células de crias tanto de
operárias como de zangões e eliminam as crias anormais e os parasitas. Autores
descrevem os genes responsáveis por essa função: 3 pares de genes recessivos (genes
desoperculadores d1 e d2, e o gene removedor r). O comportamento higiênico é uma das
características mais importantes a selecionar, pois, ao se obter colônias sadias essas
tendem a ser mais populosas e, consequentemente, boas produtoras de mel
(GRAMACHO, 2004).