Sie sind auf Seite 1von 13

Análise comparativa das ações verticais por meio de diferentes

modelos estruturais para um edifício de múltiplos pavimentos em


concreto armado
Comparative analysis of vertical loads in a multi-story reinforced concrete building using
several structural models

Andréia Fátima Tormen(1); Luís Adélio Argenta(1); Daiane de Sena Brisotto(2)

(1) Estudante de Engenharia Civil, Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões- URI
Campus Erechim
(2) Professora Doutora, Departamento das Engenharias e Ciência da Computação da Universidade
Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões- URI Campus Erechim
Câmpus II – RS 331, n° 345 – Bairro Demoliner CEP 99700-000, Erechim, RS

Resumo
A análise estrutural consiste numa das principais etapas do projeto de um edifício, pois compreende
a escolha dos modelos teóricos, para determinação dos deslocamentos e esforços que devem
representar adequadamente a estrutura real, e o tipo de análise, com relação ao comportamento dos
materiais. (Martha, 2007). A correta análise de uma estrutura é imprescindível para a realização de
um bom projeto estrutural e consequentemente a obtenção de um bom desempenho da estrutura.
Com diversos modelos estruturais para definição e análise da estrutura original, tem se a
necessidade de realizar a modelagem da estrutura de forma correta e eficiente sob o ponto de vista
funcional, econômico e de durabilidade do objeto de estudo. Neste estudo são utilizados os modelos
estruturais comumente adotados, compostos por elementos lineares. Tomando como base um
edifício em concreto armado de dez pavimentos, faz-se uma análise numérica qualitativa com a
ferramenta computacional AltoQi Eberick, comparam-se os deslocamentos e esforços obtidos a partir de
cada modelo, permitindo assim expor as vantagens e limitações dos mesmos, constituindo assim
uma ferramenta de auxilio ao engenheiro projetista na definição do modelo a ser utilizado no
projeto.
Palavra-Chave: concreto armado, análise estrutural, modelos estruturais.

Abstract
Structural analysis is one of the main design stages of a project, for it includes choosing theoretical models
to determine displacements and stresses that adequately represent the structure performance, and the type
of analysis with respect to the behavior of materials. (Martha, 2007). The correct analysis of a structure is
essential in order to achieve a good structural design and, therefore, obtaining a good structural
performance. With several structural models to be considered when analyzing the original structure, there is
the need for correctly and efficiently modeling the structure under functionality, economy and durability of the
object of study. In this paper, structural models commonly adopted, composed of linear elements, are used.
Based on a reinforced concrete building with ten floors, displacements and reactions obtained from each
model are compared, thus exposing its advantages and limitations, constituting an aid tool for the structure
designer in the model definition to be used in the design process. The analysis are ongoing and the final
results will be submitted in the full article.
Keywords: reinforced concrete, structural analysis, structural models.

ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 – 58CBC2016 1


1 Introdução
Segundo Rebello (2000), estrutura é, intuitivamente, tudo aquilo que sustenta, tal como o
esqueleto humano. No caso das edificações, a estrutura é um conjunto de elementos
(lajes, vigas e pilares) que se inter-relacionam com a função de criar um espaço em que
pessoas exercerão diversas atividades. A correta análise de uma estrutura é o passo
inicial e imprescindível para a realização de um bom projeto estrutural, e
consequentemente, obter o melhor desempenho da estrutura.
Sendo assim, reproduzir o comportamento das estruturas de modo que exprima seus
esforços e deslocamentos reais, seja através de métodos analíticos ou por ensaios
físicos, é uma tarefa complexa, fato que leva o engenheiro a buscar alternativas que
tornem os cálculos mais simplificados.
O projeto de estruturas em concreto armado é submetido a critérios de análise
estabelecidos pela NBR 6118/2014. Esta normativa também apresenta os métodos de
análise pelos quais o comportamento das estruturas pode ser avaliado. Entre os modelos
teóricos, destacam-se os modelos de vigas contínuas, pórticos planos e pórticos
espaciais.
Figueiras (1999) afirma que através do crescente desenvolvimento de métodos numéricos
e correspondentes modelos computacionais, estruturas em concreto armado podem ser
analisadas com elevado grau de precisão. No entanto, para Soriano (2003), sistemas de
análise computacional não estão livres de erros tanto na sua parte lógica quanto no seu
processamento e apenas o continuado uso do programa conduz à confiabilidade. Sendo
assim, o estudo tem por objetivo comparar os resultados obtidos por meio dos diferentes
modelos estruturais para o cálculo dos deslocamentos e esforços de um edifício de
concreto armado, bem como, apresentar as limitações e possíveis falhas de cada modelo
em questão. Para a referida análise foi empregado o software de cálculo estrutural
Eberick v9.

2 Objeto de estudo
O edifício a ser analisado situa-se na cidade de Erechim - RS e constitui-se de pavimento
térreo mais nove pavimentos tipo, além de pavimento de serviço e laje de cobertura. A
planta de forma do pavimento tipo e térreo é apresentado na Figura 1. O pé direito de
cada pavimento está apresentado na Figura 2.
No nível de cobertura, as lajes L2 e L3 recebem, cada uma, uma carga distribuída de
2,80kN/m², provenientes de dois reservatórios de 2500 litros cada. A laje L13 da
cobertura, projetada sobre a caixa do elevador, recebe uma carga pontual, centrada, de
1000 Kg, para suporte do elevador. As lajes L1, L4, L9 e L10 dos pavimentos-tipo
recebem um carregamento proveniente das paredes de alvenaria localizadas sobre cada
laje. Todas essas cargas são indicadas na Tabela 1, na coluna de carregamentos extras.
As escadas são apoiadas integralmente na viga V14 no nível dos pavimentos, e em uma
viga em pavimento intermediário, à meia altura, VE, que se apóia nos pilares P17 e P21.
As vigas têm seção transversal de 17 cm x 40 cm. Os pilares intermediários com maior
concentração de carga apresentam seções de 30 x 60 cm (P7, P9, P11, P12, P13, P16),
ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 – 58CBC2016 2
enquanto que duas outras seções foram definidas, sendo estas de 20 x 45 (P6 e P10) e
20 x 50 cm (P1, P2, P3, P4, P5, P8, P14, P15, P17, P18, P19, P20 e P21).
A alvenaria tem 20 cm de largura e peso específico de 13 kN/m³. No caso dos
pavimentos térreo e tipo, as paredes situam-se sobre todas as vigas, com exceção das
divisórias de banheiro e entradas de apartamentos. Na laje de cobertura é considerada
carga de uma platibanda de 100 cm de altura e 15 cm de espessura no perímetro externo
do edifício. No subsolo as paredes encontram-se no contorno do pavimento, poços de
elevadores e caixa de escada.

Figura 1: Planta de forma do pavimento tipo.

ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 – 58CBC2016 3


Figura 2: Altura da edificação.

O carregamento das lajes encontra-se resumido na Tabela 1. Para o levantamento do


carregamento da escada considera-se os pesos distribuídos de patamares e de lances
inclinados na área projetada verticalmente. Cada lance da escada é formado por 7
degraus, com 28 cm de largura e 20 cm de espelho, apoiados em uma laje de 12 cm de
espessura.

Tabela 1 – Carregamento das lajes (kN/m²).


Pavimento Laje Peso Próprio Revestimento Variável Extra Total
Cobertura L1 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L2 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L3 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L4 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L5 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L6 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L7 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L8 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L9 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L10 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L11 2,50 1,00 2,00 0 5,50

ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 – 58CBC2016 4


L12 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L13 2,50 1,00 2,00 1,50 7,00
L14 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L1 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L2 2,50 1,00 2,00 2,80 8,30
L3 2,50 1,00 2,00 2,80 8,30
L4 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L5 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L6 2,50 1,00 2,00 0 5,50
Máquinas
L7 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L8 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L9 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L10 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L11 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L12 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L1 2,50 1,00 2,00 1,10 6,60
L2 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L3 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L4 2,50 1,00 2,00 1,10 6,60
L5 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L6 2,50 1,00 2,00 0 5,50
Tipo
L7 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L8 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L9 2,50 1,00 2,00 0,70 6,20
L10 2,50 1,00 2,00 0,70 6,20
L11 2,50 1,00 2,00 0 5,50
L12 2,50 1,00 2,00 0 5,50
LE1 3,00 1,50 2,50 0 7,00
Escada LE3 6,50 1,50 2,50 0 10,50
LE4 6,50 1,50 2,50 0 10,50

Para os diferentes modelos, as reações das lajes nas vigas foram obtidas por meio da
analogia de grelha com discretização semi-automática.
Devido às diferenças nas dimensões das lajes, consideram-se as lajes engastadas umas
às outras quando possível, e simplesmente apoiadas nas suas quatro bordas nas vigas
externas. Os pilares foram considerados com vinculação rígida na fundação.
A análise da interação solo-estrutura não foi realizada neste estudo. Segundo Fontes et
al (2006), para levá-la em conta, pode-se calcular os esforços nos pilares com a
consideração de engaste na fundação e, com esses valores, fazer uma estimativa dos
recalques segundo um dos métodos disponíveis na literatura técnica. Esses recalques
seriam representados por deslocamentos impostos nos pilares junto à fundação, o que
ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 – 58CBC2016 5
provocaria uma nova distribuição dos esforços. O processo então se repete até que haja
convergência dos valores de esforços, que são então utilizados no dimensionamento.

3 Modelos
Para o estudo em questão serão analisadas somente as ações verticais. Adota-se a
análise linear para todos os modelos deste estudo. Três modelos são utilizados para a
análise estrutural do edifício, quanto às ações verticais: vigas contínuas, pórticos planos e
pórtico espacial.
Segundo a NBR 6118/2014, um carregamento é definido pela combinação das ações que
têm probabilidades não desprezíveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura,
durante um período preestabelecido. A combinação das ações deve ser feita de forma que
possam ser determinados os efeitos mais desfavoráveis para a estrutura; a verificação da
segurança em relação aos estados-limites últimos e aos estados-limites de serviço deve
ser realizada em função de combinações últimas e de combinações de serviço,
respectivamente.
A análise das cargas para os modelos em questão foi realizada pela combinação de
ações últimas normais, conforme o item 11.8.2.1 da referida norma, a qual menciona que
em cada combinação devem estar incluídas as ações permanentes e a ação variável
principal, com seus valores característicos e as demais ações variáveis, consideradas
secundárias, com seus valores reduzidos de combinação, obtidos a partir de
determinações da NBR 8681/2004. Na geração das combinações de ações foram
empregados os mesmo coeficientes de ponderação e fatores de combinação sendo estes:
1,4*Fgk + 1,4*Fqk para o ELU (Estado Limite Último).

3.1 Vigas contínuas


O modelo mais simples de cálculo é o de vigas contínuas. Trata-se de uma modelagem
bidimensional, sendo viável sua utilização em softwares simples de análise estrutural.
Neste modelo, as vigas são carregadas segundo os métodos aproximados, no qual se
considera a viga sem ligação rígida com os pilares. Neste caso é necessário que se
façam as correções indicadas no item 14.6.6.1 da NBR 6118/2014, adicionando
posteriormente a carga linear das paredes que se apoiam diretamente na viga. Segundo
Giongo (2002), esse modelo é adequado para análise de carregamentos essencialmente
verticais, sendo este aceito respeitando-se as correções estabelecidas na normativa
vigente. As vigas analisadas neste estudo são as mesmas que compõem os pórticos
planos que serão analisados, sendo estas a V5, V7, V10 e V13 do pavimento-tipo (Figura
3).

ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 – 58CBC2016 6


Figura 3: Vigas Contínuas do pavimento-tipo.

3.2 Pórticos planos


Um modelo melhor elaborado é aquele em que se associam vários pórticos planos,
formados pelos pilares e vigas dos vários pavimentos do edifício. Stramandinoli (2011)
afirma que o modelo de pórticos planos segue os dados de entrada da viga contínua
bidimensional, porém os diversos pavimentos são representados e os pilares são
contínuos com a verdadeira altura, sendo engastados na base.
Giongo (2007) entende este tipo de análise por uma associação plana de painéis,
posicionando-se os pórticos e pilares-parede da direção analisada sequencialmente num
plano e interligando-os em cada pavimento por barras rotuladas em suas extremidades.
Estas barras rotuladas são essenciais para que não haja a introdução de momentos
fletores adicionais perpendiculares aos pórticos.
Segundo Filho et al., (2014), o pórtico é composto unicamente de vigas e pilares de
seções retangulares. Estes elementos são carregados por ações permanentes,
sobrecargas e forças devidas ao vento.
Os pórticos planos analisados estão definidos nas Figuras 4 e 5, sendo estes
apresentados abaixo:
PP5: P11 + P12 + P13
PP7: P18 + P19 + P20 + P21
PP9: P18 + P14 + P11 + V4
PP12: P20 + P16 + P12 + P8+ P3
As vigas que não formam pórticos planos, como a V9, V12, V14 e a V17, podem ser
analisadas separadamente pelo modelo de vigas contínuas.

ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 – 58CBC2016 7


Figura 4: Definição dos pórticos planos.

Figura 5: Modelo dos pórticos planos a serem analisados.


ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 – 58CBC2016 8
3.3 Pórtico espacial
Para Corrêa (1991) apud Bernardi (2007):

O pórtico espacial é um modelo estrutural mais completo, que representa de forma


mais fiel a estrutura real. Através dele, determinam-se momentos de flexão e
torção, e esforços cortantes e normais de todos os elementos. Seu uso é
adequado para análise de carregamentos horizontais e verticais, inclusive com
assimetria. A solidariedade entre vigas e pilares é considerada. A interação é
efetivada mediante o emprego de coeficientes de engastamento.

Foram desativadas no Eberick as configurações de consideração os efeitos de segunda


ordem globais e imperfeições globais. E por fim para compatibilizar a análise entre os
modelos reduziu-se a rigidez à torção de todas as vigas e barras de grelhas para 15%
devido à fissuração que pode sofrer o concreto, perdendo assim sua rigidez, seguindo o
item 14.6.7.2 da NBR-6118.

Figura 6: Modelo do pórtico espacial da estrutura em estudo.

ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 – 58CBC2016 9


4 Resultados e discussão
Os percentuais apresentados referem-se a diferença de valores em relação ao pórtico
espacial, sendo este o modelo de referência.

4.1 Forças verticais na fundação


Os valores das forças de cálculo normais junto à fundação estão apresentados na tabela
2.

Tabela 2: Forças verticais atuantes na fundação.


Modelos P11 P12 P18 P20
Vigas contínuas -1940,08 -3935,88 -380 -1776,32
Diferenças -16,32% 12,27% -63,21% -11,76%
Pórticos Planos -2573,6 -3954 -928 -2200,5
Diferenças 11,01% 12,79% -10,16% 9,31%
Pórtico espacial -2318,4 -3505,6 -1033 -2013

A partir dos valores encontrados nota-se que o modelo de pórtico plano apresentou
resultados mais próximos do modelo de pórtico espacial do que o de vigas contínuas para
todos os pilares analisados.
Avaliando-se o pilar externo P18, nota-se que este, pelo modelo de vigas contínuas
suporta 63,21% menos força normal que no modelo de pórtico espacial. Partindo-se da
premissa que o modelo de vigas contínuas tende a resultar em valores de momento
positivos superiores ao modelo de pórtico espacial, e considerando que uma grande
diferença entre vãos e carregamentos adjacentes de vigas pode ocasionar um “efeito
alavanca” na viga, tendendo a tracionar o pilar externo e assim diminuir seus esforços
solicitantes, infere-se que o pilar P18 sofre influência destes efeitos.

4.2 Momentos fletores das vigas


Os valores dos momentos foram analisados para o pavimento tipo 1, uma vez que este é
o pavimento padrão da edificação tido como referência para a análise. As tabelas 3, 4, 5 e
6 apresentam os valores de momentos fletores máximos, nos apoios e nos vãos, obtidos
para as vigas V5, V7, V10 e V13, respectivamente, sendo que as diferenças percentuais
são dadas em relação ao modelo de pórtico espacial. Estão em negrito os momentos
fletores com módulos superiores aos do pórtico espacial.

Tabela 3 – Momentos fletores da V5 (kN.m).


Modelos P11 Vão 1 P12 Vão 2 P13
Vigas contínuas -22,9 36,3 -80,1 48,2 -23,6
Diferenças -42% 58% 100% 72% -51%
Pórticos Planos -22,9 31,9 -70,1 34,2 -22,7
Diferenças -42% 39% 75% 22% -53%
Pórtico espacial -39,41 22,93 -40,1 28 -48,28

ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 – 58CBC2016 10


Tabela 4 – Momentos fletores da V7 (kN.m).
Modelos P18 Vão 1 P19 Vão 2 P20 Vão 3 P21
Vigas contínuas -3,6 1,9 -1,4 4,1 -36,1 41,9 -58,5
Diferenças -25% 31% -85% -41% 18% 67% 81%
Pórticos Planos -5,3 0,4 -11,1 3,2 -46,3 46,6 -39,8
Diferenças 10% -72% 16% -54% 51% 85% 23%
Pórtico espacial -4,81 1,45 -9,53 6,98 -30,7 25,14 -32,33

Tabela 5 – Momentos fletores da V10 (kN.m).


Modelos P18 Vão 1 P14 Vão 2 P11 Vão 3
Vigas contínuas -5,8 3,1 -1,3 -0,6 -11,7 11,6
Diferenças 83% -21% -68% 233% -22% 10%
Pórticos Planos -4,2 3 -3,5 0,1 -9,2 12,7
Diferenças 32% -24% -14% -156% -38% 20%
Pórtico espacial -3,17 3,94 -4,07 -0,18 -14,95 10,59

Tabela 6 – Momentos fletores da V13 (kN.m).


Modelos P20 Vão 1 P16 Vão 2 P12 Vão 3 P8 Vão 4 P3
Vigas contínuas -14,3 7,3 -6,3 -2,4 -18,1 15,9 -22,6 7 -13,5
Diferenças 137% -2% -38% -191% 42% 70% 64% -19% -19%
Pórticos Planos -13,7 4,9 -9,7 2,9 -13,8 8,8 -16 8,7 -23,3
Diferenças 127% -34% -5% 10% 9% -6% 16% 0% 40%
Pórtico espacial -6,04 7,43 -10,16 2,64 -12,71 9,36 -13,76 8,66 -16,62

De um modo geral, o modelo de vigas contínuas apresentou valores de momentos


positivos superiores ao modelo de pórticos espaciais, fato que pode ser explicado devido
ao modelo considerar que a viga irá se apoiar totalmente nos pilares, não prevendo o
deslocamento conjunto de ambos. Ademais, a consideração de engaste das vigas nas
extremidades, a qual não permite qualquer rotação em seu apoio, implicou em valores de
momentos negativos com grandes diferenças ao modelo de referência, sem apresentar
qualquer relação ou padrão.
Para o modelo de pórticos planos, o qual caracteriza-se pela rigidez da viga ligada ao
pilar, apresentou valores de momentos positivos nos vãos superiores ao modelo de
referência. Já os momentos negativos nas extremidades resultaram em valores maiores
se comparados ao modelo de referência, enquanto que os momentos negativos nos
apoios internos não indicaram qualquer relação ou semelhança entre os valores obtidos
pelo modelo de referência.
Sendo assim, pelo fato de os modelos de vigas contínuas e pórticos planos não
redistribuirem os esforços atuantes de acordo com a rigidez dos elementos, percebem-se
valores de momento muito distintos aos apresentados pelo modelo de referência.

ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 – 58CBC2016 11


5 Conclusão

A partir da análise dos resultados apresentados, podemos perceber que existem


diferenças entre os diferentes modelos estruturais apresentados no estudo. Observa-se
que a diferença entre momentos fletores não segue nenhum padrão, na maioria das vigas
analisadas, o modelo de pórtico espacial apresentou momentos negativos superiores e
momentos positivos inferiores ao modelo de viga contínua. A explicação para este fato é a
consideração dos momentos mínimos de solidariedade viga x pilar, em que a viga é mais
solicitada no modelo de vigas contínuas. Em contrapartida, o modelo de pórtico espacial
apresenta um carregamento maior nos pilares, que recebem além da carga vertical,
momento fletor e esforço cortante, resultando em um maior dimensionamento.
Para um pré-dimensionamento em que a configuração do projeto seja mais simples, o
qual tem vigas que se apoiam em pilares, conforme o objeto em estudo, a utilização dos
modelos bidimensionais como os modelos de vigas contínuas e pórticos planos
apresentam resultados satisfatórios para determinação dos esforços, além de dispor de
um método simples de análise. Porém, a modelagem das estruturais bidimensionais é
mais lenta e requer maior atenção, uma vez que é necessário avaliar o comportamento da
estrutura com vinculações rotuladas e engastadas, de forma a obter os esforços extremos
da mesma, além do fato que os modelos de vigas contínuas e pórticos planos
não prevêem um deslocamento em conjunto dos dois elementos, distorcendo
os resultados. Desta forma, a modelagem de estruturas tridimensionais, como
pelo modelo de pórticos espacial, apresenta semelhança em momentos
negativos, o que evidencia a importância da análise dos pilares como
elementos deformáveis na obtenção dos esforços.
Por fim, o emprego inadequado dos modelos estruturais pode acarretar em um projeto
estrutural com elementos superdimensionados ou subdimensionados, o que interfere na
segurança e desempenho da edificação, bem como na economia da obra.

6 Referências
ALTOQI. AltoQi: Tecnologia aplicada à engenharia. Disponível em:
<http://www.altoqi.com.br/institucional>. Acesso em: jan. 2016.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas


de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.

______. NBR 6123: Força devido ao vento em edificações. Rio de Janeiro, 2013.

______. NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas - Procedimento. Rio de Janeiro,
2004.

ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 – 58CBC2016 12


BERNARDI, D. F. Estudo comparativo entre o modelo de viga contínua e o modelo
de pórtico espacial para uma estrutura em concreto armado de pequeno porte.
2007. 61 f. Trabalho de diplomação (Graduação em Engenharia Civil) – Departamento de
Engenharia Civil, Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2007.

FIGUEIRAS, J. A. Aplicação de modelos computacionais à análise de estruturas de betão.


Instituto Brasileiro do Concreto-IBRACON, p 19, 1999.

FILHO, W. T. R.; SILVA, M. C. A. T. da; MENEZES, F. A. Procedimento numérico para


busca do dimensionamento otimizado de pórticos planos de concreto armado. In:
Congresso Brasileiro de Pontes e Estruturas, 7. Anais do VII Congresso Brasileiro de
Pontes e Estruturas. Rio de Janeiro: ABPE/ABECE, 2014.

FONTES, F. F., PINHEIRO, L. M. Análise de um edifício por vários modelos estruturais. In:
Simpósio EPUSP sobre Estruturas de Concreto, 6. Anais do VI Simpósio EPUSP sobre
Estruturas de Concreto. São Paulo: EPUSP, 2006.

GIONGO, J. S. Projeto estrutural de edifícios. São Carlos: Universidade de São Paulo.


2002.

______. Concreto Armado: projeto estrutural de edifícios. EESC - SET - C. USP. São
Paulo. 2007. Apostila.

MARTHA, Luiz Fernando. Métodos Básicos da Análise de Estruturas. Rio de Janeiro:


PUC – Rio. 2007.

REBELLO, Y. C. P. A Concepção Estrutural e a Arquitetura. São Paulo: Zigurate


Editora, 2000.

SORIANO, H. L.; LIMA, S. de S. Método de elementos finitos em análise de


estruturas. São Paulo: EDUSP, 2003.

STRAMANDINOLI J. A. Notas de Aula: estruturas de edifícios 1 – DAEP. Paraná, 2011.


169 p.

ANAIS DO 58º CONGRESSO BRASILEIRO DO CONCRETO - CBC2016 – 58CBC2016 13

Das könnte Ihnen auch gefallen