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Universidade Federal de Santa Catarina

Centro Tecnológico
Departamento de Engenharia Mecânica

PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM


ENGENHARIA MECÂNICA E QUÍMICA COM ÊNFASE EM
PETRÓLEO E GÁS.

CONVÊNIO PRH-ANP/MME/MCT nº09/99

Relatório de Bolsa

ACADÊMICO: MARCELO AUGUSTO MILAN DA SILVA


Santa Catarina, 2007.
2

ÍNDICE
CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO DE GÁS NATURAL EM SC......................................2
1 A Companhia Distribuidora de Gás Natural: SCGÁS................................................2
1.1 Evolução do Faturamento da Empresa e resultados......................................3
1.2 Sistema de Suprimento em Santa Catarina....................................................4
2 Preço do Gás Natural Comercializado em Santa Catarina.........................................6
2.1 Componentes do Preço...................................................................................6
2.2 Índices de Reajuste de Preço.........................................................................6
2.3 Evolução dos componentes de formação do preço do GN no período de
Abril de 2000 a julho de 2002.....................................................................................7
2.4 Evolução do Preço do GN em Santa Catarina de Abril de 2000 a Julho de
2002 8
2.5 Evolução do Preço Médio de Venda do GN em Santa Catarina de Abril de
2000 a Julho de 2002.................................................................................................9
2.6 Tipos de tarifa praticados pela SCGÁS...........................................................9
3 Mercado de GN em Santa Catarina.............................................................................11
3.1 Combustíveis concorrentes...........................................................................14
3.2 Gás Liquefeito de Petróleo – GLP.................................................................14
3.3 Óleos Combustíveis......................................................................................15
3.4 Carvão Mineral..............................................................................................15
3.5 Lenha Mista...................................................................................................15
3.6 Energia elétrica..............................................................................................16
3.7 Subprodutos de processos industriais..........................................................17
3.8 Combustíveis automotivos............................................................................17
3.9 Perspectivas e metas da SCGÁS até 2006..................................................17
4 Impacto ambiental da inserção do gás natural na matriz energética do Estado
de Santa Catarina..........................................................................................................................19
4.1 O gás natural.................................................................................................19
4.2 Metodologia de cálculo e análise..................................................................20
4.3 Resultados.....................................................................................................22
5 Conclusão.......................................................................................................................25
3

CARACTERIZAÇÃO DO MERCADO DE GÁS NATURAL EM SC

1 A Companhia Distribuidora de Gás Natural: SCGÁS

A SCGÁS em busca de melhor atender a seus clientes internos e externos,


desenvolveu objetivos a zelar, especificados como Missão, Visão e Valores, sendo eles os
seguintes.
Missão: Disponibilizar uma solução energética limpa, eficiente, segura e
econômica contribuindo para a preservação do meio ambiente e para o desenvolvimento do
Estado de Santa Catarina.
Visão: Ser a melhor empresa na prestação dos serviços concedidos no Estado de
Santa Catarina, líder em soluções energéticas.
Valores: Interagir de forma ética e íntegra com a sociedade, promovendo a venda
do GN de forma correta e aplicar seus devidos valores. Respeitar o meio ambiente,
promovendo a venda e a utilização do GN, primeiro substituindo combustíveis que agridem
muito mais o meio ambiente, segundo usando o próprio GN de forma a causar o menor
impacto possível no meio ambiente. Colaborar para o desenvolvimento do estado, através da
diversificação e tecnologia promovida pela indústria do GN. Remunerar satisfatoriamente os
acionistas, através da venda e obtenção de lucros. Utilizar tecnologias adequadas e modernas.
Valorizar os recursos humanos, valorização da mão-de-obra contratada e a serviço.
Desenvolver ações com foco na responsabilidade social, por onde passam as obras da rede de
distribuição, há sempre a preocupação de proporcionar benefícios sociais e melhoramentos nas
áreas comuns.
4

1 Evolução do Faturamento da Empresa e resultados

Figura 1 – Faturamento da SCGÁS no perído de abril de 2000 a julho de 2002

Faturamento abril/00 a jul/02

15.000.000

14.000.000

13.000.000

12.000.000

11.000.000

10.000.000

9.000.000

8.000.000
R$

7.000.000

6.000.000

5.000.000

4.000.000

3.000.000

2.000.000

1.000.000

-
dez /00
set/00

mar/01

set/01

dez /01

mar/02
nov /00

fev /01

nov /01

fev /02

mai/02
mai/00

abr/01

mai/01
abr/00

ago/00

ago/01

abr/02
jun/00

out/00

jan/01

out/01

jun/02
jul/00

jun/01

jul/01

jan/02

jul/02
Fonte: SCGÁS

Observa-se que durante o decorrer do ano de 2000, ano de implantação efetiva da


distribuição do GN em SC, há um grande crescimento do faturamento bruto da empresa. O
faturamento bruto em 2000 parte de zero e chega próximo a 6 milhões de reais em dezembro
do mesmo ano, durante 2001 percebe-se a continuidade do crescimento, no entanto é notório
que há uma redução no ritmo, chegando ao final de 2001 próximo de 10 milhões de reais e a
julho de 2002 em pouco mais de 12 milhões de reais.
O fato de haver um grande crescimento do faturamento no ano inicial se deve a grande
aceitação do combustível (GN) no estado, e o fato de os primeiros clientes terem sido os
grandes consumidores, o que faz com que mesmo sendo eles em pequeno número representem
um grande faturamento. A maior parte dos clientes que iniciaram o consumo de GN no ano de
2000, são empresas da indústria cerâmica que consumiam como energético principal o GLP,
combustível sobre o qual o GN oferece o maior número de vantagens, e fácil de adaptação
para uso do GN.
5

A redução no ritmo de crescimento do faturamento é justificada, parte pelo esgotamento


do mercado de substituição do GLP, e parte pelo distanciamento dos novos clientes da rede de
distribuição, acarretando em dificuldades nas obras para construção das novas redes.

Tabela 1 – Resultados, lucro líquido da SCGÁS em 2000 e 2001

Lucro Líquido do Exercício da SCGÁS


Ano Resultado
2000 (3.571.190,84)
2001 4.495.243,13
Fonte: Balanço patrimonial SCGÁS – Diário Oficial 06/03/2002

Apesar de o faturamento ter tido um crescimento maior em 2000 do que em 2001, o


resultado, o lucro da empresa em 2000 foi negativo enquanto que em 2001 apresentou um
resultado positivo de R$ 4.495.243,13. Isto se deve ao fato de que em 2000 a empresa teve
custos elevados com obras, instalações durante todo o ano enquanto que o faturamento iniciou
apenas em abril e de forma gradativa.

2 Sistema de Suprimento em Santa Catarina

O GN segue um sistema de suprimento, exploração, produção, processamento,


transporte e distribuição. Santa Catarina não possui reservas próprias de GN, sendo este
comercializado no estado a partir da importação. O GN comercializado em Santa Catarina é
explorado, produzido e processado na sua fonte na Bolívia, transportado pela GTB (Gás
Transboliviano) de Santa Cruz de La Sierra na Bolívia até Corumbá na entrada do Mato
Grosso do Sul, onde a TBG (Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia–Brasil), assume o
transporte e cruza os estados do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, de Santa Catarina e
segue até a cidade de Canoas no Rio Grande do Sul.
A rede de distribuição da TBG atravessa Santa Catarina de Norte a Sul, próximo ao
litoral, dispondo de 09 de estações de entrega e uma estação de compressão. Estações de
entrega também chamadas de “city-gate”, são os locais onde a transportadora entrega o GN
para a distribuidora local, no caso de Santa Catarina, as estações de entrega da SCGÁS estão
6

localizadas nas cidades de Joinville, Guaramirim, Gaspar, Brusque, Tijucas, São José,
Tubarão, Urussanga, Nova Veneza e Criciúma. Estação de compressão são os pontos no
decorrer do gasoduto em que o GN precisa ser pressurizado, para suprir o fornecimento, em
Santa Catarina a estação de compressão fica em Biguaçu.
A partir de 08 das 09 estações de entrega, sendo que a de São José ainda esta inativa, a
SCGÁS dá inicio ao papel de distribuidora estadual, a concessão de distribuidora lhe atribui
como obrigação construir as tubulações, redes necessárias para a satisfazer a demanda de GN
no estado dentro das normas de segurança da ANP e ABNT e cláusulas do contrato de
concessão, sem deixar de considerar suas necessidades enquanto empresa com capital privado
(gerar lucro), satisfazer os acionistas.

Figura 2 – Rede de distribuição no Estado de Santa Catarina

Fonte: www.scgas.com.br
7

2 Preço do Gás Natural Comercializado em Santa Catarina

3 Componentes do Preço

Segundo contrato de compra de GN entre Petrobrás e SCGÁS o preço do GN (PG)


importado da Bolívia no city-gate (ponto de entrega à distribuidora) é composto de duas
parcelas: Preço de commodity (PC), ou GN propriamente dito, e Preço de Transporte (PT).
PG = PC + PT
A parcela PC corresponde à remuneração dos produtores de GN na Bolívia e o
carregador (Petrobrás), que compra o GN dos produtores e revende para Companhias
Distribuidoras no Brasil, enquanto a parcela PT corresponde ao pagamento do transporte nos
trechos brasileiro e boliviano, remunerando os investimentos na construção dos gasodutos, nas
estações de compressão e operação e manutenção. Esse preço do GN (PG) é estabelecido em
US$/MMBTU (dólares norte americanos por milhão de British Termal Unit) e é convertido
para moeda nacional utilizando-se a taxa de câmbio de venda do dólar norte americano PT AX
– 800 publicada no sistema do Banco Central do Brasil, cotação do dia anterior ao da data de
vencimento de cada respectiva fatura. Assim, a SCGÁS compra o GN em US$, ao câmbio do
dia, o revende para seus clientes em R$ por uma taxa fixa.

4 Índices de Reajuste de Preço

O Preço do Transporte (PT), em US$/MMBTU, é reajustado anualmente pela variação


da inflação do dólar norte americano. Para os cinco primeiros anos do Contrato, esta foi
estimada em 3,5%, sendo reavaliada para os demais anos de acordo com o Consumer Price
Index, publicado pelo U.S. Departmet of labor, Bureau of Labor Statistics. Para minimizar o
impacto da variação cambial sobre esta parcela, as distribuidoras acordam com a supridora que
o valor do PT permanece constante, em reais, ao longo do ano, com a cotação do 2º dia de
janeiro. A diferença entre este valor e o que seria devido com a cotação do dia de pagamento, é
compensada no ano seguinte através de uma parcela de compensação, chamada PA.
O Preço da Commodity (PC), em US$/MMBTU, é reajustado trimestralmente pela
variação de preço de uma cesta de óleos combustíveis no mercado internacional, segundo
8

cotações publicadas na tabela Spot Price Assessments do Platt’s Oilgram price Report, uma
publicação especializada no assunto. A cesta de óleo acima referida considera os seguintes
produtos:
- 50% F01 = Fuel Oil de 3,5% de enxofre – tipo cargões FOB Med Basis Italy;
- 25% F02 = Fuel Oil # 6 de 1% de enxofre (LFSO) – tipo U.S. Gulf Cost Waterbone;
- 25% F03 = Fuel Oil de 1% de enxofre – tipo cargões FOB NWE.

A fórmula de cálculo de reajuste do Preço da commodity utiliza os preços dos óleos


acima indicados do trimestre pertinente e os do trimestre imediatamente anterior. Existe,
portanto, um mecanismo “amortecedor” na aplicação dos reajustes de preços. Assim, quando
os preços dos óleos combustíveis no mercado internacional estão em fase ascendente, o preço
da commodity sobe de maneira mais lenta, e vice-versa.

PC = 50% PC (trimestre anterior) + 50% PC (trimestre pertinente)

5 Evolução dos componentes de formação do preço do GN no período de Abril de


2000 a julho de 2002.

Figura 3 – Evolução do dólar no período de abril de 2000 a julho de 2002

Tx Câmbio Realizada

4,00
3,50
3,00
2,50
R$/US$

2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
8 8 8 9 9 9 9 0 0 0 0 1 1 1 1 2 2 2
br/9 ul/9 ut /9 n/9 br/9 ul/9 ut/9 n/0 br/0 ul/0 ut /0 n/0 br/0 ul/0 ut/0 n/0 br/0 ul/0
a j o j a a j o j a a j o j a a j o j a a j

Fonte: BACEN
9

Figura 4 – Evolução da cesta de óleo no período de abril de 2000 a julho de 2002

Evolução das cotações da cesta de óleo combustíveis internacionais


200 35
180
30
160
140 25
120
20

US$/bbl
US$/tm

100
15
80
60 10
40
5
20
0 0
jan/00 abr/00 jul/00 out/00 jan/01 abr/01 jul/01 out/01 jan/02 abr/02 jul/02

F01 (US$/tm) F03 (US$/tm) F02 (US$/bbl)

F01 – FUEL OIL de 3,5% de enxofre, referido sob o título Cargões FOB Med Basic Italy.
F02 – FUEL OIL n.º6 de 1% de enxofre, referido sob o título U.S. Gulf Coast Waterbone.
F03 – FUEL OIL de 1% de enxofre, referido sob o título Cargões FOB Med Basic Italy.
6 Evolução do Preço do GN em Santa Catarina de Abril de 2000 a Julho de 2002

Figura 5 – Evolução trimestral do custo de aquisição do GN importado

Evolução trimestral do custo de aquisição do gás importado da Bolívia

4,00
3,50
3,00
2,50
US$/MMBTU

2,00
1,50
1,00
0,50
0,00
abr/00 jul/00 out/00 jan/01 abr/01 jul/01 out/01 jan/02 abr/02 jul/02
trimestres

Preço do Gás Preço da Commodity Preço do Transporte

Valores sem PIS/COFINS e sem ICMS (12%)


Preço do Transporte – Valor sem a PA (parcela de ajuste da variação cambial)
Fonte: SCGÁS
10

Com base nos gráficos das figuras 3, 4 e 5 pode-se verificar que houve uma variação
grande nos fatores de composição do preço do GN no período de abril de 2000 a julho de
2002, o que justifica o aumento do preço de venda do GN em Santa Catarina, e nas demais
regiões atendidas pelo GN importado da Bolívia, gerando insatisfação por parte dos
empresários. Os demais combustíveis em sua maioria também são reajustados pelos mesmos
fatores que o GN, dólar e cesta de óleo, o que significa dizer que se o GN sofreu um aumento
de preço, os demais combustíveis também aumentaram.

7 Evolução do Preço Médio de Venda do GN em Santa Catarina de Abril de 2000 a


Julho de 2002

Figura 6 – Evolução da tarifa media de venda do GN em SC de abril de 2000 a julho de 2002


Fonte: Banco de Dados - SCGÁS

Evolução tarifa média de venda

0,6000

0,5000

0,4000
R$/m³

0,3000

0,2000

0,1000

0,0000
jul/00

out/00

jan/01

abr/01

jul/01

out/01

jan/02

jul/02
abr/00

abr/02

8 Tipos de tarifa praticados pela SCGÁS

Para melhor atender seus clientes a SCGÁS, implantou um sistema de tarifas


diferenciadas, que são três para o mercado industrial e uma para o mercado veicular. Estão
sendo desenvolvidas as tarifas para o mercado comercial e residencial.
11

Para o mercado do segmento industrial hoje existem as tarifas TG1, TG2 e TG3, que são
basicamente diferenciadas pela quantidade de consumo garantida pelo contratante, que
segundo contrato de venda de GN da SCGÁS são:
TG1 – O cliente deve manter o consumo médio trimestral de no mínimo 70% da
Quantidade Diária Contratada (QDC) e em média anual de 90% da QDC, assim sendo um
cliente que possui um contrato de 10.000 m3/dia, deve manter uma média trimestral de no
mínimo 7.000 m3/dia e uma média anual de 9.000 m3/dia, e para este tipo de contrato há uma
tarifa em cascata, que por dar maiores garantias a SCGÁS, custa menos para o cliente. Caso o
cliente tenha um consumo abaixo do mínimo trimestral é emitida uma fatura complementar
cobrando a diferença, entre o consumido e o contratado, de mesma forma para a quantidade
mínima ano;
TG2 – O cliente deve manter o consumo médio trimestral de no mínimo 50% da QDC e
consumo médio anual mínimo de 70% da QDC, neste caso o cliente que possui um contrato de
10.000m3/dia, deve manter uma média trimestral de no mínimo 5.000m 3/dia e uma média
anual de 7.000 m3/dia, como as garantias para a SCGÁS diminuem neste tipo de tarifa, esta
incorre em um custo mais elevado para o cliente, se comparado que utiliza a TG1. Assim
como na TG1, caso o cliente não tenha o consumo mínimo trimestral e anual, são emitidas
faturas complementares ao final cada trimestre e ao final do ano;
TG3 – Neste caso o cliente contrata uma demanda fixa e paga uma taxa mínima por esta
QDC, a cada fatura independente de consumir ou não, porém esta taxa é apenas parcela do
preço da TG3, sendo que a outra parcela também é em cascata, como as demais e varia de
acordo com o consumo de cada clientes.
Há também um controle de consumo máximo para todos os tipos de tarifa, que é de 20%
acima da QDC, neste caso independente do tipo de tarifa, caso o cliente ultrapasse em mais de
20% a QDC, paga o equivalente a 20% de acréscimo sobre o preço do volume consumido a
mais, dentro da sua cascata, do seu tipo de tarifa.
A tarifa para o mercado veicular é chamada de TG4, e tem um valor fixo independente
do volume contratado e consumido.
12

3 Mercado de GN em Santa Catarina

A SCGÁS adotou como estratégia de vendas iniciar a distribuição do GN pelo segmento


industrial. Os fatores que levaram a esta decisão são aspectos econômicos, a relação
quantidade de rede versus volume a consumir e distanciamento da rede central. A longo prazo
a SCGÁS terá que atender a todos os segmentos que demandarem GN, porém no início deu
preferência atender o segmento industrial, pois são os maiores consumidores e alguns deles
estavam próximos da rede ou a distância menores e em trechos mais fáceis de fazer obras. A
SCGÁS sendo uma empresa de economia mista, tem também que gerar lucro e atender os
interesses de seus acionistas, por esse e outros motivos de adaptação social e cultural dos
demais setores consumidores, iniciou o fornecimento de GN para a indústria, segmento onde é
possível manter um faturamento maior com menores investimentos, uma taxa de retorno
maior, do que a que seria possível com a comercialização inicial do GN em outros setores,
uma vez que a demanda do setor industrial é a maior do estado.

Figura 7– Consumo de GN por Segmento em Santa Catarina – junho de 2002

Volume médio vendido = 786.802m3/dia

68,02%
19,29%

0,30%
0,02% 9,52%
0,31%
0,18%
0,72%
1,63%
Cerâmico Têxtil Metal-Mecânica
GNV Produtos Alimentares Cerâmica Vermelha
Vidros e Cristais Outros

Fonte: Banco de Dados - SCGÁS

Atender o mercado industrial significa atender as empresas do estado de Santa Catarina,


abastecendo-as com GN, como combustível que pode ser utilizado na maioria dos processos
que envolvem energia térmica, substituindo combustíveis como óleo, GLP, carvão mineral,
lenha entre outros. Atualmente a rede de distribuição de SC atende aproximadamente 60
13

indústrias em sua maioria dos segmentos cerâmico (cerâmica branca), têxtil e metal mecânico
e em menor escala os segmentos de serviços, vidros, cristais e cerâmica vermelha. Algumas
regiões industriais ainda aguardam a construção da rede de distribuição.

Figura 8– Evolução do consumo de gás natural em SC, 2000 – 2002.

Evolução do Consumo de GN em SC - 2000-2002

900
800
700
600
(média/mês)
mil m³/dia

500
400
300
200
100
0
MAR

MAI

JUN
JAN

ABR

SET

OUT
AGO
JUL

DEZ
FEV

NOV
2000 2001 2002

Fonte: Banco de Dados - SCGÁS

Assim como no faturamento, houve um grande crescimento do volume vendido no ano


de 2000, crescimento este que não se manteve nos anos seguinte há uma redução na
velocidade do crescimento do volume de vendas. Este crescimento em 2000 é justificado pela
penetração do gás natural no mercado de seu concorrente, principal substituto que é o GLP.
Porém em 2001 e 2002, devido a pouca competitividade do gás natural em relação aos demais
energéticos e as dificuldades de conclusão das obras, as taxas de crescimento não
apresentaram o mesmo perfil.
Observa-se que o volume atualmente comercializado está em torno de 800 mil m³/dia. O
volume atualmente contratado situa-se na faixa dos 980 mil m³/dia. Isto se deve basicamente a
dois fatores: dificuldade encontrada na gestão da execução das obras, principalmente na região
de Blumenau, resultando no atraso de entrega em mais de dois anos, e também, devido à perda
de competitividade que o gás natural vem sofrendo perante alguns energéticos substitutos,
14

acarretando em atrasos de consumo dos clientes e até mesmo na sinalização de rescisão


contratual.
Além do mercado industrial que começou a ser atendido em abril de 2000, em agosto de
2001, iniciou-se o fornecimento de GNV (gás natural veicular), sendo que os postos de
abastecimento atendidos até o momento estavam próximos à rede de distribuição construída
para atingir a indústria local. O GNV é exatamente o mesmo produto utilizado na indústria.
Com relação à condição de uso, no setor industrial o consumo de GN não exige um
reservatório, o abastecimento é direto na fonte de consumo. No caso do GNV, existe o sistema
de reservatório, ou seja, o consumidor abastece e assim como nos demais combustíveis
veiculares mantém uma reserva, sendo que é permitido que o automóvel continue com o
combustível anterior, o veiculo fica bicombustível.
Atualmente estão instalados 5 postos de abastecimento de GNV no Estado de Santa
Catarina, distribuídos nas cidades de Blumenau, Jaraguá do Sul e Joinville. Novos contratos já
foram assinados e a previsão é que até o final de 2003 se tenha 25 postos instalados,
localizados próximos as estradas de rodagem. A economia alcançada com a conversão de um
veículo a gasolina que roda em média 100km por dia para GNV pode chegar a 60%. Há
também que ser considerado o aspecto ambiental, uma vez que o GNV é um combustível mais
limpo, emitindo uma quantidade menor de poluentes com a sua queima, o fator limpeza
também influência na manutenção dos veículos, o GNV não contem impurezas não suja e
contamina a rede de distribuição de combustível dos veículos, situação comum aos demais
combustíveis.
As próximas implementações no mercado de GN catarinense serão nos setores
comercial e residencial. O setor comercial compreende comércios em geral, restaurantes, lojas,
academias, hospitais, shopping e outros, onde o GN pode ser utilizado nos processos de
cocção, aquecimento e resfriamento de ambientes, aquecimento de água para piscinas e
chuveiros, caldeiras e todos os processos que atualmente são abastecidos pelo GLP. O setor
residencial resume-se em consumidores residenciais, os quais podem aplicar o GN nos
mesmos processos que são aplicados no setor comercial, apenas em menor escala. O mercado
dispõe de tecnologia que permitem a uma residência utilizar GN, em fogões, em lareiras,
sistema de aquecimento de água para lavanderia, chuveiros, resfriamento de ar, geladeiras,
assim como aquecimento de ar.
15

Serão atendidas inicialmente as regiões centrais das cidades abastecidas pelo GN,
visando um maior aproveitamento das instalações, atender o maior número de residências e
comércios possível com a menor quantidade possível de redes a serem construídas, caso
contrário se tornaria inviável os investimentos nestes setores. Serão instalados ainda este ano
projetos pilotos nas cidades de Joinville e Blumenau, onde serão avaliados, estudados os
resultados e a partir destes projetos a rede para distribuição comercial e residencial começará a
ser expandida.

9 Combustíveis concorrentes

A consolidação de qualquer novo produto envolve uma série de dificuldades e barreiras à


sua entrada no mercado, que devem ser bem trabalhadas para que se obtenha êxito no longo
prazo. Muitos são os aspectos que balizam o nível de concorrência no mercado em que a
empresa atua, entretanto, o mais forte está na relação do gás natural com os energéticos
substitutos. Dentre os quais destacam-se:

10 Gás Liquefeito de Petróleo – GLP

Substituto perfeito do GN em todos os processos. Utilizado principalmente no setor de


cerâmica branca (cerâmica de revestimento); em menores quantidades no setor têxtil, metal-
mecânico, vidros e cristais, serviços e cerâmica vermelha e nos segmentos comercial
(shopping, restaurantes....) e residencial. Apresenta preços de 20% a 50% acima do gás
natural. Em termos comerciais, apresenta liberdade e flexibilidade nas condições de entrega,
preços e pagamento. Cabe ressaltar a recente abertura do mercado, remoção do subsídio e a
liberação da importação. Em relação ao GLP o gás natural apresenta diversas vantagens
competitivas, principalmente: custo; estabilidade na composição química; dispensa frete;
elimina custo de estocagem; reduz custo de seguro; segurança (mais leve que o ar); e fácil
adaptação ao sistema existente.
16

11 Óleos Combustíveis

Substituto do GN na maioria dos processos que envolvem energia térmica. Utilizado,


dentre outros, nos setores: têxtil, alimentício, metal-mecânico e cerâmico de revestimento.
Atualmente estão com preços compatíveis, e em alguns casos maiores que o do GN.
Apresentam flexibilidade nas condições de entrega, preço e pagamento e são menos sensíveis
à variação cambial. Recentemente foi aberto para importação o mercado de óleo, foi criada a
livre concorrência o que muitas vezes pode significar uma redução de preço ou ao menos o
maior poder de negociação, o que hoje não é possível se fazer com o GN. Como vantagens do
gás natural, em relação ao óleo combustível tem-se: combustão mais limpa e completa; não
contamina o produto; reduz custos de manutenção e operação; aumenta a vida útil dos
equipamentos; dispensa estocagem; reduz custo de seguro; e dispensa o uso de sistemas para
controle de emissões.

12 Carvão Mineral

Substituto apenas em alguns processos. Empregado principalmente nos atomizadores


das indústrias cerâmicas, e processo de geração de vapor. Apresenta preços bem abaixo do gás
natural. Possui grande oferta na região sul do Estado, onde se tem também um grande Know-
how nas aplicações. Porém o gás natural tem as vantagens de possibilitar processos muito mais
eficientes, limpos e sem contaminação dos produtos, além de não necessitar estocagem.

13 Lenha Mista

Substituto apenas em alguns processos. Consumida, principalmente, pelos setores têxtil,


metal-mecânico, alimentício e de cerâmica vermelha. Além de apresentar preços muito abaixo
do gás natural, é comercializada também informalmente, devido a uma fiscalização
inadequada. Prevê-se uma certa restrição da oferta no médio prazo, na medida em que
tomarem porte às utilizações mais nobres, aliadas à diminuição das reservas e aumento das
barreiras ambientais. Cabe destacar que algumas empresas mantêm reservas de
reflorestamento próprio. A vantagem competitiva do gás está no seu maior rendimento de
queima, ser uma tecnologia limpa, ter maior oferta no mercado, possuir processo de queima
17

com maior controle e constância nas propriedades físicas e químicas, reduzir sensivelmente o
custo da mão de obra, não ter frete rodoviário e não possuir custo de estocagem.

Figura 9 – Comparativo de preços entre os energéticos

Comparativo de preços entre energéticos


30,0

24,35
25,0

20,0
R$/MMBTU

13,95 14,24
15,0 13,09 12,83 12,57

10,0
5,53
5,0
2,41

0,0
GLP GN 1.000 GN 5.000 GN 10.000 GN 30.000 OCA1 LM CM
m³/dia m³/dia m³/dia m³/dia

Valores com frete, com PIS/COFINS e sem ICMS;


Valores base trim. 02/2002;
GN - valor da Tabela TG1 de 01/07/2002;
Energéticos - fonte Petrobras, mercado e SCGÁS;
OC A1 - Preço considerando pesquisa com clientes médios das regiões A e B

No gráfico da figura 21 é possível constatar a competitividade do GN frente seus


principais substitutos. Observa-se que atualmente o GN oferece competitividade direta de
preço em relação o GLP e ao Óleo combustível (Oca1), perdendo para o carvão minera e lenha
mista. No gráfico são mostrados os preços do GN em várias faixas de consumo, considerando
que as tarifas são em cascata e que quanto maior o consumo menor o custo médio do m 3, ou
melhor, neste caso do MMBTU.

14 Energia elétrica

Substituto em alguns processos, principalmente os que envolvem eletrotermia,


(eletricidade gerando energia térmica). Uso amplo em diversos setores e segmentos. Apresenta
preços superiores ao gás natural, porém a diferença depende, principalmente, do nível de
tensão. As condições comerciais são restritas, com exceção dos consumidores livres que
poderão negociar condições comerciais diferenciadas. É uma energia nobre, com grande
comodidade de uso e regras de consumo, até certo ponto, bem definidas. Por outro lado
18

existem problemas de oferta, tanto ao nível de quantidade, quanto de qualidade. As principais


vantagens competitivas do gás em relação à energia elétrica seriam quanto ao custo, qualidade
e disponibilidade.

15 Subprodutos de processos industriais

São em geral subprodutos gerados no próprio processo produtivo, tais como: licor negro
das indústrias de papel e celulose, serragem, casca de arroz e biomassas em geral. Apesar das
restrições quanto à qualidade, apresentam condições, por vezes, bastante competitivas. O GN
apresenta vantagem na homogeneidade do combustível e do fornecimento, o que na maioria
das vezes nos processos que utilizam estes combustíveis não tem interferência, sendo que não
modifica a qualidade do produto final, além de não ser competitivo em preço.

16 Combustíveis automotivos

Cabe atentar para a recente liberação da importação dos derivados de petróleo, a


remoção do subsídio do Diesel e os rumores a respeito da liberação do diesel para veículos de
passeio. O GN apresenta a vantagem de menor custo, ser menos poluente e aumentar a vida
útil do veículo, porém os custos de adaptação dos veículos e a infra-estrutura ainda incipiente
para este mercado contribuem para um crescimento reduzido, porém gradual.

17 Perspectivas e metas da SCGÁS até 2006

Tabela 2: Projeções de vendas da SCGÁS – 2002 - 2006


Projeções da SCGÁS (em mil m3/dia)

Segmento 2002 2003 2004 2005 2006


Industrial 769 1.023 1.137 1.161 1.177
Residencial/comercial 0 3 10 18 26
Veicular 23 78 94 95 96
Co-geração 0 43 90 90 90
Total 792 1.151 1.331 1.365 1.389
Fonte: Brasil energia – edição de agosto de 2002
19

As projeções da SCGÁS no segmento industrial estão basicamente pautadas sobre a


conquista de alguns novos clientes e atendimento a todos os que já possuem contrato, porém
ainda não receberam o GN.
Segundo matéria da Brasil Energia de agosto de 2002, o Projeto Usinor, na região de
São Francisco do Sul, está entre as apostas da SCGÁS para os próximos anos. Para suprir o
projeto, que prevê a instalação de uma fábrica de chapas de aço do Grupo Usinor, a
distribuidora está finalizando um ramal de 45 Km, desde a estação de entrega de Guaramirim.
O consumo da planta é estimado entre 100 mil m3/dia e 150 mil m3/dia. O volume
corresponde a mais de 10% de todas as vendas da distribuidora, na faixa de 800 mil m3/dia.
Os testes na planta começam no final de outubro.
Depois da Usinor, a Cebrace poderá ser o próximo grande cliente industrial da SCGÁS.
A fábrica, localizada na região de Barra Velha, queimaria óleo combustível na produção de
vidros para exportação, como em outras plantas da empresa. Os contratos estão sendo
negociados e o consumo previsto é de 117 mil m3/dia de GN. O fornecimento para a planta
requer um ramal de 28 Km a partir do Projeto Usinor. Em Blumenau, onde a empresa já
concluiu a rede básica, o alvo têxtil, um mercado factível de 300 mil a 400 mil m3/dia. A
distribuidora também espera beneficiar-se do novo ramal São Bento do Sul, previsto para
2003, voltado para o potencial do pólo cerâmico local.
A fidelização será uma estratégia da SCGÁS para dar um diferencial ao segmento
industrial em relação aos concorrentes. A empresa planeja atrair até o final do ano de 2002 um
mercado de 300 mil m3/dia, oferecendo melhores condições de preço e prazo para os clientes
adimplentes, matriz energética 100% GN. Os principais beneficiados serão o Pólo cerâmico do
sul do estado, o pólo têxtil e metal-mecânico de Blumenau e Joinville. O grande salto nas
vendas industriais em um horizonte de cinco anos pode estar nas mãos da gigante Tractebel. A
empresa negocia a instalação de duas plantas de co-geração na fábrica de papel do grupo
Klabin, na região de Lajes.
Nos segmentos residenciais e comerciais, a expectativa maior é pela conclusão do
ramal Florianópolis, com 14 Km. No total serão em torno de 25 mil pontos de atendimento,
mapeados na região. A previsão é chegar a ilha em 2003 e ramificar a rede ao longo de 2004.
Pelos cálculos da SCGÁS, as vendas nos segmentos devem somar 26 mil m3/dia em 2006.
20

Além de Florianópolis, Joinville e Blumenau começaram a receber GN no início do próximo


ano através de projetos pilotos.

4 Impacto ambiental da inserção do gás natural na matriz energética do Estado de


Santa Catarina

Esta análise tem por objetivo quantificar as vantagens da chegada do gás natural para o
meio ambiente do estado de Santa Catarina. Assim, têm-se parâmetros de comparação em
termos de redução de emissões de gases poluentes lançados à atmosfera em relação às
alternativas energéticas que estariam sendo usadas caso o gás natural não fosse utilizado no
Estado.

18 O gás natural

A composição volumétrica média (20°C, 101,325 kPa), do gás natural proveniente da


Bolívia é apresentada na Tabela 3. A composição em base mássica foi calculada considerando
a massa molecular de cada componente.

Tabela 3. Composição do gás natural boliviano

Componente % Volumétrica % Mássica


Metano 89,04 78,36
Etano 6,41 10,58
Propano 1,64 3,97
n-Butano 0,23 0,73
iso-Butano 0,41 1,31
n-Pentano 0,12 0,48
iso-Pentano 0,10 0,40
Hexano 0,11 0,52
Dióxido de Carbono 0,76 1,84
Hidrogênio 1,18 1,82
TOTAL 100 100

Outras propriedades são: (20°C, 101,325 kPa):

 GN = 0,761 kg/m3;


 PCS GN = 52.644,06 kJ/kg;
21

 PCI GN = 47.681,11 kJ/kg.

Os produtos resultantes da combustão do gás natural são inodoros, isentos de óxido de


enxofre e partículas de fuligem, evitando investimentos em sistemas antipoluentes e com
tratamento de afluentes.
A aplicação do gás natural representa um maior respeito pela natureza e pelo meio
ambiente. Além da sua uniformidade, a qual proporciona uma queima muito mais eficiente, o
gás natural é um dos energéticos disponíveis atualmente com baixo índice de emissão de
poluentes.
As suas vantagens maior autonomia, menor ruído, maior conforto e segurança,
eliminação na emissão de material particulado (fumaça), redução em até 98% de óxido de
enxofre e em 70% de óxido de nitrogênio, responsável pela chuva ácida e por doenças
respiratórias do ser humano.

19 Metodologia de cálculo e análise

Tomou-se como base de cálculo o consumo médio diário de gás natural das empresas
que utilizam o combustível em Santa Catarina. Em cada empresa estimou-se o consumo atual
do antigo energético caso o gás natural não substituísse o antigo combustível.
Diversos combustíveis formavam a matriz energética dos atuais consumidores de gás
natural. A Tabela 4 apresenta o total diário destes combustíveis que foram substituídos por gás
natural em Santa Catarina.

Tabela 4: Quantidade diária de combustível substituída por gás natural


Combustível Quantidade
GLP 373.800 kg
Óleo combustível 203.225 kg
22

Óleo Diesel 610 litros


Carvão Mineral 55.157 kg
Cavaco e Lenha 200.000 kg
Gasolina 13.200 litros

Cada combustível apresenta diferentes taxas de emissão de gases poluentes. A Tabela 5


apresenta valores aproximados de emissão dos poluentes CO2 e SO2.

Tabela 5: Emissão típica de combustíveis


Combustível kg SO2 /kgcomb kg CO2 /kgcomb
Gás natural 0 2,71
GLP 0 3,01
Óleo combustível 0,12 3,03
Óleo Diesel 0,00464 3,09
Carvão Mineral 0,08 1,72
Cavaco e Lenha 0 1,8
Gasolina 0,0076 3,07

Vale ressaltar que os dados apresentados nesta tabela são apresentados da maneira mais
usual, com os valores expressos em kgpoluente/kgcombustível, a forma mais correta é apresentar o
valor da emissão em base energética, como mostrado na Tabela 5.

Tabela 5: Emissões de diversos combustíveis em base energética


Combustível kg SO2 /Gcal kg CO2 /Gcal
Gás natural 0 216
GLP 0 253
Óleo combustível 11,9 300
Óleo Diesel 0,43 290
Carvão Mineral 17,77 382
23

Cavaco e Lenha 545


Gasolina 0,67 373

Todos os combustíveis são transportados através de rodovias até os consumidores,


com exceção do gás natural. O transporte rodoviário também produz poluentes com a emissão
da queima de óleo diesel nos caminhões. Estima-se que com o gás natural deixam de circular
nas rodovias e cidades catarinenses um montante de 29 caminhões ao dia.
Para a produção de lenha é necessário o desmatamento de áreas verdes. Para o atual
consumo de gás natural, calcula-se em 423 hectares preservados a cada ano.

20 Resultados

A Tabela 6 apresenta o resultado da redução de emissão de CO 2 no período de 1 ano,


computado o impacto ambiental da economia do óleo diesel utilizado no transporte dos outros
combustíveis.
Tabela 6: Resultados da análise da redução da emissão de CO2
Combustível Redução diária (ton.) Redução anual (mil ton.) %
GLP 156,23 57,02 24,09
Óleo combustível 192,49 70,26 29,64
Óleo Diesel 4,42 1,61 0,68
Carvão Mineral 41,73 15,23 38,05
Cavaco e Lenha 247,09 90,19 6,42
Gasolina 7,33 2,67 1,12
TOTAL 649,29 236,98 100

15,2 2,7
57,0 GLP
OC
OD
Cavaco
Carvão
90,2 Gasolina

70,3
1,6
24

Figura 10: Redução da emissão anual de CO2 com o uso do gás natural por tipo de
combustível
A Tabela 7 apresenta o resultado da redução de emissão de SO2 no período de 1 ano,
computado o impacto ambiental da economia do óleo diesel utilizado no transporte dos outros
combustíveis.

Tabela 7: Resultados da análise da redução da emissão de SO2


Combustível Redução diária (ton.) Redução anual (mil ton.) %
GLP 0 0 0
Óleo combustível 24,39 8,90 84,43
Óleo Diesel 8,37 0,0030 0,02
Carvão Mineral 4,41 1,61 15,29
Cavaco e Lenha 0 0 0
Gasolina 0,075 0,027 0,26
TOTAL 37,25 10,54 100

1,611 0,027
0,003
OC
OD
Carvão
Gasolina

8,903

Figura 11: Redução da emissão anual de SO2 com o uso do gás natural
25

Calculou-se a quantidade de mata poupada com o acréscimo do volume de gás natural


nas empresas que antes queimavam lenha. Um montante de 200.000 kg/dia de lenha deu lugar
ao consumo de gás natural.
Segundo dados da Secretaria de Agricultura do Estado, através do ICEPA, 1 hectare de
terra contem em média 2.500 árvores, com isso produzindo 280 m3 de lenha em 7 anos.
Portanto conclui-se que 1,16 hectare de mata, com 2.900 árvores é poupado a cada dia. Em 1
ano, isto equivale a 423 hectares de terra, ou 705 campos de futebol. Mais de 1 milhão de
árvores deixam de ser queimadas por ano.
Admitindo-se que 1 caminhão rode 720 km/dia com consumo médio de 2,3 km/litro de
óleo diesel, calcula-se que a redução da emissão de CO2 seja equivalente a poluição produzida
por 788 caminhões rodando simultaneamente. Partindo-se das premissas adotadas
anteriormente, a economia na redução de SO2 equivale à emissão produzida por 23.827
caminhões.

5 Conclusão

Podemos concluir de forma sintetizada as vantagens ambientais da chegada do gás


natural:
Redução da emissão de CO2 em 293.980 ton/ano, o que equivale à poluição produzida
por 788 caminhões rodando no mesmo período;
Redução da emissão de SO2 em 10.540 ton/ano, o que equivale à poluição produzida
por 23.827 caminhões rodando no mesmo período;
Não circulação diária de aproximadamente 30 caminhões de abastecimento de
combustível;
Área de mata preservada de 423 hectares ao longo de 1 ano;
Mais de 1 milhão de árvores deixam de ser cortadas ao longo de 1 ano.
De acordo com cálculos efetuados neste trabalho e confirmados pelo Gas World
International – Petroleum Economist, quando comparado ao óleo combustível, o gás natural é
o combustível que gera menor quantidade de poluentes para cada quantidade de energia
liberada. Com base nos valores calculados, chega-se a conclusão de que é desnecessária a
instalação de um sistema de tratamento de afluentes quando se utiliza o gás natural como
26

combustível. Por outro lado a queima de óleo combustível produz poluentes de alta toxidez,
obrigando a indústria que se utiliza desse combustível a instalar sistemas de tratamento de
afluentes.
27

BIBLIOGRAFIA

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Plural Comunicação, 1999. 92p.

Balanço Setorial – junho de 2002 – Ano I – nº 1 – Gazeta Mercantil – Custo e indefinição


inibem consumo, Maria Ângela Jabur.

Anuário Estatístico Brasileiro do Petróleo e do Gás natural 2001/ Agência Nacional do


Petróleo – Rio de Janeiro: ANP, 2001.

BAZZO, Edson. Geração de Vapor. Florianópolis: UFSC, 1992. 216p.

Revista Brasil energia edições de dezembro de 2000 – Vendas de gás das distribuidoras por
segmento em dezembro de 2000, Rio de Janeiro, 2000, Ediouro Publicações S.A

Revista Brasil energia edições de dezembro de 2001 – Vendas de gás das distribuidoras por
segmento em dezembro de 2001, Rio de Janeiro, 2001, Ediouro Publicações S.A

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