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Sumário:
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passando a ser o raio incidente, origina um raio reflectido que é o raio original revertido.
A independência dos raios luminosos significa que podemos analisar o percurso óptico
de cada raio independentemente dos outros raios, mesmo que se cruzem uns sobre os
outros.
A trajectória de um raio luminoso fica determinada pela pelas leis da reflexão e
da refracção que assim se enunciam:
i r
α β
Figura 27.1
sin α n2
= (27.1)
sin γ n1
sendo n1 e n2 os índices de refracção dos meios.
i r
α
meio 1
meio 2
γ
R
Figura 27.2
2
O índice de refracção de um meio, que vamos considerar sempre isotrópico e
homogéneo, é a razão entre a velocidade da luz no vazio e a velocidade da luz nesse
meio:
c
n= . (27.2)
v
Espelhos planos
A determinação das imagens dadas por um espelho plano faz-se a partir das leis
da reflexão. A Figura 27.3 mostra um espelho plano e P é um ponto (que designamos
por “objecto”) que dista d da superfície do espelho. Onde está a imagem que o espelho
dá desse ponto?
r"
Ν
P i" P'
r i V
i' α
α
α Μ
r'
d d'
Figura 27.3
Essa imagem forma-se do outro lado do espelho e está à mesma distância do espelho a
que está o ponto-objecto: d = d ' .
Este resultado pode ser obtido geometricamente. Na Fig. 27.4 representa-se um
objecto vertical de altura ho (valor que se considera positivo) e à distância xo (que
também se considera positivo).
3
P P'
1 N
ho 2 hi
(objecto) α (imagem)
α M
xo xi
Figura 27.4
x o + xi = 0 (27.3)
hi x
=− i (27.4)
ho xo
A esta razão chama-se, em geral, ampliação e, evidentemente, para o espelho plano vale
um.
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O V
Figura 27.5
Dizemos que um espelho esférico não foca perfeitamente um feixe de raios paralelos,
circunstância que já era do conhecimento dos gregos. Foram, de resto, os gregos que
primeiro descobriram que para a focagem ocorrer num só ponto, o espelho tinha de ser
parabólico e não esférico. Por isso as antenas de TV que captam sinais enviados por
satélites são parabólicas!
A impossibilidade de focagem de um feixe de raios paralelos por um espelho
esférico, pode ser expressa dizendo-se que um espelho assim nunca dá uma imagem
focada de um objecto no infinito. A deformação na imagem por este motivo é chamada
aberração.
Contudo, se o raios luminosos forem paralelos e próximos do eixo do sistema
(OV na Fig. 27.5) a aberração é praticamente inexistente. Ora, ter um feixe de raios
paralelos pouco “espesso” a incidir na região do ponto V do espelho é equivalente a
tomar um espelho com um raio de curvatura muito grande.
A Fig. 27.6 (a) mostra um raio luminoso paralelo ao eixo do sistema a incidir no
ponto M. A normal no ponto de incidência tem a direcção radial (linha MC, sendo C o
centro de curvatura do espelho). O ângulo de incidência, α, é o ângulo que o raio
incidente faz com esta linha e o ângulo de reflexão tem de ser igual. O raio reflectido
intercepta o eixo do sistema no ponto F a que chamamos foco. O triângulo CMF é
isósceles e o ângulo no vértice C é também α. Ο ângulo externo no vértice F é
2α. Designemos por R o raio de curvatura do espelho (distância CV ) e por f a distância
FV (distância focal). Como relacionar estas duas distâncias?
i i M
M
α
α
α 2α V α 2α
C F C F V
r r f
(a) (b) R
Figura 27.6
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No lado direito da Fig. 27.7 representamos o trajecto do raio luminoso mas substituímos
o arco MV pela corda que se considera vertical. Esta aproximação é legítima desde que
o ângulo α seja pequeno, ou, o que é o mesmo e já antes se disse, desde que a distância
R seja grande (em comparação com o tamanho do arco). Pode concluir-se da Fig. 27.7
(b) que
FV FV
tan α = e tan 2α = . (27.5)
R f
Por outro lado, como o ângulo é pequeno, tan α ≈ α e tan 2α ≈ 2α e das equações
anteriores obtemos
R
f = . (27.6)
2
Conclui-se desta expressão que o centro de curvatura do espelho está à dupla distância
arco(MV)
focal. Podíamos chegar ao resultado (27.6) a partir de α = (que é uma
R
arco(MV)
expressão exacta porque α é um ângulo ao centro) e de 2α ≈ (que já não é
f
exacta, mas quanto mais próximo de zero for α mais rigorosa se torna).
Assim, num espelho esférico côncavo ideal, um feixe de raio paralelos converge
para um único ponto (foco real); se o espelho for convexo o mesmo feixe diverge, mas
os prolongamentos dos raios reflectidos encontram-se num só ponto (foco virtual).
Representamos estas duas situações na Fig. 27.7. Indicamos para um raio luminoso
incidente, em cada situação, a direcção normal no ponto de incidência.
C F
V
V F C
(a) (b)
Figura 27.7
Pelo princípio da reversibilidade dos raios luminosos, se um raio incidir passando pelo
foco emerge segundo a direcção paralela ao eixo. Por outro lado, um raio incidente que
passe pelo centro de curvatura do espelho (ou, para a lente convexa, cuja direcção passe
por C) é reflectido segundo a mesma direcção (só o sentido muda) pois tal incidência é
normal. As três situações − raio incidente paralelo ao eixo (1), raio incidente que passa
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pelo foco (2) e raio incidente normal ao espelho (3) − estão resumidas na Fig. 27.8,
onde se mostram, os correspondentes raios reflectidos para espelhos côncavo e convexo.
Estes raios principais são muito úteis para a determinação de imagens como veremos na
próxima secção.
1
1
1
2 3
C V 3
F V
F C
2
(a)
(b)
Figura 27.8
N
N
M hi hi
M
ho V
F ho
xo xi V
F xo xi
f
(a) (b)
Figura 27.9
A coordenada da imagem é xi , cujo valor é intrinsecamente negativo uma vez que está
do lado do espelho onde não há propagação de raios luminosos (convenção já usada
para o espelho plano). Pretendemos agora obter a relação entre as coordenadas do
objecto e da imagem e as características do espelho, designadamente a sua distância
focal. A Fig. 27.9 (b), que é mais esquemática e onde se fez já a substituição do arco
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VMN pela corda (que se considera perpendicular ao eixo1), ajuda na abordagem da
questão.
Do triângulo rectângulo verde (notar que xi < 0 !),
hi f − xi
= (27.7)
ho f
e do amarelo
hi f
= (27.8)
ho f − xo
Nestas duas expressões f > 0 , x o > 0 e xi < 0 . Dividindo uma expressão pela outra
obtemos
f − xi f
= (27.9)
f f − xo
ou ainda f 2 − xi f − xo f + xi x o = f 2 e, finalmente,
1 1 1
+ = . (27.10)
xo xi f
Embora esta expressão tenha sido obtida para o caso da Fig. 27.9, é válida em geral para
qualquer espelho esférico − côncavo ou convexo − desde que se respeite a seguinte
convenção:
- coordenada do objecto (lado esquerdo do espelho com luz a vir da esquerda): xo > 0
- coordenada da imagem: xi > 0 se a imagem estiver do lado esquerdo (imagem real)
ou, seja, do lado do espelho onde se propagam os raios luminosos; xi < 0 se a imagem
estiver do lado direito (imagem virtual), ou seja, do lado de lá do espelho.
- valor de f: f > 0 , para um espelho côncavo (como o da Fig. 27.9); f < 0 , para um
espelho convexo.
A expressão (27.10) é também válida para o espelho plano: fazendo f → ∞
obtém-se xi = − x o que é a expressão (27.3).
Define-se a ampliação como a razão entre os tamanhos da imagem e do objecto:
hi
A= (27.11)
ho
1
Estamos sempre a considerar ângulos pequenos ou espelhos com grandes raios de curvatura.
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xi x
Se utilizarmos agora a expressão = i + 1 , obtida de (27.10), vem
f xo
x
A=− i . (27.13)
xo
No caso da Fig. 27.9 xi é negativo e maior, em módulo do que x o , pelo que A > 1 . O
valor da amplificação pode ser positivo ou negativo. Um valor negativo significa que a
imagem é invertida. No caso do espelho plano, xi = − x o e portanto A = 1 .
Para a construção geométrica das imagens dadas por espelhos esféricos convém
utilizar, como já dissemos, raios como os da Fig. 27.8. Na Fig. 27.10 dá-se mais um
exemplo de construção geométrica da imagem dada por um espelho côncavo de um
objecto colocado a uma distância superior à distância focal. A imagem é real, invertida e
menor do que o objecto ( − 1 < A < 0 ). Notar que xi / x o < 1 .
o
V
C i F
Figura 27.10
Finalmente, na Fig. 27.11, ilustra-se a construção de uma imagem dada por um espelho
convexo
o
i
V F C
Figura 27.11