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Crer é também pensar – John Stott

por Cidiney Silva

Qual seria o papel da racionalidade para o cristão? Seria sensato colocar sob
análise racional – e isso talvez leve necessariamente a colocar sob dúvida –
a fé cristã e seus desdobramentos? Esse tipo de questionamento perpassa
séculos de pensamento e de prática cristã. A salvação vem pela fé, e não
pode ser compreendida – logo, toda forma de racionalismo é condenável ao
cristão?

O Rev. Stott passa a demonstrar que assim como o restante da Criação, a


razão é um dos dons que Deus deu ao homem para que, com ela, o
louvasse. “Não sejais como o cavalo, ou como a mula, que não têm
entendimento”, adverte o salmista. Apesar de que tudo que tem fôlego seja
convocado a louvar ao Senhor, apenas ao gênero humano se exige que seja
feito “com entendimento”. Afinal de contas, o cristão deve se esforçar por
oferecer a Deus um sacrifício vivo, que é o “culto racional” (Rm 12).

De uma forma interessante, são apresentados diversos momentos em que o


próprio Deus chama suas criaturas a pensar. Pelo menos em três momentos
distintos, Ele chama para o debate (“Vinde e arrazoemos, diz o Senhor”), ou
questiona o porquê do não entendimento dos sinais dos tempos (“Por que
não usais os vossos cérebros? Por que não aplicais ... o sentido comum ... ?”
– interpretação livre do autor) e ainda convida para a argüição (“Eu lhe
perguntarei, e tu me responderás”). Todos esses chamados à racionalidade
também levam à necessária responsabilidade que isso implica. Como
deveremos responder a Deus? Ou como entender de maneira correta o que
Ele nos diz? Por isso, os seres “criados para pensar” devem estar atentos ao
fato de que o seu Criador os responsabilizará em tudo a partir de seu
conhecimento. Esses conceitos mostram a importância que a racionalidade
humana desempenha nas doutrinas da redenção e juízo. Quanto às
doutrinas da criação e revelação, Deus mesmo se encarrega de incutir ao
homem a tarefa de pensar a organização do mundo criado – nomeando-o –;
e Ele mesmo se apresenta aos seres decaídos através de palavras, prezando
sua racionalidade.

A obra possui um caráter devocional, ao relacionar a necessidade de os


cristãos serem “racionais” em diversos momentos da vida cristã: como
exemplos a santidade, a evangelização, o ministério eclesiástico e culto.
Aliás, essa exposição está em sintonia com a recomendação de S. Pedro, ao
afirmar que ao conhecimento (o que pressupõe racionalidade) devem ser
acrescentadas a temperança, a perseverança, a piedade, a fraternidade e o
amor. Esse caráter deve ser reforçado, pois freqüentemente uma suposta
racionalidade desenvolvida pode levar seu possuidor ao orgulho contra os
que não a possuem. E assim, essa racionalidade dada a e exigida de nós
por Deus para o seu serviço estaria sendo descaracterizada, uma vez que
ela foi dada como um instrumento de serviço para a expansão do Reino. De
acordo com S. Paulo: “E isto peço em oração: que o vosso amor aumente
mais e mais no pleno conhecimento e em todo o discernimento, para
que aproveis as coisas excelentes, a fim de que sejais sinceros, e sem
ofensa até o dia de Cristo”.

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