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Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC

Centro de Ciências Humanas e da Educação – FAED

PLANO DE ENSINO

DEPARTAMENTO: História ANO/SEMESTRE: 2016/1


CURSO: História FASE: 2ª
DISCIPLINA: História da África I TURNO: Vespertino
CARGA HORÁRIA: 72 h/a CRÉDITOS: 04
PROFESSOR(A): Claudia Mortari (claudiammortari@gmail.com)

1 EMENTA
As civilizações africanas entre os séculos XVI e XIX. O impacto da colonização européia e a escravidão
moderna. A presença das culturas islâmicas. A partilha do continente africano.

2 HORÁRIO DAS AULAS (OPCIONAL)


DIA DA SEMANA HORÁRIO CRÉDITOS
Segunda-feira 15h20min – 17h50min 03
Quinta-feira 15h20min – 16h10min 01

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL


Analisar algumas características das diversas sociedades africanas, especificamente aquelas pertencentes a
chamada África Sul Saariana, entre os séculos XVI e XIX. O objetivo é compreender o dinamismo dessas
sociedades nas suas formas de organização, no que há de comum e de específico entre elas, nas suas
determinações e dinâmicas internas e nas relações estabelecidas entre os povos africanos e os de fora do
continente.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


- Estudar os dispositivos legais que estabelecem a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Africana e
Afro-Brasileira na educação escolar objetivando compreender as suas implicações tanto na produção do
conhecimento historiográfico quanto no ensino em sala de aula.
- Construir a concepção da relevância do estudo das África(s) para uma melhor compreensão da história
brasileira visando a apropriação por parte dos(as) acadêmicos(as) do seu compromisso com uma prática
pedagógica e de pesquisa que evidencie e problematize a história de África(s) e dos africanos.
- Estudar, a partir de autores africanos, temas e conceitos no campo dos estudos africanos objetivando construir
uma compreensão e reinterpretação do continente africano a partir de uma visão endógena (de dentro) do
mesmo
- Discutir a construção do conhecimento historiográfico acerca da história das África(s) objetivando apontar a
necessidade da construção de uma nova epistemologia e hermenêutica dos estudos africanos para a pesquisa
histórica visando romper com os padrões eurocêntricos (colonialidade/eurocentrismo).
- Apontar e discutir as características da historiografia africana e africanista visando compreender seus contextos
históricos de produção e as suas mudanças de abordagens.
- Estudar os processos de organização das sociedades africanas, especificamente aquelas pertencentes a
região sul saariana, entre os séculos XVI e XIX, suas diversidades e complexidades objetivando construir uma
visão crítica acerca dos seus processos transformação provenientes de ações endógenas e exógenas ao
continente.
- Compreender as formas de escravidão que existiram nas Áfricas visando problematizar as suas características.
- Apontar as características do sistema de fornecimento de escravos africanos para o tráfico atlântico visando
compreender que este foi o elemento que motivou transformações fundamentais nas sociedades, dentro e fora
do continente, que se envolveram com ele.
- Problematizar o processo de construção de novas configurações de identidades no interior do continente a
partir da influência do tráfico atlântico e, também, no Novo Mundo, com a diáspora imposta pelo tráfico de
africanos escravizados.
- Estudar o contexto da segunda metade do século XIX nas Áfricas a partir do processo de disputas européias
visando compreender as causas internas e externas da ocupação colonial e o processo de Partilha do continente
com ênfase na perspectiva africana.
-
4 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Introdução aos estudos africanos: pesquisa e ensino
1.1. As leis educacionais: 10.639/2003 e Diretrizes 2004.
1.2. A produção historiográfica: africana e africanista.
1.3. Refletindo sobre o princípio epistemológico: colonialidade do saber, do poder e do ser.
1.4. Formas africanas de lidar com o passado: oralidade, mitos, ritos, tradições.
1.5. A noção de pessoa entre os fula, bambara e yorubá.
1.6. A ética ubuntu.
1.7. Tradição, oralidade e colonialidade na literatura: Achebe e o Mundo se Despedaça.

2. As sociedades africanas sul-saarianas entre os séculos XVI e XIX: formas de organização


socioeconômica e política e aspectos da sua cultura.
2.1. Repensando as Áfricas:
- o espaço africano;
- diversidade, dinamismo e movimento.
2.2. formas de organização política e econômica.
- Egito e Núbia.
- o eixo transsariano.
- o mundo atlântico.

3. O Impacto da colonização européia e a escravidão moderna


3.1. A escravidão nas Áfricas
3.2. O tráfico atlântico: a África das feitorias e encraves costeiros.

4. A partilha do continente africano no final do século XIX: dominação e resistência.


4.1. A construção da “consciência planetária”: eurocentrismo.
4.2. A Conferência de Berlin, a nova fisionomia do continente e a perspectiva africana da partilha.

5 METODOLOGIA
Aulas expositivas-dialogadas. Leitura e discussão de textos. Análise de documentos históricas em grupos.
Utilização de imagens, mapas, filmes, fontes históricas e literatura. Atividade orientada. Visita de estudos.
Produção de material didático.

6 CRONOGRAMA DAS AULAS (OPCIONAL)


MÊS DIAS

7 AVALIAÇÃO
ATIVIDADE CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PESO
Prova 1 – com consulta, individual. Relativa Conteúdo e análise crítica, argumentação, apropriação 25
a Unidade 1. das leituras realizadas e dos debates feitos em sala.
Uma problemática proposta sobre as temáticas em Utilização da norma culta na redação. Originalidade na
discussão que deverá ser desenvolvida/respondida escrita do texto. Pontualidade na entrega.
tendo por base os textos indicados. Produção de
no mínimo 5 e máximo de 6 páginas, digitadas em
formato de trabalho acadêmico (Times 12, espaço
1,5, margens 2,0).
Prova 2 – com consulta individual. Relativa a Conteúdo e análise crítica, argumentação, apropriação 25
Unidade 3. das leituras realizadas e dos debates feitos em sala.
Uma problemática proposta sobre as temáticas em Utilização da norma culta na redação. Originalidade na
discussão que deverá ser desenvolvida/respondida escrita do texto. Pontualidade na entrega.
tendo por base os textos indicados. Produção de
no mínimo 4 e máximo de 6 páginas, digitadas em
formato de trabalho acadêmico. (Times 12, espaço
1,5, margens 2,0).
Oficinas – grupo de três. Relativo a Unidade Análise crítica do texto. Coerência, utilização da norma 20
2. culta na redação. Pontualidade na entrega.
Seis oficinas de análise de documentos históricos Ao total serão entregues 06 análises que irão compor a
(escritos e iconográficos) referentes a diferentes nota final.
sociedades africanas.
Trabalho Final – grupo de três. Se constitui na Elaboração de material didático, tendo como Eixo de 30
atividade em conjunto entre as disciplinas de Discussão: Diversidade, Alteridade e Memória. Os
História da África I, História do Brasil I, História de temas centrais são: Populações Indígenas, Populações
Santa Catarina I e Prática Curricular: Ensino de Africanas, Mulheres, Agentes coloniais.
História e suas linguagens II. Trata-se de As orientações estão em documento em anexo.
elaboração de um material didático.
Os critérios de avaliação serão: conteúdo e análise
crítica, argumentação, apropriação das leituras
realizadas e dos debates feitos em sala, originalidade
na proposta didática.

8 BIBLIOGRAFIA (Sujeita a alterações ao longo do semestre)


1. BÁSICA

ACHEBE, Chinua. O mundo se despedaça. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
ADEOFE, Leke. Identidade pessoal na metafísica africana. Tradução para uso didático de: ADEOFE, Leke.
Personal Identity in African Metaphysics. In: BROWN, Lee (ed.) African Philosophy. New and Traditional
Perspectives. New York: Oxford UP, 2004, p. 69-86, de Benilson Souza Nunes.
APPIAH, Kwame Anthony. Ilusões de Raça. In: APPIAH, Kwame A. A Casa de Meu Pai. A África na Filosofia da
Cultura. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997, p. 19-51
BARBOSA, Muryatan Santana. Eurocentrismo, História e História da África. Revista Sankofa. N.01 jun./2008, p.
46-63.
BRASIL. Presidência da República. 2003. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da
rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências.
Brasília.
HALL, Stuart. Da Diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, Brasília:
Representação da UNESCO no Brasil, 2003. (Capítulo: Que Negro é esse na cultura negra).
HAMPATÉ BÂ, A. A tradição viva. In: KI-ZERBO (coord.). História Geral da África I. Metodologia e pré-história da
África. São Paulo: Ática; Paris: UNESCO, 1982, pp.181-218.
HAMPATÉ BÂ, Amadou. A noção de pessoa na África Negra. HAMPÂTÉ BÂ, Amadou. La notion de personne en
Afrique Noire. In: DIETERLEN, Germaine (ed.). La notion de personne en Afrique Noire. Paris: CNRS, 1981, p.
181 – 192, por Luiza Silva Porto Ramos e Kelvlin Ferreira Medeiros.
HERNANDEZ, Leila Leite. “O processo de roedura do continente e a Conferência de Berlim”. In: A África na sala
de aula: visita a história contemporânea. Belo Horizonte: Selo Negro, 2005, pp.45- 69.
KI-ZERBO, J., BOUBOU, Hama. Lugar da história na sociedade africana. In: In: KI-ZERBO (coord.). História
Geral da África I. Metodologia e pré-história da África. São Paulo: Ática; Paris: UNESCO, 1982, pp. 61-71.
Lei 10.639/03 (institui a obrigatoriedade do ensino da temática de História e Cultura da África e dos afro-
descendentes no Brasil).
LOVEJOY, Paul e. A escravidão na África. Uma história e suas transformações. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2002.( Capítulo 1, A África e a escravidão, pp. 27-56 e o O trafico de escravos no século XIX, pp. 215-
243).
M’BOKOLO, Elikia. África negra. História e civilizações. Salvador/São Paulo: EDUFBA/Casa das Áfricas, 2009.
MACEDO, José Rivair. O eixo transaariano. In: MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto,
2013, pp. 45-68.
MACEDO, José Rivair. O mundo atlântico. In: MACEDO, José Rivair. História da África. São Paulo: Contexto,
2013, pp. 68-97.
MASOLO, D. A. Filosofia e conhecimento indígena: uma perspectiva africana. SANTOS, Boaventura e
MENESES, M. P. Epistemologias do Sul. Coimbra: Almedina, 2009.
MBEMBE, Achille. Formas africanas de auto-inscrição. Estudos Afro-Asiáticos, Ano 23, N.º 1, 2001, pp.171-209.
MEILLASOOUX, Claude. Antropologia da escravidão. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1995. (Introdução, pp. 09-
18 e Capítulo introdutório: parentes e estranhos, 19-32).
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO; SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE
RACIAL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília: MEC, 2004.
MORTARI, Claudia. As histórias das Áfricas e o “equilíbrio das histórias”: reflexões em torno de uma experiência
de ensino e de pesquisa. In: CARDOSO, Paulino de Jesus F (Org.). História da África: balanços, desafios e
perspectivas. Florianópolis: Casa Aberta, 2016. (no prelo).
MORTARI, Claudia. As Histórias das Áfricas e o “Equilíbrio das Histórias”: Reflexões em torno de uma
experiência de ensino e de pesquisa. 2016 (no prelo).
PANTOJA, Selma. Nzinga Mbandi. Mulher, guerra e escravidão. Brasília: Thesaurus, 2000, pp.35-85.
PRATT, Maire Louise. Ciência, consciência planetária e interiores. In: Os Olhos do Império: relatos de viagem e
transculturação. Bauru/São Paulo: EDUSC, 1999.
RAMOSE, Mogobe B. A ética do ubuntu. Tradução para uso didáticode: RAMOSE, Mogobe B. The ethics of
ubuntu. In: COETZEE, Peter H.; ROUX, Abraham P.J. (eds). The African Philosophy Reader. New York:
Routledge, 2002, p. 324-330, por Éder Carvalho Wen.
SERRANO, Carlos, WALDMAN, Maurício. Memória D’África. A temática africana na sala de aula. São Paulo:
Cortez, 2007.
SILVA, Alberto da Costa e. A manilha e o libambo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira/Fundação Biblioteca Nacional,
2002. (Capítulo 9, O Benim)
VANSINA, J, A tradição oral e sua metodologia. In: KI-ZERBO (coord.). História Geral da África I. Metodologia e
pré-história da África. São Paulo: Ática; Paris: UNESCO, 1982, pp. 157-179.
VIDROVITCH-COQUERY, Catherine (org.). A descoberta da África. Lisboa: Edições 70, 2004.
2. COMPLEMENTAR

ALENCASTRO, Luis Felipe de. O trato dos viventes. Formação do Brasil no Atlântico sul, São Paulo, Comapnhia das
Letras, 2000.
CURTIN, Philip D. Tendências recentes das pesquisas históricas africanas e contribuição à história em geral, em
História Geral da África I. Metodologia e Pré-História da África, coordenação Joseph Ki-Zerbo. São Paulo, Editora
Ática/UNESCO, 1980, pp 73-89.
DAVIS, David Brion. O problema da escravidão na cultura ocidental. Tradução de Wanda Caldeira Brant. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
FERREIRA, Roquinaldo. Dinâmica do comércio intracolonial: geribitas, panos asiáticos e guerras no tráfico angolano
de escravos (século XVIII), em O antigo regime nos trópicos. A dinâmica imperial portuguesa (séculos XVI-XVIII),
organizadores João Fragoso, Maria Fernanda Bicalho e Maria de Fátima Gouvêa. Rio de Janeiro, Civilização
Brasileira, 2001, Cap 11, pp 339-378.
ILIFFE, John. Os Africanos: história de um continente. Lisboa: Terramar, 1999.
LAW, Robin. A carreira de Francisco Félix de Souza na África Ocidental (1800-1849), em Topoi 2, março de 2001,
IFCS/UFRJ, Rio de Janeiro: 7Letras, pp.9-39.
LEITE, Fábio. A questão ancestral. África Negra. São Paulo: Palas Athenas: Casa das Áfricas, 2008.
MACKENZIE, J. M. A partilha da África 1880-1900. São Paulo: Ática, 1994.
MILLER, Joseph C. África central durante a era do comércio de escravizados, de 1490 a 1850, em Diáspora negra no
Brasil, org. Linda M. Heywood, São Paulo: Editora Contexto, 2008.
NETO, Edgard Ferreira. "História e Etnia". In: CARDOSO, Ciro Flamarion, VAINFAS, Ronaldo (orgs.). Domínios da
História. Ensaios de Teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
PORTELLA, José Roberto Braga. Descripçoens, Memmórias, Noticias e Relaçoens. Administração e Ciência na
construção de um padrão textual iluminista sobre Moçambique, na segunda metade do Século XVIII. Tese em História,
Curitiba, UFPR, 2006.
ROLAND, Oliver. A experiência africana: da pré-história aos dias atuais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
SANTOS, Vanicléia Silva. As bolsas de mandinga no espaço atlântico, século XVIII. Tese em História, São Paulo, USP,
2008.
SILVA, Alberto da Costa e. Francisco Félix de Souza, mercador de escravos. Rio de Janeiro, Nova Fronteira: EdUERJ,
2004.
SILVA, Alberto da Costa e. Um rio chamado Atlântico - a África no Brasil e o Brasil na África. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2003.
SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil africano. São Paulo, Ática, 2ª edição, 2008.
THORNTON, John. A África e os africanos na formação do Mundo Atlântico, 1400-1800. Rio de Janeiro: Editora
Capus, 2003.
VAINFAS, Ronaldo; SOUZA, Marina de Mello e. Catolização e poder no tempo do tráfico: o reino do Congo da
conversão coroada ao movimento antoniano, séculos XV-XVIII. Tempo. Revista do Departamento de História da UFF,
Rio de Janeiro: 7Letras, v.3, n.6, p.95-118, dez. 1998. (disponível on line)
WESSELING, H. L. Dividir para dominar. A partilha da África 1880-1914. Rio de Janeiro: UFRJ / Revan, 1998.

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